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JURISPRUDÊNCIA TRE-BA

Em contrarrazões, o Parquet zonal reitera o aduzido em suas


alegações finais e salienta que as assertivas lançadas pelos recorrentes
não encontram respaldo no lastro probatório.
Assegura que restou inconteste nos fólios a prática da conduta
vedada e do abuso do poder político e de autoridade e, portanto, é justa a
aplicação da pena da inelegibilidade.
Ao final, pugna pelo improvimento do recurso.
Instado a se manifestar, o Procurador Regional Eleitoral opinou
pelo não provimento do recurso.
É o relatório.

VOTO

PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA.


Os recorrentes evocam sua ilegitimidade para figurar no polo
passivo da demanda ao argumento de que, no toca à OSCIP (organização
da sociedade civil de interesse público) CECOSAP – Centro Comunitário
Social Alto Paraíso, as contratações e dispensas de servidores, que se de-
ram através do respectivo Termo de Parceria nº 001/2012, de 27.01.2012, 671
não tiveram qualquer ingerência da administração municipal.
Ocorre que a CECOSAP é um ente meramente executor dos pro-
gramas de responsabilidade do poder público municipal, segundo se extrai
dos contratos de parcerias colacionados às fls. 90/114 dos autos.
Assim, conforme prova acostada ao caderno processual, a maioria
das pessoas contratadas pela CECOSAP já integrava o quadro de servidores
temporários da Prefeitura Municipal de Senhor do Bonfim, tendo sido seus
contratos, apenas, repassados para a referida OSCIP.
Ademais, o TCM-BA reconheceu a ilegalidade do citado termo de
parceria, consoante Parecer nº 784/2011, de fls. 115/125.
Desta forma, é inconteste que a gerência dos serviços e dos
respectivos contratados é de responsabilidade da Administração Pública
Municipal de Senhor do Bonfim.
Ante o exposto, voto pelo não acolhimento da preliminar suscitada.

MÉRITO.
Bem examinados os fólios e o painel probatório neles existente,
concluo que a decisão de primeiro grau deve ser parcialmente mantida.

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A magistrada zonal entendeu caracterizada a prática da conduta


vedada pelo artigo 73, inciso V da Lei nº 9.504/97, que estatui:

Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou


não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de
oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
(...)
V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir
sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por ou-
tros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda,
ex officio, remover, transferir ou exonerar servidor público, na
circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até
a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito,
ressalvados:
(...) (grifos nossos)

De igual modo, concluiu pela ocorrência do abuso do poder po-


lítico e de autoridade, em afronta ao disposto no caput do art. 22 da Lei
Completar nº 64/90:

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Mi-


nistério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral,
672 diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos
e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura
de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou
abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou uti-
lização indevida de veículos ou meios de comunicação social,
em benefício de candidato ou de partido político, obedecido
o seguinte rito:
(...) (grifos nossos)

Com efeito, o objeto desta demanda versa sobre a ilicitude das


rescisões contratuais antecipadas e sem justa causa de funcionários pú-
blicos do Município de Senhor do Bonfim, realizadas no período eleitoral,
vedado pela legislação de regência, bem como no exercício de coação em
relação aos mencionados servidores, configurando abuso de poder político
e de autoridade.
Pois bem, alguns dos servidores públicos contratados tempora-
riamente pela CECOSAP já integravam o quadro funcional do Município
de Senhor do Bonfim, conforme demonstra o acervo probatório. Infere-se
ainda, que as dispensas dos funcionários ocorreram sem justa causa e por
razões políticas. Vejamos:

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Josineide de Andrade Souza, digitadora, lotada na Secretaria de


Saúde, foi ouvida em juízo, confirmando o que afirmou perante o Ministério
Público (fl. 53):

(...) de minha parte eu fui muito pressionada; que era contratada


pelo município desde 2009, quando o prefeito era Paulo Ma-
chado; que o prazo vencia em janeiro de 2013 e fui exonerada
em 09 de outubro, após as eleições; (...) que era cobrada para
ir para as caminhadas, diziam que a gente trabalhava para ele;
que ele botou a gente lá e a gente tinha que ir para as caminha-
das, tinha que apoiar ele; quem dizia isso era Camila (indicando
a representada presente); que Camila dava o recado, a gente ia
na sala dela e ela falava com a gente, “que sabia quem votava
nele e assim que acabasse as políticas sabia o que fazer com
quem não votasse”; que meus colegas de meu setor também
sofreram pressão; que trabalhava na ação social; que os outros
colegas eram Lucidalva, Cleiton, Lucimar;

