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Vida Espiritual (Sergio Kunio Kawanami) GECPA - Grupo Espiritualista Caboclo Pena Azul (Apostila 1) PDF
Vida Espiritual (Sergio Kunio Kawanami) GECPA - Grupo Espiritualista Caboclo Pena Azul (Apostila 1) PDF
Conteúdo
Conteúdo ....................................................................................................................................... 2
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 3
PRÉ-ESTUDO .................................................................................................................................. 4
O ESPÍRITO..................................................................................................................................... 5
CORPOS ESPIRITUAIS..................................................................................................................... 7
Corpo Físico ............................................................................................................................... 8
Duplo Etérico ............................................................................................................................. 8
Corpo Astral............................................................................................................................... 8
Mental Inferior .......................................................................................................................... 9
Mental Superior ...................................................................................................................... 10
Búdico...................................................................................................................................... 10
Átmico ..................................................................................................................................... 10
Aura ......................................................................................................................................... 11
Diagrama ................................................................................................................................. 14
MUNDO ESPIRITUAL .................................................................................................................... 15
Umbral..................................................................................................................................... 16
Prostíbulos, Prisões ................................................................................................................. 17
Abismal .................................................................................................................................... 17
Postos de Socorro ................................................................................................................... 18
Colônias Espirituais ................................................................................................................. 18
A VIDA ESPIRITUAL ...................................................................................................................... 34
BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................................. 37
CONCLUSÃO ................................................................................................................................ 38
INTRODUÇÃO
Grupo Espiritualista Caboclo Pena Azul, ou simplesmente GECPA.
Somente no nome de nosso grupo pode-se colocar em pauta vários itens em discussão.
Primeiro, um Grupo, uma reunião de pessoas com o mesmo objetivo. Esse é o significado de
Grupo.
Caboclo, a mistura das raças que ocorreu no solo brasileiro. O sangue indígena misturado ao
sangue branco. Retornamos instantaneamente ao nosso passado colonial, com influencia
africana, européia e indígena, além dos orientais (turcos, japoneses, chineses, indus, ciganos,
entre outros).
Pena, a beleza das aves, um toque de Deus nos animais. Poderia ser ainda “pena” no sentido
de sentir pena, compaixão, piedade.
Nosso nome representa isso tudo. A união das etnias, do toque divino, da tranqüilidade do
azul com a força do caboclo.
Infelizmente poucos um dia pensaram nisso. Assim como poucos pensaram em como é a Vida
Espiritual, como existe a influência energética, como funciona a mediunidade. Todos esses
fatores fazem parte de algo maior: a Umbanda. Mas afinal, como entender o todo, se sequer
conseguimos entender suas partes?
Por esse motivo, apresento-lhes uma série de quatro apostilas, sendo essa a primeira, em que
trataremos a Vida Espiritual, Energia (com uma visão física), Mediunidade e, por último,
Umbanda.
Espero que apreciem essa coletânea, pois somente com conhecimento levaremos a luz às
trevas.
Um grande abraço!
PRÉ-ESTUDO
Não é possível falar sobre a vida espiritual sem sequer falar do espírito.
Por esse motivo e para facilitar a compreensão, essa apostila está dividida nos seguintes
capítulos:
1) O Espírito
2) Corpos Espirituais
3) Mundo Espiritual
3.1) Umbral
3.2) Abismal
3.3) Colônias Espirituais
3.4) Postos de Socorro
3.5) Prostíbulos
4) A Vida Espiritual
Essa apostila deve ser utilizada no decorrer do Curso para Médiuns do GECPA.
O custo do curso será apenas o valor da impressão do material. Caso você tenha feito
download dessa apostila em nosso site, imprima-o e leve ao GECPA para acompanhar as
palestras.
O ESPÍRITO
Somos energia. Eisten já concluiu que E = m . c², ou seja, Energia é igual ao produto da massa
de um corpo pelo quadrado da velocidade da luz.
Claro que somente podemos ver o nosso corpo material, ou seja, a matéria.
E o espírito?
A palavra espírito tem sua raiz etimológica do Latim "spiritus", significando "respiração" ou
"sopro", mas também pode estar se referindo a "alma", "coragem", "vigor" e finalmente, fazer
referência a sua raiz no idioma PIE *(s)peis- (“soprar”). Na Vulgata, a palavra em Latim é
traduzida a partir do grego "pneuma" (πνευμα), (em Hebreu “ruah”), e está em oposição ao
termo anima, traduzido por "psykhē".
A distinção entre a alma e o espírito somente ocorreu com a atual terminologia Judeo-Cristão
(ex. Grego. "psykhe" vs. "pneuma", Latim "anima" vs. "spiritus", Hebreu "ruach" vs.
"neshama", "nephesh" ou ainda "neshama" da raíz "NSHM", respiração.)
A palavra espírito costuma ser usada em dois contextos, um metafísico e outro metafórico.
Espírito é definido pelo conjunto total das faculdades intelectuais. Ele é freqüentemente
considerado como um princípio ou essência da vida incorpórea (religião e tradição
espiritualista da filosofia), mas pode também concebida como um princípio material (conjunto
de leis da física que geram nosso sistema nervoso).
Na Antiguidade, o sopro e o que ele portava (o som, a voz, a palavra, o nome) continha a vida,
seja em protótipo, em essência ou em potência (mítica). No tronco judaico-cristão das religiões
diz-se que Deus soprou o barro para gerar o homem.
Em diferentes culturas, o espírito vivifica o ser no mundo. O espírito também permitiria ao ser
perceber o elo entre o corpo e a alma. Entretanto, muitas vezes espírito é identificado com
alma e vice-versa, sendo utilizados de forma equivalente para expressar a mesma coisa.
Segundo a teoria dualista de Descartes, o corpo e o espírito são duas substâncias imiscíveis,
cada qual com uma natureza diferente: o espírito pertenceria ao mundo da racionalidade (res
cogitans), enquanto o corpo às coisas do mundo com extensão (res extensa), i.e., ao mundo
das coisas mensuráveis. Descartes acreditava que a função da glândula pineal seria unir a
alma/espírito ao corpo. Sua visão do ser humano era mecanicista. O corpo era tratado como
uma máquina de grande complexidade. Pensava em partes separadas, no que ligaria o que
com o que, qual seria a função de cada parte, em suas relações etc.
Para algumas tradições religiosas, a morte separa o espírito do corpo físico, e a partir daí, o
espírito passa a ser somente da esfera espiritual. Para estas, a morte parece não encerrar a
existência de cada ser particular.
Na Bíblia, a expressão "espíritos" também se refere aos anjos que se rebelaram contra Deus.
Na tradição judaico cristã, são também chamados de "anjos decaidos", "espíritos impuros" ou
"demónios". Eles subordinaram-se à liderança de um anjo rebelde que foi proeminente na
hierarquia angélica, comummente denominado por Satanás e Diabo.
Segundo a bíblia, embora impedidos de se materializar, estes "anjos decaidos" teriam grande
poder e influência sobre a mente e o modo de viver dos humanos. Teriam capacidade de se
incorporar em humanos e em animais e possuí-los (possessão espírita, não delirio de
possessão), e também usam coisas inanimadas (assombração), tais como casas ou objectos.
Para designar um espírito específico, os espíritas utilizam a inicial em maiúsculo, como por
exemplo: "O Espírito Emmanuel".
Para nós, umbandistas, gosto de utilizar o conceito do espírito desenvolvido pelos espíritas,
que resume bem o que é o espírito. Ainda assim, vamos falar mais adiante sobre o perispírito e
demais composições do espírito, pois entendemos que o espírito tem partes diversas, assim
como nosso corpo tem tecidos, órgãos e sistemas diferentes que o compõe.
CORPOS ESPIRITUAIS
Aos estudiosos de plantão, caso estudem O Livro dos Espíritos (Allan Kardec), encontrarão a
informação de que o espírito é o conjunto de espírito (sem forma) + perispírito (com forma e o
que viabiliza a ação do espírito na matéria).
Caso estudem filosofias orientais, encontrarão a informação de outros corpos espirituais, quais
sejam: Corpo físico, duplo etérico, corpo astral, corpo mental inferior, corpo mental superior,
corpo átmico e corpo búdico.
Qual teoria está correta? Sinceramente, não posso afirmar. Porém, posso afirmar que tenho
afinidade pela segunda. Vamos à ela:
Corpo Característica
Físico Formado por átomos (que agrupados
viram células, que agrupadas viram
Mutáveis com as reencarnações
prescinde a razão
Búdico Ligado à intuição. Conhecimento íntimo
Átmico Plano divino, centelha divina. Realização
plena do ser. Nirvana
Poderia dizer, sem medo de cometer algum erro que, na visão espírita, o perispírito seria
constituído pelo corpo astral, ou ainda, de maneira mais ampla em algumas literaturas, pelo
conjunto Mutável com a reencarnação. Vale lembrar que, segundo Kardec, o corpo vital é
sinônimo de Duplo Etérico e Corpo Astral, sinônimo de perispírito.
