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Goiânia
2016
GABRIEL MENDONÇA DE PAIVA
Goiânia
2016
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, através do
Programa de Geração Automática do Sistema de Bibliotecas da UFG.
CDU 621.3
GABRIEL MENDONÇA DE PAIVA
Orientador: ____________________________________
Prof. Dr. Bernardo Pinheiro de Alvarenga, UFG
Banca Examinadora:
Dedico este trabalho aos meus pais Euler e Enilza, que incentivam cada etapa do meu
crescimento pessoal e profissional, independente dos sacrifícios a serem superados. A família
é a base para a luta diária perante os obstáculos da vida e a evolução do ser humano.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, irmãos e amigos que estiveram presentes nos momentos bons e ruins
da caminhada até aqui.
À Universidade Federal de Goiás e à Escola de Engenharia Elétrica, Mecânica e de
Computação que disponibilizaram a oportunidade de desenvolver este estudo com todo
suporte necessário e as exigências de uma instituição de ensino de excelência.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelo
suporte financeiro a este estudo.
Ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), por meio da Seção de
Armazenamento de Dados Meteorológicos (SADMET), pelo provimento de dados
meteorológicos para a pesquisa.
Ao meu orientador, Bernardo Pinheiro de Alvarenga e co-orientadores Sérgio Pires
Pimentel e Enes Gonçalves Marra, pela confiança depositada e pelos conhecimentos
partilhados durante os dois anos de desenvolvimento desta pesquisa.
Aos companheiros do PEQ, Andersom Gomes, Alexandre Souza, Daniel Accattini e
Luciano pela amizade, pelos trabalhos e seminários desenvolvidos em parceria durante o
Mestrado.
“Agradeço todas dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar. As
facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”
Chico Xavier
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. X
ABSTRACT ....................................................................................................................... XI
LISTA DE FIGURAS ....................................................................................................... XII
LISTA DE TABELAS ...................................................................................................... XV
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................................XVI
LISTA DE SÍMBOLOS................................................................................................XVIII
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 20
1.1 OBJETIVO GERAL ................................................................................................... 22
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................... 23
1.3 PUBLICAÇÕES RELACIONADAS .......................................................................... 23
2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE RADIAÇÃO SOLAR ........................................... 24
2.1 ENERGIA SOLAR. .................................................................................................... 24
2.2 COMPONENTES DA IRRADIÂNCIA SOLAR ........................................................ 26
2.3 GEOMETRIA SOLAR. .............................................................................................. 29
2.4 TEMPO SOLAR E EQUAÇÃO DO TEMPO. ............................................................ 31
2.5 IRRADIAÇÃO EXTRATERRESTRE NO PLANO HORIZONTAL .......................... 32
2.6 IRRADIAÇÃO TOTAL NO PLANO INCLINADO ................................................... 34
2.7 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 36
3 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS CONECTADOS À REDE..................................... 37
3.1 GERADOR FOTOVOLTAICO .................................................................................. 38
3.2 INVERSOR SOLAR .................................................................................................. 47
3.3 FATOR DE DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR ............................................... 52
3.4 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 56
4 ANÁLISE DO FATOR DE DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR COM
DADOS CLIMÁTICOS EM GOIÂNIA ..................................................................... 58
4.1 ANÁLISE DOS DADOS CLIMÁTICOS ................................................................... 59
4.2 DETERMINAÇÃO DA IRRADIAÇÃO TOTAL NO PLANO INCLINADO ............. 63
4.3 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS DE SAÍDA DO
GERADOR ................................................................................................................. 66
4.4 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS ELÉTRICOS DE SAÍDA DO
INVERSOR ................................................................................................................ 69
4.5 FATOR DE DIMENSIONAMENTO DO INVERSOR PELO MÉTODO DE
LIMITE DE PERDAS POR LIMITAÇÃO DE POTÊNCIA ....................................... 71
4.6 FIGURAS DE MÉRITO NO CONTEXTO DE ANÁLISE DO FDI............................ 74
4.7 ANÁLISE FINANCEIRA NO CONTEXTO DA ANÁLISE DO FDI ......................... 79
4.8 COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE ANÁLISE DO FDI ......................................... 87
4.9 CONCLUSÕES .......................................................................................................... 88
5 ESTUDO DE CASO: SFCR DA EMC-UFG............................................................... 89
5.1 CONSIDERAÇÕES DE DIMENSIONAMENTO ELÉTRICO DE UM SFCR REAL 90
5.2 CONSIDERAÇÕES DE PROTEÇÃO EM SFCR ....................................................... 94
5.3 CONSIDERAÇÕES DE QUALIDADE DA ENERGIA ............................................. 95
6 CONCLUSÕES ............................................................................................................ 98
REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 100
RESUMO
This study aimed to evaluate the design of a grid-connected photovoltaic (PV) system
according to the positioning of the modules which compose the generator depending on tilt
and azimuth angles in Goiânia, Goiás. In that purpose, a review of the literature was carried
out concerning the main methods of inverter sizing ratio analysis applied to grid-connected
PV systems. Starting from an hourly average climate measurement database from Goiania, an
algorithm was developed to search for the ideal local inverter sizing ratio, considering the
use of polycrystalline module technology. The parameters used in the analysis were provided
by the manufacturers of the componentes used in the grid-connected PV system in installation
at the Electrical, Mechanical and Computational Engineering School (EMC) from Federal
University of Goias (UFG), which nominal power is 33.84 kWp. An inverter sizing ratio band
of 0.54 to 0.77 was obtained for a -90° to +90° azimuth angle variation and 0° to 90° tilt
angle variation. The potential of financial indicators improvement was verified and it was
estimated a potential reduction in the levelized cost of energy above 10% comparing the
inverter sizing ratio improved system to an unitary inverter sizing ratio system.
