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Título: Apostila EAD

Conteúdo:

PREZADO ALUNO:
 
Bem vindo ao conteúdo da disciplina Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem.
Nesta modalidade de ensino, pretende-se  que você aprenda o teor desta disciplina
com  autonomia, ou seja, você deve estudar o material contido nesta apostila e direcionar os
encontros presenciais com o professor para, prioritariamente, solucionar eventuais dúvidas que
venham a surgir.
  
Ocorrerão, para auxiliá-lo em seus estudos, 8 (oito) encontros presenciais com um professor
tutor em datas que serão agendadas pelo Coordenador Auxiliar do curso, no âmbito do campus
onde você estuda.
 
Como já foi mencionado acima, esses encontros têm por objetivo prioritário esclarecer suas
dúvidas com relação aos conteúdos apresentados na apostila, no entanto, será também neste
contexto que você realizará as avaliações (NP1, NP2, Prova Substitutiva e Exame). As
provas serão presenciais e previamente agendadas pelo Coordenador Auxiliar.
 
Para que você tenha um bom desempenho nesta modalidade de ensino, é necessário que haja
de sua parte uma importante cooperação, no sentido do comprometimento para a realização
das atividades propostas. Sendo assim, organize-se para dedicar algumas horas de sua
semana para cumprir as tarefas de forma adequada.  
 
O conteúdo da Apostila apresenta uma síntese do assunto tratado para que você tenha uma
boa referência do ensino enfatizado na disciplina. Entretanto, esta síntese pode ser enriquecida
com a leitura da bibliografia indicada, pois ela poderá, eventualmente, ajudá-lo na
compreensão do assunto e facilitar sua atuação nas avaliações previstas.
Estão disponibilizados três textos. O Texto I contém informações acerca de diversos autores e
suas valiosas contribuições para a Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizage. O Texto II
apresenta a Teoria Cognitiva de Jean Piaget e o Texto III apresenta um detalhamento dos
estágios de desenvolvimento cognitivo segundo a teoria piagetiana.
 
É importante que você estude os três textos na íntegra para que a aprendizagem seja
significativa, portanto, mãos à obra e bom trabalho.
 

Texto I 

Psicologia do Desenvolvimento e da Aprendizagem

Prof. Ms. Mário Destro Monteiro

1. INTRODUÇÃO
Para que os professores possam exercer sua atividade de ensino eles precisam se
situar sobre todas as variáveis envolvidas por esta atividade, como por exemplo, a forma de se
desenvolver e aprender do seu aluno.
A psicologia do desenvolvimento e aprendizagem preocupa-se em estudar como os
aspectos físico-motor, intelectual ou cognitivo, afetivo emocional e social, desde o nascimento
até a idade adulta, se desenvolvem e como estes aspectos interferem na capacidade de
aprender na pessoa do aluno, evitando uma atividade desvinculada com as capacidades
humanas e os limites das possibilidades de cada pessoa.
O professor que negligencia alguns aspectos importantes das dinâmicas de
desenvolvimento e aprendizagem corre o risco de não apenas deixar de ensinar, como também
trazer problemas sérios à capacidade de aprender e se desenvolver dos alunos.
 
 
2. O DESENVOLVIMENTO E A APRENDIZAGEM1[1]
O termo desenvolvimento é utilizado aqui como mudanças, evolução. Há uma dinâmica
própria que provoca isso e é exatamente o que vamos estudar.
Devemos entender que os seres humanos se desenvolvem mentalmente e
organicamente. O desenvolvimento mental se caracteriza pelo aparecimento de estruturas
mentais, que vão se aperfeiçoando e se modificando ao longo de toda a vida, mas tendo
períodos de grandes modificações antes de atingir uma certa estabilidade na idade adulta. São
as que garantem o funcionamento harmônico da inteligência, vida afetiva, habilidades em geral
e as relações sociais.
Estudar o desenvolvimento humano é como conhecer as características comuns de
cada fase, permitindo o respeito a cada necessidade e interesse próprio da faixa etária e não
tratando a criança como um adulto em miniatura.
Segundo Bock e colaboradores, os fatores que influenciam o desenvolvimento e
aprendizagem são:
 Hereditariedade: o potencial genético que trazemos conosco por herança da espécie
humana e nossa família.
 Crescimento orgânico: refere-se a questões físico-motoras, biológicas que envolvem
como as crianças podem fazer contato com o contexto que habitam e com qual
aspecto. Ex: aumento da altura e peso, formação da postura e esquema corporal, etc.
 Maturação Neurofisiológica: é a que torna possível a ligação entre o cérebro e o
restante do corpo com o mundo, a vida e seus desafios.
 Meio ou contexto ou ambiente: trata-se do conjunto de influências que vão possibilitar
uma estimulação desafiante, provocando certas manifestações no sujeito e, em
conjunto com seu potencial orgânico (hereditário), sua condição de crescimento físico
e seu grau de maturação neurofisiológica vão moldando e configurando um ser
humano. Trata-se de todo o conjunto de condições oferecidas pelo meio, como

1[1] Para mais sobre este assunto, consultar o livro BOCK, A. M. B., FURTADO, O. E TEXEIRA,
M.L.T. Psicologias: Uma Introdução ao estudo da Psicologia. São Paulo: Saraiva, 2000.
alimentação, fatores favoráveis ou desfavoráveis, problemas, dificuldades, facilidades,
etc.
Segundo Bock e colaboradores, os aspectos do desenvolvimento humano são:
Aspecto Físico-Motor: trata-se do corpo, na sua capacidade de movimento ou não
movimento (postura), a tensão gerada pelos músculos, a manipulação de objetos e a
locomoção e toda a visibilidade das ações humanas.
Aspecto Intelectual (cognitivo): trata-se da racionalidade humana, tão estudado e
destacado por Jean Piaget. Aquilo que garante o pensamento, a identificação de
objetos, o nomear, separar, organizar, etc. Nossa comunicação e organização mental
estão vinculadas com uma organização cognitiva.
Aspecto Afetivo-emocional: refere-se as emoções, sentimentos, sensações, etc. Aquilo
que confere um valor, uma estima sobre o mundo, nós mesmos, outras pessoas e que
garante que possamos dizer de quem ou o quê gostamos, temos medo, etc.
Algumas teorias ainda incluem o aspecto social como aspecto do desenvolvimento
humano. No entanto, podemos ver nos diversos textos como na visão do Psicólogo do
Desenvolvimento Henri Wallon, que menciona o aspecto social como a razão e os
limites dados para o desenvolvimento do sujeito, pois o social estimula o aparecimento
e desenvolvimento de uma série de funções e, junto com o potencial genético vão
determinar até que ponto cada sujeito se desenvolve.
No que se refere a aprendizagem, podemos entendê-la como nos aquisições no
repertório de conhecimentos, habilidades e características comportamentais. A partir
do ponto que dizemos ser algo novo desses itens mencionados podemos dizer que o
sujeito APRENDEU.
 
 
3. TRÊS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO: PIAGET, VYGOTSKY E WALLON
Jean Piaget (1896-1980), Psicólogo Suíço, formou-se inicialmente em Biologia. Aos
vinte e quatro anos dedicou-se à Psicologia, ficando famoso por suas pesquisas no campo da
Psicologia do Desenvolvimento. A partir dos seus estudos experimentais, elaborou uma teoria
do desenvolvimento mental, que tem grande influência nas correntes educacionais da
atualidade. Piaget escreveu muitos livros e sua vasta obra nos ajuda a compreender melhor o
processo que o indivíduo vivencia ao construir seu conhecimento. Seu campo de investigação
é o Conjunto Funcional Cognitivo, tendo este como foco e não desprezando os Conjuntos
Afetivo-Social e Motor. Para um texto mais aprofundado sobre sua teoria consulte o texto 2; já sobre
aprofundar suas fases de desenvolvimento consultar texto 3.
 
TEORIA SÓCIO-INTERACIONISTA DE L. S. VYGOSTKY
 
Lev S. Vygotsky2[2] (1896-1934), professor e pesquisador foi contemporâneo de
Piaget, e nasceu em Orsha, pequena cidade da Bielorrusia em 17 de novembro de 1896,  viveu
na Rússia, quando morreu, de tuberculose, tinha 37 anos.
Vygotsky construiu sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como
resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da
aprendizagem nesse desenvolvimento, sendo essa teoria considerada histórico-social. Sua
questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano colocam que o
cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem limites e possibilidades para o
desenvolvimento humano. Essas concepções fundamentam  sua idéia de que as funções
psicológicas superiores (por ex. linguagem, memória) são construídas ao longo da história
social do homem, em sua relação com o mundo. Desse modo, as funções psicológicas
superiores referem-se a processos voluntários, ações conscientes, mecanismos intencionais e
dependem de processos de aprendizagem.
Para Vygotsky, a atividade do sujeito refere-se ao domínio dos instrumentos de
mediação, inclusive sua transformação para uma atividade mental.
Mediação é uma idéia central para a compreensão de suas concepções sobre o
desenvolvimento humano como processo sócio-histórico. Enquanto sujeito do conhecimento o
homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real,
operados pelos sistemas simbólicos de que dispõe, portanto enfatiza a construção do
conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não
está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, mas sim, pela mediação feita por
outros sujeitos. O outro social pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do
ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.
A interação social e a linguagem são decisivos para o desenvolvimento.
As concepções de Vygotsky sobre o processo de formação de conceitos remetem às
relações entre pensamento e linguagem, à questão cultural no processo de construção de
significados pelos indivíduos, ao processo de internalização e ao papel da escola na
transmissão de conhecimento, que é de natureza diferente daqueles aprendidos na vida
cotidiana. Propõe uma visão de formação das funções psíquicas superiores como
internalização mediada pela cultura.
A linguagem, sistema simbólico dos grupos humanos, representa um salto qualitativo
na evolução da espécie. É ela que fornece os conceitos, as formas de organização do real, a
mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais
superiores são socialmente formadas e culturalmente transmitidas, portanto, sociedades e
culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.

2[2] Para conhecer mais sobre este autor assista o vídeo de Martha Kohl de Oliveira no Youtube.com
procurando pelo nome: Marta Kohl – Vygotsky (são 6 partes). Há também um livro desta autora com o
título tendo o nome de Vygotsky.
A cultura fornece ao indivíduo os sistemas simbólicos de representação da realidade,
ou seja, o universo de significações que permite construir a interpretação do mundo real. Ela dá
o local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e
reinterpretação de informações, conceitos e significações.
Usa o termo função mental para referir-se aos processos de: pensamento, memória,
percepção e atenção. Coloca que o pensamento tem origem na motivação, interesse,
necessidade, impulso, afeto e emoção.
Existem, pelo menos dois níveis de desenvolvimento identificados por Vygotsky: um
real, já adquirido ou formado, que determina o que a criança já é capaz de fazer por si própria,
e um potencial, ou seja, a capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo abertura nas zonas de
desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança faz sozinha e o que ela é
capaz de fazer com a intervenção de um adulto) nas quais as interações sociais são
centrais, estando então, ambos os processos, aprendizagem e desenvolvimento, inter-
relacionados. Assim, um conceito que se pretenda trabalhar, como por exemplo, em
matemática, requer sempre um grau de experiência anterior para a criança.
Para ele, o sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque forma
conhecimentos e se constitui a partir de relações intra e interpessoais. É na troca com
outros sujeitos e consigo próprio que se vão  internalizando conhecimentos, papéis e funções
sociais, o que permite a formação de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um
processo que caminha do plano social - relações interpessoais - para o plano individual interno
- relações intrapessoais.
O processo de internalização é fundamental para o desenvolvimento do
funcionamento psicológico humano. A internalização envolve uma atividade externa que deve
ser modificada para tornar-se uma atividade interna, é interpessoal e se torna intrapessoal.
A escola é o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo
ensino-aprendizagem. Para Vygotsky, o professor tem o papel explícito de interferir no
processo, diferentemente de situações informais nas quais a criança aprende por imersão em
um ambiente cultural. Portanto, é papel do docente provocar avanços nos alunos e isso se
torna possível com sua interferência na zona proximal. Não obstante, a atuação dos outros
membros do grupo social na mediação entre a cultura e o indivíduo torna-se também essencial,
pois uma intervenção deliberada desses membros da cultura, nessa perspectiva, é fundamental
no processo de desenvolvimento.
O aluno não é tão somente o sujeito da aprendizagem, mas, aquele que aprende junto
ao outro o que o seu grupo social produz, tal como: valores, linguagem e o próprio
conhecimento.
A formação de conceitos espontâneos ou cotidianos desenvolvidos no decorrer das
interações sociais diferenciam-se dos conceitos científicos adquiridos pelo ensino, parte de um
sistema organizado de conhecimentos. 
Ao observar a zona proximal, o educador pode orientar o aprendizado no sentido de
adiantar o desenvolvimento potencial de uma criança, tornando-o real. Nesse contexto, o
ensino deve passar do grupo para o indivíduo. Em outras palavras, o ambiente influenciaria a
internalização das atividades cognitivas no indivíduo, de modo que, o aprendizado gere o
desenvolvimento. Portanto, o desenvolvimento mental só pode realizar-se por intermédio da
aprendizagem.
 
HENRI WALLON3[3] – PSICÓLOGO E EDUCADOR

              Henri Wallon nasceu e se fixou por toda sua vida em Paris, no período de 1879 a
1962, ano de seu falecimento.
Sua vida social e profissional foi intensa, como professor, médico e pesquisador, com
ativa participação política: participou do movimento da Resistência Francesa durante a
Segunda Guerra Mundial e foi Deputado na Assembléia Constituinte de Paris em 1946. Sua
experiência e interesse voltados à área pedagógica fez com que elaborasse juntamente com o
físico Paul Langevin e um grupo de educadores um projeto modelar para a Reforma do
Sistema do Ensino Francês, o projeto Langevin-Wallon. A justiça social era um dos pilares que
sustentavam as idéias desse plano, que carregava implicitamente grande parte da teoria
construída por Wallon, ao longo de sua vida profissional e acadêmica.
 
              Alguns elementos da teoria de Wallon
Na teoria walloniana não há como compreender o ser humano longe de suas condições
de existência. Essas condições são fatores que implicam diretamente no ritmo do
desenvolvimento. A relação entre organismo e meio constitui um par indissociavelmente
complementar, colocando as disposições genéticas como potencial; somente irão se
desenvolver se encontrarem possibilidades do meio que habita.
Para Wallon, portanto, o contexto é importante para se compreender o
desenvolvimento humano. O contexto pode propiciar o aparecimento ou extinção de formas de
ações, que modificam e são modificadas dialeticamente, ou seja, como via de mão dupla, pelas
condições que o meio oferece. Assim, o desenvolvimento se dá pela união entre o orgânico e o
social.
Nesse sentido, é importante compreender que no social, temos os meios e os grupos,
que a ele são inerentes. O ser humano é geneticamente social e participa dos meios e grupos
para se integrar à realidade concreta e se desenvolver.

3[3] Para mais informações sobre este autor ler os livros de MAHONEY, A. A; ALMEIDA, L. R.
de (org.) Henri Wallon: Psicologia e Educação. 3. ed. São Paulo: Loyola, 2003; A constituição
da pessoa na proposta de Henri Wallon. São Paulo: Loyola, 2004.
Assim, temos os meios que determinam as condições de interação do indivíduo pelas
circunstâncias que este oferece. Sobre os grupos, Wallon (1979) diz serem indispensáveis à
criança não apenas para a sua aprendizagem social, mas para o desenvolvimento da
personalidade e da consciência que possa tomar dela. Ele define que o grupo é o veículo ou
iniciador de práticas sociais. Ultrapassa as relações puramente subjetivas de pessoa para
pessoa. (p. 178)
O desenvolvimento está sujeito a algumas leis: a Lei da Alternância Funcional, Lei da
Alternância da Predominância e a Lei da Integração Funcional.
Na passagem dos estágios de desenvolvimento, descritos pelo autor, a alternância
funcional que orienta a direção do movimento predominante, em sentidos opostos: ora alterna-
se para o conhecimento de si, para a direção centrípeta, ora alterna-se para o conhecimento do
meio, do outro, para a direção centrífuga. Por exemplo, no primeiro estágio de desenvolvimento
descrito por Wallon, impulsivo-emocional, o sujeito volta-se para conhecer a si próprio na maior
parte do tempo. Quando passa para o estágio seguinte, sensório-motor e projetivo 4[4], o sujeito
volta-se para conhecer as coisas exteriores a ele na maior parte de seu tempo.
Outra lei reguladora do desenvolvimento, segundo Wallon, apontada por Mahoney
(2003) sugere: Alternância na predominância de conjuntos diferentes a cada estágio:
configuração das relações entre eles mostra qual deles fica mais em evidência ou é o motor
(impulsivo-emocional) ou o afetivo (personalismo, puberdade e adolescência) ou o cognitivo
(sensório-motor e projetivo, categorial). Cada um deles predomina em um estágio, e se nutrem
mutuamente; o exercício e amadurecimento de um interfere no amadurecimento dos outros. É
o que nos mostra a lei da sucessão da predominância funcional. (p. 14)
Nos diferentes estágios, um dos conjuntos funcionais predomina sobre os outros. No
Estágio Categorial, por exemplo, o conjunto funcional predominante é o cognitivo. Neste
estágio a criança precisa organizar e melhorar sua compreensão do mundo em que vive, e
para isso, há uma predominância do conjunto cognitivo, com o suporte dos conjuntos motor e
afetivo, esses três integrados e se expressando na pessoa. Nas aulas de Educação Física, por
exemplo, temos a pessoa completa (conjuntos motor, afetivo e cognitivo integrados), mas há
uma predominância do conjunto motor nesse tipo de situação.
Da mesma forma como Wallon integra o par organismo-meio como complementares e
interdependentes, os conjuntos funcionais também o são, integrados e complementares um ao
outro, divisíveis somente como artifício de compreensão, mas somente verdadeiramente
compreendidos no contexto de integração funcional. (Wallon, 1995a)
O motor, o afetivo, o cognitivo, a pessoa, embora cada um desses aspectos tenha
identidade estrutural e funcional diferenciada, estão tão integrados que cada um é parte
constitutiva dos outros. Sua separação se faz necessária apenas para descrição do processo.
Uma das conseqüências dessa interpretação é de que qualquer atividade humana sempre
interfere em todos eles. Qualquer atividade motora tem ressonâncias afetivas e cognitivas; toda

4[4] Vamos explicar todos os estágios mais à frente, neste texto.


disposição afetiva tem ressonâncias motoras e cognitivas; toda operação mental tem
ressonâncias afetivas e motoras. E todas tem um impacto no quarto conjunto: a pessoa, que,
ao mesmo tempo em que garante essa integração, é resultado dela. (Mahoney, 2003 - p. 15)
É por meio dessa integração que ocorre o desenvolvimento humano, que pode ser
identificado em fases. Tais fases, coerentes com os princípios estabelecidos pelo autor para
construção de sua teoria, não buscam uma inflexível fixação nas idades sugeridas, mas sim
uma caracterização de similaridades desenvolvidas na relação do sujeito com o meio em suas
condições sócio-culturais que possibilitam aflorar funções e instrumentos de interações do
indivíduo integrado em seu meio, como apresenta Wallon (1985):
O conjunto da vida mental não é mera sucessão de acontecimentos, de etapas, de
idades, mas sim integração e conquista. Conquista da personalidade de cada um, através de si
mesmo. Integração na pessoa das situações em que se viu envolvida e arrastada em sua vida.
Integração dos fatores biopsíquicos que animam os objetivos de sua vida. A integração pode
ser mais ou menos firme, exclusiva e rigorosa. Mas é indispensável a existência e a
consciência do adulto.5[5] (p. 231)
 
              Os conjuntos funcionais
Devido à importância dos conjuntos funcionais para compreender a dinâmica do ser
humano contextualizado em seu meio de existência, abordaremos os mesmos de forma mais
detalhada.
Daremos um destaque ao conjunto funcional da afetividade que tem grande
aplicabilidade na área educacional como um todo. Na visão Walloniana corresponde a um dos
domínios funcionais. Reforçamos que olhá-la separadamente para compreendê-la pode ser útil
quando feito de maneira apropriada, porém considerá-la como funcionamento isolado ou
independente é descaracterizar o pensamento na ótica desta teoria. Deve-se sempre pensá-la
no contexto da integração funcional e vinculada a seus motivos exteriores, às circunstâncias do
meio.
Começaremos falando sobre o conjunto funcional cognitivo. Podemos entender esse
domínio funcional por aquilo que os filósofos antigos chamavam (e nós ainda utilizamos o
termo) de razão. Trata-se do recurso de apreensão do conhecimento e análise, recurso de
explicação do mundo, das coisas e dos fenômenos; material que pode compor a linguagem e a
comunicação verbal e escrita e outras formas de conhecimento.
Esse campo do conhecimento se desenvolve de acordo com as possibilidades que a
maturação orgânica e as determinações sociais permitem (da mesma forma que os outros
campos funcionais) e, assim, pelas características da espécie humana, temos uma dada
direção, que é possibilitada pela passagem de uma inteligência prática para uma mais abstrata,
a discursiva.

5[5] Tradução livre do autor.


