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Cosmetics (in Portuguese). Cosméticos.

Working Paper · July 2012


DOI: 10.13140/RG.2.2.36794.18882

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Francisco Sávio Gomes Pereira


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco (IFPE)
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PROCESSOS QUÍMICOS INDUSTRIAIS
PROF. FRANCISCO SÁVIO GOMES PEREIRA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE PERNAMBUCO - IFPE


CURSO: TÉCNICO EM QUÍMICA

RECIFE- 2012

COSMÉTICOS – TEXTO 08

INTRODUÇÃO
REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA DOS COSMÉTICOS
NORMAS SANITÁRIAS
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS
CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS COSMÉTICOS
MATÉRIAS-PRIMAS DOS COSMÉTCOS
FABRICAÇÃO DE COSMÉTICOS
ETAPAS GENÉRICAS DO PROCESSO PRODUTIVO
ESTABILIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS
CONTROLE DE QUALIDADE DOS COSMÉTICOS
REFERÊNCIAS
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
.............................................................................................................
.......................................... COSMÉTICOS .........................................
.............................................................................................................
INTRODUÇÃO
A diversidade empresarial é marcante no setor cosmético, no qual se verifica a presença de
grandes empresas tanto nacionais como internacionais, diversificadas ou especializadas nas
diversas categorias de produtos do setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Esta
diversidade também é confirmada com a presença de um grande número de pequenas e
médias empresas com atuação focalizada em categorias específicas de produtos do setor.
As pequenas e médias empresas atuam, principalmente, em função da simplicidade da base
técnica de alguns processos de manufatura, que se caracterizam pela manipulação de fórmulas
relativamente simples, o que torna comum encontrar exemplos de empresas de cosméticos
que se desenvolveram a partir de um negócio de farmácia de manipulação.
Geralmente, as linhas de produção em grande escala apresentam maior diversidade de
categorias em sua manufatura, como, por exemplo, a produção de perfumes, xampus,
maquiagem, esmaltes, tinturas, produtos destinados ao uso infantil, e outros. São raros os
casos, pelo menos entre as maiores empresas, de especialização exclusiva na produção de
apenas uma categoria, uma vez que existem heterogeneidade e diversidade marcantes de
produtos no setor.
O relacionamento estabelecido pelas indústrias de cosméticos com seus fornecedores de
matérias-primas, de produtos semi-acabados e de embalagens necessita assegurar
sustentabilidade ao negócio (preço, qualidade, proteção ambiental e responsabilidade social).
Assim como em outros setores industriais, esta cadeia de fornecimento apresenta uma
interdependência com os processos anteriores à manufatura na própria fábrica e o
desempenho do produto final. Em função disto, ao estabelecer as parcerias para fornecimento
desses materiais, deve-se avaliar cuidadosamente a cadeia de fornecimento, como já fazem as
indústrias química e farmacêutica, entre outras.
Para continuar crescendo, as indústrias do setor de cosméticos, produtos de higiene pessoal e
perfumes precisam se conscientizar da importância de se investir em pesquisa e
desenvolvimento, aplicar tecnologias de ponta para a inovação e diferenciação de novos
produtos, incorporar princípios ativos extraídos da biodiversidade brasileira e, principalmente,
atender às normas sanitárias, não só para assegurar a qualidade do produto, como também
para preservar a saúde do consumidor e garantir a proteção do meio ambiente.
Regulamentação Sanitária - Segundo a legislação sanitária brasileira, os produtos de higiene
pessoal, perfumaria e cosméticos são definidos e regulados quanto à forma e finalidade de uso
pela Lei 6360 de 23 de setembro de 1976 e suas atualizações, que dispõe sobre a vigilância
sanitária a que estão sujeitos estes produtos, regulamentada pelo Decreto Lei 79094 de 5 de
janeiro de 1977 e outras normas específicas vigentes.

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A ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada com a finalidade de
regulamentar, controlar e fiscalizar produtos, substâncias e serviços de interesse para a saúde,
o que inclui produtos cosméticos.
A ANVISA publicou em 28 de agosto de 2000, a Resolução nº. 79, de forma a compatibilizar os
regulamentos nacionais com os instrumentos harmonizados no âmbito do Mercosul (GMC-
110/94), adotando-se como definição de cosméticos, produtos de higiene e perfumes:
“Preparações constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas
partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais externos, dentes e
membranas mucosas da cavidade oral, com objetivo exclusivo ou principal de limpá-los, perfumá-
los, alterar sua aparência e/ou corrigir odores corporais e/ou protegê-los ou ainda mantê-los em
bom estado”. RDC 211/2005.

REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA DOS PRODUTOS COSMÉTICOS


Resolução Nº. 211/05 (Registro de produtos de grau 2 – anterior RDC 79/00)
Esta resolução inclui:
• Procedimentos para Registro de Produtos
• Definição e classificação de Produto Cosmético
• Definição de Produto Grau 1 e Grau 2
• Normas de rotulagem (geral e específica):
• Adoção da nomenclatura INCI

• Requisitos Técnicos para Produtos

• Documentos a serem encaminhados para a ANVISA e Documentos que ficam na empresa


Resolução 343/05 (Notificação de produtos de grau 1 – anterior RDC 335/99)
Esta resolução inclui:
• Notificação totalmente On Line
• Toda documentação fica na empresa
• Prevê as alterações de notificação
• Prevê a renovação de notificação
• Rastreabilidade do produto - Código de barras

• Controle Sanitário - monitoramento de produtos no mercado

• Auditorias dos Dossiês


• Monitoramento de Produtos
• Maior responsabilidade às empresas
Rotulagem
• Número Identificador (Código de Barras).
• Resolução Anvisa nº. ____/05.

• Número de Autorização de Funcionamento na Anvisa.

• Seguir as Normas de Rotulagem Obrigatória e Específica, conforme legislação vigente.

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Resolução 332/05 (Sistema de cosmetovigilância)
Obrigatoriedade de Implementação pelas empresas fabricantes / importadoras responsáveis
incluídas no Mercosul de um sistema de Cosmetovigilância a partir de 31 de dezembro de
2005.
Esta resolução inclui:
• Registro dos relatos de ocorrências de eventos adversos/avaliação
• Registro das medidas adotadas
• Notificação à ANVISA

