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ETEC ALBERTO SANTOS DUMONT

ISADORA ROSA; MARIA L. AMORIM; SABRINA ALMEIDA; CAUÃ

SANTIAGO.

BIOMAS DE CLIMA FRIO

GUARUJÁ – 2023
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3
2. ZONAS POLARES E O CLIMA POLAR ............................................................................................. 4
Antártica ................................................................................................................................................... 4
Solo e recursos naturais ........................................................................................................................... 5
Vegetação................................................................................................................................................. 6
Fauna ........................................................................................................................................................ 6
Impactos na sociedade............................................................................................................................. 7
3. TUNDRA ........................................................................................................................................ 8
Clima da Tundra ....................................................................................................................................... 9
Solo ......................................................................................................................................................... 10
Vegetação............................................................................................................................................... 10
Fauna e Flora .......................................................................................................................................... 11
Apropriação do homem ......................................................................................................................... 13
Desmatamentos e incêndios naturais.................................................................................................... 14
4. TAIGA.......................................................................................................................................... 14
Clima da Taiga ........................................................................................................................................ 15
Vegetação e solo .................................................................................................................................... 15
Fauna ...................................................................................................................................................... 16
Ciclo da vida ........................................................................................................................................... 18
Queimadas, desmatamento e apropriação ecológica ........................................................................... 18
5. BIOMAS MONTANOS/MONTANHOSOS ..................................................................................... 18
Clima frio de montanha ......................................................................................................................... 19
Flora ....................................................................................................................................................... 19
Fauna ...................................................................................................................................................... 20
Ações do homem e impactos ambientais .............................................................................................. 21
6. AQUECIMENTO GLOBAL ............................................................................................................ 21
7. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 21
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................. 22
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1. INTRODUÇÃO

Os biomas são regiões ecológicas que agrupam a fauna e a flora com características
funcionais, climáticas e geológicas semelhantes, resultando em uma biodiversidade própria.

As zonas polares, caracterizadas pelo inverno intenso em todas as estações, abrigam os


principais biomas de clima frio: Tundra e taiga, com maior presença no hemisfério Norte.
Além deles, existem os biomas montanos, que apesar de existir a presença da tundra e taiga
nas áreas montanhosas, são distribuídas por diversas regiões do planeta, como a cordilheira
dos Andes, situada na América do Sul e a cordilheira do Himalaia, situada no continente
asiático.

O seguinte trabalho apresentará um referencial teórico sobre as zonas polares, biomas


montanos, tundra e taiga, além de explicar sobre o clima polar em geral e as especificidades
climáticas de cada bioma, com objetivo de atingir excelência na disciplina de Geografia,
ministrada pela professora Josefa Cristina.
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2. ZONAS POLARES E O CLIMA POLAR

Nosso planeta tem dois polos: o polo Norte, na região do círculo polar ártico e o polo Sul,
onde situa – se o círculo polar antártico, as regiões existentes mais frias.

O polo norte é um oceano, apesar de estar congelado na maior parte do ano. Já o polo Sul, é
um continente.

O clima é de extremo frio, até mesmo no verão, com temperaturas abaixo de zero durante boa
parte do ano. É caracterizado principalmente pelo baixo nível pluviométrico, devido à falta
de evaporação. Ou seja, o gelo é formado através do orvalho e da geada, que aumenta
constantemente as camadas de neve.

Antártica

Sobre a Antártica, é o 4° maior continente do mundo, medindo 14,4 milhões de quilômetros


quadrados. Acredita – se que tenha se formado pela separação da Gondwana (antigo
continente que fazia parte da Pangeia). Sua principal característica é ser o continente mais frio
e seco do planeta, com temperatura média de -30°C a -65°C. Vale ressaltar que a Antártica é
uma zona politicamente neutra e que não pertence a nenhum país, sendo, sobretudo, uma área
de preservação científica.
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Solo e recursos naturais

Pela primeira vez, cientistas encontraram camadas de solo na superfície da Terra que parecem
não abrigar nenhum tipo de vida. Os solos provêm de duas cordilheiras rochosas varridas pelo
vento no interior da Antártida, a 480 quilômetros do Polo Sul, onde montanhas atravessam
faixas de gelo com milhares de metros de espessura.

