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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA

MAYARA C. S. DA SILVA
AMANDA ALVES NUNES
MARIA EDUARDA A. VINHANDELLI
HIASMYN CAROLINE MORAIS SANTOS
THALITA CUMI SOARES MOTA

FARMACÊUTICO E SUAS PRÁTICAS NO ÂMBITO HOSPITALAR

GOIÂNIA
2019
MAYARA C. S. DA SILVA- “N4654B4”
AMANDA ALVES NUNES- “F065375”
MARIA EDUARDA A. VINHANDELLI- “F056090”
HIASMYN CAROLINE MORAIS SANTOS- “F061HE5”
THALITA CUMI SOARES MOTA- “F0975A5”

FARMACÊUTICO E SUAS PRÁTICAS NO ÂMBITO HOSPITALAR

Projeto de pesquisa apresentado ao curso


de graduação em farmácia da Universidade
Paulista- UNIP como requesito para
obtenção de nota APS.

Professora: Núbia C. B. Godoi de Carvalho

GOIÂNIA
2019
RESUMO
A farmácia hospitalar tem um histórico bastante antigo, com surgimento anterior a
indústria, tendo início em meados do século X, na Idade Média. Onde o
farmacêutico, juntamente com médicos, manipulava e receitava medicamentos. Com
a revolução industrial, por um tempo, o farmacêutico foi deixado de lado, mas isso
mudou após a necessidade da população em ter informação sobre os medicamentos
utilizados, coisa que a indústria por si só não conseguia fazer. Assim, o farmacêutico
hospitalar volta com tudo através da assistência farmacêutica onde promove o uso
racional de medicamentos, a proteção e recuperação da saúde. Além dessa função,
a farmácia hospitalar exerce como objetivo as demandas de medicamentos
direcionadas aos pacientes hospitalizados, efetuando a aquisição, armazenamento e
dispensação de medicamentos e correlatos; manipulando fórmulas magistrais,
seguindo sempre a farmacovigilância e o segmento farmacoterapêutico, também
executando questões técnicas e administrativas. Devido à grande teoria aplicada
acerca do assunto levanta-se a dúvida sobre o desempenho de todas as atividades
relacionadas no momento da execução. Sendo assim, esse trabalho objetiva
desvendar a prática versus a teoria, buscando profissionais da área para responder
algumas perguntas elaboradas pelo grupo a fim de esclarecer certos pontos sobre a
profissão mediantes aos conhecimentos e dúvidas adquiridas através da leitura de
artigos, livros, sites acadêmicos, etc. Levando-se em consideração que a atuação na
área pode variar devido a estrutura oferecida pelo hospital, podendo beneficiar ou
prejudicar as atividades que devem ser exercidas pelo farmacêutico, ademais,
questões como disponibilidade, tempo, entre outros. Todos os dados adquiridos
através da pesquisa de campo serão anexados ao final deste trabalho contendo
todas as informações adquiridas juntamente com o farmacêutico hospitalar
entrevistado.
Palavras- chave: Farmácia hospitalar, Farmacêutico, Atribuições, Histórico da
farmácia.
ABSTRACT
The hospital pharmacy has a very old history, with previous emergence of the
industry, beginning in the mid-10th century in the Middle Ages. Where the
pharmacist, along with doctors, manipulated and prescribed medications. With the
industrial revolution, for a while, the pharmacist was left out, but this changed after
the population's need to have information about the drugs used, which the industry
alone could not do. Thus, the hospital pharmacist returns with everything through
pharmaceutical care where it promotes the rational use of medicines, protection and
recovery of health. In addition to this function, the hospital pharmacy exercises as
objective the demands of drugs directed to hospitalized patients, performing the
acquisition, storage and dispensation of medications; manipulating masterful
formulas, always following pharmacovigilance and pharmacotherapeutic segment,
also executing technical and administrative issues. Due to the great theory applied
on the subject, the doubt arises about the performance of all related activities at the
time of execution. Thus, this work aims to unravel the practice versus theory, seeking
professionals from the area to answer some questions elaborated by the group in
order to clarify certain points about the profession through the knowledge and doubts
acquired by reading articles, books, academic websites, etc. Taking into account that
the performance in the area may vary due to the structure offered by the hospital,
and may benefit or impair the activities that should be performed by the pharmacist,
in more over, issues such as availability, time, among others. All data acquired
through field research will be attached to the end of this work containing all
information acquired together with the hospital pharmacist interviewed.
Key- words: Hospital pharmacy, Pharmaceutical, Assignments, Pharmacy History.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... .5
2. METODOLOGIA ....................................................................................... .6
3. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 7
3.1 Histórico da Farmácia Hospitalar .......................................................... .7
3.2 A farmácia Hospitalar ............................................................................. .8
3.3 O papel do farmacêutico hospitalar ....................................................... 9
3.4 A assistência e atenção farmacêutica ................................................... 10
3.5 Seleção de medicamentos e o sistema de distribuição ....................... .11
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................ .13
5. CONCLUSÃO ............................................................................................ .14
REFERÊNCIAS .............................................................................................. .15
APÊNDICE ...................................................................................................... .17
5