Para Wallon, a transição da inteligência prática à discursiva é possibilitada pelos
avanços nos quais o ato motor é o principal suporte para representação e capacidade
simbólica.
Desta forma, a inteligência evolui do gesto feito, a atividade mental parte da ação do
sujeito no mundo. Aparece, primeiramente, uma inteligência simbólica e representativa, que
evolui de um pensamento sincrético, quando a primeira unidade é o par, para depois evoluir até
um pensamento mais complexo e explicativo, a inteligência discursiva. (Wallon, 1989)
Esse pensamento aos pares se forma tendo por referência a predominância afetiva do
estágio anterior ao Categorial (o Personalismo 6[6]), que se expressa pela escolha explicativa
que possa mais agradar, ou ter aproximação sonora com um tom ou palavra semelhante, ou
uma palavra que tenha ouvido há pouco tempo e tenha chamado atenção, etc. Não há uma
lógica formal e compreensível como a do adulto nesta fase. Exemplos que possam ilustrar esse
pensamento é o caso das parlendas, rodas cantadas e outras brincadeiras infantis com jogo de
palavras observadas entre as crianças. (Wallon, 1989)
A contradição de estar em mundo falante e não se expressar de acordo com o que é
exigido pelo meio para manter as relações sociais gera um conflito. A afetividade possui um
importante papel para solucionar o conflito e usá-lo a favor do desenvolvimento cognitivo.
A afetividade possibilita esta evolução intelectual e, ao mesmo tempo, neste estagio,
começa a ser expressa de uma forma mais cognitivizada, pois como nos explica Dantas (1993),
é a superação da afetividade da lambida 7[7], das necessidades mais epidérmicas. Passa a ser
este momento uma forma mais elaborada de expressão afetiva com o progresso e as
conquistas da linguagem verbal, do campo cognitivo.
Wallon entende afetividade como a disposição ou capacidade de ser afetado pelo
mundo interno e externo, por sensações agradáveis ou desagradáveis, prazerosas ou
desprazerosas.
A afetividade ocupa um lugar central na teoria Walloniana. Ela é o primeiro meio de
sobrevivência, por ser responsável a conduzir as manifestações da criança recém nascida,
mobilizando os adultos para o atendimento de suas necessidades. Nesse sentido é que Wallon
coloca que a criança é geneticamente social. (Wallon, 1995b)
Afetividade é considerada um conceito maior que engloba as emoções,
sentimentos e a paixão. Na emoção há um predomínio da ativação fisiológica, de base
orgânica; já o sentimento é representacional, pois a leitura e análise cognitiva das

6[6] Estágio que tem a função da formação da personalidade na criança, a afirmação do eu psíquico. Ele
vai dos 3 aos 6 anos em média e possui três fases distintas e complementares: a oposição, a sedução e
imitação, para que possa dar condições para o desdobramento psíquico da criança. (Wallon, 1956)

7[7] Termo utilizado por Heloísa Dantas, referindo-se a uma primeira forma de manifestação da
afetividade.
sensações é o que caracteriza o sentimento e, na paixão, é predominante o auto-controle
que fornece os meios de adiar a satisfação, podendo ser pensada a maneira estratégica
para o agir.
Quando faz a referência específica à emoção, Wallon destaca sua estreita
dependência frente a todo o sistema postural, reações tônicas dos músculos e das vísceras,
reações vegetativas e glandulares. Trata-se de uma forma de comunicação primitiva e
ancestral que foi conservada ao longo da evolução. Porém, a cultura na qual se desenvolve a
pessoa pode construir a maneira de expressar a afetividade, podendo optar em exteriorizá-la
ou reprimí-la, além de selecionar a forma mais apropriada de manifestá-la, sendo indicativo do
desenvolvimento na direção de uma afetividade orgânica para uma de caráter moral, ou social.
(Wallon, 1995b)
A emoção garante a passagem do orgânico para o social e atrai as pessoas para que
possam participar, se integrarem mutuamente, interagirem e produzir em sua cultura.
A emoção possui uma base tônica, ligada à questão muscular do corpo. É ela a
responsável pela expressão da afetividade, mas com um importante papel do movimento. É
importante que se diga o que representa para Wallon (1995b) a relação entre tônus, afetividade
e movimento:
... fonte de impressões agradáveis é o movimento. Pelas sensações que
lhe correspondem no aparelho muscular e articular, ele suscita uma
excitação que se traduz, como a ação de carícias íntimas, em uma
exaltação de gestos (...) são exatamente comparáveis a expressão de
alegria. A alegria nasce com a facilidade dos movimentos. (p. 120)
O movimento, como provocador de alegria é importante de ser ressaltado, uma vez que
para se fazer menção a área escolar, por exemplo, falamos diretamente de uma educação que
utilize o movimento como meio e/ou fim educacional. Portanto, Wallon ajuda-nos a
compreender a importância desse fator (que predomina na postura pedagógica do professor)
no processo de ensino-aprendizagem.
Neste mesmo sentido, podemos utilizar uma metáfora para dizer que o corpo pode ser
compreendido como uma janela para as emoções, uma vez que por meio dele é que se mostra
o que sente. Conforme afirmam Mahoney e Almeida (2005) embasadas na obra de Wallon as
emoções são sistemas de atitudes, reveladas pelo tônus. Atitude é a expressão da combinação
entre tônus (nível de tensão muscular) e intenção; cada atitude é associada a uma ou mais
situações. (p.20)
Atitudes são compreendidas como expressões corporais estruturadas na integração de
emoções, pensamentos e intenções, revelando uma predisposição para alguma ação. É por
meio das atitudes que, às vezes, podemos nos comunicar. Ele nomeou essas comunicações
não verbais, que acontece entre os indivíduos como diálogo tônico. As emoções têm sua base
tônica e são produtoras de postura física, sendo assim expressivas. É essa uma base para o
contágio emocional. (Wallon, 1995b)
O contágio emocional é explicado por Wallon como possibilitador da mobilização do
adulto frente às manifestações da criança. O contágio garante a sobrevivência desta última
que, por ser geneticamente social se manifesta e tem no adulto o suprimento de suas
necessidades. (Wallon, 1995b)
Mas essa comunicação para os seres humanos, apenas envolvendo as emoções e sua
expressão por meio do corpo se faz insuficiente diante dos avanços sociais e culturais. Há
muito tempo temos a linguagem que dá base para as nossas relações humanas. As emoções
sob a influência da linguagem muda suas características e passa a ter um domínio cognitivo e
a possibilidade de ser explicada ou ter um nome, como a tristeza, a alegria, o medo, etc. Já
estamos falando de sentimentos.
O sentimento caracteriza-se pela representação cognitiva da emoção. O sentimento
não possui a característica de arrebatamento como a emoção, mas tende a reprimi-la e impor
controles e obstáculos. Há um antagonismo entre a emoção e a atividade intelectual, pois
quando a atividade intelectual entra em cena, a emoção tende a diminuir; assim, o sentimento
pode ser visto como uma emoção diminuída. (Wallon, 1995b)
Essa relação inversamente proporcional coloca o pensamento e a emoção em embate
constante, pois quando a emoção se intensifica, o pensamento se confunde, se atrapalha, e
quando a emoção abre espaço para uma representação cognitiva, podendo transformar-se em
sentimento e dar possibilidade de analisá-lo, a emoção diminui em seus efeitos. Pode-se dizer
que, desta forma, é possível o controle a respeito de quando e onde expressar o que se sente.
(Wallon, 1995b)
Já a paixão não aparece antes do estágio Personalista, pois necessita da
representação para seu auto-controle; tenta silenciar a emoção esperando um momento para
agir apropriadamente. Geralmente é vista nas manifestações de ciúmes, exigências e
exclusividade. Um bom exemplo é o caso de uma criança que ganha um irmãozinho, e, este
último passa a ter mais atenção de seus pais, despertando um sentimento de ciúmes na
primeira criança. Esta criança, para se vingar do novo irmão, é capaz de esperar a saída de
seus pais para dar um beliscão ou fazer algo ruim a ele. Casos como este mostram o auto-
controle do seu sentimento de ciúmes que aguarda o momento apropriado para se manifestar.
Somente para retomar, a afetividade se manifesta pela emoção, sentimento e paixão e
se expressa tendo o suporte da base tônica no corpo, utilizando para isso, o ato motor como
via de acesso.
Neste lento desenvolvimento da atividade psíquica, portanto, o ato motor representa
um importante papel.
O ato motor é um conjunto que corresponde a questão muscular do corpo,
responsável pela postura física e pelo movimento e deslocamento dos seguimentos, além de
ser o recurso de expressão para as emoções. Wallon (1995b; 1979) explica que o sentido
humano do movimento é definido pela capacidade de os músculos não apenas gerarem tensão
para os deslocamentos corporais, mas também por serem a base estrutural das atitudes dos
seres humanos. (Wallon, 1995b)
Nesse sentido, é importante pensarmos sobre como a imperícia (Wallon, 1979) pode
estar relacionada às questões do ato motor e a movimentação corporal para entender melhor o
que acontece nas aulas que nós, professores, pedimos ao aluno que faça algo e ficamos
observando-o, de perto.
A imperícia é a imperfeição habitual dos movimentos. Dizemos que uma pessoa é
desajeitada quando não consegue executar o que desejaria fazer ou o que nós gostaríamos de
vê-la fazer. Assim, todos os fatores que intervêm na execução de um movimento podem, pela
sua insuficiência, tornar-se uma causa de imperícia. (p. 124)
De posse do que seja a imperícia nesse aporte teórico, podemos refletir sobre o
assunto, e arriscar dizer que todos, de alguma ou de muitas maneiras, já passamos por
situações que provocaram a imperícia. Para nós professores, por exemplo, a relação
pedagógica é repleta de situações de imperícia, quer do aluno ou do professor. Segundo as
palavras do próprio Wallon (1979):
A imperícia – não existe nada que nos possa ser mais familiar. Conhecemo-la por nós
mesmos e como educadores. De cada vez que desejamos aprender um movimento novo ou
ensiná-lo, debatemo-nos com a nossa imperícia ou com a do nosso aluno. (p. 123)
Não saber exatamente como fazer um determinado movimento, ou então, para um
educador não saber como ao certo deve ensiná-lo ao aluno pode se tornar algo frustrante,
provocador de sentimentos ou emoções negativas como a própria frustração, a raiva, o medo
de não saber fazê-lo, o receio do contato ou o julgamento de terceiros, etc.
O sincretismo, termo usado por Wallon, é a situação confusa, inicial, provocado por
uma situação nova é algo, às vezes, inevitável, por reconhecer a variabilidade e os diferentes
níveis de interação dos indivíduos com seu meio, alguns com mais ou menos dificuldades de
interação com as tarefas ou desafios que surgem na vida.
Wallon (1979) alerta ainda que certos casos de imperícia não se devem a imperícia,
mas aquelas situações reflexas que se desenvolvem em nós devido a impressão de nos
encontrarmos em presença ou sob o olhar do outro. Todo o sistema de atitudes, nesses casos,
é afetado e a mesma incontinência de reações se manifesta no aparelho motor, como um
estado de rigidez ou contratura excessiva que normalmente nos acomete. Wallon (1979) diz ser
perfeitamente normal essas reações, e que diante da observação alheia, alguns indivíduos
perdem a cabeça e seus movimentos a executar são contrariados ou paralisados pela rigidez
ou por tremores intempestivos.
 
UM POUCO MAIS SOBRE AS CARACTERÍSTICAS DAS FASES DO DESENVOLVIMENTO
POR WALLON
As fases de desenvolvimento devem respeitar a cultura a qual está inserida, e assim
não se trata do estabelecimento de idades rigidamente fixadas por este teórico, mas fases
descritas pelas características que possam ser expressas com uma certa regularidade durante o
desenvolvimento infantil. Foram observadas e tratadas em suas minúcias, por meio do método já
exposto e explicado. Essas idades descritas são de sua cultura francesa e por algumas décadas
do século XX, sendo assim Wallon nos alerta para que sejam postas em uma reavaliação crítica
e no contexto que fornece suas condições para o desenvolvimento.
Wallon diz que somos geneticamente sociais. Isto significa que desde o nascimento
estamos sujeitos as condições do meio social que nos inserimos.
A partir do nascimento até por volta de 1 ano de idade, encontra-se o primeiro estágio,
chamado de Impulsivo Emocional. Nesse estágio, foi observado por Wallon alguns
movimentos desordenados, cujos quais chamou de descargas motoras que eram expressas pela
criança, de maneira desordenada e difusa, com o intuito de expressar dois estados do
organismo: prazer ou desprazer (mal estar ou bem estar). Essa impulsividade motora acontece
por volta de 0 – 3 meses de vida. Por isso, geneticamente social significa que as manifestações
da criança afeta e mobiliza os adultos que o atendem para prover suas necessidades. Assim, em
oposição a Piaget, que coloca o desenvolvimento do egocentrismo para a socialização, Wallon
coloca uma fusão entre o indivíduo e o meio, para se diferenciar dele ao longo do seu
desenvolvimento.
Essas manifestações da criança se desenvolvem, e passam gradativamente a
constituição da intencionalidade voltando-se para a atividade de relação afetiva. Por isso chama-
se Emocional. Aparecem a primeiras manifestações intencionais de emoção. Há uma importante
ligação entre emoção e tônus. Por meio do escoamento do tônus provocado pelos movimentos e
gestos (musculatura estriada) a criança pode manifestar a alegria, já movimentos excessivos ou
acumulação do tônus são sinais de sofrimento ou cólera.
O próximo estágio Sensório-Motor e Projetivo, por volta de 1-3 anos, tem por base a
exploração do mundo exterior. Os ganhos do estágio anterior possibilitam que a criança tenha
mais instrumentos de exploração dos locais nos quais habita. O desenvolvimento neuro-motor
alcançado até então possibilita mais oportunidade de interação com os objetos exteriores e com
estes, há uma relação para um exercício das funções, onde movimentos e atividades da criança
se repetem para testar os efeitos e modular seus órgãos sensórios motores. Wallon chama tais
atividades de circulares.
Aparece a capacidade de locomoção, entre o engatinhar para algumas crianças e a
aquisição da marcha, oportunizando o contato e conhecimento dos locais por si própria e com a
ajuda dos adultos. A segunda etapa do estágio chama-se projetiva, pois o pensamento projeta-
se em atos motores, em gestos e por ele se desenvolve. A criança se desenvolve tendo o
movimento como base de sustentação do pensamento antes da conquista do simbolismo e
representação. Utiliza a imitação como modelo da sua conduta motora e inicia manifestações do
simulacro, as suas atividades que manifestam a fantasia e são o prenúncio da representação.
O estágio Personalista, por volta dos 3 aos 6 anos, a direção do desenvolvimento
inverte novamente, para o conhecimento de si própria. É o estágio do enriquecimento da
personalidade, da formação do eu. Personalidade compreendida por Wallon “no sentido do ser
total, físico-psíquico e tal como ele se manifesta pelo conjunto do seu comportamento.” (Wallon,
1975 p. 131)
Três fases distintas mostram-se neste estágio, com o objetivo de ao final, ter-se
conseguido o desdobramento do eu psíquico, a individuação. São elas: a oposição, a sedução e
a imitação.
A oposição mostra-se pela necessidade de autoafirmar, de ganhar a autonomia e se
desdobrar do comportamento do adulto. É uma fase de recusa e reivindicação. A segunda fase,
da sedução, é também chamada de “idade da graça”, onde a criança mostra necessidades de
ser aceita e admirada. Acontece nessa fase uma exuberância motora que precisa ser mostrada,
onde a criança se exibe na busca de reconhecimento. A última fase deste estágio, a fase de
imitação, distingue-se da imitação realizada no estágio anterior, pois naquele está o interesse
estava no gesto motor como modelo de aprendizagem, e formação do eu-corporal; enquanto que
neste estágio a imitação caracteriza-se pelo modelo de pessoa, de personalidade a ser não
apenas copiada, mas interiorizada e servindo de exemplo daqueles cujos quais a criança admira
e quer suplantar. A necessidade é o desdobramento do eu-psíquico, da afirmação de que ela é
diferente dos outros.
O estágio Categorial vou explicar mais detalhadamente, pois o início deste estágio se
dá por volta dos seis anos de idade, coincidindo com a entrada na escola em praticamente
todos os países, e, graças ao amadurecimento da função simbólica e a diferenciação da
personalidade que acontecem no estágio anterior, traz importantes avanços no plano da
inteligência, como a direção do interesse da criança para o conhecimento e conquista do
mundo exterior, vertendo suas relações com o meio à preponderância do aspecto cognitivo.
Com o aparecimento da função simbólica, é possível o surgimento do pensamento
discursivo, que Wallon estuda pormenorizadamente e publica no livro “Origens do Pensamento
na Criança”, (1941).
Nesta obra ele analisa o pensamento discursivo por meio de entrevistas com crianças
que se encontravam entre as idades de 5 a 9 anos, buscando compreender como as crianças
pensavam, e para isso abordou temas de seus cotidianos com perguntas do tipo “o que é o sol,
o vento, a lua, etc.
Wallon consegue perceber por meio deste estudo, que o pensamento se processa no
início desta fase de maneira sincrética, ou seja, inicialmente confuso e global. No pensamento
sincrético, são constantes as misturas de aspectos fundamentais, como o sujeito e o objeto
pensado, os objetos entre si, os vários planos do conhecimento, ou seja, aquilo que só pode
ser modificado no pensamento com o progresso da inteligência, isto é, processos de
diferenciação.
A menor unidade do pensamento é o par, ele é a base do raciocínio infantil. Não se
pode considerar uma palavra isoladamente, pois ainda não há essa diferenciação. Wallon nos
mostra que o pensamento sincrético mistura aleatoriamente uma coisa à outra, sem uma lógica
definida, por ainda ter uma forte base afetiva desse pensamento. Essa base guia boa parte das
escolhas no uso dos termos empregados, sendo que uma palavra que sustenta a outra às
vezes se opõe, em outras o motivo desta ligação são as semelhanças nos sons, ou na
construção da palavra.
Mas este pensamento preso a contradições provoca um importante conflito que
mobiliza a criança a superar essa fase de confusões conceituais, porque a condução deste
pensamento é dispersiva e insustentável por não conseguir apoio na representação e não ter
desenvolvido a atenção, não podendo dar parâmetros de análise e definição de um
pensamento mais coerente e organizado. Nesta fase o pensamento tenta se livrar de uma certa
predominância afetiva.
Com o desenvolvimento da atenção, é possível a formação de um pensamento mais
estruturado, que acontece durante os 5 e os 9 anos com a passagem do sincretismo para o
que Wallon dá o nome de Pensamento Categorial, pois a partir dele é possível organizar o real
em categorias, em séries, de formar classes, apoiada em um fundo simbólico estável. É uma
diferenciação que favorece a objetivação do real, ou ajustar gradativamente o pensamento a
realidade.
Isto também é possível, graças ao amadurecimento dos centros de inibição, onde
organicamente se dá a possibilidade de estabilizar o pensamento e persistir em um foco
definido, o que Wallon relata como um poder capaz de lhes dar a eficácia desejada, o
prolongamento e a perseverança no foco em questão.
Para Dantas, de todas as alterações processadas, esta é a mais fundamental, pois ela
diz que separando-se as qualidades do real produto, possibilita-se um ganho verdadeiramente
significativo na compreensão do real, onde seria por exemplo compreensível para o
pensamento da criança o porque do barco (antes confundido com suas características grande e
pesado) não afundar e a faca (pequena e aparentemente leve) afundar; aceitar que outras
mães possam ter o mesmo nome da sua, etc.
A afetividade neste estagio, começa a ser expressa de uma forma mais cognitivizada,
pois como nos explica Dantas (1993), é a superação da afetividade da lambida, das
necessidades mais epidérmicas e voltando-se neste momento, a uma forma mais elaborada de
expressão com o progresso e as conquistas da linguagem verbal, do campo cognitivo.
Este estágio termina aproximadamente aos 11 anos, com a chegada da puberdade,
momento em que a preponderância muda novamente para o campo afetivo, dando uma nova
gama de desafios e superação de grandes conflitos para a edificação do indivíduo integrado às
exigências da sociedade a qual está inserido.
O estágio da Puberdade e Adolescência começa por volta dos 12 anos e vai até a
idade adulta. Novamente sujeito à mudança na preponderância funcional, que assim como o
estágio do Personalismo volta-se para o conhecimento do eu, o conhecimento interior. Mas as
semelhanças entre esses estágios são maiores, pois como explica Wallon são as necessidades
da personalidade que passam novamente para primeiro plano. Sujeito a inúmeras crises, onde
“os sentimentos possuem a mais evidente ambivalência: timidez e arrogância, vaidade e gozo
dos outros alternam e muitas vezes combinam-se.”(Wallon. 1975, p. 139) Wallon coloca que o
mais absoluto egoísmo e o sacrifício pessoal andam a par; ele diz que só as circunstâncias
parecem as vezes decidir qual dos dois prevalecerá; isso tudo provocando a sensação de que
o sujeito mal se reconhece, e espanta-se com si próprio, achando-se deslocado da sua própria
pessoa ou de sua história pessoal.
Sua necessidade de adquirir autonomia e fortalecer sua personalidade guia esta etapa
do desenvolvimento, tendo como suporte os progressos anteriores, principalmente na
linguagem.
“Assim, todas as etapas que conduzem a criança do nascimento à idade adulta
mostram uma ligação estreita entre a evolução da sua personalidade e a da sua inteligência”.
(Wallon, 1975 p. 140)
 
4. DOIS GRANDES AUTORES NA PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM: SKINNER E
AUSUBEL
B. F. SKINNER

SKINNER E O COMPORTAMENTALISMO8[8]

Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 —


Cambridge, 18 de Agosto de 1990) foi um autor e psicólogo estadunidense.

Ele conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do


Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-
relações entre história filogenética e ambiental do indivíduo. Ele também escreveu trabalhos
nos quais advoga o uso de técnicas para a modificação de comportamento (principalmente o
condicionamento operante) com o intuito de melhorar a sociedade e tornar o homem mais feliz.
Contudo, a maior originalidade de seu trabalho (pouco reconhecida) é o tratamento dado à
subjetividade humana, analisada segundo fatores histórico-ambientais envolvidos com o
chamado comportamento verbal.

O Behaviorismo ou Ciência do Comportamento Humano

J.B.Watson (1878-1958), em oposição aos funcionalistas propõe uma psicologia cujo


objeto de estudo se desloca da mente e passa para o comportamento e suas interações com o
ambiente.
O método de estudo do comportamento “deve ser o de qualquer ciência: observação e
experimentação, mas sempre envolvendo comportamentos publicamente observáveis e
evitando a auto-observação”. (p.65)
Na tentativa de superar as posições de Titchener e dos funcionalistas, apesar de tomar
por base muitas das posições defendidas por eles, como por exemplo, a psicologia como
ciência da natureza; a adoção de métodos objetivos no estudo do objeto de estudo, Watson
redefine a psicologia como ciência do comportamento, na qual a introspecção não tem lugar,
pois o que se estuda nessa ciência são os comportamentos observáveis, isto é, os movimentos
do corpo e suas relações com o ambiente.
Deste ponto de vista, Watson supunha não ser necessário dizer que mente e corpo
interagem ou caminham lado a lado, pois o sujeito que se comporta “não é um sujeito que

8[8] Para conhecer mais sobre este autor, procure no Youtube.com um vídeo com o nome de: A
Psicologia de B. F. Skinner (São 9 partes)
sente, pensa, decide, deseja e é responsável pelos seus atos: é apenas um organismo” e,
como tal, “o ser humano se assemelha a qualquer outro animal...". (p.67)
 
  Watson (para uma Psicologia Observável) Psicologia Experimental
E R
Comportamentalismo = Estudo das Interações entre Indivíduo – Meio (Ambiente ou Contexto)

Watson e o Comportamento Respondente

Watson, pesquisando em continuidade aos seus precedentes, por exemplo Pavlov,


percebeu que quando estimulamos as pessoas ou animais de maneira não voluntária ou
incondicionada (independe das condições) geramos reflexos de resposta chamados igualmente
incondicionados.

Estímulos Não Voluntários = Incondicionados

Significa que independentemente das condições as reações ou respostas aparecem


como nos exemplos abaixo:

         Reação Pupilar quando estimulada pela luz a frente dos olhos;
         Salivação quando apresentamos uma boa comida;
         A experiência clássica do reflexo patelar (joelho) quando batemos um martelinho com
o joelho flexionado e, após a leve pancada o músculo contrai.

Geram Respostas Incondicionadas = Involuntária, Reflexa; quando recebem um


estímulo apropriado.

No entanto, Resposta Condicionada = Pareada = Aprendida foi descoberta com uma


experiência como esta:

A experiência clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista


de um pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão
da carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha, qual
o efeito sobre o animal? uma reação de orientação. Ele simplesmente olha, vira a cabeça
para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a campainha e em seguida
mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso repetidamente, depois de certo
número de vezes o simples tocar da campainha provoca salivação no animal, preparando
o seu aparelho digestivo para receber a carne. A campainha torna-se um sinal da carne
que virá depois. Todo o organismo do animal reage como se a carne já estivesse
presente, com salivação, secreção digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que
nada tem a ver com a alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar
modificações digestivas. 

