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Cad. Prospec., Salvador, v. 10, n. 2, p.237-247, abr./jun. 2017 D.O.I.: http://dx.doi.org/10.9771/cp.v10i2.

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PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA COMO FERRAMENTA DE ESTUDO PARA ELABORAÇÃO


DE EXTRATOS HIDROSSOLÚVEIS DO ARROZ VERMELHO

José Robson de Lima Melo1*; Mônica Tejo Cavalcanti2; José Nilton Silva3

1
Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, Universidade
Federal de Campina Grande, UFCG, Pombal, PB, Brasil.
2
Unidade Acadêmica de Tecnologia de Alimentos, Centro de Ciências e Tecnologia Agroalimentar, Universidade
Federal de Campina Grande, UFCG, Pombal, PB, Brasil.
3
Unidade Acadêmica de Engenharia Química, Centro de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de Campina
Grande, UFCG, Campina Grande, PB, Brasil

Rec.: 18/09/2016 Ac.: 13/06/2017

RESUMO
A elaboração de novos produtos com grãos de arroz como matéria prima é considerada propícia, em
razão de que nos grãos são encontrados carboidratos, proteínas, gorduras, sais minerais, vitaminas,
fibras, enzimas entre outras substâncias. Os grãos de arroz com pericarpo colorido apresentam
propriedades nutricionais diferenciadas em relação ao arroz integral branco. O extrato hidrossolúvel
é uma bebida de origem vegetal. O trabalho foi realizado através do mapeamento de patentes
depositadas nas bases de dados do INPI, ESPACENET, USPTO e GOOGLE PATENTES
relacionada ao extrato hidrossolúvel de arroz vermelho. Observou-se que há um baixo número de
patentes nas bases, relacionadas ao arroz vermelho, e esse resultado indica ser inédita a utilização
como matéria prima na elaboração de extratos. Além do mais, como efeito técnico, o extrato de
arroz vermelho pode ser considerado um alimento com baixa caloria e hipoalérgico, podendo ser
consumido por pessoas que apresentam doença celíaca, intolerância à lactose.
Palavras-chave: Cereal. Bebida. Arroz.

