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EDUCAÇÃO
A mãe de Marya Teresa Ribeiro trabalhava como faxineira e o pai como porteiro — Foto: Arquivo pessoal
Marya Teresa Ribeiro, 20 anos, realizou o sonho de ser aprovada em medicina pela
Universidade de São Paulo (USP). Ela é de Santos e conta que teve de estudar cerca
de 17h por dia por três anos até a conquista da vaga.
Marya contou ao g1 que não acreditou quando foi aprovada na primeira chamada.
Segundo ela, a ficha só caiu quando veteranos do curso mandaram mensagens
desejando parabéns. “Eu percebi que era real e que aquela lista não estava errada”,
disse.
Naquele dia, a jovem se preparava para fazer uma visita a uma universidade
particular em Bragança Paulista, onde também foi aprovada e conseguiu uma
bolsa integral.
Trajetória
A preparação para este “grande dia” durou três anos. A jovem começou a estudar
em um cursinho pré-vestibular particular em 2020, após conseguir bolsa integral
na unidade. Foi lá que Marya percebeu que estava “atrasada” no conteúdo que
costuma ser abordado nas provas.
Estudante de escola pública durante todo o Ensino Médio, ela afirma que ao presta
o curso intensivo se deparou com uma realidade totalmente nova, especialmente
na escrita. “Na minha redação, no cursinho, eu tirei - 27”, conta.
Marya explicou que durante esses três anos precisou fazer várias escolhas, entre
momentos de lazer ou de estudo. “Mas eu nunca abri mão de estar na igreja todos
os domingos”, ressaltou. Para a estudante, a fé foi um dos pilares para se manter
focada nesse objetivo, o outro foi a família.
Ela explica que quando estava cansada e pensava em desistir, buscava apoio nos
pais, especialmente na mãe, que a inspirou a cursar medicina e a cuidar das
pessoas. Eles, inclusive, nunca fizeram faculdade e chegaram a parar os estudos
porque precisavam trabalhar para se sustentar.
A mãe da jovem trabalhava como faxineira e o pai dela como porteiro. “Sabia que
somente com o estudo eu iria conseguir mudar a realidade da minha família”,
afirma.
Marya Teresa Ribeiro, de 20 anos, foi aprovada em medicina na USP após passar três anos estudando 17 horas por dia — Foto:
Arquivo pessoal
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