Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Professor Engº Esp. Alexandre Coan Pierri
Caro aluno
Diante das discussões das aulas anteriores, você já deve ter percebido
a importância do quadro natural para o desenvolvimento das atividades
nas diferentes sociedades.
1
5/15/2019
Este conhecimento poderá contribuir para uma melhor utilização do solo e dos
recursos hídricos, assim, como, poderá auxiliar na criação e execução de
projetos relacionados ao planejamento urbano e rural das populações
O clima exerce influência direta sobre a sociedade, seja de forma positiva ou
negativa.
Os fatores climáticos possuem importância fundamental na distribuição dos
seres vivos, principalmente no que diz respeito a vegetação. Os limites, superior
e inferior, de tolerância das plantas com relação a temperatura, luz, vento,
umidade e pluviosidade, são bem definidos para cada espécie.
“(...) O clima assume significância em quase todas as fases das
atividades desde a seleção de regiões ou lugares para a
instalação de culturas , até o planejamento a longo ou curto
prazo das atividades humanas” (MOTA & AGENDES, 1986,
p.45).
2
5/15/2019
Objetivos
1.Conhecer o processo físico de formação das
chuvas e seus tipos
3
5/15/2019
A ÁGUA DA ATMOSFERA que atinge a superfície
na forma de chuva, granizo, neve, orvalho, neblina ou geada
é denominada PRECIPITAÇÃO. Na realidade brasileira
a chuva é a forma mais importante de precipitação, embora
grandes prejuízos possam advir da ocorrência de
precipitação na forma de granizo e em alguns locais possa
eventualmente ocorrer neve.
4
5/15/2019
IMPORTÂNCIA DA PRECIPITAÇÃO
Conforme mencionado quando abordado o
assunto balanço hídrico, a PRECIPITAÇÃO é a única forma
de entrada de água em uma bacia hidrográfica.
Assim sendo, ela fornece subsídios para :
• a quantificação do abastecimento de água;
• Irrigação;
• controle de inundações;
• erosão do solo etc.
E é fundamental para o adequado dimensionamento de
obras hidráulicas, entre outros.
A CHUVA é a causa mais importante dos processos
hidrológicos de interesse da engenharia e é caracterizada
por uma grande aleatoriedade espacial e temporal.
5
5/15/2019
FORMAÇÃO DAS CHUVAS
A água existente na atmosfera está, em sua maior parte, na forma
de vapor.
A quantidade de vapor que o ar pode conter é limitada. Ar a 20º C
pode conter uma quantidade máxima de vapor de, aproximadamente,
20 gramas por metro cúbico.
Quantidades de vapor superiores a este limite acabam
condensando.
A quantidade máxima de vapor que pode ser contida no ar sem
condensar é a concentração de saturação.
Uma característica muito importante da concentração de saturação
é que ela aumenta com o aumento da temperatura do ar. Assim, ar
mais quente pode conter mais vapor do que ar frio. (figura 1)
O ar atmosférico apresenta um forte gradiente
de temperatura, com temperatura relativamente alta
junto à superfície e temperatura baixa em grandes altitudes.
O processo de formação das nuvens de chuva está
associado ao movimento ascendente de uma massa de ar
úmido. Neste processo a temperatura do ar vai diminuindo até
que o vapor do ar começa a condensar. Isto ocorre porque a
quantidade de água que o ar pode conter sem que ocorra
condensação é maior para o ar quente do que para o ar frio.
Quando este vapor se condensa, pequenas gotas
começam a se formar, permanecendo suspensas no ar por
fortes correntes ascendentes e pela turbulência.
Porém, em certas condições, as gotas das nuvens
crescem, atingindo tamanho e peso suficiente para vencer as
correntes de ar que as sustentam. Nestas condições, a água das
nuvens se precipita para a superfície da Terra, na forma de
chuva.