NORMAS SANITÁRIAS
Independentemente do tamanho da empresa e do tipo de produto fabricado, as empresas
devem seguir as normas sanitárias que abrangem desde o projeto para a instalação da fábrica
até o lançamento de um novo produto no mercado. Esses cuidados são necessários, não só
para assegurar a qualidade do produto, como também para preservar a saúde do consumidor e
garantir a proteção do meio ambiente.
Entretanto, um grande número de empresas não se enquadra nas normas regulatórias ou as
desconhecem. Apesar de grandes avanços, a informalidade sanitária ainda predomina e este é
um dos problemas que o setor precisa superar.
Boas práticas de fabricação para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes
Ainda na fase de desenvolvimento do projeto arquitetônico, o futuro empresário deve estar
atento às especificações exigidas pela Portaria nº. 348, de 18 de agosto de 1997/SVS/MS, que
determina a todos os estabelecimentos produtores de Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes, o cumprimento das Diretrizes estabelecidas no Regulamento Técnico
- Manual de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes.
A Portaria 348/SVS/MS é um guia para fabricação de Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes no sentido de organizar e seguir a produção dos mesmos de forma
segura para que os fatores humanos, técnicos e administrativos que influem sobre a qualidade
dos produtos sejam efetivamente controlados.
Principais pontos a serem observados na implantação da indústria de cosméticos:
a) Lay out – o projeto arquitetônico deve prever a correta disposição de todos os setores e
laboratórios de forma a obedecer a um fluxo lógico de produção, evitando o contra-fluxo de
insumos e produtos acabados e o risco de ocorrência de contaminação cruzada.
b) Equipamentos – devem ser adequados ao volume e ao tipo de produto que se pretende
fabricar, e estar em boas condições de operação. O equipamento de produção de água deve
garantir a sua pureza, para assegurar a conformidade do produto acabado com os requisitos
especificados.
c) Pessoal - o pessoal a ser contratado deve ter conhecimentos, experiência e competência
adequada ao seu posto e receber treinamentos contínuos.

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d) Matérias-primas – devem ser adquiridas de fornecedores qualificados e serem
acompanhadas dos respectivos Certificados de Análises que atestem sua qualidade.
e) Limpeza e sanitização – as instalações devem ser projetadas de forma a manter os
ambientes, equipamentos, máquinas e instrumentos, assim como matérias-primas,
componentes, granéis e produtos acabados, em boas condições de higiene.
O projeto arquitetônico deverá ser submetido à análise prévia pela autoridade sanitária local ou
estadual e as obras de construção da indústria somente deverão ser iniciadas após a sua
aprovação.
Alvará Sanitário
Após o término das obras, contratação de colaboradores e instalação dos equipamentos, o
empresário deverá solicitar uma vistoria pela autoridade sanitária local ou estadual para
verificação do atendimento às normas de Boas Práticas de Fabricação. A vistoria será
realizada por fiscais da Vigilância Sanitária local e/ou estadual de acordo com o Anexo II -
Regulamento Técnico - Roteiro de Inspeção para Indústria de Produtos de Higiene Pessoal,
Cosméticos e Perfumes, constante da Portaria 348/SVS/MS.
Durante esta vistoria, o Responsável Técnico deverá apresentar o Manual de Boas Práticas de
Fabricação da empresa e os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) para a fabricação e
controle de qualidade dos seus produtos.
Estando todos os itens atendidos, a Secretaria de Vigilância Sanitária local emitirá o Alvará
Sanitário da empresa.
Autorização de Funcionamento de Empresas – AFE
A Autorização de Funcionamento de Empresas – AFE é um ato privativo do órgão competente
do Ministério da Saúde (Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA), incumbido da
vigilância sanitária dos produtos de que trata o Decreto nº. 79.094/77, contendo permissão para
que as empresas exerçam as atividades sob regime de Vigilância Sanitária, mediante
comprovação de requisitos técnicos e administrativos específicos.

CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS COSMÉTICOS


Por Classe de Produto:
• Produtos de Higiene Pessoal
• Perfumes
• Cosméticos

• Produtos Infantis (Dec 79094/77 – Arts. 49 e 50)

Pelo Risco Sanitário:


• Produtos de Grau 1
• Produtos de Grau 2

CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS COSMÉTICOS


Finalidade: Limpar, Perfumar, Alterar aparência, Corrigir odores corporais e Proteger/manter bom estado.
Área de aplicação/uso: Pele, Sistema capilar, Lábios, Mucosa da cavidade oral, Dentes, Unhas, Órgãos
genitais externos.

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MATÉRIAS-PRIMAS DOS COSMÉTCOS
A maioria dos produtos cosméticos utiliza aditivos que melhoram sua eficácia ou reduzem seu
custo.
Em uma formulação ou composição cosmética podem-se encontrar substâncias ou grupo de
substâncias que vão compor as seguintes categorias: veículos ou excipientes, ativos ou
princípios ativos, conservantes, corretivos, emolientes, umectantes, espessantes, hidratantes,
corantes, pigmentos, perfumes ou óleos essenciais. Essas matérias-primas podem ser de
origem inorgânica ou orgânica, natural ou sintética. Dentre estas tem-se:.
Tensoativos - Substâncias que podem reduzir a tensão superficial dos líquidos; classificam-se
como: umectantes, detergentes, emulsionantes e solvente.
A primeira substância a ser estudada foi o sabão, produzido através de uma reação de
hidrolise de uma gordura/óleo numa solução básica resultando em glicerol e no sabão,
propriamente dito.
Através do estudo da molécula do sabão, estudou-se a síntese de outras moléculas que
tivessem a mesma (ou semelhante) constituição molecular, daí surgiram os tensoativos.
São constituídos por:
Grupo Lipofílico – grupo químico solúvel em óleo/gorduras; são cadeias de hidrocarbonetos
mais ou menos longas, ou estruturas derivadas.
Grupo Hidrofílico – grupo químico solúvel em água; grupos funcionais de caráter iônico.
A solubilidade em água de um agente tensoativo diminui com o aumento da cadeia lipofílica.
Balanço Hidrofílico-Lipofílico (valor HLB) - Os tensoativos também podem ser classificados
conforme seu valor HLB, numa escala de 0 (totalmente lipofílico) a 20 (totalmente hidrofílico):
É importante conhecer valor HLB, pois deste deriva sua aplicação:

Valor de HLB Aplicação

3-6 Emulsionantes água/óleo (A/O)


7-9 Umectantes
8 - 18 Emulsionantes óleo/água (O/A)
11 - 15 Detergentes
15 - 18 Solventes

Dispersantes - Agem como os emulgadores das emulsões, colocando-se nas interfaces; sua presença
torna possível dispersões coloidais ou suspensões de sólidos em líquidos, nos quais estes não são
solúveis. O dispersante age impedindo a reaglomeração dos sólidos.
Umectantes - Substâncias que tem a propriedade de molhar rapidamente outras substâncias; tem HLB 7
a 9 (são lipofílicos).
Os substratos têxteis crus não absorvem água, devido a presença de gorduras e óleos
(naturais/adicionados artificialmente na fiação) que impedem a penetração de água.
Quando da adição de umectantes a água, devido a afinidades destes por gorduras, a tensão superficial
da água é reduzida e o material têxtil se molha.

