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República Federativa do Brasil

Presidente: Dilma Vana Roussef


Vice-presidente: Michel Temer

Ministério do Meio Ambiente


Ministra: Izabella Mônica Vieira Teixeira
Secretário Executivo: Francisco Gaetani

Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental


Secretário: Carlos Augusto Klink.
Ministério do Meio Ambiente
Secretária de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental

Guia Prático de Eficiência Energética

Reunindo a experiência prática do projeto de


etiquetagem: Ministério do Meio Ambiente e Ministério
da Cultura

1a. edição
Brasília

2014
Publicado pela Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental - Ministério do Meio
Ambiente
Departamento de Mudanças Climáticas
Diretor: Adriano Santhiago de Oliveira
Equipe Técnica:
Alessandra Silva Rocha
Alexandra Albuquerque Maciel
Lúcia Cristina Almeida dos Reis
Thiago de Araújo Mendes
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento- PNUD
Coordenador da Unidade de Meio Ambiente e Desenvolvimento: Carlos Castro
Equipe Técnica:
Ludmilla de Oliveira Diniz
Rose Diegues (Analista de Programa)
Revisão Técnica:
Alexandra Albuquerque Maciel
Ludmilla de Oliveira Diniz
Conteúdo:
GCE do Brasil Laboratório de Conforto e Eficiência Energética - Universidade Federal
Diretor: Dimitri Lobkov de Pelotas
Coordenador do Projeto: Eduardo Grala da Cunha
Equipe Técnica: Equipe Técnica/ Elaboração:
Fernando Rezende Apolinário Antonio César Silveira Baptista da Silva (Coordenador do Laboratório)
Nicolai Tihhonov Eduardo Grala da Cunha
Viviane Coelho Rodrigues Eduardo Gus Brofman
Luciana Oliveira Fernandes Juliana Al-Alam Pouey
Carla Matheus de Almeida Liader da Silva Oliveira
Mariane Pinto Brandalise
Stífany Knop

Projeto gráfico, diagramação e capa:


GCE do Brasil
Laboratório de Conforto e Eficiência Energética - Universidade Federal de Pelotas
Apoio:
Ministério da Cultura
Trabalho elaborado no âmbito de Contrato Nº BRA 10-26024/2013. Recursos: Global Environment Facility (GEF)
Catalogação na Fonte
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
M59r Ministério do Meio Ambiente

Guia prático de eficiência energética: reunindo a experiência prática do projeto de etiquetagem:


Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura / Ministério do Meio Ambiente. Brasília:
MMA, 2014.

93 p.

ISBN 978-85-7738-197-5

1. Eficiência energética. 2. Eletricidade 3. Energia - Edificações urbanas. I. Ministério do Meio


Ambiente. II. Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental. III. Título.

CDU(2.ed.)620.91(036)

Referência para citação:


MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Guia prático de eficiência energética: reunindo a
experiência prática do projeto de etiquetagem: Ministério do Meio Ambiente e Ministério da
Cultura. Brasília: MMA, 2014. 93 p.

Publicado no Brasil
Printed in Brazil
GCE do Brasil - LABCEE/UFPEL – Vertes

GCE do Brasil
São Paulo: Avenida Paulista, 37, 4º andar, Ed. Parque Cultural Paulista
Fone: (11) 2246-2737 / 2246 2799
Curitiba: Rua da Paz, 25, CEP 80060-160
Fone: (41) 3324-0202
Campinas: (19) 3288 0852

LABCEE/UFPEL
Laboratório de Conforto e Eficiência Energética
Universidade Federal de Pelotas
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ufpel.edu.br/faurb/labcee
labcee@hotmail.com

Vertes
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contato@vertes.com.br
APRESENTAÇÃO

Este material didático reúne a experiência do projeto de retrofit do Bloco B da Esplanada dos
Ministérios, visando a capacitação dos gestores, mantenedores e profissionais de construção no
setor público para incorporação de estratégias de eficiência energética em edificações, segundo
método de etiquetagem de eficiência energética PROCEL/INMETRO. A publicação intitulada Guia
prático de Eficiência Energética - Reunindo a Experiência do Projeto de Etiquetagem: Ministério
do Meio Ambiente e Ministério da Cultura está organizada em 4 capítulos: no capítulo 01 é
apresentado um panorama geral da Eficiência Energética em Edificações com ênfase em prédios
públicos. No capítulo 02 é apresentada a regulamentação brasileira de eficiência energética para
prédios comerciais, de serviços e públicos. Nesse capítulo apresentam-se os dois métodos de
avaliação do nível de eficiência energética de edificações: o método prescritivo e o de simulação.
Já no capítulo 03, são caracterizadas as medidas de conservação de energia indicadas para
implementação no bloco B, como também os respectivos impactos energéticos e financeiros. No
capítulo 04 são apresentados os documentos necessários para a etiquetagem do nível de
eficiência energética de uma edificação. E por último, no capítulo 05, é apresentado um checklist
para que os gestores dos edifícios públicos possam otimizar o uso de energia elétrica nas
edificações. O checklist está dividido em 4 aspectos, sendo eles: iluminação artificial, iluminação
natural, ar condicionado e uso de equipamentos.
Cordialmente
Prof. Dr. Eduardo Grala da Cunha
LABCEE – Laboratório de Conforto e Eficiência Energética – FAURB|UFPEL

7
Página
SUMÁRIO
1. Introdução à Eficiência Energética .........................................................................11
1.1 Eficiência do envelope ............................................................................................. 23
1.2 Eficiência dos equipamentos e sistemas ................................................................... 24
1.3 Uso, Operação e Manutenção .................................................................................. 25
2. RTQ-C .................................................................................................................30
2.1 Objetivos ................................................................................................................. 34
2.2 Método Prescritivo .................................................................................................. 37
2.3 Método de Simulação .............................................................................................. 41
2.4 Bonificações ............................................................................................................ 43
3. Medidas de Eficientização do Bloco B ....................................................................46
3.1 Características climáticas de Brasília ........................................................................ 48
3.2 BLOCO B – Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura ............................. 49
3.3 Medidas de Eficientização em Prédio Público ........................................................... 52
3.4 Tipos de ações ........................................................................................................ 55
3.5 Ações do Tipo 1 ...................................................................................................... 57
3.6 AÇÕES DO TIPO 2 ........................................................................................................ 61
3.7 AÇÕES DO TIPO 4 ........................................................................................................ 63
4. Documentos necessários para etiquetagem de prédio público – método de simulação

9
..............................................................................................................................70

Página
4.1 Responsável - Solicitante ........................................................................................ 72
4.2 ENCE parcial de Envoltória ..................................................................................... 72
4.3 ENCE parcial do Sistema de Iluminação .................................................................... 73
4.4 ENCE parcial do Sistema de Condicionamento de Ar ................................................. 73
4.5 ENCE geral da edificação .......................................................................................... 74
4.6 Documentos adicionais para avaliação por Simulação ............................................. 75
4.7 Responsável – OIA ................................................................................................... 77
5. Checklist do gestor para otimizar o uso de energia ................................................ 78
5.1 Iluminação artificial ................................................................................................. 80
5.2 Iluminação natural................................................................................................... 82
5.3 Ar condicionado ...................................................................................................... 83
5.4 Uso de equipamentos .............................................................................................. 86
5.5 Instrução Normativa n° 10 ....................................................................................... 88
6. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 90
1. INTRODUÇÃO À EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

11
Página
A
eficiência energética “pode ser entendida como a obtenção de um serviço
com baixo dispêndio de energia” (Lamberts et al, 2004), e é um tema que
vem sendo muito discutido no mundo, desde a 1ª crise do petróleo na
década 1970. Foi nesse período que se percebeu da real necessidade de pensar em fontes
renováveis de energia como forma de racionalizar o consumo de energia e, por
conseguinte, aumentar a eficiência energética das edificações, pois, afinal, os combustíveis
fósseis finitos já estavam dando indícios de sua escassez.
No Brasil, a questão energética só foi realmente sentida no início do século XXI, com os
apagões que deixaram cidades sem energia elétrica por horas. Considerando que gerar um
novo megawatt custa 200% mais do que economizar um megawatt, Carlo (2008) justifica
que não é necessário comprometer o desempenho de um edifício pois:

A eficiência energética é adotada em projetos de edificações a fim de racionalizar o


consumo evitando desperdícios sem comprometer os serviços necessários à saúde,
segurança, conforto e produtividade do usuário de uma edificação.