6
5/15/2019
CAUSAS DA PRECIPITAÇÃO
7
5/15/2019
Figura 2: Tipos de chuvas
CHUVAS FRONTAIS
As chuvas frontais ocorrem quando se encontram duas grandes
massas de ar, de diferente temperatura e umidade. Na frente de
contato entre as duas massas o ar mais quente (mais leve e,
normalmente, mais úmido) é empurrado para cima, onde atinge
temperaturas mais baixas, resultando na condensação do vapor.
As massas de ar que formam as chuvas frontais têm centenas de
quilômetros de extensão e movimentam se de forma relativamente
lenta, consequentemente as chuvas frontais caracterizam‐se pela
longa duração e por atingirem grandes extensões. No Brasil as chuvas
frontais são muito frequentes na região Sul, atingindo também as
regiões Sudeste, Centro Oeste e, por vezes, o Nordeste.
8
5/15/2019
CHUVAS OROGRÁFICAS
As chuvas orográficas ocorrem em regiões em que um grande
obstáculo do relevo, como uma cordilheira ou serra muito alta, impede
a passagem de ventos quentes e úmidos, que sopram do mar,
obrigando o ar a subir. Em maiores altitudes a umidade do ar se
condensa, formando nuvens junto aos picos da serra, onde chove com
muita frequência. As chuvas orográficas ocorrem em muitas regiões do
Mundo, e no Brasil são especialmente importantes ao longo da Serra
do Mar.
9
5/15/2019
CHUVAS OROGRÁFICAS
Influência da topografia
Intensidades variáveis
Impactos em pequenas bacias
em serras
CHUVAS CONVECTIVAS
As chuvas convectivas ocorrem pelo aquecimento de massas de
ar, relativamente pequenas, que estão em contato direto com a
superfície quente dos continentes e oceanos;
O aquecimento do ar pode resultar na sua subida para níveis mais
altos da atmosfera onde as baixas temperaturas condensam o vapor,
formando nuvens. Este processo pode ou não resultar em chuva;
São caracterizadas pela alta intensidade e pela curta duração;
Normalmente, ocorrem de forma concentrada sobre áreas
relativamente pequenas;
No Brasil há uma predominância nas regiões tropicais;
Os processos convectivos produzem chuvas de grande intensidade
e de duração relativamente curta; e
Problemas de inundação em áreas urbanas estão, muitas vezes,
relacionados às chuvas convectivas.
10
5/15/2019
CHUVAS CONVECTIVAS
Grandes intensidades
Curtas durações
Pequena abrangência
espacial
Grande impacto em
drenagem urbana
As análises que podem ser realizadas com os dados de precipitação são de vários tipos:
desde as que envolvem a distribuição temporal da precipitação, as análises de frequência, e
até as análises dos dados de chuvas isoladas.
No primeiro caso, procede-se às tabulações dos dados obtidos nos aparelhos medidores
individuais, quer pela leitura direta dos pluviômetros, quer pela tabulação dos diagramas
de aparelhos registradores (pluviógrafos).
11
5/15/2019
Ocasionalmente alguma estação ou posto pluviométrico pode, por uma razão ou outra,
estar sem observação, ou seja, pode ter uma falha na série de dados. A estimativa dos
dados perdidos pode ser feita por pelo menos três métodos.
O terceiro tipo, finalmente, se relaciona com o cálculo da precipitação média para uma
dada área, uma microbacia por exemplo, a partir de dados pontuais de vários
pluviômetros distribuídos ao longo da área. Os métodos utilizados para esta
determinação incluem:
a) média aritmética;
b) polígonos de Thiessen;
c) método das isoietas.
MEDIÇÃO DA CHUVA
A chuva é medida utilizando instrumentos chamados
pluviômetros que nada mais são do que recipientes para
coletar a água precipitada com algumas dimensões padronizadas.
O pluviômetro mais utilizado no Brasil tem uma forma cilíndrica com
uma área superior de captação da chuva de 400 cm2, de modo que um
volume de 40 ml de água acumulado no pluviômetro corresponda a 1 mm
de chuva.
O pluviômetro é instalado a uma altura padrão de 1,50 m do solo
(Figura 5.3) e a uma certa distância de casas, árvores e outros obstáculos
que podem interferir na quantidade de chuva captada.