Corpo Físico
Veículo físico, composto por átomos, moléculas, células, tecidos, órgãos.
Duplo Etérico
O Duplo etérico é o corpo que liga o corpo físico ao perispírito ou corpo astral. É nele que se
situam os Chackras (vórtices energéticos). É nele também que é produzido o fluído vital
(segundo Kardec) ou o ectoplasma. As energias vitais (ou ectoplasma) são transferidas para o
corpo material através dos Chackras (via rebaixamento vibratório) ou para o períspírito (corpo
astral), via aceleração vibratória. Os Chackras são interligados por meridianos, ou Nadis (para
os indus).
Principais Funções:
Observações importantes:
Corpo Astral
O Corpo Astral é o lugar de nossos sentimentos e desejos.
No corpo astral temos chackras simétricos, ou seja, exatamente como no Duplo Etérico
(cópias).
Existe uma matéria ainda mais tênue do que a etérica: é a matéria astral.
No corpo humano, existe matéria astral, constituindo o chamado corpo astral, que se molda
exatamente ao corpo físico denso e ao duplo etérico, ultrapassando-o ligeiramente.
O corpo astral tem em sua constituição as sete espécies de matéria astral. É o veículo de seus
desejos, emoções e paixões, das mais baixas às mais elevadas, segundo seja o nível de sua
natureza psicoanímica. Geralmente visível aos clarividentes, é brilhante, mas sua forma e suas
cores são variáveis nas pessoas comuns, cujos sentimentos e desejos estão constantemente
mudando, ao influxo de influências externas.
Todavia, nas pessoas espiritualmente adiantadas, sua forma é mais estável, ordenada e áurica,
e sua cor perolizada se assemelha à luz da lua se projetando sobre as águas e é suscetível de
ser modificada tão somente por impulsos e vibrações projetadas do interior do indivíduo.
Neste caso, é um veículo de consciência, que pode ser usado e movimentados no plano astral
circundante, durante a noite ou dia enquanto o corpo físico dorme. Sua qualidade e
sensibilidade superiores se acentuam e se desenvolvem à proporção que o indivíduo se torna
menos egoísta e mais altruísta, atento aos sofrimentos de outros e ao auxílio que lhes é
devido. Torna-se então, o corpo astral, um canal pelo qual podem fluir o mais puro e intenso
amor e as mais elevadas emoções, que caracterizam as almas mais adiantadas.
Pode-se realizar treinamento para a realização de viagens astrais, como aliás, diversos grupos
tem se dedicado a isto. Tem suas vantagens e também seus perigos.
Esse é o principal corpo espiritual utilizado para a comunicação mediúnica, de acordo com O
Livro dos Médiuns.
Mental Inferior
Este corpo é estruturado pelas nossas idéias, onde quanto mais clara e bem definida for a
idéia, mais clara e bem definida será a forma pensamento a ela associada.
Mesmo os videntes altamente qualificados têm dificuldades de percepção deste corpo, pois a
maioria dos seres humanos não desenvolveu ainda o intelecto de maneira clara.
Mental Superior
É o veículo dos pensamentos abstratos, dos altos ideais e o receptáculo da memória das vidas
passadas.
Nele subsiste a recordação das vidas passadas e ficam em germe, as qualidade e defeitos
adquiridos durante a vida física. Ele é permanente, indestrutível enquanto dura a evolução
humana. Os precedentes são mortais. Deve seu nome ao fato de nele residiram as causas que
se manifestam como efeitos nos planos inferiores.
O corpo mental superior é aquele no qual fica tecido tudo quanto possa resistir, e onde estão
depositados os germes das qualidades que devem ser levadas para a próxima encarnação.
Vemos, assim, que a manifestação inferior do homem, isto é, sua expressão nos corpos
mental, astral e físico, depende basicamente, do crescimento e do desenvolvimento do
homem real, do próprio homem, aquele "para o qual o homem jamais soa".
Não há homem, não há ser humano real até que venha a existir o corpo causal (corpo causal é
sinônimo de corpo mental superior).
Cada indivíduo deve ter, necessariamente, um corpo causal e, de fato, é a posse desse corpo
que constitui a individualidade.
Búdico
Podemos dizer que este corpo trabalha no âmbito do aspecto emocional do plano espiritual e
nele podemos experimentar o êxtase espiritual, quase uma conexão com o universo, onde
podemos encontrar a luz do amor em tudo que existe. Lembremos o Cristo quando disse: “EU
E O PAI SOMOS UM”.
Este corpo, também conhecido como “alma do espírito”, é composto ainda de substância-una,
mas já diferenciada em matéria mental e é o primeiro plasmador ou condensador das
vibrações diretas ao espírito, decodificando as informações do psicossomático átmico ou
espiritual, sendo a sede de todos os pensamentos abstratos.
Não há como compará-lo aos outros corpos ou veículos, pois sua constituição ainda é muito
pouco conhecida, constituindo-se na primeira estrutura vibratória que envolve o espírito e que
se manifesta de forma ativa.
Átmico
Conhecido como nível mental do plano espiritual, que vibra em um ritmo elevadíssimo, onde
poucos autores conseguiram definir com precisão as suas funções e características.
Este corpo não tem ligação direta com espírito encarnado ou desencarnado, funcionando
como um arquivo, onde estão plasmadas todas as atividades de um ser, trabalhando
diretamente com o karma.
Este Eu cósmico constitui a essência Divina, trabalhando nas fronteiras celestiais entre o
mundo da matéria e o da antimatéria.
Aura
Muitos estariam se perguntando sobre a Aura nesse momento.
"Diz-nos a ciência moderna que o organismo humano não é apenas uma estrutura física feita
de moléculas, mas que, como tudo o mais, somos também compostos de campos de energia."
Todos os seres vivos estão rodeados de uma atmosfera, que lhes é própria, chamada AURA.
A AURA humana é um campo energético, uma nuvem luminosa de energia vibrante que
envolve o corpo humano, cuja finalidade básica é alimentar os corpos físicos (matéria e duplo
etérico) e o perispírito, além de funcionar como capa protetora contra a ação astral inferior.
É por meio da AURA que o espírito assimila, armazena e exterioriza as energias cósmicas das
quais se alimenta. Cada espírito respira e vive em faixas vibratórias comuns a todas as mentes
as quais se liga, no plano evolutivo que lhe é próprio.
Ao nascer, os seres humanos só têm como componente áurico sua própria energia espiritual.
Até os 07 (sete) anos, a aura humana não adquiriu ainda os seus componentes definitivos, pois
o mecanismo mental ainda não está estruturado. Por isso é fundamental o cuidado no trato
com a criança nesta fase, quando ela só estará absorvendo e registrando os acontecimentos, o
que possivelmente irá marcar toda a sua passagem terrena.
A partir dos 7 anos, quando o ser começa a exercer seu livre arbítrio, sua aura vai se formando;
forte e saudável, ou fraca e problemática. O que vai determinar isso é a formação mental do
ser, já que a energia mental é um dos principais componentes do nosso campo de força
(AURA).
Esse espaço funciona como um captador das energias cósmicas que alimentam e fortalecem os
dois corpos situados em sua área de extensão: o perispírito (corpo astral) e o duplo etérico. Da
mesma forma, toda energia negativa aloja-se num espaço chamado de CAMPO DA
REPERCUSSÃO MENTAL.
Dessa energia mental só as cargas positivas têm a capacidade de funcionar como agente
captador; as negativas, não! Assim, se produzimos muita energia mental positiva, ganharemos
muita energia espiritual. E estaremos em condições ideais para captar intensamente o terceiro
componente da aura, a energia magnética.
Com os 3 componentes fortes e equilibrados, a aura será um campo de força luminoso e sadio.
Inversamente, as criaturas que produzem muita energia mental negativa captarão pouca
energia espiritual e magnética. A conseqüência disso é uma aura fraca, o que em médio prazo
acarretará sérios desequilíbrios que afetam todos os corpos, inclusive o físico.
· Aura Cósmica;
· Campo Vibratório;
· Campo da Repercussão Mental;
· Aura Espiritual (interior e exterior);
· Aura da Saúde.
d) AURA INTERIOR: é um campo de energia luminosa invisível (para a maioria dos seres
encarnados e desencarnados), que segue os contornos do corpo físico, estendendo-se
para além deste, por cerca de 10 (dez) a 13 (treze) centímetros. Por meio de
treinamentos simples podemos "aprender" a sentir a aura interior com as palmas das
mãos.
f) AURA EXTERIOR: é um outro campo de energia luminosa que se situa para além da
AURA DA SAÚDE (interpenetrando esta e a AURA INTERIOR), geralmente se
estendendo por aproximadamente 01 (um) metro de distância ao redor do corpo
físico. Em geral é multicolorida e tem forma semelhante à de um ovo invertido. Sua cor
é influenciada pelos estados físicos, emocional e mental da pessoa. A AURA EXTERIOR
pode ser considerada como um "invólucro" para as energias sutis (impede o
escoamento da energia prânica que, em pessoas "doentes" tende a escapar por
BURACOS que são criados nesta estrutura áurica.
