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2 Sistema Educacional

Brasileiro

A educação que concretamente é oferecida aos cidadãos


representa o que uma sociedade determinada, por meio de seus
representantes, define como básico ou essencial, visto que toda
sociedade tem um projeto educacional e, nos dias de hoje, cada
vez mais a educação é importante para definir o lugar de um país
no cenário mundial.
Portanto, cabe à escola e ao sistema educacional fazer
a ligação entre as necessidades da sociedade e os projetos
individuais dos cidadãos.
Vamos agora esclarecer algumas noções essenciais para o
entendimento da legislação e alguns aspectos primordiais dos
documentos legais da educação.
58 Organização do Trabalho Pedagógico

2.1 Direito à educação e dever de educar

Antes de iniciarmos nosso estudo sobre a legislação vigente


no Brasil, é importante conhecermos alguns conceitos fundamentais
para o entendimento dos objetivos educacionais que devemos
acompanhar.

Por exemplo:
O que é um direito?

Você deve ter respondido que um direito é algo que a pessoa


pode ter garantido por lei. Está correto.
Quando dizemos que a educação é um direito, estamos
falando que a educação é um bem, não material, a que todo
cidadão deve ter acesso.
O que torna inegavelmente a educação um direito é o fato
de estar assegurado legalmente o acesso a esse bem, na Cons-
tituição Federal de 1988, onde um direito, nesse sentido, pode
ser entendido como uma garantia ao cidadão de que terá acesso
a um bem necessário a sua sobrevivência, de acordo com as
condições de vida que a sociedade exige e oferece.
Isto quer dizer que cada vez mais a educação escolar é a
condição para a inserção do indivíduo na sociedade e para a
própria existência da sociedade.

Pois bem!...

Os direitos de maneira geral podem ser classificados como


direitos civis, políticos e sociais.
Roberto Bobbio (1999), grande cientista político, nos ajuda
a compreender cada um dos direitos:
Quando você escolhe uma religião e pode praticá-la
livremente, sem qualquer constrangimento, desde que não fira
a mesma liberdade de outra pessoa...
Tema II | Sistema educacional brasileiro 59

Quando tem liberdade para estabelecer seu próprio negócio...


Quando pode se locomover para onde quiser, desde que
respeitados os limites das propriedades particulares...
Em todos esses casos você está resguardado pelos direitos
civis.
Esse tipo de direito garante certa margem de arbítrio, de
escolha pessoal, desde que seu comportamento não fira os
direitos dos outros.
Quando você vota nas eleições, participa de um partido
político, de uma associação ou de um conselho, ou mesmo
quando se candidata a algum cargo eletivo, está exercendo
seus direitos políticos
Esses estão relacionados “à formação de um Estado
democrático representativo e implica uma liberdade ativa, uma
participação dos cidadãos na determinação dos objetivos políticos
do Estado”
Quando seu filho tem assegurada uma vaga em uma escola
pública ou quando você é atendido por um médico no sistema
público de saúde, por exemplo, você está usufruindo de alguns
de seus direitos sociais. Ou seja, você está tendo acesso a bens
necessários à sua vida e isto implica um comportamento ativo
por parte do Estado, que deve garantir aos cidadãos uma situação
de segurança. (BOBBIO, 1999, p.354)
Sobre esses direitos, caro aluno, é importante ainda perce-
bermos que todos têm caráter histórico, mudam com o tempo.
Isto significa que nossas garantias civis, políticas ou sociais podem
aumentar ou diminuir.
É preciso que o cidadão comum, enquanto pessoa individual
(direitos civis) tenha conhecimento da importância da Legislação
e também que ele aprenda a buscar os órgãos competentes para
reconhecer e atribuir seus direitos, quando necessário.
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Diante disso, qualquer cidadão, pode exigir direta e imedia-


tamente do poder público o cumprimento da sua obrigação de
assegurar o acesso de qualquer criança ao ensino fundamental,
conforme determina a Constituição Federal do Brasil (1988).
O descumprimento desse dever por parte da esfera
governamental, em cuja competência estiver situado o ensino
fundamental (estados e/ou municípios), implicará a responsabi-
lização criminal da autoridade competente, constituindo, além
disso, crime de abandono intelectual (CÓDIGO PENAL, art. 246).
O descumprimento por parte dos pais ou responsáveis
da obrigação de matricular os filhos no ensino fundamental
constitui-se, portanto, crime. Essa obrigação estende-se até a
conclusão do ensino fundamental, ou até os 18 anos, e quando o
aluno não o concluir, a obrigação termina aos 14 anos.

Qualquer criança, adolescente, jovem, adulto ou


idoso que não tenha entrado no ensino fundamen-
tal pode exigi-lo e o juiz deve deferir direta e ime-
diatamente, obrigando as autoridades constituídas
a cumpri-lo sem mais demora. (CURY, 2000, p. 22)

11 “Qualquer criança, adoles-


É a partir do reconhecimento
cente, jovem, adulto ou idoso
da educação como um direito pú- que não tenha entrado no en-
blico subjetivo11 que se pode falar sino fundamental pode exigi-
lo e o juiz deve deferir direta
dela como um direito fundante da e imediatamente, obrigando
cidadania (CURY, 2000). Não é à toa as autoridades constituídas
a cumpri-lo sem demora”
que ela figura como o primeiro direi-
(CURY, 2006, p.30)
to social entre os demais listados pela
Constituição Federal (1988). A adoção dessa ordem talvez seja
um indicador de que a educação é vista como condição para
o pleno exercício dos demais direitos sociais, civis e políticos.
Por isso dizemos que ela é fundante da cidadania.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 61

O desempenho da educação básica no século XXI


Uma das mais graves heranças do nosso processo de
modernização recente é o descompasso entre a garantia de
acesso e o precário índice de desempenho da educação básica,
pois o desenvolvimento quantitativo já conquistado não está
sendo acompanhado pelo desenvolvimento qualitativo, e as
diferentes injunções políticas muitas vezes agravam essa situação,
quando tomam a educação como um simples apêndice submisso
aos interesses corporativos eleitorais e imediatos.
Dessa forma, para responder às novas demandas edu-
cacionais da sociedade, é necessário adotar uma perspectiva
extremamente ampla e preparar- se para enxergar nossa situação
real, no contexto da evolução histórica e cultural dos problemas
que se agravam secularmente, atestando a quase total incapa-
cidade dos sistemas de ensino.
As questões da evasão e da repetência, a falta de condições
de trabalho, a deficiente formação do educador que considere a
competência acadêmica e as práticas de atualização permanente;
o distanciamento teoria – prática; o autoritarismo pedagógico
através dos programas desvinculados da realidade social e
cultural do nosso povo são faces de uma realidade que precisa
ser urgentemente transformada.
Sendo a educação um dos indicadores essenciais para que
a nação se constitua num Estado soberano e moderno diante
da comunidade internacional, ela representa o passo inicial para
que o homem se capacite para entender e conviver no mundo
contemporâneo, adaptando-se, mas, sobretudo, transformando-o.
A imperativa e necessária ampliação da educação para
todos, demonstra que o estado com as suas políticas sociais
assistencialistas vêm servindo as instâncias de manutenção da
superioridade de uma classe social mais favorecida, exercendo
ainda hoje uma democracia impenetrável à maioria do povo bra-
sileiro, impedido de exercer com dignidade o direito à cidadania.
62 Organização do Trabalho Pedagógico