12
5/15/2019
Nos pluviômetros da rede de observação mantida pela Agência Nacional
da Água (ANA) a medição da chuva é realizada uma vez por dia, sempre às
7:00 da manhã, por um observador que anota o valor lido em uma
caderneta. A ANA tem uma rede de 2.473 estações pluviométricas
distribuídos em todo o Brasil.
Além da ANA existem outras instituições e empresas que mantém
pluviômetros, como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),
empresas de geração de energia hidrelétrica e empresas de pesquisa
agropecuária.
No banco de dados da ANA (www.hidroweb.ana.gov.br) estão
cadastradas :
14.189 estações pluviométricas de diversas entidades, mas
apenas 8.760 estão em atividade (dados de 2007).
Existem PLUVIÔMETROS adaptados para realizar medições
de forma automática, registrando os dados medidos em intervalos
de tempo inferiores a um dia.
São os PLUVIÓGRAFOS, que originalmente eram mecânicos, utilizavam uma
balança para pesar o peso da água e um papel para registrar o total precipitado.
Os PLUVIÓGRAFOS antigos com registro em papel foram substituídos, nos últimos
anos, por PLUVIÓGRAFOS ELETRÔNICOS com memória (data‐logger).
O PLUVIÓGRAFO mais comum atualmente é o DE CUBAS BASCULANTES, em que a
água recolhida é dirigida para um conjunto de duas cubas articuladas por um eixo
central.
A água é dirigida inicialmente para uma das cubas e quando esta cuba recebe uma
quantidade de água equivalente a 20g, aproximadamente, o conjunto báscula em torno
do eixo, a cuba cheia esvazia e a cuba vazia começa a receber água. Cada movimento
das cubas basculantes equivale a uma lâmina precipitada (por exemplo 0,25 mm), e o
aparelho registra o número de movimentos e o tempo em que ocorre cada movimento.
13
5/15/2019
A principal vantagem do PLUVIÓGRAFO sobre o
PLUVIÔMETRO é que permite analisar detalhadamente os
eventos de chuva e sua variação ao longo do dia. Além disso, o
pluviógrafo eletrônico pode ser acoplado a um sistema de
transmissão de dados via rádio ou telefone celular.
Figura 3: Características de um pluviômetro.
a) Pluviômetros
São simplesmente receptáculos de água, cujas leituras são
feitas geralmente em intervalos de 24 horas (7 horas da manhã),
em recipientes graduados. Como exemplo, temos o pluviômetro
tipo "Ville de Paris", muito utilizado no Brasil.
14
5/15/2019
15
5/15/2019
Pluviograma
Pluviograma
16
5/15/2019
Hietograma
Hietograma Acumulado
17
5/15/2019
b) Pluviógrafos
São aparelhos que registram em gráfico o total de precipitação
acumulada ao longo do tempo, indispensáveis para estudos de
precipitação de curta duração.
Tanto os pluviômetros quanto os pluviógrafos, costumam ter
superfície receptora circular com área entre 200 e 500 cm2 e são
geralmente instalados a 1,50 m do solo. Devem ser instalados de tal forma
que não sofram influências de árvores, prédios ou outros obstáculos.
Pluviógrafos
18
5/15/2019
Pluviógrafos
Estação
Remota de
Telemetria
A chuva também pode ser estimada utilizando
RADARES METEOROLÓGICOS.
A medição de chuva por radar está baseada na emissão de pulsos de
radiação eletromagnética que são refletidos pelas partículas de chuva na
atmosfera, e na medição da intensidade do sinal refletido. A relação
entre a intensidade do sinal enviado e recebido, denominada
refletividade, é correlacionada à intensidade de chuva que está caindo
em uma região.
A principal vantagem do radar é a possibilidade estimativas de taxas
de precipitação em uma grande região no entorno da antena emissora e
receptora, embora existam erros consideráveis quando as estimativas
são comparadas com dados de pluviógrafos.
No Brasil são poucos os radares para uso meteorológico, com a
exceção do Estado de São Paulo em que existem alguns em operação.
