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Segundo Maria Clara Fraga Lopes, “o saber é aonde adquirimos conhecimento através
da informação.” Desde então, percebe-se quão importante é a informação para a construção
do nosso saber. Além do mais, vive-se a Era da Informação, e para Arthur C. Clarke,
A Era da informação oferece muito a humanidade e eu gostaria de pensar que nós nos
elevaremos aos desafios que ela apresenta. Mas é vital lembrar que a informação – no
sentido dos dados brutos – não é conhecimento, não é sabedoria, e que sabedoria não é
presciência. Mas a informação é o primeiro passo essencial para tudo isso.
Essa expressão “sociedade da informação” passou a ser utilizada, nos últimos anos,
como substituta para conceito complexo de “Sociedade pós-industrial”. Esta Sociedade pós-
industrial ou informacional possui as seguintes características fundamentais, segundo
Castells:
- Informação é a sua matéria-prima: as tecnologias se desenvolvem para permitir o
homem atuar sobre a informação propriamente dita, criando implementos novos ou
adaptando-os a novos usos.
- Os efeitos das novas tecnologias têm alto poder de penetração, porque a informação é
parte integrante de toda atividade humana, atividades essas que tendem a ser afetadas pela
nova tecnologia.
- Predomínio da lógica de redes: característica implementada em qualquer tipo de
processo complexo.
- Flexibilidade, permitindo processos reversíveis, reorganizáveis e com alta capacidade
de reconfiguração.
- Interação de diversas áreas do saber da trajetória do desenvolvimento tecnológico.
Como muito bem alerta Agudo Guevara (2000), deveria referir-se a sociedades da
informação no plural, para identificar, numa dimensão local, aquelas nas quais as novas
tecnologias e outros processos sociais provocaram mudanças paradigmáticas. A expressão
“sociedade da informação” no singular seria mais bem utilizada numa dimensão global, para
identificar os setores sociais que participam, “Como atores de processos produtivos, de
comunicação, políticos e culturais que têm como instrumento fundamental as Tic
[Tecnologias de informação e comunicação] e se produzem – ou tendem a produzir-se em
âmbito mundial.” (Agudo Guevara, 2000, pp4).
Adotando a sugestão de Agudo Guevara, um olhar sobre a experiência concreta das
sociedades de informação permite revelar como reestruturação do capitalismo e a difusão das
novas tecnologias da informação lideradas pelo Estado está interagindo com as forças sociais
locais e gerando um novo processo de transformação social.
A Sociedade da Informação é uma realidade decorrente dos novos mercados, meios de
comunicação decorrente de novos mercados, meios de comunicação, e consumidores desta
Era que conseguiu transformar o mundo em uma grande sociedade globalizada e globalizante,
na qual os bens primordiais são informação e conhecimento. Conforme demonstrou Borges
(2000), a sociedade da informação pode ser caracterizada pelo seu estilo sistêmico, tendo
como destaque ser: 1) Complexa, 2) Hierárquica e 3) Configurada. A relação entre quantidade
e qualidade de informação é, sem dúvida, um dos “calcanhares de Aquiles”, desta sociedade.
Por isso o grande desafio está em transformar o imenso volume e intenso fluxo de
informações em conhecimento. Além do mais, a informação, sem uma mente que a analise,
que a reflita, que a compreenda e use adequadamente, é inútil para o crescimento do
intelectivo do sujeito.
Para Jorge (1998) e Falzetta (2000), o excesso de informação ameaça soterrar cada
indivíduo, pois se não há tempo, nem disposição para saborear idéias ou refletir sobre suas
implicações, fica-se apenas na superficialidade. Observação semelhante é feita por Monteiro
(2000), mostrando que a internet é como uma grande vitrine de informações, não de
conhecimento. Cabe então ao usuário converter essa informação em conhecimento.
Por fim a sociedade da informação tem colocado novos desafios ao processo de
ensino-aprendizagem. A forma de se proceder em relação à construção do conhecimento
mudou. O contato com as fontes e informações tornou-se mais dinâmico, obedecendo a uma
lógica nunca vista anteriormente. Segundo José Marcos Oliveira Cruz, “o próprio saber
tornou-se maleável e instável, necessitando de atualização constante.”
