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5/15/2019

Professor Engº Esp. Alexandre Coan Pierri

Caro aluno

Diante das discussões das aulas anteriores, você já deve ter percebido
a importância do quadro natural para o desenvolvimento das atividades
nas diferentes sociedades.

Por outro lado, com o processo de globalização da economia, novos


investimentos tecnológicos são incorporados no espaço brasileiro.

No entanto, essa modernização brasileira não ocorre de maneira homogênea no


espaço geográfico, resultando na (re)produção do espaço aonde coexistem
técnicas rudimentares ao lado de áreas modernas.

Assim, nesta aula você irá perceber a importância do clima.

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Os fenômenos atmosféricos, integrados com os aspectos geológicos


e geomorfológicos são responsáveis pela formação de diferentes tipos de
paisagens que influenciam no tipo de organização do espaço.

Este conhecimento poderá contribuir para uma melhor utilização do solo e dos
recursos hídricos, assim, como, poderá auxiliar na criação e execução de
projetos relacionados ao planejamento urbano e rural das populações
O clima exerce influência direta sobre a sociedade, seja de forma positiva ou
negativa.
Os fatores climáticos possuem importância fundamental na distribuição dos
seres vivos, principalmente no que diz respeito a vegetação. Os limites, superior
e inferior, de tolerância das plantas com relação a temperatura, luz, vento,
umidade e pluviosidade, são bem definidos para cada espécie.

A grande biodiversidade dos trópicos deve-se essencialmente ao


comportamento dos fatores climáticos, descritos anteriormente.

Excesso ou deficiência de qualquer um destes fatores do clima resulta


na incapacitação para o desenvolvimento do ciclo vital, influenciando
diretamente os processos de germinação, crescimento, floração ou
frutificação de forma incisiva no processo produtivo e na produtividade
agrícola.

É a agricultura e o planejamento urbano, as atividades econômicas que mais se


ressentem com a variabilidade climática, que se traduz pela inconstância das
chuvas.

“(...) O clima assume significância em quase todas as fases das
atividades desde a seleção de regiões ou lugares para a 
instalação de culturas , até o planejamento a longo ou curto 
prazo das atividades humanas” (MOTA & AGENDES, 1986, 
p.45).

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Objetivos
1.Conhecer o processo físico de formação das
chuvas e seus tipos

2.Saber como se medem as chuvas

3.Conhecer as representações gráficas do


totais precipitados (pluviogramas e
hietogramas).

4.Conhecer a sazonalidade das chuvas

5.Conhecer as variabilidades das chuvas no


mundo, no Brasil e em São Paulo

6.Saber traçar os polígonos de Thiessen

Transferência de calor na atmosfera

Convecção: processo de condução de


calor numa massa de ar
Advecção: transferência de vapor de
superfície de água líquida para a
atmosfera causado pelo vento
Radiação

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A ÁGUA DA ATMOSFERA que atinge a superfície 
na forma de chuva, granizo, neve, orvalho, neblina ou geada 
é denominada PRECIPITAÇÃO. Na realidade brasileira 
a chuva é a forma mais importante de precipitação, embora 
grandes prejuízos possam advir da ocorrência de 
precipitação na forma de granizo e em alguns locais possa 
eventualmente ocorrer neve.

As formas pelas quais a umidade atmosférica se precipita na superfície são


garoa, chuva, neve, graniso e orvalho, descritos resumidamente a seguir.:

a) Garoa: precipitação uniforme consistindo de gotas de diâmetro inferior a


0,5 mm, de intensidade geralmente baixa (inferior a 1 mm/h).

b) Chuva: precipitação cujas gotas apresentam diâmetro superior a 0,5 mm. A


intensidade pode geralmente enquadrar-se em três categorias: leve (até 2,5
mm/h), moderada ( 2,6 a 7,5 mm/h), pesada (superior a 7,5 mm/h). A gota em
queda atinge rapidamente a velocidade terminal de queda, quando é atingido o
equilíbrio entre a resistência do ar e o peso da gota. As gotas podem crescer por
coalizão e condensação durante sua trajetória descendente, até um limite
máximo de aproximadamente 6 mm, acima do qual a deformação pode ser
suficiente para romper a gota em gotículas de
menor diâmetro (HEWLETT & NUTTER, 1969).

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c) Graniso: precipitação na forma de pedras de gelo. Ocorre durante


tempestades, quando há formação de violentas correntes ascendentes e
descendentes nas nuvens. É
um fenômeno que ocorre no final da primavera ou do verão, ao invés de no
inverno, pois uma das condições é que a temperatura próxima ao solo seja
superior a 0ºC.

d) Neve: cristais de gelo formados a partir do vapor de água quando a


temperatura do ar
é de 0ºC ou menos.

