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SUMÁRIO

UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO ...................................................................................... 2


UNIDADE 2 - CLIMA, FAUNA E FORMAÇÕES VEGETAIS ..................................... 4
2.1 ARBUSTIVAS E HERBÁCEAS ....................................................................................... 9
2.2 COMPLEXAS .......................................................................................................... 10
2.3 FLORESTAIS .......................................................................................................... 11
UNIDADE 3 - BIOMAS E TIPOS DE VEGETAÇÃO ................................................. 12
3.1 FLORESTA EQUATORIAL AMAZÔNICA ........................................................................ 12
3.2 CAATINGA ............................................................................................................. 15
3.3 CERRADO .............................................................................................................. 16
3.4 MATA DOS PINHAIS ................................................................................................ 17
3.5 PRADARIA ............................................................................................................. 18
3.6 MATA DOS COCAIS ................................................................................................. 18
3.7 MATA ATLÂNTICA ................................................................................................... 19
3.8 PANTANAL ............................................................................................................. 19
3.9 BIOMA LITORÂNEO .................................................................................................. 20
UNIDADE 4 – CLIMA................................................................................................ 22
4.1 CONCEITOS BÁSICOS .............................................................................................. 22
4.2 TIPOS CLIMÁTICOS ................................................................................................. 33
4.3 AS CONSEQUÊNCIAS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS ..................................................... 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46
ANEXOS ................................................................................................................... 48

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
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UNIDADE 1 - INTRODUÇÃO

Dentre os campos de estudo da geografia física encontramos as formações


vegetais, o clima, o relevo, enfim, ela estuda e resulta da complexidade das relações
dos fatores naturais entre si.
O estudo dessas relações dá suporte ao pesquisador para conhecer o
ambiente onde vive o homem, ambiente este que o trabalho do homem modifica e
transforma. Embora modifique-o, a priori para seu bem-estar, a posteriori, como bem
observamos, os estragos são enormes.
O planeta Terra possui diferentes tipos de vegetações as quais variam de
região para região, sendo influenciadas pelo clima e outros fatores como altitude,
latitude, pressão atmosférica, iluminação e forma de atuação das massas de ar são
fundamentais para sabermos qual a espécie de vegetação que se encontra em cada
parte do planeta Terra.
Em regiões de baixa latitude encontram-se as florestas equatoriais. Entre
elas, a floresta amazônica, que está localizada no Brasil; há ainda outras florestas
pertencentes a este tipo de região; contudo, estão situadas na parte centro-ocidental
da África e também no sudeste Asiático. Este tipo de vegetação desenvolve-se em
lugares quentes e úmidos e possui uma grande variedade de espécies. Suas
principais características são as folhas grandes e com um tom de verde bem
definido. Outro detalhe importante, é que elas se alimentam de si mesmas, por isso
são chamadas de autofágicas.
Na faixa intertropical litorânea estão às florestas tropicais.
No centro-oeste brasileiro, em grande parte do centro da África, no litoral da
Índia e no norte da Austrália estão localizadas as savanas ou cerrados. Este tipo de
flora é composto por plantas rasteiras e por árvores pequenas que perdem suas
folhas no período da seca, fato que impede o ressecamento do solo.
Na região de clima temperado continental (norte dos EUA, sul do Canadá,
centro-sul da Rússia, norte da China, norte da Argentina e do Uruguai) encontram-se
os campos ou pradarias. Esta vegetação nasce onde há pouca umidade para o
crescimento de árvores, havendo somente um tapete herbáceo conhecido como
gramíneas. Na Argentina temos os pampas, nos EUA e no Canadá temos as

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pradarias e na Rússia as estepes; contudo, apesar das diferentes denominações, a


espécie é a mesma.
Até nas áreas que não existem nenhum tipo de vegetação fixa, como no
caso dos desertos, surgem ervas rasteiras em alguns locais após as chuvas. Em
alguns lugares, caso haja algum lençol subterrâneo com água, existe a possibilidade
do surgimento de oásis com palmeiras.
Temos ainda, as florestas temperadas, que estão localizadas no Canadá,
região do hemisfério Norte, nos Estados Unidos e norte da Europa. As florestas de
coníferas, típicas de regiões subpolares como o norte do Canadá, da Europa e
Rússia. E a tundra, vegetação que surge em solos gelados como musgos e liquens.
O Brasil é um país privilegiado com relação a presença de florestas. Em
nosso território podemos encontrar diversos tipos de formações florestais, porém as
florestas tropicais se destacam.
Quanto ao clima, igualmente à distribuição dos tipos de vegetações, em
cada região, dependente dos mesmos e de outros fatores, temos vários tipos
climáticos.
O território brasileiro está dividido em faixas climáticas: 92% do território
localiza-se entre a linha do Equador e o Trópico de Capricórnio. Portanto, pode-se
dizer que o clima brasileiro é predominantemente tropical, ainda apresentando faixas
equatoriais e subtropicais (zonas temperadas) distribuídos entre os 8% restantes do
território. A predominância de altitudes mais baixas ao longo do território nacional
acarretam em temperaturas mais elevadas. As temperaturas médias predominantes
são superiores a 20º C.
Nesta apostila, nosso objetivo é levá-los a conhecerem um pouco mais
sobre esses campos de estudo da geografia, os quais são de extrema importância
para a vida na Terra.
Salientamos que esta apostila é uma compilação de estudos de vários
autores e material do que entendemos ser o mais importante em torno do tema
vegetação e clima. Dúvidas podem surgir e pedimos desculpas por eventuais
lacunas, mas tanto por isso, ao final da apostila estão diversas referências utilizadas
e consultadas através das quais poderão aprofundar algum conhecimento que
chame a atenção ou tenha despertado dúvida.

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UNIDADE 2 - CLIMA, FAUNA E FORMAÇÕES VEGETAIS

Quando nos referimos à vegetação, ou flora, ou mesmo à fauna de uma


região, quase sempre levamos em conta apenas as plantas e os animais originais ou
nativos, e não os que são criados ou plantados pelo ser humano.
Neste último caso, falamos em pecuária (criação) ou em agricultura (cultivo).
A vegetação natural de uma área depende essencialmente do clima e, em menor
grau, também do solo, da hidrografia e do relevo. E a fauna, original dessa área, em
geral é intimamente ligada à vegetação e, portanto, também ao clima.
Assim, por via de regra, cada tipo principal de clima possui uma vegetação
nativa correspondente, embora possa haver algumas variações em decorrência da
menor ou maior presença de água (rios, lagos, pântanos), da altitude, de solos
extremamente pobres, entre outros. A tundra, por exemplo, é um tipo de vegetação
natural que corresponde ao clima frio polar. Nessa paisagem, existe toda uma fauna
nativa: ursos-polares, caribus, focas, renas, entre outros.
As florestas tropicais, em geral, correspondem a climas quentes e úmidos. A
fauna original dessas exuberantes florestas equatoriais e matas tropicais densas é
composta de inúmeros tipos de insetos, aves, répteis (jacarés, tartarugas), onças e
inúmeros tipos de peixes nos rios e lagos, entre outros.
E, nas regiões de clima tropical típico ou semiúmido existem uma flora e
uma fauna características. Em determinadas áreas da África meridional, por
exemplo, a vegetação típica é a savana; e a fauna da região inclui leões, macacos,
rinocerontes, hienas, zebras e outros animais. Já no Brasil central predominam os
cerrados, e fazem parte da fauna antas, capivaras e inúmeros tipos de macacos.
Infelizmente, porém, esse quadro bem definido de paisagens naturais com
flora e fauna nativas é cada vez mais uma realidade do passado. Em grande parte
essas paisagens já não existem mais, a não ser em poucas regiões do globo e em
reservas florestais dentro de alguns países. Antes da Revolução Industrial, a
vegetação nativa tinha uma importância bem maior que hoje, pois era do
extrativismo vegetal que o ser humano obtinha muitos produtos necessários à sua
vida.
De acordo com Sene e Moreira (2006), nos dias de hoje, essa vegetação
natural já se encontra muito destruída e tem dado lugar a plantações, que fornecem
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ao ser humano os produtos que mais lhe interessam. Em vez de extrair a borracha
natural de seringueiras espalhadas no meio de uma floresta equatorial, é mais
interessante fazer um enorme seringal, com plantas enfileiradas e próximas umas
das outras. E mais interessante ainda é plantar essas árvores em regiões onde não
existem seus parasitas ou inimigos naturais. No caso das seringueiras, elas são
originárias da Amazônia, mas são largamente cultivadas na Ásia. Ocorre o mesmo
com outros tipos de plantas.
Além disso, o ser humano levou plantas e animais de uma região para outra,
modificando bastante a distribuição geográfica original das espécies. Vejamos estes
exemplos:
A batata e o tomate, originários da América, tornaram-se extremamente
populares na Europa nos últimos séculos;
O trigo, originário da Europa e de clima temperado, é agora encontrado em
praticamente todas as regiões do planeta, até mesmo em climas tropicais;
A soja, originária da China, é atualmente comum no continente americano e
ocupa grandes áreas do centro-oeste brasileiro já se estendendo para o
norte;
O café, originário do norte da África, é produzido hoje em várias regiões
distantes desse continente, principalmente na América. Minas Gerais, São
Paulo, Paraná, dentre outros estados brasileiros são produtores invejáveis de
café tipo exportação.

Isso também ocorreu na atividade da criação, em que algumas espécies de


peixes e animais (búfalo, raças de vacas e cavalos, etc.) foram levadas de um
continente para outro.
Foram feitos também cruzamentos seletivos de plantas, criando-se assim
outras variedades, as chamadas plantas híbridas. O milho híbrido, por exemplo,
cresce mais rapidamente e possui maior quantidade de proteínas que o milho
original ou primitivo.
Depois dos híbridos vieram os produtos transgênicos, oriundos da
manipulação genética, que são imunes a muitas pragas e dão mais colheitas que as
espécies originais.