Segundo Mariotto Cerezer (2007), na atual conjuntura educacional não é mais possível
continuar vendo a escola, como um campo de atuação das manifestações culturais
dominantes, uma vez que a escola tem com principio básico a formação de cidadãos nas suas
concepções mais amplas e democráticas, pois vivemos em uma sociedade em que as
manifestações políticas e culturais são múltiplas e variadas e, nesse contexto, se faz necessário
na construção de uma prática pedagógica que privilegie as diferenças existentes no próprio
ambiente de salário de aula. Nesse processo o professor de História ocupa posição central na
analise dessa conjuntura e na possibilidade de construir situações concretas na superação
através da prática pedagógica por ele desenvolvida no interior do espaço escolar.
(...) o professor de história, com sua maneira própria de ser, pensar, agir e ensinar,
transforma seu conjunto de complexos saberes em conhecimentos efetivamente
ensináveis, faz com que o aluno não apenas compreenda, mas assimile, incorpore e
reflita sobre esses ensinamentos de variadas formas. É uma reinvenção permanente
(FONSECA, 2003:71).
Um educador, que se preocupe com que a sua prática educacional esteja voltada para a
transformação, não poderá agir inconsciente e irrefletidamente. Cada passo de sua
ação deverá estar marcado por uma decisão clara e explícita do que está fazendo e
para onde possivelmente está encaminhando os resultados de sua ação. A avaliação,
neste contexto, terá de ser uma atividade racionalmente definida, dentro de um
encaminhamento político e decisório a favor da competência de todos para a
participação democrática da vida social (LUCKESI, 1984: 46).
Outro ponto importante para o debate sobre o Ensino de História, bem posto por Abud
(2007), diz respeito às metodologias para o ensino da disciplina. Uma vez que se parte da
noção de que o trabalho do educador reveste-se tanto dessas concepções quanto das políticas
educacionais e do ambiente escolar em que está inserido, as questões apontadas remetem
também ao papel das concepções filosófico-políticas no que tange a formação do educador de
História e suas relações com as práticas pedagógicas. Sobre essa questão são importantes as
palavras de Silma do Carmo Nunes (1996): “[O educador de História] delineia sua prática
pedagógica e educativa calcada em concepções e tendências filosóficas de educação que
mediarão o seu trabalho cotidiano em sala de aula” (NUNES, 1996:13-14).
Além do campo da subjetividade do educador de História, é importante apresentar
alguns aspectos sobre metodologias de ensino que dizem respeito a esses educadores.
Referindo-se ao Ensino de História, o debate maior se concentra no uso e assimilação dos
livros didáticos. Em texto sobre o tema, Fonseca (2003) expõe o enorme crescimento da
produção de livros didáticos voltados para o Ensino de História. Impulsionados por leis e
incentivos estatais, a indústria editorial se concentrou na produção de obras cada vez mais
diversificadas e também coerentes com os currículos e diretrizes educacionais. Entretanto, é
importante apontar que a utilização de apenas uma obra básica, o que ocorre em diversas
turmas, se assemelha ao pensamento sobre a simplificação dos conteúdos, e mera assimilação
de fatos e personagens. Numa perspectiva excludente, fixa a idéia de que a História é feita de
atores “únicos” e não de sujeitos históricos. Nas palavras da autora, “o uso de um único livro,
única fonte, acaba por simplificar a forma do currículo e do conhecimento na sala de aula”.
(FONSECA, 2003:55). Assim, o livro didático acaba sendo usado por esses educadores como
a única fonte de estudos dentro das salas de aula, formando nos educando uma concepção de
“história como verdade absoluta”. (FONSECA, 2003:55).
Sendo assim, buscam-se uma mudança para essa tradicional, e monótona maneira de ensinar
História. E isso é um dos grandes debates adotados, uma alternativa de melhora no ensino
tanto para o corpo docente, ou melhor professor e também para os alunos.