TECHNOLOGICAL PROSPECTION AS A STUDY TOOL FOR THE PREPARATION OF RED


RICE HYDROSOLUBLE EXTRACTS

ABSTRACT
The development of new products with rice grains as raw material is considered favorable, given
that the grains are found carbohydrates, proteins, fats, minerals, vitamins, fiber, enzymes and other
substances. Rice grains with colored pericarp have different nutritional properties compared to
white rice. The water extract a beverage plant origin. The work was done by mapping patents
registered in the databases of the INPI, Espacenet, USPTO and GOOGLE PATENTS related to the
soluble extract of red rice. It was observed that there is a low number of patents in the surveyed
bases, related to red rice, and this result indicates be unheard of to use as raw material in the
preparation of extracts. Moreover, as the technical effect, the red rice extract can be considered a
food with a low calorie, hypoallergenic, can be consumed by people with celiac disease, lactose
intolerance.
Keywords: Cereal. Beverage. Rice.
Área Tecnológica: Ciência e Tecnologia dos Alimentos. Engenharia de Alimentos.
Autor para correspondência: robson.mello3@gmail.com
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INTRODUÇÃO
A importância de hábitos de vida mais saudáveis tem sido preocupação crescente dos consumidores.
A mudança nos hábitos alimentares das pessoas exige do mercado o desenvolvimento de alimentos
que sirvam com alternativas para conquistar tal população, que demanda produtos que tragam
benefícios à saúde (COSTA, 2003).
A preocupação das pessoas com uma vida mais saudável tem colaborado para o aumento do
consumo de bebidas não alcoólicas e devido a isso, o mercado desse produto, vem ganhando espaço
cada vez maior, por tratar de um produto pronto para consumo. O desenvolvimento de bebida à base
de grãos pode oferecer vantagens, relacionadas às características nutricionais inerentes as matérias
primas de origem, e por apresentar um custo relativamente baixo (VENTURINI FILHO, 2010).
Uma das áreas com mais interesse de estudo e inovação na indústria de alimentos é a área de
formulação de produtos nutritivos, saudáveis, que tragam vantagens e diferenças dos alimentos
convencionais, o mercado para esses produtos conhecidos como "alimentos funcionais" está
crescendo constantemente em todo o mundo (KONG et al., 2014).
Entre os diversos cereais disponíveis, o arroz tem destaque devido à qualidade da proteína presente
neste grão, presença na dieta usual no Brasil e por apresentar sabor suave. Em alguns países
orientais, são comercializadas bebidas à base de arroz, conhecidas como extrato, “leite” ou bebida
de arroz, caracterizadas como um produto de sabor suave e levemente adocicado, decorrente da
hidrólise do amido em maltose e em outros açúcares, pela ação de enzimas. A tecnologia
empregada na sua elaboração é simples, favorecendo seu desenvolvimento em regiões onde a
produção de arroz é expressiva, como no Brasil, ampliando e diversificando o consumo deste cereal
(JAEKEL et al., 2010).
Um dos cereais mais consumidos e cultivados pela humanidade em todos os continentes é o arroz,
porém no Brasil nenhum outro tipo especial de arroz possui maior importância que o arroz
vermelho (PEREIRA et al., 2009). Segundo Pereira (2004) os grãos do arroz vermelho são curtos e
arredondados, que se mantêm pegajosos após o cozimento, sendo diferenciados do arroz branco
com sabor característico, é um arroz de pericarpo vermelho mais conhecido pertence à mesma
espécie do arroz branco (Oryza sativa L.).
A fabricação e elaboração de novos produtos com grãos de arroz como matéria prima é considerada
propícia, em razão de que nos grãos são encontrados carboidratos, proteínas, gorduras, sais
minerais, vitaminas, fibras, enzimas entre outras substâncias. Contudo, o componente predominante
presente nos grãos é o carboidrato, podendo variar de acordo com o tipo de grão, forma de plantio e
seu processamento. Os grãos de arroz com pericarpo colorido apresentam propriedades nutricionais
diferenciadas em relação ao arroz integral branco, com quantidades superiores de proteínas,
minerais e vitaminas. A coloração do pericarpo dos grãos está ligada ao acúmulo de compostos
fenólicos, os quais têm sido relacionados a efeitos benéficos à saúde em diversos alimentos
(WALTER, 2009).
Segundo decreto 6.871 da Presidência da República o extrato hidrossolúvel é definido como uma
bebida de origem vegetal, todo produto industrializado, destinado à ingestão humana em estado
líquido, sem finalidade medicamentosa ou terapêutica (BRASIL, 2009). Já Carvalho et al. (2011)
definem extrato hidrossolúveis como sendo bebidas de origem vegetal, que possuam algum apelo
comercial e nutricional, quanto aos aspectos de saúde, também com ausência de gorduras animais e
elevados teores de minerais.
A utilização do arroz como matéria prima na elaboração de extratos apresenta vantagens por ser
considerado um alimento com baixa caloria e hipoalérgico, podendo ser consumido por pessoas que

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elaboração de extratos hidrossolúveis do arroz vermelho.
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apresentam intolerância as proteínas do trigo, aveia, centeio, cevada ou às que apresentam