IMPORTÂNCIA DA PRECIPITAÇÃO
 Conforme mencionado quando abordado o 
assunto balanço hídrico, a PRECIPITAÇÃO é a única forma 
de entrada de água em uma bacia hidrográfica.
 Assim sendo, ela fornece subsídios para :
• a quantificação do abastecimento de água;
• Irrigação;
• controle de inundações;
• erosão do solo etc.
E é fundamental para o adequado dimensionamento de 
obras hidráulicas, entre outros.
 A CHUVA é a causa mais importante dos processos 
hidrológicos de interesse da engenharia e é caracterizada 
por uma grande aleatoriedade espacial e temporal.

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FORMAÇÃO DAS CHUVAS
 A água existente na atmosfera está, em sua maior parte, na forma 
de vapor. 
 A quantidade de vapor que o ar pode conter é limitada.   Ar a 20º C 
pode conter uma quantidade máxima de vapor de, aproximadamente, 
20 gramas por metro cúbico.
 Quantidades de vapor superiores a este limite acabam 
condensando.
 A quantidade máxima de vapor que pode ser contida no ar sem 
condensar é a concentração de saturação. 
 Uma característica muito importante da concentração de saturação 
é que ela aumenta com o aumento da temperatura do ar.  Assim, ar 
mais quente pode conter mais vapor do que ar frio. (figura 1)

 O ar atmosférico apresenta um forte gradiente
de temperatura, com temperatura relativamente alta 
junto à superfície e temperatura baixa em grandes altitudes. 
 O processo de formação das nuvens de chuva está 
associado ao movimento ascendente de uma massa de ar 
úmido. Neste processo a temperatura do ar vai diminuindo até 
que o vapor do ar começa a condensar. Isto ocorre porque a 
quantidade de água que o ar pode conter sem que ocorra  
condensação é maior para o ar quente do que para o ar frio. 
 Quando este vapor se condensa, pequenas gotas 
começam a se formar, permanecendo suspensas no ar por 
fortes correntes ascendentes e pela turbulência.
 Porém, em certas condições, as gotas das nuvens 
crescem, atingindo tamanho e peso suficiente para vencer as 
correntes de ar que as sustentam. Nestas condições, a água das 
nuvens se precipita para a superfície da Terra, na forma de 
chuva.

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CAUSAS DA PRECIPITAÇÃO

A condensação do vapor d’água da atmosfera é a primeira condição essencial


para a ocorrência de precipitação. A condensação ocorre como resultado do
esfriamento do ar à temperatura inferior ao ponto de saturação de vapor. O
esfriamento do ar pode ocorrer como resultado de vários processos, mas nem
todos são normalmente suficientes para produzir precipitação.

Por exemplo, o esfriamento do ar durante a noite, devido a perda de calor por


radiação, não é tão intenso a ponto de causar chuva, embora possa haver
condensação em superfícies expostas (orvalho).

O único mecanismo físico de esfriamento do ar que é eficiente na produção de


precipitação é o da redução de pressão que ocorre quando massas de ar são
forçadas a se elevar (GILMAN, 1964). Quando uma massa de ar se eleva até
uma altura onde a pressão é menor, ocorre expansão. Esta expansão esfria o ar,
pois diminui a frequência de colisão entre as moléculas. Este esfriamento é
referido como adiabático, pois não há perda de calor para o meio.

Assim, pode-se afirmar que a causa básica para a ocorrência de chuva é a


ascensão de uma massa de ar úmida.

Consequentemente, pode-se classificar as chuvas de acordo com os diferentes


processos pelos quais ocorre ascensão de massas de ar.

De modo geral, são três os mecanismos básicos de ascensão de massas


de ar, dos quais resultam, então, os seguintes tipos básicos de precipitação:

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Figura 2: Tipos de chuvas

CHUVAS FRONTAIS
 As chuvas frontais ocorrem quando se encontram duas grandes 
massas de ar, de diferente temperatura e umidade. Na frente de 
contato entre as duas massas o ar mais quente (mais leve e, 
normalmente, mais úmido) é empurrado para cima, onde atinge 
temperaturas mais baixas, resultando na condensação do vapor.

 As massas de ar que formam as chuvas frontais têm centenas de 
quilômetros de extensão e movimentam se de forma relativamente 
lenta, consequentemente as chuvas frontais caracterizam‐se pela 
longa duração e por atingirem grandes extensões. No Brasil as chuvas 
frontais são muito frequentes na região Sul, atingindo também as 
regiões Sudeste, Centro Oeste e, por vezes, o Nordeste.

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 Chuvas frontais têm uma intensidade


baixa e uma duração relativamente longa.
Em alguns casos as frentes podem ficar estacionárias, e a chuva
pode atingir o mesmo local por vários dias seguidos.

CHUVAS OROGRÁFICAS
As chuvas orográficas ocorrem em regiões em que um grande 
obstáculo do relevo, como uma cordilheira ou serra muito alta, impede 
a passagem de ventos quentes e úmidos, que sopram do mar, 
obrigando o ar a subir. Em maiores altitudes a umidade do ar se 
condensa, formando nuvens junto aos picos da serra, onde chove com 
muita frequência. As chuvas orográficas ocorrem em muitas regiões do 
Mundo, e no Brasil são especialmente importantes ao longo da Serra 
do Mar.