Key words: grid-connected photovoltaic systems, inverter sizing ratio, tilt angle, azimuth.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.5 Nascer do sol (azul), pôr-do-sol (vermelho) e duração da radiação solar (verde)
em Goiânia no tempo padrão de Brasília (GMT -3) ao longo do ano. ..............32
Figura 2.6 Irradiação Extraterrestre no plano horizontal em Wh/m² nos solstícios de verão
e inverno em Goiânia. .....................................................................................33
Figura 2.7 Irradiação Extraterrestre no plano horizontal em Wh/m² nos solstícios de verão
e inverno em Nova York. ................................................................................34
Figura 3.1 Módulo de silício monocristalino Yingli série PANDA 60. ..................................39
Figura 3.2 Gráfico de evolução da eficiência de células solares em escala laboratorial.. ........40
Figura 3.3 Curvas Corrente x Tensão e Potência x Tensão de uma célula fotovoltaica de
silício 156x156mm. ........................................................................................42
Figura 3.4 Curvas características V-I de associações série e paralelo de células. ...................42
Figura 3.5 Curvas I-V e P-V com influência da Irradiância. ..................................................45
Figura 3.6 Curva I-V com influência da Temperatura na célula.............................................46
Figura 3.8 Classificação de inversores solares para SFCR quanto ao número de estágios de
processamento de potência. .............................................................................49
Figura 3.9 Curva de eficiência total pela relação Potência de entrada CC / Potência
nominal CC de um inversor solar. ...................................................................51
Figura 3.10 Curvas de eficiência total de inversores pela potência nominal CC para
diferentes níveis de tensão Vmp. ......................................................................52
Figura 3.11 Relação ótima entre potência nominal CC do gerador e potência nominal CA
calculada para 0,5% de perdas por limitação de potência para Florianópolis. ..54
Figura 4.2 Comparação mensal da Irradiação solar média diária por diferentes bases de
dados. .............................................................................................................60
Figura 4.3 Comparação mensal da Irradiação solar média diária mínima, média e máxima
do INMET. .....................................................................................................60
Figura 4.4 Curvas de percentual de disponibilidade da Irradiação para cada faixa de
Irradiância determinadas por medições (primeira) e distribuição sintética
(segunda) no Brasil. ........................................................................................61
Figura 4.7 Irradiação total no plano inclinado de 20° para diferentes orientações, para um
dia de verão com céu limpo. ...........................................................................65
Figura 4.8 Curvas Tensão, Corrente e Potência do módulo 235Wp ao longo de um dia de
verão. .............................................................................................................68
Figura 4.9 Curva de eficiência dos inversores da linha Eltek THEIA 2.0 a 4.4HE-t UL.........70
Figura 4.10 Curvas de FDI em função do ângulo azimutal de superfície para diferentes
ângulos de inclinação do gerador para o inversor solar Eltek THEIA 4.4
HE-t UL. ........................................................................................................71
Figura 4.11 Curvas de PFV/PINV em função do ângulo azimutal de superfície para diferentes
ângulos de inclinação do gerador para o inversor solar Eltek THEIA 4.4
HE-t UL. ........................................................................................................72
Figura 4.12 Pico de perda de geração por limitação de potência para o posicionamento de
20° de inclinação e 0° ângulo azimutal. ...........................................................73
Figura 4.13 Geração média anual para o inversor 4.4 quando a) FDI unitário e b) FDI ideal
e produtividade YF do sistema quando c) FDI unitário e d) FDI ideal. .............75
Figura 4.14 Perdas no inversor por conversão CC-CA e limitação de potência. .....................76
Figura 4.20 Custo da energia produzida em US$/kWh nas condições de FDI unitário e FDI
ideal................................................................................................................85
Figura 4.21 Custo da energia produzida em R$/MWh na condição de FDI ideal. ..................86
Figura 4.22 Custo da energia produzida em US$/kWh em função do FDI. ............................87
Figura 5.1 Vista aérea do Bloco B da Escola de Engenharia da UFG. ...................................89
Figura 5.2 Vista da secção transversal da cobertura do bloco B da Escola de Engenharia. .....90
Figura 5.3 Diagrama multifilar do subsistema Eltek THEIA 2.9 HE-t UL.. ...........................92
Figura 5.4 Diagrama multifilar do subsistema Eltek THEIA 4.4 HE-t UL. ............................93
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.1 Parâmetros elétricos do módulo Yingli série PANDA 60. ....................................43
Tabela 3.2 Parâmetros técnicos de uma linha de inversores centrais ......................................50
Tabela 4.1 Irradiações global, direta e difusa anuais no plano horizontal e picos de
irradiação global horizontal horária de Goiânia para diferentes períodos. ........64
Tabela 4.2 Fatores de transposição da irradiação global horizontal em planos com
diferentes inclinações e ângulos azimutais. .....................................................66
Tabela 4.3 Dados de placa do módulo fotovoltaico e do inversor solar utilizados nas
simulações. .....................................................................................................66
Tabela 4.4 Perdas percentuais por limitação de potência em diferentes períodos para 20°
inclinação dos módulos e 0° ângulo azimutal. .................................................72
Tabela 4.5 Empreendimentos vencedores no 1° LER 2015: Características técnicas
básicas. ...........................................................................................................78
Tabela 4.6 Custos de componentes e serviços de SFCR para microgeração distribuída. ........79
Tabela 4.7 Custo Marginal da Expansão para diferentes fontes de energia em 2014. .............86
Tabela 5.1 Resultados da otimização do dimensionamento gerador-inversor do SFCR da
UFG. ..............................................................................................................92
Tabela 5.2 Requisitos mínimos do ponto de conexão da micro e minigeração distribuída. .....94
Tabela 5.3 Faixa de tensão de operação CA em regime permanente admissível de um
SFCR. .............................................................................................................96
Tabela 5.4 Limites de distorção harmônica de corrente aplicáveis a SFCR............................96
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A Ampére
cm² centímetro quadrado
eV elétron-Volt
GW Gigawatt
Hz Hertz
Imp corrente de Máxima Potência
ISC corrente de Curto-Circuito
J Joule
J.s Joule segundo
J/m² Joule por metro quadrado
kW kilowatt
kWh kilowatt-hora
kWh/m² kilowatt-hora por metro quadrado
kWp kilowatt pico
m/s metro por segundo
mm² milímetro quadrado
MW Megawatt
PMP Potência de Máxima Potência
R$ Real
US$ Dólar Americano
V Volt
VCC Volt em corrente contínua
Vmp tensão de Máxima Potência
VOC tensão de Circuito Aberto
W Watt
W/m² Watt por metro quadrado
Wh/m² Watt-hora por metro quadrado
Wh Watt-hora
Wp Watt pico
β Ângulo de Inclinação
μm micrometro
ηSPPM eficiência do SPPM
Ωm Ohm metro
γs Ângulo azimutal de superfície
°C grau Celsius
20
1 INTRODUÇÃO
A análise do FDI é particular para cada localidade, haja vista que irradiância e
temperatura apresentam valores típicos do clima local. Além disso, os níveis de irradiância
incidente nos módulos fotovoltaicos dependem de variáveis de posicionamento dos mesmos
quando integrados às construções: inclinação em relação ao plano horizontal e orientação em
relação ao norte geográfico, ou ângulo azimutal. Dentre os desafios encontrados para análise
do FDI, destaca-se a indisponibilidade de dados climáticos em pequenos intervalos de tempo
para diferentes localidades (KHATIB, MOHAMED e SOPIAN, 2013). Isto normalmente é
solucionado com geração sintética de dados climáticos horários à partir de dados diários ou
mensais para fins de simulações.
Resultados diferentes de análise do FDI são obtidos de acordo com a qualidade dos
dados e com o intervalo das medições. Medições em médias horárias de irradiância podem
desprezar picos que resultariam em maiores perdas por limitação de potência no inversor, uma
vez que a potência de entrada do inversor seria maior que a sua potência nominal (ZILLES et
al., 2012; BURGER e RÜTHER, 2006).
Considerando os pontos destacados, pretende-se por meio desta pesquisa analisar
numericamente o FDI para a localidade de Goiânia, capital de Goiás, dentro de possíveis
variações de inclinação e orientação, considerando as tecnologias mais presentes no mercado
brasileiro de sistemas fotovoltaicos.
