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Fundações Superficiais – Capacidade de Carga Escola de Engenharia

Prof. Antônio M. L. Alves Universidade Federal do Rio Grande - FURG

CAPACIDADE DE CARGA À COMPRESSÃO


DE FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS

Elevador de grãos Transcona, Canadá (18/10/1913)

Lado oeste da fundação


afundou 7 metros
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• Tipos de ruptura:

a) Ruptura Geral
Tipo mais comum de ruptura por
cisalhamento; ocorre em areias compactas,
argilas muito PA e argilas NA em condição
não-drenada

b) Ruptura Local
Situação intermediária entre as rupturas geral
e por puncionamento

c) Ruptura por puncionamento


Ocorre em areias muito fofas e argilas NA
muito moles, em condição drenada
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• Tipos de ruptura:

Ruptura Geral

Ruptura Local

Arrasto

Ruptura por
puncionamento
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• Tipos de ruptura:

Densidade relativa DR

Ruptura Vesic (1973)


Ruptura geral
local
Profundidade relativa D/B

Sapatas
circulares

Puncionamento Sapatas
corridas
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• Tipos de ruptura:

Carga

a) Ruptura Geral
Recalque

b) Ruptura Local
c) Ruptura por Puncionamento

Carga
Recalque

Tensão desviadora máxima Tensão desviadora


máxima

Tensão

Tensão desviadora
residual
Carga
Recalque

Ruptura dútil Ruptura frágil

Deformação axial (%)


Deformação axial (%)
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• Extensão da superfície de ruptura:

8,5B
6,3B
4,8B
2,5B
1,5B
B

f = 0
0,7B
1,0B

f = 35
1,6B

f = 15 f = 30
1,9B
2,3B

f = 40
D

 Na prática:

- D ≈ B em areia fofa e argila


- D ≈ 1,5B em areia med. compacta
- D ≈ 2B em areia compacta
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• Teoria de Terzaghi:

 Resistência ao cisalhamento do solo representada pelo critério de Mohr-Coulomb;

 Peso específico g constante abaixo do nível da sapata;

 Solo com comportamento elasto-plástico perfeito, homogêneo e isotrópico;

 Estado plano de deformação (sapata corrida);

 Solo incompressível (ruptura do tipo geral);

 Carga vertical centrada, terreno horizontal, sapata horizontal.

q = g · Df B g 45  f / 2 e
Df

a  f d
I III
D
II
b c
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• Teoria de Terzaghi:

Zona ativa de Rankine Zona passiva de Rankine

Zona de Prandtl

 Adaptação dos resultados de PRANDTL (1920) para metais.


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• Contribuições de Brinch Hansen e Vesic:

 B’  largura efetiva da sapata

 S  fatores de correção
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a) Efeito da excentricidade da carga vertical aplicada na sapata:

 Tratamento simplificado de Meyerhof (1953): a excentricidade da carga vertical


(distância do ponto de aplicação da resultante de carga em relação ao centro geométrico
da sapata) é levada em conta através da adoção de uma área efetiva (área onde as
tensões de compressão são mais intensas), de tal forma que a carga aplicada fique
localizada no centro geométrico da área efetiva:

Carga vertical

L’
eL
B’ = B – 2 ∙ eB
L
eB L’ = L – 2 ∙ eL
Sapata

B’
B

 NBR 6122 (item 7.6.2): No dimensionamento da fundação superficial, a área comprimida deve ser de
no mínimo 2/3 da área total, se consideradas as solicitações características, ou 50 % da área total, se
consideradas as solicitações de cálculo. Deve-se assegurar, ainda, que a tensão máxima de borda
satisfaça os requisitos de segurança.

 Momentos aplicados sobre a sapata devem ser substituídos por excentricidades na carga vertical.
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b) Fatores de correção para a forma da sapata:

 A teoria original de Terzaghi foi formulada a partir da hipótese de que a sapata é


contínua (L’  ). Hansen e Vesic propuseram fatores de correção para abranger
diferentes relações entre L’ e B’.

 HANSEN (1970):  VESIC (1975):

 
B' Nq B '
S c  1  0,2  tan f  '
6
Sc  1  
L Nc L'

S 1 B'
S q  Sc  c S q  1  '  tan f
Nq L

3  Sc B'
Sg  S g  1  0,4  '
2 L
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c) Fatores de correção para a profundidade da sapata:

 A teoria original de Terzaghi desconsiderou a resistência ao cisalhamento do solo acima


da base da fundação. Hansen e Vesic propuseram fatores de correção para levar em
conta este efeito.