B. F. SKINNER
O behaviorismo radical de Skinner
 
A proposta de B.F.Skinner (1904-1990), “embora se trate de um comportamentalismo,
(...) afasta-se imensamente do de Watson, sendo um erro absurdo reuni-los numa mesma
análise. Skinner deu enormes contribuições ao estudo das interações entre organismos vivos e
seus ambientes, adotando de forma rigorosa os procedimentos experimentais”.
Skinner concorda com Watson quanto à questão da ciência do comportamento; quanto
ao objeto de estudo; quanto ao alocamento desta ciência no rol das ciências naturais. Mas
discorda frontalmente, principalmente, no que tange ao banimento do “privado”, isto é, da
subjetividade no estudo do comportamento.
Para ele existe um “mundo privado” das sensações, dos pensamentos, das imagens.
“Skinner não rejeita a experiência imediata, mas trata de entender a sua gênese e sua
natureza. Ele não duvida que os homens sintam sem expressar seus sentimentos, que os
homens se iludam, alucinem, reflitam sobre as coisas e sobre si mesmos, relatem temores,
aspirações e desejos. Tudo isso é real, mas, segundo Skinner, devemos investigar em que
condições a vida subjetiva privatizada se desenvolveu”.
Segundo Skinner, esse “mundo privado” é fruto das relações sociais. É uma construção
social. Desse modo, também a capacidade que o indivíduo tem para falar de si mesmo é
aprendida na convivência com os outros. “Toda linguagem é, assim, social, mesmo quando se
refere ao ‘mundo privado’”.
O conceito de “Condicionamento Operante” foi criado pelo psicólogo Burrhus Frederic
Skinner. Este refere-se ao procedimento através do qual é modelada uma resposta (ação) no
organismo através de reforço diferencial e aproximações sucessivas. É onde a resposta gera
uma consequência e esta consequência afeta a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a
consequência for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for punitiva, além de diminuir a
probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais. Este tipo de
comportamento que tem como consequência um estímulo que afete sua frequência é chamado
“Comportamento Operante”.
O conceito de Comportamento Operante difere do conceito de comportamento
respondente porque o primeiro ocorre em um determinado contexto, chamado estímulo
discriminativo, e gera um estímulo que afeta a probabilidade dele ocorrer novamente; o
segundo é diretamente eliciado por algum estímulo e é uma reação fisiológica do organismo.
Uma resposta fisiológica a um estímulo, como fechar o olho diante de algo que se aproxima
dele, retirar o braço diante de uma agulhada, etc.
O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertório inato. As respostas
que gerem mais reforço em média, tendem a aumentar de frequência e se estabelecer no
repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser novamente emitidas.
Comportamento Operante = Opera sobre o mundo quer direta ou indiretamente. Tem
algum efeito sobre o mundo e abrange as conseqüências. (E = ESTÍMULO; R =
RESPOSTA; C = CONSEQUÊNCIA)

Contingências = Trata-se do mesmo que condições. Refere-se em geral ao que


possa envolver o meio (contexto) do indivíduo e que possa modificar seu
comportamento, quer direta ou indiretamente.

Reforçamento

O tipo de consequência que aumenta a probabilidade de ocorrência da mesma função


de resposta em contextos semelhantes, chama-se reforço. O reforço pode ser positivo, quando
há a adição de um estímulo no ambiente que resulte no aumento da frequência da resposta
que o gerou; ou negativo, quando a resposta emitida remove algum estímulo aversivo, ou seja,
que a pessoa tende a evitar, do ambiente.
É importante ressaltar, que reforço, ao contrário do que pode pensar o senso comum,
não é uma simples recompensa. Para B. F. Skinner, reforço, pode ser qualquer evento que
aumenta a frequência de uma reação precedente.Um reforço pode ser uma recompensa
tangível. Pode ser um elogio ou uma atenção. Ou pode ser uma atividade, como poder usar o
carro depois que a louça estiver lavada, ou ter uma folga depois de uma hora de estudo.
     Depois de uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência desta
resposta.
  Reforço Positivo = Aumenta a Probabilidade Futura da Resposta que o Produz.
[OFERECE ALGO]

  Reforço Negativo = Aumenta a Probabilidade Futura da Resposta que o Remove ou


Atenua. [PEDE A RETIRADA DE ALGO]

  Só é definido por função sobre o Comportamento do Indivíduo. Ex: Família Adams


considera um reforço positivo algum tipo de tortura e, apesar de ficção,
representa uma relação como duas crianças que são repreendidas. Uma delas
chora enquanto a outra ri diante do adulto.

Generalidades da Espécie:

Os reforços primários - como receber alimento ou ser aliviado de um choque elétrico -


são intrinsecamente satisfatórios. Os reforços secundários são aprendidos. Se um rato numa
caixa de Skinner aprende que uma luz sinaliza de maneira confiável que a comida está
chegando, ele vai se empenhar em acender a luz. Dinheiro, boas notas, são exemplos de
reforços secundários, cada um das quais está ligado a recompensas mais básicas.

Reforçadores Primários: Água, alimento, afeto, etc.

Reforçadores Secundários = Pareados com Primários: dinheiro, aprovação social,


etc.

Estímulos Aversivos

Reforçamento Negativo, dois destaques: FUGA e ESQUIVA

Um reforço negativo também aumenta a probabilidade de um comportamento pela


ausência (retirada) de um estímulo aversivo (que cause desprazer) após o organismo
apresentar o comportamento pretendido.
A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos condicionados e
incondicionados estão separados por um intervalo de tempo, permitindo que o indivíduo
execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do segundo.
Como exemplo podemos falar da relação entre o motor do dentista e a antecipação da dor.
Desviar o rosto é esquivar-se dela. Quando os estímulos ocorrem nessa ordem, o primeiro
torna-se um reforçador negativo condicionado (aprendido) e a ação que o reduz é reforçada
pelo condicionamento operante. As ocorrências passadas de reforçadores negativos
condicionados são responsáveis pela esquiva. Já a fuga é quando o comportamento reforçado
é aquele que termina com um estímulo aversivo já em andamento. A diferença é sutil. Se eu
posso colocar as mãos nos ouvidos para não escutar o estouro de um rojão, este
comportamento é de esquiva, pois estou evitando o segundo estímulo antes que ele aconteça.
Mas se o rojão começa a pipocar e só então reajo, pode-se falar em fuga.
  ESQUIVA : Após o estímulo condicionado (aprendido) o indivíduo apresenta um
comportamento que é reforçado pela necessidade de reduzir ou evitar o
segundo Estímulo.
  FUGA : O comportamento reforçado é aquele que termina com um Estímulo
Aversivo em andamento. Só há um Estímulo Aversivo incondicionado que,
quando apresentado, será evitado pelo comportamento de fuga. Fujo dele
depois de iniciado.

Outros tópicos fundamentais decorrentes do reforçamento:

  EXTINÇÃO: É um procedimento no qual uma resposta deixa abruptamente de ser


reforçada. Como conseqüência, a resposta diminuirá de freqüência e até mesmo
poderá deixar de ser emitida. Na ausência de reforço, nosso comportamento
deixa de existir.

Ex: uma criança que deixa de fazer birra (extingue o comportamento) por não ser atendida
quando o faz.

  PUNIÇÃO: Apresenta Estímulo Aversivo e gera Fuga ou Esquiva. Faz o sujeito


fugir ou se esquivar do Estímulo Aversivo, mas deve-se pensar se reforça ou
aumenta (ensina) a probabilidade de aparecer o comportamento esperado. Ex:
Não se ensina a ler punindo quem não lê.

  MOTIVAÇÃO: Contingências que levam a prolongar ou repetir um


comportamento, faz com que se mantenha.

Quando a pessoa continua a manifestar um comportamento que está sendo reforçado pelas
contingências.

CONTROLE DE ESTÍMULOS:

•       DISCRIMINAÇÃO: Permite diferenciar comportamentos de acordo com as


contingências. Ex: Semáforo, Tipos de festas.

•       GENERALIZAÇÃO: Permite aplicar os mesmos padrões de comportamentos


para Estímulos Semelhantes. Ex: aprende algumas palavras na escola e leva
para a vida.

CONTROLE E CONTRA –CONTROLE

Sempre há e haverá controle em tudo e em todos sobre todos. No entanto, quando de


certa maneira nos comportamos explicitamente e notoriamente controlando ou tentando
controlar, podemos Estimular um comportamento de Contra-Controle.

A Educação Na Visão de Skinner


Para Skinner: “Educação é o estabelecimento de comportamento que seja
vantajoso para o indivíduo e para os outros em um tempo futuro”. Para
isso, devemos organizar as contingências para possibilitar uma formação
de nossos alunos para o auto-governo intelectual. Isso só acontece quando
eu me coloco a evidenciar os elementos de seu comportamento operante,
que nada mais é do que: o estímulo, resposta e a conseqüência do seu
comportamento. Fazer isso é muito fácil, pois se trata de mostrar ao aluno
as vantagens da aquisição de novos padrões de comportamento e
programar as aulas de maneira que o professor possa capacitar o aluno a
encontrar ou buscar suas próprias contingências por saber antecipar as
conseqüências de seus comportamentos operantes.

DAVID AUSUBEL E A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA


David Paul Ausubel (1918, Nova Iorque), foi um grande psicólogo da educação
estadunidense, exatamente, em 1918, numa época em que a população judaica sofria uma
série de preconceitos e de conflitos religiosos.
É um psicólogo que, baseando-se nas teorias piagetianas do desenvolvimento,
pesquisou a fundo sobre a aprendizagem cognitiva e construiu uma teoria importante sobre
como as pessoas se apropriam do conhecimento a partir da aprendizagem.
Ausubel sabe bem que aprendemos em todos os conjuntos funcionais: afetivo, motor e
cognitivo. No entanto, restringiu suas pesquisas ao conjunto funcional cognitivo.
Ele diz que temos duas vias de aprendizagem. Uma via acontece por descoberta,
quando por conta própria vamos constatando fatos, deduzindo coisas e chegando a algum tipo
de conhecimento. Neste caso o conhecimento vem a nós de maneira desordenada, cabendo a
nossa inteligência a capacidade de encaixar as peças que possam tornar as coisas mais claras
a nós. A segunda via de aprendizagem acontece por recepção. Dessa maneira podemos dizer
que a aprendizagem vem pronta, organizada e sistematizada, cabendo a nós apenas um
esforço ativo de compreensão para tornar a aprendizagem mais consistente.
Temos dois tipos de aprendizagem, uma é a mecânica e a outra significativa. Quando o
que estamos aprendendo não tem relação direta com nossa estrutura de conhecimento
tentamos memorizar o novo conteúdo. Essa é a aprendizagem mecânica, tida como
memorística e aleatória, pois não tem conexão com nosso conhecimento prévio. Nesse caso a
aprendizagem fica inconsistente, dando mais chances de esquecermos o conteúdo aprendido e
menos útil por não sabermos dar significado lógico a ele de acordo com o que já conhecemos.
A Teoria de Ausubel prioriza a Aprendizagem Cognitiva, que é a integração do conteúdo
aprendido numa edificação mental ordenada, a Estrutura Cognitiva. Essa Estrutura Cognitiva
representa todo um conteúdo informacional armazenado por um indivíduo, organizado de certa
forma em qualquer modalidade do conhecimento. O conteúdo previamente detido pelo
indivíduo representa um forte influenciador do processo de aprendizagem. Novos dados serão
assimilados e armazenados na razão direta da qualidade da Estrutura Cognitiva prévia do
aprendiz. Esse conhecimento anterior resultará num "ponto de ancoragem" onde as novas
informações irão encontrar um modo de se integrar a aquilo que o indivíduo já conhece. Essa
experiência cognitiva, porém, não se influencia apenas unilateralmente. Apesar de a estrutura
prévia orientar o modo de assimilação de novos dados, estes também influenciam o conteúdo
atributivo do conhecimento já armazenado, resultando numa interação evolutiva entre "novos" e
"velhos" dados. Esse processo de associação de informações inter-relacionadas denomina-se
Aprendizagem Significativa.
Dessa forma a Aprendizagem Significativa é preferível a Aprendizagem Mecânica, ou
Arbitrária. Pois constituí um método mais simples, prático e eficiente. Muitas vezes um
indivíduo pode aprender algo mecanicamente e só mais tarde percebe que este se relaciona
com algum conhecimento anterior já dominado. No caso ocorreu então um esforço e tempo
demasiado para assimilar conceitos que seriam mais facilmente compreendidos se
encontrassem uma "âncora", ou um conceito subsunçor, existente na Estrutura Cognitiva.
O subsunçor é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se
integrar ao cérebro humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia
conceitual que armazena experiências prévias do aprendiz.
Uma grande questão levantada pela Teoria de Ausubel diz respeito a origem dos
subsunçores. Se eles não estiverem presentes para viabilizar a Aprendizagem Significativa,
como é possível criá-los?
Segundo Ausubel a Aprendizagem Mecânica é necessária e inevitável no caso de
conceitos inteiramente novos para o aprendiz, mas posteriormente ela passará a se
transformar em Significativa. Para acelerar esse processo Ausubel propõe os Organizadores
Prévios, âncoras criadas a fim de manipular a Estrutura Cognitiva, interligando conceitos
aparentemente não relacionáveis através da abstração.
É importante dizer que, quando crianças, as pessoas aprendem mecanicamente e,
pouco a pouco, vão tornando suas aprendizagens mais e mais significativas, pois vão
estabelecendo o significado que as coisas possuem.
Para que ocorra uma Aprendizagem Significativa segundo Ausubel, é necessário que:
- O material a ser assimilado seja Potencialmente Significativo, ou seja, não arbitrário em si.
Mesmo materiais arbitrários então, podem ser tornados significativos através de Organizadores
Prévios.
- Ocorra um conteúdo mínimo na Estrutura Cognitiva do indivíduo, com subsunçores em
suficiência para suprir as necessidades relacionais.
- O aprendiz apresente uma disposição para o relacionamento e não para simplesmente
memorizá-lo mecanicamente muitas vezes até simulando uma associação. Muito comum em
estudantes acostumados a métodos de ensino, exercícios e avaliação repetitiva e rigidamente
padronizada.
A Aprendizagem Significativa se divide em 3 tipos:
- A Aprendizagem Representacional é basicamente uma associação simbólica primária.
Atribuindo significados a símbolos como, por exemplo, valores sonoros vocais a caracteres
lingüísticos.
- A Aprendizagem de Conceitos é uma extensão da Representacional, mas num nível mais
abrangente e abstrato, como o significado de uma palavra, por exemplo.
- A Aprendizagem Proposicional é o inverso da Representacional. Necessita é claro do
conhecimento prévio dos conceitos e símbolos, mas seu objetivo é promover uma
compreensão sobre uma proposição através da soma de conceitos mais ou menos abstratos.
Por exemplo, o entendimento sobre algum aspecto social.
A Aprendizagem Significativa também pode possuir uma das seguintes naturezas:
- Subordinada: Onde a informação nova é assimilada pelo subsunçor passando a alterá-lo.
- Superordenada: Quando a informação nova é ampla demais para ser assimilada por qualquer
subsunçor existente, sendo mais abrangente que estes e então passa a assimilá-los. Por
exemplo: Se o indivíduo tem subsunçores para Catolicismo, Protestantismo e Kardecismo, e
depois aprende o conceito geral de Cristianismo. Esse último conceito é que na realidade
assimilará os três originais.
- Combinatória: Quando a informação nova não é suficientemente ampla para absorver os
subsunçores, mas em contrapartida é muito abrangente para ser absorvida por estes. Assim
para a se associar de forma mais independente aos conceitos originais. Como exemplo
podemos citar o conceito de "Arca de Noé". Ele se relaciona com o conceito de embarcação,
mas poderia não assimilá-los nem ser assimilado por estes, pois possuí peculiaridades muito
específicas que desafiam as características de uma embarcação comum, dependendo do
ponto de vista e linhagem de raciocínio do aprendiz, mas é indiscutivelmente associável a este
conceito. Ao mesmo tempo associa-se também ao conceito Cristianismo por fazer parte de sua
crença, mas não de forma exclusiva a ponto de ser definitivamente assimilado. Assim passa a
se relacionar com ambos e quaisquer outros conceitos associáveis, mas ainda mantém uma
certa independência.
A categorização de Aprendizagem Significativa Subordinada, Superordenada e
Combinatória se ajustam a categorização em Representacional, Conceitual e Proposicional.
Uma aprendizagem Representacional apresenta uma assimilação geralmente Subordinada.
Uma Conceitual pode ser Subordinada, mas tende mais a ser Superordenada e menos
freqüentemente Combinatória. Já uma Proposicional tende mais a Superordenada ou
Combinatória.
Da mesma forma na aprendizagem Representacional de característica
predominantemente Subordinada, ocorre a Diferenciação Progressiva, quando um conceito
original vai sendo progressivamente detalhado e especializado, evoluindo através das
assimilações subordinadas resultando num processo de Análise.
Já numa aprendizagem de característica Superordenada ou Combinatória tende a ocorrer a
Reconciliação Integrativa, onde os conceitos originais buscam associações entre si,
interligando-se de forma expansiva e Sintética.
"...o fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é
aquilo que o aluno já sabe; determine isso e ensine-o de acordo."
(Ausubel)
Essa frase do próprio autor resume seu ponto de vista, sendo assim o mesmo propõe
que a Estrutura Cognitiva pode ser estimulada Substantivamente, através de métodos de
integração e unificação de conceitos. E Programaticamente, por uma organização estruturada
que use a formação seqüencial de subsunçores. De forma que o papel pedagógico envolve ao
menos quatro partes:
- Determinação da estrutura da matéria de ensino e seu Potencial Significativo, de modo a
organizá-lo numa sucessão de melhor possibilidade de assimilação. Organização Seqüencial.
- Identificação dos subsunçores do processo seqüencial de ensino que devem possuir
correlatos nas Estruturas Cognitivas do aprendiz.
- Identificação do Potencial Significante do aprendiz, isto é, a suas Estruturas Cognitivas já
consolidadas.
- Aplicação de um método de ensino que priorize a associação dos conceitos da matéria com
os subsunçores do aprendiz de forma a criar uma Aprendizagem Significativa, e possibilitar
uma gama de opções de associação de conceitos de modo a levar e uma Consolidação do
aprendizado.
 Podemos concluir que Ausubel então propõe a valorização da Estrutura Cognitiva do
aprendiz, subordinando o método de ensino a capacidade do aluno de assimilar a informação.

5.     Howard Gardner9[9] e sua teoria das inteligências múltiplas10[10]


 
Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte americano Howard
Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas,
divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já
estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas
do suíço Jean Piaget. Por outro lado, a dedicação à música e às artes, que começou na
infância, o levou a supor que as noções consagradas a respeito das aptidões intelectuais
humanas eram parciais e insuficientes.
No início do século XX, as autoridades francesas solicitaram a Alfredo Binet que
criasse um instrumento pelo qual se pudesse prever quais as crianças que teriam sucesso nos
liceus parisenses. O instrumento criado por Binet testava a habilidade das crianças nas áreas
verbal e lógica, já que os currículos acadêmicos dos liceus enfatizavam, sobretudo o
desenvolvimento da linguagem e da matemática. Este instrumento deu origem ao primeiro teste
de inteligência, desenvolvido por Terman, na Universidade de Standford, na Califórnia: o
Standford-Binet Intelligence Scale.
Subseqüentes testes de inteligência e a comunidade de psicometria tiveram enorme
influência, durante este século, sobre a idéia que se tem de inteligência, embora o próprio Binet
(Binet & Simon, 1905 Apud Kornhaber & Gardner, 1989) tenha declarado que um único
número, derivado da performance de uma criança em um teste, não poderia retratar uma
questão tão complexa quanto a inteligência humana. Neste artigo, pretendo apresentar uma
visão de inteligência que aprecia os processos mentais e o potencial humano a partir do
desempenho das pessoas em diferentes campos do saber.
As pesquisas mais recentes em desenvolvimento cognitivo e neuropsicologia sugerem
que as habilidades cognitivas são bem mais diferenciadas e mais específicas do que se
acreditava (Gardner, I985). Neurologistas têm documentado que o sistema nervoso humano

9[9] Para conhecer mais sobre esse autor, procurar no youtube.com com o seguinte nome: A Psicologia
de Howard Gardner (são 4 partes)

10[10] Texto adaptado de Maria Clara S. Salgado Gama


não é um órgão com propósito único nem tão pouco é infinitamente plástico. Acredita-se, hoje,
que o sistema nervoso seja altamente diferenciado e que diferentes centros neurais processem
diferentes tipos de informação (Gardner, 1987).
Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harvard, baseou-se nestas pesquisas
para questionar a tradicional visão da inteligência, uma visão que enfatiza as habilidades
lingüística e lógico-matemática. Segundo Gardner, todos os indivíduos normais são capazes de
uma atuação em pelo menos sete diferentes e, até certo ponto, independentes áreas
intelectuais. Ele sugere que não existem habilidades gerais, duvida da possibilidade de se
medir a inteligência através de testes de papel e lápis e dá grande importância a diferentes
atuações valorizadas em culturas diversas. Finalmente, ele define inteligência como a
habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais
ambientes culturais.
                    A teoria
A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para
o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos
indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Sua insatisfação
com a idéia de QI e com visões unitárias de inteligência, que focalizam, sobretudo, as
habilidades importantes para o sucesso escolar, levou Gardner a redefinir inteligência à luz das
origens biológicas da habilidade para resolver problemas. Através da avaliação das atuações
de diferentes profissionais em diversas culturas, e do repertório de habilidades dos seres
humanos na busca de soluções, culturalmente apropriadas, para os seus problemas, Gardner
trabalhou no sentido inverso ao desenvolvimento, retroagindo para eventualmente chegar às
inteligências que deram origem a tais realizações. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:
(a) o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças superdotadas;
(b) adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção
intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades sejam sequer
atingidas; (c) populações ditas excepcionais, tais como idiot-savants e autistas, e como os
primeiros podem dispor de apenas uma competência, sendo bastante incapazes nas demais
funções cerebrais, enquanto as crianças autistas apresentam ausências nas suas habilidades
intelectuais; (d) como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios.
Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seu
colega de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da
simbolização partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que
processos psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos
lingüísticos, numéricos gestuais ou outros. Segundo Gardner uma criança pode ter um
desempenho precoce em uma área (o que Piaget chamaria de pensamento formal) e estar na
média ou mesmo abaixo da média em outra (o equivalente, por exemplo, ao estágio sensório-
motor). Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior
de entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto
cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de
desenvolvimento em uma área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou
domínios (Malkus e col., 1988). Num plano de análise psicológico, afirma Gardner (1982), cada
área ou domínio tem seu sistema simbólico próprio; num plano sociológico de estudo, cada
domínio se caracteriza pelo desenvolvimento de competências valorizadas em culturas
específicas.
Gardner sugere, ainda, que as habilidades humanas não são organizadas de forma
horizontal; ele propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e
que, ao invés de haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas
independentes de percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com
possíveis semelhanças entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
 
              As inteligências múltiplas
Gardner identificou as inteligências lingüística, lógica-matemática, espacial, musical,
cinestésica, interpessoal e intrapessoal. Atualmente surge a naturalista também
acompanhando este grupo. Postula que essas competências intelectuais são relativamente
independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos
específicos e dispõem de processos cognitivos próprios. Segundo ele, os seres humanos
dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes com que elas
se combinam e organizam e se utilizam dessas capacidades intelectuais para resolver
problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo
ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora
algumas ocupações exemplifiquem uma inteligência, na maioria dos casos as ocupações
ilustram bem a necessidade de uma combinação de inteligências. Por exemplo, um cirurgião
necessita da acuidade da inteligência espacial combinada com a destreza da cinestésica.
 