intolerância ao leite, seja devido à alergia ao leite de vaca ou à intolerância à lactose (SOARES et
al., 2010).
Nos últimos anos, várias propostas de elaboração de produtos para a alimentação humana com o
aproveitamento de grãos como fonte alternativa na forma de "leite" ou extrato aquoso fermentado
tem sido desenvolvida. Cardarelli e Oliveira (2000) avaliaram a conservação do extrato fluido da
amêndoa de castanha-do-Pará; Silveira (2009) utilizou extratos aquosos de soja e de yacon no
desenvolvimento de um produto fermentado por um cultivo probiótico; Pretti (2010) elaborou
extrato aquoso de amendoim e verificou a aceitação do extrato fermentado; Soares et al. (2010)
desenvolveram bebidas utilizando extratos de quirera de arroz, de arroz integral e soja; Bicudo et al.
(2012) elaboraram e caracterizaram bebida fermentada à base de extrato hidrossolúvel de quinoa;
Carneiro et al. (2014) desenvolveram tecnologia de conservação do extrato hidrossolúvel de
babaçu; Bernat et al. (2015b) elaboraram e fermentaram “leite de aveia” com o objetivo de
desenvolver um novo produto probiótico; Bernat et al. (2015a) elaboraram “leite de amêndoa” e
fermentaram com diferentes culturas probióticas. Diversas matérias primas vegetais são utilizadas
para a produção de bebidas, entretanto pode-se dizer que o uso do extrato do arroz vermelho é
inédito.
“O estudo do futuro para o desenvolvimento de uma atitude estratégica para a criação de um futuro
desejável”, é como a prospecção pode ser definida. Os métodos de prospecção são utilizados, há
várias décadas, por organizações de diversos países sendo elas privadas ou públicas, como uma
ferramenta para orientar os esforços empreendidos para o desenvolvimento ou aprimoramento de
novas tecnologias (MAYERHOFF, 2009). Segundo Kupfer & Tigre, (2004) a prospecção
tecnológica é uma forma sistemática de mapear desenvolvimentos científicos e tecnológicos que
possam influenciar consideravelmente a indústria, a economia ou a sociedade em geral. A
prospecção é gerada com base na premissa de que são várias as alternativas possíveis em que as
ações presentes alteram o futuro, como ocorre com a inovação tecnológica.
Este trabalho teve como objetivo identificar o uso de tecnologias relacionadas ao extrato
hidrossolúvel de grãos de arroz vermelho, apresentando os números de patentes disponíveis nos
bancos de dados especializados.

METODOLOGIA
Foram utilizadas as palavras-chave: Arroz vermelho (RED RICE), Extrato hidrossolúvel de arroz
vermelho (SOLUBLE EXTRACT OF RED RICE), Leite de arroz vermelho (RED RICE MILK),
Bebida de arroz vermelho (RED RICE BEVERAGE), Bebida fermentada de arroz vermelho (RED
RICE FERMENTED BEVERAGE), Bebida não fermentada de arroz vermelho (RED RICE NON-
FERMENTED BEVERAGE) em busca nos principais bancos de patentes (INPI, ESPACENET,
USPTO E GOOGLE PATENTS), todas essas palavras foram utilizadas entre aspas para aperfeiçoar
a pesquisa, evitando patentes que não estavam relacionadas ao assunto da prospecção, a partir do
ano de 1996, para verificar a viabilidade do desenvolvimento do extrato hidrossolúvel do arroz
vermelho.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após pesquisar as palavras-chave nos bancos de patentes a partir do ano de 1996, buscando por
patentes registradas nacionalmente (INPI), e internacionalmente (ESPACENET, USPTO E
GOOGLE PATENTS), os resultados foram encontrados e expostos na Tabela 1.
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Tabela 1 - Relação das palavras chave com a quantidade de patentes encontradas de acordo com cada banco,
as células marcadas com um traço não foram encontrados nenhum resultado.

Palavras-chave INPI SPACENET USPTO G. PATENTS


Arroz vermelho 4 141 1.048 58
Extrato hidrossolúvel de arroz vermelho - - - -
Leite de arroz vermelho - - 3 -
Bebida de arroz vermelho - - 1 -
Bebida fermentada de arroz vermelho - - - -
Bebida não fermentada de arroz vermelho - - - -
Fonte: Autoria própria, 2016.