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CHUVAS OROGRÁFICAS

Influência da topografia
Intensidades variáveis
Impactos em pequenas bacias
em serras

CHUVAS CONVECTIVAS
 As chuvas convectivas ocorrem pelo aquecimento de massas de 
ar, relativamente pequenas, que estão em contato direto com a 
superfície quente dos continentes e oceanos;
 O aquecimento do ar pode resultar na sua subida para níveis mais 
altos da atmosfera onde as baixas temperaturas condensam o vapor, 
formando nuvens. Este processo pode ou não resultar em chuva;
 São caracterizadas pela alta intensidade e pela curta duração;
 Normalmente, ocorrem de forma concentrada sobre áreas 
relativamente pequenas;
 No Brasil há uma predominância nas regiões tropicais;
 Os processos convectivos produzem chuvas de grande intensidade 
e de duração relativamente curta;   e 
 Problemas de inundação em áreas urbanas estão, muitas vezes, 
relacionados às chuvas convectivas.

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CHUVAS CONVECTIVAS

Grandes intensidades
Curtas durações
Pequena abrangência
espacial
Grande impacto em
drenagem urbana

A precipitação constitui a entrada de água na microbacia.

As análises que podem ser realizadas com os dados de precipitação são de vários tipos:
desde as que envolvem a distribuição temporal da precipitação, as análises de frequência, e
até as análises dos dados de chuvas isoladas.

Do ponto de vista da medição e preparo dos dados de precipitação em bacias


experimentais, os tipos de análises mais comumente envolvidos são:
a) análise pontual;
b) verificação da homogeneidade dos dados;
c) cálculo da precipitação média em uma dada área.

No primeiro caso, procede-se às tabulações dos dados obtidos nos aparelhos medidores
individuais, quer pela leitura direta dos pluviômetros, quer pela tabulação dos diagramas
de aparelhos registradores (pluviógrafos).

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Ocasionalmente alguma estação ou posto pluviométrico pode, por uma razão ou outra,
estar sem observação, ou seja, pode ter uma falha na série de dados. A estimativa dos
dados perdidos pode ser feita por pelo menos três métodos.

O segundo tipo de análise diz respeito à verificação da consistência, ou da


homogeneidade, dos dados de que se dispõe, a fim de adequá-los aos dados médios
históricos regionais.

O terceiro tipo, finalmente, se relaciona com o cálculo da precipitação média para uma
dada área, uma microbacia por exemplo, a partir de dados pontuais de vários
pluviômetros distribuídos ao longo da área. Os métodos utilizados para esta
determinação incluem:
a) média aritmética;
b) polígonos de Thiessen;
c) método das isoietas.

MEDIÇÃO DA CHUVA
 A chuva é medida utilizando instrumentos chamados 
pluviômetros que nada mais são do que recipientes para 
coletar a água precipitada com algumas dimensões padronizadas. 
 O pluviômetro mais utilizado no Brasil tem uma forma cilíndrica com 
uma área superior de captação da chuva de 400 cm2, de modo que um 
volume de 40 ml de água acumulado no pluviômetro corresponda a 1 mm 
de chuva. 
 O pluviômetro é instalado a uma altura padrão de 1,50 m do solo 
(Figura 5.3) e a uma certa distância de casas, árvores e outros obstáculos 
que podem interferir na quantidade de chuva captada.

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Nos pluviômetros da rede de observação mantida pela Agência Nacional 
da Água (ANA) a medição da chuva é realizada uma vez por dia, sempre às 
7:00 da manhã, por um observador que anota o valor lido em uma 
caderneta.  A ANA tem uma rede de 2.473 estações pluviométricas 
distribuídos em todo o Brasil. 

 Além da ANA existem outras instituições e empresas que mantém 
pluviômetros, como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), 
empresas de geração de energia hidrelétrica e empresas de pesquisa 
agropecuária. 

 No banco de dados da ANA (www.hidroweb.ana.gov.br) estão 
cadastradas :
 14.189 estações pluviométricas de diversas entidades, mas 
 apenas 8.760 estão em atividade  (dados de 2007).

 Existem PLUVIÔMETROS adaptados para realizar medições 
de forma automática, registrando os dados medidos em intervalos 
de tempo inferiores a um dia. 
 São os PLUVIÓGRAFOS, que originalmente eram mecânicos, utilizavam uma 
balança para pesar o peso da água e um papel para registrar o total precipitado. 
 Os PLUVIÓGRAFOS antigos com registro em papel foram substituídos, nos últimos 
anos, por PLUVIÓGRAFOS ELETRÔNICOS com memória (data‐logger).

 O PLUVIÓGRAFO mais comum atualmente é o DE CUBAS BASCULANTES, em que a 
água recolhida é dirigida para um conjunto de duas cubas articuladas por um eixo 
central. 

 A água é dirigida inicialmente para uma das cubas e quando esta cuba recebe uma 
quantidade de água equivalente a 20g, aproximadamente, o conjunto báscula em torno 
do eixo, a cuba cheia esvazia e a cuba vazia começa a receber água. Cada movimento 
das cubas basculantes equivale a uma lâmina precipitada (por exemplo 0,25 mm), e o 
aparelho registra o número de movimentos e o tempo em que ocorre cada movimento.