Desprovido de uma política educacional autêntica que va-


lorize o conhecimento científico, o desenvolvimento da pesquisa
e atenda ao mesmo tempo as singularidades da sociedade bra-
sileira, revela-se um sistema de ensino cuja ênfase recai sobre a
função reprodutora da sociedade capitalista, cabendo à escola,
enquanto aparelho ideológico a serviço do Estado, corroborar
essa função, servindo aos interesses de uma minoria, dificultan-
do o desenvolvimento de uma proposta inovadora para uma ple-
na democratização do Sistema Nacional de Educação.
A democratização de educação é ainda uma proposta não
concretizada em muitos países do terceiro mundo, inclusive no
Brasil. Vivemos numa sociedade capitalista, patrimonialista,
dependente e periférica. Somos um povo marcado pelo estigma
dos países caracterizados pela divisão desigual de bens culturais,
sociais e materiais, que distingue as classes sociais. Legalmente,
a educação é proclamada como um direito de todos, mas legiti-
mamente ainda não alcançamos a universalização da educação
básica com a necessária qualidade capaz de promover o sucesso
do sistema do ensino.

Quais as finalidades da educação num sentido


maior e mais abrangente?

Na verdade, elas são bastante amplas. Educação é muito


mais que um aprendizado ou ensino de alguns conhecimentos
específicos?. Sim, ela está relacionada não só com a transmissão
de conhecimentos, também envolve a construção de valores
éticos, morais e espirituais.
O desafio que enfrentamos hoje consiste em resgatar a
educação pública de boa qualidade, como um indicador
fundamental na promoção da autonomia e participação dos
cidadãos e dirigentes do sistema de ensino. Para tanto, é preciso
articular as diversas instâncias do poder a nível econômico, social
Tema II | Sistema educacional brasileiro 63

e político, enquanto partes de um todo global e inseparável, de


forma a contribuir para o entendimento das questões mais com-
plexas e amplas, orientando a busca de soluções racionais face
às profundas desigualdades resultantes do modelo político,
econômico e social vigente na sociedade brasileira.
As mudanças articuladas na política de educação certa-
mente contribuirão para a equidade, justiça social e democracia,
favorecendo as transformações efetivas na forma de organizar a
escola e as instâncias centrais - controladoras e fiscalizadoras -
descentralizando-se o poder burocrático e conservador e produ-
zindo alterações profundas, que também vão influenciar a rela-
ção professor-aluno na sala de aula. Hoje, ensinar já não significa
transmitir pacotes pedagógicos exógenos à realidade social que
circundam docentes e discentes, tampouco significa repassar o
saber produzido socialmente. Seu conteúdo consiste em motivar
o processo emancipatório com base em um saber crítico, atualizado,
ético e tecnicamente competente.
Diante do que almejamos transformar temos como objetivo,
universalmente aceito em todas as instâncias que pensam a su-
peração do fracasso da educação, a necessidade de ga-
rantir o fortalecimento da competência docente, qualificando o
professor para exercer sua tarefa pedagógica com rigor e
zelo, gestando no cotidiano da prática escolar um ensino de
qualidade inquestionável.
64 Organização do Trabalho Pedagógico

Para refletir

Que direitos você considera importantes para o exercício


da cidadania?

Talvez você já tenha ouvido falar que a educação é um


direito público subjetivo12. Para melhor esclarecer o significado
dessa expressão vamos analisar um 12 Para saber mais:
caso. “Direito público subjetivo é
aquele pelo qual o titular de
Numa determinada cidade, onde
um direito pode exigir direta
a principal atividade econômica é a e imediatamente do Estado
o cumprimento de um dever
agricultura cítrica, várias crianças esta-
e de uma obrigação”(CURY,
vam trabalhando na safra da colheita 2006, p.310).
da laranja, deixando de frequentar a
escola
É óbvio que as crianças trabalham porque precisam ajudar
suas famílias. O que recebem compõe parte do orçamento familiar.
Você sabe, porém, que uma grande campanha a nível nacional vem
sendo desenvolvida no sentido de proteger as crianças contra o
trabalho infantil, para que as crianças frequentem a escola.
Existe a frase que todos conhecem: “lugar de criança é na
escola”.
Um certo jornalista, fazendo uma reportagem sobre o
assunto, resolveu denunciar o que estava acontecendo com as
crianças naquela cidade. Mas, diante da atitude das famílias e da
omissão do poder público local, resolveu cobrar uma atitude dos
pais e autoridades, ameaçando pedir punição para eles, caso não
colocassem imediatamente as crianças na escola.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 65

Reflita sobre essa situação e responda:

Os pais das crianças poderiam ser punidos?

E as autoridades do município?

Justifique as três respostas e divulgue no fórum do AVA.

Para melhor interação com os seus colegas leia as reflexões


deles também.

2.2 Legislação educacional no Brasil

Vamos refletir um pouco sobre a Constituição Federal de


1988, a LDB/96 e o Plano Nacional de Educação - PNE como pe-
ças fundamentais da legislação educacional brasileira que orien-
tam a atividade educacional.

É o que veremos a seguir. Vamos lá!!!!

A Constituição Federal de 1988


Você se lembra da época em que foi
elaborada a atual Constituição Federal do
Brasil?
Não? Pois bem...
O clima do país nessa época era de en-
tusiasmo pela redemocratização. O desejo dos diferentes setores
da sociedade era de uma Lei Magna que assegurasse um conjunto
de direitos civis, políticos e sociais, de forma a estender o exercício
da cidadania a toda população brasileira.
A Constituição Federal, conhecida como “Constituição Cidadã”,
foi elaborada a partir de 1986, sob uma grande expectativa dos
66 Organização do Trabalho Pedagógico

setores organizados da sociedade brasileira, e promulgada em


05 de outubro de 1988, após longo processo de discussão e
negociação no congresso constituinte.
A participação dos setores ligados à educação, professores,
pesquisadores da área, estudantes, acontecia no sentido de
reconhecer a educação como um direito e assegurar meios para
a sua realização. Várias entidades, associações e sindicatos
ligados à área da educação puderam participar das comissões de
debates e interferir na formulação do texto constitucional.
Uma das conquistas asseguradas pela nova Constituição
está relacionada à educação como um direito social, o primeiro
dentre outros, explicitado no capítulo II do título II que trata dos
direitos sociais. A formulação original do direito social à educação
é a seguinte:

Art.6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho,


o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à mater-
nidade, e a infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.