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Detergentes - São tensoativos que tem a propriedade de umectação, remoção e dispersão da sujeira e de
emulgador de gorduras.
A ação do detergente é regulada pelo seu valor HLB (11 – 15):
- HLB baixo: maior capacidade de umectação;
- HLB alto: maior capacidade de emulsionar gorduras na água, e menor capacidade de umectação.
Caráter iônico dos tensoativos – Os tensoativos podem ser classificados como:
Tensoativo catiônicos (substância cátion ativa): tem grupo químico carregado (+).
Os grupos mais comuns são os grupos amínicos (freqüentemente encontrados nos amaciantes);
Tensoativos aniônicos (substância anionativa) tem grupo químico carregado (-).
Seus radicais mais comuns são os grupos carboxílicos, sulfônicos e sulfatos (freqüentemente
encontrados nos detergentes, umectantes, dispersantes e emulsionantes).
Tensoativos não iônicos: não se ionizam, logo não possuem carga. Os radicais mais comuns são éter,
hidroxi, éster.
Tensoativos anfóteros: podem assumir caráter catiônicos ou aniônico dependendo do pH do meio.
Quelantes/seqüestrantes - Agentes quelantes ou seqüestrantes aparecem praticamente em todas as
fórmulas de produtos de cosméticos.
Estes compostos retiram íons que estão presentes na água e que podem reduzir a ação do produto como
os íons cálcio e magnésio, componentes que tornam a água dura e prejudicam a ação dos tensoativos
aniônicos (sabões e detergentes) ou interferem na formulação.
Corantes - Os corantes utilizados em formulações servem mais como um apelo de marketing e
normalmente estão vinculados ao odor. Deve-se sempre verificar se o corante tem seu uso permitido por
lei e se o mesmo não interfere nas aplicações finais do produto.
Essências odoríficas
São utilizadas para caracterizar o produto e tornar o seu uso mais agradável, encobrindo o odor forte de
matérias-primas da formulação.

FABRICAÇÃO DE COSMÉTICOS
Descrição do Processo Produtivo e Principais Aspectos Ambientais
Considerada a necessidade de se conhecer o processo produtivo para a proposição de melhorias
ambientais para o setor, são abordadas, de maneira sucinta, as características e etapas de fabricação de
produtos, bem como identificados os principais aspectos ambientais associados ao desenvolvimento das
atividades produtivas.
Segmentos do Setor
De acordo com a definição de cosméticos, as preparações têm como finalidade: limpar, perfumar, mudar
a aparência, proteger, manter em boas condições ou corrigir odores corporais. Dada à diversidade de
utilização e de produtos, o setor pode ser subdividido em três segmentos básicos:
• Higiene Pessoal: engloba sabonetes, produtos para higiene oral, desodorantes axilares e corporais,
talcos, produtos para higiene capilar e produtos para barbear. Também estão contidos nesse segmento
absorventes, papéis higiênicos e fraldas descartáveis.
Entretanto, tais produtos não serão contemplados nesse texto em função das características
diferenciadas de seus processos produtivos.
• Perfumaria: composto pelas águas de colônia, perfumes, extratos e loções pós-barba.
• Cosméticos: constituído por produtos para coloração, tratamento, fixação e modelagem capilar,
maquiagem, protetores solares, cremes, loções para a pele e depilatórios.

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Principais Características
Apesar da diversidade, os produtos citados são obtidos por processos fabris caracterizados por:
• Baixo consumo de energia: grande parte dos processos é realizada à temperatura ambiente. Aqueles
que necessitam de aquecimento são feitos por curto período de tempo, atingindo uma temperatura
máxima de 80° C, em função da característica da maioria das matérias-primas, que se degradam quando
expostas a temperaturas superiores. A quase totalidade dos produtos possui seus procedimentos de
envase à temperatura ambiente.
• Grande consumo de água: é considerada, em termos de quantidade, como uma das principais matérias-
primas na fabricação de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos. Além da incorporação em
muitos produtos, a água também é utilizada em sistemas de resfriamento, na geração de vapor, bem
como em procedimentos de limpeza e sanitização de máquinas, equipamentos, tubulações de
transferência e mangueiras.
• Produção por batelada: é a produção de forma descontínua (processo pelo qual as matérias-primas
adicionadas são convertidas em produto final), em uma determinada quantidade, num prazo de tempo
determinado, o que implica variáveis a serem controladas de uma batelada para outra. É utilizada,
principalmente, em função da diversidade de produtos e das quantidades necessárias para suprir a
demanda de mercado.
Aspectos Ambientais
Segundo o definido pela norma NBR ISO 14001 da ABNT, aspecto ambiental “é o elemento das
atividades, produtos e/ou serviços de uma organização que pode interagir (alterar) com o meio ambiente
de forma adversa ou benéfica”. Os aspectos ambientais são constituídos pelos agentes geradores das
interações, como, por exemplo, emissão atmosférica, odor, resíduos, consumo de matérias-primas,
energia, água, entre outros.
Para fins de desenvolvimento deste texto, a identificação dos principais aspectos ambientais consistiu na
determinação, para cada etapa do processo de produção, das diversas entradas e saídas de matéria e/ou
de energia.
Etapas do Processo Produtivo
As atividades relacionadas ao recebimento, armazenagem, separação e pesagem de matérias-primas,
além de suas análises físico-químicas e organolépticas (para fins de controle de qualidade, quando
aplicável), ao envase, embalagem, armazenamento e expedição de produto acabado são consideradas
comuns na obtenção de todos os produtos, e, portanto são apresentadas na forma de um fluxograma
geral.
Devido às diferenças verificadas nos processos industriais de cada tipo de produto, as etapas e atividades
associadas à produção propriamente dita devem ser individualmente descritas e representadas em
fluxogramas específicos, de forma individual ou agrupada, em função das respectivas similaridades fabris.
Processo Produtivo
As etapas e respectivas atividades consideradas comuns à maior parte dos processos produtivos
envolvidos compõem o diagrama representado na figura.

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ETAPAS GENÉRICAS DO PROCESSO PRODUTIVO

Matérias-primas

RECEPÇÃO DE
MATÉRIAS-PRIMAS

Materiais de ARMAZENAMENTO
embalagens
Pallets
etc

ANÁLISES
PESAGEM E
SEPARAÇÃO DE FISICO-QUÍMICAS
MATÉRIAS-PRIMAS E
MICROBIOLOGIAS

PRODUÇÃO

ENVASE/
EMBALAGEM

ARMAZENAMENTO/
EXPEDIÇÃO

Cosmético comercial

FLUXOGRAMA GERAL DO SETOR DE HIGIENE PESSOAL,


PERFUMARIA E COSMÉTICOS

• Recebimento de matérias-primas: verificação do material recebido, por amostragem e


análises. Eventuais desconformidades identificadas podem levar à devolução dos compostos
aos respectivos fornecedores.