Aspectos de Radiação Solar que influenciam na geração dos SFCR são abordados no
Capítulo 2. Os conceitos básicos e os equipamentos que constituem a topologia padrão de um
SFCR são discutidos no Capítulo 3. Os procedimentos metodológicos e resultados obtidos são
apresentados no Capítulo 4. No Capítulo 5 é apresentado um estudo de caso com base nos
parâmetros do SFCR em instalação na Escola de Engenharia Elétrica Mecânica e de
Computação. Por fim serão apresentadas as conclusões gerais do trabalho.
Dada a contextualização deste trabalho, ele tem como objetivo geral avaliar o FDI
aplicado a SFCR em Goiânia, Goiás, dentro de possíveis variações nos ângulos de inclinação
e azimutal dos módulos que compõem o gerador fotovoltaico integrado a construções.
23
A luz solar pode ser compreendida pela dualidade onda-partícula, ou seja, como onda
eletromagnética e como partícula (fóton). Desta forma, por se tratar de uma onda
eletromagnética, a energia solar está associada à freqüência e ao comprimento de onda da
radiação, por meio da equação de Planck-Einstein:
E hf (2.1)
cf (2.2)
1
AM (2.3)
cos z
360𝑛
𝐺𝑜𝑛 = 𝐺𝑆𝐶 ∙ 1 + 0,033 ∙ cos (2.4)
365
Sendo GSC a constante solar, que equivale a 1367 W/m², e n o dia do ano contado à
partir do dia 1 de Janeiro. A Figura 2.3 ilustra o comportamento da irradiância extraterrestre
ao longo do ano. A variação da irradiância extraterrestre ao longo do ano independe do
hemisfério em análise e ocorre apenas em função da trajetória elíptica em torno do Sol.
Irradiância difusa (GDIF): potência radiante do céu, recebida em uma unidade de área
em uma superfície horizontal, excluída a irradiância direta.
Albedo (GALB): índice relativo à fração da irradiância solar, recebida em uma unidade
de área, devido à refletância dos arredores e do solo onde está instalado um
dispositivo. Varia de acordo com a refletância de cada superfície específica.
Irradiância Global (GHOR): potência radiante solar, recebida em uma unidade de área
em uma superfície horizontal, sendo igual à soma da irradiância direta no plano
horizontal com a irradiância difusa no plano horizontal.
Irradiância Total (GTOT): potência radiante solar total com as componentes direta,
difusa e de albedo, recebida em uma unidade de área em uma superfície com
inclinação qualquer.
𝐼
𝑘𝑇 = (2.5)
𝐼0
𝐻
𝐾𝑇 = (2.6)
𝐻0
Importantes relações angulares são necessárias para que sejam caracterizados os níveis
de irradiação a que os módulos fotovoltaicos estão submetidos quando fixados em
determinada superfície na Terra. A Figura 2.4 ilustra alguns dos ângulos utilizados no estudo
da geometria solar, os quais são definidos abaixo (DUFFIE e BECKMAN, 2013):
Figura 2.4 Ângulos característicos da radiação solar e das superfícies dos módulos.
Fonte: Solar Engineering of Thermal Processes (DUFFIE e BECKMAN, 2013).
período da manhã e positivo à tarde. Desta forma ω varia de -90° a +90°. O ângulo
horário é calculado pelo Tempo Solar, que é discutido em detalhes na seção 2.4.
Ângulo de incidência (θ): é o ângulo entre a radiação direta do Sol em uma superfície
e a normal à superfície. Os valores de θ são negativos quando os raios solares não
incidem na parte frontal do módulo. A Equação 2.7 estabelece a relação entre o ângulo
de incidência e os demais ângulos característicos.
cos 𝜃 = sin 𝛿 sin 𝜙 cos 𝛽 − sin 𝛿 cos 𝜙 sin 𝛽 cos 𝛾 + cos 𝛿 cos 𝜙 cos 𝛽 cos 𝜔
+ cos 𝛿 sin 𝜙 sin 𝛽 cos 𝛾 cos 𝜔 + cos 𝛿 sin 𝛽 sin 𝛾 sin 𝜔 (2.7)
Ângulo zenital (θz): é o ângulo entre a vertical e a radiação direta do Sol. O zênite
equivale ao ângulo de incidência da radiação direta em uma superfície horizontal,
paralela ao solo. O zênite varia de 0° a 90°. Para calcular o zênite, basta a substituição
de β por 0 na Equação 2.7, gerando a equação abaixo.
Altura solar (αs): é o ângulo entre a horizontal e a radiação direta do Sol, ângulo
complementar ao zênite. A altura solar varia de 0° a 90°.
Declinação solar (δ): ângulo de vértice no centro da Terra, formado pelas semirretas
definidas pela direção do Sol e pelo plano do Equador, com faixa de variação -23,45°
a +23,45° e, por convenção, positivo quando estiver no hemisfério Norte. A
declinação solar δ pode ser encontrada pela equação de Cooper (1969), expressa por
meio da Equação 2.9, sendo n o dia do ano à partir de 1 de Janeiro.
284 +n
δ = 23,45. 360. (2.9)
365
Ângulo horário de pôr-do-Sol (ωs): simétrico ao ângulo horário de nascer do Sol trata-
se do ângulo equivalente ao pôr-do-Sol no Tempo Solar.
O Tempo Solar é o tempo usado nas relações de ângulos solares e é necessária uma
conversão entre o tempo padrão dos relógios convencionais e o Tempo Solar, dada pela
Equação 2.11. A conversão considera duas correções no tempo padrão: uma correção
constante que relaciona a longitude local ao meridiano local, considerando que o Sol demora
4 minutos para percorrer 1° de longitude; e uma correção variável definida pela Equação do
Tempo (Equação 2.12), que considera perturbações na velocidade de rotação da Terra, que
por sua vez influenciam o tempo pelo qual o Sol atravessa o meridiano do observador. O valor
de E é obtido em minutos e se trata da Equação do Tempo. O parâmetro B provê a maior
acurácia na estimativa da irradiância, de acordo com a literatura (DUFFIE e BECKMAN,
2013).
360
𝐵 = 𝑛 − 1 . 365 (2.13)
Por meio deste equacionamento e com o uso da Equação 2.10 é possível, por exemplo,
calcular o horário de nascer e pôr-do-sol em Goiânia ao longo do ano, que se tratam do
horário em que a irradiação solar começa a aumentar e se extingue, respectivamente. A Figura
2.5 ilustra o comportamento do nascer do Sol (linha azul) e do pôr-do-sol (linha vermelha) ao
longo do ano no fuso horário local (GMT -3) e desconsiderando o período de vigência do
horário de verão. A linha verde ilustra o tempo de duração do Sol ao longo do ano, cujo pico
de 13 horas ocorre do dia 18 ao dia 24 de dezembro e o vale de 11 horas ocorre do dia 19 ao
dia 25 de junho. Tais períodos coincidem com os solstícios de verão e de inverno,
respectivamente, no hemisfério Sul.
32
Figura 2.5 Nascer do sol (azul), pôr-do-sol (vermelho) e duração da radiação solar (verde) em
Goiânia no tempo padrão de Brasília (GMT -3) ao longo do ano.