Fierer e Dragone estudaram 11 montanhas, que apresentavam condições amplamente


diferentes de solo. Os pesquisadores chegaram a encontrar bactérias e fungos nas montanhas
mais baixas e menos geladas, mas nas montanhas mais altas, secas e frias, não encontraram
nenhum sinal de vida. Independentemente de alguns desses solos realmente não abrigarem
vida ou mesmo que futuramente seja constatado um número baixo de células vivas.

Nas montanhas mais quentes e úmidas que ficam ao pé da geleira, a apenas algumas centenas
de metros acima do nível do mar, foram encontrados solos habitados por animais menores do
que sementes de gergelim, como vermes microscópicos, tardígrados, rotíferos e um tipo de
inseto sem asa chamado colêmbolo. Esses solos arenosos abrigavam menos de um milésimo
do número de bactérias que poderiam ser encontradas em um gramado bem cuidado — o que
é suficiente para fornecer comida para os pequenos animais que vivem debaixo da superfície.

Já em visita às montanhas em pontos mais altos da geleira, os microbiologistas perceberam


que os sinais de vida foram gradualmente diminuindo.

Lá, possui diversos recursos naturais, como chumbo, prata, cobre, petróleo, gás natural, etc;
porém também foi proibido a extração mineral com o tratado da antártica ( O Tratado da
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Antártica foi assinado em Washington, em 1º de dezembro de 1959. A partir desse Acordo, os


países que desenvolvem atividades na Antártica se comprometem a dialogar sobre o uso do
continente, com o propósito de preservá-lo e de não permitir que se torne objeto de discórdia
internacional)

Vegetação

Pode ser difícil de acreditar, porém a vegetação era coberta por florestas altas e exuberantes,
semelhantes àquelas que existem atualmente na Nova Zelândia. Milhares de espécies de
plantas floresceram por muitos milhões de anos na Antártica. A maioria delas conseguiu
sobreviver e continuou a crescer durante o movimento continental. Mas, com a total separação
dos continentes, uma corrente marítima e atmosférica circumpolar formou-se no em torno da
Antártica que seguida dos processos de glaciação, sofreu profundas transformações climáticas
e ambientais, tornando-se um local muito frio, seco e inadequado para sustentar a maioria das
formas de vida. Resumindo-se nos grupos de plantas de briófitas (musgos), liquens, algas, e
apenas duas espécies nativas de angiospermas (plantas com flores). A presença de plantas foi
registrada em todas as latitudes entre 60°S e 86°S da Antártica. Mas, tanto a abundância e o
endemismo são maiores nas regiões peninsulares e marítima do continente.

Figura 1: Musgos; Figura 2: Pérola da antártica (Colobanthus quitensis), planta nativa da região

Fauna

As adaptações dos animais da Antártida são regidas principalmente por duas regras: regra de
Allen, que postula que os animais endotérmicos (os que regulam sua temperatura corporal)
que vivem em climas mais frios têm os membros, as orelhas, o focinho ou a cauda mais
reduzidos, assim minimizam as perdas de calor; e a regra de Bergmann, que estabelece que
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com a mesma intenção de regular as perdas de calor, os animais que vivem nessas áreas tão
frias têm o corpo muito maior que as espécies que vivem em áreas temperadas ou tropicais.
Por exemplo, os pinguins que vivem nos polos são maiores do que os pinguins tropicais.

Para poder sobreviver neste tipo de clima, os animais estão adaptados para acumular grandes
quantidades de gordura sob a pele, evitando perdas de calor. A pele é muito grossa e, nos
animais que têm pelo, costumam ser muito denso, acumulando ar em seu interior para criar
uma capa isolante. Este é o caso de alguns ungulados e ursos, embora não existam ursos
polares na Antártida, nem mamíferos desses tipos. As focas também mudam.

Durante as épocas mais frias do inverno, alguns animais migram para outras áreas mais
quentes, sendo uma estratégia prioritária em aves.