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A principal vantagem do PLUVIÓGRAFO sobre o 
PLUVIÔMETRO é que permite analisar detalhadamente os 
eventos de chuva e sua variação ao longo do dia. Além disso, o 
pluviógrafo eletrônico pode ser acoplado a um sistema de 
transmissão de dados via rádio ou telefone celular.

Figura 3: Características de um pluviômetro.

a) Pluviômetros
São simplesmente receptáculos de água, cujas leituras são 
feitas geralmente em intervalos de 24 horas (7 horas da manhã), 
em recipientes graduados. Como exemplo, temos o pluviômetro 
tipo "Ville de Paris", muito utilizado no Brasil.

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Papel para Pluviograma

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Pluviograma

Pluviograma

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Hietograma

Hietograma Acumulado

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b) Pluviógrafos
São aparelhos que registram em gráfico o total de precipitação
acumulada ao longo do tempo, indispensáveis para estudos de
precipitação de curta duração.
Tanto os pluviômetros quanto os pluviógrafos, costumam ter
superfície receptora circular com área entre 200 e 500 cm2 e são
geralmente instalados a 1,50 m do solo. Devem ser instalados de tal forma
que não sofram influências de árvores, prédios ou outros obstáculos.

Pluviógrafos

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Pluviógrafos

Estação 
Remota de 
Telemetria

 A chuva também pode ser estimada utilizando 
RADARES METEOROLÓGICOS.
 A medição de chuva por radar está baseada na emissão de pulsos de 
radiação eletromagnética que são refletidos pelas partículas de chuva na 
atmosfera, e na medição da intensidade do sinal refletido. A relação 
entre a intensidade do sinal enviado e recebido,  denominada 
refletividade, é correlacionada à intensidade de chuva que está caindo 
em uma região. 
 A principal vantagem do radar é a possibilidade estimativas de taxas 
de precipitação em uma grande região no entorno da antena emissora e 
receptora, embora existam erros consideráveis quando as estimativas 
são comparadas com dados de pluviógrafos.
 No Brasil são poucos os radares para uso meteorológico, com a 
exceção do Estado de São Paulo em que existem alguns em operação. 
Em alguns países, como os EUA, a Inglaterra e a Alemanha, já 
existe uma cobertura completa com sensores de radar para 
estimativa de chuva.

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http://www.ipmet.unesp.br/

http://www.ipmet.unesp.br/

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Também é possível fazer estimativas da 
precipitação a partir de imagens obtidas por 
sensores instalados em satélites. A 
temperatura do topo das nuvens, que pode 
ser estimada a partir de satélites, tem uma 
boa correlação com a precipitação.

Além disso, existem experimentos de radares 
a bordo de satélites que permitem aprimorar 
a estimativa baseada em dados de 
temperatura de topo de nuvem.

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Sazonalidade das Precipitações

Climas quentes da zona intertropical


Regime Equatorial: chuvas durante todo o ano, sem estações
secas definidas
Regime Sub-equatorial: dois períodos secos, um no inverno e
outro no verão
Regime Tropical: um período nítido de chuvas no verão
Climas temperados da zona subtropical
Dominados pelas evoluções das massas de ar
Chuvas distribuídas no ano
Climas de Monções (Oceano Índico e continentes adjacentes)
Dominados pelas correntes eólicas provenientes das diferenças de
temperatura entre o oceano e o continente
Regime de chuvas depende do relevo

Sazonalidade das Precipitações


Ano Hidrológico

Semestre Seco: Meses do ano em que as precipitações


médias da série histórica referentes a esses meses são
inferiores à precipitação média dos 12 meses.

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Exercício 1

ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA

 AS VARIÁVEIS que caracterizam a chuva são a sua 
ALTURA (lâmina precipitada), a INTENSIDADE, a DURAÇÃO e a FREQUÊNCIA.

 DURAÇÃO é o período de tempo durante o qual a chuva cai. 
Normalmente é medida em minutos ou horas.

 A ALTURA é a espessura média da lâmina de água que cobriria a região 
atingida se esta região fosse plana e impermeável. A unidade de medição 
da altura de chuva é o MILÍMETRO DE CHUVA. Um milímetro de chuva 
corresponde a 1 litro de água distribuído em 1 metro quadrado.

 INTENSIDADE é a altura precipitada dividida pela duração da chuva, e é 
expressa, normalmente, em mm.hora‐1.

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 FREQÜÊNCIA é a quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores 
ao evento de chuva considerado. Chuvas muito intensas tem frequência baixa, 
isto é, ocorrem raramente. Chuvas pouco intensas são mais comuns. 

 A Tabela 5.1 apresenta a análise de frequência de ocorrência de chuvas


diárias de diferentes intensidades ao longo de um período de 23 anos em
uma estação pluviométrica no interior do Paraná. Observa‐se que ocorreram
5597 dias sem chuva (P = zero) no período total de 8279 dias, isto é, em 67%
dos dias do período não ocorreu chuva.