Em alguns países, como os EUA, a Inglaterra e a Alemanha, já
existe uma cobertura completa com sensores de radar para
estimativa de chuva.
19
5/15/2019
20
5/15/2019
http://www.ipmet.unesp.br/
http://www.ipmet.unesp.br/
21
5/15/2019
Também é possível fazer estimativas da
precipitação a partir de imagens obtidas por
sensores instalados em satélites. A
temperatura do topo das nuvens, que pode
ser estimada a partir de satélites, tem uma
boa correlação com a precipitação.
Além disso, existem experimentos de radares
a bordo de satélites que permitem aprimorar
a estimativa baseada em dados de
temperatura de topo de nuvem.
22
5/15/2019
23
5/15/2019
Exercício 1
ANÁLISE DE DADOS DE CHUVA
AS VARIÁVEIS que caracterizam a chuva são a sua
ALTURA (lâmina precipitada), a INTENSIDADE, a DURAÇÃO e a FREQUÊNCIA.
DURAÇÃO é o período de tempo durante o qual a chuva cai.
Normalmente é medida em minutos ou horas.
A ALTURA é a espessura média da lâmina de água que cobriria a região
atingida se esta região fosse plana e impermeável. A unidade de medição
da altura de chuva é o MILÍMETRO DE CHUVA. Um milímetro de chuva
corresponde a 1 litro de água distribuído em 1 metro quadrado.
INTENSIDADE é a altura precipitada dividida pela duração da chuva, e é
expressa, normalmente, em mm.hora‐1.
24
5/15/2019
25
5/15/2019
26
5/15/2019
FREQÜÊNCIA é a quantidade de ocorrências de eventos iguais ou superiores
ao evento de chuva considerado. Chuvas muito intensas tem frequência baixa,
isto é, ocorrem raramente. Chuvas pouco intensas são mais comuns.
27
5/15/2019
Tabela 1:
Frequência de
ocorrência de chuvas
diárias de diferentes
alturas em um posto
pluviométrico no
interior do Paraná ao
longo de um período
de, aproximadamente,
23 anos.
28
5/15/2019
O TEMPO DE
RETORNO É IGUAL
AO INVERSO DA
PROBABILIDADE.
A VARIÁVEL utilizada na hidrologia para avaliar eventos extremos
como chuvas muito intensas é o TEMPO DE RETORNO (TR), dado em
anos. O TEMPO DE RETORNO é uma estimativa do tempo em que um
evento é igualado ou superado, em média. Por exemplo, uma chuva
com intensidade equivalente ao tempo de retorno de 10 anos é
igualada ou superada somente uma vez a cada 10 anos, em média.
Esta última ressalva “em média” implica que podem, eventualmente,
ocorrer 2 chuvas de TR 10 anos em 2 anos subsequentes.
O TEMPO DE RETORNO pode, também, ser definido como o inverso
da probabilidade de ocorrência de um determinado evento em um
ano qualquer.
Por exemplo, se a chuva de 130 mm em 1 dia é igualada ou
superada apenas 1 vez a cada 10 anos diz‐se que seu Tempo de
Retorno é de 10 anos, e que a probabilidade de acontecer 1 dia
com chuva igual ou superior a 130 mm em um ano qualquer é de
10%, ou seja:
29
5/15/2019
http://www.cprm.gov.br/publique /media/Isoietas_Totais_Anuais_1 977_2006_2011.pdf
30
5/15/2019
VARIABILIDADE ESPACIAL DA CHUVA
Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos referem‐se a medições
executadas em áreas muito restritas (400 cm2), quase pontuais. Porém a chuva
caracteriza‐se por uma grande variabilidade espacial.
Assim, durante um evento de chuva um pluviômetro pode ter registrado 60
mm de chuva enquanto um outro pluviômetro, a 30 km de distância registrou
apenas 40 mm para o mesmo evento. Isto ocorre porque a chuva apresenta
uma grande variabilidade espacial, principalmente se é originada por um
processo convectivo.