Os artigos da Constituição Federal que versam sobre a


educação são referências fundamentais para o entendimento da
sua organização no território brasileiro. São eles os artigos 205
a 214, da seção I do Capítulo III (Da educação da cultura e do
desporto) do Título III (Ordem Social). Neles estão contidos os
deveres e os direitos, a delimitação das competências e incum-
bências na oferta da educação escolar segundo seus níveis e
modalidades, as definições sobre o financiamento, além de outros
princípios, como os do pluralismo, da liberdade e da gestão
democrática.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 67

Sobre a obrigatoriedade do ensino 13 Para conhecer mais sobre


essa Emenda, leia todo o
fundamental e sua gratuidade nos esta-
texto no site: http://www.pla-
belecimentos públicos de ensino: o art. nalto.gov.br/ccivil_03/Consti-
1º da Emenda Constitucional nº 5913, tuicao/Emendas/Emc/emc59.
htm#art1
de 11.11.2009, traz a seguinte redação:
“I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro)
aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade
própria”.
Gratuidade e obrigatoriedade do ensino fundamental estão
diretamente relacionadas ao reconhecimento da educação como
um direito, especialmente como um direito público subjetivo,
pelo qual se responsabilizam o Estado e a família.
A realização do direito
à educação implica, por-
tanto, o acesso a ele por
todos os cidadãos brasi-
leiros. Isso quer dizer que
todos devem ter iguais
condições de acesso e
permanência no sistema
educacional público, ape-
sar das diferenças sociais
e econômicas que possam existir entre as famílias, ou seja, para
que os pais ou responsáveis pelos alunos possam ser cobrados
em sua responsabilidade de matriculá-los nas escolas, é preciso
que possam fazê-lo, mesmo que não tenham condições de arcar
com o custo financeiro da educação escolar das crianças. E se
um direito social está relacionado a um comportamento ativo da
parte do Estado voltado para garantir um determinado bem aos
68 Organização do Trabalho Pedagógico

cidadãos – o dever de educar – a gratuidade é o caminho para


que efetivamente todos possam ter acesso à educação, vista
como condição para o próprio exercício da cidadania14.
“Embora a Constituição defina 14 Para saber mais, consulte a
os pontos básicos para organização Constituição Federal de 1988,
leia os artigos 205 a 214 e ve-
da Educação, não a trata em deta- rifique que vários deles já so-
lhe, sendo assim, indispensável que freram alterações por emendas
constitucionais desde a sua
exista uma lei específica para que promulgação.
este setor, em todo país, venha a ser
orientado segundo diretrizes comuns e sobre as mesmas bases”.
(SAVIANI, 1997).
A própria Constituição Federal determina a necessidade de
uma lei de diretrizes e bases da educação.
Embora a competência para a elaboração da LDB seja do
governo federal, a atual Legislação da educação originou-se de
uma iniciativa do Legislativo.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação


A LDB de 1996 inseriu mudanças
expressivas na educação de nosso país.
A participação da sociedade civil no início
da constituição da lei implicou em im-
portantes avanços, apesar do longo e
conflituoso processo de tramitação no
Congresso Nacional e das inúmeras
tentativas de eliminar as conquistas
obtidas.
O processo de discussão
da nova LDB teve início ainda
durante a elaboração do capítulo
sobre a educação na constituinte.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 69

O primeiro anteprojeto de lei foi depositado na Comissão de


Educação em novembro de 1988. Era um anteprojeto formu-
lado ainda sobre a efervescência dos debates da Constituinte,
com a participação de várias entidades ligadas à educação, que se
organizaram no Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública
na LDB.
Em maio de 1993 seu conteúdo foi aprovado na Câmara
dos Deputados como Projeto de Lei nº 1.258 CF 1988. O
debate sobre a nova LDB seguiu para o Senado, onde sofreu
uma série de modificações influenciadas pelo Projeto de Lei nº
67, apresentado pelo Senador Darcy Ribeiro. Essa ficou sendo a
proposta do Executivo, contra aquela que havia sido formulada
pelo Fórum.
E diante das duas propostas qualificadas, as entidades
continuaram presentes ao debate no Congresso tentando
influenciar a construção da nova LDB, com o propósito de
assegurar conquistas para a educação pública brasileira.
A LDB que temos hoje foi aprovada em 1996 como lei
ordinária no Congresso Nacional - Lei nº 9.394, de 17/12/1996,
sancionada pelo Presidente da República em 20/12/1996 e publi-
cada no Diário Oficial da União de 23/12/1996.

O Plano Nacional de Educação - PNE


A partir das conquistas impetradas na Constituição Federal,
a compreensão de que a educação brasileira deveria ser delineada
em todo o Brasil parecia ser algo que integrava os diversos setores
que atuam na área educacional.
Esse entendimento se solidificou na ideia de um Plano
Nacional de Educação (PNE), que foi aprovado pelo Congresso
Nacional, Lei 10.172/2001, e sancionado pelo Presidente da
República no dia 09 de janeiro de 2001.
70 Organização do Trabalho Pedagógico

A decisão de que o Brasil deveria elaborar e aprovar no


Congresso Nacional um Plano Nacional de Educação aparece no
artigo 214 da Constituição Federal de 1988 e, depois, no artigo 87
da LDB que determinou um prazo para que a União encaminhasse
o PNE ao Congresso Nacional, um ano após a publicação da lei.
Mas o projeto de lei do governo, contendo em anexo essa
proposta, chegou ao congresso em 10 de fevereiro de 1998.
A partir da sua aprovação, para determinar os objetivos e
as prioridades da educação para os dez anos subsequentes, o
texto do PNE apresentou um histórico da educação brasileira,
propondo os seguintes objetivos:
A elevação global do nível de escolaridade da população;
A melhoria geral da qualidade do ensino, baseada numa
nova pedagogia do sucesso escolar;
A redução das desigualdades sociais e regionais no que diz
respeito à educação escolar;
Democratização da gestão do ensino público, nos estabele-
cimentos oficiais, obedecendo aos princípios da participação dos
profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico
da escola e a participação das comunidades escolar e local em
conselhos escolares ou equivalentes.
Percebe-se que a pretensão do PNE para os dez anos de
contemplação, a partir de uma ação articulada entre as três es-
feras da administração com a sociedade civil, era mudar o quadro
de desigualdade, característica ainda presente na educação e na
sociedade dos nossos dias, fixar as diretrizes, metas e objetivos
para cada nível e modalidade de ensino, e dedicar-se às questões
relativas à gestão, ao financiamento e 15 Para mais informações
à avaliação da educação . 15 sobre o PNE, acesse o site:
www.mec.gov.br
Considerando-se que os recur-
sos financeiros são limitados e restritos e que a capacidade, para
responder ao desafio de oferecer uma educação compatível, na
extensão e na qualidade, à dos países desenvolvidos, precisa
Tema II | Sistema educacional brasileiro 71