 HANSEN (1970):  VESIC (1975):

0,35
Scd  1  Scd  1  0,35 
Df
B' 0,6 B'

Df 1  7  tan 4 f

S 1 Sqd  Scd
S qd  Scd  cd
Nq
Sqd  1 (para f = 0)
Sqd  1 (para f = 0)

Sqd  Scd (para f >25) S gd  1

S gd  1
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d) Fatores de correção para a inclinação do carregamento:

 Se a carga aplicada não for vertical, mas sim inclinada, e chamando de P a componente
vertical e H a componente horizontal da carga inclinada F, Hansen e Vesic propuseram
os seguintes fatores de correção:

P F

 HANSEN (1970):
H
Df
CORTE

V q
L’ eL
L
eB

PLANTA

B’
B

 q – ângulo que a componente horizontal (H) da carga inclinada faz com a direção L, no
plano da sapata.
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 VESIC (1975):

m  mL  cos2 q  mB  sen2q

L' B'
2 ' 2 '
mL  B mB  L
L' B'
1 ' 1 '
(para f = 0) B L
mL  1,0
L
mB  2,0

 Sapatas corridas: considerar L = 1 no cálculo de Sci, Sqi e Sgi.

 Segurança contra o deslizamento:

cb – aderência entre sapata e solo


fb – ângulo de atrito entre sapata e solo ( )
gm – coeficiente de ponderação da resistência =1,4 (NBR 6122, item 6.2.1.1.2)
gf – coeficiente de ponderação da solicitação =1,4 (NBR 6122, item 6.2.1.1.2)
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e) Fatores de correção para a inclinação da base da sapata:

 Existem situações nas quais pode ser interessante inclinar a base da sapata, para
absorver esforços horizontais:
 VESIC (1975):
F
Sqb  (1    tan f)2

1  Sqb
Scb  Sqb 
Nc  tan f


2
S cb  1  (para f = 0)
2

S gb  Sqb

 Os valores de  que aparecem fora de funções trigonométricas devem ser tomados em


radianos.
 O ângulo  deve ser menor ou igual a 45.
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f) Fatores de correção para a inclinação da superfície do terreno:

 VESIC (1975):
P

 Sqg  (1  tan )2

1  S qg
Scg  S qg 
Nc  tan f

2
S cg  1  (para f = 0)
2

S gg  Sqg

 Os valores de  que aparecem fora de funções trigonométricas devem ser tomados em


radianos.
 Quando  for maior do que f/2, deve-se proceder a uma análise de estabilidade de
taludes, considerando a ação adicional do carregamento aplicado à fundação
(MEYERHOF, 1957).
 Convém lembrar que, no caso de terreno inclinado, as tensões verticais geostáticas a
uma profundidade z são calculadas como:  v  g  z  cos 
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g) Fatores de correção para a compressibilidade do solo:

 Terzaghi, em sua teoria de capacidade de carga, admitiu por hipótese que o solo é
incompressível, sendo portanto a ruptura do tipo generalizada. Porém, se o solo apresentar
alguma compressibilidade, a ruptura tenderá a ser local, e a solução de Terzaghi não será
mais representativa da realidade.

 VESIC (1975):

(para f = 0)

 Ir  índice de rigidez do solo, relação entre o módulo de elasticidade transversal G e a


resistência ao cisalhamento t do solo:
 E  módulo de elasticidade longitudinal
  coeficiente de Poisson do solo.
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 Para estimativa de Ir, os valores de G e t a serem considerados devem ser valores médios,
representativos das propriedades elásticas e de resistência da massa de solo submetida ao
processo de deslizamento (ruptura).