Inteligência lingüística - Os componentes centrais da inteligência lingüistica são uma
sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial
percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para
convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias. Gardner indica que é a habilidade exibida na
sua maior intensidade pelos poetas. Em crianças, esta habilidade se manifesta através da
capacidade para contar histórias originais ou para relatar, com precisão, experiências vividas.
 
Inteligência musical - Esta inteligência se manifesta através de uma habilidade para apreciar,
compor ou reproduzir uma peça musical. Inclui discriminação de sons, habilidade para perceber
temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre, e habilidade para produzir e/ou
reproduzir música. A criança pequena com habilidade musical especial percebe desde cedo
diferentes sons no seu ambiente e, freqüentemente, canta para si mesma.
 
Inteligência lógico-matemática - Os componentes centrais desta inteligência são descritos
por Gardner como uma sensibilidade para padrões, ordem e sistematização. É a habilidade
para explorar relações, categorias e padrões, através da manipulação de objetos ou símbolos,
e para experimentar de forma controlada; é a habilidade para lidar com séries de raciocínios,
para reconhecer problemas e resolvê-los. É a inteligência característica de matemáticos e
cientistas Gardner, porém, explica que, embora o talento cientifico e o talento matemático
possam estar presentes num mesmo indivíduo, os motivos que movem as ações dos cientistas
e dos matemáticos não são os mesmos. Enquanto os matemáticos desejam criar um mundo
abstrato consistente, os cientistas pretendem explicar a natureza. A criança com especial
aptidão nesta inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos matemáticos e para
criar notações práticas de seu raciocínio.
 
Inteligência espacial - Gardner descreve a inteligência espacial como a capacidade para
perceber o mundo visual e espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou
objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão, equilíbrio e composição,
numa representação visual ou espacial. É a inteligência dos artistas plásticos, dos engenheiros
e dos arquitetos. Em crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido
através da habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e a atenção a detalhes
visuais.
 
Inteligência cinestésica - Esta inteligência se refere à habilidade para resolver problemas ou
criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo. É a habilidade para usar a
coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos
movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança especialmente
dotada na inteligência cinestésica se move com graça e expressão a partir de estímulos
musicais ou verbais demonstra uma grande habilidade atlética ou uma coordenação fina
apurada.
 
Inteligência interpessoal - Esta inteligência pode ser descrita como uma habilidade pare
entender e responder adequadamente a humores, temperamentos motivações e desejos de
outras pessoas. Ela é melhor apreciada na observação de psicoterapeutas, professores,
políticos e vendedores bem sucedidos. Na sua forma mais primitiva, a inteligência interpessoal
se manifesta em crianças pequenas como a habilidade para distinguir pessoas, e na sua forma
mais avançada, como a habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e
para reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Crianças especialmente dotadas
demonstram muito cedo uma habilidade para liderar outras crianças, uma vez que são
extremamente sensíveis às necessidades e sentimentos de outros.
 
Inteligência intrapessoal - Esta inteligência é o correlativo interno da inteligência interpessoal,
isto é, a habilidade para ter acesso aos próprios sentimentos, sonhos e idéias, para discriminá-
los e lançar mão deles na solução de problemas pessoais. É o reconhecimento de habilidades,
necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para formular uma imagem
precisa de si próprio e a habilidade para usar essa imagem para funcionar de forma efetiva.
Como esta inteligência é a mais pessoal de todas, ela só é observável através dos sistemas
simbólicos das outras inteligências, ou seja, através de manifestações lingüisticas, musicais ou
cinestésicas.
 
Inteligência naturalista – Esta inteligência está voltada para o conhecimento dos fenômenos
naturais, a facilidade de análise e compreensão dos fenômenos físicos, climáticos,
astronômicos ou químicos podem denotar este tipo de inteligência.
 
                    O desenvolvimento das inteligências
Na sua teoria, Gardner propõe que todos os indivíduos, em princípio, têm a habilidade
de questionar e procurar respostas usando todas as inteligências. Todos os indivíduos
possuem, como parte de sua bagagem genética, certas habilidades básicas em todas as
inteligências. A linha de desenvolvimento de cada inteligência, no entanto, será determinada
tanto por fatores genéticos e neurobiológicos quanto por condições ambientais. Ele propõe,
ainda, que cada uma destas inteligências tem sua forma própria de pensamento, ou de
processamento de informações, além de seu sitema simbólico. Estes sistemas simbólicos
estabelecem o contato entre os aspectos básicos da cognição e a variedade de papéis e
funções culturais.
A noção de cultura é básica para a Teoria das Inteligências Múltiplas. Com a sua
definição de inteligência como a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que são
significativos em um ou mais ambientes culturais, Gardner sugere que alguns talentos só se
desenvolvem porque são valorizados pelo ambiente. Ele afirma que cada cultura valoriza certos
talentos, que devem ser dominados por uma quantidade de indivíduos e, depois, passados
para a geração seguinte.
Segundo Gardner, cada domínio, ou inteligência, pode ser visto em termos de uma
seqüência de estágios: enquanto todos os indivíduos normais possuem os estágios mais
básicos em todas as inteligências, os estágios mais sofisticados dependem de maior trabalho
ou aprendizado.
A seqüência de estágios se inicia com o que Gardner chama de habilidade de padrão
cru. O aparecimento da competência simbólica é visto em bebês quando eles começam a
perceber o mundo ao seu redor. Nesta fase, os bebês apresentam capacidade de processar
diferentes informações. Eles já possuem, no entanto, o potencial para desenvolver sistemas de
símbolos, ou simbólicos.
O segundo estágio, de simbolizações básicas, ocorre aproximadamente dos dois aos
cinco anos de idade. Neste estágio as inteligências se revelam através dos sistemas
simbólicos. Aqui, a criança demonstra sua habilidade em cada inteligência através da
compreensão e uso de símbolos: a música através de sons, a linguagem através de conversas
ou histórias, a inteligência espacial através de desenhos etc.
No estágio seguinte, a criança, depois de ter adquirido alguma competência no uso das
simbolizacões básicas, prossegue para adquirir níveis mais altos de destreza em domínios
valorizados em sua cultura. À medida que as crianças progridem na sua compreensão dos
sistemas simbólicos, elas aprendem os sistemas que Gardner chama de sistemas de segunda
ordem, ou seja, a grafia dos sistemas (a escrita, os símbolos matemáticos, a música escrita
etc.). Nesta fase, os vários aspectos da cultura têm impacto considerável sobre o
desenvolvimento da criança, uma vez que ela aprimorará os sistemas simbólicos que
demonstrem ter maior eficácia no desempenho de atividades valorizadas pelo grupo cultural.
Assim, uma cultura que valoriza a música terá um maior número de pessoas que atingirão uma
produção musical de alto nível.
Finalmente, durante a adolescência e a idade adulta, as inteligências se revelam
através de ocupações vocacionais ou não-vocacionais. Nesta fase, o indivíduo adota um
campo específico e focalizado, e se realiza em papéis que são significativos em sua cultura.
 
              Teoria das inteligências múltiplas e a educação
As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a
importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das
várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a
cultura.
A teoria de Gardner apresenta alternativas para algumas práticas educacionais atuais,
oferecendo uma base para:
(a) o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas
(Gardner & Hatch, 1989; Blythe Gardner, 1 990) (b) uma educação centrada na criança c com
currículos específicos para cada área do saber (Konhaber & Gardner, 1989); Blythe & Gardner,
1390) (c) um ambiente educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do
desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica (Walters & Gardner, 1985; Blythe &
Gardner, 1990)
Quanto à avaliação, Gardner faz uma distinção entre avaliação e testagem. A
avaliação, segundo ele, favorece métodos de levantamento de informações durante atividades
do dia-a-dia, enquanto que testagens geralmente acontecem fora do ambiente conhecido do
indivíduo sendo testado. Segundo Gardner, é importante que se tire o maior proveito das
habilidades individuais, auxiliando os estudantes a desenvolver suas capacidades intelectuais,
e, para tanto, ao invés de usar a avaliação apenas como uma maneira de classificar, aprovar
ou reprovar os alunos, esta deve ser usada para informar o aluno sobre a sua capacidade e
informar o professor sobre o quanto está sendo aprendido.
Gardner sugere que a avaliação deve fazer jus à inteligência, isto é, deve dar crédito ao
conteúdo da inteligência em teste. Se cada inteligência tem um certo número de processos
específicos, esses processos têm que ser medidos com instrumento que permitam ver a
inteligência em questão em funcionamento. Para Gardner, a avaliação deve ser ainda
ecologicamente válida, isto é, ela deve ser feita em ambientes conhecidos e deve utilizar
materiais conhecidos das crianças sendo avaliadas. Este autor também enfatiza a necessidade
de avaliar as diferentes inteligências em termos de suas manifestações culturais e ocupações
adultas específicas. Assim, a habilidade verbal, mesmo na pré-escola, ao invés de ser medida
através de testes de vocabulário, definições ou semelhanças, deve ser avaliada em
manifestações tais como a habilidade para contar histórias ou relatar acontecimentos. Ao invés
de tentar avaliar a habilidade espacial isoladamente, deve-se observar as crianças durante uma
atividade de desenho ou enquanto montam ou desmontam objetos. Finalmente, ele propõe a
avaliação, ao invés de ser um produto do processo educativo, seja parte do processo
educativo, e do currículo, informando a todo momento de que maneira o currículo deve se
desenvolver.
No que se refere à educação centrada na criança, Gardner levanta dois pontos
importantes que sugerem a necessidade da individualização. O primeiro diz respeito ao fato de
que, se os indivíduos têm perfis cognitivos tão diferentes uns dos outros, as escolas deveriam,
ao invés de oferecer uma educação padronizada, tentar garantir que cada um recebesse a
educação que favorecesse o seu potencial individual. O segundo ponto levantado por Gardner
é igualmente importante: enquanto na Idade Média um indivíduo podia pretender tomar posse
de todo o saber universal, hoje em dia essa tarefa é totalmente impossível, sendo mesmo
bastante difícil o domínio de um só campo do saber.
Assim, se há a necessidade de se limitar a ênfase e a variedade de conteúdos, que
essa limitação seja da escolha de cada um, favorecendo o perfil intelectual individual.
Quanto ao ambiente educacional, Gardner chama a atenção para o fato de que,
embora as escolas declarem que preparam seus alunos pare a vida, a vida certamente não se
limita apenas a raciocínios verbais e lógicos. Ele propõe que as escolas favoreçam o
conhecimento de diversas disciplinas básicas; que encoragem seus alunos a utilizar esse
conhecimento para resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida
na comunidade a que pertencem; e que favoreçam o desenvolvimento de combinações
intelectuais individuais, a partir da avaliação regular do potencial de cada um.
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOCK, A. M. B., FURTADO, O. E TEXEIRA, M.L.T. Psicologias: Uma Introdução ao estudo da
Psicologia. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
LA TAILLE, Y.-. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão Yves de La
Taille, Marta Kohl de Oliveira, Heloysa Dantas. 15 ed. São Paulo: Summus, 1992.
GARDNER, Howard Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Howard Gardner; tradução
de Maria Adriana Veríssimo Veronese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
MAHONEY, A. A; ALMEIDA, L. R. de (org.) Henri Wallon: Psicologia e Educação. 3. ed. São
Paulo: Loyola, 2003.
MONTEIRO, M. D. As manifestações afetivas nas aulas de educação física: análise de uma
classe de 3ª série do ensino fundamental na perspectiva de Henri Wallon. 2006. Dissertação
(Mestrado em Educação: Psicologia da Educação) Programa de Estudos Pós-Graduados em
Psicologia da Educação, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
OLIVEIRA, M. K. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento Um processo Sócio-Histórico. 3
ed. São Paulo, Scipione, 1995.
PIAGET, J. e INHELDER, B. A Psicologia da Criança. 10 ed.; Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.
REGO, T. C. Vygotsky: uma Perspectiva Histórico-Cultural da Educação. 7ª ed. Petrópolis:
Vozes, 1999.
 

Texto II

A Epistemologia Genética de Jean Piaget

Profª Drª Bernadete Lenza

                1 INTRODUÇÃO
            
              A psicologia da criança pretende realizar um estudo sobre o crescimento mental ou o
desenvolvimento das condutas, dos comportamentos, desde o nascimento do indivíduo até a
fase de transição constituída pela adolescência, fase essa que marca sua inserção na
sociedade adulta.

O crescimento mental vem associado ao crescimento físico, notadamente a


maturação dos sistemas nervoso e endócrino, que se estende até cerca dos dezesseis anos de
idade.

Na chegada do estado de equilíbrio relativo, constitui-se o nível adulto.

2 JEAN PIAGET 

Piaget nasceu em Neuchâtel no dia 9 de agosto de 1896 e morreu em Genebra, no


dia 16 de setembro de 1980, aos 84 anos.
Desde cedo demonstrou interesse por história natural. Aos onze anos observou um
melro albino em uma praça de sua cidade, gerando, assim, seu primeiro trabalho científico.

Inicialmente, estudou biologia, na Suíça e, posteriormente, dedicou-se à área de


psicologia epistemológica e educação. Entre suas várias incursões no círculo científico,
salientam-se seus antecedentes intelectuais no campo da filosofia, da psicologia, da
matemática, da lógica, da física, da biologia, além da experiência como professor de psicologia
na Universidade de Genebra de 1929 a 1954. Ficou conhecido, principalmente, por organizar o
desenvolvimento cognitivo em uma série de estágios.

Ele revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo


partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas realizadas com crianças.

Em seus estudos interdisciplinares, sempre pesquisando diversos assuntos, Piaget


abriu um novo campo de estudos: a epistemologia genética. Na década de 1950, fundou o
Centro Internacional de Epistemologia Genética da Faculdade de Ciências da Universidade de
Genebra.

Piaget interessou-se, fundamentalmente, pelas relações que se estabelecem entre o


sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer.

                  3 EPISTEMOLOGIA GENÉTICA 

Piaget chamou sua estrutura teórica geral de epistemologia genética, pois estava
interessado em estudar como se processa o desenvolvimento cognitivo no ser humano.

A epistemologia genética procura, por meio da experimentação, da observação,


desvendar os processos fundamentais da formação do conhecimento. Piaget teve interesse em
saber como o conhecimento se desenvolve em organismos humanos. Centrou-se em saber
como a criança aprende, como o conhecimento progride dos aspectos mais inferiores aos mais
complexos e rigorosos. Defendeu que o indivíduo passa, ao longo de sua vida, por várias
etapas do desenvolvimento de sua inteligência. Daí o nome dado à sua ciência de
epistemologia genética11[1], que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos.

11[1]Já na segunda metade do século XIX, a palavra “genética” foi utilizada na


expressão “psicologia genética” pelos psicólogos antes que os biólogos a empregassem em
sentido mais restrito. Na linguagem atual dos biólogos, a “genética” refere-se, exclusivamente,
aos mecanismos da hereditariedade, em oposição aos processos embriogenéticos ou
ontogenéticos. Pelo contrário, a expressão “psicologia genética” refere-se ao desenvolvimento
individual, ou seja, da ontogenia.
 
 

Epistemologia = saber, ciência, conhecimento.

Logia = estudo.

Gênese = início.

O objetivo da epistemologia genética é saber em quais condições se desenvolve a


inteligência.

                  4 TEORIA COGNITIVA DE JEAN PIAGET

Piaget usou a observação e o teste em suas investigações a respeito do pensamento


infantil, inferindo, por meio dos resultados, como a criança deve ter experimentado o mundo de
modo a comportar-se como o fez. Descobriu, assim, o “lado escuro” da mente da criança que,
até então, eram desconhecidos e insuspeitados. Para ilustrar, Piaget descobriu que crianças
acreditam que o sol e a lua seguem-nas e que tudo o que se move está vivo. Em outros
domínios, descobriu que elas acreditam que há modificações em números, extensão,
quantidade e área quando há uma mudança em sua aparência.

Piaget considera que a inteligência, ou seja, o pensamento e a ação adaptativos,


apresenta em seu desenvolvimento uma sequência de estágios relacionados com a idade, nos
quais novas capacidades mentais são adquiridas determinando limites, bem como o caráter do
que pode ser aprendido nesse período. A ordem em que os estágios surgem é a mesma para
todas as crianças, tendo, entretanto, influência da qualidade do meio físico e social em que é
criada.

que é entendida como o estudo dos mecanismos do aumento dos conhecimentos.


Assim, Piaget, em sua teoria, mostra como acontece o desenvolvimento cognitivo, ou
seja, o desenvolvimento do pensamento desde os estágios iniciais até a formalização do
conhecimento na adolescência.

Um conhecimento só poderá ser adquirido se o indivíduo estiver preparado para


recebê-lo, se puder agir sobre o objeto de conhecimento para inseri-lo em um sistema de
relações. Assim, se o organismo não tiver um conhecimento anterior, não terá condições para
assimilar e transformar um novo conhecimento. Esse processo implica os dois polos da
atividade inteligente: assimilação e acomodação.

O desenvolvimento cognitivo não ocorre nos moldes do empirismo, vindos unicamente


da experiência, ou seja, de fora para dentro, o que implicaria um sujeito passivo sofrendo
somente as influências do meio. Tampouco é considerado inato e já presente no sujeito, apesar
da flexibilidade, primeiramente neurônica e, depois, motora e semiótica, serem inatas.

Resumindo: o comportamento dos seres vivos não é inato nem resultado de


condicionamentos. Para Piaget, o comportamento é construído em uma interação entre o meio
e o indivíduo. Quanto mais complexa for essa interação, mais “inteligente” será o indivíduo. É
um processo dinâmico e dialético, uma vez que o ser humano está sempre reformulando seu
conhecimento e interagindo com o mundo e sofrendo a influência da ação deste sobre si. O
sujeito, interagindo com o meio, ou seja, agindo sobre o mundo que está em constante
processo de adaptação, é capaz de transformar a realidade na qual interage e de transformar a
si mesmo. Dessa forma, constrói sua inteligência pela aquisição de conhecimentos. Portanto, o
desenvolvimento é um processo contínuo de adaptação.

Para o desenvolvimento da inteligência, necessita-se do mecanismo de adaptação do


organismo a uma situação nova, e isso implica a construção contínua de novas estruturas.

Para sua teoria, Piaget explorou todos os aspectos do desenvolvimento, da cognição,


inteligência e moral. Praticamente, explorou todas as categorias cognitivas, desde as mais
simples até as mais complexas. Ele incluiu observações do desenvolvimento infantil na
aprendizagem dos conceitos matemáticos e lógicos. Averiguou a formação da cognição com
relação aos conceitos de espaço, de tempo, de causalidade, de número, das quantidades
físicas etc. de praticamente todas as categorias cognitivas, desde as mais simples até as mais
complexas, desde o nascimento até a adolescência.

Assim, por exemplo, para crianças pequenas, os professores devem tentar fornecer
um ambiente estimulante, com objetos amplos para que elas brinquem. Já para as maiores, os
problemas de classificação, ordenação, localização e conservação podem ser apresentados,
utilizando-se objetos concretos.
As descobertas piagetianas abrem campo de estudo para a psicologia do
desenvolvimento, para a sociologia e para a antropologia, entre outras, além de permitir que os
pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas descobertas.

Piaget acredita que, dependendo do estágio em que a criança está, ela fornecerá
explicações diferentes da realidade. Recomenda, inclusive, que as atividades devem envolver
um nível apropriado de operações motoras ou mentais para uma criança de uma dada idade,
não exigindo tarefas que estão além das capacidades cognitivas atuais do indivíduo. Outra
recomendação é envolver ativamente os alunos apresentando desafios.

Por meio de seus estudos, Piaget deu origem à teoria cognitiva, demonstrando que
existem quatro estágios de desenvolvimento cognitivo no ser humano: sensório-motor, pré-
operacional, operatório concreto e operatório formal.

Piaget não só descreveu o processo de desenvolvimento da inteligência, mas


também, experimentalmente, comprovou suas teses. Assim, sua teoria tem comprovação em
bases científicas.

                  5 ESTRUTURA MENTAL

O ponto central para a teoria cognitiva é o conceito de estrutura cognitiva ou estrutura


mental. As estruturas cognitivas são formadas pela troca do organismo com o meio, ou seja, é
por meio da ação adaptativa que ocorre a construção das estruturas mentais. São padrões de
ação física e mental subjacentes a atos específicos de inteligência e correspondem a estágios
do desenvolvimento infantil. Os estágios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais e
obedecem a uma ordem, estando, assim, associados a faixas etárias características, variando,
entretanto, para cada indivíduo. Dessa forma, podem-se encontrar duas crianças de seis anos
em níveis diferentes de desenvolvimento, pré-operacional ou operacional concreto.

Assim, cada estrutura cognitiva tem o seu momento próprio de aparecer.

É pela troca do organismo com o meio, ou seja, e, para tanto, é necessária a interação adequada
com o ambiente para que essa estrutura manifeste-se e, dessa forma, possa ser utilizada em sua máxima
capacidade[UI1] .

                 O desenvolvimento cognitivo é regido por um processo sequencial em  que são
respeitadas as etapas, caracterizadas por diferentes estruturas mentais. Os estágios têm
caráter integrativo. As estruturas construídas em determinado nível são integradas nas
estruturas do nível seguinte.

As estruturas cognitivas mudam por meio de processos de adaptação: assimilação e


acomodação. A assimilação envolve a interpretação de eventos em termos de
estruturas cognitivas existentes, enquanto que a acomodação se refere à mudança
cognitiva para compreender o meio. O desenvolvimento cognitivo consiste de um
esforço constante para se adaptar ao meio em termos de assimilação e
acomodação.12[2]

                  5.1 Períodos do desenvolvimento cognitivo 

Existem quatro estruturas cognitivas primárias, isto é, estágios de desenvolvimento,


de acordo com Piaget: sensório-motor, pré-operacional, operações concretas e operações
formais. 

Cada estágio tem muitas formas estruturais detalhadas. Por exemplo, o período
operacional concreto tem mais de quarenta estruturas distintas, cobrindo
classificações e relações, relações espaciais, tempo, movimento, oportunidade,
número, conservação e medida.

(...)