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• Armazenagem: estoque de matérias-primas, embalagens para os produtos acabados e
demais insumos normalmente recebidos em recipientes retornáveis. Pode haver segregação de
produtos, por razões de compatibilidade, bem como necessidade de condições especiais de
conservação, como, por exemplo, refrigeração.
• Pesagem e separação de matérias-primas para produção do lote: para cada produto a
ser obtido, as matérias-primas são previamente separadas e pesadas de acordo com as
quantidades necessárias, e encaminhadas à produção. Os insumos recebidos a granel e
estocados em tanques ou silos podem ser conduzidos ao setor produtivo por linhas de
distribuição, dependendo do nível tecnológico da empresa.
• Produção: em função da diversidade de produtos e das peculiaridades verificadas em seus
processos produtivos, para essa etapa foram desenvolvidos fluxogramas específicos por tipo
ou grupo de produtos que envolvam operações similares.
• Análises: uma vez finalizado, o lote produzido é amostrado e submetido a análises físico-
químicas e microbiológicas (quando aplicável), e, após atestada sua adequação, este é
encaminhado para envase/embalagem. Nos casos em que o produto acabado não está de
acordo com os padrões estabelecidos, o lote poderá ser reprocessado a fim de atender às
exigências/padrão de qualidade e reaproveitado na fabricação de outros produtos ou
descartado.
• Envase/Embalagem: confirmada a adequação do produto, o mesmo é acondicionado em
recipientes apropriados e identificados. Esta etapa engloba o acondicionamento de produtos
em frascos (plásticos ou de vidro), sacos, bisnagas ou o empacotamento, no caso de
sabonetes, por exemplo. Uma vez embalado, o produto é identificado por rótulo ou impressão.
• Armazenamento de produtos acabados: o produto, já acondicionado em embalagem para
comercialização, é encaminhado para a área de armazenamento, onde permanece até que
seja enviado ao cliente.
• Expedição: ponto de saída dos produtos acabados para o comércio.

ESTABILIDADE DE PRODUTOS COSMÉTICOS


O estudo da estabilidade de produtos cosméticos fornece informações que indicam o grau de
estabilidade relativa de um produto nas variadas condições a que possa estar sujeito desde
sua fabricação até o término de sua validade.
Essa estabilidade é relativa, pois varia com o tempo e em função de fatores que aceleram ou
retardam alterações nos parâmetros do produto. Modificações dentro de limites determinados
podem não configurar motivo para reprovar o produto.
O estudo da estabilidade de produtos cosméticos contribui para:
Orientar o desenvolvimento da formulação e do material de acondicionamento adequado;
Fornecer subsídios para o aperfeiçoamento das formulações;
Estimar o prazo de validade e fornecer informações para a sua confirmação;
Auxiliar no monitoramento da estabilidade organoléptica, físico-química e microbiológica,
produzindo informações sobre a confiabilidade e segurança dos produtos.

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Fatores que influenciam a estabilidade
Cada componente, ativo ou não, pode afetar a estabilidade de um produto. Variáveis
relacionadas à formulação, ao processo de fabricação, ao material de acondicionamento e às
condições ambientais e de transporte podem influenciar na estabilidade do produto. Conforme
a origem, as alterações podem ser classificadas como extrínsecas, quando determinadas por
fatores externos; ou intrínsecas, quando determinadas por fatores inerentes à formulação.
Fatores extrínsecos - Referem-se a fatores externos aos quais o produto está exposto, tais
como:
Tempo - O envelhecimento do produto pode levar a alterações nas características
organolépticas, físico-químicas, microbiológicas e toxicológicas.
Temperatura - Temperaturas elevadas aceleram reações físico-químicas e químicas,
ocasionando alterações em: atividade de componentes, viscosidade, aspecto, cor e odor do
produto.
Baixas temperaturas aceleram possíveis alterações físicas como turvação, precipitação,
cristalização.
Problemas gerados, em função de temperaturas elevadas, ou muito baixas, podem ser
decorrentes também de não-conformidades no processo de fabricação, armazenamento ou
transporte do produto.
Luz e Oxigênio - A luz ultravioleta, juntamente com o oxigênio, origina a formação de radicais
livres e desencadeia reações de óxido-redução.
Os produtos sensíveis à ação da luz devem ser acondicionados ao abrigo dela, em frascos
opacos ou escuros e devem ser adicionadas substâncias antioxidantes na formulação, a fim de
retardar o processo oxidativo.
Umidade - Este fator afeta principalmente as formas cosméticas sólidas como talco, sabonete
em barra, sombra, sais de banho, entre outras.
Podem ocorrer alterações no aspecto físico do produto, tornando-o amolecido, pegajoso, ou
modificando peso ou volume, como também contaminação microbiológica.
Material de Acondicionamento - Os materiais utilizados para o acondicionamento dos produtos
cosméticos, como vidro, papel, metal e plástico podem influenciar na estabilidade.
Devem ser efetuados testes de compatibilidade entre o material de acondicionamento e a
formulação, a fim de determinar a melhor relação entre eles.
Microrganismos - Os produtos cosméticos mais suscetíveis à contaminação são os que
apresentam água em sua formulação como emulsões, géis, suspensões ou soluções.
A utilização de sistemas conservantes adequados e validados (teste de desafio do sistema
conservante - Challenge Test), assim como o cumprimento das Boas Práticas de Fabricação
são necessários para a conservação adequada das formulações.
Vibração - Vibração, durante o transporte, pode afetar a estabilidade das formulações,
acarretando separação de fases de emulsões, compactação de suspensões, alteração da
viscosidade dentre outros.

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Um fator agravante do efeito da vibração é a alteração da temperatura durante o transporte do
produto.
Fatores intrínsecos - São fatores relacionados à própria natureza das formulações e,
sobretudo à interação de seus ingredientes entre si e ou com o material de acondicionamento.
Resultam em incompatibilidades de natureza física ou química que podem, ou não, ser
visualizadas pelo consumidor.
Incompatibilidade Física - Ocorrem alterações, no aspecto físico da formulação, observadas
por: precipitação, separação de fases, cristalização, formação de gretas, entre outras.
Incompatibilidade Química
pH - Devem-se compatibilizar três diferentes aspectos relacionados ao valor de pH:
estabilidade dos ingredientes da formulação, eficácia e segurança do produto.
Reações de Óxido-Redução - Ocorrem processos de oxidação ou redução levando a
alterações da atividade das substâncias ativas, das características organolépticas e físicas das
formulações.
Reações de Hidrólise - Acontecem na presença da água, sendo mais sensíveis substâncias
com funções éster e amida. Quanto mais elevado o teor de água da formulação, mais provável
a ocorrência desse tipo de reação.
Interação entre Ingredientes da Formulação - São reações químicas indesejáveis que podem
ocorrer entre ingredientes da formulação anulando ou alterando sua atividade.
Interação entre Ingredientes da Formulação e o Material de Acondicionamento - São alterações
químicas que podem acarretar modificação em nível físico ou químico entre os componentes
do material de acondicionamento e os ingredientes da formulação.
Aspectos considerados na estabilidade
Físicos: devem ser conservadas as propriedades físicas originais como aspecto, cor, odor,
uniformidade, dentre outras;
Químicos: devem ser mantidos dentro dos limites especificados a integridade da estrutura
química, o teor de ingredientes e outros parâmetros;
Microbiológicos: devem ser conservadas as características microbiológicas, conforme os
requisitos especificados. O cumprimento das Boas Práticas de Fabricação e os sistemas
conservantes utilizados na formulação podem garantir estas características.
Além desses aspectos é necessário considerar também a manutenção das características do
produto quanto à:
Funcionalidade: os atributos do produto devem ser mantidos sem alterações quanto ao efeito
inicial proposto.
Segurança: não devem ocorrer alterações significativas que influenciem na segurança de uso
do produto.