A crise energética nacional no início dos


anos 2000 foi a comprovação de que a
geração e o consumo de energia elétrica
estavam inadequados. Lamberts et al
(2004), afirma que, já em 1992, as
edificações residenciais, de serviços e
públicas consumiam 42% da energia elétrica
gerada no país. Atualmente, essa fatia
representa 46,03% do total do consumo de
energia elétrica no Brasil (MME, 2013).
Em janeiro de 2000 foi promulgado o Decreto Federal n° 3330, o qual determinava uma
redução de 20%, até dezembro de 2002, no consumo de energia elétrica para fins de
iluminação, refrigeração e arquitetura ambiental em órgãos da administração pública.
Alavancado pelo incidente energético, em abril de 2001, o Decreto Federal n° 3789
dispôs sobre medidas emergenciais de racionalização visando a redução do consumo e
aumento da oferta de energia elétrica e determinando que os órgãos da administração
pública federal deveriam reduzir o consumo de energia elétrica, em no mínimo 15% de
imediato, devendo atingir 20% até 31 de dezembro de 2002. Em maio do mesmo ano estes
decretos foram revogados pelo Decreto Federal n° 3818 o qual determinava que os órgãos
da administração pública federal direta, as autarquias, as fundações, as empresas públicas
e as sociedades de economia mista deveriam reduzir o consumo de energia elétrica, em no
mínimo 15% no mês de maio de 2001, 25% no mês de junho de 2001 e 35% a partir de julho
de 2001 e determinava ainda que na aquisição de equipamentos ou contratação de obras
e serviços deveriam ser adotadas especificações que atendessem aos requisitos inerentes
a eficiência energética.
Em outubro de 2001 foi promulgada a Lei n° 10.295 que dispõe sobre a Política Nacional
de Conservação e Uso Racional de Energia (BRASIL, 2001b) e estabelece que devam ser
desenvolvidos mecanismos que promovam a eficiência energética nas edificações
construídas no País. O Decreto n° 4059 (BRASIL, 2001ª) regulamenta a Lei e estabelece “os
níveis máximos de consumo de energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas
e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comercializados no País, bem como as
edificações construídas”.
O Decreto Federal n° 4131, de fevereiro de 2002, o qual revogou o decreto anterior nº
3818 e que ainda vigora, determina que os órgãos da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional deverão observar meta de consumo de energia elétrica
correspondente a 82,5% da média do consumo mensal tendo como referência o mesmo
mês do ano de 2000, a partir de fevereiro de 2002, determina que os órgãos e entidades
da administração pública federal deverão diagnosticar o grau de eficiência energética sobre
sua administração com vistas à identificação de soluções e à elaboração de projetos de
redução de consumo, determina que na aquisição de equipamentos ou contratação de
obras e serviços deverão ser adotadas especificações que atendam aos requisitos inerentes
a eficiência energética. Diz que as disposições do Decreto deverão ser aplicadas, no que
couber, às licitações em andamento para aquisição de equipamentos que consumam
energia, bem como de obras e serviços de engenharia e arquitetura. Por fim diz que os
Ministérios promoverão, no âmbito de suas unidades, inclusive vinculadas, a
conscientização dos servidores com relação à necessidade de redução do consumo de
energia elétrica e à adequada utilização de iluminação e equipamentos.
A partir daí, iniciou-se o processo de criação de diretrizes para tornar o consumo de
energia mais eficiente. Foram criadas as normas NBR 15.220 (2005) Desempenho Térmico
de Edificações e a NBR 15.575 (2010) Edifícios Habitacionais de até Cinco Pavimentos -
Desempenho. A parte 3 da NBR 15.220 estabelece o Zoneamento Bioclimático Brasileiro
que se divide em 8 zonas no território nacional e estabelece diretrizes construtivas para
habitações unifamiliares de interesse social. A NBR 15575 teve sua última atualização em
fevereiro de 2013, cancelando as outras versões e modificando seu nome para Edificações
Habitacionais – Desempenho.
Os setores comercial, público e de serviço receberam, em 2009, o RTQ-C – Regulamento
Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de
Serviços e em outubro de 2010 o regulamento técnico teve sua versão para residências, o
RTQ-R. Mesmo com todas estas ações do governo, nos últimos dez anos, houve um

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aumento de mais de 30% no consumo de energia no país. (MME, 2013).

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Reunindo a Experiência do Projeto de Etiquetagem:
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Consumo energético no Brasil nos últimos 10 anos


600.000 35,00%

30,00%
500.000

25,00%
400.000

20,00%
300.000
15,00%

200.000
10,00%

100.000
5,00%

0 0,00%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Consumo (GWh) Aumento no consumo (%)

Figura 1 - Aumento de consumo de energia elétrica no Brasil - últimos 10 anos (fonte: BEN, 2013)

O crescimento do poder de compra permitiu o acesso da população aos confortos


proporcionados pelas novas tecnologias. Somando-se a isto, a elevada taxa de urbanização
e a expansão do setor de serviços também contribuíram para o aumento do consumo.
Calcula-se que quase 50% da energia elétrica produzida no país seja consumida, não só na
operação e manutenção das edificações, mas também nos sistemas artificiais, que
proporcionam conforto ambiental para seus usuários, como iluminação, climatização e
aquecimento de água. (PROCEL, 2013)
O consumo de energia no Setor Público em 2010 foi de 36.919 GWh (MME, 2013) e,
segundo o PROCEL, medidas técnicas e gerenciais de baixo investimento podem reduzir de
15% a 20% nos custos. Em 2012, o Setor Público apresentou um aumento de mais de 25%
no consumo em relação à 2003 (MME, 2013), quase 40.000 GWh.
Figura 2 - Consumo de Energia no Setor Público- últimos 10 anos (fonte: BEN, 2013)

Consumo energético no setor Público nos últimos 10 anos - BEN 2013


45.000 30,00%

40.000
25,00%
35.000

30.000 20,00%

25.000
15,00%
20.000

15.000 10,00%

10.000
5,00%
5.000

0 0,00%
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Consumo (GWh) Aumento no consumo (%)

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O Programa Nacional de Eficiência Energética nos Prédios Públicos Procel EPP,


instituído pela ELETROBRAS, com o apoio do Ministério de Minas e Energia, iniciou suas
ações de economia de energia nos prédios públicos em 1997. Ele tem como objetivo
promover o desenvolvimento de sistemas eficientes de iluminação, climatização,
envoltória, aquecimento de água e força motriz, dos prédios públicos do país.
Uma importante ação deste programa é implementar a Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia - ENCE – nos prédios públicos, como mecanismo de avaliação e
classificação dos impactos causados pelas ações de conservação de energia empregadas
nos prédios.
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Guia prático de Eficiência Energética
Reunindo a Experiência do Projeto de Etiquetagem:
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Figura 3 - Esplanada dos Ministérios - Brasília

As edificações públicas possuem expressivas chances de redução de consumo de


energia através de simples ações como gerenciamento da instalação, utilização de
equipamentos mais eficientes, modificação de elementos pontuais de arquitetura, projeto
e construção, educação dos usuários e adequação de horários de utilização dos ambientes.
De qualquer maneira, cada edifício possui peculiaridades que exigem um estudo específico,
a fim de garantir a melhor opção, considerando ações pertinentes e economicamente
viáveis.

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Reunindo a Experiência do Projeto de Etiquetagem:
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Figura 4 - Interfaces que interferem no consumo de energia elétrica

A interferência no consumo de energia pode ser relacionada à algumas variáveis, tais


como: elementos construtivos da envoltória, orientação dos compartimentos, tamanho de
vãos de abertura, posição das esquadrias, número e tipo de lâmpadas e luminárias,
equipamentos de condicionamento de ar e demais equipamentos, assim como uso
adequado dos aparelhos, mantendo-os sempre em boas condições.
Vários motivos tornam a economia de energia imprescindível, pois a ‘redução da
demanda de energia elétrica permite uma redução da necessidade de expansão do setor
de produção de energia’(Pedrini, 2011). Pode, ainda, reduzir custos de investimentos e o
impacto ambiental, além de outros benefícios, tais como:

 Redução dos custos operacionais do edifício através da redução das


dimensões de equipamentos e infraestrutura;
 Redução nos custos de manutenção, melhoria das condições de
trabalho;
 Aumento do valor do edifício e do retorno do investimento;
 Melhoria da relação do edifício com a comunidade, como redução
de ruídos e de descarga de calor dos sistemas de ar condicionado.
(WORLDBUILD, 2001)

1.1 Eficiência do envelope


As edificações devem ser pensadas a fim de proporcionar conforto ambiental aos seus
ocupantes sem que para isso seja necessário um consumo exagerado de energia elétrica.
(PROCEL, 2004).
Pode-se entender
então, que a edificação é
o elemento que
‘intermedia as relações
entre o meio ambiente
externo e o microclima
interno criado’ (RIBEIRO,
2010), e que a forma da
edificação pode Figura 5 – Centro de Convenções Knoxville - Knoxville, Tennessee –
contribuir de maneira Foto: Matt Swint - Disponível em - < http://goo.gl/lywtD9>
positiva ou negativa com Licença - http://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.0/legalcode

a ventilação e iluminação natural e também com os fluxos térmicos. Os dois primeiros,


ventilação e iluminação, podem surgir como elementos de projeto e favorecer na
composição arquitetônica:

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[...] através do próprio desenho arquitetônico, sem outras considerações além das que
dizem respeito ao lugar, clima, às orientações, à insolação, podem ser melhoradas as
condições de habitat antes de se recorrer a técnicas ou sistemas tecnológicos.(CUNHA
et al, 2006)

Os elementos construtivos, tais como paredes e coberturas, podem permitir um ganho


excessivo de calor, quando dimensionados erroneamente para a região geográfica na qual
se encontra. Os projetos que visam reduzir a
iluminação e condicionamento artificiais, e
consequentemente diminuir o consumo de energia,
têm de levar em consideração variáveis e princípios
que muitas vezes não recebem a devida atenção nos
projetos arquitetônicos. É fundamental a
preocupação com o isolamento térmico dos
componentes da envoltória (paredes externas,
coberturas, vidros), a inércia térmica , assim como a
proteção à insolação direta nos locais mais quentes
e o aproveitamento da luz natural difusa, entre
Figura 6 – Science Laboratory Building - CUHK. outros.
Foto: Tommy Wong - Disponível: http://goo.gl/QmdBQU/
Licença - http://creativecommons.org/licenses/by-nd/2.0/legalcode

1.2 Eficiência dos equipamentos e sistemas


Quanto ao sistema de iluminação os projetos luminotécnicos devem ter como principal
objetivo reduzir a potência instalada, através da substituição por equipamentos (lâmpadas
e reatores) com eficiência energética e vida útil maiores. no entanto, assegurando a
qualidade da iluminação para cada atividade a ser desenvolvida nos locais, de acordo com
as normas técnicas pertinentes. O aproveitamento da luz natural na divisão do
acionamento dos circuitos e implementação de sistemas de controle da iluminação
também interferem no consumo de energia do sistema.
O sistema de condicionamento artificial, responsável pela maior parte do consumo de
energia dos edifícios comerciais e públicos, deve ser projetado de forma a prover o conforto
térmico aos usuários com o menor consumo possível, utilizando equipamentos eficientes
energeticamente. O projeto observando o cálculo de carga térmica correto e o
atendimento às normas técnicas, levando em consideração questões como a renovação de
ar, isolamento das tubulações do sistema, dentre outros é fundamental.