Em relação as espécies, podemos destacar os pinguins, albatrozes, focas, lobos-marinhos,


baleias, etc.

Respectivamente: Focas; Pinguins; Albatroz; Baleia.

Impactos na sociedade

É o principal regulador térmico do Planeta, controla as circulações atmosféricas e oceânicas,


influenciando o clima e as condições de vida na Terra. Além disso, é detentora das maiores
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reservas de gelo (90%) e água doce (70%) do Planeta, além de possuir recursos minerais e
energéticos incalculáveis.

No caso do Brasil, o que acontece na Antártida influencia diretamente seu clima, devido à
proximidade entre o continente e a América do Sul. Milhares de espécies também habitam a
região, como pinguins, por exemplo.

Um aquecimento global de mais de dois graus pode causar o derretimento do maior manto de
gelo do planeta, localizado na Antártida, o suficiente para causar uma elevação de dezenas de
metros no nível atual do mar, alertam os cientistas.

3. TUNDRA

A Tundra é conhecida como o bioma mais frio do planeta, por isso costuma ser encontrada em
áreas próximas aos polos, e possui uma paisagem característica e distinta formada por uma
camada de neve que cobre tanto o solo quanto as montanhas. Ocupa cerca de 10% da
superfície da Terra e é encontrada principalmente no hemisfério norte na área do Alasca,
Islândia, Sibéria, sul da Groenlândia, norte da Rússia, Escandinávia e norte do Canadá. Já no
hemisfério sul, ocupa parte do continente Antártico, áreas de cúpula entre o Chile e a
Argentina e várias ilhas subantárticas, suas principais características são:

• Clima extremamente frio;


• Baixa diversidade biótica;
• Estrutura de vegetação simples;
• Limitação de drenagem;
• Temporada curta de crescimento e reprodução;
• Energia e nutrientes na forma de matéria orgânica morta;
• Grandes oscilações populacionais;

É situada em altitudes elevadas, acima do paralelo de 60º N, que demarca o Círculo Polar
Ártico, ao passo que no Norte estão localizadas as calotas polares, que nada mais são do que
áreas cobertas exclusivamente por gelo, a cobertura característica da Tundra pode surgir,
ainda, em grandes elevações, como nas regiões alpinas. Sua paisagem possui uma
característica distinta formada por uma camada de neve que cobre tanto o solo quanto as
montanhas.

O bioma tundra é dividido de acordo com dois elementos naturais, sendo eles a sua
localização geográfica e o seu tipo climático. Os dois tipos de tundra são:

Tundra ártica: localiza-se nas regiões de clima polar, situadas no extremo norte da América,
da Europa e da Ásia; Ex: Norte do Canadá, Norte da Rússia e no Alasca.
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Tundra alpina: situa-se em regiões de clima frio de montanha, em especial nos Alpes, cadeia
montanhosa localizada na região central do continente europeu; Ex: Cordilheira dos Alpes e
dos Himalaias.

Clima da Tundra

Como dito anteriormente, é caracterizado por um clima extremamente frio, ventos muito
fortes e uma baixa pluviosidade (entre 500 e 1000 mm por ano). A pouca chuva geralmente
ocorre no verão, que aumenta nas áreas costeiras da Tundra e acaba resultando em um solo
com poucos nutrientes. Os tipos climáticos da Tundra são o polar e o frio de montanha, no
geral são tipos climáticos marcados por baixíssimas temperaturas. A maioria das tundras tem
duas estações por ano: o inverno, que é mais longo que o verão, frio e escuro, com sua
temperatura atingindo -30ºC; e o verão, que é curto e com chuvas moderadas.

Os principais aspectos climáticos da tundra são:

• o baixo volume de precipitação;


• a baixa umidade do ar;
• a pequena amplitude térmica;
• a baixa capacidade de evaporação das porções de água;

Ainda é bastante comum a formação de fortes correntes de ar, provocando ventos intensos,
assim como volumes elevados e constantes de precipitação de neve. Assim como eu disse, o
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verão nesse bioma é muito curto, nesse período os dias são mais longos e a temperatura
máxima atinge apenas 10ºC. Durante o período de penumbra a neve que cai fica acumulada,
por causa dos fortes ventos, nas partes mais baixas, o que acaba obrigando os animais a
ficarem junto ao solo somente para caçar e se manterem quentes. A precipitação da Tundra é
muito pequena (entre 75 e 35 mm), somando a neve derretida. Mesmo com a pouca
precipitação, a tundra apresenta uma aparência úmida e encharcada, devido à evaporação ser
muito devagar e possuir uma fraca drenagem que é provocada pelo solo permafrost, no verão.

