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Este quadro referencial poderá servir de pano de fundo a uma reflexão sobre a
Sociedade dos Media: Comunicação, Política e Tecnologia, conquanto esta ampla
temática convide por si mesma a uma variedade e disparidade de abordagens e
perspectivas. Diversidade esta que caracteriza os estudos de comunicação e da
sociedade dos media – objecto por excelência da sociologia da comunicação –, em
função de investigações caleidoscópicas de objectos empíricos múltiplos e pontos de
vista possíveis. É neste terreno heterogéneo e díspar que diferentes estudos têm lugar,
desde aqueles que se centram sobretudo na discussão de questões que interpelam a
sociedade, a comunicação e a cultura, aos que analisam directamente os media, as suas
representações, configurações e conteúdos.
Traçada uma relação entre, por um lado, o barroco, o trágico e o grotesco e, por
outro lado, o cinema, os anúncios publicitários, os vídeos musicais e os videojogos,
Albertino Gonçalves investiga a trama de relações entre essas três formas do imaginário
e esses quatro géneros da comunicação, através do estudo de um mosaico de casos em
que analisa modalidades, procedimentos, reportórios e efeitos das relações entre os
imaginários e os géneros multimédia considerados.
Nos estudos sobre os media, Roberto Edson de Almeida, com recurso à análise
da conversação, analisa práticas conversacionais como debates, entrevistas (de rádio e
TV) e diálogos em programas de auditório, mostrando como esses fenómenos
comunicativos constituem práticas que reproduzem e/ou actualizam valores, normas e
representações correntes.
Em torno das representações nos media, Ana Horta apresenta resultados de uma
análise das representações do ambiente na publicidade – discurso mediático
directamente relacionado com o consumo e sensível às mudanças nos processos de
significação social –, em oito revistas de informação geral (Portugal, França e Itália).
Milene Migliano Gonzaga, em diálogos públicos: práticas culturais urbanas e suas
potências de sociabilidade, tenta compreender os usos, apropriações e participações dos
sujeitos nas cidades, articulando as experiências de escrita dos sujeitos na cidade e as
práticas culturais urbanas às formas de sociabilidade que são produzidas nesta dinâmica
comunicativa. Alberto Carrera Portugal conduz uma reflexão em torno do papel que os
media desempenham na construção e projecção do conceito de competitividade urbana.
Por fim, Andreia Fernandes Silva abre a reflexão em torno dos processos de
mudança e de recomposição que ocorrem na sociedade, tendo como ponto de partida as
noções de globalização, cultura, território, comunicação e localização, para abordar as
metamorfoses da cultura na galáxia global.