1.3 Uso, Operação e Manutenção


USO
O uso eficiente da energia é de responsabilidade de todos os usuários da edificação. É
importante o administrador da organização criar mecanismos de integração das pessoas,
como a elaboração de informativos de acompanhamento de metas traçadas e objetivos
alcançados.
Segundo orientações do Procel, é necessário que sejam reunidos os dados da
instalação, tais como demonstrado a seguir:

 Levantamento das cargas existentes na instalação, cadastro dos


equipamentos, com identificação da potência (kW), quantidade e o
ambiente a que pertence;
 Listagem dos principais equipamentos consumidores de energia

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elétrica da instalação com identificação do período de operação e do
número de horas de funcionamento dos mesmos;

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EXEMPLO DE TABELA DE LEVANTAMENTO DE CARGAS


Consumo
Local de Potênci N˚de
Equipament Estimado
operaçã a Qtde Horário dias/mê
o (kWh)/mê
o (kW) s
s
Ar- 8:00 até 12:00
1/sal
condicionad salas 151 14:00 até 22 30.000
a
o 18:00
circulaçã 8:00
Elevadores 7 2 22 3.500
o até 20:00
8/sal 8:00
iluminação salas 68 22 18.000
a até 20:00
 Solicitação de sugestões de melhoria de eficiência aos responsáveis de cada
setor, assim como às pessoas com quem eles trabalham;
 Estabelecimento de metas possíveis de serem atingidas e divulgação em
cartazes, motivando os funcionários a participar da campanha de redução
do desperdício da energia;
o Verificação dos Planos de Gestão de Logística Sustentável – Instrução
Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012.
 Divulgação do alcance de uma meta, parabenizando a todos pelo resultado
alcançado;
 Estabelecimento de parâmetros de comparação, ou seja, transformação da
energia economizada em algo que seja compreendido de forma mais fácil
para todos. Por exemplo, uma economia de 300kWh/mês com uma tarifa
média de R$0,25/kWh equivale a R$75,00, que por sua vez representa 150
cafezinhos no bar da esquina;
 Se for possível, reversão do valor economizado em aquisição de
equipamentos mais eficientes no uso da energia. Como exemplo, aquisição
de lâmpadas fluorescentes compactas em substituição das lâmpadas menos
eficientes. Desta forma, a economia estará se revertendo para proporcionar
mais economia e todos estarão vendo os resultados obtidos, gerando
melhorias no ambiente de trabalho.

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OPERAÇÃO
O diagnóstico energético é um trabalho realizado com o objetivo de analisar condições
de operação de motores, sistemas de iluminação, transformadores, elevadores, sistemas
de ar-condicionado e outros. Esta análise visa observar as condições de operação dos
equipamentos comparando com o seu correto dimensionamento e suas condições de
operação, a fim de identificar pontos de desperdício de energia. Medidas operacionais
também são analisadas neste tipo de trabalho. Elas identificam a mudança de horários de
funcionamento de determinados sistemas, assim como o deslocamento de cargas para
horários onde o pico da demanda esteja menor, a fim de melhorar o fator de carga da
instalação e diminuir o valor da demanda contratada. É importante
ressaltar que todas as medidas apontadas em um diagnóstico
energético visam melhorar a eficiência e eliminar o desperdício,
mantendo o mesmo nível de produção e conforto estabelecidos
para o bom funcionamento da organização.
Um bom exemplo de desperdício de energia na operação é se
em algum momento, durante o verão, você sente frio em um
ambiente condicionado ou necessita levar um “casaquinho” para
usar neste ambiente.

MANUTENÇÃO
Para reduzir o desperdício de energia uma ação
importante é a criação de um programa de manutenção
preventiva. A manutenção preventiva permite a
eliminação de problemas que venham a ocasionar
desperdício de energia, possibilidade de riscos de
acidentes com pessoas e prejuízo ao patrimônio da
organização. Para facilitar o trabalho da equipe de manutenção é preciso informar aos
usuários os dias e horários das vistorias, assim é possível a realização do trabalho. É
importante também que se tome consciência que a realização da manutenção de forma
preventiva é muito mais econômica que solucionar os problemas só depois que eles
ocorrem.
A manutenção e limpeza de luminárias e de filtros de condicionadores de ar, por
exemplo, mantém o bom desempenho dos sistemas e reduzem o consumo de energia.

29
Página
2. RTQ-C
REQUISTOS TÉCNICOS DA QUALIDADE PARA O NÍVEL DE EFICIÊNCIA
ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS COMERCIAIS, DE SERVIÇOS E PÚBLICOS
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O
Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) teve seus primeiros passos em 1984,
quando o Inmetro iniciou uma discussão com a sociedade sobre a conservação de
energia, com a finalidade de contribuir para a racionalização no seu uso no país,
informando os consumidores sobre a eficiência energética de cada produto,
estimulando-os a fazer uma compra mais consciente.
Em 1985, foi criado pelos Ministérios de Minas e Energia e da Indústria e Comércio o
Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (PROCEL), com o objetivo de promover a
racionalização da produção e do consumo de energia elétrica no país.
O I Encontro Nacional de Normalização ligada ao Uso Racional de Energia e ao Conforto
Ambiental em Edificações, foi realizado em 1991, na cidade de Florianópolis-SC, com o intuito
de se definirem diretrizes básicas para o desenvolvimento da normalização brasileira. A partir
de 1996, iniciou-se um período de discussões com a participação de profissionais e
pesquisadores de cada área. Em 1998, a apreciação dos textos foi feita pelos associados da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os quais foram votados e aprovados. (GHISI et
al., 2003).
Com a crise nacional que afetou o fornecimento e distribuição de energia elétrica no Brasil
em 2001, foi regulamentada a Lei Federal nº 10.295/2001, que definiu a política nacional para a
conservação e o uso racional da energia, criou o Comitê Gestor de Indicadores e Níveis de
Eficiência Energética e especificamente para edificações, criou o Grupo Técnico para
Eficientização de Energia nas Edificações no País (GT-Edificações) para regulamentar e elaborar
procedimentos para avaliação da eficiência energética das edificações construída no Brasil
visando o uso racional de energia elétrica.
Em 2003 foi instituído pela Central Elétricas Brasileiras S.A. (ELETROBRAS) e PROCEL o
Programa Nacional de Eficiência Energética em Edificações - PROCEL EDIFICA, onde as ações
foram ampliadas e organizadas com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos
recursos naturais nas edificações, reduzindo os desperdícios e os impactos sobre o meio
ambiente.
O GT-Edificações criou, no final de 2005, a Secretaria Técnica de Edificações (ST-Edificações)
com competência para discutir as questões técnicas envolvendo os indicadores de eficiência
energética, sendo o PROCEL EDIFICA nomeado coordenador desta ST. Neste ano também, o
Inmetro passou a integrar o processo através da criação da CT Edificações, a Comissão Técnica
onde é discutido e definido o processo de obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia (ENCE).
A partir daí, iniciaram-se os maiores avanços na área da eficiência energética de edificações,
desenvolvendo-se, no âmbito do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), os Requisitos
Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços
e Públicos (RTQ-C) e o Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética
de Edificações Residenciais (RTQ-R) e seus documentos complementares, como os Requisitos de
Avaliação da Conformidade para Eficiência Energética de Edificações (RAC), que apresenta o
processo de avaliação das características do edifício para etiquetagem junto ao Organismo de
Inspeção acreditado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) e os Manuais para aplicação do RTQ-C e do RTQ-R.
A primeira versão do RTQ-C, foi a publicação da portaria nº 163, de 08 de junho de 2009 e a
publicação vigente, a portaria nº 372, de 17 de setembro de 2010. Já os Requisitos de Avaliação
da Conformidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios Comerciais, de Serviços e
Públicos – RAC-C, foi publicado pela portaria nº 395, de 11 de outubro de 2010.
Ainda em 2010 foi publicada a primeira versão do RTQ-R, portaria nº 449, de 25 de novembro

33
de 2010, substituído pela publicação vigente atualmente, portaria nº 18, de 16 de janeiro de

Página
2012. No início de 2011 foi publicado os Requisitos de Avaliação da Conformidade para o Nível
de Eficiência Energética de Edificações Residenciais – RAC-R, portaria nº 122, de 15 de março de
2011.
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Posteriormente o RAC-C e RAC-R foram unificados em documento único, publicado pela


portaria nº 50, de 1 fevereiro de 2013 denominado Requisitos de Avaliação da Conformidade
para Eficiência Energética de Edificações – RAC.
A publicação vigente do RTQ-C de 2010, possui ainda duas publicações complementares:
portaria nº 17, de 16 janeiro 2012 e portaria nº 299, de 19 junho 2013.