A forma de representar a variabilidade espacial da chuva para um evento,
para um ano inteiro de dados ou para representar a precipitação média anual
ao longo de um período de 30 anos são as linhas de mesma precipitação
(isoietas) desenhadas sobre um mapa.
AS ISOIETAS são obtidas por interpolação dos dados de pluviômetros ou
pluviógrafos e podem ser traçadas de forma manual ou automática.
31
5/15/2019
CHUVAS MÉDIAS NUMA ÁREA
Os dados de chuva dos pluviômetros e pluviógrafos referem‐se a
uma área de coleta de 400 cm2, ou seja, quase pontual. Porém, o
maior interesse na hidrologia é por chuvas médias que atingem uma
região, como a bacia hidrográfica.
O CÁLCULO DA CHUVA MÉDIA em uma bacia pode ser realizado
utilizando o método da MÉDIA ARITMÉTICA; das ISOIETAS; dos
POLÍGONOS de THIESSEN ou através de INTERPOLAÇÃO em
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIGS).
O MÉTODO MAIS SIMPLES É O DA MÉDIA ARITMÉTICA, em que se
calcula a média das chuvas ocorridas em todos os pluviômetros
localizados no interior de uma bacia.
Problema Prático: Qual é o volume precipitado sobre uma bacia situada em uma região que
possui diversos postos que registram valores variados?
32
5/15/2019
E X EMP LO
1) QUAL É A PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA DA FIGURA 5?
Utilizando o método da média aritmética considera‐se os
pluviômetros que estão no interior da bacia.
A média da chuva é Pm = (66+50+44+40)/4 = 50 mm.
66 mm
●
● 44 mm ● 42 mm
● 50 mm
●
40 mm
Figura 5: Mapa de uma bacia com as chuvas observadas em cinco pluviômetros.
33
5/15/2019
34
5/15/2019
Figura 6: Exemplo de representação da variabilidade especial da chuva com um
mapa de isoietas.
35
5/15/2019
36
5/15/2019
37
5/15/2019
MÉTODO DOS
POLÍGONOS DE THIESSEN
Um dos métodos mais utilizados é o método de Thiessen, ou do
vizinho mais próximo. Neste método é definida a área de influência de
cada posto e é calculada uma média ponderada da precipitação com
base nestas áreas de influência.
Utilizando este método o primeiro passo é traçar linhas que unem
os postos pluviométricos mais próximos entre si. A seguir é
determinado o ponto médio em cada uma destas linhas e, a partir
desse ponto é traçada uma linha perpendicular.
A interceptação das linhas médias entre si e com os limites da
bacia definem a área de influência de cada um dos postos. A chuva
média é uma média ponderada utilizando as áreas de influência como
ponderador. Este método pode ser melhor compreendido através de
um exemplo, como o que segue.
38
5/15/2019
39
5/15/2019
40
5/15/2019
41
5/15/2019
42
5/15/2019
43
5/15/2019
44
5/15/2019
MÉTODO DOS
POLÍGONOS DE THIESSEN
Este método pode ser melhor compreendido através de um
exemplo, como o que segue.
● 50 mm
● 120 mm
● 90 mm
● 75 mm ● 82 mm
Figura 7: Mapa da bacia com chuvas nos postos pluviométricos para o exemplo 2.
45
5/15/2019
EXEMPLO
2) QUAL É A PRECIPITAÇÃO MÉDIA NA BACIA DA FIGURA 7?
Utilizando o método dos polígonos de Thiessen o primeiro passo é traçar
linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos. A seguir é
determinado o ponto médio em cada uma destas linhas e traçada uma
linha perpendicular. A interceptação das linhas médias entre si e com os
limites da bacia vão definir a área de influência de cada um dos postos.
A SEQUÊNCIA É APRESENTADA A SEGUIR.
Área total = 100 km2
Área sob influência do posto com 120 mm = 15 km2
Área sob influência do posto com 70 mm = 40 km2
Área sob influência do posto com 50 mm = 30 km2
Área sob influência do posto com 75 mm = 5 km2
Área sob influência do posto com 82 mm = 10 km2
Pm = 120x0,15+70x0,40+50x0,30+75x0,05+82x0,10 = 73 mm.