ser construída constante e progressivamente, são estabelecidas


prioridades neste plano, segundo o dever constitucional e as
necessidades sociais.” ( BRASIL, 2001, p.2)

E as prioridades são nesta ordem:


1. Garantia de ensino fundamental obrigatório de oito anos
a todas as crianças de 7 a 14 anos, assegurando o seu ingresso
e permanência na escola e a conclusão desse ensino. Essa prio-
ridade foi alterada pela Lei nº 11.274 , sancionada em 06 de feve-
reiro de 2006, que estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional, dispondo a duração de nove (9) anos para o ensino
fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos seis (6) anos
de idade.
Essa prioridade inclui o necessário esforço dos sistemas
de ensino para que todas obtenham a formação mínima para o
exercício da cidadania e para o usufruto do patrimônio cultural
da sociedade moderna. O processo pedagógico deverá ser ade-
quado às necessidades dos alunos e corresponder a um ensino
socialmente significativo. Prioridade de tempo integral para as
crianças das camadas sociais mais necessitadas.

2. Garantia de ensino fundamental a todos os que a ele


não tiveram acesso na idade própria ou que não o concluíram.
A erradicação do analfabetismo faz parte dessa prioridade con-
siderando-se a alfabetização de jovens e adultos como ponto de
partida e parte intrínseca desse nível de ensino.

3. Ampliação do atendimento nos demais níveis de en-


sino. A ampliação do atendimento, neste plano, significa maior
acesso, ou seja, garantia crescente de vagas e, simultaneamen-
te, oportunidade de formação que corresponda às necessidades
das diferentes faixas etárias.
72 Organização do Trabalho Pedagógico

4. Valorização dos profissionais da educação. Particular


atenção deverá ser dada à formação inicial e continuada, em
especial dos professores. Faz parte dessa valorização a garantia
das condições adequadas de trabalho, entre elas o tempo para
estudo e preparação das aulas, salário digno, com piso salarial e
carreira de magistério.

5. Desenvolvimento de sistemas de informação e de


avaliação em todos os níveis e modalidades de ensino. Inclusive
educação profissional, contemplando também o aperfeiçoamento
dos processos de coleta e difusão dos dados, como instrumentos
indispensáveis para a gestão do sistema educacional e melhoria
do ensino.

A concepção do Plano teve como eixos norteadores, do


ponto de vista legal, a Constituição Federal de 1988, a Lei de Dire-
trizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e a Emenda Cons-
titucional nº 14, de 1995, que instituiu o Fundo de Manutenção
e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério (FUNDEF) considerando ainda, realizações anteriores
como um conjunto de políticas públicas que já vinham sendo
formuladas e implementadas pelo MEC .

O FUNDEB
Em substituição ao FUNDEF, cria-se através da Emenda
Constitucional número 53/06, aprovada em 06 de dezembro de
2006, o FUNDEB – Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação.
Ele tem por finalidade ajustar a elevação e favorecer uma nova
distribuição dos investimentos em educação.
O FUNDEB tem vigência de 14 anos, a partir do primeiro
ano da sua implantação. Os percentuais de contribuição dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para o FUNDEB
Tema II | Sistema educacional brasileiro 73

sobre as receitas de impostos e transferências especificadas pela


Emenda Constitucional número 53/06 elevar-se-ão gradualmente,
visando atingir no período de três anos os 20% necessários para
atender à sua implantação plena.
Assim, dependendo da ótica 16 De acordo com o art. 22 da
Lei nº 11.494/2007, são consi-
com que se observa o Fundo tem seu derados profissionais do ma-
vínculo com a esfera Federal (a União gistério aqueles que exercem
atividades de docência e os
participa da composição e distribuição que oferecem suporte peda-
dos recursos), a Estadual (os Estados gógico direto ao exercício da
docência, incluídas as de dire-
participam da composição, da distri-
ção ou administração escolar,
buição, do recebimento e da aplica- planejamento, inspeção, su-
ção final dos recursos) e a Municipal pervisão, orientação educa-
cional e coordenação pedagó-
(os Municípios participam da compo- gica (remunerados com 60%
sição, do recebimento e da aplicação dos recursos do FUNDEB).
Além dos profissionais do
final dos recursos). magistério, a Lei nº 9.394/96
Uma das muitas novidades tra- refere-se a trabalhadores da
educação, aí incluídos aque-
zidas pela Emenda Constitucional
les que exercem atividades de
número 53/06, para a valorização natureza técnico-administra-
dos profissionais de educação e para tiva ou de apoio, nas escolas
ou nos órgãos da educação,
resolver a falta de professores e fun- como, por exemplo, auxiliar
cionários nas escolas, foi à referência de serviços gerais, auxiliar de
administração, secretário da
a pisos salariais, tanto para os profis- escola, bibliotecário, nutricio-
sionais da educação escolar pública nista, vigilante, merendeira,
porteiro, etc., lotados e em
quanto para os profissionais do magis-
exercício nas escolas ou ór-
tério público da educação básica. Na gão/unidade administrativa
mesma Lei foi determinado que uma da educação básica pública.
Esses profissionais da educa-
nova lei fixaria quem são os trabalha- ção poderão ser remunerados
dores denominados de “profissionais com recursos do Fundeb, da
parcela dos 40%.
da educação escolar” . 16
Fonte:
Para efeito de distribuição de ftp://ftp.fnde.gov.br/web/fundeb/
remuneracao_do_magisterio.pdf
recursos para o FUNDEB, para cada
uma dessas etapas, modalidades e ti-
pos é atribuído anualmente um fator de ponderação, cujo objetivo
74 Organização do Trabalho Pedagógico

é o de refletir as diferenças de custo para a manutenção dos alunos,


com padrão mínimo de qualidade. A especificação dos valores
das ponderações fica a cargo da Junta de Acompanhamento
dos Fundos, composta por um representante do Ministério da
Educação, um do Conselho Nacional de Secretários de Estado
da Educação – CONSED, e um da União Nacional dos Dirigentes
Municipais de Educação – UNDIME (art. 12 da Medida Provisória
número 339/06).