1. INTRODUÇÃO
A farmácia hospitalar vem se destacando há décadas pela sua capacidade de
produção, atendimento e lucratividade. O farmacêutico e o médico produziam grande
respeito na população pois eram responsáveis pelas artes de manipular e receitar. No
entanto, com o surgimento das indústrias no século XX, o farmacêutico foi substituído
pela máquina e perdeu seu principal papel, passando por um grave instabilidade
(NETO, 2016).
Só entre 1940 e 1950 que o farmacêutico hospitalar recuperou sua importância
e voltou a atuar, com um grande diferencial, que a indústria por sua vez era incapaz
de fornecer: a informação. A evolução dessa assistência teve um papel fundamental
na reestruturação da profissão, visto que, o contato com o paciente por meio da
dispensação de medimentos é de suma importância para o seu uso adequado,
evitando assim possíveis erros na administração medicamentosa. Diante disso, a
farmácia hospitalar deve ser administrada exclusivamente por um profissional
farmacêutico, com ações voltadas à proteção, promoção e recuperação da saúde,
garantindo os princípios da universalidade, integridade e equidade (ANDRADE, 2015).
O desempenho de um farmacêutico tem como principal foco a prática
farmacêutica voltada para o paciente, através de informações relevantes para o uso
racional e seguro de medicamentos, que deve ser usado como instrumento e não
como um fim. Desse modo, o profissional mantém a integridade e saúde com
qualidade, além de prestar suporte técnico junto à equipe de saúde (DANTAS, 2011).
Ademais, ele deve ter ainda, uma grande preocupação com o seu desempenho
profissional, que deve ser efetivado de acordo com as condições oferecidas pelo
hospital, visto que, a fármácia hospitalar está integrada funcionalmente com as
demais unidades administrativas e de assistência do mesmo. Porém, nem todos os
profissionais conseguem desempenhar na prática tudo que é lícito teoricamente a ele,
uma vez que, vários fatores são responsáveis por influenciar essa temática, como a
estrutura do ambiente, equipamentos disponíveis, equipe de trabalho, dentre outros
(BRITO; AMORIM; SILVA, 2018)
Entende-se, portanto, que este projeto tem como objetivo geral descrever, analisar e
levantar pontos sobre a atuação do farmacêutico na farmácia hospitalar para então,
comparar as práticas descritas na literatura com a realidade vivenciada no cotidiano.
6