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Os animais também passaram por esse processo, em muitos casos foram


aprimorados em laboratório e hoje crescem mais rapidamente, dão mais leite ou
carne e existem em todas as partes do mundo, independentemente do tipo de clima.
Dessa forma, é muito raro hoje em dia encontrar vegetação exclusivamente
natural (sem interferência humana) em qualquer parte da superfície terrestre. Com
isso, a fauna nativa também desaparece. As maiores reservas florestais do globo
ainda existentes são:
A floresta Amazônica, no norte da América do Sul;
A taiga, na parte oriental da Rússia e no norte do Canadá;
A floresta do Congo, no centro da África;
Alguns trechos importantes de matas tropicais densas no Sudeste Asiático
(Filipinas e Indonésia).

Comparadas com a vegetação natural do nosso planeta, essas florestas são


insignificantes. Elas não representam nem 20% da vegetação existente há 150 anos
e se encontram em processo de desmatamento para extração de madeira ou
estabelecimento da agropecuária, como bem mostram as figuras abaixo.

Quando há reflorestamento, a vegetação reposta não equivale à nativa, pois


as áreas reflorestadas, além de perderem a riqueza de sua fauna primitiva, são
homogêneas, ou seja, apresentam um só ou apenas alguns tipos de vegetal, com
uma visível perda da biodiversidade.
O mapa da página seguinte apresenta a cobertura original e a cobertura
remanescente de florestas no mundo.

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Um elemento importantíssimo no estudo dos ecossistemas e da biosfera é a


biodiversidade, ou diversidade biológica.
Ela se refere à variedade de seres vivos que cada ecossistema - ou uma
imensa paisagem natural (ou bioma) como a Amazônia ou o Pantanal Mato-
Grossense - possui. Quanto maior a variedade, seja de plantas, seja de animais e de
microrganismos, maior a biodiversidade.
Não devemos, portanto, confundir biodiversidade com biomassa; esta última
refere-se à quantidade de massa biológica (especialmente vegetal) de um
ecossistema, ao passo que a biodiversidade diz respeito à diversidade de seres
vivos. E, como sabemos, nem sempre quantidade e diversidade andam juntas.

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Fonte: Vesentini (2005, p. 343)

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Quanto maior a biodiversidade, ou seja, quanto mais formas de vida


existirem, mais rico ou complexo será o ecossistema ou a paisagem natural. E
também mais estável: os ecossistemas ricos ou complexos – com maior
biodiversidade – duram mais que os pobres, possuem uma maior capacidade
homeostática. 1
Dessa forma, segundo Vesentini (2005), a biodiversidade é uma garantia
para a continuidade da vida em cada ecossistema e em todo o planeta. Por
exemplo, uma plantação de macieiras ou de trigo (portanto, um ecossistema pobre,
com pouca diversidade) não vai sobreviver muitos anos se não tiver a constante
proteção do homem, adubando o solo, aplicando inseticidas ou pesticidas nas folhas
para combater as pragas, entre outras práticas. Já uma floresta diversificada,
mesmo contendo pés de macieira e até de trigo, espalhados no meio da mata, vão
certamente sobreviver sozinha durante milhares de anos.

Fitogeografia
A Fitogeografia é um ramo da geografia que estuda a distribuição dos tipos
de vegetação da Terra.
A fitogeografia atualmente adquiriu novos métodos de investigação
utilizando-se de técnicas de geoprocessamento e cartografia para mostrar a
dinâmica dos vegetais e da cobertura vegetal no espaço geográfico. Seus estudos
são realizados principalmente por ecólogos, botânicos e geógrafos.
A distribuição das plantas e de suas comunidades depende de vários fatores
como: luz, água, temperatura, solo, ventos e interações biológicas. A ação do
homem tem modificado as paisagens naturais do planeta desde tempos imemoriais,
influenciando a distribuição de organismos em toda parte da Terra.

2.1 Arbustivas e herbáceas


São características da formação arbustiva: vegetação constituída por
arbustos, árvores pequenas, ou seja, plantas de pouca altura, ramificadas desde a
base. No Brasil temos a caatinga, o cerrado, a restinga e os campos.

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Homeostase é o mesmo que autorregulação ou capacidade de manter um certo equilíbrio, mesmo
com as alterações no meio ambiente.
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Caatinga, também conhecida como mata branca, é a área coberta por


vegetação típica do clima semiárido, que ocorre no Nordeste. É formada por plantas
típicas do clima seco, com períodos prolongados de falta de água, as xerófitas,
especialmente as cactáceas e as plantas de pequeno porte, como xique-xique,
juazeiro, mandacaru, entre outras.
O Cerrado corresponde à vegetação do Brasil Central e do clima tipicamente
tropical. A vegetação é constituída de pequenas árvores retorcidas, de casca grossa
e folhas coriáceas (semelhantes ao couro), e de gramíneas, como o capim-flecha e
o barba-de-bode.
Nas últimas décadas, o Cerrado tem sido ocupado de forma sistemática e
contínua pela agricultura comercial (grandes fazendas mecanizadas voltadas para a
produção de grãos), ameaçando gravemente esse domínio.
Os Campos localizam-se principalmente ao sul do Rio Grande do Sul, típicos
do clima subtropical. São constituídos essencialmente de gramíneas, formando
imensas pastagens ocupadas com a criação de gado.

2.2 Complexas
São aquelas formações que não se encaixam nas divisões clássicas, como
arbóreas, arbustivas e herbáceas, portanto apresentam características próprias
como o Pantanal do Mato Grosso e as formações litorâneas. Sua vegetação é
complexa por apresentar vegetais tropófilos (que se adaptam às secas e às chuvas),
ou seja, adaptadas à vida aquática, já que a região permanece inundada grande
parte do ano. Caracterizam pela presença das palmeiras carandá, buriti, quebracho
e angico, esses dois últimos representam uma grande importância comercial.
Na classe das formações litorâneas temos os manguezais, formações
lodosas, típicas de regiões onde há o encontro das águas dos rios com as águas do
mar, formando solos pantanosos. Apresentam plantas aquáticas (ou higrófilas) e
restingas, as quais se encontram ao longo de toda a costa; além de uma vegetação
de plantas herbáceas, na área de dunas, moitas e arbustos, até árvores, à medida
que se segue para o interior.
Ainda como formação complexa, temos as Palmáceas que ocorrem nas
praias do Nordeste.

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O Jundu, formação localizada nas proximidades do mar, correspondente à


degradação da Mata Atlântica em razão da presença elevada de propriedade
alcalina e a vegetação rasteira, característica das praias e dunas, tendo como
vegetal predominante a salsa-da-praia.

2.3 Florestais
Quase metade do território brasileiro está coberto pelas formações florestais.
Os vegetais de grande porte são predominantes nessas áreas e, em geral, são um
reflexo do clima úmido.
A Floresta Equatorial ou Amazônica é a maior floresta tropical do mundo.
Possui uma grande variedade de espécies permanentemente verdes e grande
densidade vegetal. Essa floresta é subdividida em mata de igapó, mata de várzea e
mata de terra firme.
A Mata Atlântica composta de vegetação típica do litoral, estendendo-se do
Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. É a floresta de maior biodiversidade do
mundo. Foi a mais destruída dentre todas as formações vegetais, devido à sua
ocupação e à devastação desde o início da colonização. Atualmente, restam apenas
5% de sua área original.
A Mata das Araucárias ou mata de Pinhais ocupava a região subtropical do
Brasil e, atualmente, está praticamente extinta. A espécie dominante, pinheiro-do-
paraná, foi sistematicamente usada pela indústria de móveis e de papel e celulose.
A Mata de Cocais concentra-se no Meio Norte ou Nordeste Ocidental
(região formada pela região do Maranhão e Piauí) e apresenta uma formação de
transição entre os limites orientais da Floresta Amazônica e as formações arbustivas
do Nordeste.
As Matas-Galerias ou Matas Ciliares são encontradas nas regiões do
Planalto Brasileiro, constituídas pela vegetação presente ao redor das margens dos
rios e riachos, essa vegetação é sustentada pela umidade dos solos.

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UNIDADE 3 - BIOMAS E TIPOS DE VEGETAÇÃO

Podemos definir bioma como um conjunto de ecossistemas que funcionam


de forma estável.
Um bioma é caracterizado por um tipo principal de vegetação (num mesmo
bioma podem existir diversos tipos de vegetação). Os seres vivos de um bioma
vivem de forma adaptada às condições da natureza (vegetação, chuva, umidade,
calor, entre outras) existentes.
Os biomas brasileiros caracterizam-se, no geral, por uma grande diversidade
de animais e vegetais (biodiversidade). Podemos dividir os biomas brasileiros em
litorâneos e terrestres (Amazônia, cerrado, mata atlântica, caatinga, pampa e
pantanal). O bioma marinho do Brasil situa-se sobre a “Zona Marinha do Brasil” e
apresenta diversos ecossistemas.
A “Zona Marinha do Brasil” é o biótopo da Plataforma continental que
apresenta largura variável, com cerca de 80 milhas náuticas, no Amapá, e 160
milhas náuticas na foz do rio Amazonas, reduzindo-se para 20 a 30 milhas náuticas,
na região Nordeste, onde é constituída, basicamente, por fundos irregulares, com
formações de algas calcárias. A partir do Rio de Janeiro, na direção sul, a plataforma
volta a se alargar, formando extensos fundos cobertos de areia e lama.
A Zona Costeira Brasileira é uma unidade territorial, definida em legislação
para efeitos de gestão ambiental, que se estende por 17 estados e acomoda mais
de 400 municípios distribuídos do norte equatorial ao sul temperado do País. É um
conceito geopolítico que não tem nenhuma relação com a classificação feita pela
ecologia. A Zona Costeira Brasileira tem como aspectos distintivos em sua longa
extensão através de diferentes biomas que chegam até o litoral, o bioma da
Amazônia, o bioma da Caatinga e bioma da Mata Atlântica. Esses biomas, com
grande variedade de espécies e de ecossistemas, abrangem mais de 8.500 km de
costa litorânea.