No estágio sensório-motor (0-2), a inteligência assume a forma de ações motoras. A


inteligência no período pré-operacional (3-7 anos) é de natureza intuitiva. A estrutura
cognitiva durante o estágio de operações concretas (8-11 anos) é lógica, mas
depende de referências concretas. No estágio final de operações formais (12-15
anos), pensar envolve abstrações.13[3] 

A pesquisadora Carla Beatris Valentini explica:

A criança pré-conceitual precisará de jogos e atividades que devem proceder ao


desenvolvimento conceitual – areia, água, recipientes diferentes – e necessitará de atenção
para que ocorra o desenvolvimento das funções direcionais da fala. Já a criança operacional
concreta será capaz de internalizar as ações e necessita de prática no uso do repertório de
conceitos que já domina.14[4] 

12[2]Disponível em
<http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/RenatoMaterial/psicologia.htm>.

13[3]Idem.

14[4]Disponível em http://www.terezinhamachado.com/artigos.php?id=201.
Ininteligível
Portanto, para se propor uma atividade para a criança, é necessário conhecer seu
nível de desenvolvimento. Esse procedimento evitará propor situações problemáticas em
momento inoportuno ou de forma inadequada.

Períodos

1º período: sensório-motor (do nascimento até os dois anos de idade).


2º período: pré-operacional (dos dois anos até os sete anos de idade).
3º período: operações concretas (dos sete anos até os doze anos de idade).
4º Período: operações formais (dos doze anos até os quinze anos de idade).

Azenha (2006, p. 39) afirma:

À medida que se dá o processo do desenvolvimento, a assimilação e a


acomodação sofrem uma diferenciação crescente, passando de
antagônicas a complementares. Para exemplificar a mudança da relação
entre essas invariantes funcionais, nos dois primeiros anos de vida há um
estado de profundo egocentrismo, no qual assimilação e acomodação não
se diferenciam. O objeto e a atividade à qual o objeto é assimilado
constituem para a criança uma experiência única. A criança não tem, ainda,
meios de distinguir suas ações da realidade dos objetos aos quais elas são
dirigidas. Não existe, ainda, o “eu” e o mundo exterior, uma vez que o bebê
não distingue a assimilação dos objetos ao eu e a acomodação do eu aos
objetos.

                 6 EQUILIBRAÇÃO, ASSIMILAÇÃO E ACOMODAÇÃO 

Para a elaboração de sua teoria, Piaget considerou fatores internos e fatores


provindos da interação do sujeito com a realidade. A hereditariedade, a experiência física e a
transmissão social são fatores influenciadores. O processo da equilibração é, por sua vez, um
fator determinante.

 
A hereditariedade, apesar de influenciar o desenvolvimento, não é suficiente para
explicar o desenvolvimento cognitivo da criança.

A experiência que resulta das ações realizadas materialmente é, também,


insuficiente, uma vez que a lógica da criança não se sustenta apenas com ela, apesar de ser
essencial ao desenvolvimento. Para que o processo do desenvolvimento cognitivo ocorra
adequadamente é necessária a coordenação interna entre as ações que a criança exerce
sobre os objetos.

                 6.1 Equilibração 

O fator principal, essencial e determinante no desenvolvimento do indivíduo perante o


processo de se adaptar ao meio em que vive é a equilibração.

Perante o enfrentamento de um conflito cognitivo, o indivíduo necessita atingir uma


coerência entre o que já sabia com as novidades provocadoras desse conflito. É necessário um
jogo de regulações e de compensações. As leis da equilibração vêm atuar nesse processo de
regulação.

O processo interno de regulação e compensação se dá por mecanismos internos de


assimilação e acomodação. Assim, perante a aquisição de novos conhecimentos, dois
procedimentos ocorrem, o da assimilação e o da acomodação, que buscam restabelecer um
equilíbrio mental perturbado pelo contato com o novo conhecimento a ser adquirido.

A construção das estruturas da inteligência é explicada pelo processo contínuo da


equilibração, no equilíbrio entre a assimilação e a acomodação. Assim, é pela equilibração
entre a assimilação e a acomodação que se desenvolve a aprendizagem.

O equilíbrio entre a assimilação e a acomodação resulta em adaptação.

Na assimilação, os dados que se obtêm do exterior podem ser inseridos em um


esquema já existente que, então, amplia-se. No caso de o dado novo ser incompatível com os
esquemas já formulados, será necessária a criação de um novo esquema acomodando, dessa
forma, esse novo conhecimento, que irá, por sua vez, ampliando-se cada vez que a pessoa
estabelecer relações com seu meio.

Nota-se, portanto, que os dados vindos do exterior sofrem alterações por parte do
indivíduo.

                 6.2 Assimilação 


Como já visto, somente a educação e a transmissão social não são suficientes para o
desenvolvimento do indivíduo, embora sejam necessárias. É preciso haver a assimilação dos
dados vindos do meio, do exterior.

Portanto, todas as coisas, ideias dele ou de outras pessoas, retiradas de dados do


meio exterior, tendem a ser explicadas, ou mesmo interpretadas, inicialmente, em função de
seus esquemas ou estruturas cognitivas já construídas, segundo suas concepções atuais.
Nesse caso, não houve necessidade de modificações interiores nas concepções dos sistemas
cognitivos do sujeito. Este se apropria do objeto de conhecimento e dá-lhe significado próprio,
integrado às possibilidades de seu entendimento, integrado às possibilidades da sua
inteligência até então construídas. Esse mecanismo é chamado de assimilação.

Por meio desse mecanismo, pode haver o entendimento dos dados, podem-se emitir
hipóteses possíveis de acordo com a inteligência do organismo que o recebe. O indivíduo, ao
agir e se apropriar do objeto de conhecimento, atribui-lhe significado. Dessa forma, o indivíduo
aplica, constantemente, esse mecanismo para compreender o mundo.

Piaget (1973, p. 69) diz: 

Pela assimilação, quando o sujeito age sobre o objeto, este não é


absorvido pelo objeto, mas o objeto é assimilado e compreendido como
relativo às ações do sujeito... desde as coordenações mais elementares
encontramos na assimilação uma espécie de esboço ou prefiguração do
julgamento: o bebê que descobre que um objeto pode ser sugado,
balançado ou puxado se orienta para uma linha ininterrupta de assimilação,
que conduzem até as condutas superiores, que usa o físico quando
assimila o calor ao movimento ou uma balança a um sistema de trabalhos
virtuais.

Nessas condições, não há necessidade de modificação interior nas concepções dos


sistemas cognitivos do sujeito.

Entretanto, nem sempre isso ocorre, ou seja, nem sempre ocorre a assimilação pura.
Quando o sujeito enfrenta uma experiência nova ou se depara com uma característica da
experiência que contradiga as suas hipóteses possíveis de interpretação, pode ocorrer uma
perturbação cognitiva. Nesse caso, o sujeito se lança em um movimento de acomodação.

                 6.3 Acomodação 


Quando a informação do mundo exterior não pode ser incorporada pelas estruturas já
existentes no sujeito não sendo, assim, possível a sua apreensão, a sua assimilação, surge a
necessidade de modificação das hipóteses anteriores. A esse mecanismo dá-se o nome de
acomodação.

Assim, quando não é possível a apreensão de um objeto, pois o mesmo impõe


resistências, o sujeito se lança em um esforço de acomodação, em sentido contrário ao da
assimilação, modificando suas hipóteses anteriores e somente então se torna possível a
assimilação dessa “novidade”.

Portanto, ocorre a acomodação a partir das provocações oriundas das situações


novas vivenciadas pelo sujeito. Nessa situação, devido a um esforço do sujeito no sentido de
se transformar, surge o mecanismo de acomodação. O sujeito inventa uma solução própria
para uma situação conflitante. A estrutura modifica-se em função do meio.

A construção da inteligência, a adaptação intelectual, acontece quando ocorre um


equilíbrio progressivo entre um mecanismo assimilador e uma acomodação complementar. Um
novo patamar de equilíbrio, melhor e superior que os anteriores, foi conquistado. Se o sujeito
tem consciência desse processo de autossuperação, sente prazer e é esse prazer que deve
estar presente nas atividades pedagógicas, pois incentivam e impulsionam a ação além de
interagirem com a natureza afetiva do indivíduo.

O prazer e a necessidade devem estar presentes nas atividades pedagógicas.

Devido ao fato de esse processo desenvolver-se em etapas sucessivas, com


complexidades crescentes e serem encadeadas entre si, Piaget o chamou de “construtivismo
sequencial”.

A experiência física e a experiência lógico-matemática são as duas formas para se


lidar com os materiais.

A experiência física diz respeito à concepção clássica do que seja experiência, ou


seja, agir sobre os objetos, descobrindo suas propriedades físicas e, também, as propriedades
observáveis das ações obtidas materialmente.

Para que isso ocorra, é necessária uma organização estruturada no nível da


inteligência.

Dito em outras palavras: é necessária a assimilação havendo, assim, uma inter-


relação entre experiência física e experiência lógico-matemática que envolve não somente
abstrações exercidas sobre os objetos, mas as abstrações das coordenações que ligam essas
ações.
As experiências lógico-matemáticas têm como característica a abstração reflexiva e
são construídas na mente do indivíduo. Relacionam-se com as propriedades das ações e não
apenas dos objetos.

                 6.4 Adaptação 

Até aqui muito foi falado sobre a adaptação. Foi visto que na adaptação ocorrem duas
faces indissolúveis e continuamente ligadas: assimilação e acomodação, embora sejam
conceitualmente distintas, opostas e complementares.

Azenha (2006, p. 32) explica que, em uma ação adaptativa, a assimilação e a


acomodação ocorrem como sendo faces da mesma moeda, continuamente interligadas. Ilustra
o processo por meio de um exemplo biológico. Diz o autor: 

Um bom exemplo biológico do processo de adaptação é a alimentação dos


seres vivos. Ela pode ser usada como metáfora para o desenvolvimento
mental. Ao alimentar-se, todo ser vivo incorpora elementos do ambiente,
produzindo, por meio da digestão, transformações nas substâncias
ingeridas. As alterações nos elementos ingeridos são necessárias para que
as substâncias possam vir a fazer parte da estrutura do organismo, quando
quase sempre guardam muito pouco de sua estrutura original.

Portanto, o organismo também se altera para se adaptar aos elementos


ingeridos, tanto no momento de entrada do alimento como, também, nas
estratégias e adaptações que este deve fazer para dar conta das
exigências necessárias à transformação dos alimentos. Os ajustes do
organismo em relação ao objeto incorporado representariam a
acomodação, no processo adaptativo, ao passo que a incorporação e a
transformação das substâncias seriam a face assimilativa do mesmo
processo. 

Similarmente à alimentação, ratifica Piaget, a inteligência é uma adaptação; é uma


função que consiste em estruturar o universo tal como o organismo estrutura o meio imediato,
embora mais restrita e mais eficiente do que a puramente biológica. É mais eficiente porque
estabelece relação entre o pensamento e as coisas e, assim, elabora formas disponíveis para
serem aplicadas às estruturas do meio.

É a necessidade de assimilação que conduz ao movimento que organiza um


esquema. Azenha (2006, p. 34) continua: 
A criança olha por olhar, agarra por agarrar, suga para se alimentar ou
suga qualquer objeto que roce seus lábios, sem ainda coordenação das
diversas ações entre si. Cada sequência de ações usadas como exemplo
constitui um esquema: de olhar, de agarrar, de sugar, etc. Todos os
elementos alcançados pelo esquema são também “alimentos” para essa
estrutura primitiva. 

A repetição da ação perante outros objetos resulta no aumento da assimilação, na


diferenciação e na sua generalização.

A motivação pela repetição dos esquemas justifica a existência de uma espécie de


compulsão para a assimilação, favorecendo o dinamismo para o desenvolvimento. A criança
passa a sugar o próprio dedo e, também, o de outras pessoas, bem como outros objetos,
generalizando esse esquema. Repetição, generalização e reconhecimento são as
características funcionais de todos os esquemas assimilativos.

O interesse de Piaget pela análise desses esquemas iniciais, provindos dos reflexos
de sucção deveu-se ao encontrar as regularidades que dão origem ao funcionamento mental. A
repetição cumulativa, a generalização da atividade com a incorporação de novos objetos e o
reconhecimento motor são processos iniciais da formação dos esquemas intencionais e dos
comportamentos propriamente inteligentes. Assim, Piaget conseguiu postular as características
e as leis que regerão o desenvolvimento psíquico posterior.

Azenha (2006, p. 37) cita que Piaget exemplifica a organização e a adaptação


recíproca entre esquemas: 

Pode-se dizer, assim, que, independentemente de toda coordenação entre


a visão e os demais esquemas (preensão, tato, etc.), os esquemas visuais
estão mutuamente organizados e constituem totalidades melhor ou pior
coordenadas. Mas o essencial [...] é a coordenação dos esquemas visuais,
não entre eles, mas com os outros esquemas. [...] Quando, por volta dos 7
a 8 meses de idade, a criança olha pela primeira vez para objetos
desconhecidos, antes de agarrá-los para os balançar, atirar e agarrar de
novo, etc., já não procura olhá-los por olhar (assimilação visual pura, na
qual o objeto é um simples alimento para o olhar) nem mesmo olhá-los
para ver (assimilação visual generalizadora ou recognitiva, na qual o objeto
é incorporado, sem mais, aos esquemas visuais já elaborados), mas olhá-
los agora para agir, quer dizer, para assimilar o objeto novo aos esquemas
de balanço, de fricção de queda, etc. Portanto, já não há apenas
organização no interior dos esquemas visuais, mas entre estes e todos os
outros. É essa organização progressiva que confere aos quadros visuais
seus significados e os consolida, inserindo-os em um esquema total.
 

Tendo em vista que o organismo somente é capaz de assimilar aquilo que seus
esquemas de assimilação conseguem conhecer, os quais são construídos pela experiência
passada, o conhecimento do real se dá gradualmente.

Por sua vez, como resultado da acomodação, o velho é transformado em novo, não
tendo, assim, saltos bruscos no desenvolvimento, o que quer dizer que elementos novos,
radicalmente bem diferentes não podem ser assimilados sem a estrutura de uma determinada
etapa do desenvolvimento. Caso contrário, o organismo sofreria alterações drásticas. Esse
procedimento, portanto, faz com que cada nova estrutura construa-se a partir de pequenas
mudanças na estrutura já existente. O desenvolvimento cognitivo realiza-se, portanto, por meio
de um processo gradativo de avanços em direção a estruturas qualitativamente superiores.

  

Texto III

Os Estágios de Desenvolvimento Cognitivo Segundo Jean Piaget

Profª Drª Bernadete Lenza

                 1 INTRODUÇÃO 

Como visto na unidade anterior, a estrutura teórica geral de Jean Piaget foi chamada
de epistemologia genética, por desvendar os processos e os mecanismos principais do
desenvolvimento cognitivo do ser humano.

Ele preocupou-se em saber como o conhecimento progride desde o nascimento até


os aspectos mais complexos, até a formatização do conhecimento na adolescência.
Praticamente explorou todas as categorias cognitivas.

Concluiu que, ao longo da vida, o ser humano passa por uma série de etapas
sequenciais, relacionadas com a idade, podendo, entretanto, variar para cada indivíduo.
Explicou que cada estágio, ou etapas, tem muitas formas estruturais detalhadas. A essas
etapas deu o nome de estágios, explicando que seus surgimentos, ou seja, sua ordem de
aparecimento, são os mesmos para todas as crianças. Considerou, ainda, a influência da
qualidade do meio físico e social nos quais a criança é criada.

Assim, dependendo do estágio em que a criança se encontra, fornecerá explicações


diferentes da realidade.
Piaget demonstrou que existem quatro estágios, quatro estruturas de
desenvolvimento cognitivo no ser humano: período sensório-motor, período pré-operacional,
período das operações concretas e período das operações formais. Deu, assim, origem à teoria
cognitiva

                 2 PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR 

O período sensório-motor vai do nascimento até os dois anos de idade,


aproximadamente.15[1]

15 [1]Cada uma das idades indicadas nesta obra é,


sempre, uma idade média, aproximativa.
 
 

Exercícios para fixação de conteúdo referentes ao texto I  

 
1.            Analise as afirmações abaixo sobre a relação entre desenvolvimento e aprendizagem,
de acordo com Vygotsky:
 
I. o desenvolvimento e a aprendizagem são processos diferentes e independentes, um não
interfere no outro.
II. o desenvolvimento e a aprendizagem são processos distintos e interligados, a aprendizagem
interage com o desenvolvimento.
III. o processo de desenvolvimento é seguido pelo processo de aprendizagem.
IV. o processo de aprendizagem precede o processo de desenvolvimento, definindo seu rumo.
 
Assinale a alternativa que contém as afirmações corretas:
 
(a) I, II, III e IV
(b) II, III e IV
(c) I, II e III
(d) I e III ,apenas
(e) II e IV, apenas
 
 
2.            Para Vygotsky,
 
(a) a criança busca seu próprio conhecimento, assim como Piaget.
(b) as verdades vão sendo reveladas muito lentamente, até que ela aprenda tudo que precisa.
(c) não precisamos nos preocupar com a criança, ela própria se desenvolve.
(d) o conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e
marcado por condições culturais, sociais e históricas.
(e) o carinho é tudo que necessitamos para o desenvolvimento.
 
 
3.            Quando penso em ensinar, durante as aulas, vejo uma forte contribuição de Vygotsky no
que concerne a importância do (...) no desenvolvimento do aluno. A (...) acontece no contato
entre eles e principalmente pelo (...), que mutuamente aprendem e ensinam habilidades
diferentes e novas formas de entendimento das coisas e do mundo. Portanto, parte do (...) para
o (...). O simples fato de ensinar a saltar ou a se movimentar com inteligência pode acontecer
quando se coloca algo que esteja dentro da (...) destes alunos, partindo sempre da (...) destes.
 
Refere-se ao período anterior à linguagem. A vida mental reduz-se ao exercício de
aparelhos reflexos, às coordenações sensoriais e motoras de fundo hereditário que
correspondem a tendências instintivas, como a nutrição. As construções efetuam-se,
exclusivamente, apoiadas em percepções e movimentos, ou seja, por meio de uma
coordenação sensório-motora das ações, sem que intervenha a representação ou o
pensamento.

(a) desafio; competência; entender; desequilibro; empenho; assimilação; acomodação.


(b) amigo; amizade; desinibido; iniciático; recebedor; afetividade; sinceridade.
(c) social; mediação; professor; interpsíquico; intrapsíquico; zona do desenvolvimento proximal;
zona do desenvolvimento real.
(d) grito; iniciativa; olhar; desinibido; inibido; visualização; amostragem.
(e) carinho; afetividade; gesto; sincretismo; diferenciado; velocidade; execução.
 
 
4.            Quando penso em uma aula que vou preparar para os meus alunos, tendo a influência
Vygotskyana, se estabeleço, por exemplo, que hoje irei trabalhar o futebol, e que por isso
ensinarei as regras, os fundamentos, a tática, etc; se, ao chegar à quadra com os alunos vou
ensinando tudo e não olhando nada, nem previamente e tampouco no decorrer, eu nunca
saberei qual a (...) que se mede por aquilo que ele já faz ou sabe, sem o auxilio ou
dependência de outro. Da mesma forma, ficará quase impossível saber qual a (...) que se
traduz pelo que eles (...) podem vir a (...) ou (...) com o (...) que tenha do (...) ou outros colegas.
A distância entre os níveis se revela como (...), pois está mais próximo do pré-existente na
estrutura atual destes alunos.
 
(a) ignorância; imperícia; fatalmente; errar; não ver; erro; executor; uma barreira.
(b) verdade; limitada; evidentemente; errar; se equivocar; movimento; simples; capacidade.
(c) virtuosidade; relatividade; relatam; relatar; relatará algum dia; professor; sujeito; a maior
neurose da relação didático pedagógica de todos os tempos.
(d) zona de desenvolvimento real; zona de desenvolvimento potencial; potencialmente;
aprender; desenvolver; auxílio; professor; zona de desenvolvimento proximal.
(e) velocidade de reação à respostas; tentativa de execução prévia; tentam progredir ou; tentar
um dia; ao menos pensar a respeito; interesse que lhe confere; sujeito em questão; a maior
barreira entre eles.
 
 
5.            Na teoria Walloniana as emoções, sentimentos e paixão integram:
 
(a) autocontrole;
(b) aprendizagem;
(c) afetividade;
(d) punição;
(e) esquiva.
 
 
6. Na teoria walloniana não há como compreender o ser humano longe de suas condições
de existência:
 

I. essas condições são fatores que implicam diretamente no ritmo de desenvolvimento.

I. a relação entre organismo e meio constitui um par indissociavelmente complementares


III. o desenvolvimento se dá pela união entre o orgânico e o social.
V. o desenvolvimento se dá se dá pela união do físico e o psíquico
Nesse período, predomina uma forma de inteligência empírica, exploratória, não
verbal. É uma inteligência iminentemente prática. A criança soma conhecimentos pela
experiência, examinando e experimentando com os objetos ao seu alcance.

Devido à falta de função simbólica, o bebê ainda não apresenta pensamento nem
afetividade ligada a representações que permitam evocar pessoas ou objetos na ausência
deles.

 
A alternativa que contém as afirmações corretas é:
 

(a) I, II e III
(b) II, III e IV
(c) I, III e IV
(d) I e III, apenas
(e) II e IV, apenas

 
 

7. Para Wallon, o desenvolvimento está sujeito a algumas leis que são:


 
I. da Alternância Funcional
II. da Alternância de Predominância
III. da Inteligência Múltipla
IV. da Integração Funcional

A alternativa correta é:
 

(a) I, II e III

(b) II, III e IV


(c) I, II e IV
(d) I, II, III e IV
(e) III e IV, apenas

 
 

8. Para Wallon, na emoção há o predomínio:


 
(a) do auto-controle
(b) do desequilíbrio emocional
(c) do sentimento representacional
(d) do conflito
(e) da ativação fisiológica

 
 
Entretanto, um conjunto de subestruturas cognitivas é elaborado nesse período que
servirão de ponto de partida para as suas construções perceptivas e intelectuais interiores,
assim como certo número de reações afetivas elementares, que lhe permitirão, em parte, a
afetividade subsequente. Dos movimentos espontâneos e do reflexo aos hábitos adquiridos e
destes à inteligência, há progressão contínua. Inclusive, o desenvolvimento mental no decorrer
dos dezoito primeiros meses da existência é particularmente rápido e importante.

9. A emoção garante a passagem do orgânico para o social e atrai as pessoas para que
possam participar, interagir e produzir sua cultura, então:

I. a emoção possui uma base tônica ligada à questão muscular do corpo.


II. é responsável pela expressão da afetividade com um importante papel do movimento.
III. há uma relação entre tônus, afetividade e movimento.
IV. as emoções têm sua base tônica e são produtoras de postura física.

A alternativa que contém as afirmações corretas é:


 

(a) I, II, III e IV

(b) I, II e III somente


(c) II, III e IV somente
(d) III e IV, apenas
(e) I e II, apenas
 
 
10. Analise as afirmações abaixo, de acordo com a teoria walloniana:
 
I. o sentimento caracteriza-se pela representação cognitiva da emoção;
II. há um antagonismo entre emoção e a atividade intelectual, pois quando a atividade
intelectual entra em cena, a emoção tende a diminuir
III. o sentimento pode ser visto como uma emoção diminuída;
IV. o sentimento pode ser visto como uma emoção visivelmente exacerbada.