A partir da Tabela 1, o número de patentes nacionais e internacionais é relativamente baixo,


relacionadas ao arroz vermelho, o banco de patentes USPTO foi o que apresentou maior número de
patentes, sendo que muitas dessas eram repetidas, ou seja, as patentes eram revisadas ou
incrementadas.
Com os resultados encontrados com as buscas nos bancos de dados considerados, fez-se um gráfico
mostrando o depósito anual de patentes de cada banco de dados. A imagem 1, mostra o número de
depósitos de patentes entre os anos de 1996 e 2015, tendo seu auge em 2013, seguindo de 2010 e
2014. E também se classificou de acordo com o IPC (International Patent Classification) os
resultados foram expostos na tabela 2.

Imagem 1 - Depósito anual de patentes.

Fonte: Autoria própria, 2016.

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Tabela 2 - Classificação das principais patentes de acordo com o IPC:


IPC CLASSE / SUBCLASSE
A01C 1/00 Aparelhos, ou métodos de seu uso, para experimentar ou beneficiar sementes, raízes ou
similares antes de semear ou planta.
A01G 16/00 Horticultura. Cultivo de arroz.
A01H 1/00 Novas plantas ou processos para obtenção das mesmas; reprodução de plantas por meio de
técnicas de cultura de tecidos.
A01H 4/00 Reprodução de plantas por meio das técnicas de cultura de tecidos
A01H 5/10 Células não diferenciadas de seres humanos, animais ou plantas, p. ex. linhagem de células;
Tecidos; Sua cultura ou manutenção; Seus meios de cultura.
A01N 41/10 Biocidas, repelentes ou atrativos de pestes ou reguladores do crescimento de plantas
contendo compostos orgânicos com um átomo de enxofre ligado a um heteroátomo,
Sulfonas; Sulfóxidos.
A01K 61/00 Cultura de peixes, mexilhões, lagostins, lagostas, esponjas, pérolas ou similares.
A01M 7/00 Adaptações ou disposições especiais em aparelhos para pulverização de líquidos para os
fins abrangidos por esta subclasse
A01N 25/02 Biocidas, repelentes ou atrativos de pestes ou reguladores do crescimento de plantas,
caracterizados por suas formas ou por seus ingredientes inativos ou por seus métodos de
aplicação; Substâncias para reduzir o efeito nocivo dos ingredientes ativos para outros
organismos que não sejam pestes, contendo líquidos como condutores, diluentes ou
solventes.
A01N 35/00 Biocidas, repelentes ou atrativos de pestes ou reguladores do crescimento de plantas
contendo compostos orgânicos contendo um átomo de carbono, tendo duas ligações a
heteroátomos com no máximo uma ligação a halogênio.
A01N 43/00 Biocidas, repelentes ou atrativos de pestes ou reguladores do crescimento de plantas
contendo compostos heterocíclicos.
A21D 2/00 Tratamento de farinhas ou massas pela adição de materiais às mesmas antes ou durante o
cozimento.
A21D 13/00 Produtos de panificação acabados ou semiacabados.
A23C 9/12 Preparações de leite fermentado; Tratamento usando micro-organismos ou enzimas.
A23C 9/152 Preparações de leite; Leite em pó ou preparações de leite em pó contendo aditivos
(preparações de leite fermentado contendo aditivos).
A23C 19/032 Queijo; Preparações à base de queijo; Preparação dos mesmos, caracterizada pelo uso de
micro-organismos específicos ou enzimas de origem microbiana.
A23D 9/02 Óleos ou gorduras comestíveis, p. ex. gorduras para bolo, óleo para cozinhar, caracterizado
pela produção ou preparação.
A23F 3/00 Chá; Substitutos do chá; Preparações com os mesmos.
A23G 3/00 Doces; Confeitos; Marzipan; Produtos revestidos ou recheados.
A23J 3/00 Preparação de proteínas para produtos alimentícios.
A23K 10/10 Produtos alimentícios para animais obtidos por processos microbiológicos ou bioquímicos.