3.1 Floresta equatorial amazônica


Situada na região norte da América do Sul, a floresta amazônica possui uma
extensão de aproximadamente 7 mil quilômetros quadrados, espalhada por
territórios do Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana
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e Guiana Francesa. Porém, a maior parte da floresta está presente em território


brasileiro (estados do Amazonas, Amapá, Rondônia, Acre, Pará e Roraima). Em
função de sua biodiversidade e importância, foi apelidada de o “pulmão do mundo”.
É uma floresta tropical fechada, formada em boa parte por árvores de
grande porte, situando-se próximas uma das outras (floresta fechada). O solo desta
floresta não é muito rico, pois possui apenas uma fina camada de nutrientes. Esta é
formada pela decomposição de folhas, frutos e animais mortos. Este rico húmus é
matéria essencial para as milhares de espécies de plantas e árvores que se
desenvolvem nesta região. Outra característica importante da floresta amazônica é o
perfeito equilíbrio do ecossistema, tudo que ela produz é aproveitado de forma
eficiente. A grande quantidade de chuvas na região também colabora para o seu
perfeito desenvolvimento.
Apesar de sua aparente uniformidade, a Floresta Amazônica abriga três
tipos de associações, assim divididas:
• Mata de igapó – seu solo apresenta-se constantemente inundado, é formada
principalmente por palmeiras e árvores não muito altas (não ultrapassam os
20 metros de altura), emaranhadas por cipós e lianas. É bastante rica em
espécies vegetais, tendo a presença da vitória-régia, arapari, bromélias, entre
outras.
• Mata de várzea – ocupa a porção de média altitude do relevo, mais
compacta, sofre inundações periódicas (cheias). Apresenta árvores maiores,
sobressaindo as seringueiras, por seu valor econômico. As espécies mais
comuns são: seringueira e o paumulato, com alturas entre 30 e 40 m.
• Mata de terra firme – pouco inundada, pois está situada na parte mais
elevada da Amazônia, sendo a que apresenta árvores mais altas. Nela são
comuns o castanheiro, o guaraná e o caucho.
O extrativismo vegetal regional é desenvolvido frequentemente nesta área,
representando esse extrativismo temos: castanha do Pará e seringueira (Hevea
brasiliensis).
Como as árvores crescem muito juntas uma das outras, as espécies de
vegetação rasteira estão presentes em pouca quantidade na floresta. Isto ocorre,
pois com a chegada de poucos raios solares ao solo, este tipo de vegetação não

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consegue se desenvolver. O mesmo vale para os animais. A grande maioria das


espécies desta floresta vive nas árvores e são de pequeno e médio porte. Podemos
citar como exemplos de animais típicos da floresta amazônica: macacos, cobras,
marsupiais, tucanos, pica-paus, roedores, morcegos, entre outros. Os rios que
cortam a floresta amazônica (rio amazonas e seus afluentes) são repletos de
diversas espécies de peixes.
O clima que encontramos na região desta floresta é o equatorial, pois ela
está situada próxima à linha do equador. Neste tipo de clima, as temperaturas são
elevadas e o índice pluviométrico (quantidade de chuvas) também. Num dia típico na
floresta amazônica, podemos encontrar muito calor durante o dia com chuvas fortes
no final da tarde.

Problemas atuais enfrentados pela floresta amazônica:


Um dos principais problemas enfrentados pela Amazônia é o desmatamento
ilegal e predatório. Madeireiras instalam-se na região para cortar e vender troncos
de árvores nobres. Há também fazendeiros que provocam queimadas na floresta
para ampliação de áreas de cultivo (principalmente de soja). Estes dois problemas
preocupam cientistas e ambientalistas do mundo, pois em pouco tempo, podem
provocar um desequilíbrio no ecossistema da região, colocando em risco a floresta.
Outro problema é a biopirataria na floresta amazônica. Cientistas
estrangeiros entram na floresta, sem autorização de autoridades brasileiras, para
obter amostras de plantas ou espécies animais. Levam estas para seus países,
pesquisam e desenvolvem substâncias, registrando patente e depois lucrando com
isso. O grande problema é que o Brasil teria que pagar, futuramente, para utilizar
substâncias cujas matérias-primas são originárias do nosso território.
Com a descoberta de ouro na região (principalmente no estado do Pará),
muitos rios estão sendo contaminados. Os garimpeiros usam o mercúrio no garimpo,
substância que está contaminando os rios e peixes da região. Índios que habitam a
floresta amazônica também sofrem com a extração de ouro na região, pois a água
dos rios e os peixes são importantes para a sobrevivência das tribos (VESENTINI,
2005).

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3.2 Caatinga
Presente na região do sertão nordestino (clima semiárido), caracteriza-se
por uma vegetação de arbustos de porte médio, secos e com galhos retorcidos. Há
também a presença de ervas e cactos.
A massa equatorial atlântica, formada no arquipélago dos Açores, ao chegar
ao Nordeste, é barrada no barlavento do Planalto Nordestino (notadamente
Borborema, Apodi e Araripe), onde ganha altitude e precipita (chuvas orográficas),
chegando praticamente seca à Caatinga.
Apesar de sua aparência, a vegetação da Caatinga é muito rica, variando a
maioria delas conforme a época de chuvas e conforme a localização. Muitas
espécies ainda não foram catalogadas. As bromélias e os cactos são as duas
principais famílias da região, destacando-se os mandacarus, os caroás, os xique-
xiques, as macambiras e outras mais.
Atualmente, a Caatinga vem sendo agredida ao sofrer o impacto da
irrigação, drenagem, criação de pastos, latifúndios e da desertificação.
Levantamentos sobre a fauna do domínio da Caatinga revelam a existência de 40
espécies de lagartos, sete espécies de anfibenídeos (espécies de lagartos sem pés),
45 espécies de serpentes, quatro de quelônios, uma de Crocodylia, 44 anfíbios
anuros e uma de Gymnophiona.
A Caatinga tem sido ocupada desde os tempos do Brasil-Colônia com o
regime de sesmarias e sistema de capitanias hereditárias, por meio de doações de
terras, criando-se condições para a concentração fundiária.
De acordo com o IBGE, 27 milhões de pessoas vivem atualmente no
polígono das secas. A extração de madeira, a monocultura da cana-de-açúcar e a
pecuária nas grandes propriedades (latifúndios) deram origem à exploração
econômica. Na região da Caatinga, ainda é praticada a agricultura de sequeiro.
Conforme IBAMA (2010), os ecossistemas do bioma Caatinga encontram-se
bastante alterados, com a substituição de espécies vegetais nativas por cultivos e
pastagens. O desmatamento e as queimadas são ainda práticas comuns no preparo
da terra para a agropecuária que, além de destruir a cobertura vegetal, prejudica a
manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do

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clima e do solo. Aproximadamente 80% dos ecossistemas originais já foram


antropizados.

3.3 Cerrado
Este bioma é encontrado nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Goiás e Tocantins. Com uma rica biodiversidade, caracteriza-se pela presença de
gramíneas, arbustos e árvores retorcidas. As plantas possuem longas raízes para
retirar água e nutrientes em profundidades maiores.
Depois da Floresta Amazônica, é a formação vegetal brasileira que mais se
espalhou, predominando no planalto Central, mas aparecendo também como
manchas esparsas em outros pontos do país (Amazônia, região da caatinga do
Nordeste, São Paulo e Paraná), recobrindo mais de 20% do território nacional.
Predomina em áreas de clima tropical, com duas estações: verão chuvoso e inverno
seco.
Não é uma formação uniforme, o que permite identificar duas áreas: o
cerradão e o cerrado propriamente dito. No cerradão existem mais árvores que
arbustos. No cerrado, bastante ralo, aparecem poucos arbustos e árvores baixas, de
troncos sinuosos e casca espessa, que apresentam galhos retorcidos, com folhas
muito duras; entre as árvores e os arbustos, espalha-se uma formação contínua de
gramíneas altas.
O cerrado espalha-se pelos chapadões e por algumas escarpas acentuadas.
Dentre os fatores que explicam a fisionomia do cerrado, além da escassez
de água, destacam-se a profundidade do lençol freático e a natureza dos solos,
ácidos e com deficiências minerais.
O cerrado foi declarado “Sítio do Patrimônio Mundial” pela UNESCO em 13
de dezembro de 2001.
De acordo com o IBAMA (2010), o Cerrado brasileiro é reconhecido como a
savana mais rica do mundo em biodiversidade, com a presença de diversos
ecossistemas, riquíssima flora com mais de 10.000 espécies de plantas, com 4.400
endêmicas (exclusivas) dessa área. A fauna apresenta 837 espécies de aves; 67
gêneros de mamíferos, abrangendo 161 espécies e dezenove endêmicas; 150
espécies de anfíbios, das quais 45 endêmicas; 120 espécies de répteis, das quais

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45 endêmicas; apenas no Distrito Federal, há 90 espécies de cupins, mil espécies


de borboletas e 500 espécies de abelhas e vespas.
Até a década de 1950, os Cerrados mantiveram-se quase inalterados. A
partir da década de 1960, com a interiorização da capital e a abertura de uma nova
rede rodoviária, largos ecossistemas deram lugar à pecuária e à agricultura
extensiva, como a soja, arroz e o trigo. Tais mudanças se apoiaram, sobretudo, na
implantação de novas infraestruturas viárias e energéticas, bem como na descoberta
de novas vocações desses solos regionais, permitindo novas atividades agrárias
rentáveis, em detrimento de uma biodiversidade até então pouco alterada.
Durante as décadas de 1970 e 1980, houve um rápido deslocamento da
fronteira agrícola, com base em desmatamentos, queimadas, uso de fertilizantes
químicos e agrotóxicos, que resultou em 67% de áreas do Cerrado “altamente
modificadas”, com voçorocas, assoreamento e envenenamento dos ecossistemas.
Restam apenas 20% de área em estado conservado.
A expansão agropecuária, os garimpos, a construção de rodovias e cidades
como Brasília e Goiânia, são os principais aspectos provocados pela ação humana,
que reduziram esse ecossistema a pequenas manchas distribuídas por alguns
estados brasileiros.
A partir da década de 1990, governos e diversos setores organizados da
sociedade debatem como conservar o que restou do Cerrado, com a finalidade de
buscar tecnologias embasadas no uso adequado dos recursos hídricos, na extração
de produtos vegetais nativos, nos criadouros de animais silvestres, no ecoturismo e
outras iniciativas que possibilitem um modelo de desenvolvimento sustentável e
justo.
De acordo com o IBAMA (2010), as unidades de conservação federais no
Cerrado compreendem: dez Parques Nacionais, três Estações Ecológicas e seis
Áreas de Proteção Ambiental.

