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Uma força natural faz o oceano ser mais


produtivo!
A atmosfera e o grande oceano influenciam-se mutuamente numa estreita ligação
que veicula a distribuição da radiação solar e cria um optimum calorífico que
possibilita a existência de vida no planeta azul.

Atualmente, a TSM varia global e anualmente, dos -1,7 ⁰C até a um máximo de 31 ⁰C, bem diferente dos primórdios,
quando as temperaturas oscilavam entre 50 ºC e 70 ⁰C!

Mónica Barbosa 13/06/2020 14:43

7 min

Um grande espelho de água salgada, envolve os continentes, aloja uma imensidão de


seres vivos, cromatiza e interfere na história climática do planeta, uma colossal massa
que impele fluidez a uma dinâmica energética, imprescindível para a estabilidade dos
elementos químicos que compõem o manto atmosférico.
Incidindo diferencialmente no planeta, a radiação solar, cumulativamente com o
movimento de rotação, gera contínuos tráfegos balizados entre a atmosfera e o
oceano, representados pela circulação geral da atmosfera. Um mecanismo que
equilibra a tensão que o vento exerce, por exemplo, sobre a superfície do mar,
criando as chamadas correntes de deriva, e que decorre do aquecimento diferencial
latitudinal da radiação solar sobre a superfície do planeta. Um balanço térmico que,
através das circulações das massas de ar, equilibra o excesso de energia nos
trópicos e o défice nos polos.

O vento, combinado com a água e as correntes, é crucial para


a vida no oceano, pessoas e economias dependentes da
atividade piscatória.

De superfície irregular, o oceano manifesta vida através do fenómeno físico que ocorre
como resultado das variações de pressão quando o ar passa sobre as suas cristas e
vales, os pequenos desníveis da superfície da água, formando as ondas que
conduzem a energia pelo oceano. E, como propriedade termodinâmica dos fluidos,
decorrente da atividade energética das moléculas e dos átomos da água, a
temperatura oceânica vai flutuando, em função da profundidade e latitude.

É forte, mas não se vê, é o vento!

O vento, quando sopra paralelo à costa, empurra a água da superfície para longe das
zonas limítrofes da litosfera, da costa, e, à medida que se move, arrasta a água fria
das profundezas para substituí-la. Ora, a água fria contém nutrientes como nitrato,
fosfato e silicato, estes em resultado da vida marinha que morreu, afundou e se
decompôs, libertando carbono e minerais durante o processo.
Aluda-se o efeito Coriolis, o qual, nas fronteiras W das placas litosféricas, combinado
com a tensão de atrito exercida sobre a superfície dos oceanos, propagada
verticalmente na coluna da água até aos 100 m, por ação de ventos com direção ao
equador (desviantes para a direita no HN, e para a esquerda no HS), impelem ao
transporte dessas camadas superficiais oceânicas para longe da costa, levando à sua
substituição por águas provenientes de camadas mais profundas, de até 500 m, mais
frias, mais salinas e mais ricas em nutrientes, um processo de afloramento
costeiro denominado de Upwelling!
A água “aflorada” é mais densa do que a água substituída, necessitando de energia externa com mais potencial,
esta fornecida por tensões do vento na superfície.

Transportados até à superfície, os nutrientes submersos, combinados com a luz


solar, por acção do processo da fotossíntese, são utilizados por plantas microscópicas,
o fitoplâncton, na produção de compostos orgânicos, servindo de base alimentar da
cadeia trófica do oceano. O fitoplâncton alimenta assim pequenos organismos
fotossintéticos à deriva na coluna de água denominados de zooplâncton, e estes
sustentam grandes populações de peixes, como sardinhas e anchovas, que por sua
vez, alimentam outras espécies como leões-marinhos, golfinhos, em cadeia até às
gigantes dos mares, as baleias, e inclusivé, aves marinhas.

Todavia, esta 'patuscada' não é transversal oceana e planetariamente. De facto, a


colossal abundância de vida marinha cruza águas onde a atividade piscatória é
incrivelmente produtiva, com grande impacte para o setor económico regional.
Pode interessar-lhe: Hoje celebra-se o Dia Mundial Oceanos

Falamos de 4 spots de ressurgência que representam 50% das capturas a nível global,
as principais correntes associadas a ecossistemas de upwelling costeiro – a
corrente das Canárias, um lento giro subtropical que se move 10 a 30 cm/s, ao longo
de aproximadamente 1000 Km, dos 10 ⁰N, a Sul da costa do Senegal (NW de África)
aos 43 ⁰N da PI (aflorando paralela à costa portuguesa), e que nos meses de Verão,
cumula com os ventos que sopram de N na costa Oeste e de W na costa Sul de
Portugal; a corrente de Benguela, no SW de África; a corrente da Califórnia, a Oeste
da América do Norte; e a corrente do Peru (Humboldt), a Oeste da América do Sul.

A intrínseca ocorrência ecológica dos processos de ressurgência

As correntes, os jactos de ressurgência costeira, vulgo, o UpWelling é uma


componente indissociável da importância da circulação global das massas de ar.
A sua importância influi na criação, no período necessário para o desenvolvimento dos
organismos aquáticos, com 5 dias para o fitoplâncton, 25 para o zooplâncton, e 2 a 3
meses para os pequenos peixes pelágicos.

Considerando que as concentrações de nutrientes no mar, geralmente aumentam com o


aumento da profundidade da água, efetivamente, o processo de Upwelling representa
uma eficiente sequência ecológica de transporte de água sub-superficial, rica em
nutrientes, direcionalmente para a zona eufótica, para a “prateleira” continental,
aumentando assim substancialmente a produtividade biológica numa região de
ressurgência, mais rica em oxigénio dissolvido.

A vida marinha está maioritariamente concentrada nas águas oceânicas superficiais,


pois dispõem de mais luz solar, todavia, o grosso da matéria orgânica está muito
abaixo, nas águas profundas do oceano. O afloramento das correntes marítimas
dinamiza assim a vida no grande oceano azul, e no planeta por sequência.

Clima Meteorologia Portugal Tempo

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