2.1 Objetivos
O RTQ-C tem como objetivo criar condições para a
etiquetagem do nível de eficiência energética de edifícios
comerciais, de serviços e públicos, especificando os
requisitos técnicos a serem avaliados e os métodos para
classificação de edificações quanto à eficiência energética,
para obtenção da Etiqueta Nacional de Conservação de
Energia (ENCE).
Tendo em vista que as edificações comercias, de
serviços e públicas são responsáveis por mais de 22% do
consumo de energia elétrica no Brasil, o programa tem uma
importância estratégica para o país, visando a elaboração
de projetos que valorizem soluções mais eficientes em
termos de iluminação, ventilação, refrigeração,
aquecimento e uso racional de água.
Nacional de
gia - Edificações
ços e Públicas
obrás
A ENCE pode ser concedida em duas fases:
para o Projeto, que pode ser avaliado pelo
método prescritivo ou pelo método de
simulação computacional, e para o Edifício
Construído, avaliado através de inspeção in
loco após a conclusão da execução do projeto.
A etiquetagem de edificações comerciais, em
vigor desde 2009, atualmente é voluntária.
Publicada em 04 de junho de 2014, a
Instrução Normativanº 2 da Secretaria de
Logística e Tecnologia da Informação, torna
obrigatória a etiquetagem de edifícios públicos novos ou que passem por processo de retrofit.

35
Página
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O RTQ-C especifica a classificação do nível de eficiência energética do edifício, dividida em
três sistemas individuais: envoltória (30%), sistema de iluminação (30%) e sistema de
condicionamento de ar (40%).
Pode ser concedida uma etiqueta Parcial (Envoltória, Envoltória+Iluminação,
Envoltória+Condicionamento de Ar) ou Geral para o edifício, onde são avaliados os três sistemas,
resultando em uma classificação final. A classificação varia sempre de A (mais eficiente) a E
(menos eficiente).
O projeto pode ser avaliado por dois métodos distintos, pelo método prescritivo ou pelo
método de simulação.

PT Classificação
≥4,5 a 5 A
≥3,5 a <4,5 B
≥2,5 a <3,5 C
≥1,5 a <2,5 D
<1,5 E
Tabela 1 - Classificação do Nível de Eficiência Energética

2.2 Método Prescritivo


A análise da envoltória da edificação pelo método prescritivo, válido somente para edifícios
condicionados artificialmente, é baseado na análise de simulações de um número limitado de
casos através de regressões matemáticas.

37
Estas regressões deram origem as equações utilizadas no método prescritivo para avaliação

Página
da envoltória. As equações são determinadas de acordo com a zona bioclimática onde localiza-
se o projeto, e há duas diferentes equações por zona bioclimática, uma para edifícios com área
de projeção (Ape) menor que 500m² e outra para edifícios com área de projeção maior que
500m².
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Nestas equações são consideradas variáveis como o Fator Altura (projeção da cobertura
/área total construída/área de projeção do edifício) e Fator Forma (área da envoltória/volume
do edifício) do projeto, o PAFt - Percentual de área de abertura na fachada total, o Fator Solar
dos vidros e Ângulos de sombreamento Verticais e Horizontais, proporcionados por protetores
solares ou pelo autossombreamento da edificação.
Ainda na envoltória são avaliados pré-requisitos específicos como transmitância térmica
e absortância solar de coberturas e paredes externas, com limites para cada nível de acordo com
as zonas bioclimáticas e o percentual de abertura zenital.
O Sistema de Iluminação pode ser avaliado por dois métodos: método da área do edifício e
método das atividades. Em ambos avalia-se a densidade de potência instalada no projeto
(potência total instalada de iluminação/área útil) e compara-se com uma densidade de potencia
instalada limite por atividade e para cada nível de eficiência energética.
Os pré-requisitos específicos do sistema de iluminação são a divisão de circuitos, com
dispositivos de controle manual para acionamento independente da iluminação de cada
ambiente; a contribuição da luz natural, sendo possível o acionamento independente das fileiras
de luminárias mais próximas as aberturas externas e o desligamento automático do sistema de
iluminação para ambientes maiores que 250m², que devem possuir dispositivo que permita o
desligamento automático.
A avaliação do sistema de condicionamento de ar é feita tanto para sistemas etiquetados
como para os não etiquetados. Nos sistemas regulamentados pelo Inmetro, a própria ENCE do
equipamento indica o nível do sistema de condicionamento de ar. Já no caso de sistemas não
regulamentados pelo Inmetro a avaliação é feita a partir das especificações dos diferentes
componentes do sistema e do COP (coeficiente de perfomance) para determinar o nível de
eficiência.
Quanto aos pré-requisitos específicos do condicionamento de ar, são avaliados para
obtenção do nível A o isolamento térmico das tubulações que devem possuir espessura mínima,
e o condicionamento de ar por aquecimento que deve atender a indicadores mínimos de
eficiência energética como um COP maior ou igual a 3,0W/W.
Tendo-se o equivalente numérico de cada sistema individual, para obter-se a classificação
geral é aplicada a equação da pontuação total, na qual são atribuídos pesos para cada sistema

39
individual, 30% para envoltória, 30% para o sistema de iluminação e 40% para o sistema de

Página
condicionamento de ar, e soma-se a isso eventuais bonificações alcançadas no projeto.
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Figura 8 - PT - Pontuação total

Existem ainda pré-requisitos gerais para cada nível, são eles: possuir circuitos elétricos
separados por uso final; e em edificações com elevada demanda de água quente apresentar
estimativa da demanda atendida por sistemas que atendam ao RTQ-C.
Desta forma tem-se o Nível de Eficiência Energética Geral do Projeto, pelo Método
Prescritivo.
2.3 Método de Simulação

O método de simulação é utilizado quando o método prescritivo não pode ser aplicado –
edifícios e ambientes de permanência prolongada não condicionados, ou seja, ventilados
naturalmente – e ainda quando o edifício possui estratégias bioclimáticas que permitem
soluções passivas de condicionamento da envoltória, as quais não são consideradas no método
prescritivo.

41
Em edificações onde o PAFt (Percentual de área de abertura na fachada total) é elevado, os
vidros possuem alto desempenho e os elementos de sombreamento são diferenciados por

Página
orientação, recomenda-se utilizar o método de simulação.
Nos edifícios que possuem ventilação natural é obrigatório comprovar por simulação que o
ambiente interno de permanência prolongada das áreas não condicionadas proporciona
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temperaturas dentro da zona de conforto durante um percentual de horas ocupadas. O


percentual de horas ocupadas em conforto (POC) alcançado na simulação indica o equivalente
numérico de ventilação, a ser utilizado na equação da pontuação total.

POC EqNumV Nível


>80 5 A
70-80 4 B
60-70 3 C
50-60 2 D
>50 1 E
Tabela 2 -Classificação do Nível de Eficiência Energética de acordo com o percentual de conforto

O solicitante especifica qual a hipótese de conforto a ser adotada dentre as descritas nas
normas pertinentes.
Este método de simulação pode ser utilizado também quando avaliados edifícios
condicionados artificialmente. Neste caso, compara-se o desempenho do edifício proposto (real)
com um edifício similar (de referência), cujas características devem estar de acordo com o nível
de eficiência pretendido.
Através da simulação, compara-se o consumo de energia anual do projeto proposto (real)
com o consumo de energia anual do projeto de referência, demonstrando que este consumo do
projeto proposto é igual ou menor do que o consumo do edifício de referência do nível atingido.
Para o método de simulação também existem pré-requisitos específicos, são eles: o
programa de simulação, que deve ser validado pelo ASHRAE Standard 140 e o arquivo climático

43
utilizado, que deve atender algumas características específicas.

Página
2.4 Bonificações
Após ser realizada a avaliação do edifício, o mesmo pode receber até um ponto na
classificação geral por iniciativas que aumentem sua eficiência. Para o método de simulação, as
bonificações só podem ser adicionadas na classificação geral se essas iniciativas não tiverem sido
simuladas para a obtenção do nível de eficiência energética. As iniciativas, que devem ser
justificadas e ter sua economia gerada comprovada, podem ser:

 Sistemas e equipamentos que racionalizem o uso de água


 Sistemas ou fontes renováveis de energia:
o Edifícios com demanda de água quente, utilizar sistema de aquecimento
solar;
o Energia eólica ou painéis fotovoltaicos.
 Sistemas de cogeração e inovações técnicas ou de sistemas:
o Iluminação natural que comprovem o aumento da eficiência energética
da edificação.
 Elevadores com nível A pela norma VDI 4707.
Página 45
3. MEDIDAS DE EFICIENTIZAÇÃO DO BLOCO B
Página 47
3.1 Características climáticas de Brasília
O distrito Federal caracteriza-se como
clima Tropical de Altitude com duas
estações bem definidas: quente e úmida
(de outubro a abril) e seca (de maio a
setembro). Apresenta características de
clima tropical úmido no período chuvoso,
e de clima tropical seco no período seco. A
temperatura média anual é de 21,2°C e a
umidade relativa é de 67,6%. No período
seco a temperatura média é de 20,4°C e a
umidade média é de 57,4%. Já no período
quente e úmido a temperatura média é de
21,7°C e a umidade média é de 74,9%.
3.2 BLOCO B – Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura
Este trabalho foi elaborado a partir dos produtos do edital PNUD_BRA09_G31-2.