3.4 Mata dos Pinhais


Presente na região sul do Brasil, apresenta grande quantidade de pinheiros
(araucárias), por isso também é conhecida como Mata de Araucárias, em função da

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grande presença da Araucária angustifolia neste bioma. O clima característico é o


subtropical.
O nome aciculifoliada vem do latim (aciculi = “pequena agulha”) e indica o
predomínio de espécies que apresentam folhas pontiagudas. Além do pinheiro-do-
paraná, aparecem ainda outras espécies, como a imbuia, o cedro, o ipê e a erva-
mate.
Os solos em que se desenvolve, em geral de origem vulcânica, são mais
férteis que os das áreas tropicais o que explica a grande devastação sofrida por
essa vegetação para o aproveitamento agrícola.

3.5 Pradaria
Localizado no extremo sul do Brasil, também apresenta clima subtropical,
sendo, portanto, marcado pela atuação da massa polar atlântica.
Abrange os pampas, Campanha Gaúcha ou Campos Limpos, marcados pela
presença do solo de brunizens, oriundo da decomposição de rochas sedimentares e
ígneas, o que possibilita o desenvolvimento da agricultura e principalmente da
pecuária bovina semiextensiva.
É notável também a presença de coxilhas (colinas arredondadas e ricas em
herbáceas e gramíneas) e das matas-galerias nas margens dos rios.

3.6 Mata dos Cocais


Formação florestal presente, principalmente, nos estados do Piauí e
Maranhão. Por se tratar de um bioma de transição, apresenta características da
Floresta Amazônica, Cerrado e da Caatinga. Presença de palmeiras com folhas
grandes e finas. As árvores mais comuns são: carnaúba, babaçu e buriti.
Da amêndoa do Babaçu se extrai o óleo; as folhas são usadas para a
cobertura de casas e o palmito como alimento para o gado. Um rico artesanato
emprega suas fibras para confeccionar esteiras, cestos e bolsas. Da casca do coco,
podem ser retirados o alcatrão e o acetato.
Da Carnaúba, o produto mais conhecido é a cera. Como tudo dessa
palmeira pode ser aproveitado (folhas, caule, fibras), o nordestino denominou-a
“árvore da providência”.

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3.7 Mata Atlântica


Esta formação florestal encontra-se em poucos trechos da região litorânea
brasileira. Sofreu muita devastação nos últimos séculos em função, principalmente,
da ocupação do solo. Caracterizada pela presença de árvores de porte médio e alto.
Apresenta grande variedade de ecossistemas.
Ocupa, atualmente, uma extensão de aproximadamente 100 mil quilômetros
quadrados. É uma das mais importantes florestas tropicais do mundo, apresentando
uma rica biodiversidade.
A Mata Atlântica encontra-se, infelizmente, em processo de extinção. Isto
ocorre desde a chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500, quando iniciou-se a
extração do pau-brasil, importante árvore da Mata Atlântica. Atualmente, a
especulação imobiliária, o corte ilegal de árvores e a poluição ambiental são os
principais fatores responsáveis pela extinção desta mata.
As principais características da Mata Atlântica são:
• Presença de árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada
e densa;
• Rica biodiversidade, com presença de diversas espécies animais e vegetais;
• As árvores de grande porte formam um microclima na mata, gerando sombra
e umidade;
• Fauna rica com presença de diversas espécies de mamíferos, anfíbios, aves,
insetos, peixes e répteis;
• Na região da Serra do Mar, forma-se na Mata Atlântica uma constante
neblina.

3.8 Pantanal
Este bioma está presente nos estados de Mato-Grosso e Mato-Grosso do
Sul. Algumas regiões do pantanal sofrem alagamentos durante os períodos de
chuvas. Presença de gramíneas, arbustos e palmeiras. Nas regiões que sofrem
inundação, há presença de árvores de floresta tropical.

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3.9 Bioma litorâneo


Com um litoral muito extenso, o Brasil possui diversos tipos de biomas
nestas áreas. Na região Norte destacam-se as matas de várzea e os mangues no
litoral Amazônico. No Nordeste, há a presença de restingas, falésias e mangues. No
Sudeste, destacam-se a vegetação de mata Atlântica e também os mangues,
embora em pouca quantidade. Já no sul do país, temos os costões rochosos e
manguezais.

Mangue
Ocupam porções mais restritas do litoral, em reentrâncias da costa, onde as
águas são pouco movimentadas, como os pântanos litorâneos, os alagadiços e as
regiões inundadas pela maré alta. Neles predominam vegetações halófitas (que se
adaptam a ambientes salinos), com raízes aéreas e respiratórias, dotadas de
pneumatóforos que lhes permitem absorver o oxigênio mesmo em áreas alagadas.
Conforme a topografia e a umidade do solo, é possível distinguir o mangue-
vermelho, nas partes mais baixas, o mangue-siriúba, onde as inundações são
menos frequentes; e o mangue-branco, em solos firmes.

Formações dos litorais arenosos


Conforme Adas (2004), as praias e as dunas aparecem em vastas
extensões de nosso litoral e nelas surgem formações herbáceas e arbustivas. Nas
praias, essas formações são pouco densas, mas, nas dunas, são relativamente
compactas. Geralmente, entre o litoral arenoso e a serra aparece também o jundu,
formação de transição da floresta ao solo salino, ao alcançar o litoral (ADAS, 2004).

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Em seguida, um mapa com a distribuição vegetativa brasileira.

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UNIDADE 4 – CLIMA

4.1 Conceitos básicos


Clima é o nome que se dá às condições atmosféricas que costumam ocorrer
num determinado lugar.
Para entender o que é clima, é necessário compreender o que é tempo
atmosférico, pois esses dois conceitos, apesar de distintos, são interligados. Ambos
se referem aos mesmos fenômenos atmosféricos: temperatura, ventos, umidade do
ar, precipitações (chuvas e neve, principalmente) e pressão atmosférica. A diferença
é que o tempo de uma área é algo momentâneo, que varia constantemente, ao
passo que o clima é a sucessão habitual dos tipos de tempo de um determinado
local da superfície terrestre.
De acordo com Vesentini (2005), para conhecer o clima de uma região, é
necessário estudar as variações do tempo atmosférico da área durante vários anos
seguidos – normalmente trinta anos. As conclusões dessa análise (o mês ou os
meses em que faz mais calor e por quê, quando chove mais, entre outros) retratam
o clima da região.
Assim, quando dizemos que em Manaus está chovendo neste instante ou
que no dia de ontem fez muito calor, estamos nos referindo ao tempo. Todavia,
quando afirmamos que Manaus é quente e úmida, estamos descrevendo, de forma
bem simplificada, o clima dessa cidade.
Portanto, o tempo reflete um instante preciso, um estado atmosférico
(temperatura, pressão, umidade, entre outros), que costuma variar de um momento
para outro. Já o clima é o que ocorre normalmente, considerando as variações do
tempo atmosférico durante o ano.
Até algumas décadas atrás, costumava-se descrever o clima de um lugar
citando-se as médias aritméticas de temperatura, de chuva, entre outras, aí
registradas. Esse procedimento é hoje considerado incorreto, pois duas áreas
podem ter médias semelhantes e, apesar disso, apresentarem climas bem diversos.
Consideremos, por exemplo, os lugares X e Y, que possuem médias
térmicas anuais 22°C e pluviosidade em torno de 1.800 mm/ano. Aparentemente,
tais lugares apresentam climas semelhantes. Mas pode ocorrer que em X a variação
da temperatura e das precipitações seja mínima, ao passo que em Y, durante alguns
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meses, a temperatura seja de 2°C a 4°C e, em outros meses, ela chegue a 40°C ou
42°C.
Quanto às precipitações, suponhamos que em Y elas se concentrem em
dois meses do ano (chuva bem intensa) e durante cerca de dez meses haja um
período de seca. Dessa forma, para a vida humana e também para a prática da
agricultura, os climas de X e Y não são de fato semelhantes; são até bastante
diferentes.
Assim, para a compreensão do clima de um lugar, mais importante que as
suas médias – de temperatura, pluviosidade, entre outros – é o entendimento da
dinâmica atmosférica.
A dinâmica atmosférica, cujo elemento mais comum é o vento, age sobre
os climas principalmente sob a forma da ação e dos movimentos das massas de ar.
Também as correntes marítimas são importantes para definir o clima de uma região,
principalmente nas áreas litorâneas.
As massas de ar constituem o elemento mais importante para se entender o
clima de uma região. As massas de ar são volumes da atmosfera, semelhantes a
enormes “bolhas” ou “bolsões”. Elas possuem propriedades em comum (pressão,
temperatura, umidade), em virtude da área onde se localizam. Assim, existem
massas de ar polares (frias), equatoriais e tropicais (quentes), que podem ser
oceânicas (mais úmidas) ou continentais (mais secas). Veja no mapa da página
seguinte as massas de ar que ocorrem na América do Sul, lembrando que as
massas de ar se movimentam constantemente.

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Com frequência, uma acaba empurrando a outra e ocupando seu lugar. A


dinâmica das massas de ar é responsável pela maior parte das alterações do tempo
de um lugar (a vinda do frio, as chuvas, etc.). O encontro entre duas massas de ar
recebe o nome de frente.
Ocorre uma frente fria, por exemplo, quando a massa polar se desloca,
empurrando a tropical e ocupando o espaço dela.

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Na sequência, observe as figuras. As ilustrações representam esquemas de


frentes; os mapas, o avanço de uma frente fria pelo território brasileiro.

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No planisfério, em seguida, temos os tipos de clima e as correntes marítimas


do planeta Terra:

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Para Ayoade (2002, p. 1):

O estudo do tempo e do clima ocupa uma posição central e importante no


amplo campo da ciência ambiental. Os processos atmosféricos influenciam
os processos nas outras partes do ambiente, principalmente na biosfera,
hidrosfera e litosfera. Do mesmo modo, os processos e as outras partes do
ambiente não podem ser ignorados no estudo do tempo e do clima. Os
quatro domínios globais – a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera
– não se superpõem uns aos outros, mas continuamente permutam matéria
e energia entre si.