1. METODOLOGIA
Este trabalho trata-se de uma pesquisa literária e de aspecto investigativo
sobre a farmácia hospitalar. A coleta de dados será realizada por meio de artigos,
livros, revistas e sites acadêmicos, tendo como descritores farmácia, farmácia
hospitalar, farmacêutico hospitalar e afins. Ademais, será feita uma entrevista
presencial com um profissional especializado a fim de comparar a realidade com a
teoria.
A pesquisa de campo na qual será feita na área de farmácia hospitalar,
contará com a colaboração dos farmacêuticos atuantes neste ramo, que colaborará
com o desempenho e o esclarecimento de dúvidas, onde poderá nos apresentar
parte de suas atividades, rotinas e desafios do dia a dia, haverá uma análise para
averiguar se o mesmo cumpre com suas obrigações, e se estão dentro dos padrões
e normas. Da mesma forma é extremamente necessário visualizar o perfil
multidisciplinar do profissional, para que conforme a necessidade, seja realmente
implantada as regras a serem seguidas, e os padrões de qualidade.
Nesta entrevista o subgrupo de indivíduos que não poderá colaborar com a
pesquisa serão os médicos, equipe de saúde básica ou avançada, equipe da
limpeza, entrevistadores, pacientes que frequentam o hospital de enfoque, entre
outros. Não raro, toma - se conhecimento de que os funcionários mencionados
acima tem conhecimento apenas de suas áreas, ou até mesmo chegam a não ter,
que é o caso dos pacientes.
Foi feita uma investigação por referências e demonstrações com fundamentos em
artigos científicos. O trabalho de pesquisa não deve consistir somente em conteúdos
retirados em sites, principalmente pela perplexidade da realidade dos mesmos, visto
que, qualquer indivíduo pode propagar algo na internet, sem o cuidado com a
comprovação do que está espalhando. Por conseguinte foram utilizados sites e
artigos científicos de grande confiabilidade, onde ambos dispunham de uma
linguagem didática, para melhor compreensão.
Após o levantamento de dados através da revisão de literatura, observa-se
que há ações indispensáveis no cotidiano de um farmacêutico hospitalar, levando
em conta critérios como ambiente, disponibilidade, tempo, equipamentos, dentre
outros.
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2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Histórico da Farmácia Hospitalar
A história da farmácia é tão antiga que faz parte até da mitologia grega. O
símbolo da farmácia foi originado através da deusa da saúde, Hígia, que possuía
uma taça como símbolo e após a morte de seu pai, antigo deus da saúde, uma das
serpentes dele foi incorporada à sua taça. Porém, as atividades relacionadas à
farmácia se deram somente na Idade Média, a partir do século X, através das
chamadas apotecas ou boticas, onde se manipulava e receitava plantas medicinais,
assim, não existia diferenciação entre medicina e farmácia. Essas profissões só
foram distinguidas no século XVIII, na antiga Roma, pois o médico foi proibido de ser
dono de uma botica e passou somente a diagnosticar enquanto o farmacêutico ficou
responsável pela produção de poções de cura (SILVA, 2011).
No século XIX, a farmácia substituiu a botica e ganhou grande importância nos
hospitais a partir de então, através do armazenamento, dispensação e manipulação
de, praticamente, todos os medicamentos. No entanto, com o processo de
industrialização, uma grande crise atingiu essa área, o farmacêutico havia perdido
seu principal papel, foi então que começaram a surgir problemas com o uso irregular
de fármacos e o farmacêutico hospitalar voltou a atuar como especialista em
medicamentos por meio da informação, atenção e cuidados com o paciente
(CAMARGO et al., 2012).
No Brasil, as primeiras farmácias surgiram nos Hospitais Militares e nas
Santas Casas de Misericórdia, onde se manipulava medicamentos dos ervanários
dos próprios hospitais. A modernização desses serviços se iniciou a partir de 1950,
fase em que o farmacêutico Dr. José Sylvio Cimino, diretor do Serviço de Farmácia
do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, se destacou e foi inclusive o
primeiro autor a publicar sobre farmácia hospitalar no país, obra intitulada de
“Iniciação à Farmácia Hospitalar”. Em 1973, a Lei nº 5.991 estabeleceu
obrigatoriamente que toda farmácia (inclusive a hospitalar) deve ser assistida por
farmacêutico responsável técnico. E em 1995 foi criada a Sociedade Brasileira de
Farmácia Hospitalar (SBRAFH), que contribuiu e continua contribuindo para o
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crescimento e desenvolvimento dessa área, principalmente no que tange à