O Bloco B é o edifício que abriga os Ministérios do Meio Ambiente e da Cultura, na


Esplanada dos Ministérios em Brasília, a qual é formada por 17 prédios dispostos em sequência
com a mesma conformação ao longo do eixo monumental.

49
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O edifício, construído em 1958, apresenta volume prismático com formato retangular, com
largura e comprimento na proporção de aproximadamente 1:6, com nove pavimentos,
apresentando as fachadas maiores, com aberturas de piso ao teto, expostas à radiação solar com
orientações de 108°/288° (Leste/Oeste) e as fachadas menores, cegas, com orientações de
18/198° (Norte/Sul). (NICOLETTI, 2009)
Na década de 70 foram incorporados na fachada oeste brises verticais móveis, com lâminas
verticais em chapa de aço galvanizada e pintura na cor verde.

Figura 9 - Fachada oeste com brises

51
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Figura 10 - Bloco B - Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura

3.3 Medidas de Eficientização em Prédio Público


O aprendizado da economia de energia exige mudança de comportamento e de hábitos de
consumo, associado à prática de adquirir e utilizar equipamentos e sistemas com tecnologia mais
moderna e de alta eficiência.
Conhecendo o tipo de consumo no uso da eletricidade, identificando os pontos de
desperdícios e as possibilidades de economia, é possível reduzir os gastos mensais da fatura de
energia elétrica.
Mais especificamente, no setor público, o administrador público deverá conhecer a
edificação em detalhes, para poder criar mecanismos que promovam o uso racional de energia
elétrica em suas instalações.
Um plano de economia de energia elétrica de uma edificação deve seguir alguns passos
básicos para que seja efetiva sua ação, tais como:

 Estudar as faturas ou contas de energia elétrica mensais, dos últimos doze meses,
pelo menos (o ideal é que seja feita uma análise de 24 meses);
 Traçar o perfil de consumo;
 Verificar a adequação tarifária da eletricidade;
 Fazer um levantamento dos equipamentos instalados e seus respectivos regimes
de funcionamento – verificar os dados elétricos, modelo, ano de fabricação e se
possuem Selo Procel;
 Verificar os hábitos de consumo dos usuários.
A partir dessas informações é possível entender a dinâmica da edificação, e, com isso,
estabelecer ações e metas para a economia da energia, a fim de obter resultados satisfatórios.
Certos conceitos associados ao consumo da energia elétrica auxiliaram o administrador a
entender o assunto em mais detalhes.

DIAGNÓSTICO ENERGÉTICO usuários, com a maior eficiência e conforto


possíveis.
É o primeiro instrumento para
garantir o sucesso do programa de ANÁLISE TARIFÁRIA
conservação de energia. Neste documento Avaliação qualitativa das faturas

53
constará o retrato dos sistemas de uso-final mensais de consumo de eletricidade, com
da energia da edificação e serão objetivo de analisar a classificação tarifária e

Página
apresentadas as medidas economicamente sua adequação à realidade de consumo e
viáveis, que deverão ser implementadas demanda da edificação. Este estudo deve
para a garantia sinérgica desses sistemas e basear-se num prazo mínimo de 24 meses.
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FATOR DE CARGA determinado período, e a demanda máxima


medida neste mesmo período. A escala de
É o índice que determina se a energia
variação é de 0 a 1, onde quanto mais
elétrica está sendo consumida de forma
próximo de 1 melhor será a utilização da
eficiente e sem desperdícios, que relaciona
eletricidade.
a demanda média registrada em

As contas de energia elétrica do Bloco B foram cedidas pelos Ministérios, o que possibilitou
uma análise do consumo do edifício. Partindo dessa primeira análise, foi possível verificar a
possibilidade de adequação na contratação de demanda, e também, quanto do consumo total
seria possível reduzir.

Consumo Bloco B
Agosto
seca

Junho
2013

Abril
umido

kWh Fponta
Fevereiro kWh Ponta
do
mi

Dezembro
u
2012

Outubro
seca

Agosto
0 100000 200000 300000

*O horário de ponta é compreendido entre 18 e 21 horas.


3.4 Tipos de ações
Para o Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura (MMA e MinC), foram propostas
5 tipos de ações que visam a melhoria da eficiência energética da edificação em termos de
consumo e economia. Como parte integrante de cada uma das ações, foram propostas 11
diferentes medidas de conservação de energia (MCE).
A fim de adequar o sistema de iluminação do prédio, para atender os níveis de iluminância
estabelecidos em norma (NBR ISO 8995), foi necessário implementar uma Medida de Correção
(MC) que é uma ação fundamental para os objetivos de etiquetagem do edifício. Nesta MC, está
prevista a manutenção das luminárias atuais, realizando a troca dos reatores e das lâmpadas.
Dentre as 5 ações testadas, 3 foram escolhidas pela viabilidade econômica (Ações do Tipo 1,
Ações do Tipo 2 e Ações do Tipo 4).
A Ação do Tipo 1 visa a conscientização dos usuários, considerando a experiência do PROBEN
(Programa de Bom Uso Energético) da UFPEL. A Ação do Tipo 2 testa a inovação tecnológica de
equipamentos e sistemas. A inovação tecnológica da envoltória é abordada na Ação do Tipo 3.
A gestão do edifício é discutida na Ação Tipo 4. E a útima, Ação do Tipo 5, relaciona a inovação
tecnológica dos fechamentos internos.

55
Página
3.5 Ações do Tipo 1
As ações do tipo 1 são vinculadas à conscientização dos usuários dos espaços, no que diz
respeito ao uso e acionamento de sistemas de ar condicionado, iluminação, esquadrias e de
proteção solar. Aspectos como os setpoints de resfriamento e o acionamento do sistema de
iluminação artificial estão ligadas às ações de inovação tecnológicas. Essas iniciativas interferem
diretamente no consumo do edifício, sem impactar na avaliação do RTQ-C.
As Ações do Tipo 1 integram a alteração da temperatura de setpoint do sistema de ar
condicionado, com a operação do sistema de proteção solar (existente na fachada oeste de
todos os blocos da Esplanada dos Ministérios) e com a implementação de controle de
iluminação.
Os brises foram simulados quanto às várias possibilidades de posicionamento, tendo no total
7 possíveis configurações de modelos:

 R01 – Brises abertos e sem nenhum tipo de controle do sistema de iluminação;


 R02 - Brises fechados e sem nenhum tipo de controle do sistema de iluminação
(Cenário base utilizado para comparação em todas as MCEs);
 R03 – Brises abertos com controle de iluminação (dimerização linear com setpoint em
500 lux) em todos os ambientes com aberturas translúcidas;
 R04 – Brises fechados com controle de iluminação (dimerização linear com setpoint
em 500 lux) em todas os ambientes com aberturas translucidas;
 R05 – Brises abertos no período da manhã e fechados no período da tarde, com
controle de iluminação (dimerização linear com setpoint em 500 lux) em todos os

57
ambientes com aberturas translúcidas

Página
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 R06 – Brises abertos no período da manhã e diferentes posições no período da tarde


– para bloquear a incidência de sol direta - com controle de iluminação (dimerização
linear com setpoint em 500 lux) em todas os ambientes com aberturas translúcidas;
 R07 – Brises com controle automático por radiação, 120 W/m2, e com controle de
iluminação (dimerização linear com setpoint em 500 lux) em todos os ambientes com
aberturas translucidas.

Figura 11 - Comparação de consumo com arrefecimentos entre as 7 revisões do modelo


Figura 12 - Comparação de consumo com iluminação entre as 7 revisões do modelo

Figura 13 - Comparação de consumo e demanda entre as 7 revisões do modelo

Os brises instalados na fachada oeste, são dispositivos móveis, podendo ser mais ou menos
eficientes, de acordo com o seu acionamento. A incidência direta de radiação solar, aumenta a
temperatura no ambiente e, consequentemente, o consumo de energia para resfriamento. Por

59
essa razão, ativar os brises, para que seja feito o bloqueio da radiação solar, os torna mais

Página
eficientes.
A melhor alternativa, em relação à posição, para diminuir consumo de energia, nesta ação,
propõe que os brises mantenham-se fechados no período da tarde, bloqueando a radiação solar
direta nos ambientes internos. Para o período da manhã, os brises podem ser acionados
opcionalmente, conforme melhor convenha os ocupantes das salas.
A MCE 4 sugere a instalação de sistema de controle de iluminação – dimerização linear com
setpoint em 500lux – em todos os ambientes com aberturas translúcidas. Esta medida pode
reduzir em até 58% o consumo de energia com iluminação e 16% com arrefecimento. Já a
demanda pode chegar a 11% menos que a atual operação e o consumo total ser reduzido em
19%.
As análises das MCEs foram feitas por duas variáveis que determinam a viabilidade
econômica de tal medida. A relação de custo benefício (RCB) possibilita inicialmente avaliar se a
medida considerada tem viabilidade do ponto de vista econômico, pois quando esse quociente
é menor que 1 significa que os custos são inferiores aos benefícios. O Payback é definido como
o tempo de retorno do investimento. Para a MCE 4, o RCB é de 0,83 e o payback simples

acontece em 3,3 anos.