Tempo (meteorológico): são condições atmosféricas de um determinado lugar


em um dado momento.
Clima: é a sucessão habitual dos tipos de tempo num determinado lugar da
superfície terrestre.
Conforme Oliva e Giansanti (2001, p. 271):

É importante conhecer os fatores climáticos benéficos ao homem, como a


luminosidade, os ventos, a pluviosidade e o calor, e saber como utilizá-los
sabidamente. Aqueles que trazem prejuízos, como secas, tempestades,
enchentes, geadas e furacões, não podem ser encarados como inevitáveis,
pois, com conhecimento e ação eficiente, podem ser controlados. Ou, ainda,
podem-se criar condições para enfrentar suas consequências. É o que o
geógrafo Milton Santos denomina controle passivo da natureza.

O estudo do clima implica o conhecimento e a análise de inúmeros


elementos e fatores:
Elementos: Temperatura atmosférica, chuvas, umidade, massas de ar,
pressão atmosférica, ventos.
Fatores: Relevo, vegetação, massas líquidas, latitude, altitude, massas de ar.
RELAÇÃO TEMPERATURA/LATITUDE
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A luz do Sol incide na terra em feixes de raios praticamente paralelos. À


medida que se aproxima dos polos, a incidência dá-se cada vez mais obliquamente.
Assim, podemos concluir que, à medida que nos afastamos da parte central
do planeta, as médias térmicas diminuem.

INFLUÊNCIA DA LATITUDE NA TEMPERATURA


CIDADE LATITUDE MÉDIA TÉRMICA ANUAL
Belém 1º 28 S 25,9º C
Salvador 12º 55 S 25,5º C
Vitória 20º 19 S 24,4º C
Porto Alegre 31º 01 S 20,1º C
Fonte: IBGE, Anuário Estatístico do Brasil, 1995

RELAÇÃO TEMPERATURA/ALTITUDE
De acordo com Coelho; Terra (2001), a altitude exerce grande influência
sobre a temperatura. O calor é irradiado para cima, e a temperatura aquece-se por
irradiação. Quanto maior a altitude, mais rarefeito torna-se o ar, ocorrendo também
menor irradiação e, por consequência, menores temperaturas. O contrário ocorre em
altitudes baixas.

INFLUÊNCIA DA LATITUDE NA TEMPERATURA


CIDADE ALTITUDE MÉDIA TÉRMICA ANUAL
Vitória Nível do mar 32,2 º C
Belo Horizonte 900 m 20,7 º C
Santos Nível do mar 22,0º C
São Paulo 700 m 18,0º C
Florianópolis Nível do mar 20,5º C
Palmas 1060 m 15,2º C
Fonte: IBGE, Anuário Estatístico do Brasil, 1995

Assim, podemos concluir que quanto maior for a altitude menor será a
temperatura e quanto menor for a altitude a temperatura também será menor. Isso
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porque a cada 180m de altitude, em média, temos uma diminuição da ordem de 1°C.
A altitude, portanto, compensa a latitude.
O relevo, além de influenciar na variação da temperatura em função dos
perfis altimétricos, também influencia na medida em que sua disposição pode
facilitar, desviar ou até impedir a passagem de uma massa de ar.

A AMPLITUDE TÉRMICA
É a diferença entre as máximas e as mínimas temperaturas de algum lugar.
Podemos aferir a amplitude térmica por dia, por mês ou por ano.
AT = T. MÁXIMA – T. MÍNIMA
A amplitude térmica varia em função de dois fatores: distância do mar e
latitude.
a) Distância do mar
Maritimidade – A presença de uma grande massa líquida nas proximidades de um
local funciona como um regulador térmico, fazendo que as diferenças térmicas entre
o inverno e o verão sejam mais constantes.
Continentalidade – Uma região, quando encaixada mais para o interior do
continente, apresenta oscilação térmica mais pronunciada, comparada à variação do
litoral, em função da perda maior de temperatura entre o verão e o inverno.
b) Latitude:
Em virtude da forma praticamente esférica (geóide) da Terra, da inclinação do seu
eixo (23° 27) e da intensidade de translação, a região equatorial recebe uma
intensidade luminosa quase constante o ano inteiro. Já nas regiões polares, isso não
acontece. No verão, para cada hemisfério, a intensidade luminosa é maior; no
inverno, é menor.
Podemos dizer que o clima é o comportamento da atmosfera durante o ano.

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UMIDADE DO AR
O vapor d’água contido no ar atmosférico é adquirido através das superfícies
oceânicas, da evaporação das águas continentais ou dos vegetais. A quantidade de
vapor depende da temperatura do ar.
Portanto, a umidade da massa atmosférica passa por variações, e
dependendo da temperatura pode atingir até mesmo um ponto de saturação.
Umidade de saturação – é a maior quantidade de vapor d’água que pode
conter no ar, num dado momento e numa dada temperatura e sob determinadas
condições de pressão.
Umidade absoluta – é a quantidade em gramas de vapor d’água que
contém no ar atmosférico (m3), num dado instante.
Umidade relativa – é a quantidade percentual de vapor d’água contido no ar
naquele momento, em relação ao ponto de saturação.

Classificação climática de Wilhelm Köppen


Köppen criou a classificação climática mais aceita atualmente, baseando-se
em elementos climatológicos.
Classificação climática de Köppen-Geiger, mais conhecida por classificação
climática de Köppen, é o sistema de classificação global dos tipos climáticos mais
utilizado em geografia, climatologia e ecologia.
A classificação foi proposta em 1900 pelo climatologista alemão Wladimir
Köppen, tendo sido por ele aperfeiçoada em 1918, 1927 e 1936 com a publicação de
novas versões, preparadas em colaboração com Rudolf Geiger (daí o nome Köppen-
Geiger).
A classificação é baseada no pressuposto, com origem na fitossociologia e
na ecologia, de que a vegetação natural de cada grande região da Terra é
essencialmente uma expressão do clima nela prevalecente. Assim, as fronteiras
entre regiões climáticas foram seleccionadas para corresponder, tanto quanto
possível, às áreas de predominância de cada tipo de vegetação, razão pela qual a
distribuição global dos tipos climáticos e a distribuição dos biomas apresenta
elevada correlação.

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Na determinação dos tipos climáticos de Köppen-Geiger são considerados a


sazonalidade e os valores médios anuais e mensais da temperatura do ar e da
precipitação. Cada grande tipo climático é denotado por um código, constituído por
letras maiúsculas e minúsculas, cuja combinação denota os tipos e subtipos
considerados. Contudo, a classificação de Köppen-Geiger, em certos casos, não
distingue entre regiões com biomas muito distintos, pelo que têm surgido
classificações dela derivadas, a mais conhecida das quais é a classificação climática
de Trewartha.
Nesta classificação, Köppen adotou letras maiúsculas para representar os
cinco principais climas do planeta, ao lado de letras minúsculas que representam as
variedades climáticas.
Veja o significado das letras da classificação de Köppen, adaptadas ao
Brasil.
Primeira Letra (maiúscula) Segunda Letra (minúscula) Terceira Letra (minúscula)

A – quente e úmido f – chuvas o ano todo h – sempre quente


B – quente e seco (semi-árido) m – chuvas o ano todo, com a – verões rigorosos e
C – mesotérmico seca na primavera invernos brandos
s – chuvas no inverno b – verões brandos e invernos
w – chuvas de verão rigorosos
w’ – chuvas no verão/outono

Tipos e subtipos climáticos resultantes da combinação de Köppen


Da combinação da primeira e segunda letra dos códigos acima descritos
obtêm-se os seguintes tipos climáticos:
A: Clima tropical — climas megatérmicos das regiões tropicais e subtropicais

Af: clima tropical úmido ou clima equatorial


Am: clima de monção
Aw: clima tropical com estação seca de Inverno
As: clima tropical com estação seca de Verão
B: Clima árido — climas das regiões áridas e dos desertos das regiões subtropicais
e de média latitude.
BS: clima das estepes
BSh: clima das estepes quentes de baixa latitude e altitude

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BSk: clima das estepes frias de média latitude e grande altitude


BW: clima desértico
BWh: clima das regiões desérticas quentes de baixa latitude e altitude
BWk: clima das regiões desérticas frias das latitudes médias ou de grande
altitude
C: Clima temperado — climas das regiões oceânicas e marítimas e das regiões
costeiras ocidentais dos continentes
Cf: clima oceânico sem estação seca
Cfa: clima temperado úmido com Verão quente
Cfb: clima temperado úmido com Verão temperado
Cfc: clima temperado úmido com Verão curto e fresco
Cw: clima temperado úmido com Inverno seco
Cwa: clima temperado úmido com Inverno seco e Verão quente
Cwb: clima temperado úmido com Inverno seco e Verão temperado
Cwc: clima temperado úmido com Inverno seco e Verão curto e fresco
Cs: clima temperado úmido com Verão seco (clima mediterrânico)
Csa: clima temperado úmido com Verão seco e quente
Csb: clima temperado úmido com Verão seco e temperado
Csc: clima temperado úmido com Verão seco, curto e fresco
D: Clima continental ou climas temperados frios — clima das grandes regiões
continentais de média e alta latitude
Df: clima temperado frio sem estação seca
Dfa: clima temperado frio sem estação seca e com Verão quente
Dfb: clima temperado frio sem estação seca e com Verão temperado
Dfc: clima temperado frio sem estação seca e com Verão curto e fresco
Dfd: clima temperado frio sem estação seca e com Inverno muito frio
Dw: clima temperado frio com Inverno seco
Dwa: clima temperado frio com Inverno seco e com Verão quente
Dwb: clima temperado frio com Inverno seco e com Verão temperado
Dwc: clima temperado frio com Inverno seco e com Verão curto e fresco
Dwd: clima temperado frio com Inverno seco e muito frio
E: Clima glacial — clima das regiões circumpolares e das altas montanhas

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ET: clima de tundra


EF: clima das calotes polares
EM: clima das altas montanhas (em anexo um resumo sinóptico das
classifcações e sua estrutura geral).

4.2 Tipos climáticos


Existem vários tipos de clima. A nível mundial eles são:
POLARES – Ocorrem em latitudes extremas, próximo aos círculos polares
Ártico e Antártico, grande variação da duração do dia e da noite. Baixas
temperaturas o ano todo, máxima de 10°C no verão, e por esse motivo, as
regiões polares ficam constantemente cobertas por gelo e neve.
TEMPERADOS – Apresentam as quatro estações bem definidas. Há
diferenças entre os locais próximos e os que estão longe do mar. Este tipo de
clima se divide em:

* Marítimo: onde as temperaturas são constantes.