Solo

Em grande parte da Tundra, os solos se encontram congelados por um longo período de


tempo. São solos geralmente pobres em nutrientes e rasos, o que condiciona o aspecto da sua
vegetação. Parte do solo das Tundras é coberta por Permafrost, que é um tipo de solo
encontrado na região do Ártico que é caracterizado pelo seu grau permanente de
congelamento, outro nome dado ao permafrost é o pergelissolo, sendo constituído
basicamente por terra, gelo e rochas. Nas áreas mais rebaixadas o degelo da camada
superficial no curto período mais ameno pode levar à formação de pântanos e lodaçais que
voltam a se solidificar quando há uma nova queda nas temperaturas.

Além do aspecto congelado, os elementos pedológicos desse solo são a pequena profundidade
e a baixa capacidade de filtragem. Portanto, o solo da tundra é considerado de baixa
fertilidade, em razão dos seus elementos naturais, mas também pela baixa presença de matéria
orgânica. Em razão do solo raso as plantas presentes na tundra têm raízes pouco
desenvolvidas, o que resulta em um baixíssimo acúmulo de matéria orgânica.

Solo permafrost

Vegetação
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O nome Tundra que tem origem na língua finlandesa, é traduzido como “planície sem
árvores”, as características elencadas anteriormente para a Tundra estão diretamente
associadas à sua cobertura vegetal, uma vez que as baixas temperaturas, a neve e os solos
congelados durante a maior parte do ano são fatores impeditivos para o desenvolvimento de
uma vegetação vultosa. Assim, a Tundra é marcada pela cobertura esparsa composta por
arbustivas que chegam até um metro de altura, em média, e por vegetação rasteira. Não há
presença de árvores nesse bioma, porque as raízes de uma árvore não iriam conseguir penetrar
no solo superficial da Tundra.

A vegetação da tundra permanece por cerca de nove meses congelada, durante o período do
verão a pequena elevação das temperaturas permite o descongelamento das plantas. Ademais,
são plantas extremamente resistentes aos períodos secos, assim como à ocorrência de ventos
fortes e precipitações de neve.

Imagem da Tundra

Fauna e Flora

Quando comparada a outros biomas terrestres, a diversidade florística da Tundra é reduzida,


se predomina espécies de musgos e líquens nas áreas mais elevadas, gramíneas, relva e
juncos, que são plantas floríferas de pequeno porte. As plantas da Tundra possuem uma
grande adaptabilidade às características climáticas desse bioma, marcado pelas baixas
temperaturas, baixo volume de incidência solar e também pela pequena quantidade de chuvas.
Existem registros de que plantas carnívoras já foram encontradas nas tundras da Sibéria,
mesmo estas sendo comuns em locais quentes e úmidos.

Alguns exemplos de espécies vegetais da tundra: -


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• musgos;
• líquens;
• gramíneas;
• arbustos;
• charneca;

Figura 1: Musgos; Figura 2 e 3: Charneca e gramíneas; Figura 4: Líquens.

Assim com a sua flora, a vida animal da Tundra se restringe àqueles animais que possuem
adaptações para ambientes extremos, afinal os animais da tundra além de lidar com as baixas
temperaturas precisam lidar com chuvas baixas. De fato, alguns evitam o inverno migrando
para áreas mais quentes e outros têm camadas de gordura sob a pele, a fauna que habita a
tundra varia de acordo com o tipo de tundra e as suas condições climáticas.