 Em pouco mais de 17% dos dias do período ocorreram chuvas com


intensidade baixa (menos do que 10 mm). A medida em que aumenta a
intensidade da chuva diminui a frequência de ocorrência.

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Tabela 1: 

Frequência de 
ocorrência de chuvas 
diárias de diferentes 
alturas em um posto 
pluviométrico no 
interior do Paraná ao 
longo de um período 
de, aproximadamente, 
23 anos.

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O TEMPO DE 
RETORNO É IGUAL 
AO INVERSO DA
PROBABILIDADE.

A VARIÁVEL utilizada na hidrologia para avaliar eventos extremos 
como chuvas muito intensas é o TEMPO DE RETORNO (TR), dado em 
anos. O TEMPO DE RETORNO é uma estimativa do tempo em que um 
evento é igualado ou superado, em média. Por exemplo, uma chuva 
com intensidade equivalente ao tempo de retorno de 10 anos é 
igualada ou superada somente uma vez a cada 10 anos, em média. 
Esta última ressalva “em média” implica que podem, eventualmente, 
ocorrer 2 chuvas de TR 10 anos em 2 anos subsequentes.

O TEMPO DE RETORNO pode, também, ser definido como o inverso 
da probabilidade de ocorrência de um determinado evento em um 
ano qualquer. 

Por exemplo, se a chuva de 130 mm em 1 dia é igualada ou 
superada apenas 1 vez a cada 10 anos diz‐se que seu Tempo de 
Retorno é de 10 anos, e que a probabilidade de acontecer 1 dia 
com chuva igual ou superior a 130 mm em um ano qualquer é de 
10%, ou seja:

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Distribuição Global de Precipitação

Distribuição de Precipitação no Brasil

http://www.cprm.gov.br/publique /media/Isoietas_Totais_Anuais_1 977_2006_2011.pdf 

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Distribuição de Precipitação no Estado de São Paulo

VARIABILIDADE ESPACIAL DA CHUVA
 Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos referem‐se a medições 
executadas em áreas muito restritas (400 cm2), quase pontuais. Porém a chuva 
caracteriza‐se por uma grande variabilidade espacial. 

 Assim, durante um evento de chuva um pluviômetro pode ter registrado 60 
mm de chuva enquanto um outro pluviômetro, a 30 km de distância registrou 
apenas 40 mm para o mesmo evento. Isto ocorre porque a chuva apresenta 
uma grande variabilidade espacial, principalmente se é originada por um 
processo convectivo.

 A forma de representar a variabilidade espacial da chuva para um evento, 
para um ano inteiro de dados ou para representar a  precipitação média anual 
ao longo de um período de 30 anos são as linhas de mesma precipitação 
(isoietas) desenhadas sobre um mapa. 

 AS ISOIETAS são obtidas por interpolação dos dados de pluviômetros ou 
pluviógrafos e podem ser traçadas de forma manual ou automática. 

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CHUVAS MÉDIAS NUMA ÁREA
 Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos referem‐se a 
uma área de coleta de 400 cm2, ou seja, quase pontual. Porém, o 
maior interesse na hidrologia é por chuvas médias que atingem uma 
região, como a bacia hidrográfica.

 O CÁLCULO DA CHUVA MÉDIA em uma bacia pode ser realizado 
utilizando o método da MÉDIA ARITMÉTICA; das ISOIETAS; dos 
POLÍGONOS de THIESSEN ou através de  INTERPOLAÇÃO em 
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIGS).

 O MÉTODO MAIS SIMPLES É O DA MÉDIA ARITMÉTICA, em que se 
calcula a média das chuvas ocorridas em todos os pluviômetros 
localizados no interior de uma bacia.

Cálculo da chuva média na bacia

Problema Prático: Qual é o volume precipitado sobre uma bacia situada em uma região que 
possui diversos postos que registram valores variados? 

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E X EMP LO
1) QUAL É A PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA DA FIGURA 5?
Utilizando o método da média aritmética considera‐se os 
pluviômetros que estão no interior da bacia. 
A média da chuva é Pm = (66+50+44+40)/4 = 50 mm.

66 mm 

● 44 mm ● 42 mm

● 50 mm

40 mm

Figura 5: Mapa de uma bacia com as chuvas observadas em cinco pluviômetros.

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O MÉTODO DAS ISOIETAS parte de um mapa de


isoietas, Figura 6 e calcula a área da bacia que
corresponde ao intervalo entre as isoietas.

Assim, considera‐se que a área entre as isoietas


de 1200 e 1300 mm receba 1250 mm de chuva.
Em todo o resto ele é semelhante ao método de
Thiessen, descrito a seguir.

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Figura 6: Exemplo de representação da variabilidade especial da chuva com um 
mapa de isoietas.

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MÉTODO DOS 
POLÍGONOS DE THIESSEN
 Um dos métodos mais utilizados é o método de Thiessen, ou do 
vizinho mais próximo. Neste método é definida a área de influência de 
cada posto e é calculada uma média ponderada da precipitação com 
base nestas áreas de influência.

