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O INVERNO NUCLEAR
Tradução João Guilherme Linke
Amigos da Terra
Associação das Nações Unidas dos Estados Unidos da
América Associação Nacional dos Professores de Ciências
Causa Comum
Centro de Ligação do Ambiente
Coalizão Global Amanhã
Conselho de Defesa dos Recursos Naturais
Consórcio de Terras Públicas
Crescimento Demográfico Zero
Federação Americana de Paternidade Planejada
Federação Canadense da Natureza
Federação dos Cientistas Americanos
Federação Internacional de Institutos de Estudos Superiores
Federação Nacional da Vida Selvagem
Fundo de Defesa Ambiental
Instituto Americano de Ciências Biológicas
Instituto do Espaço Aberto
Instituto de Política Ambiental
Instituto de Recursos Mundiais
O Instituto de Ecologia (TIE)
Programa do Ambiente das Nações Unidas
Sierra Club
Smithsonian Institution
Sociedade Americana de Microbiologia
Sociedade Ecológica da América
Sociedade do Mundo Silvestre
Sociedade Nacional Audubon
União dos Cientistas Engajados
União Internacional de Ciências Biológicas
União Internacional para a Conservação da Natureza e dos
Recursos Naturais
Universidade das Nações Unidas
CARL SAGAN
Caso 17: Neste caso são empregados cerca de 3/4 dos arsenais
estratégicos americanos e russos, numa combinação de ataques a silos e
a cidades. Depois de mais de dois meses, atingem-se temperaturas
mínimas de -47ºC (-53ºF) - temperaturas típicas da superfície de Marte.
A fuligem assenta-se com relativa rapidez, sendo que a lentidão da
recuperação é devida à poeira estratosférica. As temperaturas não
voltam ao ponto de congelamento antes de um ano.
AGRADECIMENTOS
Este artigo não teria sido possível sem a alta competência científica
e dedicação dos meus coautores do relatório TTAPS, Richard Turco,
Brian Toon, Thomas Ackerman e James Pollack. Também sou grato, por
estimulantes discussões e/ou cuidadosas revisões de uma versão
anterior deste artigo, a Hans Bethe, Mark Harwell, John P. Holdren, Eric
Jones, Carson Mark, Theodore Postol, Joseph Rotblat, Stephen
Schneider, Edward Teller e Albert Wohlstetter; e agradeço
encarecidamente o incentivo, as sugestões e as apreciações criticas de
Lester Grinspoon, Steven Soter e, especialmente, Ann Druyan. Shirley
Arden, Mary Maki, Mary Roth e Joanne Vago prestaram, com sua
habitual e grande competência, serviços logísticos essenciais à
preparação deste trabalho e à organização da conferencia preparatória
de Cambridge, Massachusetts. Finalmente, minha gratidão aos
companheiros do Comitê de Consequências Mundiais à Longo Prazo de
uma Guerra Nuclear.
Perguntas
SAGAN: Sim. Esta é uma das muitas partes do nosso estudo a que
o Dr. Turco emprestou a sua grande competência. Creio que a resposta
é, possivelmente, uma semana; meses, não. As proporções dos
incêndios seriam consideráveis por causa da enorme concentração de
depósitos de combustíveis nas cidades.
SAGAN: Não sei bem o que isso significa. Mas não há dúvida que
o inverno nuclear traz fortes implicações políticas, embora, ao
começarmos o estudo, não tivéssemos ideia de que isto iria acontecer.