 
A alternativa que contém as afirmações corretas é:
 

(a) I, II e IV
(b) I, II e III
(c) II, III e IV
(d) I e II, apenas
(e) II apenas
 
 
11. Wallon diz que somos geneticamente sociais. Isto significa que desde o nascimento
estamos sujeitos às condições do meio social que nos inserimos. A partir do nascimento até
por volta de 1 ano de idade, encontra-se o primeiro estágio, caracterizado por movimentos
A partir dos quatro meses e meio, em média, o bebê já tem a coordenação entre a
visão e a preensão. Por exemplo, o bebê tem a tendência a agarrar e manipular tudo o que vê
próximo a si. Pega em um cordão pendente do teto do berço e sacode, dessa maneira, todos
os chocalhos suspensos acima dele. Depois, basta suspender um novo brinquedo ao teto do
berço para que a criança procure o cordão, o que já constitui princípio de diferenciação entre a
finalidade e o meio.

Está-se no limiar da inteligência.

desordenados, expressando dois estados do organismo: prazer e desprazer , e essas


manifestações afetam e mobilizam os adultos que o atendem para prover suas necessidades.
O 1º estágio de desenvolvimento descrito por Wallon é:

(a) projetivo
(b) sensório-motor
(c) impulsivo-emocional
(d) operacional Concreto
(e) cognitivo
 

12. Oposição, sedução e imitação são 3 fases distintas que aparecem com o objetivo de ao
final, ter conseguido o desdobramento do eu psíquico, a individuação e que aparece no
estágio:
 
(a) impulsivo-emocional
(b) sensório-motor e projetivo
(c) personalista
(d) categorial

(e) puberdade e adolescência

 
 
13. Ao lidar com os alunos na sala de aula, o professor precisa estar atento ao que este
aluno pode lhe oferecer como conhecimento prévio ou estágio de desenvolvimento. Os
conjuntos funcionais citados por Wallon são os pilares das dimensões que constituem a (...) do
indivíduo. Se, por exemplo, no momento do pedido de algum tipo de salto ao aluno o mesmo
for acometido por uma corrente de medo, haverá impacto e será expresso nos (...) conjuntos
funcionais. No (...) poderá aparecer neste aluno certa fraqueza nas pernas, uma postura de
quem quer se esconder, uma expressão facial de dor, ou a clareza de ver o medo estampado
no rosto desse aluno, no (...) poderíamos talvez perceber a falta de clareza se ele tentasse
explicar o que está acontecendo com ele e o (...) é prejudicado quando o nível (...) prepondera.
O (...) se expressa no (...) e tem reflexo no (...). Mas, só podemos separar na tentativa de
compreensão, pois na prática esses conjuntos se misturam e se expressam no quarto conjunto,
que é a (...). Quando dizemos sobre a manifestação de um conjunto estamos ao mesmo tempo
sabendo que os outros também estão presentes e que a interação entre eles acontece
dinamicamente. Por isso, esse aluno deve ser compreendido nesse contexto, com o
entendimento de que para aprender, ele deve transformar seu (...) em (...), e que quanto menos
preparado ele estiver, mais seu conjunto (...) poderá preponderar e desmotivá-lo ou possibilitá-
lo de continuar batalhando para se (...).
Por volta dos onze ou doze meses, a criança já procura novos meios para suas
ações. Por exemplo, se um objeto distante está colocado em cima de um tapete, a criança,
depois de haver tentado, sem sucesso, pegá-lo, pode, talvez por acaso, agarrar um canto do
tapete, conseguindo, pouco a pouco, alcançar o objeto.

No fim do período sensório-motor, a criança já é capaz de encontrar novos meios


para suas ações, diminuindo, para tanto, os tateios. Assim, a criança já é capaz de reconstruir
a posição do objeto que havia desaparecido de seu ângulo de visão.

 
(a) verdade; seus; caso; mencionado; que; de estresse; raivoso; sujeito; professor; mostra de
conhecimento; medo; raiva; funcional; compreender.
(b) constituição; inúmeros; presente momento; medroso; medo; de endorfina; aluno; professor;
ambiente; tentativa de fazer; aluno; cidadão; de emoções; indagar.
(c) capacidade; tais; devido; momento; sujeito; verborrágico; melhor; pior; em tudo; vergonha;
potencial; realização; de dúvidas; compreender.
(d) visão; possíveis; complexo caso; mínimo; sujeito; confuso; confuso; claro; escuro; clareza;
receio; certeza; de dúvidas; esclarecer.
(e) integralidade; quatro; motor; cognitivo; cognitivo; afetivo; afetivo; motor; cognitivo; pessoa;
sincretismo; diferenciação; afetivo; desenvolver.
 
 
14. Um profissional da Educação pode dar aulas em qualquer lugar, desde que respeitando
a coerência e aplicabilidade de suas funções na prática profissional de mercado. Trabalha-se
predominantemente com o corpo em movimento, tanto de quem leciona, quanto de quem
participa das aulas como aluno. O relacionamento é uma importante ferramenta, pois segundo
Wallon, a (...) entra em jogo, possibilitando o aparecimento de (...), (...) e até a (...) em
manifestações que podem ser expressas e algumas vezes observadas pelo corpo. Isso se
refere a capacidade ou predisposição de ser (...) por fatores (...) ou (...). Significa que uma
palavra do professor pode alavancar progressos, ou provocar (...) na ação do (...). O professor
deve estar atento aos sinais que o (...) oferece e com isso saber atingir uma boa relação com
seu aluno, além de tentar flexibilizar a sua conduta para dar mais (...) ao aluno durante o
processo de ensino-aprendizagem.
 
(a) afetividade; sentimentos; emoções; paixão; afetado; internos; externos; fracasso; professor;
corpo; motivação.
(b) vertente; antipatia; inveja; macumba; macumbado; existentes; produzidos artificialmente;
ódio; aluno; sujeito; presentes.
(c) tendência ao alcoolismo; mau hálito; odores pelo corpo; um coma alcoólico; alcoolizado; de
problemas pessoais; profissionais; dependência; sujeito; sujeito; amparo.
(d) verdade; pobres; miseráveis; moribundos; enganado; sociológicos; alienação; mais
problemas; indivíduo; governo; carinho.
(e) cidadania; consciência política; sentimento de patriotismo; apegos materiais; envolvido;
nunca antes mencionados; governo; ministro; incentivo.
 
 
15. Skinner conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do
Behaviorismo Radical. Segundo, este autor um estímulo aversivo pode provocar:
 
(a) medo
(b) fuga ou esquiva
(c) vômito e náuseas
(d) pavor
(e) fixação de um comportamento.
 
 
16. O que diz Skinner sobre um ideal Comportamentalista para a educação?
Elkind (1972) ilustra o desenvolvimento da criança no final desse período. Se uma
bola que estava à vista da criança é colocada sob uma colcha, a criança, inicialmente, olha
para a mão da pessoa que está à sua frente e depois levanta a colcha para descobrir a bola.
Enfatiza, assim, que essa ação se deu por meio de imagens mentais da criança.

Piaget (1973) afirma que, se existe uma inteligência sensório-motora, é dificílimo


precisar o momento em que ela aparece.

Apesar de o bebê receber a ação do meio social, não o sente como diferente do meio
físico.

 
(a) deve-se formar alunos para um auto-governo intelectual.
(b) professores devem saber punir e reforçar pelos conceitos de estímulo e resposta.
(c) professores devem ser mais pacientes e esforçados.
(d) a escola não seria necessária no caso de os pais aprenderem a entender e modelar o
comportamento de seus filhos.
(e) uma sociedade deve ser controlada pelos governantes.
 
 
17. O Comportamentalismo de Skinner entende aprendizagem como:
 
(a) os ganhos de um processo mental no decorrer da infância.
(b) capacidade de Linguagem a ser desenvolvida ao longo dos anos.
(c) o desenvolvimento sócio-afetivo-comportamental.
(d) o processo pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência, dada
em função dos estímulos que reforçaram positiva ou negativamente seus comportamentos.
(e) a vitória do processo de desenvolvimento, tendo em vista um trabalho árduo e constante
oferecido pelo professor.
 
 
18. O comportamento operante é modelado a partir de nosso repertório inato. As respostas
que gerem mais reforço em média tendem a aumentar de freqüência e se estabelecer no
repertório, ou seja, em um contexto semelhante tendem a ser novamente emitidas. Assinale a
alternativa que apresenta os elementos importantes para a teoria de Skinner.
 
(a) bom comportamento e gratificação.
(b) mau comportamento e punição severa.
(c) prevenção, comportamento e observação.
(d) não prestar atenção aos detalhes dos comportamentos dos alunos.
(e) estímulo, resposta e conseqüência.
 

19. Ao fazer referência a Educação, Skinner afirma que “Educação é o estabelecimento de


comportamento que seja vantajoso para o indivíduo e para os outros em um tempo futuro”.
Para isso, devemos organizar as (...) para possibilitar uma formação de nossos alunos para o
(...). Isso só acontece quando o professor se coloca a evidenciar os elementos de seu (...), que
nada mais é do que: o (...), (...) e a (...) do seu (...). Fazer isso é muito fácil, pois se trata de
mostrar ao meu aluno, as (...) da aquisição de novos padrões de (...) e programar as aulas de
maneira que possa capacitar o aluno a encontrar ou buscar suas próprias (...) por saber
antecipar as (...) de seus (...).
 
(a) contingências; auto-governo intelectual; comportamento operante; estímulo; resposta;
conseqüência; comportamento; vantagens; comportamento; contingências; conseqüências;
comportamentos operantes.
(b) pessoas; futuro; inconsciente; id; ego; superego; caráter; certezas; jovens; teorias; leituras;
livros.
Durante esse período, a conduta social é de isolamento e indiferenciação. O mundo é
ele e é visto sob seu ponto de vista. Tampouco é possível haver consciência do “eu”. É o
egocentrismo radical do recém-nascido.

Somente por volta dos onze aos dezoito meses, a criança sofre alguma modificação
em relação ao meio social. Com a aquisição da linguagem, aparecem novas relações sociais
que enriquecem o pensamento do indivíduo.

(c) aulas; mercado de trabalho; potencial; esforço; capacidade; inteligência; padrão de


estrutura; facetas; ações; virtudes; festas; proventos.
(d) festas; sucesso; manuseio; amigo; irmão; mãe; avô; lamúrias; titularidade; itinerâncias;
etnografias; escritos.
(e) verdades; percalço; intelecto; cognitivo; motor; afeição; ser social; virtualidades; incertezas;
constatações; etapas; projetos.
 
 
20. Um professor que, por desconhecer os efeitos colaterais da (...), faz uso generalizado
de (...), torna sua sala de aula e a interação com seus alunos uma condição pouco propícia à
(...). É importante que o professor saiba que (...) não são nem adequadas, nem eficientes para
ensinar. O professor pode gastar uma grande parcela de seu tempo estabelecendo (...)
desgastantes (do ponto de vista emocional) com seus alunos e que, a rigor, são pouco
eficientes e produtivas no sentido de levar os alunos a apresentarem os (...) esperados. O
recurso a (...), seja de (...) ou (...), gera subprodutos bastante sérios que tornam ainda mais
questionável o seu uso pelo professor.
 
(a) premiação; doces; emagrecimento; balas; exercícios; pesos; emagrecimento; um; mais kg.
(b) coerção; contingências aversivas; aprendizagem; contingências aversivas; interações;
comportamentos; contingências aversivas; reforçamento negativo; punição.
(c) aspirina; AAS; gripes; essas terapias; terapias; efeitos; gripes; aspirinas; AAS.
(d) bajulação; adjetivos; apelidos; conjunções adjetivas; apelidos; efeitos; nomeação; um; mais.
(e) teoria; palestras; leituras; palestras; palestras; textos; palestrante; teoria; prática.
 
 
21. Ausubel, psicólogo que, baseando-se nas teorias piagetianas do desenvolvimento,
pesquisou a fundo sobre aprendizagem cognitiva e construiu uma teoria sobre como as
pessoas se apropriam do conhecimento a partir da aprendizagem. Segundo Ausubel,
aprendizagem mecânica é:
 
(a) aquela que encontra muito pouca ou nenhuma informação prévia na Estrutura Cognitiva a
qual possa se relacionar, sendo então armazenada de maneira arbitrária.
(b) uma aprendizagem feita por meio de objetos tidos como mecânicos no meio ambiente que
se envolve a criança numa aula.
(c) uma aprendizagem feita sobre objetos que compõe um motor de um carro, por exemplo.
(d) a tendência de usar a mecanização das palavras para designar o conhecimento extra-
sensorial que se coloca a prova no momento de atenção do aluno.
(e) a vivência da mecânica motora.
 
 
22. Qual dessas frases expressa a idéia central de David Ausubel?
 
(a) “Não tema por não saber o que ensinar, mas tema pelo não ter o que ensinar.”
(b) “... o aluno já possui seu ponto de ancoragem, e por isso tudo se torna fácil e significante.”
(c) “...o fator isolado mais importante influenciando a aprendizagem é aquilo que o aluno já
sabe; determine isso e ensine-o de acordo.”
(d) " A escola precisa proporcionar espaço para que o aluno separe entre o que é significativo e
não significativo."
                 3 PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL 

O período pré-operacional vai dos dois anos até os sete anos de idade,
aproximadamente.

Nesse período, devido à aquisição da linguagem, os objetos da percepção ganham a


representação por palavras, havendo, inclusive, uma verdadeira explosão linguística.

(e) “A verdadeira forma de aprender é tornada significativa a medida que o aluno goste do
professor.”
 
 
23. Segundo Ausubel, temos dois tipos de aprendizagem, uma é a mecânica e a outra
significativa. Aprendizagem Significativa é:
 
(a) quando tudo se torna harmônico e racional, segundo o autor.
(b) aprendizagem por recepção significativa é aquilo que torna o assunto tratado como forma
de ser aprendido integralmente e por padrão estabelecido.
(c) quando um novo conteúdo é incorporado às estruturas de conhecimento de um aluno,
adquirindo significado para ele a partir da relação com seu conhecimento prévio.
(d) aprendizagem significativa é o termo empregado para formar um ensino mais real, nas
condições estabelecidas pelo professor.
(e) a capacidade de significar o que é insignificante.
 
 
24. O termo subsunçor significa:
 
(a) uma capacidade cognitiva e afetiva do sujeito.
(b) a notável vontade de aprender um conteúdo novo e significativo.
(c) um termo técnico que define toda a capacidade de um aluno que possa vir a interferir no
processo ensino- aprendizagem da questão psicomotora.
(d) é uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro
humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena
experiências prévias do aprendiz.
(e) o mesmo que organização hierárquica de armazenamento do conhecimento recepcionado
ou descoberto.
 

25. Para que ocorra uma Aprendizagem Significativa, segundo Ausubel, é necessário que:
I. o material a ser assimilado seja potencialmente significativo.
II. ocorra um conteúdo mínimo na estrutura cognitiva do indivíduo, com subsunçores em
suficiência para suprir as necessidades relacionais.
III. o material a ser assimilado tenha exercícios repetitivos e padronizados, para que o aluno
possa realizar e gravar em sua memória.
IV. o aluno apresente uma disposição para o relacionamento e não simplesmente memorizá-lo
mecanicamente.

A alternativa que contém as afirmações corretas é:


 

(a) I, II, III e IV

(b) I, II e III
Piaget (1952) salienta que, devido ao aparecimento da linguagem, as condutas são
muito modificadas, tanto no aspecto afetivo quanto no intelectual. Assim, a criança torna-se,
graças à linguagem, capaz de reconstruir suas ações passadas sob forma de narrativas e de
antecipar suas ações futuras pela representação verbal.

O pensamento pré-operacional é lento e concreto. Desenvolve-se a partir de imagens


concretas e estáticas da realidade, e não com sinais abstratos. O principal progresso desse
período é o desenvolvimento da capacidade simbólica, tendo início a interiorização dos
esquemas de ação e representação.

(c) I, III e IV
(d) I, II e IV
(e) I e III, apenas

 
 
26. "... o fator isolado mais importante influenciando a (...) é aquilo que o aluno já (...);
determine isso e (...) de acordo”. Essa frase significa que devemos partir do que o aluno já (...)
enquanto (...). Por isso, o professor pode tornar a (...) de seus alunos (...), caso ele possibilite a
ligação aos seus (...). Isso acontece, pois o armazenamento de informações no cérebro é
altamente (...), formando uma hierarquia na qual elementos mais (...) de conhecimentos são
ligados ou (...) a conceitos mais gerais, (...).
 
(a) motivação; vê; mostre; vê; forma de olhar; visão; aguçada; métodos; visual; visuais;
visualizados; mais visíveis.
(b) aprendizagem; sabe; ensine-o; adquiriu; conhecimento; aprendizagem; significativa;
conhecimentos prévios; organizado; específicos; assimilados; mais inclusivos.
(c) habilidade; diz; limite-o; mostra; confiança; aula; melhor; princípios; rápido; lentos;
desligados; mais verdadeiros.
(d) leitura; lê; leia; lê; leitor; leitura; mais fácil; leitores; ordenado; legíveis; lidos; mais
generalizáveis.
(e) atenção; atendeu; atenda-o; atendeu; quietude; atenção; mais plena; pensamentos; focada;
aguçáveis; atentáveis; mais especuláveis.
 
 
27. A aprendizagem (...) e (...) são processos contínuos. Quando um indivíduo adquire
informações em uma área completamente nova ocorre a (...) até que alguns elementos de
conhecimento, relevantes a novas informações na mesma área, existam na estrutura cognitiva
e possam servir de (...) ainda que pouco elaborados. À medida que a aprendizagem vai se
tornando (...) os (...) se tornam mais elaborados e prontos para (...) novos conhecimentos.
Em crianças pequenas, a "(...)" acontece através de um processo conhecido com esse
mesmo nome, envolvendo generalizações de instâncias específicas. Em idade escolar, a
maioria das crianças já têm desenvolvido um conjunto de conceitos que permite a
aprendizagem (...). A partir daí, os novos (...) são adquiridos através de (...), (...) e (...) de
conceitos.
Ausubel recomenda o uso de (...) que sirvam de âncora para a nova aprendizagem e levem ao
desenvolvimento de (...) que facilitem a aprendizagem subseqüente.
 
(a) normal; anormal; confusão; molde; menos confusa; elementos; todos os; segregação;
segregada; alunos; uni; duplo; pluri; inúmeros; alunos.
(b) real; ilusória; ilusão; margem; fantástica; métodos; executar; reprodução; reprodutivista;
reprodutores; fala; escuta; observação; cadernos; textos.
(c) amistosa; conflitiva; inibição; desinibidores; extrovertida; mais ousados; receber; recepção;
lingüística; elementos; hermenêutica; sintaxe; gramática; leituras; verbalizações.
(d) individual; coletiva; aprendizagem; efetivação; melhor; melhores; mostrar; especificação;
verbal; elementos; um, dois; mais fatores; muitos; pluralidades.
A criança, entre os dois anos e os quatro anos de idade, começa a usar símbolos
mentais que representam objetos que não estão presentes.

Por sua vez, é o período da fantasia, podendo criar imagens mentais na ausência do
objeto ou da ação. Assim, pode transformar o objeto em uma satisfação de seu prazer.

É o advento da brincadeira simbólica. Por exemplo, amarrar uma toalha no pescoço e


ser o Super-homem ou mesmo pegar uma caixa de fósforos e brincar com ela como se fosse

(e) mecânica; significativa; aprendizagem mecânica; subsunçores; significativa; subsunçores;


ancorar; formação de conceitos; significativa; conceitos; assimilação; diferenciação progressiva;
reconciliação integrativa; organizadores prévios; conceitos subsunçores.
 
 
28. Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte americano Howard
Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das inteligências múltiplas,
divulgada no início da década de 1980. Seu interesse pelos processos de aprendizado já
estava presente nos primeiros estudos de pós-graduação, quando pesquisou as descobertas
do suíço Jean Piaget. Com relação aos estudos de Gardner, são feitas abaixo três afirmativas:
 
I – o sistema nervoso humano não é um órgão com propósito único nem tão pouco é
infinitamente plástico, mas sim um órgão altamente diferenciado e diferentes centros neurais
processam diferentes tipos de informação;
II - todos os indivíduos normais são capazes de uma atuação em pelo menos sete diferentes e,
até certo ponto, independentes áreas intelectuais. A inteligência é definida como a habilidade
para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou mais ambientes
culturais.
III - Gardner acreditava na possibilidade de se medir a inteligência através de testes de papel e
lápis, como afirmava Alfredo Binet em seus testes de inteligência.
 
Assinale:
 

(a) se somente I for correta;

(b) se somente II for correta;


(c) se somente III for correta;
(d) se somente I e II forem corretas;
(e) se I, II e III forem corretas.

 29. A Teoria das Inteligências Múltiplas, de Howard Gardner (1985) é uma alternativa para
o conceito de inteligência como uma capacidade inata, geral e única, que permite aos
indivíduos uma performance, maior ou menor, em qualquer área de atuação. Com relação à
teoria das inteligências múltiplas, são feitas abaixo três afirmativas.
 
I - Psicólogo construtivista muito influenciado por Piaget, Gardner distingue-se de seu colega
de Genebra na medida em que Piaget acreditava que todos os aspectos da simbolização
partem de uma mesma função semiótica, enquanto que ele acredita que processos
psicológicos independentes são empregados quando o indivíduo lida com símbolos lingüísticos,
numéricos gestuais ou outros.
II - Gardner sugere que as habilidades humanas não são organizadas de forma horizontal; ele
propõe que se pense nessas habilidades como organizadas verticalmente, e que, ao invés de
haver uma faculdade mental geral, como a memória, talvez existam formas independentes de
percepção, memória e aprendizado, em cada área ou domínio, com possíveis semelhanças
seu carrinho ou, ainda, pegar dois paus formando ângulos retos e brincar com eles como se
fossem um avião.

Nessa fase, o raciocínio vai do particular para o particular, ou seja, a criança acredita
que um bebê não tem nome porque não fala.

Com aproximadamente quatro anos, o raciocínio dominante, por ser pré-lógico e


fundamentado na percepção, é denominado intuição. O pensamento intuitivo não compreende
a reversibilidade e a conservação.
entre as áreas, mas não necessariamente uma relação direta.
III – Gardner descreve o desenvolvimento cognitivo como uma capacidade cada vez maior de
entender e expressar significado em vários sistemas simbólicos utilizados num contexto
cultural, e sugere que não há uma ligação necessária entre a capacidade ou estágio de
desenvolvimento em um área de desempenho e capacidades ou estágios em outras áreas ou
domínios.
 
 
Assinale:
 

(a) se somente I for correta;

(b) se somente II for correta;


(c) se somente III for correta;
(d) se somente I e II forem corretas;

(e) se I, II e III forem corretas.