Fonte: Elaboração própria.
360𝑛
𝐺0 = 𝐺𝑠𝑐 1 + 0,033 cos cos 𝜃𝑧 (2.14)
365
12 . 3600 360 𝑛
𝐼0 = 𝐺𝑠𝑐 1 + 0,033 cos . cos 𝜃 cos 𝛿 sin 𝜔2 − sin 𝜔1 +
𝜋 365
𝜋(𝜔2−𝜔1)180sin𝜃sin𝛿
(2.15)
Figura 2.6 Irradiação Extraterrestre no plano horizontal em Wh/m² nos solstícios de verão e
inverno em Goiânia.
Fonte: Elaboração própria.
Figura 2.7 Irradiação Extraterrestre no plano horizontal em Wh/m² nos solstícios de verão e
inverno em Nova Iorque.
Fonte: Elaboração própria.
1 − 0,09𝑘𝑡 𝑝/ 𝑘𝑡 ≤ 0,22
𝐼𝑑
= 0,9511 − 0,1604𝑘𝑡 + 4,388𝑘𝑡2 − 16,638𝑘𝑡3 + 12,336𝑘𝑡4 𝑝/ 0,22 < 𝑘𝑡 ≤ 0,8
𝐼
0,165 𝑝/𝑘𝑡 > 0,8
(2.16)
por I. Para se obter os valores horários da Irradiação direta I b no plano horizontal, basta
utilizar a Equação 2.17.
𝐼𝑏 = 𝐼 − 𝐼𝑑 (2.17)
A variável Rb pode ser definida agora (Equação 2.18), que se trata da relação entre a
Irradiância direta no plano inclinado e a Irradiância direta no plano horizontal. Sendo θ o
ângulo de incidência da radiação direta e θz o ângulo zenital da radiação solar, definidos pelas
Equações 2.7 e 2.8, respectivamente.
𝐺𝑏 ,𝑇 𝐺𝑏 ,𝑛 .cos 𝜃 cos 𝜃
𝑅𝑏 = = = (2.18)
𝐺𝑏 𝐺𝑏 ,𝑛 .cos 𝜃𝑧 cos 𝜃𝑧
1+ cos 𝛽 1−cos 𝛽
𝐼𝑇𝑂𝑇 = 𝐼𝑏 + 𝐼𝑑 𝐴𝑖 𝑅𝑏 + 𝐼𝑑 1 − 𝐴𝑖 + 𝐼𝜌𝑔 (2.19)
2 2
36
2.7 CONCLUSÕES
Figura 3.3 Curvas Corrente x Tensão e Potência x Tensão de uma célula fotovoltaica de
silício 156x156 mm.
Fonte: Manual de Engenharia Fotovoltaica (CRESESB, 2014).
do módulo, VOC a tensão de circuito aberto, FF o fill factor ou fator de ocupação, A a área e G
a Irradiância incidente.
∗
𝐼𝑆𝐶
𝐼𝑆𝐶 𝐺 = . 𝐺𝑒𝑓𝑓 (3.2)
𝐺∗
∗ 𝑑𝐼 𝑆𝐶
𝐼𝑆𝐶 𝑇𝐶 = 𝐼𝑆𝐶 + (𝑇𝐶 − 𝑇𝐶∗ ) ∙ (3.3)
𝑑𝑇 𝐶
∗ 𝑑𝑉 𝑂𝐶
𝑉𝑂𝐶 𝑇𝐶 = 𝑉𝑂𝐶 + 𝑇𝐶 − 𝑇𝐶∗ . (3.4)
𝑑𝑇 𝐶
𝑇𝐶 = 𝑇𝐴 + 𝐶𝑡 . 𝐺𝑒𝑓𝑓 (3.5)
𝑁𝑂𝐶𝑇 °𝐶 − 20
𝐶𝑡 = (3.6)
800𝑊/𝑚²
45
A Figura 3.5 ilustra o comportamento das Curvas I-V e P-V de um módulo de 235 Wp
de p-Si considerando a variação da Irradiância de 200 a 1000 W/m² em escala de 200 W/m²,
onde a temperatura na célula TC é mantida constante em 25 °C.
𝑑𝑃𝑚𝑝 𝑑𝑉𝑚𝑝
= 𝐼𝑚𝑝
𝑑𝑇 𝑑𝑇
𝑑𝑃𝑚𝑝 𝑑𝑉𝑚𝑝
𝐼𝑚𝑝
𝑑𝑇 𝑑𝑇
=
𝑃𝑚𝑝 𝑉𝑚𝑝 𝐼𝑚𝑝
47
𝛾𝑚𝑝 = 𝛽𝑉𝑚𝑝
Nas placas a-Si, valores da ordem de -0,3 %/°C são obtidos ao coeficiente da potência
máxima, devido a um maior aumento na corrente pela temperatura da ordem de +0,1 %/°C
(CRESESB, 2014).
Os Inversores Solares são dispositivos eletrônicos que possuem dupla função nos
SFCR: conversão da potência CC em potência CA e seguimento do P MP do gerador
fotovoltaico, ou SPPM (ZILLES et al., 2012).
De um modo geral os inversores solares para SFCR podem ser classificados em quatro
diferentes configurações do ponto de vista da configuração do sistema: inversor central (a),
inversor string (b), inversor multistring (c) e módulo CA (d) (KJAER et al., 2005;
CRESESB, 2014). As quatro configurações estão ilustradas na Figura 3.7.
Figura 3.7 Classificação de inversores solares para SFCR quanto à configuração do sistema.
Fonte: A Review of Single-Phase Grid-Connected Inverters for Photovoltaic Modules (KJAER et al.,
2005).
48
Figura 3.8 Classificação de inversores solares para SFCR quanto ao número de estágios de
processamento de potência.
Fonte: Inverter Topologies and control structure in photovoltaic applications: A review (NEMA et al.,
2011)
A eficiência de conversão de um inversor solar pode ser calculada pela Equação 3.7. A
eficiência relaciona a energia obtida no lado CA com a energia na entrada CC do inversor.
𝑡
𝐸𝐶𝐴 𝑃 .𝑑𝑡
𝑡 0 𝐶𝐴
𝜂𝑖𝑛𝑣 = = 𝑡 (3.7)
𝐸𝐶𝐶 𝑃
𝑡 0 𝐶𝐶 .𝑑𝑡
Figura 3.9 Curva de eficiência total pela relação Potência de entrada CC / Potência nominal CC
de um inversor solar.
Fonte: Inverter sizing of grid-connected photovoltaic systems in the light of local solar resource distribution
characteristics and temperature (BURGER e RÜTHER, 2006).
Figura 3.10 Curvas de eficiência total de inversores pela potência nominal CC para diferentes
níveis de tensão Vmp.
Fonte: Adaptado de “Estudo de Características Elétricas e Térmicas de Inversores para Sistemas Fotovoltaicos
Conectados à Rede” (RAMPINELLI, 2010).