assistência farmacêutica (BRASIL, 2019).
2.2. Farmácia Hospitalar
A farmácia hospitalar é um estabelecimento localizado no âmbito hospitalar,
que tem o conceito de uma unidade técinica; administrativa; econômica e clínico-
assitencial, onde a sua gestão é feita apenas pelo farmacêutico e tem foco na
assistência e na atenção farmacêutica. Neste contexto, a farmácia hospitalar deve
desenvolver atividades clínicas e relacionadas à gestão, estando em um ponto
estratégico para facilitar o recebimento de mercadorias e facilitando a sua
distribuição. O profissional deve sempre manter a maior proximidade e suporte
possível aos demais especialistas da área de saúde para que consiga cumprir com
as suas atribuições (PEREIRA, 2015; PELENTIR, DEUSCHLE, 2015; ANDRADE,
2015).
Esse setor tem vários objetivos, funções e atribuições no qual as sua metas
visam contribuir no processo de cuidado à saúde, garantir a importância e eficiência
na assistência ao paciente por meio da participação da seleção de farmácos
necessários; efetuando o planejamento, aquisição, armazenamento, distribuição e
controle dos medicamentos e produtos para saúde, implementando ações e
sistemas eficazes que contribuam para o uso e distribuição segura e racional de
medicamentos; participando de todas as comissões que envolvem a farmácia
hospitalar; manipulando formúlas magistrais; implantando a farmacovigilância e o
seguimento farmacoterapêutico; além de adequar-se à realidade política, social,
econômica, financeira e cultural da instituição (CAMARGO, et al; JARA, 2012;
DANTAS, 2011).
Portanto, com a farmácia hospitalar responsável por várias atapas, ela
permite ao profissional farmacêutico o exercício de quase todas as suas atribuições,
possibilitando assim um vasto campo de aprimoramento, com isso proporcionando
alguns grupos de atribuições essenciais que são:
1. Gerenciar a coordenação técnica nos debates para seleção, aquisição e
armazenamento de fármacos; formular, implantar e acompanhar o planejamento
estratégico e a atividade financeira; participar das comissões de formulação e
procedimentos relacionados à assistência farmacêutica; etc.
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2. Garantir que tenha todos os materiais necessários e que ocorra a instalação


de um sistema que realiza a gestão informatizado para a auxiliação na atuação do
farmacêutico.
3. Adquirir um sistema rápido e seguro que auxiliam na dispensação para
pacientes internados, dando-os segurança, onde as prescrições e dúvidas de
farmácos devem ser analisadas e resolvidas somente pelo farmacêutico antes de
serem dispensadas.
4. Pretende aumentar a efetividade da intervenção terapêutica e o uso racional
de medicamentos para obter os melhores efeitos possiveis adequado à situação
clínica do paciente utilizando o menor número de fármacos.O farmacêutico deve
selecionar os pacientes, independente da idade, que necessitam de monitoramento,
como os que têm menos acesso ao tratamento, em uso de medicamentos perigos,
que possam ter efeitos adverdos e de alto custo.
5. Deve dispor de fonte de informações que estejam totalmente atualizadas e
apoiar ações de educação permanente, ensino e pesquisa nas suas atividades
administrativas, técnicas e clínicas, com a participação de farmacêuticos e os
demais profissionais e estudantes (DANTAS, 2011; CARVALHO, 2017; SILVA,
2011).
2.3. O papel do farmacêutico hospitalar
O farmacêutico que deseja atuar em instituições hospitalares deve possuir
conhecimentos básicos de administração, habilidade para coordenação e liderança,
e uso das ferramentas de ótima qualidade, devendo apresentar a capacidade de
prestar serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; de tomar decisões; de se
Comunicar; de ser Líder e Gerente; Šde se atualizar e ser Educador (IGLESIAS; et
al). O profissional inicia um sistema de assistência farmacêutica voltada para o
paciente onde ele irá acompanhar o tratamento, as reações do mesmo referente ao
medicamento, e a promoção da saúde, deste modo colaborará para uma melhor
atenção ao paciente, buscando sempre melhorias (PELENTIR; DEUSCHLE; 2015).
É de responsabilidade do farmacêutico todo o ciclo da assistência
farmacêutica, gerando um papel de grande importância na farmácia hospitalar,
fazendo com que o profissional enteja no processo de orientação no atendimento de
pacientes internados e ambulatoriais, da garantia da qualidade de assistência por
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modo seguro dos medicamentos ,do controle de medicamentos, na criação de