46
5/15/2019
TRAÇAR LINHAS QUE UNEM OS POSTOS PLUVIOMÉTRICOS MAIS
PRÓXIMOS ENTRE SI.
● 30 mm
● 120 mm
● 70 mm
● 75 mm ● 82 mm
TRAÇAR LINHAS MÉDIAS PERPENDICULARES ÀS LINHAS QUE
UNEM OS POSTOS PLUVIOMÉTRICOS.
●50 mm
● 239 mm
● 28 mm
● ● 82 mm
95 mm
47
5/15/2019
Figura 8: Exemplo de definição dos polígonos de Thiessen.
Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Média
Aritimética
48
5/15/2019
Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia –
Polígonos de Thiessen
Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Método
das Isoetas
49
5/15/2019
Reforço – Resumo
Precipitação média na bacia – Resumo Geral
Escolha do Método depende do objetivo e da
quantidade de postos
CHUVAS TOTAIS ANUAIS
A chuva média anual é uma das variáveis mais
importantes na definição do clima de uma região, bem como sua variabilidade
sazonal. O total de chuva precipitado ao longo de um ano influencia fortemente a
vegetação existente numa bacia e as atividades humanas que podem ser exercidas
na região.
Na região de Porto Alegre, por exemplo, chove aproximadamente 1300 mm por
ano, em média. Em muitas regiões da Amazônia chove mais do que 2000 mm por
ano, enquanto na região do Semi‐Árido do Nordeste há áreas com menos de 600
mm de chuva por ano.
O clima, entretanto, não é constante, e ocorrem variações importantes em torno
da média da precipitação anual. A Figura 5. 11 apresenta um histograma de
freqüências de chuvas anuais de um posto localizado no interior de Minas Gerais,
no período de 1942 a 2001. A chuva média neste período é de 1433 mm, mas
observa‐se que ocorreu um ano com chuva inferior a 700 mm, e um ano
com chuva superior a 2300 mm. A distribuição de frequência da
Figura 11 é aproximadamente gaussiana (parecida com a distribuição
Normal).
50
5/15/2019
Figura 11: Histograma de frequência de chuvas anuais no posto 02045005, no
município de Lamounier (MG).
EXEMP LO
3) O desvio padrão da chuva anual no posto pluviométrico da Figura 5.11 é de
298,8 mm e a média de 1433 mm.
ESTIME QUAL O VALOR DE PRECIPITAÇÃO ANUAL QUE É IGUALADO OU SUPERADO
APENAS 5 VEZES A CADA 200 ANOS, EM MÉDIA.
A faixa de chuva entre a média menos duas vezes o desvio padrão e a média mais
duas vezes o desvio padrão inclui 95% dos anos em média, e 2,5 % dos anos tem
precipitação inferior à média menos duas vezes o desvio padrão, enquanto 2,5%
tem precipitação superior à média mais duas vezes o desvio padrão, o que
corresponde a 5 anos a cada 200, em média.
Assim, a chuva anual que é superada ou igualada apenas 5 vezes a cada 200 anos
é:
P2,5% = 1433+2x298,8 = 2030 mm
51
5/15/2019
CHUVAS MÁXIMAS
As chuvas intensas são as causas das cheias e as cheias são causas de grandes
prejuízos quando os rios transbordam e inundam casas, ruas, estradas, escolas,
podendo destruir plantações, edifícios, pontes etc. e interrompendo o tráfego.
As cheias também podem trazer sérios prejuízos à saúde pública ao disseminar
doenças de veiculação hídrica.
Por estes motivos existe o interesse pelo conhecimento detalhado de chuvas
máximas no projeto de estruturas hidráulicas como bueiros, pontes, canais e
vertedores.
O problema da análise de frequência de chuvas máximas é calcular a
precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada
probabilidade de ocorrência em um ano qualquer. A forma de relacionar quase
todas estas variáveis é a curva de Intensidade – Duração – Frequência (curva
IDF).