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A23L 5/00 Preparo ou tratamento de alimentos ou produtos alimentícios, em geral; Alimentos ou


produtos alimentícios obtidos pelo mesmo; Materiais para esse fim.
A23L 7/10 Produtos derivados de cereais.
A23L 11/00 Grãos de leguminosas, i.e. dos frutos de plantas leguminosas, para produção de forragem ou
alimentos; Produtos à base de legumes; Seu preparo ou tratamento, p. ex. tratamento com
fosfatos.
A23L 13/40 Produtos à base de carne; Farinha de carne; Seu preparo ou tratamento, contendo aditivos.
A23L 13/60 Produtos à base de carne triturada ou emulsionada, p. ex. salsichas; Carne reconstituída a
partir de produtos de carne triturada.
A23L 19/00 Produtos à base de frutas ou legumes; Seu preparo ou tratamento.
A23L 29/00 Alimentos ou produtos alimentícios contendo aditivos
A23L 27/00 Especiarias; Agentes flavorizantes ou condimentos; Agentes adoçantes artificiais; Sais de
mesa; Substitutos dietéticos do sal; Seu preparo ou tratamento.
A23L 33/00 Modificações nas qualidades nutritivas de alimentos; Produtos dietéticos; Seu preparo ou
tratamento.
A61J 3/00 Dispositivos ou métodos especialmente adaptados para dar aos produtos farmacêuticos
formas físicas determinadas ou para sua administração.
A61K 8/00 Cosméticos ou preparações similares para higiene pessoal.
A61K 9/14 Preparações medicinais caracterizadas por formas físicas especiais. Em forma de partículas.
A61K 9/48 Preparações medicinais caracterizadas por formas físicas especiais. Preparações em
cápsulas.
A61K 31/00 Preparações medicinais contendo ingredientes ativos orgânicos
A61K 35/00 Preparações medicinais contendo materiais de constituição indeterminada ou seus produtos
de reação
A61K 36/00 Preparações medicinais contendo materiais de constituição indeterminadas, e derivados de
algas, líquens, fungos ou plantas, ou derivados dos mesmos, p. ex. medicamentos
tradicionais à base de ervas.
A61P3/00 Fármacos para o tratamento de distúrbios do metabolismo.
A61P 9/00 Fármacos para o tratamento de distúrbios do sistema cardiovascular.
A61P 25/00 Fármacos para o tratamento de doenças do sistema nervoso.
B02C 7/00 Trituração ou desintegração por trituradores a discos.
C07D 413/12 Compostos heterocíclicos contendo dois ou mais heteroanéis tendo pelo menos um anel
com átomos de nitrogênio e de oxigênio como os únicos heteroátomos do anel, ligados por
uma cadeia contendo heteroátomos como elos da cadeia.
C07H17/065 Compostos contendo radicais heterocíclicos diretamente ligados a heteroátomos de radicais
sacarídeos. Benzo [b] piranos.
C09B 61/00 Corantes de origem natural, preparados a partir de fontes naturais.
C09B 67/00 Modificação das propriedades físicas p. ex. por tintura ou estamparia de corantes sem
reação química, p. ex. pelo tratamento com solventes; Características do processo de
fabricação de preparados corantes; Preparados corantes de natureza física especial p. ex.
tabletes, películas

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C11B 1/04 Produção de gorduras ou óleos graxos a partir de matérias primas vegetais.
C12G 3/02 Preparação de outras bebidas alcoólicas por fermentação direta.
C12J 1/00 Vinagre; Preparação; Purificação.
C12M 1/02 Aparelhos para enzimologia ou microbiologia, com meios de agitação; com meios de troca
de calor.
C12N 1/14 Microrganismos. Fungos.
C12N 9/88 Enzimas. Liases.
C12N 15/00 Mutação ou engenharia genética; DNA ou RNA concernentes à engenharia genética,
vetores, p. ex. plasmídeos ou seu isolamento, preparação ou purificação; Uso de seus
hospedeiros.
C12P 1/00 Preparação de compostos ou composições, pelo uso de micro-organismos ou enzimas;
Processos gerais para a preparação de compostos ou composições que utilizam micro-
organismos ou enzimas.
C12P 7/62 Preparação de compostos orgânicos contendo oxigênio. Ésteres de ácidos carboxílicos.
C12Q 1/00 Processos de medição ou ensaio envolvendo enzimas ou micro-organismos.
C12R 1/01 Micro-organismos. Bactérias ou acetinomicetos.
D01F 4/00 Filamentos artificiais ou similares monocomponentes de proteínas; Sua manufatura.
G06Q 10/00 Administração; Gerenciamento.
G06Q 30/00 Comércio.
Fonte: Autoria própria, 2016.