 Vesic sugere que, para efeito de cálculo de ’v, se tome o ponto central entre a base da
sapata e a parte mais profunda da superfície de ruptura:

zw B’
Df

D/2 G, c, f ,  v'
D
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 Antes de se calcular os fatores Scr, Sqr e Sgr, deve-se verificar se o solo é compressível ou
pode ser considerado incompressível. Para isso, deve-se determinar o índice de rigidez
crítico:

 Se Ir >Ir,crit, o solo pode ser considerado incompressível, e os fatores Scr, Sqr e Sgr serão
iguais à unidade.
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 Influência da água:

 A presença de água altera o peso específico do solo. No caso de condição drenada, de


acordo com a profundidade do nível d´água em relação ao nível do terreno, o peso
específico g a ser considerado será:
zw B’
Df

f
f f
D
D

f
D

 Quanto à sobrecarga q, ela será igual à tensão vertical total (em condição não-drenada)
ou igual à tensão vertical efetiva (em condição drenada), calculada na profundidade Df.
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• Sapatas sobre solo heterogêneo (estratificado):

q
Df

B’

H
c1, f1, g1

c2, f2 , g2
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− Camada de maior resistência sobre camada de menor resistência


(MEYERHOF e HANNA, 1978):

Solo mais resistente


 2ca H  2
2D f  K s tan f1 
qu  qb     g 1 H 1     g 1 H  qt
 B   H  B 

 qt  capacidade de carga da sapata


Solo menos resistente
(incluindo fatores de correção), assentada
à profundidade Df e calculada com os
parâmetros da camada 1.

 qb  capacidade de carga da sapata


(incluindo fatores de correção), assentada
à profundidade Df+H e calculada com os
Solo mais resistente parâmetros da camada 2.

 Ks  coeficiente de empuxo na punção.

Solo menos resistente


 ca  aderência da superfície de punção.
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− Camada de maior resistência sobre camada de menor resistência


(MEYERHOF e HANNA, 1978):

1
q1  c1 N c (1)  g 1 BN g (1)
2
1
q2  c2 N c ( 2)  g 2 BN g ( 2)
2
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− Camada de menor resistência sobre camada de maior resistência:

 Caso I → H/D < 1:


Solo menos resistente

 Caso II → H/D ≥ 1:
Solo mais resistente

Caso I

Solo mais resistente


Caso II
 Admitir nos cálculos:

- D = B em areia fofa e argila


- D = 1,5B em areia med. compacta
- D = 2B em areia compacta
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• Sapatas em encostas e taludes:

− Meyerhof (1957):

P
B
SOLO NÃO COESIVO H b
SOLO COESIVO
Df
600 7
500
400 Df/B=0
D/B=0 Df/B=0
D/B=0
300 D/B=1
D D/B=1
D f/B=1
f/B=1 6
200 Ne=c/(gH)

100 5

50
4

Ncq
Ngq

25
3
10
2
5

1
2

1
0o 10o 20o 30o 40o 50o 0o 20o 40o 60o 80o
Ângulo do talude, b Ângulo do talude, b
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P
b B
b Df

SOLO NÃO COESIVO SOLO COESIVO


600 8
500
400 f= 40o 1/Ne = 0
300 b = 0o b = 0o
7
200
b = 0o
f = 40o 6
100
b = 0o 0o 1/Ne = 0
50 5

Ncq
f= 30o
Ng q

25 b = 0o 4
0o 1/Ne = 2
f = 30o 3
10

5 2
Df/B=0
D/B=0 0o 1/Ne = 4
D/B=1
D f/B=1
D/B=0
D f/B=0
2 1 D/B=1
D f/B=1
Ne=c/(gH)
1 0
0 1 2 3 4 5 6 0 1 2 3 4 5 6
Razão de distância b/B Razão de distância b/B
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• Fórmulas semiempíricas baseadas em sondagens de simples


reconhecimento (SPT):

 Solos não coesivos (MEYERHOF, 1956): Condição drenada  c = 0

 Hipóteses 

 Para lençol freático abaixo da profundidade (Df+B), g = gnat. Admitindo gnat = 18,0 kN/m3, vem:

 Unidade de qu  kN/m2. Os valores de Df e B devem ser tomados em metros. é a média dos


valores de NSPT em uma espessura D = 1,5B abaixo do nível da fundação.
 Para lençol freático na superfície do terreno, g = gsub. Admitindo, simplificadamente, que gsub seja
igual à metade de gnat, os valores de qu devem ser divididos por 2 quando ocorrer presença de
água no solo.
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 Solos coesivos: Condição não drenada  Nc = 5,14; Nq = 1,00; Ng = 0,00

SOWERS (1979)
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– TEIXEIRA & GODOY (1999):


 Qualquer solo natural tendo 5   20 :

― Unidade de qadm  kN/m2.