 Utilizando este método o primeiro passo é traçar linhas que unem 
os postos pluviométricos mais próximos entre si. A seguir é 
determinado o ponto médio em cada uma destas linhas e, a partir 
desse ponto é traçada uma linha perpendicular. 

 A interceptação das linhas médias entre si e com os limites da 
bacia definem a área de influência de cada um dos postos. A chuva 
média é uma média ponderada utilizando as áreas de influência como 
ponderador. Este método pode ser melhor compreendido através de 
um exemplo, como o que segue.

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MÉTODO DOS
POLÍGONOS DE THIESSEN
Este método pode ser melhor compreendido através de um
exemplo, como o que segue.

● 50 mm

● 120 mm

● 90 mm

● 75 mm ● 82 mm

Figura  7:  Mapa da bacia com chuvas nos postos pluviométricos para o exemplo 2.

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EXEMPLO
2) QUAL É A PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA DA FIGURA 7?
Utilizando o método dos polígonos de Thiessen o primeiro passo é traçar 
linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos. A seguir é 
determinado o ponto médio em cada uma destas linhas e traçada uma 
linha perpendicular. A interceptação das linhas médias entre si e com os 
limites da bacia vão definir a área de influência de cada um dos postos.
A SEQUÊNCIA É APRESENTADA A SEGUIR.
Área total = 100 km2
Área sob influência do posto com 120 mm = 15 km2
Área sob influência do posto com 70 mm = 40 km2
Área sob influência do posto com 50 mm = 30 km2
Área sob influência do posto com 75 mm = 5 km2
Área sob influência do posto com 82 mm = 10 km2

PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA:

Pm = 120x0,15+70x0,40+50x0,30+75x0,05+82x0,10 = 73 mm.

 Se fosse utilizado o método da média aritmética haveria


apenas dois postos no interior da bacia, com uma média
de 60 mm.

 Se fosse calculada uma média incluindo os postos que


estão fora da bacia chegaríamos a 79,5 mm.

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 TRAÇAR LINHAS QUE UNEM OS POSTOS  PLUVIOMÉTRICOS MAIS 
PRÓXIMOS ENTRE SI.

● 30 mm

● 120 mm

● 70 mm

● 75 mm ● 82 mm

 TRAÇAR LINHAS MÉDIAS PERPENDICULARES ÀS LINHAS QUE 
UNEM OS POSTOS PLUVIOMÉTRICOS.

●50 mm
● 239 mm

● 28 mm

● ● 82 mm
95 mm

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 Definir a região de influência de cada posto


pluviométrico e medir a sua área.

Figura 8: Exemplo de definição dos polígonos de Thiessen.

Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Média
Aritimética

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Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia –
Polígonos de Thiessen

Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Método
das Isoetas

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Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Resumo Geral

Escolha do Método depende do objetivo e da 
quantidade de postos

CHUVAS TOTAIS ANUAIS
 A chuva média anual é uma das variáveis mais 
importantes na definição do clima de uma região, bem como sua variabilidade 
sazonal. O total de chuva precipitado ao longo de um ano influencia fortemente a 
vegetação existente numa bacia e as atividades humanas que podem ser exercidas 
na região.

Na região de Porto Alegre, por exemplo, chove aproximadamente 1300 mm por 
ano, em média. Em muitas regiões da Amazônia chove mais do que 2000 mm por 
ano, enquanto na região do Semi‐Árido do Nordeste há áreas com menos de 600 
mm de chuva por ano.

O clima, entretanto, não é constante, e ocorrem variações importantes em torno 
da média da precipitação anual. A Figura 5. 11 apresenta um histograma de 
freqüências de chuvas anuais de um posto localizado no interior de Minas Gerais, 
no período de 1942 a 2001. A chuva média neste período é de 1433 mm, mas 
observa‐se que ocorreu um ano com chuva inferior a 700 mm, e um ano 
com chuva superior a 2300 mm. A distribuição de frequência da 
Figura 11 é aproximadamente gaussiana (parecida com a  distribuição 
Normal).

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Figura 11: Histograma de frequência de chuvas anuais no posto 02045005, no 
município de Lamounier (MG).

EXEMP LO
3) O desvio padrão da chuva anual no posto pluviométrico da Figura 5.11 é de 
298,8 mm e a média de 1433 mm.

ESTIME QUAL O VALOR DE PRECIPITAÇÃO ANUAL QUE É IGUALADO OU SUPERADO 
APENAS 5 VEZES A CADA 200 ANOS, EM MÉDIA.
A faixa de chuva entre a média menos duas vezes o desvio padrão e a média mais 
duas vezes o desvio padrão inclui 95% dos anos em média, e 2,5 % dos anos tem 
precipitação inferior à média menos duas vezes o desvio padrão, enquanto 2,5% 
tem precipitação superior à média mais duas vezes o desvio padrão, o que 
corresponde a 5 anos a cada 200, em média. 