Diagrama
Para facilitar a compreensão, segue diagrama abaixo:
MUNDO ESPIRITUAL
Entender a vida do espírito, o que ele faz, por que e como pode interagir com o “nosso
mundo” material. Àqueles que sabem como isso funciona, convido ainda a continuar
estudando, pois são várias as teorias que envolvem esse assunto.
Alguns romances espirituais, como os da autora Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho (Violetas na
Janela, Vivendo no Mundo dos Espíritos, A Casa do Escritor e O Vôo da Gaivota) são “água com
açúcar”. Esse é o pensamento comum. Além disso, são romances.
Todavia, mesmo sendo romances, esses livros podem dar uma pequena noção de como é uma
Colônia Espiritual.
Mesmo assim, para um estudo mais profundo sobre o mundo espiritual, recomenda-se a
leitura de Nosso Lar e outros livros psicografados por Chico Xavier junto com o espírito André
Luis, ou ainda os livros Tambores de Angola, Aruanda e Legião, de Robson Pinheiro e
certamente O Livro dos Espíritos de Allan Kardec.
Outras visões (holístas, orientais, etc.) também podem ajudar, porém, como meu estudo está
baseado na doutrina kardecista e as experiências de desdobramento comprovaram algo
semelhante, mesmo aos que nunca abriram quaisquer uns dos livros citados, ou outros, vamos
estudar o mundo espiritual sob essa ótica.
Aos iniciantes, vou voltar um pouco o assunto para explicar que o mundo espiritual é tal qual o
nosso mundo “físico”, ao qual prefiro me referir como mundo material.
Vamos começar?
Umbral
Aos que tem alguma orientação “kardecista”, já ouviram muito esse termo. Para os que vieram
de alguns terreiros “traçados no santo”, posso dizer que essa é a morada dos Eguns.
Para alguns, o Umbral é um lugar. É uma região que apresenta uma geografia pobre: poucas
plantações, escuridão, abismos, precipícios e vales. O solo é muito tortuoso, a vegetação
rasteira. Aves horripilantes aparecem de vez em quando enchendo o silêncio de pios
angustiados. Forte ventania sopra em todas as direções.
O umbral é o local onde se abrigam os criminosos, que para lá se dirigem conduzidos pelas
suas vítimas. Lá vivem também os viciados e os libertinos, que procuram a companhia dos
devassos que lhes saciam os apetites sexuais e os vícios. E há ainda aqueles que permanecem
na terra ou ficam a vagar por não aceitar a nova condição.
O umbral também é abrigo dos que têm consciência pesada e alimentam o remorso.
Alguns estudiosos dizem que o umbral não é um lugar, mas um estado de espírito. Gosto
também dessa teoria, afinal, pela Lei da Afinidade Energética (vamos estudar essa lei na
apostila sobre Energia), essa teoria faz total sentido.
Eles se baseiam na Lei das Afinidades Energéticas. Admite-se que aglomerações de Espíritos
atraídos pela Lei da Sintonia, determinam criações mentais que estão de acordo com a sua
evolução intelectual e moral. As criações mentais, na sua grande parte, se exteriorizam em
imagens apreensíveis e vivenciadas para os Espíritos que lhes dão origem. As aglomerações de
entidades sofredoras existem da mesma forma que no plano material, aonde povos sofrem os
efeitos nocivos da fome, doenças, guerras, etc., como manifestação no plano material da
atuação da Lei de Ação e Reação.
É necessário estudar Kardec, que aborda o assunto em várias obras, principalmente Céu e
Inferno e Obras Póstumas (cap. “A Estrada da Vida”), e desenvolver senso crítico para estudar
as obras complementares.
Como "continuidade" o Mundo Espiritual não pode se revestir de "cores mais negras" do que
as que observamos no mundo material. Admitir o contrário é concluir que o processo de
reações sociais para o mal criado pelo homem, através de leis e costumes para a vida material,
é mais ameno do que aquele que observamos no mundo espiritual.
Após analisar as duas teorias, a pergunta que não quer se calar é: Qual a correta? Umbral é ou
não é um lugar?
Existem zonas perigosas, ou favelas, na espiritualidade, onde, pela Lei da Afinidade, espíritos lá
habitam. Além disso, esses espíritos geram formas pensamentos que os acompanham. Outro
ponto importante é que muitas são as moradas do Pai e, portanto, o Umbral é um local para
aperfeiçoamento moral e também é o resultado de nossos conflitos íntimos.
Prostíbulos, Prisões
Existem esses locais no mundo espiritual? Existe sexo? Prisões?
Como a Lei das Afinidades Energéticas não falha, espíritos desencarnados não perdem seus
vícios ao desencarnar, assim como os espíritos de encarnados em desdobramento, também
buscam saciar seus vícios e imperfeições em locais afins.
No livro Sexo Além da Vida, também do espírito André Luis, há um detalhamento muito
específico e rico sobre a vida sexual na espiritualidade.
O sexo é divino, isso já sabemos, porém, também sabemos que o excesso leva sempre ao
desgaste e ao desequilíbrio energético. Vêem-se espíritos com seus corpos espirituais
totalmente deformados, podendo chegar ao estado de ovóide, ou seja, em estado primário de
energia, em que o espírito perde dilacera seus corpos espirituais, pendendo a consciência e a
razão. Trata-se do menor estágio evolutivo possível.
São nas prisões que ficam os espíritos que transgrediram a Lei (qualquer que seja ela).
Porém não devemos nos esquecer de que muitas são as moradas do Pai e que sempre teremos
tudo o que merecemos.
Esses locais, situados no Umbral e assim como tal, não são locais “ruins”. Simplesmente são
mais uma morada do Pai, local onde Ele nos dá mais uma oportunidade de redenção, de alívio
dos nossos erros morais, de crescimento espiritual.
Temos de ter compaixão por esses espíritos, nossos irmãos, que ainda estão no sofrimento e
nas trevas de sua própria criação.
Abismal
Falar sobre os abismais é simples.
Assimilou o conceito de Umbral como local? Se sim, ótimo, vamos em frente. Se não, volte e
releia.
Imagine agora o mais profundo lugar do Umbral, onde se encontram os espíritos de irmãos
trevosos, os magos negros e dragões.
Na literatura espiritualista pouco se fala sobre esse local. Além disso, alguns livros de Rubens
Saraceni, médium umbandista, fala-nos sobre os Guardiões das Trevas e os seus locais de
atuação. Pela descrição, eu os classificaria como os Abismais.
Angelo Inácio, pelo médium Robson Pinheiro também descreve locais ermos e eu (note que
estou escrevendo na primeira pessoa por ser um sentimento particular) realmente acredito ser
regiões Abismais.
Postos de Socorro
Os Postos de Socorro. O nome já nos leva a um local onde pessoas têm seu primeiro
atendimento quando estão com algum problema. Assim é também no plano espiritual.
Rodeados por Exus, os guardiões, e também por falanges de caboclos de Ogum, em seu
interior atuam espíritos de médicos, ou simples espíritos que estão para dar afago, carinho e
tratamento adequado para espíritos sofredores.
Além disso, muitos PS são móveis, ou seja, deslocam-se por diversas regiões umbralinas a fim
de prestar socorro quando existe esse tipo de necessidade.
Alguns postos de socorro se situam logo acima de Igrejas, templos, hospitais, terreiros, centros
espíritas, pois esses locais do plano físico são irradiadores de paz e luz, onde muitos espíritos
sofredores, obssessores ou quiumbas vão procurar auxílio, ou ainda seus reféns vão procurar
socorro.
Logo após uma triagem em um PS esses espíritos serão encaminhados para as Colônias
Espirituais, ou para prisões no umbral, dependendo da vontade e do merecimento.
Colônias Espirituais
Antes de iniciar o estudo das Colônias Espirituais, baseados nos relatos de Chico Xavier, pelo
espírito André Luis, principalmente na obra Nosso Lar, vou falar um pouco sobre a percepção
da vida após a morte por diversos povos.
A revelação sobre a existência das Colônias Espirituais e de sua organização tem sido constante
e progressiva. O homem sempre procurou desvendar os mistérios do Além. Para onde vão as
almas depois da morte? Tudo se acaba no túmulo? Os mortos ressuscitarão para o Juízo Final?
O mundo acabará um dia? E as diversas religiões tentam dar respostas, mas estas não
satisfazem os anseios da Humanidade.
Os povos primitivos, em geral, mesmo os mais atrasados, consideravam a morte como uma
passagem a outro estádio. Na América, o culto dos mortos era pomposo. Os parentes e amigos
acompanhavam o cadáver, colocando-lhe, sobre a sepultura, as coisas de que, achavam, o
morto teria mais necessidade no Outro Mundo, como, por exemplo, alimentos, armas,
adornos etc, para que o Espírito, segundo acreditavam, não sentisse falta de coisa nenhuma
durante a longa viagem. Neste particular, seu rito assemelhava-se ao egípcio.