Figura 14 – dimerização linear com setpoint em lux
Uma análise in loco do sistema de
condicionamento de ar apontou a temperatura de
21°C como a de setpoint do atual sistema. A MCE 5
objetiva a redução do consumo e da demanda do
Bloco B com base no aumento da temperatura de
setpoint para 24°C, a qual encontra-se no intervalo
recomendado pela NBR 16401 (2008). Esta medida
pode reduzir em até 7% o consumo de energia, como
também uma redução média de 11% na demanda.
Temperatura de conforto recomendada pela NBR 16.401: entre 22,5° a 25,5° para umidade
relativa (UR) de 65% e entre 23° a 26° para UR de 35%. Esses intervalos são estipulados para
verão.
A MCE 5 não apresenta custo, nesse sentido possui um payback simples imediato.

3.6 AÇÕES DO TIPO 2


As ações do tipo 2 apresentam inovação tecnológica. Elas integram o controle de iluminação
conjuntamente com o posicionamento dos brises, e substituição do sistema de ar condicionado
existente nos pavimentos térreo e subsolo do Bloco B por sistema VRF.

61
Página
Figura 15 - sistema de condicionamento de ar VRF – Unidade condensadora e unidade evaporadora
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O acionamento dos brises e controle de iluminação (MCE 4) apresentam as mesmas


vantagens previamente apresentadas nas Ações do Tipo 1. Como forma de aumentar o benefício
gerado pelo controle de iluminação, sugere-se a aquisição
de reatores dimerizáveis já no momento da Medida de
Correção, evitando custos duplicados e futuros, uma vez
que estaria substituindo troca de reatores e serviços
dobrados.
Para a MCE 4, o RCB é de 0,83 e o payback simples
acontece em 3,3 anos.
Figura 16 - sensor de presença DIM MICO (OSRAM)

A troca dos aparelhos de climatização artificial por sistema VRF no subsolo (MCE 10) gera
uma redução média de 5% no consumo da edificação e 5% na demanda. Essa medida de
conservação de energia tem um RCB de 2,15 e um payback simples de 19 anos.

Figura 17 - Bloco B – subsolo em primeiro plano - Modelo utilizado na simulação computacional


2200000

2100000
Consumo Anual (kWh) 2000000

1900000

1800000

1700000

1600000

1500000

Base set point 21

Figura 18 – Redução no consumo (kWh) com base na MCE 10

O Bloco B já possui sistema VRF , com nível B de eficiência energética. Por essa razão,
implementar aparelhos mais eficientes em todos os ambientes (MCE 2), não apresentou
vantagem econômica para essa medida. O tempo de retorno para essa medida de conservação
de energia seria de 39 anos, muito superior à vida útil do equipamento, indicada pelo fabricante
e um RCB de 4,48. Considerando que os outros edifícios da Esplanada dos Ministérios não
possuam esse tipo de equipamento, fazer a instalação desse tipo de sistema poderia beneficiar
as questões econômicas e de eficiência energética.

3.7 AÇÕES DO TIPO 4


A ação do tipo 4 é relativa à gestão do edifício e apresenta a medida de conservação de

63
energia 1 (MCE 1), referente à contratação de demanda, ou seja, adequar o contrato de
fornecimento de energia ao que é evidentemente necessário.

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A demanda de energia é sempre o valor de potência que uma determinada carga necessita
para seu funcionamento, e cada equipamento possui a sua respectiva demanda para executar
suas tarefas. A soma das várias demandas pertencentes aos diversos equipamentos existentes
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em uma instalação representará a demanda de potência elétrica da instalação durante


determinado intervalo de tempo. Os medidores de demanda das concessionárias efetuam a
integração dos valores medidos a cada 15 minutos, e o maior destes valores registrados dentro
desses períodos ao final de 30 dias de medição será o valor da demanda medida contida na conta
de fornecimento de energia da unidade consumidora.
Já a estrutura tarifária é o conjunto de tarifas aplicáveis aos componentes de consumo de
energia elétrica e/ou demanda de potências ativas de acordo com a modalidade de
fornecimento. As tarifas de energia elétrica variam de acordo com a opção tarifária firmada
entre a concessionária e o consumidor. Se a unidade consumidora receber a energia em baixa
tensão (Grupo B), pagará somente o consumo mensal em kWh. Caso receba energia elétrica em
média tensão (Grupo A), pagará conforme contrato firmado com a concessionária pelos valores
de demanda em kW nas opções de Tarifa Convencional, Horo-sazonal verde ou azul, além do
consumo mensal em kWh.
Para este grupo é prevista tarifa de ultrapassagem que é aplicável sobre a diferença positiva
entre a demanda medida e a contratada, quando exceder os limites estabelecidos. O
enquadramento tarifário objetiva ajustar o contrato de fornecimento de energia elétrica da
unidade consumidora com a concessionária para que resulte em menor valor de pagamento da
conta de energia.
No MMA/MINC são duas as possibilidades de contratação de energia, a horo-sazonal AZUL
e a horo-sazonal VERDE. As tarifas horo-sazonais são as chamadas tarifas diferenciadas, onde a
demanda de potência e os consumos de energia elétrica são faturados segundo sua ocorrência
ao longo do dia - ponta e fora de ponta.
Tarifa horo-sazonal AZUL: nesta estrutura tarifária, a maior repercussão está na tarifa
aplicada na demanda de potência (kW). A relação entre a tarifa da demanda de energia elétrica
utilizada no horário fora de ponta e no horário de ponta é em torno de 1 para 3, ou seja, as
demandas são medidas separadamente, por segmento horário (ponta e fora de ponta), e,
também, faturadas separadamente, sendo que a tarifa para demanda de ponta é em torno de 3
vezes o valor da tarifa fora de ponta (Grupo A4).
Com a expressiva diferença de custo entre a demanda de energia apurada nas horas de ponta
e a apurada nas horas fora de ponta, não é uma tarifa recomendada para consumidores que, em
decorrência do regime de suas atividades, não possam desligar equipamentos que representem
no mínimo 50% da carga (demanda) no intervalo de horas considerado como horário de ponta;
a partir deste mínimo, quanto mais carga for desligada, maior o benefício na fatura, podendo
atingir 30 % da conta normal. A escolha desta tarifa exige rigoroso controle por parte do
consumidor, na medida em que uma ultrapassagem de demanda (uso além do contratado),
principalmente no horário de ponta, causa um forte impacto na fatura.

Simulação da recontratação de demanda e mudança de modalidade para quatro meses


O trabalho desenvolvido para a análise de demanda, para uma possível recontratação,
considerou 12 meses de referência – agosto de 2012 a agosto de 2013. A partir dessa primeira
avaliação foi possível simular a economia gerada, apenas com a recontratação de demanda, das
últimas 4 contas de fornecimento de energia elétrica, referentes a setembro, outubro,
novembro e dezembro de 2013, com a atual tarifa contratada - horo-sazonal AZUL. Fazendo uma
simulação de contratação de tarifa horo-sazonal VERDE é possível verificar uma economia no
período de 4 meses de R$ 19.931,20.

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Recontratação de demanda e mudança de modalidade

DEZEMBRO Tarifa horo-sazonal VERDE

Tarifa horo-sazonal AZUL


NOVEMBRO

OUTUBRO

SETEMBRO

80.000,00 85.000,00 90.000,00 95.000,00 100.000,00


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Uma segunda análise, considerando os 12 meses previamente estudados, mostrou que,


se há um ano atrás, a recontratação de demanda já houvesse acontecido, a economia

acumulada, apenas para o Bloco B da Esplanada dos Ministérios seria de R$ 65.306,75.


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Reunindo a Experiência do Projeto de Etiquetagem:
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4. DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA ETIQUETAGEM DE PRÉDIO


PÚBLICO – MÉTODO DE SIMULAÇÃO
P
ara obter a Etiqueta PBE Edifica é necessário contatar um OIA - Organismo de Inspeção
Acreditado. Os OIAs constituem-se de pessoas jurídicas, de direito público ou privado,
cuja competência é reconhecida formalmente pela Cgcre - Coordenação Geral de
Acreditação do Inmetro.
O envio da documentação deve ser feito conforme descrito no Formulário de Solicitação de
Etiquetagem (Anexo Geral I) do RAC - Requisitos de Avaliação da Conformidade para Eficiência
Energética de Edificações (INMETRO, 2013).
A documentação de projetos, dos memoriais e das especificações descritas a seguir deve ser
entregue em arquivos digitais, em formatos *.dxf (projetos) e *.pdf (outros documentos), mas
não limitados a somente estes. O OIA indicará quais os formatos dos arquivos para a entrega.
Os documentos necessários para a inspeção por meio do método de simulação estão
descritos a seguir de acordo com o responsável pela simulação: solicitante ou OIA.