A maioria dos animais, principalmente aves e mamíferos, habitam a tundra durante o verão,
no inverno eles se deslocam para locais mais quentes. Os bichos continuam se adaptando para
conseguir sobreviver ao longo inverno. No verão, podem ser vistos muitos animais na tundra,
como as renas, lemingues, ptármigas, raposas, bois-almiscarados, lebres árticas, lobos árticos,
ursos-polares, coruja-das-neves, muitos insetos e aves migratórias. Mas nas épocas em que a
tundra permanece congelada, os animais de grande porte que habitam esse bioma migram
para o sul em direção à Taiga, enquanto os outros mamíferos menores se escondem em tocas,
e a maioria das aves migram para outras regiões. Já os insetos permanecem em estado de
dormência.
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Figura 1: Lemingues; Figura 2: Rena; Figura 3: Ptármigas; Figura 4: Lobos árticos

Alguns animais, como as lebres, raposas e as ptármigas, permanecem durante todo o ano no
bioma, pois têm a capacidade de mudar a cobertura do corpo conforme as estações do ano.
Sendo assim, no inverno, esses animais adquirem uma cobertura branca, permitindo que
sejam confundidos com o meio; e no verão adquirem uma pelagem mais escura. As aves e os
mamíferos (seres endotérmicos) possuem várias adaptações que os permitem sobreviver em
um ambiente frio, como plumagem e pelagem mais espessas e diminuição das extremidades
corporais, como orelhas, caudas e patas. Dessa forma, a perda de calor para o ambiente é
menor, auxiliando na manutenção da temperatura do corpo, além de alguns praticarem o
hábito da hibernação. Um exemplo de mamífero que possui essas adaptações é o urso polar e
os bois-almiscarados. A presença de répteis e anfíbios são raras devido ao clima frio.

Figura 1: Lebre - ártica; Figura 2: Raposa – do - ártico.

Apropriação do homem
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Alguns grupos de pessoas que vivem na tundra são nômades ou seminômades, ou seja, eles
migram conforme as condições de sobrevivência. Dentre as atividades exercidas por esses
grupos está a criação de renas. Além disso, os povos árticos, como no caso os esquimós,
buscam sua sobrevivência na caça e na pesca, podendo juntar a comida necessária para
estocagem e consumo nos meses em que as condições climáticas se tornam ainda mais
rigorosas. Todas essas situações são para a sobrevivência em si, mas na tundra vem
acontecendo atividades exploratórias, como a extração de petróleo, e isso tem colocado em
risco o bioma pois interfere no equilíbrio biológico de plantas e animais, por conta dos
impactos ambientais causados.

Desmatamentos e incêndios naturais

Em agosto de 2019 os focos de incêndios na Califórnia passaram a aumentar, e nesse meio


tempo o Círculo Polar Ártico já estava experimentando uma tragédia semelhante. Em algumas
cidades siberianas, onde sua vegetação nativa é a tundra, acabaram sendo cobertas por
fumaças por conta das queimadas na Tundra. Só que esses incêndios no Ártico já vêm
acontecendo a algumas décadas. Em um estudo feito em 2012, três dos maiores biomas do
mundo estavam sofrendo com queimadas, e a Tundra era um deles. Todo esse foco de
incêndio ocorrido em 2019 acabou emitindo um recorde de 244 megatoneladas de dióxido de
carbono - 35% a mais que em 2018. Na tundra, as grandes superfícies congeladas durante o
Inverno convertem-se em pântanos ou em turfeiras quando aumenta a temperatura, e essas
turfeiras causam um grande problema na Tundra. As turfeiras ou turfas fazem parte do
sedimento do permafrost e quando chega o verão acontece o degelo, que é o descongelamento
do solo congelado, e isso acaba deixando as turfas amostra. Mas o que são as turfas? São
matéria orgânica de milhares de anos, e "guarda" consigo uma grande quantidade de dióxido
de carbono, e quando ela fica amostra nos períodos de degelo ocasiona em incêndios naturais
na flora da Tundra, pois qualquer faísca ou relâmpago que caia nas turfas acaba virando um
foco de incêndio, assim queimando e destruindo a vegetação.