Para refletir

Na sua cidade, as escolas já se adaptaram às mudanças do


ensino fundamental de oito para nove anos?

Qual a reação da comunidade mediante a mudança?

2.3 Princípios e fins da educação brasileira

Você sabia...

Que o ensino deve ser ministrado levando-se em conta a


igualdade de condições para o acesso e permanência na escola,
a liberdade de aprender, o pluralismo de ideias, a gratuidade do
ensino público, a valorização dos profissionais do ensino, a ges-
tão democrática e o padrão de qualidade?
O ensino no Brasil é livre à iniciativa privada desde que
cumpra as normas gerais da educação nacional estabelecidas
em lei. Os estados através de suas instituições federais estaduais
e municipais se responsabilizam pelo cumprimento da constituição
e o que outras leis brasileiras determinam.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 75

Então, para compreender melhor os aspectos básicos da


legislação brasileira, faça a leitura bastante atenta deste conteúdo.
Vamos começar?

Aspectos Legais da Educação


Vamos identificar os princípios e fins da educação brasileira
presentes na legislação educacional vigente, valendo-nos mais
uma vez da Constituição Federal de 1988, da LDB e do PNE.
No art. 205 da Constituição Federal existe uma afirmativa
de que a educação é “um direito de todos” confirmando assim,
que todos devem ter o acesso a ela garantido, bem como as
condições de permanência nas instituições que a oferecem, para
sua plena realização.
A Constituição Brasileira assegura que a educação é “direito
de todos e dever do estado e da família, e será promovida e
incentivada com a colaboração da sociedade”. Ela visa ao pleno
desenvolvimento da pessoa, ao seu preparo para o exercício da
cidadania e à qualificação para o trabalho.
Na Constituição Federal, em seu artigo 211, a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime
de colaboração seus sistemas de ensino.

1º A União organizará o sistema federal de ensino e do


Território, financiará as instituições de ensino públicas federais
e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva
e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades
educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante
a assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios.

2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino funda-


mental e na educação infantil.
76 Organização do Trabalho Pedagógico

3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente


no ensino fundamental e médio.

4º Na organização de seu sistema de ensino, os Estados e


os Municípios definirão forma de colaboração, de modo a asse-
gurar a universalização do ensino obrigatório.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB, além


de anunciar os princípios constitucionais, ampliou-os, incorpo-
rando o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, a coexistência
das instituições públicas e privadas de ensino, a valorização da
experiência extra-escolar e a vinculação entre a educação escolar,
o trabalho e as práticas sociais.
Em seus artigos 1º, 2º, e 3º também apresenta uma
definição de educação e fixa princípios e fundamentos para o
seu desenvolvimento no Brasil.

Art. 1º A educação abrange os processos formativos que


se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no tra-
balho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais.

§ 1º Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,


predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.

Neste parágrafo, segundo Carneiro, (1998, p.32) a lei 9.394


enquadra uma tipologia específica de educação, a chamada
educação escolar, desenvolvida, predominantemente, porém
não exclusivamente, em instituições específicas, chamadas de
instituições educativas (Creches, Escolas, Colégios, Faculdades,
Universidades, etc.)
Tema II | Sistema educacional brasileiro 77

§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do


trabalho e à prática social.

Neste parágrafo, para Carneiro (1998), a educação aqui


referida atrai quatro conceitos estruturantes do novo mapa de
referência da escola, enquanto palco principal do processo
educativo:

• Prática Social: Atividade essencialmente produzida e, ao


mesmo tempo, produtora de existência social. Significa,
também, soma de processos históricos determinados
pelas ações dos homens;

• Mundo do Trabalho: Ambiente de construção de sobrevi-


vência, mas também de transformação social;

• Movimentos Sociais: Esforços organizados de construção


de espaços alternativos de organização coletiva;

• Manifestações Culturais: Trata-se de expressões da cultura


enquanto conceito antropológico e se reporta ao mundo
que o homem cria através de sua intervenção sobre a
natureza, ou seja, através do seu trabalho. Nesse sentido,
não há cultura superior a outra, há, isto sim, culturas
diferentes.

TÍTULO II
Dos Princípios e Fins da Educação Nacional
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada
nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana,
tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho.
78 Organização do Trabalho Pedagógico

A finalidade da Educação é de tríplice natureza. Para Bubber


in Carneiro (1998 p. 34):

• O pleno desenvolvimento do educando- significa que a


educação como processo proposital, deve colaborar para
que o organismo psicológico do aprendiz se desenvolva
numa direção tranquila e progressiva. Isto quer dizer que
é o nível cognitivo em evolução, voltando-se para a assi-
milação de certos conhecimentos.

• Preparo para o exercício da cidadania - O conceito de


cidadania situa-se na condição básica de ser cidadão, isto
é, titular de direitos e deveres a partir de uma condição
universal, porque segundo a Constituição Federal: todos
são iguais perante a lei.

• Qualificação para o trabalho – A relação educação trabalho


deve ser entendida como a necessidade de fazer do
trabalho socialmente produtivo um elemento gerador de
dinâmica escolar. A escola e os sistemas de ensino precisam
entrar no mundo do trabalho e introduzi-lo como cate-
goria de inspiração do currículo se, de fato, pretendem
resgatar a sala de aula como ambiente funcional para a
sociedade tecnológica.

Para Gramsci apud Carneiro (1998 p. 34), o trabalho é o


componente catalisador de toda a vida do indivíduo e, mais que
isto, é o elemento eficaz para se chegar a um conhecimento
conciso e realista da natureza. Vale dizer que dificilmentese chegará
a saber cientificamente, a conter e a modificar a natureza, sem
uma atuação por meio do trabalho.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 79

Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes


princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na


escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a


cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta


Lei e da legislação dos sistemas de ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extraescolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as


práticas sociais.