Marta Souza Maia Miranda, assistente social lotada na Secretaria


de Saúde, foi ouvida em juízo, confirmando o que afirmou perante o Minis-
tério Público (fl. 86):

(...) que desde o início de janeiro de 2001 a declarante 673


passou a fazer parte do quadro de servidores do Municí-
pio de Senhor do Bonfim, através de contrato, prestando
serviços na função de Assistente Social, na Secretaria de
Saúde deste município, trabalhando de 08:00 às 14:00, de
segunda a sexta feira; que, depois de assumir o cargo de
Coordenadora da Vigilância Epidemiológica passo a trabalhar
durante quarenta horas semanais; que desde o mês de no-
vembro do ano de 2010 o contrato de trabalho da decla-
rante passou a ser celebrado com o Centro Comunitário
Social Alto Paraíso – CECOSAP, quando voltou a trabalhar
somente trinta horas semanais; que somente no dia de hoje
tomou o conhecimento de sua demissão através de amigos
que viram a relação com os nomes dos demitidos no site oficial
do município; (...) que acredita que sua demissão deve-se à
perseguição política, já que a declarante não participava
das “caminhadas” do atual prefeito e recebia mensagens
via celular da CECOSAP, convidando-a para as caminhadas
e encontros do grupo de atual gestor.
...tinha treze anos de Prefeitura... era contatada e foi demi-
tida sem comunicação, soube do nome na lista...; o contrato
começou em 2001 e quando veio a CECOSAP passou para
esta, que era lotada na Secretaria de Saúde; que na questão

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eleitoral não foi perseguida; ...que em nenhum momento foi


comunicado o motivo de sua saída; que não lhe disseram
se o motivo foi corte de gasto;... (grifos nossos).

Carla Mônica da Silva, atendente de regulação médica lotada no


Serviço de Atendimento Emergencial – SAMU, na função TARM – atendente
de regulação médica, embora não tenha prestado depoimento em juízo, de
igual modo declarou perante o Ministério Público (fl. 31):

(...) que a declarante presta serviço à Prefeitura desde o


ano de 2001, na função de gerente (cargo comissionado);
que desde o mês de julho de 2011 a declarante presta
serviço ao município, através de contrato firmado com a
CECOSAP; que está lotada no serviço de serviço de atendi-
mento emergencial – SAMU, na função TARM (Atendente de
Regulação Médica); que o contrato firmado é renovado a
cada 6 meses; que o último contrato foi renovado em junho
de 2012 e com validade até dezembro de 2012; que no dia
de ontem, 15 de outubro, foi informada pela Coordenadora
da SAMU, Sra. Agnete, de que a declarante não mais faria
parte do rol de servidores daquele órgão; que Agnete falou
que o nome da declarante não estava na lista de demissões,
porém o Sr. Oldonísio Machado, Secretário de finanças do
674 município, incluiu o nome da mesma na lista dizendo o
seguinte: “Não quero que ele fique no município nem no
comissionado, nem como contrato. É uma briga pessoal
minha’ que do cargo comissionado a declarante já havia sido
exonerada no dia 08; que sabe que as demissões ocorri-
das se devem ao fato das pessoas afetadas não estarem
participando de atos políticos do então candidato Paulo
Machado; que era avisada todos os dias de que quem
não o acompanhasse nos atos políticos seria demitido;
que esse aviso era repassado pela Chefe de gabinete do
Prefeito..., (grifos nossos).

De igual sorte, é o que se infere da declaração do sr. José Nilton


Vitor Gama, extraída da mídia de fl. 291 e transcrita nas alegações finais
do Ministério Público zonal à fl. 307:
por conta desavenças políticas entre Paulo Machado e o
Elson o depoente foi dispensado, fato que foi assumido
pelo próprio Paulo machado quando indagou sobre a sua
dispensa; acrescenta que foi dispensado entes de findar o
prazo do contrato e que tal fato ocorreu com outras quatro
pessoas..., (grifos nossos).