4. TAIGA
Taiga, floresta boreal ou floresta de corníferos é um bioma de áreas subpolares e temperadas,
localizado em altas latitudes, sendo o maior bioma frio do mundo, por conta da sua larga
extensão que ocupa quase todo o hemisfério norte, cerca de 29% da cobertura florestal do
planeta.

As principais características desse bioma é seu clima extremamente frio e pouca duração do
verão, justamente por estar em áreas próximas ao extremo do planeta, e suas árvores, em
específico, os pinheiros, chamados também de coníferos por seu formato de cone, se tornando
o símbolo do bioma, popularmente conhecido como “árvores de Natal”.
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Mapa da taiga

Clima da Taiga

Em geral, seu clima é extremamente frio, onde predomina a neve, chegando a passar metade do
ano nevando e com chuvas, que não são volumosas, mas são fixas por um tempo prolongado.
As estações não são muito diferentes por sua temperatura ser quase estática em graus negativos.
A estação que se modifica levemente em comparação de temperatura com as outras é o verão,
onde pode ter a máxima de 20°C durante 4 meses e possui pouca incidência do sol. Nas estações
como primavera não é notório modificações, pois elas sempre estão verdes e não há flores. Já
no outono a paisagem muda, por conta de suas folhas em tons de laranja e amarelo na chegada
da estação e no final dela, os coníferos ficam apenas com seus galhos à mostra.

Vegetação e solo

A vegetação é homogênea, formada por grandes árvores coníferas e pequenos arbustos


frutíferos, espécies essas que são resistentes ao clima frio da localização. Sua diferença para
as outras é que elas detêm pouca quantidade de água, para quando chegar o inverno não
explodirem por conta da expansão da transformação da água em gelo dentro de seu tronco.

Por conta dessas condições climáticas únicas, seu solo é pobre, com poucos minérios e baixos
fertilizantes, por isso não se prosperam tantas espécies diversificadas.

Em poucos locais é encontrado um tipo de solo classificado como permafrost, onde existe
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uma forte camada de gelo permanente, como diz sua etimologia, porém é mais encontrado no
bioma de tundra.

Figuras 1 e 2: Árvores coníferas

Fauna

Sua fauna não é muito diversificada comparada a outros biomas como o amazônico, por
exemplo. A maior parte dos animais encontrados são mamíferos pequenos, com exceção dos
ursos, dos lobos, dos tigres siberiano e dos alces, que são animais de grande porte, podendo ser
de 2 a 3 vezes maior que o ser humano. Outra curiosidade sobre as espécies, é que algumas
delas armazenam alimentos durante o verão e hibernam todo o inverno.

Figura 1: Alce; Figura 2: Lobo da taiga

Há algumas espécies de aves de rapina, que fazem seus ninhos em topos de montanhas e
pinheiros, fazendo o controle biológico dos roedores, por serem encontrados em grande
quantidade. Esses, então, como são alvos diretos de corujas e falcões, desenvolveram algumas
mutações para se proteger. Além de possuir pelos brancos que se disfarçam na neve, eles
aprenderam a cavar e fazer seus ninhos embaixo da terra ao invés de fazê-los nas árvores,
ficando longe do perigo.
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Figura 1: coruja; Figura 2: Falcão.

Como citado anteriormente, a taiga é lar de grandes predadores, sendo o maior deles o urso
pardo, que são 600 kg de pura força com 2,50m de altura com garras super afiadas que corre
mais de 50 km/h, características essas que são mortais para quase qualquer ser vivo no planeta,
mas são utilizadas para pegar peixe e conquistar territórios. Há também os lobos, que caçam
cervos e veados em grupo e os tigres siberianos e linces que só se encontram para o
acasalamento, não possuem um desenvolvimento tão grande quanto do urso, mas com certeza
são mortais para outros seres. Não podemos esquecer também dos artrópodes, que constituem
maior parte da porcentagem dos seres no bioma.

Figura 1: Tigre siberiano; Figura 2: Urso pardo; Figura 3: Lince; Figura 4: Cervo.
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Ciclo da vida

Como bem reforçado, a taiga se define por um clima de extremas temperaturas negativas, então
a vida é basicamente hibernação, tanto os animais quanto às plantas, por conta de não haver
como prosperar alimentos e os animais não conseguem ser tão ativos sem a luz do sol. Ela
começa a aparecer ao longo do verão, onde os animais recolhem seus alimentos e as plantas
conseguem fazer a fotossíntese por causa dos raios solares serem mais comuns nessa época.