formulas e produtos, da dispensação seguindo a prescrição do médico, entre outros,
visando sempre à eficácia terapêutica, racionalização dos custos e uso racional dos
medicamentos (BRITO, AMORIM, SILVA, 2018).
Sendo visto como o profissional do medicamento, ele deve sempre estar
inserido na equipe multiprofissional, visto que com a intervenção farmacêutica, é
provável que o paciente obtenha melhora, proporcionando a observação e avaliçaõ
de resultados, além de pracaver os erros medicamentosos. Para efetuar a
participação do farmacêutico é fundamental que seja ativdo os sistemas de utilização
que são encarregado de revisar todas as prescrições e todo o perfil da medicação e
que os mesmo estejam sistematizados e padronizados para que possa ampliar e
definir esse processo de trabalho (CARVALHO, 2017).
2.4. Assistência e atenção farmacêutica
Primeiramente, é importante ressaltar que atenção e assistência são coisas
diferentes. A atenção farmacêutica é definida como: “a provisão responsável da
farmacoterapia com o objetivo de alcançar resultados definidos que melhorem a
qualidade de vida dos pacientes”. Dessa forma, a atenção é voltada para as
necessidades farmacoterápicas do indivíduo e seu principal foco deve ser na
resolução dessas necessidades para garantir um uso seguro do medicamento
(REIS, 2002).
Já a assistência farmacêutica foi definida em 1988 como: “grupo de atividades
relacionadas com o medicamento, destinada a apoiar as ações de saúde
demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos em
todas e em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de
qualidade, a segurança e a eficácia terapêutica dos medicamentos,
acompanhamento e avaliação da utilização, a obtenção e a difusão de informação
sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do
paciente e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos”. Diante
disso, percebe-se que esse conjunto de mecanismos é fundamental para o paciente,
uma vez que, a farmácia hospitalar deve se preocupar primeiramente com os
resultados da assistência para então cuidar da provisão de produtos e serviços.
Como unidade clínica, assistencial, técnica e administrativa seu foco deve ser no
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paciente e nas suas necessidades, prestando assim todas as etapas da assistência


e utilizando o medicamento como instrumento (PALENTIR, 2015; ARAUJO,
JUNGES, 2012).
2.5. Seleção de Medicamentos e o sistema de distribuição
A indústria farmacêutica disponibiliza no mercado um grande número de
produtos novos, que não proporcionam nem representam melhorias ou ganhos
substanciais sob o ponto de vista terapêutico. Os medicamentos são considerados
ferramentas essenciais que podem transformar o tratamento, o diagnostico entre
outros fatores. Porém com a progressão de comercialização, associada com um
ótimo marketing e com a disputa de mercado, acabam por incentivar o uso irracional
de farmácos , no qual tem a possibilidade de acarretar mais danos do que
beneficios ao paciente (ARAUJO, JUNGES, 2015).
Nesse contexto, torna-se fundamental uma seleção racional de
medicamentos, que especificaria os farmácos necessários para atender as
necessidades do hospital, de maneira a proporcionar maior eficiência administrativa
e uma adequada resolutividade terapêutica. Esse proceeso é complexo, dinâmico,
continuo, participativo e multidisciplinar, que deve ser realizado por uma equipe que
esteja liagada diretamente aos pacientes ou ao procedimento de atendimento,
fazendo com que as necessidade dos clientes sejam atendidas mais rápidas, de
forma clara e objetiva (SILVA, 2016; ANDRADE, 2015).
Dentro da farmácia hospitalar há várias etapas para que o farmacêutico elabore
todas as funções necessárias, sendo a distribuição uma das atividades mais
importantes, permitindo assegurar uma utilização eficiente, segura, organizada e
racional dos medicamentos, por meio do controle de estoques e da diminuição dos
gastos com doses excessivas. Este sistema existe dois tipos de dispensação de
medicamentos definidos; a dispensação intra-hospitalar que é direcionado aos
intenados e a dispensação extra-hospitalar que é destinada aos pacientes do
ambulatórios, não esquecendo que o procedimento inicia deade a prescrição, até a
administração do fármaco ao usuário (CARVALHO, 2017; BRITO, AMORIM, SILVA,
2018).
Os objetivos principais de uma dispensação são organizar a distribuição,
diminuir os erros de medicação, diminuir os gastos com medicamentos, ampliar o
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controle, e aumentar a segurança dos usuários. Como em todas as atuações, a