― Não pode haver camadas em profundidade com resistência inferior à camada de apoio da
sapata.
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• Fatores de segurança de fundações superficiais (NBR 6122):

a) Fatores de segurança na compressão (item 6.2.1.1.1):

Métodos para determinação da Coeficiente de ponderação da


Fator de segurança global FSg
resistência última resistência última gm c
Semiempíricos a Valores propostos no próprio Valores propostos no próprio
método, e no mínimo 2,15 método, e no mínimo 3,00
Analíticos b 2,15 3,00
Semiempíricos a ou analíticos b,
acrescidos de duas ou mais
provas de carga, necessariamente 1,40 2,00
executadas na fase de projeto,
conforme 7.3.1.
a Atendendo ao domínio de validade para o terreno local.
b Sem aplicação de coeficientes de ponderação aos parâmetros de resistência do terreno.

c Em todas as situações de g , g = 1,4 (majoração) para o esforço atuante, se disponível apenas o seu valor
m f
característico; se já fornecido o valor de cálculo, nenhum coeficiente de ponderação deve ser aplicado a
ele.
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• Algumas indicações da norma NBR 6122:

 Cargas centradas: a área da fundação solicitada por cargas centradas deve ser tal que as
tensões transmitidas ao terreno, admitidas uniformemente distribuídas, sejam menores ou iguais
à tensão admissível ou tensão resistente de projeto do solo de apoio.

 Cargas excêntricas: No dimensionamento da fundação superficial, a área comprimida deve ser


de no mínimo 2/3 da área total, se consideradas as solicitações características, ou 50 % da área
total, se consideradas as solicitações de cálculo. Deve-se assegurar, ainda, que a tensão
máxima de borda seja menor ou igual à tensão admissível ou tensão resistente de projeto do
solo de apoio.

 Cargas horizontais: Para equilibrar a força horizontal que atua sobre uma fundação em sapata
ou bloco, pode-se contar, além da resistência ao cisalhamento no contato solo-fundação, com o
empuxo passivo, desde que se assegure que o solo não possa ser removido durante a vida útil
projetada da construção. O valor calculado do empuxo passivo deve ser reduzido por um
coeficiente de no mínimo 2,0, visando limitar deformações.

 Dimensão mínima: Em planta, as sapatas isoladas ou os blocos não devem ter dimensões
inferiores a 60 cm.

 Profundidade mínima: Nas divisas com terrenos vizinhos, salvo quando a fundação for assente
sobre rocha, a profundidade de apoio não pode ser inferior a 1,5 m. Em casos de obras cujas
sapatas ou blocos tenham, em sua maioria, dimensões inferiores a 1,0 m, essa profundidade
mínima pode ser reduzida. A cota de apoio de uma fundação deve ser tal que assegure que a
capacidade de suporte do solo de apoio não seja influenciada pelas variações sazonais de clima
ou por alterações de umidade.
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• Indicações da norma brasileira NBR 6122:

 Lastro: Todas as partes da fundação superficial em contato com o solo (sapatas, vigas de
equilíbrio, etc.) devem ser concretadas sobre um lastro de concreto não-estrutural com no
mínimo 5 cm de espessura, a ser lançado sobre toda a superfície de contato solo-fundação.
No caso de rocha, esse lastro deve servir para regularização da superfície e , portanto, pode ter
espessura variável, no entanto observado um mínimo de 5,0 cm.

 Fundações em cotas diferentes: A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada
em primeiro lugar, a não ser que se tomem cuidados especiais, durante o processo executivo,
contra desmoronamentos. Além disso, a reta de maior declive que passa pelos bordos de
fundações próximas deve fazer, com a vertical, um ângulo :

• Solos pouco resistentes:   60


• Solos resistentes:  = 45
• Rochas:  = 30


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 BIBLIOGRAFIA:

 ABNT NBR 6122, Projeto e Execução de Fundações, 2019.

 CINTRA, J.C.A., AOKI, N., ALBIERO, J.H., Fundações Diretas – Projeto


Geotécnico, Oficina de Textos, 2011.

 VELLOSO, D.A., LOPES, F.R., Fundações, Vol.1, Oficina de Textos, 2004.

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