 
 
30. Gardner identificou sete inteligências. Atualmente surge a naturalista também
acompanhando este grupo. Postula que essas competências intelectuais são relativamente
independentes, têm sua origem e limites genéticos próprios e substratos neuroanatômicos
específicos e dispõem de processos cognitivos próprios.

Assinale a alternativa que contém apenas as inteligências identificadas por Gardner.


 

(a) lingüística, lógica-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal.

(b) lingüística, lógica-matemática, emocional, psicossocial, interpessoal e intrapessoal.


(c) espacial, musical, cinestésica, emocional, psicossocial, interpessoal e intrapessoal.
(d) emocional, psicossocial, espacial, musical, cinestésica, lingüística e lógica-matemática.

(e) Intelectual, emocional, lógica-matemática, musical, cinestésica, psicossocial e lingüística.

 
 
31. Howard Gardner define inteligência como:
 
(a) a capacidade de diferenciar crianças retardadas e crianças normais nos mais diferentes
graus.
(b) a entrada e validação de dados sobre o desenvolvimento na educação infantil.
(c) o relato que se dá por meio de uma pesquisa científica que visa coletar dados para
promover teorização educativa.
De acordo com Carla Beatris Valentini, por volta dos cinco anos e meio até os sete
anos de idade, a criança começa a entender a não conservação e a conservação, ou seja, a
criança já consegue acompanhar o movimento de se transformar uma bola de massa de
modelar em uma salsicha.

Entre as características desse período, salienta-se o pensamento egocêntrico da


criança devido à sua incapacidade de assumir o papel ou se colocar sob o ponto de vista do
outro. Seu pensamento continua centrado em seu próprio ponto de vista.

(d) a capacidade de análise e compreensão das emoções.


(e) a habilidade para resolver problemas ou criar produtos que sejam significativos em um ou
mais ambientes culturais.
 
 
32. Na sua pesquisa, Gardner estudou também:
 
I- a distância entre o nível de desenvolvimento potencial e nível de desenvolvimento real.
II- o desenvolvimento de diferentes habilidades em crianças normais e crianças superdotadas.
III-adultos com lesões cerebrais e como estes não perdem a intensidade de sua produção
intelectual, mas sim uma ou algumas habilidades, sem que outras habilidades sejam sequer
atingidas.
IV-os idiot-savants e autistas, e como os primeiros podem dispor de apenas uma competência,
sendo bastante incapazes nas demais funções cerebrais, enquanto as crianças autistas
apresentam ausências nas suas habilidades intelectuais.
V- como se deu o desenvolvimento cognitivo através dos milênios
 
Das afirmações acima estão corretas:

(a) apenas uma


(b) duas somente
(c) três somente
(d) quatro somente
(e) as cinco estão corretas
 
 
33. Inteligência Lingüística, segundo Gardner, significa:
 
(a) sensibilidade para os sons, ritmos e significados das palavras, além de uma especial
percepção das diferentes funções da linguagem. É a habilidade para usar a linguagem para
convencer, agradar, estimular ou transmitir idéias.
(b) uma estrutura específica ao qual uma nova informação pode se integrar ao cérebro
humano, que é altamente organizado e detentor de uma hierarquia conceitual que armazena
experiências prévias do aprendiz.
(c) um termo técnico que define toda a capacidade de um aluno que possa vir a interferir no
processo ensino- aprendizagem da questão psicomotora.
(d) notável vontade de aprender um conteúdo novo e significativo.
(e) organização hierárquica de armazenamento do conhecimento recepcionado ou descoberto.
 
 
34. A Inteligência Musical, segundo Howard Gardner, se manifesta através:
 
I- do estímulo ao aluno da prática de esportes competitivos.
II- da participação do aluno em olimpíadas de matemática.
III- da habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical e perceber temas
musicais.
IV- da sensibilidade para ritmos, texturas e timbre.
Uma das consequências do egocentrismo, pelo fato de a criança não se colocar sob o
ponto de vista do outro, é a de não sentir a necessidade de justificar seu raciocínio.

Por sua vez, a criança considera que tudo tem uma finalidade, que é servi-la; o acaso
não é considerado. A essa característica dá-se o nome de finalismo.

É comum para uma criança nesse estágio atribuir vida a todos os seres,
caracterizando o animismo. Assim, “dá alma” aos objetos. Por exemplo: “O carro do papai foi

 
A alternativa correta é:
 
(a) I, II, III e IV
(b) I, II e III
(c) II, III e IV
(d) III e IV somente
(e) I e III somente
 
 
35. A habilidade para explorar relações, categorias e padrões, através da
manipulação de objetos ou símbolos, e para experimentar de forma controlada, a habilidade
para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer problemas e resolvê-los, são
características, segundo Gardner, da Inteligência:
 
(a) corporal- cinestésica
(b) espacial
(c) interpessoal
(d) intrapessoal
(e) lógico-matemática
 
 
36. Como reconhecer as habilidades da Inteligência Espacial, conforme Gardner a
descreve?
 
(a) como capacidade de manifestação no uso a linguagem e no significado das palavras.
(b) como a expressão dos sentimentos, por meio de manifestações verbais, de riso, de choro
ou de agressividade.
(c) como a capacidade para perceber o mundo visual e espacial e manipular formas ou objetos
mentalmente e compor, numa representação visual ou espacial.
(e) como a capacidade de formar um conceito verídico sobre si mesmo através da auto-
reflexão.
 
 
37. A habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de
todo o corpo, para usar a coordenação grossa ou fina em esportes, artes cênicas ou plásticas
no controle dos movimentos do corpo e na manipulação de objetos com destreza, são
características, segundo Gardner da Inteligência:
 
(a) musical
(b) corporal-cinestésica
(c) lógico-matemática
(d) espacial
(e) intrapessoal
 
 
38. Inteligência Intrapessoal para Gardner significa:
 
‘dormir’ na garagem”. A criança fica irritada se alguém tropeça na pedra a que deu o nome de
tartaruga.

Também acredita que o nome faz parte do objeto, assim como a cor e a forma dos
mesmos, ou seja, por exemplo, pensar que o nome da Lua sempre foi esse e que é impossível
chamá-la de outro modo.

Nesse período de vida, a criança também é incapaz de reconstruir uma cadeia de


raciocínios que acaba de seguir para resolver um problema.

Piaget (1973) explica que somente no final desse período e início do próximo é que a
criança começa a compreender que uma árvore vista à direita do caminho na ida se encontra à
esquerda na volta.

A linguagem, nesse período, caracteriza o monólogo. As conversas entre duas


crianças não têm relação com o que o outro está dizendo. Quando em grupo, todos falam ao
mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos outros. É um monólogo coletivo.

(a) compreender o funcionamento do organismo humano, de forma a reconhecer e modificar as


atividades corporais, valorizando-as como recurso para melhoria de suas aptidões físicas.
(b) fazer com que nossos alunos utilizem-se das linguagens como meio de expressão,
informação e comunicação em situações intersubjetivas.
(c) perceber alterações de humor, temperamento, motivações e intenções de outras pessoas.
(d) ter múltiplas relações de interdependência do ecossistema, oportunizando uma leitura mais
clara do dinamismo dos vários elementos do meio físico, químico e biológico, bem como da
ação do homem nesse contexto.
(e) reconhecer habilidades, necessidades, desejos e inteligências próprios, a capacidade para
formular uma imagem precisa de si próprio.
 
 
39. A Inteligência Interpessoal significa, para Gardner:
 
(a) a capacidade de todos compreenderem a afetividade, a relação professor e aluno e a
escolha dos conteúdos.
(b) a capacidade de formar modelos mentais.
(c) a capacidade de entender e preservar o mundo, compreendendo os fenômenos físicos.
(d) a capacidade de perceber e analisar as especificidades, sem perder a visão do todo em que
elas estão inseridas.
(e) a capacidade de entender e responder adequadamente a humores, temperamentos
motivações e desejos de outras pessoas.
 
 
40. A Inteligência Naturalista, segundo Gardner, se caracteriza por:
 
(a) fazer com que os alunos aprendam a participar de Feiras de Ciências.
(b) capacitar os alunos para a distinção entre a violência simbólica e a representacional.
(c) desenvolver atitudes revolucionárias e inovadoras, a fim de transformar o mundo.
(d) conhecer os fenômenos naturais, a facilidade de análise e compreensão dos fenômenos
físicos, climáticos, astronômicos ou químicos.
(e) compreender os fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
 
 
 
Prefere não manter uma conversação longa, mas já é capaz de adaptar sua resposta às
palavras do companheiro.

A socialização, embora dentro do coletivo, é vivida de forma isolada. Não há


liderança, e os pares são constantemente trocados.

A distinção clara entre palavras e símbolos e o que representam pode começar a


aparecer no final desse período. A criança reconhece, então, que os nomes são designações
arbitrárias. Essa descoberta manifesta-se, muitas vezes, nos xingamentos que tanto
prevalecem nos primeiros anos de escola.

Com seis/sete anos de idade, as crianças já são capazes de realizar operações


aritméticas elementares, tais como adição e subtração.

                 4 PERÍODO DAS OPERAÇÕES CONCRETAS 

O período das operações concretas vai dos sete anos até os doze anos de idade,
aproximadamente.

As operações desse período são chamadas de concretas porque se baseiam


diretamente nos objetos, e não ainda nas hipóteses enunciadas verbalmente.

Nesse período, estabelecem-se as transições entre a ação e as estruturas lógicas


mais gerais.

Com o pensamento operatório, muda a forma de a criança compreender o mundo. Já


no início desse estágio, por volta dos sete anos de idade, as ações são interiorizadas e passam
a constituir as operações. Ela consegue resolver problemas de conservação, consolidando as
conservações de número, substância, volume e peso.

Nesse estágio, as primeiras operações lógicas ocorrem possibilitando ao indivíduo a


capacidade de classificar objetos conforme suas semelhanças ou diferenças. Ele já é capaz de
ordenar elementos por seu tamanho, grandeza, incluindo conjuntos, organizando o mundo de
forma lógica ou operatória.

A criança, nesse período, já compreende as formas de reversibilidade sem, contudo,


coordená-las. As operações são uma fase de transição entre as ações e as estruturas lógicas
mais gerais.

Evans (1980) declara: 


As operações consistem, assim, em transformações reversíveis, podendo
essa reversibilidade consistir em inversões (A – A = 0) ou em reciprocidade
(A corresponde a B e reciprocamente). Ora, uma transformação reversível
não modifica tudo ao mesmo tempo, pois, do contrário, seria sem retorno.
Uma transformação operatória, portanto, é sempre relativa a uma
invariante, e essa invariante de um sistema de transformações constitui o
que denominamos, até aqui, noção ou esquema de conservação etc.:
dessarte, o esquema do objeto permanente é a invariante do grupo prático
dos deslocamentos, etc. As noções de conservação podem, portanto, servir
de indícios psicológicos do remate de uma estrutura operatória.

A criança com sete/oito anos de idade já começa a ter condições de adquirir a noção
de conservação da substância.

Uma experiência já clássica para sua demonstração é a passagem de uma mesma


quantidade de líquido de um copo para outro, copos esses com diferentes larguras: uma
determinada quantidade de líquido contido em um copo A é passada para outro mais estreito,
B, e para outro, mais largo, C.

A reação mais comum encontrada nas crianças menores, entre quatro e seis anos de
idade, foi a resposta de que o líquido aumentava ou diminuía de quantidade, conforme o copo
no qual o líquido estava contido. Ao que tudo indica, essas crianças pareciam raciocinar
apenas sobre os estados ou configurações, desprezado as transformações: o líquido em B está
mais alto do que em A, portanto aumentou de quantidade, independentemente da circunstância
de ser o mesmo líquido, que foi apenas transvasado, etc.

Já no nível das operações concretas, as crianças com sete/oito anos de idade,


perante essa experiência, tendem a responder algo semelhante a: “é a mesma água, ela só foi
despejada em outro copo”. Ou mesmo: “não se tirou nem se juntou nada”; “só é mais alto, mas
é mais estreito, por isso é a mesma coisa”; “não se tirou nem se acrescentou, continua a
mesma quantidade”.

Essa clássica experiência demonstra, pois, que a criança descobrirá a conservação


da substância por volta dos sete/oito anos de idade.

Outras experiências sobre conservações foram apresentadas pelos estudiosos.

Ao se esticar uma bola de massa de modelar, a criança no período das operações


concretas já tem a capacidade de responder algo semelhante a: “a bolinha só foi esticada,
agora pode-se fazer uma bolinha outra vez”. Neste contexto, já se nota a reversibilidade na
criança: “está esticada, parece mais comprido, porém é mais fininha”. Esse raciocínio advém
da compensação.
Nesse período observa-se, também, a seriação, ou seja, ordenar os elementos
segundo as grandezas crescentes ou decrescentes. A seriação consiste em procurar qual dos
elementos apresentados é menor que os demais. Nesse caso, o método é operatório, porque
um elemento qualquer E é compreendido de antemão como simultaneamente maior do que os
precedentes (E > D, C, B, A) e menor do que os seguintes (E < F, G, etc.), o que é uma forma
de reversibilidade por reciprocidade.

Seu pensamento é menos egocêntrico conseguindo descentrar suas percepções e


acompanhar as transformações, assim como realizar operações inversas.

Se aparecem conflitos entre a percepção e o raciocínio, a criança recorre ao uso do


raciocínio para fazer seus julgamentos. Ela compreende, respeita e é fiel às regras
estabelecendo, inclusive, compromissos.

Segundo Davidoff (2001), inicialmente, ou seja, por volta dos sete/oito anos de idade,
a criança oscila entre o egocentrismo e a aceitação passiva dos fatos, não sendo ainda objeto
de uma socialização da inteligência que possa modificar profundamente esse mecanismo.
Posteriormente, entretanto, sua organização é a de grupo. Participam de grupos maiores, quer
chefiando ou admitindo chefia.

O jovem necessita participar de grupos para seu desenvolvimento intelectual, mesmo


porque, se a lógica deriva de um intercâmbio entre pessoas, o pensamento somente chegará a
seu nível mais alto de abstração se este for facilitado.

Lima (1973, p. 153) cita Piaget: 

A permuta intelectual entre os indivíduos é comparável a uma imensa


partida de xadrez, que se desenrola sem interrupção e de tal forma que
cada ação realizada sobre um ponto gera uma série de ações equivalentes
ou complementares da parte de seus companheiros.

Assim, a inter-relação humana, sob a ótica da inteligência, é analisada por Piaget.

É no período das operações concretas que as intuições articulam-se e agrupam-se


operatoriamente levando a criança a ser cada vez mais apta à cooperação.

Essas ações diferem da ação por constrangimento, mesmo porque a cooperação


supõe a existência de indivíduos capazes de reconhecer seu próprio ponto de vista.

Assim, a cooperação aparece claramente como um elemento necessário à


constituição e desenvolvimento da lógica.

Inclusive, Piaget (1973) entende que a lógica não é apenas um sistema de operações
livres. Aparece como uma moral do pensamento, imposta e sancionada pelos outros. Sendo
assim, contém, também, um caráter social, visto que abrange um conjunto de estados de
consciência, sentimentos intelectuais e condutas caracterizado por certas obrigações como, por
exemplo, a objetividade, a necessidade de certeza e de precisão e a contradição.

A cooperação leva ao equilíbrio das operações, sendo esse equilíbrio subordinado a


uma capacidade indefinida de trocar com outros e, portanto, a uma reciprocidade bem definida.
Para tanto, é necessária a vida social.

O intercâmbio de ideias e a cooperação entre pessoas contribuem para o


agrupamento de pensamento. Reforça-se a convivência social.

Piaget compara as trocas intelectuais a uma partida de xadrez na qual todo ato gera
uma série de ações equivalentes ou complementares da parte dos que nela estão envolvidos.
Dessa forma, a cooperação faz parte disso.

Desde que não haja ações sociais deformantes sobre o indivíduo, o agrupamento é
apenas uma forma de equilíbrio.

Esse intercâmbio deve animar e entreter o jogo livre das atividades mentais. É
necessário que cada pessoa seja capaz de, livremente, perceber os fatos e as coisas sem
deturpá-los e respeitar a reciprocidade das atividades diversas.

Vê-se, portanto, que para esse equilíbrio não bastam o pensamento individual nem
uma atividade puramente social, mas a atividade operatória interna e a cooperação externa,
vistas como aspectos complementares de um só e mesmo conjunto.

A linguagem por sua vez é socializada, tornando, assim, possível a conversação, sem
que, no entanto, tenham que se discutir diferentes pontos de vista para que se chegue a uma
conclusão comum.

O desenvolvimento dos esquemas que permitem a conservação não acontece ao


mesmo tempo em todas as áreas. Assim, de acordo com Valentini e Evans (1980), a aquisição
das estruturas de conservação costuma acompanhar a seguinte sequência:

Conservação Idade

Número 5-6 anos


Substância 7-8 anos
Área 7-8 anos
Volume líquido 7-8 anos
Peso 9-10 anos
Volume (sólidos) 11-12 anos
 

                 5 PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS 

O período das operações formais vai dos doze anos até os quinze anos de idade,
aproximadamente.

É no período das operações formais que o jovem é capaz de raciocinar prevendo as


relações que poderiam ser válidas, procurando determinar qual dessas relações possíveis tem,
realmente, validade. Esse processo advém de experimentação e análise.

O período das operações formais é o ápice do desenvolvimento da inteligência.

A distinção entre o real e o possível é uma das características essenciais desse


período, o qual corresponde ao nível de pensamento hipotético-dedutivo ou lógico-matemático.
O jovem já tem estrutura para libertar-se do concreto em proveito de interesses orientados para
o futuro e, assim, calcular probabilidades.

O adolescente já é capaz de pensar sobre seus pensamentos, construir ideais e


raciocinar realisticamente sobre o futuro, bem como raciocinar sobre proposições contrárias
aos fatos. Por exemplo, se for colocada uma situação para uma criança supor que o carvão é
branco, ela provavelmente dirá: “Mas o carvão é preto”. Entretanto, o adolescente pode aceitar
a suposição contrária aos fatos e raciocinar a partir dela.

A capacidade de simbolizar torna o pensamento do adolescente muito mais flexível


do que o da criança. Dessa forma, as palavras podem ter duplo sentido, pois carregam mais
significados, podendo significar duas coisas e outros símbolos, inclusive, os adolescentes são
capazes de fornecer muito mais conceitos diante de estímulos verbais.

Com o desenvolvimento das capacidades atingidas nesse período, já é possível a


compreensão de metáforas. Assim, as caricaturas políticas, inclusive, não são compreendidas
antes dessa fase.

Piaget (1973) explica que a incapacidade da criança de entender metáforas, duplos


sentidos e caricaturas ajuda a explicar por que livros como Alice no País das Maravilhas e
Viagens de Gulliver são apreciados na infância de maneira diferente do que na adolescência e
na idade adulta, quando seu significado social pode ser entendido.

Nesse período, atinge-se a capacidade de lidar com a lógica combinatória e de


considerar os fatores possíveis, ao procurar solucionar um determinado problema. Esse fato
pode explicar a razão de o adolescente apresentar uma série de alternativas e, assim, uma
tomada de decisão lhe ser um problema.
Piaget (1973) ilustra esse desenvolvimento ao comentar que o adolescente vê, agora,
muitas alternativas às diretivas paternas e repugna-lhe aceitar estas sem discussão. Ele não se
contenta em saber qual é a posição dos pais, também quer saber o porquê dessa posição, e
está pronto a debater as virtudes da alternativa paterna em comparação com a escolhida por si
e seus companheiros.

Esses conflitos revelam, na verdade, a própria indecisão do adolescente.

Paradoxalmente, dificilmente aceita que outros tomem decisões por ele. Esse conflito
faz com que ele se lance em uma nova dependência, em particular com relação ao seu grupo
de amigos.

O adolescente exige que seus pais tomem uma decisão, ainda que seja para que ele
possa rebelar-se contra a mesma. Surgem, assim, os conflitos característicos entre jovens e
pais e a crescente dependência do grupo de amigos.

Outra característica marcante do pensamento do jovem, nesse período, é a


capacidade de ele “olhar” para dentro de si próprio, ou seja, pensar sobre o pensamento.

O adolescente, pela primeira vez, avalia a si mesmo pela perspectiva de terceiros, a


partir do exterior. Avalia sua personalidade, inteligência e aparência. A sua autoconsciência é,
simplesmente, uma manifestação dessa introspecção. Adota atitudes e ações tais como
regimes alimentares, exercícios físicos ou intelectuais por encontrar discrepâncias entre o que
é e o que quer ser, entre o seu eu real e o eu ideal.

Quando criança, essa discrepância nem sempre é consciente, mas, para o


adolescente, já tem mais força. Piaget (1973) evidencia essa atitude explicando que, uma
criança com certo defeito físico pode ser feliz e otimista na meninice, mas, ao atingir a
adolescência, pode apresentar depressões e vergonha, reações essas que comprometem sua
vida social e afetiva.

Outra consequência da introspecção da adolescência é a sua preocupação com a


privacidade de seus pensamentos, ou melhor, ele faz segredo de seus pensamentos. Inclusive,
reconhece “que pode dizer coisas que são diametralmente opostas aos seus pensamentos”.
Essa atitude diferencia-se de uma invenção da criança, pois esta acredita na sua invenção
defendendo-a como sendo verdadeira.

O adolescente, por sua vez, pode se expressar de maneira muito convincente, mas
sabe, perfeitamente, que o que diz é diferente do que pensa e não acredita em suas invenções.
Para tanto, cria disfarces sociais, tais como tato e polidez, de um lado, e falsidade e exploração
de outro.
Por sua vez, “cria” famílias, religiões e sociedades ideais e as compara com as que
estão vigentes considerando-as deficitárias.

A construção de situações ideais, quase que inteiramente intelectuais, pode explicar a


rebelião dos adolescentes contra a sociedade adulta. Entretanto, continua explicando Piaget
(1953), o adolescente não tem muito interesse em colocar em prática suas opiniões. Por
exemplo, embora manifeste sua preocupação pelas classes sociais menos favorecidas, gasta
seu dinheiro na compra de roupas de marca e não em caridade.

Talvez por se sentir superior aos adultos, apresenta uma não complacência perante
as falhas humanas, quer suas, quer de terceiros.

À medida que o jovem é forçado a adaptar-se às realidades da vida, por meio do


trabalho, por exemplo, seus exageros vão diminuindo, pois começa a reavaliar o mundo adulto
e, como consequência, apresenta maior plasticidade perante as suas próprias limitações, bem
como as dos outros.

O pensamento operacional formal torna igualmente possível a compreensão das


metáforas. É por essa razão que as caricaturas políticas não são compreendidas antes da
adolescência.

A estrutura de pensamento está apta à dialética, permitindo a discussão para se


chegar a uma conclusão.

Estabelece-se, nesse período, organização grupal e estabelecimento de cooperação


e reciprocidade.

O período das operações formais apresenta assimilação do real somente em função


dos desenvolvimentos imaginados ou deduzidos. Essa mudança de perspectiva, em relação ao
indivíduo do período das operações concretas, é fundamental, tanto do ponto de vista afetivo,
quanto do ponto de vista cognitivo.

