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A Estação Espacial Internacional está contaminada


com substâncias químicas tóxicas
Um estudo recente identificou que a Estação Espacial Internacional (ISS) está
contaminada com compostos químicos potencialmente nocivos, e em níveis mais altos
do que os encontrados em residências dos Estados Unidos e da Europa.

A Estação Espacial Internacional (ISS) é um “ambiente interno único”, escrevem os autores do estudo. Crédito: NASA.

Tiago Robles 12/08/2023 14:36

Meteored Brasil
5 min

O estudo, pioneiro neste assunto, foi realizado por investigadores da Universidade de


Birmingham, no Reino Unido , e do Centro de Pesquisa Glenn da NASA, nos EUA , e
publicado recentemente na revista Environmental Science and Technology Letters .
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Analisaram amostras de poeira dos filtros de ar da Estação Espacial Internacional (ISS, na


sigla em inglês) e identificaram níveis de poluentes tóxicos superiores aos valores
médios encontrados na poeira doméstica de casas dos EUA e da Europa Ocidental.

Que substâncias tóxicas são estas?

Foram medidas as concentrações de compostos químicos potencialmente nocivos na


poeira recolhida dos sistemas de filtragem de ar da ISS. Os poluentes encontrados
incluem: éteres difenílicos polibromados (PBDEs), hexabromociclododecano (HBCDD),
retardantes de chama bromados (BFRs), ésteres organofosforados (OPEs),
hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (PAHs), substâncias perfluoroalquil ( PFAS ) e
bifenilos policlorados (PCBs).
Na ISS, o nível de ácido perfluorooctanóico (PFOA) era de cerca de 3,3
partes por milhão. Para comparação, o nível mais alto deste poluente
encontrado em casas e creches dos EUA foi de cerca de 2,0 partes por
milhão, segundo uma investigação de 2008.

Os BFRs e OPEs são usados para atender aos regulamentos de segurança contra incêndio,
em aplicações comerciais e de consumo, como equipamentos elétricos e eletrónicos,
isolamento de edifícios, tecidos para móveis e espumas. Os PAHs compõem os
combustíveis de hidrocarbonetos e são emitidos por combustão. Os PCBs são usados em
vedantes de edifícios e janelas e em equipamentos elétricos. Os PFAS são usados em
produtos à prova de manchas para tecidos e roupas, mas os seus efeitos nocivos na
saúde fizeram com que alguns fossem banidos ou de uso limitado .

A maioria deles são classificados como poluentes orgânicos persistentes (POPs), que
podem acumular-se em tecidos vivos. Alguns tipos de PAHs são considerados
cancerígenos humanos . Alguns OPEs estão sob consideração de restrição pela Agência
Europeia de Produtos Químicos (ECHA), pois podem ser potencialmente tóxicos para a
saúde humana em níveis elevados.
E a fonte disto tudo?

Os autores acreditam que o uso de itens levados a bordo pelos astronautas, como
câmaras, dispositivos MP3, tablets, dispositivos médicos e roupas , são fontes potenciais
de muitos dos produtos químicos nocivos identificados.

O ácido perfluorooctanóico (PFOA), um dos compostos identificados na ISS, é uma substância química artificial
potencialmente tóxica, encontrada em panelas e frigideiras antiaderentes, em tecidos à prova de água, tapetes,
computadores e até sacos de pipocas para microondas.

O ar dentro da ISS é constantemente reciclado, com 8 a 10 trocas por hora. Embora ocorra
a remoção de CO2 e vestígios de poluentes gasosos, o grau em que isto remove produtos
químicos é desconhecido. Mas, em primeiro lugar, os elevados níveis deles na ISS podem
ter a ver com os níveis mais altos de radiação ionizante em órbita . A radiação envelhece
os materiais dentro da ISS mais rapidamente , quebrando produtos plásticos em micro e
nanoplásticos que flutuam pelo ar no ambiente de microgravidade.

Qual a relevância deste estudo?


Os investigadores acreditam que estas descobertas podem orientar o projeto e a
construção de futuras naves espaciais para missões espaciais. Stuart Harrad, um dos
coautores, disse: “As nossas descobertas têm implicações para futuras estações
espaciais e habitats, onde pode ser possível excluir muitas fontes poluentes através de
escolhas cuidadosas de materiais nos estágios iniciais de projeto e construção ”.

A Estação Espacial Internacional vai despenhar-se na Terra em 2031

Contudo, Harrad afirma que “embora as concentrações de poluentes orgânicos


descobertos na poeira da ISS geralmente excedam os valores médios encontrados em
casas e outros ambientes internos nos EUA e na Europa Ocidental, os níveis destes
compostos geralmente estão dentro da faixa encontrada na Terra ”.

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