Os ameríndios tinham grande respeito aos mortos, acreditando que deles dependiam as
atribulações ou alegrias da comunidade. Os tupi-guaranis sabiam que os Espíritos feridos em
seu amor-próprio podiam trazer à tribo toda sorte de calamidades. No México, os Espíritos são
cercados de especiais cuidados entre os tarahumaras. Em Monografia de los Tarahumaras, do
ilustrado antropólogo mexicano Carlos Bassauri, há uma referência às suas tradições:
Existe grande temor pelos mortos, pois ainda que não voltem na forma indicada, podem
causar malefícios, enfermidades etc., para fazer que seus familiares ou amigos morram
também e se reunam a eles. Por esse motivo, geralmente os familiares abandonam a casa em
que ocorreu a morte e, em certas ocasiões, até a destroem.
Quando morre um índio, apresenta-se o cueruame (médico ou feiticeiro) e dirige a palavra "ao
Espírito, recomendando-lhe que siga, tranquilamente, seu caminho e não volte a incomodar os
que ainda permanecem na Terra, prometendo-lhe que o vão prover de tudo quanto é
necessário para a viagem ao céu".
A concepção dos egípcios sobre a vida além-túmulo passou por diversas fases, até atingir seu
nível mais elevado. A princípio, pensava-se que o morto continuasse sua existência na tumba
e, para assegurar-lhe a imortalidade, o corpo tinha de contar com uma provisão de alimentos e
de outras coisas essenciais à vida. Homens ricos deixavam largas doações aos sacerdotes, a fim
de que estes se encarregassem de fornecer sustento às múmias, enquanto durassem esses
fundos.
Com o amadurecimento da Teologia, foi adotada uma concepção menos ingênua da vida
extraterrena.
Acreditava-se, então, que os mortos deveriam comparecer diante de Osíris (deus dos egípcios,
dispensador da imortalidade e juiz dos mortos) e serem julgados de acordo com suas ações na
Terra. O processo desse julgamento compreenderia três estágios. No primeiro, exigia-se que o
morto declarasse que era inocente de 42 pecados, entre os quais, do homicídio, do furto, da
mentira, da cobiça, do adultério, da blasfêmia, da ira, do orgulho e da desonestidade em
transações comerciais.
Após desonerar-se destes pecados, o morto, como segundo estádio, deveria enumerar suas
virtudes: que dera pão aos famintos, água aos sedentos, vestira os despidos e dera condução a
quem não possuía barco. No terceiro e último estádio, o coração do réu era colocado numa
balança em face de uma pena, símbolo da verdade, para examinar a exatidão do que afirmara,
pois, de acordo com a concepção egípcia, o coração representava a consciência, que
denunciaria o falso testemunho. Assim, todos os mortos que passassem por essas provas
seriam encaminhados a um reino celestial de gozos físicos e prazeres simples. Aí, em regiões
alagadiças, cheias de lótus e nenúfares, caçariam gansos selvagens e os abateriam com
interminável sucesso. Ou, então, construiriam casas no meio de pomares com frutos
deliciosos, em safras sempre abundantes. Navegariam em lagos repletos de lírios e se
banhariam em lagoas de água brilhante. Encontrariam, também, florestas habitadas por
pássaros canoros e, por toda parte, criaturas gentis.
Por outro lado, os infelizes cujos corações revelassem vidas viciosas eram condenados à fome
e à sede perpétuas num lugar escuro, para sempre privados da gloriosa luz de Re (deus dos
vivos, defensor do bem e do mundo).
O Zoroastrismo, religião dos persas fundada por Zoroastro(é uma corruptela grega do nome
persa Zarathrusta), cujas raízes remontam ao século XV a. C., esboçou uma noção vaga da vida
além-túmulo, deturpada pelas idéias de ressurreição, juízo final e fim de mundo.
Pregava a imortalidade da alma, mas dizia, erroneamente, que, no fim do mundo, os mortos se
ergueriam das tumbas para serem julgados, segundo seus merecimentos. Os justos entrariam
no gozo imediato da bem-aventurança, enquanto os maus seriam lançados às chamas do
inferno; porém, no fim, todos se salvariam, pois o inferno persa não durava para sempre.
O Zoroastrismo tem significado especial por ser, talvez, a primeira religião revelada no mundo
ocidental. O seu preceito áureo consistia no seguinte: Só é bom aquele que não faz a outro o
que não for bom para si mesmo.
Apesar de todas as suas falhas, o Zoroastrismo preparou o Homem para o Cristianismo através,
principalmente, de seus conceitos da outra vida, do conflito entre o Bem e o Mal e outros
mais.
Sócrates nasceu em Atenas, em 469 a.C., de família humilde, sendo seu pai um escultor e sua
mãe, uma parteira. Tornou-se filósofo por sua própria conta e logo arregimentou um grande
número de admiradores, entre os quais se incluía o jovem aristocrata Platão.
Sócrates nada escreveu. O que sabemos de seus ensinamentos devemos ao seu mais famoso
discípulo: - Platão.
Platão nasceu em Atenas, em 427 a.C., filho de pais nobres. Seu verdadeiro nome era
Arístócles, sendo Platão um apelido dado, segundo se supõe, por um dos seus mestres, por
causa dos seus ombros largos. Juntou-se ao círculo de Sócrates quando tinha vinte anos de
idade e dele só se afastou após a trágica morte do mestre.
Platão desenvolveu a filosofia das idéias originárias da Filosofia Socrática, concluindo (. . .) que
a relatividade e a mudança constante são características do mundo das coisas físicas, do
mundo que percebemos com nossos sentidos. Negava, porém, que esse mundo constituísse
todo o Universo. Há um reino mais alto e espiritual, composto de formas eternas ou idéias,
que só a mente pode conceber.
Não são, porém, meras abstrações criadas pelo Homem, mas sim entes espirituais. Cada uma
delas é o arquétipo ou modelo de certa classe especial de objetos ou de relações entre objetos
da Terra. Há, porém, idéias de homem, de árvore, de forma, de tamanho, cor, proporção, de
beleza e justiça. A mais alta de todas é a Idéia do Bem, que é a causa ativa e a finalidade
orientadora de todo o Universo. As coisas que percebemos por meio de nossos sentidos são
apenas cópias imperfeitas das realidades supremas - as Idéias (História da Civilização
Ocidental, de Edward McNall Burns).
Assim como acreditavam nos entes espirituais, Sócrates e Platão propalavam a existência de
um Mundo Invisível, em que os desencarnados descansavam nos intervalos das encarnações,
após o estado natural de perturbação por que passavam. Eis, em resumo, a sua doutrina:
Após a nossa morte, o gênio (daimon, dêmon)(nome dado antigamente aos nossos Espíritos
mentores. Não tinha o mesmo significado de hoje) que nos havia sido designado durante a
vida nos leva a um lugar onde se reúnem todos que devem ser conduzidos ao Hades (Na
mitologia grega, deus do reino dos mortos, os Infernos. Frequentemente designado com o
cognome de Plutão pelos latinos), para o julgamento. As almas, depois de permanecerem no
Hades o tempo necessário, são reconduzidas a esta vida, por numerosos e longos períodos (O
Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec).
4 - Jesus - O Cristo
Jesus de Nazaré, nascido numa cidadezinha da Judéia e executado aos 33 anos de idade,
durante o reinado de Tibério, pregou, com eloquência, em defesa dos pobres e oprimidos,
denunciou a impostura e a cobiça e proclamou a imortalidade da alma e a reencarnação. Com
ele, teve início a Era Cristã. Sua missão durou pouco tempo, cerca de três anos; entretanto a
força de seus ensinamentos teve tal repercussão que abalou o Império Romano.
Jesus, o Cristo, médium de Deus, revelou que o Universo compreende as estâncias de socorro
onde as almas que ainda têm a expiar adquirem novas forças e repousam das fadigas de cada
encarnação. E ele nos disse: Há muitas moradas na casa de meu pai. Se assim não fosse, eu vo-
lo teria dito; pois vou preparar o lugar.
Logo após a morte de Jesus, seus discípulos desanimaram, julgando que estivesse tudo
acabado. Esses sentimentos, porém, não tardaram a renascer. Recobraram a coragem e saíram
a pregar a palavra do Mestre que, posteriormente, foi escrita nos diversos Evangelhos, dos
quais apenas quatro foram insertos no Novo Testamento após sofrerem profundas alterações.
Em conclusão, os ensinamentos básicos se resumiram nos seguintes:
Desde que Jesus deu por encerrada sua missão na Terra até nossos dias, em diversas épocas,
em diversos locais e através de diversos médiuns, numerosas mensagens dos Espíritos são
transmitidas com informações contínuas e progressivas, sobre a vida espiritual, ratificando e
ampliando o que Jesus dissera a seus discípulos. Além disso, os Mensageiros do Espaço têm-se
empenhado em nos instruir de maneira mais simples e objetiva, a fim de que se desfaça o
aspecto místico em que são envolvidas as revelações oriundas do Plano Espiritual.
Dante Alighieri, italiano reencarnado em 1265 e desencarnado em 1321, afirmou que visitara
os Mundos Invisíveis, e registrou suas experiências em um poema épico intitulado Divina
Comédia. Na verdade, ele fantasiou um pouco as suas revelações, mas, também, há muita
coerência em determinados aspectos.