Algumas pessoas que moram nessa região acabam desenvolvendo quadros de depressão por
falta de vitaminas justamente por não ter dias padrões como em zonas equatoriais.

Queimadas, desmatamento e apropriação ecológica


Por se tratar de uma floresta seca, ou seja, apresenta poucas quantidades de umidade, é mais
comum de se acontecer um incêndio natural do que um causado pelo ser humano, cerca de 70%
de probabilidade. Sendo assim, existe uma época do ano, cerca de 90 a 100 dias, a floresta
boreal russa (zona de maior extensão) está mais propensa a ter tempestades com raios fortes, o
que atingiria uma boa parte da mata.

Pela complexidade do assunto e preocupação com o bioma, esse tema tem sido alvo de muitos
pesquisadores há muito tempo por conta das consequências desses incêndios, que acabam
iniciando em uma floresta virgem e auxiliam o processo de evolução e renovação das espécies
presentes.

Os incêndios, por sua vez, não são a única preocupação que devemos ter. Por sua vasta
amplitude, as árvores presentes na taiga são muito utilizadas para construção, seja de casas,
decorações e até lenha para fogueiras. Devido esse fato, a floresta boreal tem uma das maiores
taxas de desmatamento do mundo, estando no mesmo nível da floresta amazônica, chegando
num ponto onde não terá mais retorno dos estragos causados. A poluição também está
invadindo incansavelmente o meio ambiente subártico, matando milhares de hectares todos os
anos e danificando os raios solares a chegarem no local com as grandes massas de gás carbônico
produzidas pelo meio urbano.

5. BIOMAS MONTANOS/ALTAS MONTANHAS


As montanhas são regiões em que a fauna, a flora e o clima mudam de acordo com o relevo e
altitude, ou seja, pode ser desenvolvido diferentes ecossistemas. Estão em constante mudança,
formadas a partir do movimento das placas tectônicas. Os principais conjuntos de montanha
são: Cordilheira dos Andes na América do Sul, cordilheira do Himalaia na Ásia e Alpes Suíços
na Europa.
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Nas altas montanhas, também chamadas de áreas alpinas, abrangem diferentes altitudes. No
México, por exemplo, são consideradas altas montanhas aquelas que estão a 4000 metros do
nível do mar. Já na Patagônia são a 1700 metros e na Espanha entre 2000 e 2500 metros acima
do nível do mar.

Figura 1: Cordilheira dos Andes; Figura 2: Cordilheira do Himalaia

Clima frio de montanha

Sobre o clima frio de montanha, quanto maior a altitude, menor a temperatura. Montanhas
com mais de 3000 mil metros de altitude, por exemplo, possuem geleiras eternas. Isso ocorre
devido à falta de absorção de energia solar pelo solo (retém menos calor) e a fraca pressão
atmosférica. Os ventos também são um fator importante, que influenciam no nível de
precipitação dessas regiões. O lado da montanha que está de frente para o vento será mais frio
e terá mais precipitação, enquanto o lado protegido do vento ficará mais seco e quente. Além
disso, é importante citar que as condições climáticas mudam repentinamente, devido à
pressão, radiação e a altitude.

Flora

Como dito anteriormente, a flora muda de acordo com a altitude. Nas áreas mais baixas,
encontramos árvores coníferas e pinheiros. Conforme a altitude aumenta, as plantas vão virando
gramíneas, até chegar a um ponto onde não há presença de vegetação, pois as condições
climáticas não permitem seu crescimento.
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Figura 1: Árvores coníferas; Figura 2: Vegetação rasteira (gramíneas).