4.1 Responsável - Solicitante


A seguir são descritos os documentos necessários para solicitar a Etiqueta Nacional de
Conservação de Energia.

4.2 ENCE parcial de Envoltória


 Plantas baixas de todos os pavimentos, com norte geográfico;

 Planta de cobertura, com identificação das superfícies opacas, transparentes e


translúcidas;
 Cortes longitudinais e transversais, com detalhe das aberturas e proteções solares,
quando existentes;

 Fachadas, com identificação das superfícies opacas, transparentes e translúcidas;

 Projeto e detalhamento das esquadrias, contendo área total de vidro;


 Declaração contendo tabelas com as seguintes informações:
o Área total de cada pavimento;
o Volume da edificação;
o Área real e de projeção de cada tipo de cobertura;
o Área de fachadas incluindo a área de cada tipo de superfície externa;
o Quantidade e área das aberturas por tipo de esquadria;
o Relação dos tipos de paredes externas e cobertura dos ambientes com as
composições de materiais;
o Comprovação da exclusão da absortância solar de superfície devido ao
sombreamento, caso solicitado.

4.3 ENCE parcial do Sistema de Iluminação


 Projeto Luminotécnico e/ou elétrico;
 Declaração contendo quadro com as seguintes informações:
o Áreas úteis dos ambientes e a atividade correspondente;
o Indicar em quais ambientes o solicitante deseja a consideração dos parâmetros K
e/ou RCR.

4.4 ENCE parcial do Sistema de Condicionamento de Ar


 - Condicionadores de ar etiquetados pelo Inmetro:
o Projeto de condicionamento artificial de ar;
o Declaração contendo:

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 Potência e o nível de eficiência energética de cada aparelho;

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 Diâmetro e material do isolamento das tubulações.

 Condicionadores de ar não etiquetados pelo Inmetro:


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o Projeto de condicionamento de ar;


o Laudo técnico do projetista:
 com ART, comprovando os níveis de eficiência dos equipamentos.
o Memorial descritivo com características e especificações técnicas do sistema e
seus componentes;
o Memorial de cálculo da carga térmica dos ambientes ou zonas térmicas.

 Condicionadores de ar etiquetados e/ou não etiquetados pelo Inmetro:


o Declaração contendo quadro com áreas úteis dos ambientes, nome dos
ambientes e tipo de condicionamento de ar.

4.5 ENCE geral da edificação


 Documentação previamente descrita para cada sistema parcial;
 Projeto Elétrico:
o divisão de circuitos e quadros com a distribuição de cargas;

 Sistema de aquecimento de água (documentação conforme Anexo B do RAC)


 Bonificações
o Uso racional de água
 Projeto hidrossanitário;
 Memorial de cálculo do projeto hidrossanitário;
 Declaração informando o tipo e quantidade de equipamentos
economizadores;
 Projeto do sistema de acumulação de uso de água pluvial e/ou outras
fontes alternativas de água, caso existente;
 Memorial de cálculo do projeto do sistema de acumulação de uso de água
pluvial e/ou outras fontes alternativas de água, caso existente.
o Sistemas ou fontes renováveis de energia e/ou sistema de cogeração inovações
técnicas:
 Projetos especiais
 Memorial de cálculo de projetos especiais
o Elevadores
 Declaração contendo: quantidade, tipo, velocidade nominal, categoria de
uso, número de paradas, distância média de viagem e carga nominal.
 Laudo do fabricante

4.6 Documentos adicionais para avaliação por Simulação


 Declaração de conformidade do profissional responsável pela simulação;
 Formulário de Solicitação de Etiquetagem;
 Termo de ciência sobre o entorno;
 Documentos contendo informações sobre o entorno;
o Fotografias, volumetria e planta de situação e elevações cotadas das edificações
vizinhas que façam parte da simulação;
o Croquis da modelagem do(s) volume(s) das edificações vizinhas, dando
preferência a arquivo de saída do próprio programa, se ele o fornecer;
 Descrição das características do modelo de simulação da edificação;

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Declaração informando o arquivo climático adotado;
 Croqui da geometria dos modelos;

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 Declaração informando o programa computacional utilizado;
 Relatório contendo os resultados da simulação dos casos da norma ASHRAE 140;
 Arquivo com as características de entrada do modelo da edificação real;
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 Arquivo de entrada dos dados – caso o OIA considerar pertinente;


 Relatórios de saída:
o Geometria dos modelos, com indicação do Norte;
o Relatórios de erros
o Justificativa de avaliação das horas não atendidas pelo sistema de
condicionamento de ar.

 Memorial de simulação:
o Identificação e qualificação do simulador;
o Padrões de uso dos diversos sistemas e ocupação das zonas térmicas;
o Uso de sombreamento;
o Sistemas que compões a edificação
o Apresentar a taxa de renovação de ar em atendimento a NBR 16.401 para o
sistema de condicionamento de ar;
o Lista de considerações adotadas na modelagem virtual para representar a
edificação real, bem como limitações do programa na simulação de determinadas
estratégias de eficiência;
o Descrição das estratégias de eficiência para bonificações com embasamento
técnico coerente que justifique as economias de energia alcançadas;
o Relatório resumo dos dados de entrada e saída no formato do programa de
simulação adotado. Caso o programa não emita tais relatórios, enviar imagens de
cópia de telas que confirmem tais informações;
o Origem do arquivo climático.
 Relatório das propriedades térmicas:
o Especificação das propriedades dos componentes opacos, com espessura (m),
condutividade térmica (W/m), densidade (kg/m³), calor específico (kJ/kgK),
emissividade (ondas longas), absortância solar (ondas curtas)
o Especificação das propriedades térmicas e ópticas dos componentes
transparentes e translúcidos.
Edificação ventilada naturalmente

 Memorial descritivo
o Indicação de sistemas mecânicos de ventilação e sua especificação
o Rugosidade do entorno
o Coeficientes de pressão e descarga
o Aberturas
 Declaração sobre a hipótese de conforto
 Declaração sobre as horas ocupadas
 Declaração sobre trocas de ar
 Relatório de saída
o Geometria do modelo real, com indicação do Norte geográfico
o Relatórios de erros ocasionados na simulação do modelo real, justificados;
o Temperaturas do ar e operativas dos ambientes avaliados, em planilha
eletrônica;
o Horas ocupadas em conforto dos ambientes de permanência prolongada não
condicionados.

4.7 Responsável – OIA

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Deve ser enviada toda a documentação descrita nos itens 4.1.1, 4.1.2, 4.1.3 e 4.1.4,

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além dos documentos solicitados pelo OIA..
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5. CHECKLIST DO GESTOR PARA OTIMIZAR O USO DE ENERGIA


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5.1 Iluminação artificial


Medidas para redução do consumo de energia elétrica pelo Sistema de Iluminação Artificial
segundo orientações do Procel:
Usuário
 Desligar luzes dos ambientes quando não estiverem em uso, assim como
iluminação ornamental;
 Ligar sistema de iluminação somente onde não houver iluminação natural
suficiente e momentos antes do início do expediente;

Figura 19 - Dimerização do sistema de iluminação - Fonte: MME, 2009

Manutenção
 Manter limpas lâmpadas e luminárias para permitir a reflexão máxima da luz;
 Quando realizar a troca de lâmpadas queimadas, esta deve ser feita por lâmpada
com as mesmas características da anterior;
Instalação
 Nos espaços exteriores reduzir a iluminação em áreas de circulação,
estacionamentos e garagens, quando possível e sem prejuízo da segurança;
 Usar preferencialmente luminárias abertas, retirando, quando possível, o
protetor de acrílico.
 Substituir lâmpadas incandescentes por fluorescentes compactas e fluorescentes
normais por modelos eficientes com reator eletrônico. Nas áreas externas dar
preferência para lâmpadas de vapor de sódio a alta pressão;

 Usar reatores eletrônicos com alto fator de potência;


 Usar luminárias reflexivas de alta eficiência, com superfícies interiores
desenhadas de forma a distribuir adequadamente a luz. Refletores de alumínio
anodizado são os mais eficientes;
 Controlar a iluminação externa por timer ou fotocélula;
 Utilizar interruptores para setorização;
 Setorizar os circuitos a fim de aproveitar a iluminação natural
 Utilizar sensores de presença nos ambientes pouco utilizados. O aumento
excessivo do número de acendimentos de lâmpadas reduz sua vida útil, portanto,
em locais de pouco tempo de permanência e com elevada intermitência de
ocupação, o uso de lâmpadas fluorescentes não é adequado. Nestes casos faz-se

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necessário uma avaliação de custo benefício;

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 Rebaixar as luminárias quando o pé-direito for alto, reduzindo,
consequentemente, a potência total necessária;
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 Projetar iluminação localizada quando a atividade assim a exigir, reduzindo


proporcionalmente a iluminação geral do ambiente;
 Instalar nas áreas próximas às janelas circuitos independentes e sensores com
fotocélula, que ajustam automaticamente os níveis de iluminação necessários
para complementar a luz natural;
 Paredes, pisos e tetos devem ser pintados com cores claras que exigem menos
nível de iluminação artificial. A redução de carga de iluminação reduz como
consequência a carga térmica para o condicionamento de ar;

5.2 Iluminação natural


Medidas de operação de janelas para redução do consumo de energia elétrica com
iluminação:

 Manter janelas abertas, favorecendo a iluminação natural;


 Quando as janelas estiverem abertas, proporcionando iluminação natural,
desligar fileira de luminárias próximas às janelas;
 Ter o cuidado de barrar a radiação solar direta, evitando ofuscamento no plano
de trabalho e também o ganho de calor desnecessário pela radiação solar;
o No caso do Bloco B (blocos da Esplanada) manter os brises da fachada
oeste abertos no período da manhã e fechados no período da tarde –
redução de até 57% no consumo de energia elétrica com iluminação e 17%
com arrefecimento.