* Continental: verões quentes e invernos frios e secos.
MEDITERRÂNEOS – Verões quentes e secos e invernos amenos e
chuvosos. Chuvas de outono e no inverno.
TROPICAIS – Quentes o ano inteiro; duas estações – verão chuvoso e
inverno seco. Apresentam variações em função da altitude, da maritimidade e
da continentalidade. Ele é mais comum nos territórios brasileiros,
apresentando assim uma temperatura mais elevada o ano todo.
EQUATORIAIS – Ocorre na faixa equatorial. Temperaturas elevadas e chuvas
abundantes o ano todo, com pequena amplitude térmica anual. Sua
temperatura anual é maior do que 24°C.
SUBTROPICAIS – Das médias latitudes onde começam a se delinear as
quatro estações. Chuvas bem distribuídas, verões quentes e invernos frios,
com significativa amplitude térmica anual.
DESÉRTICO – Baixo índice pluviométrico, apresenta temperaturas maiores
que 40°C, porém à noite pode chegar até 0°C, predominando o inverno.

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ÁRIDOS – Extrema falta de umidade, elevadas amplitudes térmicas diárias e


sazonais. Chuvas inferiores a 250mm anuais.
SEMIÁRIDOS – São climas de transição. Chuvas escassas e irregulares.
Encontrados tanto nas regiões tropicais quanto nas zonas temperadas (onde
apresentam invernos frios) (SENE e MOREIRA, 2006).

4.3 As consequências das mudanças climáticas


Várias e visíveis são as consequências das mudanças climáticas no planeta
e, por conseguinte, no Brasil.
Nas análises de Leggett (1992), responsável pelo relatório do Greenpeace,
essas consequências vão desde os efeitos bióticos, ou seja, as alterações nas
fontes de dióxido de carbono e metano; os volumes e fluxos de carbono dos
ecossistemas; passando pelo empobrecimento da biota, com seus efeitos sobre a
agricultura, sobre os recursos hídricos, sobre as zonas oceânicas e costeiras, sobre
os assentamentos humanos e a sociedade.

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Para Haines (1992, p.135), esses efeitos não podem ser considerados
isoladamente, atingindo a saúde do ser humano desde alterações na temperatura,
as doenças contagiosas, a radiação ultravioleta e o sistema imunológico, e ainda
agindo sobre a produção de alimentos, o abastecimento de água, elevação do nível
do mar, sanidade mental, dentre outros.
Assim, tentaremos enumerar e analisar as consequências mais visíveis e
importantes de acordo com a literatura dos últimos 10 anos.

Efeito Estufa
Conforme Cerri & Cerri (2007), uma parte da energia do sol, de comprimento
de onda muito curto, ultrapassa a atmosfera terrestre em interação com os gases
presentes nesta camada. Quando atinge a superfície terrestre essa energia é
refletida e volta para a atmosfera com um cumprimento de onda mais longo,
chamado radiação infravermelha, a qual interage parcialmente com os gases estufa
presentes nesta camada. Consequentemente parte dessa irradiação é absorvida na
atmosfera aumentando a temperatura do ar.
Esta é uma definição clássica e ao mesmo tempo simples para explicar o
efeito estufa, efeito este que mantêm a temperatura média da atmosfera em torno de
15ºC. Caso não houvesse esses gases na atmosfera, a temperatura média da Terra
seria em torno de - 18º C, o que inviabilizaria a vida atualmente existente.
Para Demillo (1998), dentre esses gases falados acima temos o gás
carbônico, metano, óxido nitroso e o vapor d’água.
A capacidade de impedir a dispersão do calor depende da concentração
destes gases, logo quanto maior a sua concentração maior o aquecimento. Sendo
os principais gases estufas:
Dióxido de Carbono – CO2 – 76%;
Metano - CH4– 13%;
Óxido de Nitroso – N2O – 6%;
CFCs – CCI2F2- 5% (CORTEZ, 2004, p.9).

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Vários dos autores pesquisados, dentre eles Demillo (1998), Simon e


DeFries (1992), Rosa (2004) e Cerri & Cerri (2007) concordam que existe dois tipos
de efeito estufa: o natural e o antrópico2.
O efeito estufa natural ocorre devido às concentrações desses gases estufa
na atmosfera desde antes do aparecimento do homem.
Conforme Wilson; Frances (1997), o efeito estufa é talvez a mais global das
várias ameaças à biodiversidade do planeta. Diferente de outras causadas pelo
desenvolvimento humano, ele tem o potencial para impactar todos os ecossistemas,
inclusive aqueles longe das populações humanas e ainda classificados como
inexplorados. A possibilidade de impactos extensivos implica em ameaça direta à
biodiversidade do planeta.
O efeito estufa antrópico é consequência da ação do homem sobre o meio
ambiente. Podendo-se demarcar o aumento desse efeito com o início da Revolução
Industrial, quando começaram a ser emitidos volumes maiores de CO2 na atmosfera,
relacionada evidentemente com o aumento do consumo de combustíveis fósseis
(carvão, petróleo e madeira de áreas florestadas), concentrando esses gases na
atmosfera.
A esse aumento contínuo de gases na atmosfera, que trouxe como
consequência maior a interação com a radiação infravermelha emitida pela Terra, e
consequentemente aumento da temperatura do ar atmosférico, é o que se denomina
Aquecimento Global, o qual, como foi falado, tem reflexos nas mudanças climáticas,
tais como distribuição irregular das chuvas, aumento ou diminuição de temperaturas
da atmosfera, elevação do nível do mar, entre outros.
Para Demillo (1998), é o processo físico pelo qual a presença de gases
atmosféricos faz com que a Terra mantenha uma temperatura de equilíbrio maior do
que teria caso estes gases estivessem ausentes, permitindo a passagem de luz e
apreendendo o calor.
Relacionado com o efeito estufa, sendo uma de suas causas, temos o
aumento da camada de ozônio, localizada na estratosfera, cerca de 25 km da
superfície da terra, onde há concentração de Ozônio (O3) trazendo consequências

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Antrópico: Relativo à ação do homem sobre a natureza; ligado à presença humana (FERREIRA,
1999).
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variadas. Essa camada é um filtro natural que funciona como proteção aos raios
ultravioletas provenientes do Sol. Esses raios em excesso, quando atingem a terra
causam sérios prejuízos à saúde do homem e ao meio ambiente em geral.
Como prováveis efeitos deletérios têm-se: maior incidência de catarata;
queimaduras e câncer de pele; prejuízos ao sistema imunológico; redução da
camada de gordura, com aumento de infecções fúngicas e bacterianas e
envelhecimento precoce da pele pela sua degeneração elástica.
Os danos à vegetação também seriam significativos, especialmente à
agricultura, com redução da fotossíntese e do crescimento das plantas. Estes
prejuízos seriam maiores em relação ao plâncton marinho, com consequente
aumento nas concentrações de gás carbônico, e, com isto, contribuindo, como dito,
para o efeito estufa.
A teoria aceita é a de que o ozônio da estratosfera estaria sendo eliminado,
em grande parte, pelo cloro presente nas substâncias denominadas
clorofluorcarbonos (CFC), muito estáveis e que permanecem na atmosfera por
dezenas de anos. Estima-se, inclusive, que uma única molécula de CFC teria a
capacidade de destruir até cem mil moléculas de ozônio, razão pela qual uma
substância de uso relativamente tão restrito concentra tamanho poder de destruição.
Substâncias sintéticas coadjuvantes neste processo seriam algumas outras
contendo cloro, como o metil clorofórmio, além dos halons e compostos de bromo
(FERRER, 2007).

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O mapa abaixo nos mostra a emissão de CO2 na atmosfera mundial.

Fonte: Banco Mundial (2007)

Desertificação e outras decorrências do desmatamento


Para Cavalcanti e Morgado (1999), a palavra desertificação vem induzindo a
alguns erros de interpretação. Para muitos significa que os desertos do mundo estão
crescendo, cobrindo superfícies cada vez maiores de terras férteis. Realmente os
limites dos desertos podem se expandir ou retrair ciclicamente em função das
flutuações do clima, mas não é esse o caso; na verdade, o processo de
desertificação é mais cruel, envolvendo áreas muitas vezes distantes do deserto
mais próximo. São áreas isoladas, às vezes pequenas, onde os solos ficam
empobrecidos e com a capacidade de regeneração comprometida, em função de
práticas inadequadas de cultivo.
Conforme a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação,
que já foi assinada por mais de 100 países, em vigor desde 26 de dezembro de
1996, a desertificação foi definida como sendo a degradação da terra (se entende a
degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da
qualidade de vida das populações afetadas) nas zonas áridas, semiáridas e

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subúmidas secas resultantes de fatores diversos tais como as variações climáticas e


as atividades humanas.
Um efeito muito sério em relação ao desmatamento é o agravamento dos
processos erosivos. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas
de chuva, que escorrem pelos seus troncos, infiltrando-se no subsolo. Além de
diminuir a velocidade de escoamento superficial, as árvores evitam o impacto direto
da chuva com o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua desagregação.
A retirada da cobertura vegetal expõe o solo ao impacto das chuvas. As
consequências dessa interferência humana são várias, dentre elas têm-se:
• Aumento do processo erosivo, o que leva a um empobrecimento dos solos,
como resultado da retirada de sua camada superficial, e, muitas vezes, acaba
inviabilizando a agricultura;
• Assoreamento de rios e lagos, como resultado da elevação da sedimentação,
que provoca desequilíbrios nesses ecossistemas aquáticos, além de causar
enchentes e, muitas vezes, trazer dificuldades para a navegação;
• A elevação das temperaturas locais e regionais, como consequência da maior
irradiação e calor para atmosfera a partir do solo exposto. Boa parte da
energia solar é absorvida pela floresta para o processo de fotossíntese e
evapotranspiração. Sem a floresta, quase toda essa energia é devolvida para
a atmosfera em forma de calor, elevando as temperaturas médias;
• Agravamento dos processos de desertificação;
• Proliferação de pragas e doenças, como resultado de desequilíbrio nas
cadeias alimentares. Algumas espécies, geralmente insetos, antes sem
nenhuma nocividade, passam a proliferar exponencialmente com a
eliminação de seus predadores, causando graves prejuízos, principalmente
para agricultura (BRASIL ESCOLA, 2007).

Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há


também a queima das florestas que tem colaborado para aumentar a concentração
de gás carbônico na atmosfera. É importante lembrar que esse gás é um dos
principais responsáveis pelo efeito estufa.

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A desertificação também pode ocorrer como resultado da revolução agrícola


que “desbrava fronteiras” para grandes monoculturas, utilizando de avanços
tecnológicos agredindo e desequilibrando o meio-ambiente. Esse plantio de uma
única espécie em grandes extensões de terra tem causado desequilíbrio nas
cadeias alimentares preexistentes, favorecendo a proliferação de vários insetos, que
se tornaram verdadeiras pragas com o desaparecimento de seus predadores
naturais.
Por outro lado, a maciça utilização de agrotóxicos, na tentativa de controlar
tais insetos, tem levado a proliferação de linhagens resistentes, forçando a aplicação
de pesticidas cada vez mais potentes. Isso, além de causar doenças nas pessoas
que manipulam e aplicam esses venenos e naqueles que consomem os alimentos
contaminados, tem agravado a poluição dos solos.
Conforme Lima e Quadros (2006), a seca pode até ser uma das causas da
desertificação, mas, inversamente, o fenômeno da seca pode também mascarar o
processo de desertificação. Com efeito, a perda brutal, pontual e cíclica de produção
devido à seca faz com que o produtor possa não se aperceber da perda progressiva
de produtividade, a longo prazo, devido à desertificação.
No Brasil, as áreas susceptíveis localizam-se nas partes áridas, semiárida e
subúmidas; a maior parte no semiárido nordestino. A região semiárida brasileira
caracteriza-se por evapotranspiração elevada, ocorrência de períodos de secas,
solos de pouca profundidade, alta salinidade, baixa fertilidade e reduzida capacidade
de retenção de água, o que limita seu potencial produtivo. Além disso, o processo de
desertificação é intensificado pela pobreza, e vice-versa.
Esta área do nordeste compreende uma área de 900.000 Km2, onde vivem
aproximadamente 10 milhões de pessoas e os estudos mostram que, deste total,
223.000 Km2 estão gravemente afetados pelo processo e imprestáveis para a
agricultura. Somando-se a área onde a desertificação ocorre ainda de forma
moderada, o total de terrenos atingidos pelo fenômeno sobe para 574.362
quilômetros quadrados - cerca de 1/3 de todo o território nordestino. Ceará e
Pernambuco são os mais castigados, embora, proporcionalmente, a Paraíba seja o
estado com maior extensão de área comprometida: 71% do seu território já sofre

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com os efeitos da desertificação. O semiárido nordestino é o maior e mais populoso


do mundo, com quase 18 milhões de habitantes.
É importante ressaltar que, no Brasil, as áreas susceptíveis a grave
degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da
qualidade de vida das populações afetadas, não se limitam às regiões semiárida ou
subúmida seca. Têm sido identificados processos de degradação das terras em
outras partes do país, como no Rio Grande do Sul (onde no sudoeste do estado, 100
quilômetros quadrados já não servem mais para a agricultura, sendo a cidade de
Alegrete incluída no cenário), norte de Minas Gerais, Paraná, São Paulo e Rondônia.
Conforme Lima e Quadros (2006), situação preocupante de degradação é a
da região do cerrado, pois o solo é naturalmente fraco, formado por areia
quartzonita. Embora a vegetação compense a fragilidade do ecossistema, mantendo
uma pequena camada de solo fértil, as frequentes queimadas e a ação do gado, que
consome todos os brotos, a terra enfraquece e a camada de terra produtiva cede
lugar à areia. Entretanto, essas áreas não são enquadradas no conceito de
desertificação de acordo com a metodologia das Nações Unidas.

Derretimento das geleiras


Conforme Guetter e Prates (2002 apud SANTOS, 2006, p.30), o
aquecimento do planeta tem levado ao derretimento das geleiras e dos polos e tem
aumentado o nível dos oceanos e estes avançando em áreas costeiras, num futuro
relativo levaria ao desaparecimento de alguns países insulares (como Tuvalu, no
Oceano Pacífico, cuja população será absorvida pela Nova Zelândia, conforme
tratado já assinado).
Outra consequência seria a salinização dos lençóis freáticos e aquíferos
costeiros (corpos de rocha porosa que atuam como área de armazenamento natural
para os lençóis freáticos).
De acordo com Santos (2006, p. 30), estima-se que o nível médio global do
mar já subiu pelo menos 10 cm no último século e pode subir mais 50 cm até 2100.
Para um país quase ao nível do mar como Bangladesh, que já é frequente vítima de
inundações e furacões, isto pode ser catastrófico.

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Chuvas ácidas
Conforme Brasil Escola (2010), o termo chuva ácida foi usado pela primeira
vez por Robert Angus Smith, químico e climatologista inglês, para descrever a
precipitação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da
Revolução Industrial. Com o desenvolvimento e avanço industrial, os problemas
inerentes às chuvas ácidas tem se tornado casa vez mais sérios.
Os cientistas descobriram que a poluição do ar causada pela combustão de
combustíveis fósseis é a maior causa da chuva ácida. A chuva ácida forma-se
normalmente a elevadas altitudes nas nuvens, onde o dióxido de enxofre e os óxidos
nítricos reagem com a água, oxigênio e oxidantes. Esta mistura forma uma solução
de ácido nítrico e sulfúrico. A luz solar aumenta a frequência destas reações. A água
da chuva, a neve, o nevoeiro e outras formas de precipitação, contêm as soluções
de ácido nítrico e sulfúrico que caem na terra sob a forma de chuva ácida. Porém, a
chuva ácida não é a causa de toda a acidez que cai na terra. Cerca de metade da
acidez na atmosfera cai para a terra sob forma de gases e partículas secas. O vento
transporta estas partículas ácidas e gases para os edifícios, carros, lares e árvores.
Esses gases e partículas são por vezes lavados das árvores e outras superfícies
pelas tempestades.
É importante ressaltar que as chuvas, mesmo em ambiente não poluído, são
sempre ácidas. A combinação de gás carbônico presente na atmosfera produz ácido
carbônico que embora fraco, já torna as chuvas normalmente ácidas. Assim, as
chuvas ácidas que causam graves problemas, são resultantes da elevação
exagerada dos níveis de acidez da atmosfera, em consequência do lançamento de
poluentes produzidos pelas atividades humanas.
Os principais responsáveis por esse fenômeno são os trióxidos de enxofre
que é a combinação do dióxido de enxofre emitido a partir da queima de
combustíveis fósseis, e do oxigênio, já presente na atmosfera e o dióxido de
nitrogênio.
Os países que mais colaboram para a emissão desses gases são os
industrializados do hemisfério norte. Por isso, as chuvas ácidas ocorrem com mais
intensidade nesses países. No Brasil, esse fenômeno ocorre de forma significativa
na região metropolitana da São Paulo e no Rio Grande do Sul.

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De acordo com Brasil Escola (2010), a chuva ácida é retida pelas nuvens e
pode viajar até 500 km por dia, dependendo da direção e força do vento. Devido à
sua composição, estas chuvas alteram a composição química do solo, provocam e
envenenamento dos cursos de água, fauna e flora, atingindo a cadeia alimentar,
sendo ainda responsáveis pela corrosão de metais, rochas e edifícios.
Para o homem, as chuvas ácidas podem causar prejuízos à saúde,
justamente pela liberação de metais pesados que estavam no solo. Aos
monumentos, prédios e casas, a chuva ácida ajuda a corroer os materiais usados
nas construções e ainda destrói represas e turbinas hidrelétricas. Ao meio ambiente,
principalmente aos lagos, pode levar à perda de toda vida ali existente; mata árvores
e igualmente plantações.

Ilhas de calor
Conforme Araújo Júnior (2007), a “ilha de calor” é um fenômeno típico de
grandes aglomerações urbanas, resultante da elevação das temperaturas médias
nas zonas centrais da mancha urbana, em comparação com as zonas periféricas ou
com as rurais.
Para o mesmo autor citado anteriormente, a substituição da vegetação por
grande quantidade de casas e prédios, ruas e avenidas, pontes e viadutos e uma
série de outras construções, que é tanto maior quanto mais se aproxima do centro
das grandes cidades, faz aumentar significativamente a irradiação de calor para a
atmosfera. Além disso, na atmosfera das zonas centrais da cidade, é muito maior a
concentração de gases e materiais particulados, lançados pelos automóveis e
fábricas, responsáveis por um efeito estufa localizado, que colabora para aumentar a
retenção de calor.

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Fonte: Vesentini (2005, p. 379)

Na área metropolitana hipotética acima, a temperatura é diretamente


proporcional à intensidade da interferência humana sobre a natureza (isso se
considerarmos que toda a metrópole se situa numa região de mesma altitude) e
pode variar de 3ºC a 4ºC.
Essa elevação da temperatura nas áreas centrais da mancha urbana facilita
a ascensão do ar, quando não há inversão térmica, formando uma zona de baixa
pressão. Isso faz com que os ventos soprem, pelo menos durante o dia, para essa
região central, levando, muitas vezes, maiores quantidades de poluentes. Assim,
sobre a zona central da mancha urbana forma-se uma “cúpula” de ar pesadamente
poluído.
Uma das formas de evitar a formação dessas ilhas de calor é a manutenção
de áreas verdes nos centros urbanos, pois a vegetação altera os índices de reflexão
do calor e favorece a manutenção da umidade relativa do ar.

Incidências de doenças
Conforme Canfalonieri (2007), os graves efeitos do monóxido de carbono
sobre os seres humanos são amplamente conhecidos. No processo de respiração, o
monóxido de carbono forma com a hemoglobina, uma ligação mais estável. A
ligação monóxido de carbono-hemoglobina reduz a oxigenação do cérebro e das
células, provocando, em pequenas concentrações, dores de cabeça, vertigens.