Os resumos e as reivindicações das patentes foram lidos visando a classificação de cada documento
conforme seu objeto. Na imagem 2, está apresentado o gráfico feito partir dos IPCs da tabela 2, que
relaciona os objetos das patentes com o percentual de patentes classificadas quanto a natureza da
tecnologia. As áreas identificadas estavam relacionadas com a aplicação do arroz vermelho.

Imagem 2. Depósito de patentes por Áreas.

Fonte: Autoria própria, 2016.


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O setor alimentício se destacou entre os demais, representando cerca de 38,95% das patentes as
quais estavam destinadas à alimentação, seguido da área de bioquímica, cerveja, vinho, vinagre,
microbiologia, engenharia genética ou de mutação com 26,05%, grande parte dessas patentes
estavam relacionadas à engenharia genética, a fim de modificações. As patentes relacionadas à
ciência médica, higiene, eram referentes a seu uso na produção de cosméticos. A agricultura estava
ligada a maneira de cultivar esta espécie de arroz. Contudo não foram encontradas nenhuma patente
relacionada com o uso do extrato do arroz vermelho na elaboração de extratos hidrossolúveis.
Neste trabalho também se pesquisou os artigos relacionados com as palavras-chave citadas na
metodologia, na plataforma do ScienceDirect. Montando assim a tabela 3. Com os resultados da
pesquisa, montou-se um gráfico do número de publicações e os respectivos anos. Vide imagem 3.

Tabela 3 - Relação entre as palavras-chaves, e os resultados encontrados.

Palavras-chave Resultados
Arroz vermelho 563
Extrato hidrossolúvel de arroz vermelho -
Leite de arroz vermelho -
Bebida de arroz vermelho -
Bebida fermentada de arroz vermelho -
Bebida não fermentada de arroz vermelho -
Fonte: Autoria própria, 2016.

Imagem 3 - Relação do número de publicações, e os anos.

Fonte: Autoria própria, 2016.

Para a primeira coluna da esquerda para direita (1997), foram colocados os artigos que eram
antecessores a 1997 ou do mesmo ano, a partir daí observa-se que o número de trabalhos publicados
relacionados ao arroz vermelho, cresceu gradativamente ao longo dos anos. Também não foram
encontradas publicações sobre o extrato hidrossolúvel do arroz vermelho comprovando sua
originalidade

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Foi observado nesta pesquisa que os pesquisadores estão mais preocupados em publicar, do que
proteger seus trabalhos, e sua integridade intelectual, isso pode ser explicado devido à falta de
informação ou por desinteresse por parte dos pesquisadores.
CONCLUSÃO
O presente trabalho mostrou que o número de depósito de patentes, e publicações relacionadas ao
arroz vermelho é relativamente baixa. Entre as patentes relacionadas com o arroz vermelho são
tecnologias de cultivo, produção de bebidas e produção de leite. Não foi identificada a natureza
tecnológica relacionada com o extrato hidrossolúvel de arroz vermelho. Dessa forma, o
desenvolvimento de tecnologias com extrato hidrossolúvel encontra-se em aberto para novas
propostas de inovação para uso como um complemento alimentar com altos teores de minerais e
carboidratos, especialmente para àqueles que possuem intolerância à lactose ou glúten.

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