Percebemos assim, que a Constituição Federal de 1988, a


LDB/96 e o PNE, fixam o que a sociedade brasileira quer que
seja a atividade formativa dos seus cidadãos. Essa concepção
ampla da educação, que a LDB reafirma, abre possibilidades para
práticas educativas inovadoras e assentadas sobre a realidade.
80 Organização do Trabalho Pedagógico

Contudo, é uma definição ampla também no sentido de que se


estenderá por todos os níveis de ensino necessários à formação
de um cidadão capaz de participar da sociedade em que está
inserido.
Demo (1997) destaca como uma ampla limitação da LDB
a presença de uma visão de educação que não ultrapassa a do
mero ensino, ou seja, embora seja uma lei de educação, e a
educação seja concebida em seu sentido amplo, ela disciplina a
“educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, por
meio do ensino, em instituições próprias” (LDB, art. 1º inc.1º).
Não trata, portanto, da educação em geral, mas restringe-se
ao ensino, à “aula”, como a grande referência da educação esco-
lar. Em devidos momentos tudo nela é ensino: obrigatoriedade
do ensino fundamental, sistemas de ensino, acesso aos níveis
superiores de ensino, padrões mínimos de qualidade de ensino.

Síntese dos Princípios do Ensino fixados pela Constituição


Federal art. 206 e os da LDB em seu artigo 3º.
O ensino a ser ministrado nas escolas deve estar de acordo
com uma educação democrática.

O que isso significa?

Não só que todos a ela devem ter acesso, mas que o seu
próprio desenvolvimento deve acontecer em clima de liberda-
de, de respeito às diferenças e à dignidade do ser humano, de
tolerância, com gestão democrática da instituição de ensino.
Esses princípios devem se consolidar em todas as instâncias,
desde o cotidiano da sala de aula até as políticas públicas formu-
ladas nas várias esferas do sistema educacional.
Por isso, faz-se necessário verificar como esses princípios
se manifestarão no PNE, com a nova reformulação em andamento,
visto que o seu objetivo é fixar metas e diretrizes para a educação
nacional.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 81

Educar para a cidadania e para o mundo do trabalho traduz,


atualmente, a visão de educação que combina com crescimento
econômico e desenvolvimento social. Ao eleger essa possibili-
dade deparamo-nos com o desafio de traduzir o que significa
educar para o exercício consciente da cidadania. Vivemos sob
a marca da pós-modernidade numa sociedade que experimenta
mudanças profundas em seu modo de pensar, sentir e agir sobre
o mundo, questionando certezas e verdades até então inabaláveis.
É preciso considerar os entraves que se interpõem aos
avanços de uma sociedade fechada e “segura” para uma
sociedade aberta e mutante, cuja marca significativa se inscreve
no contexto de uma nova racionalidade e de uma nova subjeti-
vidade. Considerando-se a educação, toma-se como referência
maior a perspectiva da reconstrução da escola cidadã, os princípios
da autonomia, da participação coletiva, da gestão democrática.
Queremos hoje uma escola transparente e aberta à partici-
pação da comunidade, capaz de ensinar e aprender com o exercício
responsável dos direitos e deveres que configuram a cidadania.
Cidadania compreendida como possibilidade de construção de
referências comuns no plano dos valores, procedimentos e
práticas legitimados pelos novos princípios epistemológicos e
estratégias metodológicas dos novos paradigmas que orientam
o pensamento científico na sociedade contemporânea.
82 Organização do Trabalho Pedagógico

Para refletir

A legislação educacional, apoiada na Constituição Federal,


determina os direitos de todos a uma educação pública de
qualidade.

Será que no Brasil todos têm esse direito assegurado?

Pense sobre isso e debata com os seus colegas no grupo


de estudos.

2.4 Organização do sistema educacional

Neste conteúdo, trataremos do Sistema Educacional no


Brasil, aprofundando o conhecimento de sua organização e das
relações entre as três esferas administrativas: Municipal, Estadual
e Federal.
Aqui vale salientar que esfera administrativa e esfera gover-
namental são expressões equivalentes e têm o mesmo significado.
Esfera aqui tem o sentido de campo, setor ou ramo dentro do
qual se exerce uma atividade.
Dito isto, passamos ao quadro demonstrativo da “Organi-
zação da Educação Brasileira” que apresenta de forma objetiva a
composição do sistema educacional brasileiro, o qual está estru-
turado em dois níveis: Educação Básica, que abrange a Educação
Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, e a Educação
Superior, que abrange a graduação e a pós-graduação.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 83

ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

FAIXA ETÁRIA LEI 9394/96 LEI 11.274/06 NÍVEL DE ENSINO

O a 03 ANOS CRECHE CRECHE EDUCAÇÃO INFANTIL


E

D
04 e 05 ANOS PRÉ-ESCOLA PRÉ-ESCOLA
U

C 06 ANOS - 1° ANO ENSINO FUNDAMENTAL

A 07 ANOS 1 SÉRlE
a
2° ANO

Ç 08 ANOS 2 SÉRlE
a
3º ANO

à 09 ANOS 3 SÉRlE
a
4° ANO

O 10 ANOS 4 SÉRlE
a
5° ANO

11 ANOS 5ªSÉRlE 6° ANO

B 12 ANOS 6a SÉRlE 7° ANO

Á 13 ANOS 7a SÉRlE 8º ANO

S 14 ANOS 8ªSÉRlE 9° ANO

I
15 ANOS 1º ANO ENSINO MÉDIO
C

A 16 ANOS 2º ANO

17 ANOS 3º ANO

18 ANOS 4º ANO

PROCESSOS SELETIVOS

CURSOS SEQUENCIAIS CURSOS DE

PÓS- GRADUAÇÃO

CURSOS DE GRADUAÇÃO CURSOS DE EXTENSÃO

MODALIDADES
DE ENSINO EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

EDUCAÇÃO INDÍGENA

EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

EDUCACAO A DISTÂNCIA

Fonte: adaptação da tabela do documento do Prasem/Brasília (2001)


84 Organização do Trabalho Pedagógico

Os gestores da educação das esferas federais, estaduais


e municipais, precisam conhecer essa organização para que
possam adotá-la corretamente em seus locais de atuação.
O educador também tem a responsabilidade de conhecer
quais os encargos e os componentes de cada esfera administra-
tiva na organização da educação. Ele participa direta ou indire-
tamente porque atua na escola, que é o centro de todos esses
sistemas educacionais.
No contexto do seu cotidiano o professor trabalha de
acordo com o papel que lhe compete dentro dessa organização
educacional, sendo, portanto, o intermediário entre a comunidade
escolar com esse sistema.
Apresenta-se a expressão “sistema educacional”, conside-
rando-se as especificidades da organização da educação brasileira.
Para isso, é necessário conceituar e comentar brevemente sobre:
educação, educação escolar e ensino.

Vale observar com atenção o quadro demonstrativo abaixo:

A educação, processo primordial para a evolução do ser


humano, acontece ao longo da vida de todos e na interação
com as outras pessoas.
Envolve a formação de valores, hábitos e atitudes, estando
numa dimensão ampla e voltando-se para a formação do cidadão.
Ela ocorre em locais diversos. Por exemplo: família, igreja,
trabalho, vida social e, naturalmente, escola.