Assim, a chuva anual que é superada ou igualada apenas 5 vezes a cada 200 anos 
é:

P2,5% = 1433+2x298,8 = 2030 mm

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CHUVAS MÁXIMAS

As chuvas intensas são as causas das cheias e as cheias são causas de grandes 
prejuízos quando os rios transbordam e inundam casas, ruas, estradas, escolas, 
podendo destruir plantações, edifícios, pontes etc. e interrompendo o tráfego. 
As cheias também podem trazer sérios prejuízos à saúde pública ao disseminar 
doenças de veiculação hídrica.

Por estes motivos existe o interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas 
máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e 
vertedores.

O problema da análise de frequência de chuvas máximas é calcular a 
precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada 
probabilidade de ocorrência em um ano qualquer. A forma de relacionar quase 
todas estas variáveis é a curva de Intensidade – Duração – Frequência (curva 
IDF).

 A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um 
pluviógrafo (mais de 15 anos,  pelo menos). A metodologia de desenvolvimento da 
curva IDF baseia‐se na seleção das maiores chuvas de uma duração escolhida (por 
exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados. 

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 Com base nesta série de tamanho N (número de anos) é ajustada uma 
distribuição de frequências que melhor represente a distribuição dos valores 
observados. O procedimento é repetido para diferentes durações de chuva (5 
minutos; 10 minutos; 1 hora; 12 horas; 24 horas; 2 dias; 5 dias) e os resultados são 
resumidos na forma de um gráfico, ou equação, com a relação das três variáveis:
Intensidade, Duração e Frequência (ou tempo de retorno).

 A Figura 12 apresenta uma curva IDF obtida a partir da análise dos dados de 
um pluviógrafo que esteve localizado no Parque da Redenção, em Porto Alegre. 
Cada uma das linhas representa um Tempo de Retorno; no eixo horizontal estão 
as durações e no eixo vertical estão as intensidades. 
 Observa‐se que quanto menor a duração maior a intensidade da chuva. Da 
mesma forma, quanto maior o Tempo de Retorno, maior a  intensidade da 
chuva. Por exemplo, a chuva de 1 hora de  duração com tempo de retorno de 
20 anos tem uma intensidade  de 60 mm.hora‐1.

Figura 12: 
Curva IDF para a 
cidade de Porto 
Alegre, com 
base nos dados 
coletados pelo 
pluviógrafo do 
DMAE 
localizado no
Parque da 
Redenção, 
publicada pelo 
DMAE em 1972 
(adaptado de 
Tucci, 1993).

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 Evidentemente as curvas IDF são diferentes em 
diferentes locais. Assim, a curva IDF do Parque da 
Redenção em Porto Alegre vale para a região próxima a esta cidade.

 Infelizmente não existem séries de dados de pluviógrafos longas em todas 
as cidades, assim, muitas vezes, é necessário considerar que a curva IDF de um 
local é válida para uma grande região do entorno. No Brasil existem estudos de 
chuvas intensas com curvas IDF para a maioria das capitais dos Estados e para 
algumas cidades do interior,
apenas.
UMA CURVA IDF TAMBÉM PODE SER
RESUMIDA NA FORMA DE UMA
EQUAÇÃO.

DE MANEIRA GERAL AS EQUAÇÕES IDF


TEM A FORMA APRESENTADA A
SEGUIR:

 Onde I é a intensidade da chuva (mm.hora‐1); a, b, c e d são
parâmetros característicos da IDF de cada local; 
TR é o tempo de retorno em anos; td é a duração da precipitação em minutos.
 Um trabalho recente revisou as curvas IDF baseada em dados do Aeroporto e do 
8ºDistrito de Meteorologia (DISME) de Porto Alegre (Bemfica, 1999), chegando às equações 
dadas na Tabela 5.3. Estas curvas foram ajustadas para durações de até 1440 minutos, e para 
tempos de retorno de até 100 anos.

Tabela 3: Exemplos de equações de curves IDF.

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 Em termos práticos, para a utilização de uma IDF é 
necessário informar o tempo de retorno de projeto e a 
duração da chuva. 
 O tempo de retorno a ser utilizado é um critério relacionado 
com o tipo de obra de engenharia. POR EXEMPLO, no projeto de um 
sistema de drenagem pluvial urbano as bocas‐de‐lobo são em geral dimensionadas 
para chuvas de 3 a 5 anos de período de retorno, enquanto que o vertedor de uma 
barragem como Itaipú no rio Paraná, é dimensionado para uma vazão de 10.000 anos 
de período de retorno. Com relação à duração da chuva, normalmente adota‐se o 
critério de utilização da duração da chuva igual ao tempo de concentração da bacia 
hidrográfica para a qual será desenvolvido o estudo. Em alguns casos especiais, a 
duração da chuva também pode seguir um critério pré‐estabelecido, como por 
exemplo, a duração máxima de 10 minutos é utilizada para o dimensionamento de 
redes de micro‐drenagem em Porto Alegre.
 É interessante comparar as intensidade de chuva das curvas IDF apresentadas com 
as chuvas da Tabela 4, que apresenta as chuvas mais intensas já registradas no mundo, 
para diferentes durações. Observa‐se que  existem regiões da China em que já 
ocorreu em 10 horas a chuva de  1400 mm, que é equivalente ao total anual 
médio de precipitação em  Porto Alegre.