É possível notar na Figura 3.10 que o inversor Sunny Boy 3800 apresenta eficiência
máxima em 25% da potência nominal, submetido a uma tensão V mp do gerador de 200 V. O
inversor Sunways NT 4000 apresenta eficiência máxima em torno de 60% da potência
nominal e opera em maior eficiência a uma tensão V mp de 400 V. O inversor Fronius IG 40
apresenta eficiência máxima próximo à potência nominal, operando em maior eficiência a
uma tensão Vmp de 280 V. E o inversor Fronius IG 30 apresenta eficiência máxima em torno
de 60% da potência nominal, operando em maior eficiência a uma tensão de 280 V. A
influência da tensão na curva de eficiência de um inversor solar é importante para a
determinação do arranjo do gerador, quanto às conexões série ou paralelo.
𝑃 𝑁 𝑐𝑎 (𝑊)
𝐹𝐷𝐼 = (3.8)
𝑃 𝐹𝑉 (𝑊𝑃 )
Por meio da análise do FDI, é possível se obter uma relação ideal de número de
módulos para determinado inversor, sem prejudicar sua integridade física. Diferentes
metodologias de análise e otimização do FDI podem ser encontradas na literatura. Uma
metodologia comum, utilizada por softwares de mercado como PVsyst® e também
encontrada em Burger e Ruther (2006) encontra a relação PFV / PNca (inverso do FDI) por
meio da aplicação de um limite percentual de perda anual de energia por limitação de
potência no inversor.
A Figura 3.11 apresenta os resultados de Burger e Rüther para a otimização de
PFV/PNca em Florianópolis. O uso de uma base de dados para simulação de médias horárias de
Irradiância e Temperatura (primeiro gráfico) resultou em relações P FV / PNca diferentes das
obtidas para simulação em médias por minuto (segundo gráfico).
54
Figura 3.11 Relação ótima entre potência nominal CC do gerador e potência nominal CA
calculada para 0,5% de perdas por limitação de potência para Florianópolis.
Fonte: Inverter sizing of grid-connected photovoltaic systems in the light of local solar resource distribution
characteristics and temperature (BURGER e RÜTHER, 2006).
O FDI pode ser analisado também pelo monitoramento das grandezas elétricas de
geração de um SFCR em operação como em (MACÊDO, 2006; DIAS, 2006) e do ponto de
vista das grandezas elétricas e térmicas do inversor como em (RAMPINELLI, 2010). A
Figura 3.13 apresenta o comportamento de um inversor solar em processos de limitação de
potência por sobrecarga e por sobreaquecimento, submetido a diferentes FDIs.
56
Figura 3.13 Comportamento elétrico e térmico de um inversor de conexão à rede para diferentes
FDIs.
Fonte: Estudo de Características Elétricas e Térmicas de Inversores para Sistemas Fotovoltaicos Conectados à
Rede (RAMPINELLI, 2010).
3.4 CONCLUSÕES
Como foi discutido anteriormente, a análise do FDI deve buscar maior produtividade
com menores custos. Resultados diferentes de análises são obtidos de acordo com a qualidade
dos dados de simulações, portanto é essencial o conhecimento de diferentes bases de dados
para análises mais confiáveis de sistemas fotovoltaicos. Neste capítulo será apresentada a
análise dos dados de medição da radiação solar, a metodologia proposta de análise do FDI
com dados climáticos locais, bem como os resultados obtidos da mesma.
A ferramenta utilizada neste estudo foi o software MS Excel 2010. Foi adotada esta
ferramenta devido à familiaridade com o software, à fácil verificação de cada etapa do
algoritmo e devido à adoção de uma análise que não envolve modelagem dinâmica.
É utilizado neste estudo um algoritmo para simulação de SFCR no contexto da análise
do FDI para diferentes inclinações e orientações do gerador fotovoltaico, uma vez que
sistemas integrados a construções nem sempre possibilitam uma orientação ideal do ponto de
vista de inclinação e orientação dos painéis para geração solar fotovoltaica. O algoritmo
utilizou uma base de dados de doze anos de medições locais de Irradiação global no plano
horizontal e temperatura ambiente em Goiânia, referentes ao período de 2002 a 2013. A base
de dados foi provida pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que possui estação solarimétrica instalada na
cidade de Goiânia. Dessa forma, os dados utilizados não são obtidos por interpolação de
estações existentes ou de satélites, mas de dados locais.
O algoritmo utilizado pode ser compreendido por meio da Figura 4.1, que apresenta o
fluxograma de etapas para a análise do FDI por meio de modelagem matemática dos
principais componentes. O FDI foi analisado pela perspectiva do limite de perdas anuais por
limitação de potência, e outros indicadores.
Um primeiro modelo é utilizado para determinação de valores horários de I TOT no
plano inclinado à partir da latitude, longitude, ângulo de inclinação em relação ao plano
horizontal, ângulo azimutal da superfície e Irradiação global no plano horizontal.
Um segundo modelo é utilizado para determinação dos parâmetros elétricos de saída
horários de um gerador fotovoltaico p-Si, considerando como entrada ITOT obtida pelo modelo
1 e temperatura ambiente.
59
Figura 4.1 Fluxograma de análise do FDI com uso da base de dados locais.
Figura 4.2 Comparação mensal da Irradiação solar média diária por diferentes bases de dados.
Fonte: Elaboração própria.
Analisando agora apenas a base de dados das medições do INMET, Figura 4.3, pode-
se constatar novamente grandes variações mensais. Essa variação se torna menor em termos
anuais, quando uma média de 5,08 kWh/m².dia alcançou um máximo 5,28 kWh/m².dia em
2003 e um mínimo de 4,91 kWh/m².dia em 2009.
Figura 4.3 Comparação mensal da Irradiação solar média diária mínima, média e máxima do
INMET.
Fonte: Elaboração própria.
61
Figura 4.4 Curvas de percentual de disponibilidade da Irradiação para cada faixa de Irradiância
determinadas por medições (primeira) e distribuição sintética (segunda) no Brasil.
Fonte: Palestra Ricardo Ruther ISSE (RÜTHER, 2015).
A Figura 4.5 ilustra a comparação entre a média dos dados de medições de doze anos
do INMET para Goiânia e da base de dados da NASA para a mesma localidade obtida por
62
meio do software PVsyst. Diferenças da ordem de 1,5% foram obtidas em algumas faixas. A
diferença mais significativa se encontra nas faixas de maior Irradiância, indo de 900 a 1250
W/m², onde as estimativas da distribuição sintética da NASA são mais elevadas que as
medições reais.
10%
Irradiação INMET(%)
8%
6%
4%
2%
0%
450
500
900
100
150
200
250
300
350
400
550
600
650
700
750
800
850
950
1300
1000
1050
1100
1150
1200
1250
50
10%
Irradiação NASA(%)
8%
6%
4%
2%
0%
10…
10…
11…
11…
12…
12…
13…
50
200
350
500
650
800
950
100
150
250
300
400
450
550
600
700
750
850
900
2,0%
Diferença INMET-NASA(%)
1,0%
0,0%
-1,0%
-2,0%
150
700
100
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
750
800
850
900
950
50
1250
1000
1050
1100
1150
1200
1300
Irradiância (W/m²)
Figura 4.5 Curvas de percentual de disponibilidade da Irradiação para cada faixa de Irradiância
para base de dados do INMET (primeira) e distribuição sintética da base de dados da NASA
(segunda) para Goiânia.