A educação escolar é o procedimento de formação que acontece


dentro da instituição de ensino e que diz respeito à constituição
do cidadão, à incorporação de hábitos, atitudes e valores.
Tem como fator específico o fato de influir sobre as pessoas
durante um tempo grande e sucessivo de suas vidas.
O processo educativo que acontece na escola inter-relaciona-se
a outros processos que ocorrem na sociedade, incorporando-se e
sendo incorporado por eles.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 85

O ensino é um dos aspectos do procedimento educacional


mais envolvido nas questões da prática docente.
Assim, planejam-se metodologicamente as suas atividades,
pois tem objetivos específicos e trata da avaliação de desenvol-
vimento do aluno, dos conteúdos, das metodologias, enfim, do
que, e do como ensinar.
Caracteriza-se por ser representante do ensino formal, mais
próximo ao aluno, sendo uma atividade deliberada, sistemática
e planejada, ocorrendo em horários e locais determinados; faz
parte da educação escolar.

Percebendo-se a distinção entre educação, educação escolar


e ensino, podemos reconhecer e estabelecer a diferença entre
sistema educacional e sistema de ensino, que, muitas vezes, são
indevidamente confundidos como sinônimos.
Um sistema educacional compõe-se das escolas e do ensino
nelas oferecido. Necessitaria da cooperação de um conjunto
mais amplo de estabelecimentos educacionais, para a formação
do cidadão, baseando-se em valores sobre os quais deve haver
relativo consenso. Já ao falar de sistema de ensino, estamos nos
referindo mais propriamente à articulação entre as instituições
de ensino, como se explica a seguir.

Entende-se por sistema de ensino:

Um conjunto de instituições de ensino – públicas ou privadas,


de diferentes níveis e modalidades de educação e de ensino, e
de órgãos educacionais – administrativos, normativos e de apoio
técnico, elementos distintos, mas interdependentes, que interagem
entre si com unidade e coerência (o que não exclui contradições
e ambiguidades), a partir de um conjunto de normas comuns
elaboradas pelo órgão competente, visando ao desenvolvimento
do processo educativo. (ABREU, 1998, p. 36)
86 Organização do Trabalho Pedagógico

Na legislação brasileira, torna-se mais adequado pensar


em diversos sistemas de ensino, que estão organizados em três
esferas com responsabilidades específicas.
Portanto, segundo Abreu (1998, p. 72), podemos identificar
os seguintes subsídios constitutivos e jurisdições dos sistemas
de ensino:

• Os sistemas de ensino da União, dos Estados, do Distrito


Federal e dos Municípios compreendem as redes de ins-
tituições escolares, públicas e privadas, sob sua respec-
tiva jurisdição, e os órgãos de caráter normativo, admi-
nistrativo e de apoio técnico existentes em seu âmbito;

• As instituições de ensino mantidas e administradas pelo


poder público, em cada esfera, agregam o seu referente
sistema de ensino, com exceção das instituições municipais
de ensino superior, que se incluem nos sistemas de ensino
dos respectivos Estados;

• As instituições de ensino criadas e mantidas pela iniciativa


privada distribuem - se nos sistemas de ensino dos três
níveis de governo - as de educação superior, no sistema
federal; as de ensino fundamental e médio, nos sistemas
dos Estados e do Distrito Federal; e as instituições
privadas de educação infantil, nos sistemas municipais
de ensino.

• Todas essas esferas dos sistemas de ensino são articuladas


pelas normas de organização e funcionamento, expressas
na legislação educacional, e revelam o projeto pedagógico,
o tipo de educação que se almeja ampliar e seus objetivos.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 87

A legislação nacional da educação objetiva articular os


vários sistemas de ensino - Federal, Estadual, Distrital e do
Municipal -, sob organização da União, para o estabelecimento
de um processo de ensino-aprendizagem em conformidade com
os anseios e aspirações da sociedade.

A Organização do Sistema Educacional em Três Esferas


O sistema nacional de ensino abrange os sistemas públicos
e outras instituições públicas ou privadas que prestam serviços
educacionais. Sua finalidade é garantir a unidade dos sistemas e
o próprio padrão de qualidade em toda a nação brasileira.
O sistema estadual de ensino integra a rede pública, a rede
privada e os órgãos e serviços estaduais de caráter normativo,
administrativo e de apoio técnico.
O sistema municipal integra a rede pública, a rede privada e
os órgãos e serviços educacionais dentro de sua jurisdição.
Todas as políticas devem ser encaminhadas para o
progresso qualitativo do ensino das escolas, garantindo-lhes os
meios para que consigam exercer suas funções com autonomia
pedagógica, administrativa e de gestão financeira.
A articulação propriamente dita entre as três esferas gover-
namentais - União, estados e municípios - é feita pelos Conselhos
de Educação. A eles cabe interpretar e regulamentar a legislação
que define a atuação de cada uma das esferas governamentais:
federal, estadual e municipal.
E na escola temos o conselho escolar (comitê comunitário),
com a função de supervisionar a elaboração e a realização do
projeto político - pedagógico da escola, de acordo com a legislação
educacional em vigor no país. Assegurando, assim, um ensino e
uma educação de melhor qualidade.
No que se refere à educação básica, os Estados, Municípios
e Distrito Federal, por meio de suas Secretarias de Educação,
determinam as normas de gestão do ensino público (dias letivos,
88 Organização do Trabalho Pedagógico

carga horária, autorização, credenciamento e supervisão dos


estabelecimentos de ensino, etc.), de acordo com as peculiari-
dades escolares. Ademais, é assegurada às unidades escolares
públicas ou estabelecimentos de ensino básico autonomia peda-
gógica e administrativa e de gestão financeira (com competência
para elaborar sua proposta pedagógica, estabelecer critérios de
avaliação do aluno, etc.).
Com relação à educação superior, cabe aos Estados e à
União a função de autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar
e avaliar os cursos das instituições de educação superior brasileira
com autonomia administrativa para, dentre outros assuntos,
determinar critérios de avaliação do aluno e avaliação institucional.

ESFERAS DA EDUCAÇÃO NACIONAL

ESFERAS ADMINISTRATIVAS INCUMBÊNCIAS

Prestará assistência técnica e


União financeira
Atuarão prioritariamente no
Estados e o Distrito Federal ensino fundamental e médio

Atuarão prioritariamente
Municípios no ensino fundamental e
educação infantil

O que você entende por um nível de ensino? O que é uma


modalidade de ensino?