farmácia hospitalar tem seus pontos negativos que não permite a evolução do
mesmo no qual podemos citar o excesso de confiança dos colaboradores do setor
de enfermagem à farmácia podendo induzir a erros de distribuição; a resistência da
classe de enfermagem para implantação, adequação da área física da farmácia, alto
investimento financeiro para a implantação do sistema SDMDU, aumento de
recursos humanos na farmácia e aquisição de materiais e equipamentos
especializados (JARA, 2012; CARVALHO, 2017).
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3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste projeto de campo, no que tange à entrevista, tivemos dificuldades
relacionadas a encontrar um farmacêutico disponível para esclarecer nossas
dúvidas, percebemos que os dois farmacêuticos solicitados se recusaram a nos
atender dificultando o nosso aprendizado. A farmacêutica entrevistada respondeu
todas as questões, porém ela demonstrou um descaso e não soube responder de
forma clara, sendo sucinta. A seguir estará descrito uma ánalise sobre a entrevista:
Ao observar todos os processos do projeto, percebe-se que alguns
farmacêuticos escolhem a área hospitalar não por amor ao curso, e sim pelo desejo
de obter outra profissão relacionada ao âmbito hospitalar, isso faz com que o
mercado de trabalho tenha profissionais frustados com a sua área de atuação. Nota-
se que a maioria dos farmacêuticos não estão satisfeitos com os seus salários por
não receberem o piso salarial estipulado, além disso, de acordo com a Convenção
da Farmácia Hospitalar, o piso salarial do farmacêutico hospitalar não é definido,
tendo que ser equiparado com o da farmácia comunitária e com isso a profissão
torna-se desvalorizada pela a população em geral como também acaba gerando
atrito entre os outros profissionais da área de saúde, prevalecendo uma hierarquia
dentro do hospital.
Todas as competências em relação a Farmácia Hospitalar é de inteira
responsabilidade do farmacêutico, onde possui ações corriqueiras e complicadas
como os medicamentos contralados que, no hospitalal escolhido para a pesquisa, tem
que ser registrado manualmente toda a semana, tornando o gerenciamento complexo.
Todavia algumas funções podem ser executadas por outras áreas, como por
exemplo pela área de engenharia clínica na questão da calibração dos termomêtros.
Na unidade de trabalho da farmacêutica entrevistada, encontra-se
exclusivamente uma funcionária nessa área atuando durante seis horas por dia,
impossibilitando a realização da farmácia clínica que deveria ser algo fundamental no
papel de um farmacêutico hospitalar, Além disso a selção dos medicamentos são
feitos pelos médicos visando o público alvo daquele estabelecimento, já o
balanceamento dos mesmo é executado anualmente por causa dos sistemas de
restreabilidade, onde tudo que sai é “bipado” e obrigatóriamente deve ser portado ao
paciente indicado.
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4. CONCLUSÃO
Em virtude dos aspectos mencionados, este trabalho possibilitou entender
que as práticas farmacêuticas de um farmacêutico hospitalar, desde a dispensação
e controle de medicamentos, a assistência farmacêutica, e o atendimento direto e
indireto com o paciente registradas na literatura, se difere das práticas farmacêuticas
que ele vivência em seu cotidiano.
Para se atingir uma compreensão dessa realidade, o questionário realizado
com perguntas especificas, conseguiu relatar a real situação dos farmacêuticos
hospitalares em relação a cada parte das atividades desenvolvidas por ele e o seu
reconhecimento no âmbito hospitalar. Apontando uma desvalorização do profissional
e o não aproveitamento das atribuições cabíveis a ele, uma vez que vários fatores
contribuem para essa consequência.
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REFERÊNCIA
ANDRADE, LB de. O papel do farmacêutico no âmbito hospitalar. INSTITUTO
NACIONAL DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA, CCE-CENTRO DE
CAPACITAÇÃO EDUCAÇÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR E CLÍNICA, 2015.
ARAÚJO, Silvana Rodrigues; JUNGES, Fernanda. Papel do profissional farmacêutico
no âmbito da assistência farmacêutica. Ciênc Saúde Coletiva, 2015.
Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de
Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Farmácia
Hospitalar. Farmácia Hospitalar. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São
Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019.
4ª edição.
CARVALHO, JONATHAS SILVA. A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL
FARMACÊUTICO NO ÂMBITO HOSPITALAR. 2017.
DANTAS, Solange Cecilia Cavalcante. Farmácia e controle das infecções
hospitalares. Pharmacia Brasileira, v. 1, n. 80, p. 1-20, 2011.
DE BRITO EÇA, Raquel; DE AMORIM MIRANDA, Pedro Henrique; SILVA, Daniel
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IGLESIAS, Aline ;IMADA IKEZOE, Thais T. ; JACOMASSI, Victória ; RIBEIRONETO,
Luciane M., Discente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São
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JARA, MARISA CASTRO. Unitarização da dose e segurança do paciente:
responsabilidade da farmácia hospitalar ou da indústria farmacêutica?. Revista
Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, v. 3, n. 3, 2012.
NETO, Julio Fernandes Maia. Farmácia hospitalar e suas interfaces com a saúde. Rx
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PELENTIR, Mônica; DEUSCHLE, Viviane Cecília Kessler Nunes; DEUSCHLE, Regis
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16