Fonte: Elaboração própria.
63
Figura 4.6 Irradiação global horizontal, direta e difusa para o dia 21 de Dezembro de 2002.
Fonte: Elaboração própria.
64
A Tabela 4.1 apresenta os valores anuais de Irradiação global, direta e difusa no plano
horizontal obtidos para cada ano para a base de dados do INMET por meio da correlação de
Erbs et al. A Tabela 4.1 apresenta ainda os picos de Irradiação horária em Wh/m² das
medições em cada ano.
Tabela 4.1 Irradiações global, direta e difusa anuais no plano horizontal e picos de irradiação
global horizontal horária de Goiânia para diferentes períodos.
Fonte: Elaboração própria.
IHOR anual IDIR anual IDIF anual
Pico IHOR(Wh/m²)
Período (kWh/m²) (kWh/m²) (kWh/m²)
2002 1919,70 1120,28 1127,62 792,09
2003 1926,09 1119,17 1129,10 796,99
2004 1823,59 1133,06 1016,56 807,03
2005 1878,73 1162,22 1047,40 831,33
2006 1797,61 1122,97 956,97 840,64
2007 1901,08 1109,04 1089,64 811,44
2008 1803,76 1084,43 960,81 842,95
2009 1795,09 1135,89 964,05 831,04
2010 1890,58 1158,24 1078,23 812,35
2011 1837,25 1118,68 1024,96 812,29
2012 1884,35 1122,41 1072,65 811,69
2013 1792,97 1162,76 961,44 831,53
Média 2002-2013 1854,23 1129,09 1035,79 818,45
A Irradiação ITOT foi determinada pelo Modelo Hay-Davies, dado pela Equação 2.19.
A Figura 4.7 apresenta os gráficos de Irradiação incidente no plano inclinado 20° em relação
ao plano horizontal com ângulos azimutais -90°, 0° e +90°, para um dia de verão com céu
limpo. É possível notar como a Irradiação se desloca para o sol da manhã quando γ s é igual a
-90° e se desloca para o sol da tarde quando γs é igual a 90°.
65
Figura 4.7 Irradiação total no plano inclinado de 20° para diferentes orientações, para um dia de
verão com céu limpo.
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 4.2 Fatores de transposição da irradiação global horizontal em planos com diferentes
inclinações e ângulos azimutais.
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 4.3 Dados de placa do módulo fotovoltaico e do inversor solar utilizados nas simulações.
Fonte: Elaboração própria.
Eltek THEIA 2.9 HE-t Eltek THEIA 4.4 HE-t
Sun Earth p-Si 235Wp
UL UL
Vmp(STC) 30 V PnomCA 2900 W PnomCA 4450 W
Imp(STC) 7,83 A VMPPT 230 - 500 V VMPPT 230 - 500 V
γmp (-)0,42%/°C Imax(CC) 13,5 A Imax(CC) 21 A
𝐼𝑚𝑝 (𝑆𝑇𝐶 )
𝐼𝑚𝑝 = . 𝐼𝑇𝑂𝑇 (4.6)
1000
0 𝐻 𝑡,𝛽
𝑃𝑀𝑃 = 𝑃𝐹𝑉 1 − 𝛾𝑚𝑝 (𝑇𝐶 − 𝑇𝐶,𝑟𝑒𝑓 ) 𝜂𝑆𝑃𝑀𝑃 (4.8)
𝐻 𝑟𝑒𝑓
As Equações 4.5, 4.6 e 4.7 permitem obter as curvas tensão, corrente e potência de
saída do gerador ao longo do período de medições. A Figura 4.8 apresenta, por exemplo, a
curva tensão, corrente e potência de um módulo 235 Wp inclinado 20° em relação ao plano
horizontal e orientado exatamente para o norte geográfico, durante um dia típico de verão.
68
Figura 4.8 Curvas Tensão, Corrente e Potência do módulo 235Wp ao longo de um dia de verão.
Fonte: Elaboração própria.
𝜌.𝑙
𝑅= (4.9)
𝐴
𝑃𝑝𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 = 𝑅. 𝐼 2 (4.10)
𝑚𝑎𝑥 𝑚𝑎𝑥
𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 𝑃𝑖𝑛𝑣 … … … 𝑠𝑒 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 ≥ 𝑃𝑖𝑛𝑣
0
𝑃𝑆𝑎í𝑑𝑎 = 0 … … … 𝑠𝑒𝑃𝐹𝑉 ≤ 𝑘0 𝑃𝑖𝑛𝑣 (4.12)
0 0 𝑚𝑎𝑥
𝑃𝑆𝑎í𝑑𝑎 = 𝑝𝑆𝑎í𝑑𝑎 𝑃𝑖𝑛𝑣 … … … 𝑠𝑒𝑘0 𝑃𝑖𝑛𝑣 < 𝑃𝑆𝑎í𝑑𝑎 < 𝑃𝑖𝑛𝑣
O parâmetro PSaída por sua vez é obtido pela solução da Equação 4.13, sendo os
parâmetros k1, k2 e k3 determinados pelas Equações 4.14 a 4.16, sendo ηinv1 a eficiência do
inversor a 100% da potência nominal, ηinv0,5 a eficiência a 50% da potência nominal e ηinv0,1 a
eficiência a 10% da potência nominal.
70
2
𝑘0 − 𝑝𝐹𝑉 + 1 + 𝑘1 𝑝𝑠𝑎í𝑑𝑎 + 𝑘2 𝑝𝑠𝑎í𝑑𝑎 =0 (4.13)
1 1 1 1 5 1
𝑘0 = − + (4.14)
9 𝜂 𝑖𝑛𝑣 1 4 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,5 36 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,1
4 1 33 1 5 1
𝑘1 = − + − − 1 (4.15)
3 𝜂 𝑖𝑛𝑣 1 12 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,5 12 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,1
20 1 5 1 5 1
𝑘2 = − + (4.16)
9 𝜂 𝑖𝑛𝑣 1 2 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,5 18 𝜂 𝑖𝑛𝑣 0,1
Figura 4.9 Curva de eficiência dos inversores da linha Eltek THEIA 2.0 a 4.4HE-t UL.
Fonte: Datasheet Eltek THEIA (ELTEK, 2015).
71
Figura 4.10 Curvas de FDI em função do ângulo azimutal de superfície para diferentes ângulos
de inclinação do gerador para o inversor solar Eltek THEIA 4.4 HE-t UL.
Fonte: Elaboração própria.
medições. Entretanto as perdas percentuais anuais resultaram em valores diferentes dos totais,
como mostra a Tabela 4.4.
Figura 4.11 Curvas de PFV/PINV em função do ângulo azimutal de superfície para diferentes
ângulos de inclinação do gerador para o inversor solar Eltek THEIA 4.4 HE-t UL.
Fonte: Elaboração própria.