Dos seus desdobramentos ao Mundo Espiritual e dos fatos que afirma ter presenciado, Dante
Alighieri descreveu o Mundo Invisível de acordo com as ideias teologais da Idade Média,
certamente influenciado pelos preconceitos da época e temeroso das pressões que sofreria
por contrariar os dogmas católicos. Dessa forma, dividiu o Além-Túmulo em Paraíso,
Purgatório e Inferno, querendo significar as faixas vibratórias mais ou menos densas em que se
encontram as Colónias Espirituais.
Léon Denis, no seu livro No Invisível, afirma que Dante Alighieri foi um médium incomparável e
a Divina Comédia, sua famosa obra, uma peregrinação através dos Mundos Invisíveis.
Esclarece Léon Denis que Ozanã, autor católico que analisou a obra de Dante Alighieri,
reconheceu que o seu plano seria todo calcado nas grandes linhas traçadas pelos iniciados nos
mistérios antigos, cujo princípio era a comunhão com o alto.
Passa o tempo e, no século XVIII, outras revelações são feitas por intermédio de um sueco,
considerado o homem mais culto de sua época: Emmanuel Swedenborg, encarnado em
Estocolmo (1688) e desencarnado em Londres (1772). Destacou-se em todas as ciências,
sobretudo na Teologia, na Mecânica, na Física e na Metalurgia. Os reis o chamavam para os
seus Conselhos.
A rainha Ulrica o fez nobre e ele ocupou os mais elevados postos, com distinção, até 1743,
época em que teve a primeira de inúmeras revelações espirituais. Médium vidente desde a
infância, psicógrafo e intuitivo, a partir de então, teve suas visões do Mundo dos Espíritos
ampliadas. Pelo conteúdo dos 29 volumes que escreveu é considerado um dos precursores do
Espiritismo.
A sua vida adulta pode ser dividida em duas etapas: a primeira foi devotada aos estudos
científicos, com forte orientação para a Medicina e a Fisiologia; a segunda, a uma investigação
em busca de conhecimentos sobre a alma humana relacionada com Deus e o Universo numa
estrutura de idéias cristãs.
As pesquisas espirituais que realizou foram de tal importância que seus resultados provocaram
a irritação do filósofo alemão Immanuel Kant. Este, por tentar desenvolver um trabalho
semelhante ao de Swedenborg e não o conseguir com a mesma objetividade, publicou um
livro em que tece comentários desdenhosos e zombeteiros sobre o próprio Swedenborg e o
conteúdo de sua obra. Mais tarde, reconhecendo o valor de Swedenborg, Kant, praticamente,
retratou-se, ministrando uma série de aulas, provavelmente no ano de 1774, que continha, em
síntese, os conceitos de Swedenborg sobre a alma humana e o Mundo Espiritual.
Terra, de conformidade com as condições espirituais que aqui tenhamos conseguido. Nesses
mundos, seremos julgados, automaticamente, por uma Lei espiritual, de acordo com o que
houvermos realizado na Terra.
E ele declara textualmente:- Pelas coisas que vi durante tantos anos, posso fazer as
declarações seguintes: no Mundo Espiritual há Terras como no Mundo Natural (denominação
referente ao mundo material), há Planícies e Vales, Montanhas e Colinas, e também Fontes e
Rios; há Paraísos, Jardins, Bosques e Florestas; há Cidades, e nestas cidades Palácios e Casas;
há Escritos e Livros; há Funções e Comércio; há Ouro, Prata e Pedras Preciosas; em uma
palavra, há, tanto em geral como em particular,
todas as coisas que estão no mundo natural, mas estas cousas nos Céus são imensamente mais
perfeitas. (A Verdadeira Religião Cristã, de Swedenborg).
E preciso que se saiba que o Mundo Espiritual na a parência externa é absolutamente
semelhante ao Mundo natural; aí aparecem terras, montanhas, colinas, vales, planícies,
campos, lagos, rios, fontes, como no Mundo natural; assim todas as cousas que são do Reino
mineral; aí aparecem também paraísos, jardins, bosques, florestas, nas quais há árvores e
arbustos de todo o gênero com frutos e sementes, e também plantas, flores, ervas e grama;
assim todas as cousas que são do Reino vegetal; aí aparecem animais voláteis e de todo o
gênero; assim todas as cousas que são do Reino animal; (...) (Sabedoria Angélica, de
Swedenborg)
Como se vê, Swedenborg registra informações sobre as Colônias Espirituais em vários trechos
das suas obras; seria, até, cansativo reproduzi-las totalmente. Entretanto, só por essas
transcrições, tem-se uma idéia de quanto o médium sueco desvendou para nós do Mundo dos
Espíritos, mesmo reconhecendo a sua tendência mística. Os Espíritos continuaram a transmitir
uma série de fatos sobre o assunto. Nos séculas XIX e XX, mensagens do mesmo teor se
multiplicaram.
Foi a 3 de outubro de 1804 que nasceu, numa antiga família de Lião, na França, Denizard
Hippolyte Léon Rivail. Discípulo de Pestalozzi desde criança, veio, mais tarde, a seguir as
pegadas do mestre. Publicou numerosos livros didáticos, apresentou planos, métodos e
projetos referentes à reforma do ensino francês. Dedicou-se ao magnetismo por vários anos
até conhecer os fenômenos das mesas girantes que o levaram a realizar a sua missão de
Codificador da Doutrina Espírita.
Allan Kardec desencarnou a 31 de março de 1869. A 18 de abril de 1857, Allan Kardec lançou O
Livro dos Espíritos, cujo capítulo VI, do Livro Segundo (perguntas 223 a 236), é dedicado ao
esclarecimento do que são espíritos errantes, erraticidade e mundos transitórios. Colaboraram
nessas informações os Espíritos Mozart, Chopin e o chamado em vida Santo Agostinho, as
quais são em síntese:
— no intervalo das encarnações, a alma se torna um Espírito errante; só não se tornam
errantes os Espíritos puros, por se encontrarem num estado definitivo;
— há Espíritos errantes dos mais variados graus;
— enquanto errantes, os Espíritos progridem, observam os lugares que percorrem, instruem-
se, analisam os erros e acertos do passado e se preparam para novas experiências na
existência corpórea;
— a situação do Espírito errante no Além será determinada por sua vida no Aquém, e ele
pertencerá a um mundo do mesmo grau de sua elevação, embora lhe sejam permitidas visitas
a mundo superiores como modo de aprendizagem;
— é nas Colônias Espirituais, espécies de acampamento, que o Espírito errante habita nos
intervalos das encarnações a fim de repousar e aprender.
Na Revista Espírita de agosto de 1858, Allan Kardec trata sobre as habitações em Júpiter, num
mundo invisível aos olhos humanos evidentemente, onde se dizia encontrar o Espírito Mozart.
Sobre o assunto, declara o Codificador: Para certas pessoas convencidas da existência do
Espírito - e aqui não cogito de outras - deve ser motivo de espanto que, como nós, os Espíritos
tenham suas habitações e as suas cidades. Não me pouparam críticas; "Casas de Espíritos em
Júpiter? . . . Que piada ! . . ."
Victorien Sardou, médium psicógrafo que trabalhou com Allan Kardec, foi instrumento na
elaboração de lindos quadros de autoria de diversos Espíritos. Foi membro da Academia
Francesa e um dos mais fecundos autores teatrais franceses. Afirmava Victorien Sardou que,
como médium, recebeu mensagens de Mozart e Pallissy e que lhe foi dito que (. . .) os
habitantes de Júpiter têm seus lares comuns e suas famílias, grupos harmoniosos de Espíritos
simpáticos, unidos no triunfo, após o terem sido na luta. Daí as moradas tão espaçosas que
merecem exatamente o nome de "palácios". Ainda como nós, os Espíritos têm suas festas,
suas cerimônias, suas reuniões públicas; daí certos edifícios destinados especialmente a essas
finalidades.
Fala ele de animais que designa de seres bizarros. Tais criaturas ocupam os níveis inferiores da
escala evolutiva. De acordo com informações de Pallissy, as famílias espíritas são sempre
acompanhadas por cortejo de animais. Um reino vegetal bem exótico também está presente
nos desenhos recebidos por Victorien Sardou que foram reproduzidos na Revista Espírita, de
Allan Kardec. Em palestras familiares, Bernard Pallissy, o célebre oleiro do século XVII,
descreveu a vida em outros mundos, principalmente no planeta Júpiter: seus moradores,
estado moral etc. E ainda que o desenho seja fruto de uma fantasia, o simples fato de sua
execução por alguém que não sabia desenhar, já seria, segundo Allan Kardec, um fenômeno
digno de atenção.