A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um
pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). A metodologia de desenvolvimento da
curva IDF baseia‐se na seleção das maiores chuvas de uma duração escolhida (por
exemplo 15 minutos) em cada ano da série de dados.
52
5/15/2019
Com base nesta série de tamanho N (número de anos) é ajustada uma
distribuição de frequências que melhor represente a distribuição dos valores
observados. O procedimento é repetido para diferentes durações de chuva (5
minutos; 10 minutos; 1 hora; 12 horas; 24 horas; 2 dias; 5 dias) e os resultados são
resumidos na forma de um gráfico, ou equação, com a relação das três variáveis:
Intensidade, Duração e Frequência (ou tempo de retorno).
A Figura 12 apresenta uma curva IDF obtida a partir da análise dos dados de
um pluviógrafo que esteve localizado no Parque da Redenção, em Porto Alegre.
Cada uma das linhas representa um Tempo de Retorno; no eixo horizontal estão
as durações e no eixo vertical estão as intensidades.
Observa‐se que quanto menor a duração maior a intensidade da chuva. Da
mesma forma, quanto maior o Tempo de Retorno, maior a intensidade da
chuva. Por exemplo, a chuva de 1 hora de duração com tempo de retorno de
20 anos tem uma intensidade de 60 mm.hora‐1.
Figura 12:
Curva IDF para a
cidade de Porto
Alegre, com
base nos dados
coletados pelo
pluviógrafo do
DMAE
localizado no
Parque da
Redenção,
publicada pelo
DMAE em 1972
(adaptado de
Tucci, 1993).
53
5/15/2019
Evidentemente as curvas IDF são diferentes em
diferentes locais. Assim, a curva IDF do Parque da
Redenção em Porto Alegre vale para a região próxima a esta cidade.
Infelizmente não existem séries de dados de pluviógrafos longas em todas
as cidades, assim, muitas vezes, é necessário considerar que a curva IDF de um
local é válida para uma grande região do entorno. No Brasil existem estudos de
chuvas intensas com curvas IDF para a maioria das capitais dos Estados e para
algumas cidades do interior,
apenas.
UMA CURVA IDF TAMBÉM PODE SER
RESUMIDA NA FORMA DE UMA
EQUAÇÃO.
Onde I é a intensidade da chuva (mm.hora‐1); a, b, c e d são
parâmetros característicos da IDF de cada local;
TR é o tempo de retorno em anos; td é a duração da precipitação em minutos.
Um trabalho recente revisou as curvas IDF baseada em dados do Aeroporto e do
8ºDistrito de Meteorologia (DISME) de Porto Alegre (Bemfica, 1999), chegando às equações
dadas na Tabela 5.3. Estas curvas foram ajustadas para durações de até 1440 minutos, e para
tempos de retorno de até 100 anos.
54
5/15/2019
Em termos práticos, para a utilização de uma IDF é
necessário informar o tempo de retorno de projeto e a
duração da chuva.
O tempo de retorno a ser utilizado é um critério relacionado
com o tipo de obra de engenharia. POR EXEMPLO, no projeto de um
sistema de drenagem pluvial urbano as bocas‐de‐lobo são em geral dimensionadas
para chuvas de 3 a 5 anos de período de retorno, enquanto que o vertedor de uma
barragem como Itaipú no rio Paraná, é dimensionado para uma vazão de 10.000 anos
de período de retorno. Com relação à duração da chuva, normalmente adota‐se o
critério de utilização da duração da chuva igual ao tempo de concentração da bacia
hidrográfica para a qual será desenvolvido o estudo. Em alguns casos especiais, a
duração da chuva também pode seguir um critério pré‐estabelecido, como por
exemplo, a duração máxima de 10 minutos é utilizada para o dimensionamento de
redes de micro‐drenagem em Porto Alegre.
É interessante comparar as intensidade de chuva das curvas IDF apresentadas com
as chuvas da Tabela 4, que apresenta as chuvas mais intensas já registradas no mundo,
para diferentes durações. Observa‐se que existem regiões da China em que já
ocorreu em 10 horas a chuva de 1400 mm, que é equivalente ao total anual
médio de precipitação em Porto Alegre.