Tabela 4.4 Perdas percentuais por limitação de potência em diferentes períodos para 20° de
inclinação e 0° de ângulo azimutal dos módulos.
Fonte: Elaboração própria.
Perda por limitação de potência
Período
(%)
Média 2002 - 2013 0,47
2002 0,62
2003 0,85
2004 0,71
2005 0,46
2006 0,28
2007 0,37
2008 0,26
2009 0,37
2010 0,41
2011 0,44
2012 0,45
2013 0,33
73
Na Tabela 4.4 são exibidos os valores estimados de perdas por limitação de potência
anuais e total para o posicionamento do gerador a 20° de inclinação e orientação de 0°. Este
resultado é importante, pois reforça a necessidade de se possuir uma base de dados com um
período longo de observação para a análise de dimensionamento de um SFCR. Isso porque
enquanto em um período foi estimado um percentual de perdas de 0,26% por limitação de
potência, em outro período obteve-se um percentual de 0,85% dois anos antes.
Outro ponto observado se refere aos picos de perda de geração por limitação de
potência. Eles ocorreram nos dias em que foram registradas as maiores perdas no inversor no
processo de limitação de potência. A Figura 4.12 apresenta o dia crítico para a inclinação de
20° e orientação sentido norte geográfico (posicionamento ótimo de geração anual), trata-se
do dia 12 de março de 2004. No período entre 12 e 13 horas, estimou-se que
aproximadamente 19,7% da potência de entrada CC seria perdida por limitação de potência
no inversor, o que equivaleria a 908 Wh no período de uma hora. É possível observar na
Figura 4.12 também os níveis de potência CC de entrada do inversor caso o FDI fosse
unitário, ou seja, potência do gerador igual à potência do inversor solar. Mesmo no horário de
pico de Irradiação relativo ao período de 12 anos, a potência CC de entrada não alcançaria a
máxima potência de processamento do inversor solar, o que também justifica a vantagem de
envolver o FDI na etapa de dimensionamento.
Figura 4.12 Pico de perda de geração por limitação de potência para o posicionamento de 20° de
inclinação e 0° ângulo azimutal.
Fonte: Elaboração própria.
74
𝑡2
𝑃
𝑡1 𝑆𝑎 í𝑑𝑎
𝑑𝑡
𝑌𝐹 = 0 (4.17)
𝑃𝐹𝑉
A Figura 4.13 apresenta uma análise dessa variável para o inversor Eltek THEIA 4.4
HE-t UL a) a geração anual média de energia em kWh/ano quando o FDI é unitário, b) a
geração anual média de energia em kWh/ano quando o FDI é ideal, c) a produtividade do
sistema em kWh/kWp.ano quando o FDI é unitário e d) a produtividade do sistema em
kWh/kWp.ano quando o FDI é ideal. Quanto mais distante do ponto ideal de posicionamento,
neste caso β = 16,7° e γs = 0°, maior é o potencial ganho energético anual do sistema pelo
ajuste do FDI. Foram consideradas para as estimativas de geração perdas de 5% na captação
da Irradiação na superfície dos módulos por acúmulo de poeira para se estimar melhor o uso
da energia solar, tal qual ocorreria em um sistema prático. Este fator não foi considerado para
análise do dimensionamento por que o dimensionamento deve atender tanto a uma condição
de painéis submetidos à sujeira como painéis submetidos à manutenção preventiva constante.
Foram consideradas também 2% de perdas por degradação dos módulos pela luz ou Light
Induced Degradation (LID) e 1% de perdas por possível descasamento dos parâmetros reais
dos módulos ou efeitos de sombreamento parcial. Estes fatores podem ser calculados de
75
outras formas, mas esta seria uma estimativa simples e padrão que pode ser adotada em
softwares existentes como PVsyst.
Figura 4.13 Geração média anual para o inversor 4.4 quando a) FDI unitário e b) FDI
ideal e produtividade YF do sistema quando c) FDI unitário e d) FDI ideal.
Fonte: Elaboração própria.
potência e total no inversor em função do FDI no caso β = 20° e γ s = 0°. Uma perda mínima
de 3,7% foi registrada para um FDI próximo de 1,1.
𝑌𝐹
𝑃𝑅 = 𝑡2 (4.18)
𝑡1 𝐻 𝑡,𝛽 𝑑𝑡
𝐻 𝑟𝑒𝑓
Um exemplo desta análise pode ser encontrado em AYOMPE et. al (2011), que
apresenta a PR sazonal medida de um sistema fotovoltaico de 1,72 kWp na Irlanda. Durante o
inverno, no qual temperaturas mais baixas são registradas, foram obtidas PRs da ordem de
85%, enquanto que no verão ela atinge valores próximos a 79%. Isto evidencia as perdas por
temperatura no gerador, que são a principal causa de decréscimo da PR, principalmente de
sistemas fotovoltaicos que utilizam a tecnologia de silício cristalino, dado que o seu
coeficiente de temperatura é elevado. A Performance Ratio se manteve praticamente
77
constante com variações na inclinação e ângulo azimutal na faixa de 79% a 82%, sendo um
pouco maior para orientações a Leste, que beneficiam o Sol matutino, quando temperaturas
mais baixas são registradas. Uma vez que depende da produtividade, a PR também esteve
praticamente constante em função do FDI.
O Fator de Capacidade, dado pela Equação 4.19, relaciona a produção real ou
estimada de energia de um sistema de geração em um intervalo de tempo (t2 – t1) com a
energia que seria gerada na potência nominal durante o mesmo intervalo de tempo. Sendo PG0
a potência nominal do gerador a STC, igual a PFV.
𝑡2
𝑃
𝑡1 𝑆𝑎 í𝑑𝑎
𝑑𝑡
𝐹𝐶 = (4.19)
𝑃𝐺0 (𝑡 2 −𝑡 1 )
Figura 4.15 Fator de Capacidade do SFCR simulado na condição de FDI ideal em a) relacionado
à potência CC do gerador e b) relacionado à potência CA do inversor.
Fonte: Elaboração própria.
79
Uma vez que o FDI deve convergir à melhor relação custo-benefício do ponto de
vista de investimento, torna-se necessário analisar o impacto da análise do FDI dos SFCR
integrados a construções do ponto de vista financeiro. As variáveis financeiras analisadas aqui
serão: o Valor Presente Líquido (VPL), Taxa Interna de Retorno (TIR) e custo da energia
produzida.
A Tabela 4.6 apresenta o custo de sistemas de microgeração solar fotovoltaica com
base em orçamentos de mercado em Novembro de 2015, considerando o mesmo fabricante
dos componentes para diferentes tamanhos de sistemas. Foi considerada uma taxa de 15% do
Investimento Inicial (II) para os custos administrativos e de instalação do SFCR. Foi
considerada também uma conversão de 1 US$ = 3,8 R$, câmbio do dólar referente ao mesmo
período do orçamento. Os acessórios se tratam de estruturas de fixação, cabeamento e quadro
de proteção CC. A soma dos custos resulta no valor do II total do SFCR em análise.