Em O Céu e o Inferno, um dos livros da Codificação publicado por Allan Kardec em 1865, os
Espíritos comunicantes ratificam o que foi dito a respeito da situação do Espírito desencarnado
no Além. Este é o livro das esperanças e consolações que tem por objetivo desfazer a idéia de
Céu, Inferno e Purgatório, implantada na mente do Homem pelas religiões dogmáticas.
verdor dos anos, a morte arrebatou-lhe um ente querido, dando uma idéia de que a morte é
um acontecimento terrível, como se os indivíduos fossem retirados do convívio dos
semelhantes e reduzidos a nada.
Diante destes condicionamentos a respeito do morrer, o desespero, muitas vezes, toma conta
dos entes que ficaram na Terra, e a ignorância não os deixa ver que houve, apenas, uma
separação temporária. Entretanto, em muitos casos, esse é um sentimento necessário. De
acordo com os ensinos dos Espíritos...
À proporção que o Homem compreende melhor a vida futura, o temor da morte diminui; uma
vez esclarecida a sua missão terrena, aguarda-lhe o fim, calma, resignada e serenamente. (O
Céu e o Inferno - cap. II, Allan Kardec). Os Espíritos desencarnados mais esclarecidos, então,
assumem a tarefa de orientar encarnados e recém-desencarnados. Temos, como exemplo, a
mensagem da viúva Foulon, ex-senhora Wollis, falecida em Antibes a 3 de fevereiro de 1865,
recebida mediunicamente cinco dias após o féretro:
Outra mensagem esclarecedora, inserida na mesma obra e que dá uma visão ampla do Mundo
Espiritual, é a da condessa Paula, dada originariamente em alemão a um parente, doze anos
após a sua desencarnação. Bela, jovem, rica, de estirpe ilustre e possuidora de boas qualidades
morais e intelectuais, desencarnou aos 36 anos de idade, em 1851. Da sua comunicação
constam os seguintes tópicos:
Tem razão, meu amigo, em pensar que eu sou feliz. Assim é efetivamente e mais ainda do que
a linguagem pode exprimir, conquanto longe do seu último grau. (...) Esplêndidas festas
terrenas em que se ostentam os mais ricos paramentos, o que são elas comparadas a estas
assembléias de Espíritos resplandescentes de brilho que a vossa vista não suportaria, brilho
que é o apanágio da sua pureza? Os vossos palácios de dourados salões, que são eles
comparados a estas moradas aéreas, vastas regiões do Espaço matizadas de cores que
obumbrariam o arco-íris?
(...) E como são monótonos os vossos concertos mais harmoniosos em relação à suave melodia
que faz vibrar os fluidos do éter e todas as fibras d 'alma! As ocupações, ainda que isentas de
fadiga, se revestem de perspectivas e emoções variáveis e incessantes, pêlos mil incidentes
que lhes filiam. Tem cada um sua missão a cumprir, seus protegidos a velar, amigos terrenos a
visitar, mecanismos na Natureza a dirigir, almas sofredoras a consolar, e é o vaivém não de
uma rua a outra, porém, de um a outro mundo; reunindo-nos, separando-nos para novamente
nos juntarmos; e, reunidos em certo ponto, comunicamo-nos o trabalho realizado, felicitando-
nos pelos êxitos obtidos; ajustamo-nos, mutuamente nos assistimos nos casos difíceis.
Finalmente, asseguro que ninguém tem tempo para enfadar-se, por um segundo que seja.
Estas mensagens, embora enviadas por Espíritos diferentes, completam-se, sendo uma
continuação da outra. Enquanto a primeira revela o momento da morte até o socorrro
recebido, a segunda trata de um estádio mais elevado em que o Espírito já participou,
ativamente, de tarefas nas Comunidades Espirituais.
Assim, Allan Kardec, hábil pesquisador, preocupou-se, também, com a vida de relação no
Além-Túmulo. Percebeu que as informações dos Espíritos viúva Foulon e condessa Paula
continham importantes notícias para a humanidade encarnada e as publicou como
complementação do que já houveram dito os Espíritos em O Livro dos Espíritos, a respeito dos
Mundos Transitórios.
Enfim, com Allan Kardec, é retirado, totalmente, o véu do misticismo que envolvia tão
polêmico assunto. A existência do Mundo Espiritual em seus diversos aspectos é revelada com
toda objetividade.
Antes de Allan Kardec publicar O Céu e o Inferno, obra em que se inserem alguns episódios
vivenciados por Espíritos errantes, mensagens do mesmo teor já se encontravam em
circulação pela Europa e Estados Unidos. A obra intitulada Letters and Tracts on Spiritualism,
de autoria do juiz John Worth Edmonds, um dos mais influentes espiritualistas norte-
americanos, condensava artigos e monografias publicadas de 1854 a 1874 a respeito da vida
após a morte. Atualmente, a bibliografia que trata desse assunto é vastíssima e,
provavelmente, muito ainda pode ser dito.
Diversos aspectos sobre a vida no Mundo Espiritual são descritos pelo Espírito André Luiz que,
por esse motivo, ficou conhecido, no Movimento Espírita Brasileiro, como O Repórter do
Espaço. Através da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, ele nos legou uma série de
publicações que teve início com a obra Nosso Lar, e é o trabalho mais abrangente e minucioso
de informações sobre o funcionamento das Colônias Espirituais.
André Luiz relata a sua trajetória no Mundo Espiritual, a partir da desencarnação, em etapas
graduais de aprendizagem, baseado nas próprias experiências e no que afirma ter observado
da vida nos Mundos Transitórios. Nosso Lar é, apenas, um exemplo das incontáveis Cidades
Espirituais que os Espíritos têm citado em suas mensagens.
De tudo que nos tem sido transmitido pelos mais diferentes Espíritos, conclusões são tiradas a
respeito das Colônias Espirituais. Temos, por exemplo, além das obras de Francisco Cândido
Xavier, as dos médiuns Yvonne A. Pereira, Divaldo Pereira Franco, Zilda Gama, Elsa Barker,
Isaltino Barbosa, George Vale Owen e muitos outros entre brasileiros e estrangeiros.
Em suma, as colônias espirituais são cidades, como as nossas, porém com um “serviço público”
que funciona, além da inexistência da pobreza, fome, violência, ou quaisquer outros aspectos
negativos, que estão no Umbral.
Alguns estudiosos pensam de outra maneira, dividindo o mundo espiritual em partes, onde o
Umbral e as Colônias Espirituais estão contidos. Vamos a ela:
Existem muitos livros sobre o assunto, de diferentes filosofias, que em muitos pontos se
complementam e em outros se contradizem. Longe de ser motivo para frustração, a
contradição nos leva à reflexão, à busca do entendimento próprio, até porque vivemos a luz
daquilo que acreditamos; nós criamos a nossa realidade e isso é expresso de forma ainda mais
real no plano astral.
O plano astral e o físico não são os únicos que nos interpenetram. Em verdade, os planos da
vida, citados pelos estudiosos esotéricos são em número de sete.
Estes planos se interpenetram, e os mais sutis estão presentes nos planos de vibração inferior.
A matéria que forma o plano mais denso, que é o nosso conhecido mundo físico, em essência,
é a mesma matéria que forma os Planos mais elevados e sutis. A diferença está apenas na
qualidade vibratória que caracteriza cada Plano.
Contudo, as vibrações mais sutis sempre interpenetram e permeiam as mais densas, e nelas
influem, ao passo que as mais densas e mais condecoradas, não influenciam as mais sutis.
O plano astral é, por assim dizer, o plano dos desejos, onde vibram as emoções,
resplandecendo aquelas que são sublimes ou afundando as emoções desregradas, seja o
espírito encarnado ou desencarnado.
A matéria nesse plano da vida é mais sensível que a existente no plano físico e está sujeita a
modificações de acordo com a vontade e conhecimento (poder intelectual) do espírito.
Um espírito amigo, por exemplo, pode se mostrar luminoso, modificado em sua aparência em
um momento de auxílio. Ele pode tomar a forma que possuiu em uma encarnação anterior.
São exemplos os vovôs, vovós, pretos velhos e outros que na Umbanda se expressam com a
aparência que tiveram em uma vida anterior, e, no entanto, se mostram com outra aparência
em uma reunião que por ventura participem em um centro espírita (vide a obra "Tambores de
Angola", de Robson Pinheiro Santos).
Um espírito obsessor ou um mago negro podem assumir formas horrendas e até criar um
ambiente "sinistro" em volta daquele que deseja aterrorizar. Muitos pesadelos (não todos) são
reflexos da influência mental desses vigorosos trabalhadores das trevas. O ambiente astral se
ilumina ou ofusca conforme o estado emotivo do espírito. O tipo de emoção reflete nas cores
a sua volta, no odor, na luminosidade.
A matéria que se reúne em volta do corpo astral do espírito, esteja ele desdobrado durante o
sono físico ou desencarnado, é suscetível ao padrão vibratório em que se encontra, atraindo
forças positivas e luminosas quando está em harmonia e, no sentido inverso, atraindo para si
forças pesadas e escuras quando está com raiva, rancor ou somente falando mal de outra
pessoa.
No plano físico temos que utilizar elementos físicos para realizar alterações e modificações na
matéria física. Já na matéria astral, a emoção, o desejo e o sentimento modificam essa matéria
plástica, que está sujeita às ondas emocionais e reflete um colorido odor e brilho de acordo
com o nível vibracional emitido pelo espírito.