Quando realizar os testes de estabilidade


Durante o desenvolvimento de novas formulações e de lotes-piloto de laboratório e de fábrica.
Quando ocorrerem mudanças significativas no processo de fabricação.

Processos Químicos - Sávio Pereira – IFPE - 2012 Página 12


Para validar novos equipamentos ou processo produtivo.
Quando houver mudanças significativas nas matérias-primas do produto.
Quando ocorrer mudança significativa no material de acondicionamento que entra em contato
com o produto.
Princípios dos testes de estabilidade
Os testes devem ser conduzidos sob condições que permitam fornecer informações sobre a
estabilidade do produto em menos tempo possível. Para isso, amostras devem ser
armazenadas em condições que acelerem mudanças passíveis de ocorrer durante o prazo de
validade. Deve-se estar atento para essas condições não serem tão extremas que, em vez de
acelerarem o envelhecimento, provoquem alterações que não ocorreriam no mercado.
A seqüência sugerida de estudos (preliminares, acelerados e de prateleira) tem por objetivo
avaliar a formulação em etapas, buscando indícios que levem a conclusões sobre sua
estabilidade.
Acondicionamento das amostras
Recomenda-se que as amostras para avaliação da estabilidade sejam acondicionadas em
frasco de vidro neutro, transparente, com tampa que garanta uma boa vedação evitando perda
de gases ou vapor para o meio. A quantidade de produto deve ser suficiente para as avaliações
necessárias. Se houver incompatibilidade conhecida entre componentes da formulação e o
vidro, o formulador deve selecionar outro material de acondicionamento. O emprego de outros
materiais fica a critério do formulador, dependendo de seus conhecimentos sobre a formulação
e os materiais de acondicionamento.
Deve-se evitar a incorporação de ar no produto, durante o envase no recipiente de teste. É
importante não completar o volume total da embalagem permitindo um espaço vazio (head
space) de aproximadamente um terço da capacidade do frasco para possíveis trocas gasosas.
Pode-se utilizar, em paralelo ao vidro neutro, o material de acondicionamento final;
antecipando-se, assim, a avaliação da compatibilidade entre a formulação e a embalagem.
Condições de armazenagem
As características da Zona Climática onde os produtos serão produzidos e ou comercializados,
bem como as condições de transporte às quais serão submetidos deverão ser consideradas.
Para os testes de estabilidade, as condições de armazenagem mais comuns das amostras são:
temperatura (ambiente, elevada, baixa), exposição à luz e ciclos de congelamento e
descongelamento.
Temperatura Ambiente - Amostras armazenadas à temperatura ambiente monitorada.
Temperaturas Elevadas - Os limites de temperatura mais freqüentemente praticados, durante o
desenvolvimento de produtos, são:
Estufa: T= 37 ± 2ºC
Estufa: T= 40 ± 2ºC
Estufa: T= 45 ± 2ºC
Estufa: T= 50 ± 2ºC

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Nessas condições, a ocorrência de alterações físico-químicas é freqüente e até mesmo
esperada, portanto os resultados obtidos devem ser avaliados cuidadosamente.
Temperaturas Baixas - Os limites de temperatura mais utilizados, durante o desenvolvimento
de produtos, são:
Geladeira: T= 5 ± 2ºC
Freezer: T= –5 ± 2ºC ou T= –10 ± 2ºC
Exposição à Radiação Luminosa - Pode alterar significativamente a cor e o odor do produto e
levar à degradação de ingredientes da formulação. Para a condução do estudo, a fonte de
iluminação pode ser a luz solar captada através de vitrines especiais para esse fim ou
lâmpadas que apresentem espectro de emissão semelhante ao do Sol, como as lâmpadas de
xenônio. Também são utilizadas fontes de luz ultravioleta.
Ciclos de Congelamento e Descongelamento - Nesta condição as amostras são armazenadas
em temperaturas alternadas, em intervalos regulares de tempo. O número de ciclos é variável.
Limites sugeridos:
Ciclos de 24 horas à temperatura ambiente, e 24 horas a –5 ± 2ºC.
Ciclos de 24 horas a 40 ± 2ºC, e 24 horas a 4 ± 2ºC.
Ciclos de 24 horas a 45 ± 2ºC, e 24 horas a –5 ± 2ºC.
Ciclos de 24 horas a 50 ± 2ºC, e 24 horas a –5 ± 2ºC.
Parâmetros de avaliação na estabilidade
Os parâmetros a serem avaliados devem ser definidos pelo formulador e dependem das
características do produto em estudo e dos ingredientes utilizados na formulação.
De modo geral, avaliam-se:
Parâmetros Organolépticos: aspecto, cor, odor e sabor, quando aplicável;
Parâmetros Físico-Químicos: valor de pH, viscosidade, densidade, e em alguns casos, o
monitoramento de ingredientes da formulação;
Parâmetros Microbiológicos: contagem microbiana e teste de desafio do sistema conservante
(Challenge Test).
Estudos de estabilidade
Antes de iniciar os Estudos de Estabilidade, recomenda-se submeter o produto ao teste de
centrifugação. Sugere-se centrifugar uma amostra a 3.000 rpm durante 30 minutos. O produto
deve permanecer estável e qualquer sinal de instabilidade indica a necessidade de
reformulação. Se aprovado nesse teste, o produto pode ser submetido aos testes de
estabilidade.
Estabilidade preliminar - Este teste também é conhecido como Teste de Triagem,
Estabilidade Acelerada ou de Curto Prazo, tem como objetivo auxiliar e orientar a escolha das
formulações.
O estudo de estabilidade preliminar consiste na realização do teste na fase inicial do
desenvolvimento do produto, utilizando-se diferentes formulações de laboratório e com duração
reduzida. Emprega condições extremas de temperatura com o objetivo de acelerar possíveis
reações entre seus componentes e o surgimento de sinais que devem ser observados e