Custos (US$/kWp)
Pot. do Sistema 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 6,0
Gerador 864,81 864,81 864,81 864,81 864,81 864,81 864,81 864,81 864,81
Inversor 912,46 737,89 639,37 471,84 452,78 408,68 397,89 389,26 372,72
Acessórios 369,30 362,50 254,00 225,88 236,47 219,01 194,68 175,21 175,79
Administração 321,98 294,78 263,73 234,38 233,11 223,88 218,61 214,39 212,00
Figura 4.16 Curva de garantia de eficiência do módulo Yingli PANDA 60 células Série 2.
Fonte: Datasheet Yingli PANDA 60 células Série 2 (YINGLI SOLAR, 2015)
Uma vez que o valor final se relaciona com o valor inicial em um sistema submetido
a juros compostos pela Equação 4.20, a taxa anual de reajuste da energia pode ser encontrada
81
pela Equação 4.21, pela qual é possível concluir que em 11 anos o aumento foi de 5,25% aa.
Foi considerado este reajuste anual para a análise financeira deste estudo.
𝑛 𝑉𝐹
𝑖= (4.21)
𝑉𝐼
Figura 4.17 Fluxo de Caixa do SFCR de 4,5 kWp simulado na condição de FDI unitário.
Fonte: Elaboração própria.
82
𝑛
𝑉𝑃𝐿 = 0 𝑉𝐹𝑛 (1 + 𝑖)−𝑛 (4.22)
O custo da energia produzida pode ser obtido pela Equação 4.23 (MACÊDO, 2006).
Por outro lado, há outro equacionamento fornecido pelo CRESESB e é apresentado na
Equação 4.24, na qual CAPEX corresponde ao custo de investimento do sistema fotovoltaico,
VP(OPEX) ao valor presente de custos de OM ao longo da vida útil da instalação e VP(EP) o
valor presente da energia produzida ao longo da vida útil da instalação. Vale ressaltar que em
ambas as referências é evidenciada a relação entre o FC e o custo da energia produzida. Os
mesmos parâmetros foram utilizados para o VPL, a TIR e o custo da energia produzida pelo
SFCR simulado.
𝑟(1+𝑟)𝑛 𝐼𝐼
𝐶= + 𝑂𝑀 (4.23)
(1+𝑟)𝑛 −1 87,6𝐹𝐶
83
Figura 4.20 Custo da energia produzida em US$/kWh nas condições de FDI unitário e FDI ideal.
Fonte: Elaboração própria.
86
Tabela 4.7 Custo Marginal da Expansão para diferentes fontes de energia em 2014 e 2015.
Fonte: Custo Marginal da Expansão CME 2014 e CME 2015 (EPE, 2014; EPE, 2015).
CME 2014 CME 2015
Fonte de Energia
(R$/MWh) (R$/MWh)
Hidrelétrica 128,4 134,7
PCH 150,1 161,2
Eólica 128,3 138,2
Biomassa 134,9 164,4
Gás Natural 146,2 190,5
Solar 300,0 220,6
4.9 CONCLUSÕES
apenas influencia na área útil do telhado para a instalação do SFCR. A análise do impacto
desse sombreamento pode ser abordada em um eventual trabalho futuro.
A análise do FDI foi aplicada aos inversores para as duas configurações possíveis (γ
= 15° e γ = -165°), o que permite obter o número de módulos que cada inversor permite
operar em segurança com geração de energia aprimorada para o projeto descrito. Os
parâmetros do inversor são apresentados na Tabela 2. A análise permite definir também a
otimização do arranjo de módulos para cada inversor, caso o gerador seja instalado na face
norte ou sul, considerando também aspectos relacionados à tensão e corrente de entrada CC.
Os resultados dessa análise são apresentados na Tabela 5.1.
92
Figura 5.3 Diagrama multifilar do subsistema Eltek THEIA 2.9 HE-t UL.
Fonte: Elaboração própria.
93
Figura 5.4 Diagrama multifilar do subsistema Eltek THEIA 4.4 HE-t UL.
Fonte: Elaboração própria.
Uma vez que fica submetido ao tempo e a intempéries, o cabeamento CC deve ser
específico para aplicações de energia solar fotovoltaica, resistente também à radiação
ultravioleta. O dimensionamento de condutores deve atender aos critérios de capacidade de
condução de corrente e de queda de tensão admissível (ABNT, 2004). Pelo critério de
capacidade de condução de corrente, os condutores devem satisfazer à Equação 5.5, sendo
Iprojeto a corrente considerada de projeto, Icircuito a corrente calculada do circuito, IZ a
capacidade de condução de corrente do condutor, FCT o fator de correção por temperatura e
FCNC o fator de correção por número de circuitos. Deve ser considerado no critério de
capacidade de corrente o método de instalação.
Pelo critério de queda de tensão admissível, os condutores devem satisfazer à
Equação 5.6, sendo ρ a resistividade do cobre, d o comprimento do circuito de corrente
contínua, I a corrente máxima que passa pelo condutor e ΔV a queda de tensão em V tolerada
no cabeamento.
𝐼
𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜
𝐼𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 = (𝐹𝐶𝑇𝑥𝐹𝐶𝑁𝐶 < 𝐼𝑍 (5.5)
)
𝜌 .𝑑 .𝐼
𝑆 𝑚𝑚2 = (5.6)
ΔV
94
𝐼𝐵 < 𝐼𝑁 ≤ 𝐼𝑍 (5.7)
95
O inversor deve permanecer conectado à rede quando a tensão da rede está nos
limites dispostos na Tabela 5.3 (CELG, 2014), caso contrário o SFCR deve interromper o
fornecimento de energia à rede. Este requisito se faz necessário para sistemas monofásicos,
bifásicos ou trifásicos. Além disso, é recomendável que o valor de queda de tensão verificado
entre o ponto de instalação do sistema de GD e o padrão de entrada da unidade consumidora
não exceda 3%.
96
Quando o SFCR está injetando potência ativa superior a 20% da potência nominal
do gerador ele deve ser capaz de operar dentro das seguintes faixas de fator de potência (FP)
(CELG, 2014). O sistema deve atingir estes limites em até 10 segundos.
Sistemas com potência nominal menor ou igual a 3 kW: FP igual a 1 com tolerância
de trabalhar na faixa de 0,98 indutivo até 0,98 capacitivo;
Sistemas com potência nominal maior que 6 kW: FP ajustável de 0,9 indutivo até 0,9
capacitivo.
6 CONCLUSÕES
Uma faixa de FDI variando de 0,54 a 0,77 foi obtida considerando variações de
inclinação de 0 a 90° e de ângulo azimutal de -90 a +90°. Este ajuste de potência relativa
gerador-inversor resultou em possível ganho da ordem de 10% nos indicadores financeiros
analisados (VPL, TIR e custo da energia produzida). A análise financeira demonstra ainda
que os SFCR já apresentam potencial competitivo do ponto de vista de investimento, por
ofertarem boas taxas de retorno aliadas ao baixo risco do investimento em SFCR.
Sugestões de trabalhos futuros:
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR 5410 Instalações elétricas de baixa tensão. ABNT, Rio de Janeiro, p.
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