A água, o sabão e os produtos químicos são os elementos que realizam a limpeza no plano
físico. Temos, no entanto, um cenário diferente no plano astral: a pureza dos sentimentos, a
ausência de desejos e a entrega ao amor fraterno são os elementos revitalizadores e
higienizadores do plano astral.
Os irmãos do plano astral também se utilizam do magnetismo astral, por assim dizer, para o
auxilio fraterno aos que ainda sofrem. Realizam através das operações magnéticas a limpeza e
transfusão de energias astrais para ajuda aos desencarnados e encarnados necessitados. A
matéria astral ?pesa? de acordo com o padrão vibratório. Assim, a matéria astral impregnada
de ódio, raiva , inveja e maledicência tende a afundar, sendo atraída para as áreas inferiores
desse plano.
Espíritos já treinados no controle do seu corpo astral podem controlar o seu nível vibratório,
ou seja, a qualidade da matéria astral constituinte do seu corpo astral. Fazem isso para
tornarem-se visíveis aos espíritos desencarnados que se encontram em um padrão vibratório
inferior (vários livros de André Luiz citam passagens como essas).
Em uma ação inversa, espíritos superiores podem se encontrar em zonas de baixo padrão
vibratório sem serem notados e sem se "misturar" com o ambiente impregnado de energias
deletérias.
Podemos concluir então que mesmo nas zonas inferiores do astral, nos abismos espirituais ou
nas trevas, sempre existe toda a qualidade de matéria. O espírito vive sob a ilusão emocional
do seu desvario, caindo nos precipícios da falta cometida por ele próprio ou, vivendo as
venturas de uma existência guiada pelos perfumados ensinamentos do nosso senhor Jesus
Cristo.
No plano astral, assim como no físico, existem construções, paisagens, animais, cidades,
hospitais e etc. É a vida, em uma expressão mais bela, mais sutil. Contudo, a matéria que
constitui cada um desses ambientes pode variar imensamente. O plano astral possui Sete
subplanos e em cada um deles teremos um padrão vibratório diferente, que no fundo reflete
os pensamentos e emoções de seus habitantes. Habitantes de subplanos superiores podem
visitar os ambientes formados nos subplanos inferiores, contudo, o inverso não é verdadeiro.
Para facilitar o aprendizado, podemos separar esses subplanos como faixas vibratórias, onde
espíritos que se afinizam a essas são atraídos (Lei da Afinidade). Só conseguem perceber o
ambiente existente em uma determinada "faixa vibratória" espíritos que possuam aquele
padrão vibratório ou superior, ou seja, dois espíritos que estejam em um mesmo local podem
ter visões completamente diferentes. Tudo dependerá do seu grau evolutivo, e,
conseqüentemente, do seu padrão vibratório.
As paisagens existem em vários níveis do plano astral, dos mais baixos aos mais elevados, com
inúmeras gradações. Temos desde construções rudimentares e tétricas nas zonas inferiores do
astral, até a excelsitude diáfana habitada por seres bastante evoluídos.
Mostraremos agora os sete subplanos ou sete faixas vibratórias existentes no plano astral:
Conhecido como "Trevas", inferno ou charcos espirituais. Região escura e de horror. Lugar
onde os espíritos de mais baixo padrão vibratório expurgam as energias deletérias que
agregaram para si durante sua estada na terra. Encontramos aí pervertidos , facínoras,
malvadões.
Essa região fica abaixo da terra, entre as rochas, no fundo dos mares, sob os pântanos. Pode-se
fazer uma analogia desse subplano com um poço, que conforme se vai descendo, mais escuro,
frio e sombrio se torna.
Assim é a região das trevas. Os seus habitantes, de acordo com o "peso" e a "gravidade" dos
seus delitos e mazelas, "afundam" para um lugar específico desse subplano, que é bastante
grande.
O Astral Inferior, como também é chamado esse subplano, atrai para si, pela lei de afinidade,
as emanações de baixo teor vibratório dos encarnados, transformando essas regiões em
"charcos pestilenciais". Em algumas obras encontram-se citações sobre animais que vivem
nessas regiões e se alimentam dessas emanações tóxicas, evitando que a concentração de
fluidos tóxicos fique insuportável.
Aí reina fero animalismo, de tal forma que, por vezes, o espírito desencarnado assume formas
de animais (licantropia) causadas pela própria mente da criatura embrutecida ou hipnotizada
por "elementos perversos" (obsessores ou magos negros).
O conhecido Umbral da literatura espírita está na zona limítrofe entre o sexto e o sétimo
subplanos.
Sobre esse subplano afirma André Luiz no livro Evolução em Dois Mundos: "E porque o
pensamento é força criativa e aglutinante na criatura consciente em plena Criação, as imagens
plasmadas pelo mal, à custa da energia inestancável que lhe constitui atributo inalienável e
imanente, servem para formação das paisagens regenerativas em que a alma alucinada pelos
próprios remorsos é detida em sua marcha, ilhando-se nas conseqüências dos próprios delitos,
em lugares que, retendo a associação de centenas de milhares de transviados, se transformam
em verdadeiros continentes de angústia, filtros de aflição e de dor, em que a loucura ou a
crueldade, juguladas pelo sofrimento que geram para si mesmas, se rendem lentamente ao
raciocínio equilibrado, para a readmissão indispensável ao trabalho remissor."
Encontram-se conosco, vivendo os dias de suas tristezas e expiação, os espíritos que estão
apegados ao mundo e ainda não conseguiram largar os desejos e as paixões do mundo.
Também podem se encontrar no sexto subplano os espíritos que expurgaram muito dos seus
desvarios nas zonas inferiores e, ao recuperarem a sua limitada consciência, optaram por se
vingar, por obsediar, por odiar, transformando-se em soldados dos gênios do mal. Muitos
realizam "trabalhos", feitiços, vampirismo e toda sorte de técnicas para o desvio de espíritos
que buscam sua redenção. Não são poucos os que se encontram nesse estado.
Também temos aqui espíritos brincalhões, acomodados, viciados, alcoólatras, e irmãos que
por apego a religiões fanáticas, não conseguem distinguir a vida espiritual da material. É um
turbilhão que envolve e seduz a todos os invigilantes do proceder evangélico. Muitas colônias
espirituais mantém núcleos de apoio na terra, em centros espíritas (que funcionam como
hospitais), ou nas casas de irmãos que se predispuseram a esse trabalho sacrificial. Os irmãos
colaboradores dos planos superiores utilizam esses postos como ponto de descanso e apoio.
No livro "Os Mensageiros", de André Luiz e Chico Xavier é mostrada a importância desse tipo
de local no sexto subplano.
Nesse plano encontramos espíritos sofredores, de maior poder intelectual. Aqueles que ainda
não mudaram de atitude após a morte podem chegar até esse subplano. Este pode ser
considerado como limite para os irmãos ignorantes das verdades do Cristo.
É por isso que as construções espirituais situadas nesse subplano (geralmente chamadas de
Postos de Socorro) necessitam de uma proteção constante os espíritos que aí atuam. Os
trabalhadores desses postos precisam de grande desprendimento e amor, para suportar o
ambiente ainda opressivo das emanações inferiores, geradas pelos encarnados e
desencarnados.
Encontramos no livro "Os mensageiros" (André Luiz e Chico Xavier) a menção a um Posto de
Socorro chamado "Campos da Paz".
O trecho que se segue, retirado deste livro descreve bem o tipo de espírito que se encontra
nesse subplano. É importante lembrar que a irmã que conversa com André Luiz faz
comparação aos espíritos sofredores que se encontram em nosso Lar (nível superior):
"... Creia que os sofredores que atingem o seu núcleo já se encontram a caminho de excelentes
realizações. Naturalmente que os irmãos desequilibrados, que por lá existem, já se torturaram
pelo vagaroso despertar da consciência, já sentem remorsos e arrependimentos indicativos de
renovação. São sofredores que melhoram progressivamente, porque o ambiente da cidade é
de elevação positiva. Onde a maioria vive com a bondade, a maldade da minoria tende sempre
a desaparecer. "Nosso Lar", portanto, mesmo para os que choram, possui soberanas
vantagens espirituais...
... Vocês conhecem lá muitos espíritos sofredores, mas, em "Campo da Paz", conhecemos
muitos Espíritos obsessores. Lá poderá existir muita gente que ainda chora; mas em nosso
meio há muita gente que se revolta. É mais fácil remediar o que geme, que atender ao
revoltado. Nas câmaras a que você se refere, vocês retificam erros que já apareceram, dores
que já se manifestaram; mas aqui, meu amigo, somos compelidos a lutar com irmãos
ignorantes e perversos, que se sentem absolutamente certos nas fantasias perigosas que
esposaram, e vemo-nos obrigados a atender a doentes que não acreditam na própria
enfermidade."
Nesse mesmo livro encontram-se menções a tempestades que ocorrem nesse subplano, com
o objetivo de "limpar" o ambiente carregado que aí se encontra.