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Curva intensidade‐duração‐frequência

Chuva em uma região pode ser definida se intensidade, duração, e frequência das várias 
chuvas intensas são conhecidas. Para uma estação, geralmente, são conhecidas as 
intensidades das chuvas para diversas durações, tais como 5, 10, 15, 30, 60 e 120 min. 
Estes dados podem ser usados para determinação da frequência de ocorrência das 
chuvas. Estes dados de frequência podem ser representados pelas curvas de intensidade x 
duração.
Exemplo de uma curva intensidade x duração para Vitória:

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C, K e m são constantes a determinar.

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Chuvas mais Intensas observadas no mundo 

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Distribuição Temporal

A distribuição temporal dos volumes precipitados condicionará o volume


infiltrado e a forma do hidrograma de escoamento superficial direto
originado pela chuva excedente
 A distribuição temporal da chuva e o tempo de resposta da bacia
hidrográfica vão determinar os valores da vazão máxima do hidrograma e
o instante de ocorrência

Distribuição Temporal

•Curvas de infiltração da bacia (dependem da condição de umidade inicial e do tipo e uso do 
solo)  – haverá variação do volume do escoamento superficial na bacia, e em função também da 
distribuição temporal da chuva 
•Há grande dispersão nos padrões dos hietogramas para precipitações de mesma duração, 
devido à complexidade dos fenômenos físicos envolvidos. 

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Distribuição Temporal

•Algumas tendências são verificadas nesta análise:


–Para chuvas de curta duração (< meia hora)
hietograma com grandes intensidades no início da precipitação.
–Para chuvas de duração intermediária (de 1 a 10 horas)
hietograma com intensidades maiores na primeira metade da duração.
–Para chuvas de grande duração (> 10 horas)
hietograma apresenta intensidades mais uniformes.

Distribuição Temporal

Método do Hietograma Triangular

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CHUVAS DE PROJETO
 Em projetos de drenagem urbana frequentemente são geradas estimativas de 
vazão a partir de informações de chuvas intensas. Para isto são gerados cenários com 
eventos de chuva idealizados, denominados “EVENTOS DE CHUVA DE PROJETO” ou 
“CHUVAS DE PROJETO”. As curvas IDF podem ser utilizadas para gerar chuvas de 
projeto, a partir da obtenção de valores de precipitação em intervalos de tempo 
menores do que a duração total da chuva.

 POR EXEMPLO, deseja‐se obter a precipitação com 20 minutos de duração e 2 anos 
de tempo de retorno da cidade de Porto Alegre, utilizando uma DISCRETIZAÇÃO 
TEMPORAL de 5 minutos. Na Tabela 5.5 é apresentado esse processo usando uma 
curva IDF desenvolvida a partir de dados medidos no IPH‐UFRGS, para a qual os 
parâmetros são a=509,86; b=0,196; c=10; d=0,72.

 Na primeira coluna da tabela a duração respectiva de cada precipitação até os 20 
minutos; na segunda coluna é apresentada a intensidade da precipitação 
correspondente a cada duração; na terceira coluna é apresentada a lâmina de  água 
acumulada de chuva (= I*Tempo/60); e na última coluna é  apresentada a 
precipitação de forma desacumulada (Pacumt‐Pacumt‐1).

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Tabela  5: Exemplo da determinação da precipitação em intervalos de 5 
minutos a partir da curva IDF.

 É interessante observar que na última coluna da tabela anterior a 
precipitação encontra‐se “desagregada”, isto é, aparecem apenas os valores 
incrementais para o intervalo de tempo de 5 minutos, no entanto, distribui‐se 
do maior para o menor valor, como se houvesse ocorrido uma “pancada” de 
chuva no início do tempo, e gradativamente a mesma foi diminuindo. Isto pode 
não representar o comportamento real de uma chuva. Assim, para gerar uma 
chuva de projeto existem alguns procedimentos para fazer a 
redistribuição  temporal da chuva gerada a partir de uma IDF, que s
erão discutidos adiante no texto.

REFERENCIAS :

Imagens
http://www.google.com.br
SANCHEZ, Júlio. Fundamentos de Hidrologia. Apostila. Instituto de Pesquisas 
Hidráulicas ‐ UFRGS, 1988. 350p.
• Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental ‐ PHA 
Prof. Dr. Arisvaldo Méllo
Prof. Dr. Joaquin Bonnecarrere
LEITURAS ADICIONAIS
Análise da aplicabilidade de padrões de chuva de projeto a Porto Alegre –
Dissertação de mestrado de Daniela da Costa Bemfica, IPH‐UFRGS, 1999.

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Obrigado !
Prof. Alexandre Coan Pierri
e‐mail: alexandre@pierproj.com.br

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