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Para Araújo Júnior (2007), o dióxido de enxofre e os óxidos de azoto causam


ou agravam os problemas respiratórios: asmas, bronquite, pneumonia.
A elevação dos níveis de poluentes na atmosfera traz consigo uma série de
problemas às pessoas, tais como irritação nos olhos, na garganta e problemas
respiratórios, principalmente para as pessoas que já tem predisposição a eles, como
os portadores de doenças crônicas do tipo asma e bronquite.
Há alguns fenômenos naturais que agravam a concentração de poluentes
na atmosfera, tais como a inversão térmica, os baixos índices pluviométricos, além
da disposição do relevo, que pode dificultar a circulação atmosférica.
Existem outros efeitos causados por eventos externos, como por exemplo,
furacões, tempestades, inundações, secas e ondas de calor, que podem afetar a
saúde diretamente, provocando traumas físicos e psicológicos, além de perdas
econômicas importantes.
Alguns efeitos são indiretos, associados a modificações ambientais
resultantes do clima alterado, provocando escassez de água, queda na produção de
alimentos, exacerbação da poluição atmosférica e migrações de “refugiados
ambientais”.
De acordo com Canfalonieri (2007), e ainda, efeitos das oscilações do clima
(variações de temperatura; chuvas; etc.) sobre agentes e vetores de doenças
infecciosas endêmicas, como a febre da dengue, a malária, as leishmanioses, as
diarreias infecciosas e outras. Os fatores climáticos podem acelerar os ciclos
infecciosos e facilitar a dispersão espacial dos agentes microbianos e de seus
transmissores.

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SANTOS, Carlos Antônio Costa dos. Estimativa e tendências de índices de detecção


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SENE, J.; MOREIRA, J. Carlos. Geografia: espaço geográfico e globalização. São


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SIMON C., DEFRIES, R.S. Uma Terra, Um Futuro. São Paulo: MAKRON Books,
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VESENTINI, J. William. Sociedade e Espaço: geografia geral e do Brasil. São Paulo:


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WILSON, E. O., FRANCES, M.P. Biodiversidade. 2ª Ed. Rio de Janeiro: Nova


Fronteira: 1997.

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direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios
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ANEXOS
COORDENADAS GEOGRÁFICAS

O desenvolvimento da Cartografia moderna decorreu principalmente das


grandes navegações a partir do final do século XV. Instrumentos de orientação como
a bússola permitiam o desenho de vários rumos nos mapas.
Conforme Coelho; Terra (2001, p. 22), os portulanos, cartas de navegação,
contavam com uma rede de rosas-dos-ventos desenhada a partir de um ponto
conhecido, o que facilitava a orientação nas viagens. Os cartógrafos faziam parte
das expedições exploradoras. Mediam as novas terras e não raro colocavam nos
mapas informações temáticas sobre os novos territórios conquistados. Descreviam e
desenhavam as paisagens, os animais, os povos nativos e os recursos que
poderiam ser utilizados pela mentalidade mercantilista da época. Os dados
coletados nas viagens tornavam os mapas mais exatos. Dessa época até o
presente, a cartografia evoluiu muito.
Coordenadas Geográficas são um conjunto de linhas imaginárias que
servem para localizar um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre. Essas
linhas são os paralelos e os meridianos.
Linhas da Rede Geográfica
Paralelos – São traçados paralelamente ao Equador tanto para norte quanto para
sul. É por meio deles que se determina a latitude de um lugar. Alguns paralelos
recebem nomes especiais:
• Círculo Polar Ártico (66° 33 N);
• Trópico de Câncer (23° 27 N);
• Equador (0°);
• Trópico de Capricórnio (23° 27 S);
• Círculo Polar Antártico (66° 33 S).

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Quando olhamos o Planeta de ângulos diferentes podemos ter imagens diferentes.


Por exemplo, se fixarmos nossa visão no Equador, teremos uma imagem do Planeta
onde os paralelos aparecerão como linhas horizontais e paralelas.

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DETERMINAÇÃO DAS COORDENADAS GEOGRÁFICAS


Conforme IBGE (2002), para que cada ponto da superfície da Terra possa
ser localizado num mapa, foi criado um sistema de linhas imaginárias chamado de
Sistema de Coordenadas Geográficas. A coordenada geográfica de um determinado
ponto da superfície da Terra é obtida pela interseção de um meridiano e um
paralelo.
Latitude – É o afastamento, medido em graus, da linha do Equador a um ponto
qualquer da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 90° e pode ser norte ou sul.
Longitude – É o afastamento, medido em graus, do meridiano de Greenwich a um
ponto qualquer da superfície terrestre. Ela vai de 0° a 180° e pode ser leste ou
oeste.
As distâncias angulares são indicadas em graus e não em quilômetros,
porque se trata de medições sobre uma esfera, forma aproximada da Terra. Para se
ter uma ideia das distâncias métricas, pode-se lembrar que, na linha do Equador,
cada grau corresponde a pouco mais de 111 Km.
Já se olharmos para o planeta Terra de um ponto acima do Pólo Sul, a visão
que teremos será completamente diferente. Os paralelos aparecerão como círculos
concêntricos diminuindo os diâmetros à medida que nos aproximamos do Pólo Norte
ou do Pólo Sul.

Meridianos – São linhas imaginárias que dão a volta na Terra, passando pelos
polos. Ao contrário dos paralelos, todos os meridianos têm a mesma medida. Por
isso, a escolha do meridiano de zero grau (0°) teve de ser convencionada.

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Escolheu-se, então, para início da contagem, o meridiano que passa pela


torre do observatório astronômico de Greenwich, que é uma localidade da área
metropolitana de Londres, capital da Inglaterra. O meridiano de Greenwich divide a
Terra em dois hemisférios: o ocidental e o oriental.
Podemos traçar 360 meridianos, sendo 180 para cada lado do Planeta
(Oeste e Leste). Dois meridianos se destacam nesse conjunto. O primeiro, como
vimos, é o de Greenwich. O outro é o meridiano de 180° responsável por completar
a divisão do Planeta em dois hemisférios, no lado oposto ao de Greenwich.
Os meridianos podem formar visões diferentes se mudarmos o ponto de
vista. Quando olhamos o Planeta como se estivéssemos de frente a ele, veríamos
linhas verticais que ligariam um polo ao outro.

Uma imagem construída a partir de um ponto qualquer acima do Polo Sul ou


do Norte veríamos os meridianos como linhas retas que se cruzam nos polos da
Terra.

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ESTRUTURA GERAL DA CLASSIFICAÇÃO DE KÖPPEN-GEIGER


A primeira letra (indicador de grupo)
O significado de cada uma das primeiras letras utilizadas é o seguinte:

Código Tipo Descrição


Climas megatérmicos.
Temperatura média do mês mais frio do ano > 18 °C.
A Clima tropical
Estação invernosa ausente.
Forte precipitação anual (superior à evapotranspiração potencial anual).
Climas secos (precipitação anual inferior a 500 mm).
B Clima árido Evapotranspiração potencial anual superior à precipitação anual.
Não existem cursos de água permanentes.
Climas mesotérmicos.
Clima temperado ou Temperatura média do ar dos 3 meses mais frios compreendidas entre -3 °C e
C Clima temperado 18 °C.
quente Temperatura média do mês mais quente > 10 °C.
Estações de Verão e Inverno bem definidas.
Climas microtérmicos.
Clima continental
Temperatura média do ar no mês mais frios < -3 °C.
D ou Clima temperado
Temperatura média do ar no mês mais quente > 10 °C.
frio
Estações de Verão e Inverno bem definidas.
Climas polares e de alta montanha.
E Clima glacial Temperatura média do ar no mês mais quente < 10 °C.
Estação do Verão pouco definida ou inexistente.

A segunda letra (indicador de tipo)


O significado de cada uma das segundas letras utilizadas é o seguinte:
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Aplica-se
Código Descrição
ao grupo
Clima das estepes.
S B
Precipitação anual total média compreendida entre 380 e 760 mm.
Clima desértico.
W B
Precipitação anual total média < 250 mm.
Clima úmido.
f Ocorrência de precipitação em todos os meses do ano. A-C-D
Inexistência de estação seca definida.
w Chuvas de Verão. A-C-D
s Chuvas de Inverno. A-C-D
w' Chuvas de Verão-outono. A-C-D
s' Chuvas de Inverno-outono. A-C-D
Clima de monção:
m Precipitação total anual média > 1500 mm. A
Precipitação do mês mais seco < 60 mm.
T Temperatura média do ar no mês mais quente compreendida entre 0 e 10 °C. E
F Temperatura média do mês mais quente < 0 °C. E
Precipitação abundante.
M E
Inverno pouco rigoroso.

A terceira letra (indicador de subtipo)


A terceira letra utiliza-se para distinguir climas com diferentes variações de
temperatura do ar, definindo-se com ela subtipos para os climas dos grupos B, C e
D:
Aplica-se
Código Descrição aos
grupos
a : Verão quente Temperatura média do ar no mês mais quente ≥ 22 °C. C-D
Temperatura média do ar no mês mais quente < 22 °C.
b : Verão temperado C-D
Temperaturas médias do ar nos 4 meses mais quentes > 10 °C.
Temperatura média do ar no mês mais quente < 22 °C.
c : Verão curto e
Temperaturas médias do ar > 10 °C durante menos de 4 meses. C-D
fresco
Temperatura média do ar no mês mais frio > -38 °C.
d : Inverno muito
Temperatura média do ar no mês mais frio < -38 °C. D
frio
Temperatura média anual do ar > 18 °C.
h : seco e quente Deserto ou semideserto quente (temperatura anual média do ar igual ou B
superior a 18 °C).
Temperatura media anual do ar < 18 °C.
k : seco e frio
Deserto ou semideserto frio (temperatura anual média do ar inferior a 18 °C).

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Resumo global sinóptico das classificações é dado pelo seguinte quadro:

Classificação climática de Köppen-Geiger

Temperatura do ar Precipitação

T F M S W f m w s

Savana, Savana,
Equatorial Monçõe
A Tropical – – – – – chuva de chuva de
Af s Am
Verão Aw Inverno As

Estepári Desértic
B Árido – – – – – – –
o BS o BW

Subtropic
al Cfa, Pampeano Mediterrâni
C Temperado – – – – – –
Oceânico Cwa, Cwb co Csa, Csb
Cfb

Continent
al Dfa, Manchuria
Continenta
D – – – – – Dfb, – no Dwa, –
l
Subártico Dwb
Dfc, Dfd

Tundr Pola Alpin


E Glacial – – – – – –
a ET r EF o EM

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