Fauna

A fauna também é afetada de acordo com a altitude e a localização da montanha. Na cordilheira


dos Andes, por exemplo, existem 1700 espécies de pássaros, 600 espécies de répteis, 400
espécies de peixes e cerca de 600 espécies de mamíferos e herbívoros, além de insetos. Os mais
representativos dessa cordilheira são as Lhamas e Alpacas. Já no Himalaia, podemos citar o
leopardo das neves, Iaque, urso pardo e Tahr do himalaia (uma cabra).

Respectivamente: Leopardo – da – neve, iaque, alpacas e lhama.


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Ações do homem e impactos ambientais

Essas regiões têm grande poder econômico, tendo em vista que o turismo é uma das principais
atividades. No monte Everest, localizado na cordilheira do Himalaia, mais de 700 mil pessoas
por ano fazem expedições por lá. Porém, a invasão do homem nesses ambientes provoca
vários impactos ambientais, ligado diretamente ao aquecimento global.

6. AQUECIMENTO GLOBAL

Em se tratando de biomas de clima frio, o assunto “aquecimento global” é um fator


importante a ser tratado, tendo em vista que a intensificação do efeito estufa afeta diretamente
esses ambientes, causando o degelo (derretimento). Entre 1960 e 2019, a temperatura do ar
nas regiões polares do Norte aumentou cerca de quatro graus Celsius e medições feitas por
satélites mostraram que o derretimento das geleiras está acontecendo muito rapidamente,
cerca de 31% maior do que a 15 anos. O derretimento rápido pode causar explosões mortais
nos lagos glaciais, como os que existem na índia.

Na Groenlândia, por exemplo, localizada no círculo polar ártico, a camada de gelo perdeu em
apenas um ano (2019) 1 milhão de toneladas de gelo por minuto, chegando a um ponto
irreversível, podendo provocar o aumento do nível dos oceanos de até 7 metros, o que afetaria
a vida de milhares de pessoas ao redor do mundo e a biologia marinha.

O aquecimento global também tem causado o derretimento dos solos congelados da tundra,
causando modificações na constituição vegetal, motivando assim o desequilíbrio, onde o
bioma deve ser reduzido em dois pedaços separados por 2,5 mil quilômetros até o ano 2500 e
reduzido a “apenas” floresta. Em um cenário onde as emissões de carbono – as maiores
contribuidoras do aquecimento global – sejam zeradas até o ano de 2100, apenas 32,7% da
tundra atual permaneceria até 2500. A maior probabilidade é a de que, até 2100, nossos
esforços em reduzir as emissões dos gases falhem e, com isso, as árvores altas avancem e
apenas 5,7% da tundra siberiana sobreviva até 2500. Se esse caminho deixar de ser traçado
por falta de alimentação rasteira – característica da tundra siberiana -, então os ciclos naturais
animais também serão alterados.

Nos Andes, as geleiras estão ameaçadas a desaparecer. Só a perda de gelo nas montanhas
daria para cobrir uma área equivalente ao país suíça. Além disso, Ilhas como as Maldivas e
zonas costeiras como Holanda, costa leste dos EUA e Bangladesh também estão ameaçadas.

7. CONCLUSÃO
O estudo dos biomas de clima frio é de mera importância, tendo em vista que esses ambientes
desempenham um papel crucial no equilíbrio do nosso planeta.
22

Esses ecossistemas são grandes fontes de recursos naturais. Também são responsáveis pela
regulação climática e conservação da biodiversidade, pois servem de abrigo para diversas
espécies adaptadas a condições extremas. Além disso, são áreas turísticas, que movimentam a
economia.

Nesse sentido, dispersar o conhecimento adquirido nesse trabalho é fundamental, pois as


consequências irreversíveis causadas pelo aquecimento global relacionadas a esses biomas
afetam não só a ecologia, mas também a existência humana.

Logo, a proteção desses biomas por meio da criação de unidades de conservação e programas
de sustentabilidade para retirada de recursos naturais é essencial, pois assim, asseguramos um
futuro próspero para eles.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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RELATÓRIO

Isadora Rosa: introdução; biomas montanos; clima polar; aquecimento global; conclusão.

Maria L. Amorim: Slides e taiga.

Cauã Santiago: Tundra e aquecimento global.

Sabrina Santos: Zonas polares (antártica e ártico) e clima polar.

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