Ecossistemas
Gelo e Trevas
Luz Ultravioleta
Precipitação Radioativa
Sumário
Perguntas
Totais 50.000
15.000
Dose
externa
corpor
al
Estudo Área e Tipo de Radiação (rems)
_______________________________________________________
Perguntas
DR. JOHN HOLDREN: Como foi dito várias vezes ontem, os testes
realizados, embora somando uma megatonagem bastante considerável,
representam eventos isolados e foram todos levados a efeito em
condições que não produziram grandes incêndios. Um dos pontos
capitais que deve ser repetidamente enfatizado é a fonte primária da
diferença entre os cálculos apresentados nesta Conferência e cálculos
anteriores. Os novos cálculos levam em conta os incêndios em grande
escala e a grande produção de fuligem que, naturalmente, não ocorreu
nas circunstâncias de nenhum teste nuclear, mas que ocorreria numa
ampla gama de circunstâncias em caso de uma guerra nuclear real.
DR. JOSEPH ROTBLAT (professor emérito de Física da
Universidade de Londres; Conferências do Conselho Pugwash sobre
Ciência e Assuntos Mundiais): Que hipóteses foram adotadas com
respeito à duração do conflito nuclear? Levaria uma hora, dias,
semanas? E qual a sensibilidade do seu modelo à duração do conflito?
EHRLICH: Que mais podemos dizer senão que todos nós aqui
partilhamos esse desejo ardentemente? Esperamos que os povos do
mundo e os dirigentes do mundo prestem atenção ao fato de que o
confronto Leste-Oeste ameaça não só a União Soviética, os Estados
Unidos e seus aliados diretos, como ameaça todos os seres humanos do
planeta, pelo menos com grandes sofrimentos e provavelmente, para a
grande maioria, com a morte.
Acho que esta deve ser a base de considerações para os chefes
políticos do mundo.
MALONE: Eu tenho a impressão de que esta Conferência e esta
troca de ideias poderão vir a ser vistas em anos futuros - justificadamente
- como a virada decisiva nos rumos da humanidade.
Lembra-me o incidente de 1954, quando as cinzas da explosão
experimental de uma bomba de hidrogênio caíram no Dragão Feliz - um
barco pesqueiro japonês. Criou-se em todo o mundo uma onda de grave
preocupação porque os testes nucleares estavam pondo em risco a
atmosfera, que é propriedade comum de todos os povos do mundo.
Pouco depois adotaram-se medidas políticas no sentido de estabelecer
um controle mais rigoroso sobre a realização de testes.
Espero portanto que esta Conferência, que teve por finalidade o
esclarecimento dessas questões e um intercâmbio cordial entre colegas,
elevará o nível de conscientização dos faze dores de política e marcará a
mudança de rumos que todos com tanto empenho esperamos.
O INVERNO NUCLEAR:
CONSEQUÊNCIAS GLOBAIS DE EXPLOSÕES
MÚLTIPLAS NUCLEARES
Cenários
Simulações
Testes de Sensibilidade
Outros Efeitos
Perturbações Meteorológicas
Transporte Inter-Hemisférico
Discussão e Conclusões
(1) Em desacordo com a maior parte dos estudos anteriores (p. ex.,
Ref. 2), nós concluímos que uma guerra nuclear global produziria um
grande impacto sobre o clima - manifestado em escurecimento
considerável da superfície durante muitas semanas, temperaturas
continentais glaciais persistindo por até vários meses, grandes
perturbações nos padrões de circulação global e alterações dramáticas
de condições meteorológicas locais e regimes de chuvas - um rigoroso
"inverno nuclear" em qualquer estação. Transporte inter-hemisférico
acelerado de detritos nucleares na estratos fera também poderia ocorrer,
embora se façam necessários estudos de modelo para quantificar esse
efeito. Com a rápida mistura inter-hemisférica, o HS poderia sofrer
grandes injeções de detritos nucleares pouco tempo depois de um
conflito no HN. Antes, supunha-se que os efeitos no HS seriam de pouca
monta. Embora se preveja que os distúrbios climáticos durem mais de
um ano, parece improvável que fosse deflagrada uma transformação
climática de vulto à longo prazo, como uma glaciação.
Temperatura
Luz Visível
Radiação UV-B
Efeitos Atmosféricos
Sistemas Agrícolas
Ecossistemas Aquáticos
Conclusões