A LDB define a educação infantil, o ensino fundamental e o


ensino médio, como etapas da educação básica, que, por sua vez,
constitui-se num nível educacional, juntamente com o superior.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 89

Ou seja, a Educação Brasileira está dividida em dois níveis:


A educação Básica e a Educação Superior.
Já as modalidades de ensino dizem respeito a específicas
condições de desenvolvimento do processo educativo, à maneira
de ensinar e aprender, com vistas a atender diferentes necessi-
dades de aprendizagem.

Níveis e Modalidades especiais da educação


Educação especial
A modalidade denominada Educação Especial deve ser
ofertada preferencialmente na rede regular de ensino, às pessoas
com necessidades especiais, conforme determina o artigo 58 da
LDB (Lei 9.394/96): “Os órgãos normativos dos sistemas de ensino
estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas
sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público”.
Independentemente do apoio a essas instituições, o Poder
Público adotará de preferência a ampliação do atendimento aos
educandos com necessidades especiais na própria rede pública
regular de ensino (art. 60, parágrafo único da LDB).

Educação profissional
A educação profissional, viabilizando a consecução do
trabalho como princípio educativo, deve estar acessível tanto ao
aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e
superior quanto ao trabalhador em geral, jovem ou adulto, e in-
tegrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à ciência
e à tecnologia, conduzindo ao permanente desenvolvimento de
aptidões para a vida produtiva (art. 39 da LDB).
90 Organização do Trabalho Pedagógico

Educação de jovens e adultos


“A oferta de educação a jovens e adultos se destina aos que
não puderam efetuar os estudos na idade regular.
“Esta modalidade de ensino tem sua regulamentação e ga-
rantia firmadas nos artigos 37 e 38 da lei nº 9394/96” – LDB”.

Educação dos povos indígenas


O sistema de ensino da União, com a colaboração das
agências federais de fomento à cultura e de assistência aos
índios, e os demais sistemas de ensino, estes com apoio técnico
e financeiro da União, desenvolverão programas integrados de
ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilíngue e
intercultural na modalidade de Educação dos povos indígenas.
Esses programas deverão ser planejados com anuência das
comunidades indígenas e estão incluídos nos Planos Nacionais de
Educação.

Educação a distância
O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veicu-
lação de programas de ensino a distância em todos os níveis
e modalidades de ensino, oferecidos em regime especial por
instituições especificamente credenciadas pela União, que
também regulamentará os requisitos para a realização de
exames e registro de diploma relativo a cursos de educação a
distância. (Cf. artigo 80 da lei nº 9394/96).

A educação superior
A educação superior é composta pelos cursos de gradu-
ação e de pós-graduação. A graduação objetiva desenvolver o
exercício da reflexão crítica, preparar o acadêmico para a par-
ticipação na produção através de profissão específica, bem
como sistematizar e desenvolver o conhecimento teórico e prá-
tico (ciência e tecnologia); e pós - graduação – especialização,
mestrado e doutorado, sendo oferecidos por instituições de en-
sino superior, públicas ou privadas.
Tema II | Sistema educacional brasileiro 91

A responsabilidade pela oferta e administração em cada


um dos níveis de ensino é compartilhada entre a União, os
Estados e o Distrito Federal e os Municípios, sempre organizados
em regime de colaboração. Tal organização é fundamentada em
legislação federal que define uma base nacional comum (carga
horária e currículo mínimo, dias letivos a serem cumpridos,
realização de exames finais, etc.), mas que permitem, igualmente,
que sejam respeitadas as peculiaridades regionais.
Assim, os municípios concentram sua atuação na educação
infantil e no ensino fundamental. Já os estados têm uma atuação
mais ampla, que se concentra no ensino fundamental e ensino
médio. Em vários Estados observamos o atendimento à educação
infantil e ao ensino superior, através de faculdades e universidades
estaduais.
A administração de educação brasileira abrange órgãos
federais, estaduais e municipais:

a) Federais: Ministério da Educação (MEC) e Conselho


Nacional de Educação (CNE);

b) Estaduais: Secretaria de Educação (SE) e Conselho


Estadual da Educação (CEE);

c) Municipais: Secretarias ou Departamento de Educação e


Conselho Municipal de Educação (CME).

Ao Ministério de Educação (MEC) cabe fazer cumprir as leis


do ensino e as determinações do Conselho Nacional de Educação
(CNE). Ao Conselho Nacional de Educação, órgão normativo da
Educação Nacional cabe traçar as orientações básicas da educação
no país, complementando e regulamentando suas diretrizes e
bases.
92 Organização do Trabalho Pedagógico

As Secretarias de Estado da Educação coordenam em cada


Estado a política educacional, com base nas normas estabelecidas
pelos Conselhos Estaduais de Educação, exercendo, funções
normativas do ensino em cada Estado. As Secretarias ou órgãos
municipais de educação organizam a educação em cada município.
Como vimos, cada esfera administrativa tem o seu próprio
sistema de ensino municipal, estadual ou federal. Observe bem
que a Constituição e a LDB não fazem referência a um sistema
nacional de ensino ou de educação, mas sim a sistemas de ensino
em cada esfera. As escolas particulares, da educação infantil à
universidade, integram-se aos sistemas de ensino no Município,
no Estado ou na União.
Mas há uma legislação e políticas nacionais que se apli-
cam às três esferas administrativas, como é o caso da LDB,
das Diretrizes Curriculares, dos PCN’s e dos Programas de
Avaliação de desempenho dos Sistemas mantidos pelo MEC.

Para refletir

Bem, alunos... Chegamos à etapa final da nossa disciplina.


Tivemos a preocupação de selecionar para o nosso roteiro de
estudos os conteúdos que tratam da legislação brasileira.

Você consegue perceber a importância que tem esta


disciplina para a educação?

Já que nós estamos encerrando o conteúdo, que tal você


destacar alguns pontos do conhecimento apresentado e que
você percebeu como algo muito útil para o seu cotidiano?

Converse com os seus colegas sobre isso.


Tema II | Sistema educacional brasileiro 93

Resumo

Nessa parte vimos um pouco sobre as noções essenciais


para o entendimento da legislação e alguns aspectos dos docu-
mentos legais e os princípios básicos da educação brasileira em
diferentes esferas presentes na legislação educacional vigente,
principalmente, na CF de 1988 e na LDB/9394/96. A legislação
estabelece como essas esferas devem ser organizadas para me-
lhor atender à sua população, atribuindo responsabilidades diferen-
tes a cada uma, para que, por meio da colaboração entre elas, os
cidadãos possam ter seus direitos à educação atendidos. Vimos
também os elementos importantes para a operação do sistema
educacional. Apresentou-se ainda o financiamento e os níveis e
modalidades especiais da educação brasileira.
94 Organização do Trabalho Pedagógico

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