Região vibratória superior que espíritos sofredores e malignos aí só podem chegar levados por
espíritos benfeitores, que os levam para tratamento, socorro espiritual. Somente os redimidos,
os que se arrependeram dos delitos conseguem permissão para aí estagiar.
Acreditamos também que nesse plano é que começam a existir as colônias espirituais. A partir
desse subplano encontraremos colônias habitadas por espíritos de maior estirpe espiritual.
Pelo que pudemos perceber, no caminho percorrido por André Luiz no livro "Os Mensageiros",
a colônia espiritual Nosso Lar deve estar entre o terceiro e o quarto subplano. Para se ter uma
idéia da distância e da influência das vibrações da humanidade, retiramos o trecho que
descreve uma parte da viagem de André Luiz junto ao instrutor espiritual:
"... Estamos penetrando a esfera de vibrações mais fortes da mente humana. Achamo-nos a
grande distância da Crosta; entretanto, já podemos identificar, desde logo, a influenciação
mental da Humanidade encarnada. Grandes lutas desenrolam-se nestes planos e milhares de
irmãos abnegados aqui se votam à missão de ensinar e consolar os que sofrem. Em parte
alguma escasseia o amparo divino.”
No livro "Técnica da Mediunidade", Carlos Torres Pastorino assim define este subplano:
"Mais luminosa que as anteriores, chegando os desencarnados católicos a confundi-la com "o
céu". Nessa região situam-se os templos de diversas religiões, escolas mais avançadas,
hospitais perfeitos com a finalidade de estudo e aprimoramento científico, ministérios de
preparação e assistência para reencarnação de espíritos que possuem tarefas mais
especializadas, treino rigoroso e sério de criaturas que vão desempenhar papéis de maior
importância quando regressarem ao corpo físico.
Para essa região encaminham-se os seres que, na Terra, já se haviam entrosado no trabalho
filosófico e religioso, e que assistem os encarnados como mentores de maior "gabarito" e
elevação comprovada.
Acreditamos se encontrar nesse subplano Nosso Lar e também a colônia Grande Coração,
citada nas obras de Hercílio Maes (junto a Atanagildo e Ramatís).
Retiramos o seguinte trecho do livro "A Vida Além da Sepultura", de Hercílio Maes, Atanagildo
e Ramatís: "À medida que os espíritos se elevam para regiões mais"puras" ou mais "altas",
como melhor quiserdes conceituá-las, é óbvio que ingressam em coletividades de maior
responsabilidade administrativa do planeta terráqueo; a sua supervisão abrange países
inteiros, raças e mesmo continentes. Assim, na mesma faixa vibratória do Astral em que se
situa a metrópole do Grande Coração, também vivem outras comunidades astrais, com igual
Igualmente, acima ainda dessa região superior, encontram-se "nações espirituais" de cada raça
ou povo terreno, governadas por espíritos responsáveis pela coesão e progresso das cinco
principais raças que povoam os cinco continentes mais notáveis da Terra.
Explicam-nos os espíritos sábios que a esfera "mais alta" ou "mais íntima", de todo o Astral
terráqueo, já é tão quintessenciada ou tão sutilíssima, que se desvanece como franja luminosa
em torno do globo terrestre e a sua aura alcança mais da metade da distância entre o vosso
planeta e a Lua.
A VIDA ESPIRITUAL
Temos uma grande diversidade de habitantes no plano astral. As plantas e animais também aí
existem, se aprimorando também para a evolução, pois que tudo que tem vida cresce, evolui.
Há também os desencarnados, que após a morte do corpo físico habitam os diferentes
subplanos do astral.
Eles se encontram atraídos para regiões que se afinizam com o seu padrão vibratório. Alguns
habitam regiões inferiores em missão de auxilio e instrução. Cada um tem uma região limite
que pode alcançar. Assim, os mais degradados não podem sair das zonas purgatoriais até que
a grande condensação de energias negativas seja minimamente expurgada.
Depois de expurgar as toxinas astrais mais pesadas que tinham se aderido ao seu corpo astral,
eles podem se redimir, pedindo o auxilio dos espíritos superiores, que de pronto o atendem e
o levam para os Postos de Socorro. Pelo caminho contrário, encontramos espíritos que
aproveitam o fim do período purgatorial para se vincular a falanges de espíritos trevosos.
Agravam ainda mais o seu saldo com a Justiça Divina, e um dia, querendo ou não, terão que
acertar as contas sobre toda maldade praticada.
Também existem limites para aqueles que já iniciaram o vôo rumo ao pai. Mesmo os
instrutores, amigos, médicos espirituais encontram-se limitados por seu "peso" cármico e pelo
grau evolutivo que alcançaram.
Estão sempre vinculados às colônias espirituais e são a coluna de apoio para ajudar os amigos
encarnados. Os encarnados também habitam o plano astral. Durante o sono físico, nos
desprendemos (desdobramos) e somos levados para regiões que se afinizam com a nossa
conduta (pensamentos, ações e sentimentos).
Encontramos encarnados em tarefa de auxilio, nos hospitais, nos centros, alguns estudando,
outros ensinando. Desprendidos dos laços físicos conseguimos atuar com maior plenitude das
nossas faculdades mentais.
Do outro lado, encontramos encarnados que durante o sono físico são levados até os umbrais,
são perseguidos por obsessores, ou que convivem com os espíritos de baixo padrão vibratório
que eles mesmo atraíram com seus pensamentos e sentimentos desequilibrados.
Nas obras de Pastorino e da Teosofia o plano astral é citado como ilusório, e as cidades e
colônias espirituais são colocadas como construções mentais de espíritos, que as mantém
assim através do seu vigoroso pensamento.
Concordamos que os espíritos vivem, cada um no seu grau evolutivo, envoltos por ilusões. Os
espíritos apegados à matéria vivem a ilusão da felicidade dos tesouros perecíveis, aniquilam os
bens eternos de que tem direito para viver uma vida de prazeres e futilidades. Os espíritos
vingativos vivem a ilusão da vingança que tem direito, imaginando que sua felicidade está na
queda dos que o prejudicaram, voltando-se depois para todos os que estão contra os seus
pontos de vista ou ações.
Os espíritos apegados aos prazeres terrenos vivem, após o desencarne, presos aos encarnados,
sugando-lhes como vampiros as energias sexuais. Ficam cegos para a luz divina. Também
existe a ilusão para os que estão no caminho do senhor. Deus não pede uma mudança brusca a
nós todos. Não podemos menosprezar ou criticar aqueles que estão um ou dois passos atrás.
O que estamos percorrendo é um caminho e, hoje, aquele que está um passo atrás pode saltar
a nossa frente. Tudo é possível nessa escola de vida que é o nosso planeta.
Por isso, se ainda vivemos de alguma forma na ilusão dos desejos, que caminhemos
conscientes rumo ao topo dessa divina montanha, desatando todos os nós de ilusão criados
por nós mesmos, até que em nossa alma não exista mais nenhum resquício de desejo.
Devemos lembrar que muito mais bonito o triunfante caminho percorrido que a paisagem
exuberante que encontraremos no final. O caminho deixará marcas inesquecíveis. E serão
essas marcas que te farão lembrar quem somos. Um filho que busca o Pai é uma chama de luz,
que ilumina o caminho dos que vivem na escuridão.
Lança-te ao amor, chama de vida, e ensina aos teus irmãos o que é amar. Pois que o fogo
ardente do amor arrancará muitos que se encontram no sofrimento. A verdade deve ser vivida
e exteriorizada em todos os planos da vida.
O corpo dos desejos, das emoções, do sentimento é vaso santificado para o desprendimento
do reino animal, angariando conquistas para a formação do anjo, do sábio, do santo.
Segue convicto que teus pensamentos, emoções e ações são tua história de redenção, escrita
com no livro de nosso Senhor, que escreve tudo que faz, de bom ou de ruim. Ele te ama e
escreve para que lembres, que ELE sempre te amou, sempre te amparou e que NUNCA desistiu
de você!
BIBLIOGRAFIA
Instituições:
Sites:
• http://www.homeopatianet.kit.net/homemecorpos.htm
• http://paginas.terra.com.br/arte/wilney/espiritismo3e.htm
• http://www.comunidadeespirita.com.br/coloniasespirituais/historico%20das%20colon
ias%20espirituais.htm
• http://www.grupopas.com.br/cadastroColuna/mostraArtigoColuna.do?id=49
Livros:
CONCLUSÃO
Chegamos ao fim da primeira apostila de nosso curso sobre mediunidade, umbanda, vida
espiritual.
Espero que essa simples síntese de como funcionam a vida espiritual e os corpos espirituais
tenha fomentado sua vontade de estudar ainda mais. Essa apostila certamente não substitui a
leitura recomendada abaixo, que foi utilizada como referência para essa apostila.
Outro ponto importante é que essa apostila retrata uma síntese do que eu, autor, acredito ser
verdade, baseado na leitura de diversos livros, revistas, sites, conversas, palestras, entre
outros.
Motumbá!