55
5/15/2019
Curva intensidade‐duração‐frequência
Chuva em uma região pode ser definida se intensidade, duração, e frequência das várias
chuvas intensas são conhecidas. Para uma estação, geralmente, são conhecidas as
intensidades das chuvas para diversas durações, tais como 5, 10, 15, 30, 60 e 120 min.
Estes dados podem ser usados para determinação da frequência de ocorrência das
chuvas. Estes dados de frequência podem ser representados pelas curvas de intensidade x
duração.
Exemplo de uma curva intensidade x duração para Vitória:
56
5/15/2019
57
5/15/2019
Chuvas mais Intensas observadas no mundo
58
5/15/2019
Distribuição Temporal
Distribuição Temporal
•Curvas de infiltração da bacia (dependem da condição de umidade inicial e do tipo e uso do
solo) – haverá variação do volume do escoamento superficial na bacia, e em função também da
distribuição temporal da chuva
•Há grande dispersão nos padrões dos hietogramas para precipitações de mesma duração,
devido à complexidade dos fenômenos físicos envolvidos.
59
5/15/2019
Distribuição Temporal
Distribuição Temporal
60
5/15/2019
CHUVAS DE PROJETO
Em projetos de drenagem urbana frequentemente são geradas estimativas de
vazão a partir de informações de chuvas intensas. Para isto são gerados cenários com
eventos de chuva idealizados, denominados “EVENTOS DE CHUVA DE PROJETO” ou
“CHUVAS DE PROJETO”. As curvas IDF podem ser utilizadas para gerar chuvas de
projeto, a partir da obtenção de valores de precipitação em intervalos de tempo
menores do que a duração total da chuva.
POR EXEMPLO, deseja‐se obter a precipitação com 20 minutos de duração e 2 anos
de tempo de retorno da cidade de Porto Alegre, utilizando uma DISCRETIZAÇÃO
TEMPORAL de 5 minutos. Na Tabela 5.5 é apresentado esse processo usando uma
curva IDF desenvolvida a partir de dados medidos no IPH‐UFRGS, para a qual os
parâmetros são a=509,86; b=0,196; c=10; d=0,72.
Na primeira coluna da tabela a duração respectiva de cada precipitação até os 20
minutos; na segunda coluna é apresentada a intensidade da precipitação
correspondente a cada duração; na terceira coluna é apresentada a lâmina de água
acumulada de chuva (= I*Tempo/60); e na última coluna é apresentada a
precipitação de forma desacumulada (Pacumt‐Pacumt‐1).
61
5/15/2019
Tabela 5: Exemplo da determinação da precipitação em intervalos de 5
minutos a partir da curva IDF.
É interessante observar que na última coluna da tabela anterior a
precipitação encontra‐se “desagregada”, isto é, aparecem apenas os valores
incrementais para o intervalo de tempo de 5 minutos, no entanto, distribui‐se
do maior para o menor valor, como se houvesse ocorrido uma “pancada” de
chuva no início do tempo, e gradativamente a mesma foi diminuindo. Isto pode
não representar o comportamento real de uma chuva. Assim, para gerar uma
chuva de projeto existem alguns procedimentos para fazer a
redistribuição temporal da chuva gerada a partir de uma IDF, que s
erão discutidos adiante no texto.
REFERENCIAS :
Imagens
http://www.google.com.br
SANCHEZ, Júlio. Fundamentos de Hidrologia. Apostila. Instituto de Pesquisas
Hidráulicas ‐ UFRGS, 1988. 350p.
• Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental ‐ PHA
Prof. Dr. Arisvaldo Méllo
Prof. Dr. Joaquin Bonnecarrere
LEITURAS ADICIONAIS
Análise da aplicabilidade de padrões de chuva de projeto a Porto Alegre –
Dissertação de mestrado de Daniela da Costa Bemfica, IPH‐UFRGS, 1999.
62
5/15/2019
Obrigado !
Prof. Alexandre Coan Pierri
e‐mail: alexandre@pierproj.com.br
63