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Também os servidores Andeilze da Conceição Vieira, Carla Mônica


da Silva, Gilmar Silva Neto, Irani Santos Terra Nova, Jociano Estevam da
Silva, Cleiton de Carvalho Nascimento, Lucidalva Barbosa, Lucimar Cer-
queira, Marcos Amorim dos Santos, Valdirene Vanda de Souza e Mariana de
Andrade Tudela, contratados da Prefeitura Municipal, que posteriormente,
em 2012, firmaram contrato com a CECOSAP, foram dispensados sem
justa causa em período vedado, conforme se extrai dos documentos de
fls. 21/30, 31/32, 33/35, 36/37, 38/39, 42/47, 57/60, 61/66, 67/71, 72/75 e
84/85, respectivamente.
Vale reiterar que o termo de parceria firmado entre a CECOSAP
– Centro Comunitário Social Alto Paraíso e o Município de Senhor do Bon-
fim foi julgado ilegal pelo TCM-BA, conforme Parecer nº 784/2011, de fls.
115/125, sob o fundamento de “que há de indicações de contratação de
pessoal sem concurso público e em inobservância a preceitos da Lei nº
8.666/93, com a realizações de despesas não precedidas de procedimento
licitatório, inclusive dispensa ou inexigibilidade.”
Como bem pontuou o Parquet zonal, à fl. 306, “...O malfadado
‘contrato de parceria’ nada mais foi que uma manobra do município para
burlar a exigência do concurso público”.
Resta patente que a CECOSAP é um simples ente executor dos
programas de responsabilidade do Poder Público municipal, tendo fun- 675
cionado como mero instrumento de representação municipal do período,
utilizado para encobrir o vínculo real dos servidores públicos municipais.
Reafirmo, ainda, que conforme prova juntada aos autos, a maioria
das pessoas contratadas pela CECOSAP já integrava o quadro de servidores
temporários da Prefeitura Municipal de Senhor do Bonfim, tendo sido seus
contratos, apenas, repassados para a referida OSCIP.
Assim, a prova colacionada não deixa dúvidas acerca do vínculo
contratual dos servidores com a Prefeitura Municipal de Senhor do Bonfim,
gerida pelo primeiro recorrente e prefeito à época, Paulo Batista Machado.
Ademais, declarações das pessoas acima elencadas demonstram
que as dispensas foram efetivadas com abuso do poder político e de autori-
dade, fundamentadas no fato destes servidores não apoiarem a candidatura
do prefeito municipal e candidato à reeleição, Paulo Batista Machado.
Nesses termos, a demissão dos servidores em período vedado
caracteriza o abuso de poder político, configurando irregularidade que jus-
tifica a cassação dos mandatos do candidato à reeleição.
A alegação de que o Município de Senhor do Bonfim estava com in-
suficiência financeira para arcar com a remuneração dos servidores não pode

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ser acatada, pois não configura hipótese enumerada no art. 73, inciso V da Lei
nº 9.504/97 e não foi a causa determinante, mas a influência do poder
político de forma indevida.
É o que se extrai da declaração prestada pela srª. Andelize da
Conceição perante o Ministério Público (fl. 21):

(...) que a alegação para demissão por corte de despesas não


procede, pelo fato de os plantões terem sido remanejados
para outros enfermeiro e serão pagos da mesma forma, bem
como foram admitidos nos últimos dias outros funcionários, a
exemplo de um socorrista; (...).

Impende ainda destacar a responsabilidade da segunda repre-


sentada, Camila Maria Libório Machado, Secretária de Assistência Social
do Município de Senhor do Bonfim.
Ora, a referida Secretária de Ação Social, conforme depoimentos
colhidos das testemunhas exerceu grande pressão e coação sobre seus
subordinados, para que votassem no seu pai e prefeito, Paulo Batista
Machado, primeiro representado, bem como os obrigando a participarem
ativamente da sua campanha eleitoral, sob pena de serem despedidos.
Portanto, penso que deve ser mantida a declaração de inelegibilidade da
676 segunda recorrente.
De igual modo, em que pese os recorrentes sustentarem ser
necessário que as condutas ilícitas tenham potencialidade de influenciar
no resultado do pleito, vale ressaltar que procedente a representação com
fulcro no abuso do poder de autoridade, deve ser mantida a declaração de
inelegibilidade dos representados, independentemente da potencialidade
do fato para alterar o resultado da eleição, mas considerando-se apenas a
gravidade das circunstâncias que o caracterizam.
Neste sentido é a regra dos incisos XIV e XVI do art. 22 da Lei
Complementar nº 64/90:

Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou


Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça
Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional,
relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias
e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso in-
devido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder
de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios
de comunicação social, em benefício de candidato ou de
partido político, obedecido o seguinte rito:
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XIV – julgada procedente a representação, ainda que


após a proclamação dos eleitos, o Tribunal declarará a
inelegibilidade do representado e de quantos hajam con-
tribuído para a prática do ato, cominando-lhes sanção de
inelegibilidade para as eleições a se realizarem nos 8 (oito)
anos subsequentes à eleição em que se verificou, além
da cassação do registro ou diploma do candidato diretamente
beneficiado pela interferência do poder econômico ou pelo
desvio ou abuso do poder de autoridade ou dos meios de
comunicação, determinando a remessa dos autos ao Ministé-
rio Público Eleitoral, para instauração de processo disciplinar,
se for o caso, e de ação penal, ordenando quaisquer outras
providências que a espécie comportar;
XVI – para a configuração do ato abusivo, não será con-
siderada a potencialidade de o fato alterar o resultado da
eleição, mas apenas a gravidade das circunstâncias que
o caracterizam. (grifos nossos).

Sendo este o entendimento do TSE, conforme se infere dos se-


guintes julgados:
ELEIÇÕES 2014. CONDUTA VEDADA. ART. 73, VI, “B”. LEI
DAS ELEIÇÕES. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. DI-
VULGAÇÃO DE VÍDEOS DE PROPAGANDA NA INTERNET.
PERÍODO CRÍTICO ELEITORAL. USO DE LOGOMARCA 677
DO GOVERNO FEDERAL. PUBLICIDADE INSTITUCIONAL.
(...)
MÉRITO
(...).
11. “A conduta vedada prevista no art. 73, VII, “b”, da Lei
9.504/1997 independe de potencialidade lesiva apta a influen-
ciar o resultado do pleito, bastando a sua mera prática para
atrair as sanções legais” (REspe 44786, Rel. Min. João Otávio
de Noronha, julgamento em 4.9.2014).
(...)
CONCLUSÕES
Representação: a) extinta sem resolução do mérito em relação
aos Representados Dilma Rousseff, Michel Temer e Thomas
Timothy Traumann, por ilegitimidade passiva; b) procedente em
parte, para, confirmando a liminar em maior extensão, deter-
minar que o Presidente do Banco do Brasil efetive não apenas
a retirada da logomarca do Governo Federal dos vídeos, mas
também imponha a obrigação de suspender definitivamente as
veiculações por qualquer forma; e, c) improcedente em relação
ao pedido de aplicação de multa em relação ao Presidente do
Banco do Brasil.
(RP - Representação nº 81770 - Brasília/DF. Relator(a) Min.

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Antonio Herman de Vasconcellos e Benjamin. Acórdão de


01/10/2014, Publicado no Diário da Justiça Eletrônico de
23/10/2014, Tomo 200, Páginas 16-17). (grifos nossos).

AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL ELEITORAL.


ELEIÇÕES 2012. REPRESENTAÇÃO. CONDUTA VEDADA.
PROPAGANDA INSTITUCIONAL. AUSÊNCIA DO REQUISITO
DA POTENCIALIDADE. INOVAÇÃO DE TESE. IMPOSSIBILI-
DADE. DESPROVIMENTO.
1. É incabível a inovação de tese na via do agravo regimental.
Precedentes.
2. Nos três meses que antecedem o pleito, impõe-se a total
vedação à publicidade institucional, independentemente de
haver em seu conteúdo caráter informativo, educativo ou de
orientação social (art. 37, § 1º, da CF/88), ressalvadas as
exceções previstas em lei.
3. A conduta vedada prevista no art. 73, VII, b, da Lei 9.504/97
independe de potencialidade lesiva apta a influenciar o re-
sultado do pleito, bastando a sua mera prática para atrair as
sanções legais.
4. Agravo regimental não provido.
(AgR-REspe - Agravo Regimental em Recurso Especial Elei-
toral nº 44786 - Valparaíso/SP. Relator(a) Min. João Otávio
678 de Noronha. Acórdão de 04/09/2014, Publicado no Diário da
Justiça Eletrônico de 23/9/2014, Tomo 178, Páginas 45/46).
(grifos nossos).

Portanto, não houve o apontado equívoco na decisão objurga-


da quanto à declaração de inelegibilidade dos recorrentes pelo prazo de
8 (oito) anos.
Ante o exposto, com fulcro nas razões retro delineadas, voto pelo
não provimento do recurso.
É como voto.

Sala das Sessões do TRE da Bahia, em 22 de janeiro de 2015.

João de Melo Cruz Filho


Juiz Relator

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