5.3 Ar condicionado
Medidas para redução do consumo de energia elétrica pelo Sistema de Condicionamento de
Ar segundo orientações do Procel:
Usuário
 Manter as janelas e portas fechadas evitando a entrada de ar externo, em
ambientes condicionados;
 Limitar a utilização do aparelho somente às dependências ocupadas;
 Desligar o ar condicionado em ambientes não utilizados ou que fiquem longo
tempo desocupados;
 Evitar a incidência de raios solares no ambiente climatizado, o que aumenta a
carga térmica para o condicionador;
 No verão, não refrigerar excessivamente o ambiente. O conforto térmico é uma
combinação de temperatura e umidade, sendo recomendado entre 22 e 24 °C de
temperatura e 50 e 60% de umidade relativa do ar. O frio máximo nem sempre é
a melhor solução de conforto;

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Manutenção
 Limpar o filtro do aparelho na periodicidade recomendada pelo fabricante,
evitando que a sujeira prejudique o seu rendimento;
 Manter desobstruídas as grelhas de circulação de ar;
 Manter livre a entrada de ar do condensador;
 Verificar o funcionamento de termostato;
 Regular no mínimo necessário a exaustão do ar nos banheiros contíguos aos
ambientes climatizados;
Instalação
 Dimensionar o sistema de ar condicionado para a carga total real, levando em
conta o uso de iluminação eficiente e as medidas adotadas para a envoltória do
edifício que reduzam a carga térmica;
 Escolher o sistema de ar condicionado considerando, além dos custos de
aquisição e instalação, também os de manutenção, operação e o consumo de
energia;
 Dar preferência, se possível, ao sistema de Volume de Ar Variável (VAV), que
otimiza a vazão de ar condicionado evitando desperdício;
 Em locais onde o sistema de condicionamento de ar é com água gelada, estudar
a viabilidade econômica de instalar um sistema de termoacumulação de gelo ou
água gelada, o que permitirá deslocar o consumo elétrico do sistema de ar
condicionado para o horário fora de ponta. Tanques de gelo ocupam menos
espaço que os de água gelada.
 Utilizar volume de ar variável de acordo com a necessidade de cada ambiente e
procurar atender vários ambientes com a mesma máquina;
 Utilizar, sempre que possível, controle de temperatura (termostato) setorizado
por ambientes;
 Utilizar ciclo economizador de temperatura ou entálpico, com o objetivo de evitar
o funcionamento dos compressores quando as condições do ar externo estiverem
próximas às de conforto;
 Realizar balanceamento do sistema;
 Usar acessórios de insuflamento adequados;
 Modelar a geração de frio e setorizar sua distribuição de acordo com as
necessidades;
 Em climas quentes e secos, estudar a possibilidade de utilizar resfriador
evaporativo em vez de ar condicionado convencional. Esse equipamento
umidifica o ar, baixando sua temperatura sem uso de compressores ou ciclo de
refrigeração, o que permite grande economia de energia;
 Empregar sistemas automatizados de controle;
 Quando existentes, automatizar os sistemas de ar condicionado central para
permitir o desligamento dos “fan coil’s” e interrupção da circulação de água
gelada nos circuitos dos ambientes em horário de não utilização;
 Reparar janelas e portas quebradas ou fora de alinhamento;
 Reparar fugas de ar, água e fluido refrigerante;
 Isolar termicamente tubulações e tanques de serviço;
 Tratar quimicamente a água de refrigeração;

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5.4 Uso de equipamentos


Elevadores
Medidas para redução do consumo de energia elétrica dos Elevadores segundo orientações
do Procel:
Manutenção
 Manter os elevadores funcionando plenamente somente nos horários de muita
movimentação (entrada, saída e hora de almoço);
 Fazer campanhas de conscientização para que os usuários não utilizem o elevador
para subir um andar ou descer dois;
 Localizar os serviços de maior contato com o público e com sub-fornecedores nos
andares térreos;
Instalação
 Instalar controladores de tráfego para evitar que uma mesma chamada desloque
mais de um elevador;
 Optar por elevadores com motores de alta eficiência, variação de frequência e
modernos sistemas de controle de tráfego, e dimensioná-los para a possibilidade
de velocidade reduzida, de modo a reduzir o consumo;
 Especificar escadas rolantes som sensores de presença e, sempre que possível,
escadas acessíveis, a fim de otimizar o tráfego.
Motores e Bombeamento de Água
Medidas para redução do consumo de energia elétrica dos Motores e Bombeamento de
Água segundo orientações do Procel:
Manutenção
 Promover campanha sobre a redução do consumo de água de modo a reduzir o
consumo de energia elétrica no bombeamento da mesma;
 Evitar vazamentos de água, evitando desperdícios;
 Verificar se a alimentação elétrica do motor esta de acordo com as especificações
do fabricante;
 Evitar o bombeamento de água no horário de ponta.
Instalação
 Dimensionar adequadamente os motores e dar preferência aos de alto
rendimento, que, embora sejam mais caros que os do tipo padrão, apresentam
maior eficiência energética;
 Considerar a instalação de controlador eletrônico de velocidade nos motores que
funcionam com carga parcial, tais como motores de compressores rotativos,
bombas, torres, e ventiladores do sistema de ar condicionado.
Computadores
Medidas para redução do consumo de energia elétrica dos Computadores segundo
orientações do Procel:

 Manter acionado o Programa Energy Star. Esse sistema desliga o monitor sempre
que o computador não estiver em uso;
 Descanso de tela com mensagens de conscientização, sempre em tons escuros,
que consomem menos energia;

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 Ligar impressoras e scanners apenas quando for utilizá-los.

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5.5 Instrução Normativa n° 10


A Instrução Normativa n° 10, de 12 de novembro de 2012 sugere ações para a economia
de energia elétrica e para qualidade de vida no ambiente de trabalho, entre outras:
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.220. Norma Brasileira de
Desempenho Térmico de Edificações, Parte 3: Zoneamento Bioclimático Brasileiro e
Diretrizes Construtivas para Habitações Unifamiliares de Interesse Social. Rio de Janeiro:
ABNT, 2005.
BRASIL. Decreto n° 4.059, de 19 de dezembro de 2001. Regulamenta a Lei 10.295, de 17 de
outubro de 2001, que dispõe sobre a Política Nacional de Conservação e Uso Racional de
Energia, e dá outras providências. Lex: Diário Oficial da União, Brasília, 2001ª. Disponível
em: <http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/23/2001/4059.htm> - Acessado em
20 de julho de 2011.
____. Lei n° 10.295, de 17 de outubro de 2001. Dispõe sobre a política Nacional de Conservação
e Uso Racional de Energia. Lex: Diário Oficial da União, Brasília, 2001b. Disponível em:
<http://www81.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/2001/10295.htm> Acessado em 20
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do Envoltório de Edificações Não-residenciais. Florianópolis, 2008. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil) Faculdade de Engenharia Civil. Universidade Federal de Santa Catarina.
CUNHA, Eduardo G. ZECHMEISTER, Doris. MELO, Evanisa Quevedo. MASCARÓ, Juan José.
VASCONCELLOS, Luciano de. FRANDOLOSO, Marcos Antônio Leite. Elementos de
Arquitetura de Climatização Natural. Porto Alegre: Masquatro, 2 ed, 2006.
INMETRO, INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL.
Requisitos Técnicos da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edifícios
Comerciais, de Serviços e Públicos, RTQ-C. 2010.
____. Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações
Residenciais, RTQ-R. 2012.
____. Requisitos de Avaliação da Conformidade para Eficiência Energética de Edificações, RAC.
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LAMBERTS, Roberto; DUTRA, Luciano; PEREIRA, Fernando O. R. Eficiência Energética na
Arquitetura. 2ª edição. São Paulo: ProLivros, 2004.

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MAGALHÃES, Luiz Carlos. Orientações Gerais para Conservação de Energia Elétrica em Prédios
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MAIA, José Luiz Pitanga. Coordenador; KRAUSE, C. B.; RODRIGUES, J. A. P.; MAIA, J. L. P.;
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RIBEIRO, Marina Byrro. A Importância do edifício para o Conforto e o Controle Ambientais nos
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972-8932-61-9.
SILVA, Clóvis José. Manual de Instruções para Projetos de Eficiência Energética nos Prédios
Públicos – Utilização dos Recursos da Reserva Global de Reversão – RGR.
ELETROBRAS/PROCEL - Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica. Rio de
Janeiro, novembro 2011.
Para mais informações:
Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental- SMCQ
Departamento de Mudanças Climáticas- DEMC
Edifício Marie Prendi Cruz , SEPN 505 norte, Bloco B, sala 202, 2º andar. CEP- 70.730-542
(61)2028 2280 e www.mma.gov.br

Atendimento ao Cidadão
61 2028 2228
sic@mma.gov.br

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