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analisados conforme as características específicas de cada tipo de produto. Devido às
condições em que é conduzido, este estudo não tem a finalidade de estimar a vida útil do
produto, mas sim de auxiliar na triagem das formulações.
Estabilidade acelerada - Também conhecida como Estabilidade Normal ou Exploratória tem
como objetivo fornecer dados para prever a estabilidade do produto, tempo de vida útil e
compatibilidade da formulação com o material de acondicionamento.
Este teste é empregado também na fase de desenvolvimento do produto utilizando-se lotes
produzidos em escala laboratorial e piloto de fabricação, podendo estender-se às primeiras
produções. Emprega geralmente condições menos extremas que o teste anterior. Serve como
auxiliar para a determinação da estabilidade da formulação. É um estudo preditivo que pode
ser empregado para estimar o prazo de validade do produto. Pode ser realizado, ainda, quando
houver mudanças significativas em ingredientes do produto e ou do processo de fabricação, em
material de acondicionamento que entra em contato com o produto, ou para validar novos
equipamentos ou fabricação por terceiros.
Teste de prateleira - Também conhecido como Estabilidade de Longa Duração ou Shelf life,
tem como objetivo validar os limites de estabilidade do produto e comprovar o prazo de
validade estimado no teste de estabilidade acelerada.
É um estudo realizado no período de tempo equivalente ao prazo de validade estimado durante
os estudos de estabilidade relacionados anteriormente. É utilizado para avaliar o
comportamento do produto em condições normais de armazenamento.
A freqüência das análises deve ser determinada conforme o produto, o número de lotes
produzidos e o prazo de validade estimado. Recomendam-se avaliações periódicas até o
término do prazo de validade e, se a intenção é ampliá-lo, pode-se continuar o
acompanhamento do produto.
Teste de compatibilidade entre formulação e material de acondicionamento - A
estabilidade do produto e sua compatibilidade com o material de acondicionamento são
conceitos distintos, separados e complementares, que devem ser aplicados ao produto antes
de ser comercializado.
Neste teste, são avaliadas diversas alternativas de materiais de acondicionamento para
determinar a mais adequada para o produto.
As condições ambientais e a periodicidade das análises podem ser as mesmas mencionadas
nos Estudos de Estabilidade para a formulação e, nesta fase, são verificadas as possíveis
interações entre o produto e o material de acondicionamento com o qual tem contato direto.
Podem ser observados fenômenos de: absorção, migração, corrosão e outros que
comprometam sua integridade.
Considerando que este tipo de teste é geralmente destrutivo, é necessário definir com
segurança o número de amostras a serem testadas.
Teste de transporte e distribuição - Os estudos de estabilidade têm a finalidade de predizer o
comportamento do produto em todo o sistema logístico, incluindo manuseio e transporte.

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As condições a que os produtos são submetidos durante o transporte podem afetar a
estabilidade das formulações, ocorrendo em alguns casos separação de fases (emulsões),
diminuição da viscosidade de géis ou compactação de suspensões, entre outras. Um fator
agravante desse efeito é a temperatura elevada durante o transporte do produto.
O conjunto formado por produto e embalagem é o primeiro aspecto percebido pelo consumidor.
A embalagem agrega valor ao produto proporcionando proteção e comunicação, além de
manter as características do mesmo.
A manutenção das características do produto em sua embalagem é um aspecto valioso, uma
vez que qualquer problema nesse sentido pode comprometer todo o valor agregado.
Nesse contexto, um programa de teste de transporte deve ser estabelecido para ser aplicado
em dois momentos. No primeiro, para determinar a capacidade da embalagem resistir às
condições de estresse normalmente encontradas no manuseio e no transporte. Essa etapa é
aplicada na fase de desenvolvimento de uma nova embalagem ou de um novo material de
acondicionamento. No segundo momento, o teste é aplicado para avaliar a estabilidade desse
conjunto frente às diferentes condições reais de manuseio, transporte e estocagem.
Avaliação das características do produto
Os parâmetros a serem avaliados nos produtos submetidos a testes de estabilidade devem ser
definidos pelo formulador e dependem das características do produto em estudo e dos
componentes utilizados na formulação.
Avaliação organoléptica - As características organolépticas determinam os parâmetros de
aceitação do produto pelo consumidor. De um modo geral, avaliam-se: aspecto; cor; odor;
sabor; sensação ao tato.
Avaliação físico-química - São importantes para pesquisar alterações na estrutura da
formulação que nem sempre são perceptíveis visualmente. Estas análises podem indicar
problemas de estabilidade entre os ingredientes ou decorrentes do processo de fabricação. As
análises físico-químicas sugeridas são: valor de pH; materiais voláteis; teor de água;
viscosidade; tamanho de partícula; centrifugação; densidade; granulometria; condutividade
elétrica; umidade; teor de ativo, quando for o caso.
Quando necessário, diferentes técnicas analíticas podem ser utilizadas na determinação
quantitativa dos componentes da formulação, entre elas: ensaios via úmida (metodologias
diversas); espectrofotometria no Ultravioleta-Visivel (UV-Vis) e Infravermelho (IV);
cromatografia (camada delgada, gasosa e líquida de alta eficiência); eletroforese capilar, entre
outras.
Os testes citados são sugestões, cabendo ao formulador avaliar sua adequação ao produto
levando em consideração às necessidades e características particulares de cada empresa.
Outros testes não relacionados poderão ser empregados de acordo com as condições
específicas ou interesse do formulador.
Avaliação microbiológica - A avaliação microbiológica permite verificar se a escolha do
sistema conservante é adequada, ou se a ocorrência de interações entre os componentes da
formulação poderá prejudicar-lhe a eficácia.

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Os testes normalmente utilizados são: teste de desafio do sistema conservante (Challenge
Test); contagem microbiana.
Considerações sobre segurança e eficácia do produto e sua estabilidade
A realização dos Estudos de Estabilidade serve como instrumento preditivo de possíveis
desvios na eficácia e na segurança definidas para o produto, durante seu desenvolvimento.
Para monitorar a manutenção dessas características é importante considerar os seguintes
aspectos:
• características e propriedades dos ingredientes;
• mecanismo de degradação dos ingredientes;
• possíveis incompatibilidades;
• riscos envolvidos em cada etapa do processo de fabricação;
• conhecimento dos fatores realmente críticos a cada formulação.
Recomenda-se que os estudos de segurança e eficácia sejam precedidos por estudos de
estabilidade.
O acompanhamento do produto no mercado pode confirmar as informações obtidas
inicialmente ou identificar novas situações que deverão ser investigadas.
Critérios para aprovação de produtos em estabilidade
A interpretação dos dados obtidos durante o Estudo da Estabilidade depende de critérios
estabelecidos, segundo a experiência do formulador. As amostras são avaliadas em
comparação à amostra-padrão e produtos considerados “referência”, submetidos às mesmas
condições do teste. Geralmente definem-se limites de aceitação para os parâmetros avaliados,
e a amostra-padrão deverá permanecer inalterada durante toda a vida útil do produto.
A correspondência entre os dados e sua interpretação deve ser relativa por considerar que, na
prática, os objetivos e as características de cada produto ou categoria são bastante distintos.
Em geral, consideram-se os seguintes critérios:
• aspecto: o produto deve manter-se íntegro durante todo o teste mantendo seu aspecto
inicial em todas as condições, exceto em temperaturas elevadas, freezer ou ciclos em
que pequenas alterações são aceitáveis.
• cor e odor: devem permanecer estáveis por, no mínimo, 15 dias à luz solar.
Pequenas alterações são aceitáveis em temperaturas elevadas.
• viscosidade: os limites de aceitação devem ser definidos pelo formulador
considerando-se a percepção visual e sensorial decorridas de alterações. Deve-se
levar em conta a possibilidade do consumidor também reconhecê-las.
• compatibilidade com o material de acondicionamento: deve-se considerar a integridade
da embalagem e da formulação, avaliando-se o peso, a vedação e a funcionalidade.
Nos casos em que o monitoramento dos teores de ingredientes ativos é necessário, deve-se
levar em consideração os parâmetros de qualidade e performance do produto.
Outros parâmetros podem ser estabelecidos de acordo com o formulador e as especificações
do produto.