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sujeitos. 2015. Tese de Doutorado. Universidade de São Paulo.
REIS, Adriano Max Moreira. Atenção farmacêutica e promoção do uso racional de
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qualidade, produtividade e recursos financeiros. Revista Saúde e Desenvolvimento, v.
7, n. 4, p. 6-25, 2016.
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APÊNDICE
1. Tendo em vista que o curso de farmácia oferece uma grande variedade de
opções para os seus graduandos, por qual motivo você escolheu a área
hospitalar?
2. Sabendo que a equipe é um fator de importância dentro de qualquer organização,
instituição ou entidade seja ela administrativa, financeira ou em praticas da área
da saúde, como o farmacêutico hospitalar lida em atuar juntamente com outros
profissionais da saúde?
3. Você como profisional farmacêutico acha que o piso salarial vai de acordo com as
demandas deste trabalho?
4. Quais são as diferenças entre o gerencimento da farmácia hospitalar com as
outras áreas de atuação de um farmacêutico?
5. São feitas com qual frenquência a calibração dos termômetros?(geladeira,
ambiente de estocagem…)
6. O balanço de medicamentos é feito de quanto em quanto tempo? O que é
verificado?
7. Como é feito o armazenamento do termolábeis?
8. Quais os critérios usados para a seleção de medicamentos?(se é baseado ao
público alvo, endemias, casos clínicos, etc.)
9. Entre os diversos tipos de funções que podem ser exercidos pelo farmacêutico
hospitalar, quais são os mais corriqueiros e os mais difíceis de serem executados
e o porquê?
10. Como funciona a questão de manipulação de medicamentos dentro de uma
farmácia hospitalar?
11. Quai ações teóricas que um farmacêutico hospitalar poderia fazer e não faz no
seu cotidiano? E quais os motivos que o levam a isso?
12. Quais atitudes tomar hoje para se tornar um excelente profissional futuramente?
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