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Prazo de validade de produtos cosméticos
No Brasil, a obrigatoriedade da indicação do prazo de validade na embalagem dos produtos
cosméticos, à vista do consumidor, está estabelecida em legislação específica, Resolução
79/00 e suas atualizações e Lei 8.078/90 - Código de Proteção e Defesa do Consumidor.
O prazo de validade - caracterizado como o período de vida útil, durante o qual o produto
mantém suas características originais - antes de ser um requisito legal, é, sobretudo, um
requisito técnico de qualidade, pois um produto instável do ponto de vista físico-químico,
microbiológico ou toxicológico, além da perda de eficácia poderá também causar algum dano e
comprometer a confiabilidade frente ao consumidor.
Devido à natureza particular das formulações dos produtos cosméticos, aceita-se como regra
geral, a impossibilidade da eleição de um ingrediente isolado do restante da formulação. Assim,
torna-se difícil a aplicação da relação entre constante cinética, temperatura e uma correlação
direta dessas variáveis com o prazo de validade estimado. Portanto, o prazo de validade pode
ser estimado por meio dos Estudos de Estabilidade, e sua confirmação deve ser realizada por
meio do Teste de Prateleira.
Relatório de conclusão dos estudos de estabilidade
Ao término dos Estudos de Estabilidade, sugere-se a elaboração de um relatório com as
seguintes informações:
• Identificação do produto
• Material de acondicionamento utilizado no teste
• Condições do estudo (condições de armazenamento das amostras, período de tempo
do teste e periodicidade das avaliações)
• Resultados (poderão ser registrados na forma de tabela relacionando as condições de
armazenamento, tempo e periodicidade das análises)
• Conclusão (avaliar os resultados obtidos, relatar se o produto foi aprovado ou não,
condições em que o teste foi conduzido, e estimar o prazo de validade)
• Assinatura do responsável pelo estudo

CONTROLE DE QUALIDADE DOS COSMÉTICOS


O Controle de Qualidade é o conjunto de atividades destinadas a verificar e assegurar que os
ensaios necessários e relevantes sejam executados e que o material não seja disponibilizado
para uso e venda até que o mesmo cumpra com a qualidade preestabelecida.
O Controle de Qualidade não deve se limitar às operações laboratoriais, mas abranger todas as
decisões relacionadas à qualidade do produto.
É de responsabilidade das empresas fabricantes e importadoras submeter os produtos
cosméticos ao Controle de Qualidade. Para isso, devem disponibilizar recursos para garantir
que todas as atividades a ele relacionadas sejam realizadas adequadamente e por pessoas
devidamente treinadas. O pessoal que realiza as tarefas específicas deve ser qualificado com
base na sua formação, experiência profissional, habilidades pessoais e treinamento.

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É fundamental que esse processo seja permanentemente auditado, de maneira a corrigir
possíveis distorções e garantir a sua melhoria contínua.
São responsabilidades do Controle de Qualidade:
a) Participar da elaboração, atualização e revisão de especificações e métodos analíticos para
matérias-primas, materiais de embalagem, produtos em processo e produtos acabados, bem
como dos procedimentos relacionados à área produtiva que garantam a qualidade dos
produtos.
b) Aprovar ou reprovar matéria-prima, material de embalagem, semi-elaborado, a granel e
produto acabado.
c) Manter registros completos dos ensaios e resultados de cada lote de material analisado, de
forma a emitir um laudo analítico sempre que necessário.
d) Executar todos os ensaios necessários.
e) Participar da investigação das reclamações e devoluções dos produtos acabados.
f) Assegurar a correta identificação dos reagentes e materiais.
g) Investigar os resultados fora de especificação, de acordo com os procedimentos internos
definidos pela instituição e em conformidade com as normas de Boas Práticas de Fabricação.
h) Verificar a manutenção das instalações e dos equipamentos.
i) Certificar-se da execução da qualificação dos equipamentos do laboratório, quando
necessária.
j) Garantir a rastreabilidade de todos os processos realizados.
k) Promover treinamentos iniciais e contínuos do pessoal da área de Controle da Qualidade.
Especificações de controle de qualidade
Especificações são documentos que descrevem atributos de matérias-primas, materiais de
embalagem, produtos a granel, semi-acabados e acabados.
As especificações de Controle de Qualidade são estabelecidas pela empresa atendendo à
regulamentação e às normas vigentes, tais como as Listas Restritiva, de Corantes, de
Conservantes e de Filtros Solares, entre outras, de modo a assegurar a qualidade, a segurança
e a eficácia do produto. Os compêndios, as farmacopéias, os fornecedores de matérias-primas,
as pesquisas e as tendências mercadológicas podem ser considerados como referências.
As especificações devem estar devidamente autorizadas e datadas, e devem ser revisadas
periodicamente, por profissional competente, em relação aos ensaios preestabelecidos para
cada produto.
De modo geral, um documento de especificação pode conter:
a) Identificação do material ou produto.
b) Fórmula ou referência à mesma.
c) Forma cosmética e detalhes da embalagem.
d) Referências utilizadas na amostragem e nos ensaios de controle.
e) Requisitos qualitativos e quantitativos, com os respectivos limites de aceitação.
f) Referências do método de ensaio utilizado.
g) Condições e precauções a serem tomadas no armazenamento, quando for o caso.

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h) Prazo de validade.
i) Data de possíveis reavaliações de controle.
j) Outras informações relevantes para a empresa.
Amostragem
Amostragem é o processo definido de coleta que seja representativa de um todo, de acordo
com um plano definido pelo tipo e pela quantidade de um determinado material ou produto. A
rigor, é uma metodologia estatística sistemática para obter informações sobre alguma
característica de uma população, através do estudo de uma fração representativa (isto é,
amostra) da população. Existem várias técnicas de amostragem que podem ser empregadas
(tais como amostragem aleatória simples, amostragem estratificada, amostragem sistemática,
amostragem seqüencial, amostragem por lotes), sendo a escolha da técnica determinada pelo
propósito da amostragem e pelas condições sob as quais ela deve ser conduzida.
Amostra é a fração representativa de um todo, selecionada de tal modo que possua as
características essenciais do conjunto que ela representa.
As normas ABNT ISO/TR 10017:2005 e ABNT/NBR ISO/IEC 17025 apresentam detalhamento
sobre amostragem.
Ensaios analíticos
Os ensaios analíticos fazem parte do Controle de Qualidade e têm como objetivo verificar a
conformidade dos materiais ou produtos frente às especificações estabelecidas. A execução
desses ensaios deve ser realizada por profissionais qualificados.
A seguir serão descritos alguns ensaios organolépticos e físico-químicos, cujas condições de
análise podem ser adequadas pelo fabricante, considerando a tomada da amostra, o estado
físico, a concentração final, o solvente utilizado e as características específicas de cada método
e equipamento.
Ensaios Organolépticos - são procedimentos utilizados para avaliar as características de um
produto, detectáveis pelos órgãos dos sentidos: aspecto, cor, odor, sabor e tato.
Fornecem parâmetros que permitem avaliar, de imediato, o estado da amostra em estudo por
meio de análises comparativas, com o objetivo de verificar alterações como separação de
fases, precipitação e turvação, possibilitando o reconhecimento primário do produto. Deve-se
utilizar uma amostra de referência (ou padrão) mantida em condições ambientais controladas,
para evitar modificações nas propriedades organolépticas.
Para a execução dos ensaios organolépticos devem ser consideradas a forma física e as
características de cada produto, tais como líquidos voláteis, não voláteis, semi-sólidos e
sólidos.
Ensaios físico-químicos - são operações técnicas que consistem em determinar uma ou mais
características de um produto, processo ou serviço, de acordo com um procedimento
especificado.
Os equipamentos devem ser submetidos à manutenção e à calibração/aferição periódicas, de
acordo com um programa estabelecido pela empresa, de forma a garantir que forneçam

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resultados válidos. A fim de garantir a rastreabilidade dessas ações, todos os documentos e
registros referentes a elas devem ser mantidos nos arquivos da empresa.
Os métodos mais usuais são apresentados a seguir. Determinação de pH, Viscosidade,
Densidade, Materiais voláteis e resíduo seco, teor de água/umidade, granulometria, teste de
centrífuga.
Ensaios Químicos - Determinação Química – Análise Qualitativa e Quantitativa.
A análise química é caracterizada como a aplicação de um processo ou de uma série de
processos para qualificar e/ou quantificar uma substância ou componentes de uma mistura, ou
para determinar a estrutura de compostos químicos.
Avaliação dos Resultados
Os resultados serão considerados satisfatórios quando as amostras apresentarem valor dentro
da especificação estabelecida para o produto. Alguns produtos, em função do risco que podem
apresentar, têm limites estabelecidos por regulamentação específica (RDC 215/05 ou
atualização).
Registros/rastreabilidade
Os registros servem para documentar o sistema da qualidade da empresa, fornecem as
evidências de que os requisitos estão sendo atendidos e constituem a base de controle
essencial para a adequação e melhoria contínua dos processos e sistemas.
Os procedimentos de identificação, preenchimento, organização, armazenamento, acesso,
recuperação e controle dos registros devem ser claramente definidos e corretamente
implementados.
Os registros gerados pelo Controle de Qualidade devem permanecer arquivados e disponíveis
para garantir a rastreabilidade das informações.
Descarte de materiais
Os resíduos químicos apresentam riscos potenciais de acidentes inerentes às suas
propriedades específicas. Devem ser consideradas todas as etapas de sua armazenagem e
descarte, com a finalidade de minimizar não só acidentes decorrentes dos efeitos agressivos
imediatos (inflamabilidade, corrosividade e toxicidade), como os efeitos a longo prazo, tais
como os de teratogênese, carcinogênese e mutagênese.
Para a realização dos procedimentos adequados de descarte é importante a observância do
grau de inflamabilidade, de toxicidade e de compatibilidade entre os resíduos. Com isso, evita-
se o risco de reações indesejadas e danos ao meio ambiente.
Os resíduos, após corretamente identificados, devem ser tratados e armazenados em
recipientes próprios, se necessário, antes do descarte.
Deve ser estabelecido um programa de gerenciamento, tendo como meta a redução da
geração de resíduos. A manutenção da segregação dos resíduos, a substituição de produtos
mais perigosos por outros de menor risco, a aquisição de quantidades corretas de produtos,
além da subcontratação de empresas terceirizadas para o recolhimento e a incineração dos
resíduos ou reciclagem são itens importantes, que devem ser considerados neste programa.

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É importante observar que o descarte de materiais deve atender os regulamentos vigentes nos
âmbitos federal, estadual e municipal.
Liberação de produtos para o mercado
Antes de ser liberado para o mercado, todo lote de produto fabricado deve ser aprovado pelo
Controle de Qualidade, conforme as especificações estabelecidas e mediante processo
claramente definido e documentado. Somente o Controle de Qualidade tem autoridade para
liberar um produto acabado.
Amostras de retenção
Também chamadas de Amostras de Referência Futura, são as amostras do produto acabado
que são retidas em material de embalagem original ou equivalente ao material de embalagem
de comercialização e armazenadas nas condições especificadas, em quantidade suficiente
para permitir que sejam executadas, no mínimo, duas análises completas.
As retenções devem ser de produtos acabados e, quando for o caso, de matérias-primas e
produtos em processo.

REFERÊNCIAS

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de Estabilidade de Produtos Cosméticos / Agência


Nacional de Vigilância Sanitária. -- 1 ed. -- Brasília: ANVISA, 2004.52 p. (Série Qualidade em Cosméticos;
v. 1).

Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia de controle de qualidade de produtos cosméticos.


Uma abordagem sobre os ensaios físicos e químicos. Brasília: EDITORA ANVISA, 2007.127 p.

AMARAL, Lúcia do; JAIGOBIND, Allan George A.; JAISINGH, Sammay. Detergente doméstico. Dossiê
técnico. Instituto de Tecnologia do Paraná. Dezembro, 2007.

BARBOSA, Celeyda Maria Borgatti. Fabricação de Cosméticos e a Legislação Sanitária. Dossiê


técnico. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais /CETEC. Novembro, 2006.

Guia Técnico Ambiental da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Por uma
Produção mais Limpa. CETESB COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL.
ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.

REBELLO, Tereza. Guia de Produtos Cosméticos. 5 ed. São Paulo: Editora SENAC, 2004.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

1. Comente sobre o controle de qualidade na indústria de cosméticos.

2. Quais as matérias-primas fundamentais dos cosméticos e suas finalidades?

3. Comente sobre a estabilidade dos produtos cosméticos.

4. Quais os principais segmentos do setor cosmético e características dessa indústria?

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