Piaget esclarece (1973, p. 126): 

Sendo a adolescência (15-18 anos) a idade da inserção do indivíduo na


sociedade adulta, muito mais ainda que a idade da puberdade (13 anos
mais ou menos, entre as meninas e 15 anos entre os meninos), a pré-
adolescência caracteriza-se, ao mesmo tempo, por uma aceleração do
crescimento fisiológico e somático e por esse abrir-se dos valores às
possibilidades novas, para as quais já se prepara o sujeito, porque
consegue antecipá-las, mercê dos novos instrumentos dedutivos. 
A autonomia moral, bem como a ideia de justiça social têm um alcance muito maior
do que nos grupinhos sociais do nível das operações concretas.

Os jovens desse período apresentam também a construção de ideias ou de


estruturação de valores ligados a projetos de futuro.

O período das operações formais é o terreno comum do pensamento adulto e


nenhum outro sistema mental acontece após esse.

O desenvolvimento mental segue, na vida adulta, por meio de um aumento gradual


em profundidade de compreensão.

                 6 CONCLUSÃO 

O desenvolvimento mental da criança surge com a sucessão gradual de quatro


estágios, ou períodos, sendo que cada um é um prolongamento do anterior e, ao mesmo
tempo, conduz à construção do seguinte.

Apesar de haver variações nas idades médias que os caracterizam, dependendo do


grau de inteligência ou do meio social, a ordem de sucessão dos períodos é constante.

Nota-se que, à medida que as aquisições se afastam das origens sensório-motoras,


tanto mais variável é a sua cronologia, ou seja, as datas de seu aparecimento, não a ordem de
sucessão dos estágios. Esse fato ocorre devido à maior influência do meio físico e social que
atinge a pessoa à medida que ela cresce.

Segundo Evans (1980), a maturação orgânica constitui fator necessário e


indispensável na ordem de sucessão dos estágios, mas não explica todo o desenvolvimento, e
é somente mais um fator entre outros.

A importância de se definir os períodos de desenvolvimento da inteligência deve-se


ao fato de que ficam evidenciadas, em cada uma dessas etapas, quais as possibilidades de
aquisições de novos conhecimentos, ou estratégias de sobrevivência, de compreensão e
interpretação da realidade.

A compreensão desse processo é fundamental para que os professores possam,


também, compreender com quem estão trabalhando, muito embora a teoria cognitiva não
ofereça uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do aluno ou da criança.

Apresenta, sim, características e possibilidades de crescimento de maturação ou de


aquisições, favorecendo, portanto, aos educadores, um caminho no que tange aos estímulos
adequados para conseguirem um maior desenvolvimento de seus alunos.
Lima (1980, p. 131) cita: 

Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta


revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de
“técnico do time de futebol”, perdendo seu ar de ator no palco). (...) Quem
quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos
consagrados milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia,
começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas,
psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor “ensinando”... aí não
está havendo uma escola piagetiana.

  

Referências bibliográficas

AZENHA, Maria da Graça. Construtivismo: de Piaget a Emília Ferreiro. São Paulo: Ática, 2006.

CASTRO, Amália Domingues de et. al. Didática para a escola de 1º e 2º graus. São Paulo:
Edibell, 1973.

DAVIDOFF, Linda L. Introdução à psicologia. São Paulo: Makron, 2001.

ELKIND, David. Crianças e adolescentes: ensaios interpretativos sobre Jean Piaget. Rio de
Janeiro: Zahar, 1972.

EVANS, Richard I. Jean Piaget: o homem e suas ideias. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
1980.

FLAVELL, John H. A psicologia do desenvolvimento de Jean Piaget. São Paulo: Pioneira, 1975.

PIAGET, Jean. Educación y instrucción. Buenos Aires: Proteo, 1968.

____________. Encyclopédie Françase. Tome XV, 1935, caps. 1 e 2. Os métodos novos e


suas bases psicológicas: exame dos métodos novos.

Zahar/INL/MEC, 1975.

____________. INHELDER, B. La psychologie de l’enfant. Paris: Presses Universitaires de


France. 1973.

____________. La psychologie de l’intelligence. Paris: Colin, 1952.

____________. O desenvolvimento do pensamento: equilibração das estruturas cognitivas.


Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1977.
____________. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

____________. Six études en psychologie. Genéve: Gonthier, 1964.

RAMOZZI-CHIAROTINO, Zélia. Psicologia e epistemologia genética de Jean Piaget. São


Paulo: EPU, 1988.

Exercícios para fixação de conteúdo referentes aos textos II e III

1. Leia atentamente as afirmativas e de acordo com a teoria piagetiana, assinale a alternativa


correta:
 
 
 
I. Sua teoria não apresenta base biológica.
 

II. As capacidades de interpretar ou construir a realidade das crianças progridem por estágios,
até que suas capacidades mentais assemelhem-se às dos adultos.
III. Piaget concluiu que, ao nascer, as crianças eram dotadas apenas de uns poucos reflexos,
como chupar e agarrar, e tendências a exercitar os reflexos e organizar suas ações.
 
 
 
a) somente a alternativa I é correta.
 

 
 
b) somente as alternativas I e II são corretas.
 

 
c) somente a alternativa II é correta.

 
e) somente as alternativas II e III são corretas.

2. De acordo com a Teoria do Conhecimento de Piaget, assinalar a alternativa correta:

I. Sua teoria foi elaborada a partir de experimentos realizados em laboratórios.


II. Sua teoria foi elaborada através de observação de como se desenvolve o ato de conhecer.
III. Sua teoria foi elaborada através de entrevistas com crianças e adultos .
 
a) somente a alternativa I está correta.
b) somente as alternativas I e III estão corretas.
c) somente a alternativa II está correta.
d) somente as alternativas II e III estão corretas.
e) somente a alternativa III está correta.

3. O que Piaget quis dizer com a palavra Genética no título de sua teoria: Epistemologia
Genética?

I. Que todos os comportamentos responsáveis pelo conhecimento são hereditários.


II. A palavra Genética refere-se a estruturas herdadas pela genética.
III. A palavra Genética refere-se à gênese, ou seja, à origem do conhecimento.
 
a) somente a questão I está correta.
b) somente a questão II está correta.
c) somente as questões I e II estão corretas.
d) somente a questão III está correta.
e) somente as questões II e III estão corretas.
 
4. Epistemologia Genética significa:
a) que a história das idéias não se faz por evolução ou continuísmo, mas por meio de rupturas
ou revoluções, os chamados “cortes epistemológicos”.
b) teoria do conhecimento dedicada ao estudo da origem e evolução do conhecimento humano.
Seu expoente é Jean Piaget.
c) considerar por números, as relações e formas matemáticas como a essência e a estrutura de
todas as coisas.
d) estudos lingüísticos numa reflexão geral sobre questões éticas, filosóficas e sociais.
e) que o conhecimento científico decorre da experiência individual e, assim, não pode ser
verificado por meio do raciocínio indutivo.
 
5. Piaget procurou estudar o processo de formação do conhecimento observando e estudando
a evolução de crianças. Preocupou-se, portanto, com a gênese do conhecimento, em saber
quais os processos mentais envolvidos numa situação problema e quais os processos que
possibilitam a criança atuar na resolução. E, assim, nomeou sua teoria:
 
a) Epistemologia genética.
b) Inatismo.
c) Desenvolvimento cognitivo.
d) Construtivismo.
e) Psicologia do Desenvolvimento.
 
6. Leia com atenção as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
 
a) Piaget preocupou-se em estudar os processos inconscientes que poderiam explicar os
transtornos mentais.
b) Piaget ocupou-se em desenvolver uma teoria que estivesse de acordo com os esquemas
vigentes da época.
c) Piaget estudou como a criança desenvolve suas condições de desenvolvimento emocional.
d) a preocupação de Piaget foi a de averiguar a adaptação da criança com a diversidade do
meio ambiente.
e) Piaget interessou-se pelas condições necessárias para a aquisição do conhecimento.
 

7. Leia as afirmativas e assinale a alternativa correta:

I. A teoria piagetiana concluiu que são necessárias somente as trocas com o meio para a
formação do conhecimento.
II. A teoria piagetiana concluiu que é necessário somente que as crianças estejam inseridas no
meio ambiente para que seus conhecimentos do mundo sejam adquiridos.
III. A teoria piagetiana concluiu que as estruturas mentais e as trocas com o meio são
necessárias para o ato de conhecer.
 
a) somente a alternativa III está correta.
b) somente a alternativa II está correta.
c) somente a alternativa I está correta.
d) somente as alternativas II e III estão corretas.
e) somente as alternativas I e II estão corretas.

 
8. Leia atentamente as afirmativas abaixo e de acordo com seus conhecimentos sobre Piaget,
assinale a alternativa correta:
 
a) Piaget interessava-se em estudar o nascimento das crianças
b) Piaget interessava-se em estudar a família das crianças;
c) Piaget interessava-se em estudar aspectos universais das crianças.
d) Piaget interessava-se em estudar a educação das crianças;
e) Piaget interessava-se em estudar características individuais das crianças.
 
9. Assinalar a alternativa correta:
 
a) a capacidade de conhecer para Piaget advém somente das condições hereditárias.
b) a capacidade de conhecer para Piaget advém, somente, dos conhecimentos provindos dos
pais e mestres.
c) a capacidade de conhecer, para Piaget, advém somente após a aquisição da linguagem.
d) a capacidade de conhecer para Piaget advém das trocas entre o organismo e o meio
ambiente, responsáveis pela construção das estruturas mentais.
e) a capacidade de conhecer para Piaget, advém, somente, após a criança completar 4 anos
de idade.

 
10. Segundo a teoria de Piaget, podemos concluir, sobre a inteligência humana:
 
I. A inteligência é hereditária.
II. A inteligência se desenvolve a partir da interação do indivíduo com o meio.
III. A inteligência pode ser medida pelos testes de QI desenvolvidos por Piaget.
IV. A inteligência não é herdada. Herdamos estruturas cognitivas que irão se desenvolver em
contato com o ambiente – quando o indivíduo “resolve problemas”.
V – O ambiente físico e social oferecem estímulos para o desenvolvimento da inteligência.
 
a) somente a alternativa IV está correta.
b) somente as alternativas II, IV e V estão corretas.
c) somente as alternativas I, II, IV e V estão corretas.
d). somente as alternativas II, III e IV estão corretas.
e) somente as alternativas I, IV e V estão corretas.

 
11. Segundo Piaget, com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos,
podemos afirmar que:
 
I. Esse estágio é denominado de sensório-motor.
II. Ao final desse período, espera-se que a criança conquiste alguns comportamentos como,
por exemplo, puxar o lençol para alcançar o brinquedo que está sobre a cama.
III. Nesse estágio a criança apresenta linguagem socializada.
 
a) somente a questão I está correta.
b) somente as questões II e III estão corretas.
c) somente as questões I e II estão corretas.
d) somente as questões I e III estão corretas.
e) somente a questão III está correta.

12. Com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos, podemos afirmar:


 
I. Um dos avanços cognitivos esperados nessa fase é a diferenciação entre objetos externos e
o próprio corpo.
II. O egocentrismo inconsciente e integral é característico deste estágio.
III. O bebê, ao explorar o próprio corpo, irá formar uma noção do eu, distinguindo-se dos
demais objetos.
IV. O recém nascido é capaz de um pensamento que o possibilita atuar, posteriormente, para a
lógica e raciocínio.
 
a) somente as alternativas I e III estão corretas.
b) somente a alternativa III está correta.
c) somente as alternativas II e III estão corretas.
d) somente as alternativas I, II e III estão corretas.
e) somente as alternativas I e II estão corretas.
 
13. Assinale a alternativa correta:
 
O ápice do desenvolvimento da inteligência ocorre no período:
 
a) Da velhice.
b) Das operações formais;
c) Das operações concretas;
d) Pré-operacional;
e) Sensório motor;
 
14. Sobre o nível sensório-motor, pode-se afirmar que:
 
I. Cada período do desenvolvimento anuncia, em parte, os períodos seguintes.
II. No período sensório-motor, à falta de função simbólica, o bebê ainda não apresenta
pensamento, nem afetividade ligada a representações que permitam evocar pessoas ou
objetos na ausência deles.
III. O desenvolvimento mental no decorrer dos dezoito primeiros meses da existência não é
importante devido ao fato do bebê não ter funções simbólicas.
 
a) somente as alternativas I e II estão corretas
b) somente a alternativa II está correta.
c) somente a alternativa III está correta.
d) somente a alternativa I está correta.
e) somente a alternativa II está correta.
 
15. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:
 
I. Segundo Piaget, sejam quais forem os critérios de inteligência que se adotarem (tacteio
dirigido, segundo Claparède, compreensão súbita ou insight, segundo W. Köhler ou K. Bühler,
coordenação dos meios e dos fins) admite-se a existência de uma inteligência antes da
linguagem.
II. Piaget não admite a existência de uma inteligência antes da linguagem.
III. Para Piaget, a existência de uma inteligência antes da linguagem permite resolver um
conjunto de problemas de ação, tais como alcançar objetos afastados ou escondidos.
 
a) somente a alternativa I está correta.
b) somente as alternativas I e II estão corretas está correta.
c) somente as alternativas I e III estão corretas.
d) somente a alternativa II está correta.
e) somente a alternativa III está correta.
 
16. Assinalar a alternativa correta:
No estágio pré-operacional:
 
a) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.
b) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais.
c) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.
d) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.
e) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade.
 
17. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:
I. No estágio sensório-motor a criança adquire a capacidade para o raciocínio lógico.
II. A façanha suprema no estágio pré-operacional é a capacidade de pensar sobre o ambiente
pela manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam.
III. A façanha suprema no estágio formal é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela
manipulação dos pais.
 
a) somente a alternativa I é correta.
b) somente as alternativas II e III são corretas.
c) somente as alternativas I e III são corretas.
d) somente a alternativa II é correta.
e) somente a alternativa III é correta.
 
18. Leia atentamente as afirmativas abaixo e, em seguida, assinale a alternativa correta:
I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.
II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja,
a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.
III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica
confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos.
 
a) somente a alternativa I é correta
b) somente as alternativas I e III são corretas.
c) somente a alternativa II é correta.
d) somente as alternativas I e II são corretas.
e) somente a alternativa III é correta
 
19. Quanto ao desenvolvimento cognitivo da criança por volta dos 4 anos, podemos afirmar
que:
 
I. No que se refere à linguagem, predomina a linguagem socializada.
II. Nesse estágio, desenvolve-se a coordenação motora fina.
III. O egocentrismo é substituído pela inteligência prática.
 
a) somente a alternativa I está correta.
b) somente as alternativas I e III estão corretas.
c) somente a alternativa II está correta.
d) somente as alternativas I e II estão corretas.
e) somente as alternativas II e III estão corretas.
 
20. Quanto ao período dos 7 aos 12 anos, podemos afirmar:
 
I. A criança já é capaz de organizar, mentalmente, varetas em ordem de tamanho – o que, na
fase anterior, ela só faria comparando duas a duas, para, então, ordená-las em série.
II. Observa-se um incremento do pensamento lógico – a criança passa a ter um conhecimento
real e adequado dos objetos externos.
III. Observam-se progressos significativos quanto aos aspectos da interação social, pois ocorre
um declínio do egocentrismo.
IV. Neste período, devido à falta da linguagem e da função simbólica, as percepções da criança
baseiam-se exclusivamente nas coordenações sensório-motoras das ações.
 
a) somente as alternativas II e III estão corretas.
b) somente a alternativa II está correta.
c) somente as alternativas I, II e III estão corretas.
d) somente as alternativas I e IV estão corretas.
e) somente as alternativas I e II estão corretas.
 
 
21. Assinalar a alternativa correta:
 
Com relação às estruturas mentais, acredita Piaget:
 
a) são processos que os adultos desenvolvem a partir da pré-adolescência.
b) são condições para a ação, sendo que, todo conhecimento depende de uma estrutura e de
um acontecimento.
c) depende, para seu desenvolvimento, da aquisição da linguagem.
d) o saber independe da formação de estruturas mentais.
e) são processos que são desenvolvidos somente com a aquisição da leitura.
 
22. Assinalar a alternativa correta:
I. As estruturas mentais são condições para o conhecimento, segundo Piaget.
II. Todo conhecimento depende de uma estrutura e de um acontecimento, segundo Piaget.
III. Para a aquisição do conhecimento é necessário haver, somente, informação verbal sobre o
mesmo.
a) somente a alternativa I é correta.
b) somente a alternativa II é correta.
c) somente a alternativa III é correta.
d) somente as alternativas I e II são corretas.
e) somente as alternativas II e III estão corretas.
 
23. Com relação à assimilação e à acomodação, assinalar a alternativa correta:
I. São processos de atividades inteligentes.
II. Ocorrem contínua e simultaneamente, tanto para crianças como para adultos.
III. A criança assimila experiências novas a esquemas existentes ou acomoda seus esquemas,
estendendo-os ou combinando-os para atender a situações novas, ou para lidar com algum
desafio.
IV. Piaget não abordou, em seus estudos, os processos de assimilação e acomodação.
 
a) somente a alternativa III está correta.
b) somente as alternativas II e III estão corretas.
c) somente as alternativas I e III estão corretas.
d) somente as alternativas I, II e III estão corretas.
e) somente a alternativa IV está correta.
 
24. Assinalar a alternativa correta:
No estágio pré-operacional:
a) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.
b) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade.
c) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.
d) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.
e) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais.
 
25. Assinalar a alternativa correta:
I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.
II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja,
a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.
III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica
confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos.
 
a) somente a alternativa II é correta.
b) somente as alternativas I e II são corretas.
c) somente a alternativa I é correta
d) somente as alternativas I e III são corretas.
e) somente a alternativa III é correta
 
26. Com relação à criança de 2 a 6 anos, podemos afirmar:
I. Essa criança está na chamada fase oral, isto é, desenvolvendo a linguagem.
II. Já é capaz de simbolizar, ou seja, representar uma coisa por outra enquanto brinca.
III. Ainda continua bastante egocêntrica, com dificuldade em perceber os desejos e
necessidades do outro.
 
a) somente a alternativa I está correta.
b) somente as alternativas I e II estão corretas.
c) somente as alternativas II e III estão corretas.
d) somente as alternativas I e III estão corretas.
e) somente a alternativa III está correta.
 
27. Assinalar em qual estágio a criança desenvolve a capacidade de usar a lógica, ou seja,
adquire a habilidade de realizar operações mentais.
a) estágio sensório-motor
b) estágio das operações concretas
c) estágio das operações formais
d) estágio das operações evolutivas
e) estágio das operações motoras.
 
28. Leia atentamente as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta:
 
I. Os estágios do desenvolvimento cognitivo são: sensório motor, preparação para as
operações concretas e o das operações formais.
II. Uma estrutura não pode aparecer antes de outra, ou mesmo depois dela.
III. Uma estrutura pode aparecer antes de outra, ou mesmo depois dela.
IV. O ambiente não interfere no aparecimento de uma estrutura.
 
a) somente as alternativas I e II estão corretas.
b) somente as alternativas I e III estão corretas.
c) somente as alternativas I e IV estão corretas.
d) somente a alternativa II está correta.
e) somente as alternativas II e IV estão corretas.
 
29. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta:
 
I. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação ocorrem separadamente.
II. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação ocorrem simultaneamente.
III. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação só ocorrem nas crianças.
IV. De acordo com Piaget, a assimilação e a acomodação só ocorrem nos adultos.
 
a) somente a alternativa I é correta.
b) somente a alternativa IV é correta.
c) somente a alternativa III é correta.
d) somente a alternativa II é correta.
e) somente as alternativas II e IV são corretas.
 
30. Com relação ao desenvolvimento cognitivo da criança de 0 a 2 anos, podemos afirmar:
 
I. Segundo Piaget, este estágio é denominado de sensório-motor.
II. Ao final desse período, espera-se que a criança conquiste alguns comportamentos como,
por exemplo, puxar o lençol para alcançar o brinquedo que está sobre a cama.
III. Nesse estágio desenvolve-se a coordenação motora fina.
 
a) somente a alternativa I está correta.
b) somente as alternativas I e III estão corretas.
c) somente as alternativas II e III estão corretas.
d) somente as alternativas I e II estão corretas.
e) somente a alternativa III está correta.
 
31. Assinalar a alternativa correta:
 
I. Segundo Piaget, sejam quais forem os critérios de inteligência que se adotarem (tacteio
dirigido, segundo Claparède, compreensão súbita ou insight, segundo W. Köhler ou K. Bühler,
coordenação dos meios e dos fins) admite-se a existência de uma inteligência antes da
linguagem.
II. Piaget não admite a existência de uma inteligência antes da linguagem.
III. Para Piaget, a existência de uma inteligência antes da linguagem permite resolver um
conjunto de problemas de ação, tais como alcançar objetos afastados ou escondidos.
 
a) somente as alternativas I e III estão corretas.
b) somente a alternativa I está correta.
c) somente as alternativas I e II estão corretas está correta.
d) somente a alternativa III está correta.
e) somente a alternativa II está correta.
 
32. Assinalar a alternativa correta com relação ao estágio pré-operacional da criança:
a) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções perceptivas.
b) a criança elabora, neste nível, o ponto de partida para as suas construções intelectuais.
c) a criança, para entender suas experiências, orienta-se apenas pelos reflexos.
d) a criança tem facilidade de lidar com versões abstratas.
e) a criança guia-se fortemente pelas percepções da realidade.
 
33. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta:
 
I. No estágio sensório-motor a criança adquire a capacidade para o raciocínio lógico.
II. A façanha suprema no estágio pré-operacional é a capacidade de pensar sobre o ambiente
pela manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam.
III. A façanha suprema no estágio formal é a capacidade de pensar sobre o ambiente pela
manipulação dos símbolos, incluindo as palavras que o representam.
 
a) somente a alternativa I é correta.
b) somente as alternativas II e III são corretas.
c) somente a alternativa III é correta.
d) somente a alternativa II é correta.
e) somente as alternativas I e III são corretas.
 
34. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta:
 
I. No período pré-operacional a criança tem a capacidade da aquisição da linguagem.
II. No período pré-operacional ainda não existe a noção da permanência de um objeto, ou seja,
a criança ainda não adquiriu a noção de conservação.
III. A criança, no período pré-operacional, é capaz de executar tarefas simples, mas fica
confusa com as relações entre duas ou mais classes de objetos.
 
a) somente as alternativas I e III são corretas.
b) somente a alternativa II é correta.
c) somente a alternativa I é correta
d) somente as alternativas I e II são corretas.
e) somente a alternativa III é correta
 
35. Uma das características da criança pré-operatória – 2 a 6 anos, devido ao seu
________________, é a atribuição de características humanas aos objetos. Esse
comportamento é chamado de __________________.
 
I. Egocentrismo
II. Naturalismo
III. Animismo
IV. Artificialismo
V. Simbolismo
 
a) somente as questões I e II estão corretas.
b) somente as questões II e IV estão corretas.
c) somente as questões III e IV estão corretas.
d) somente as questões I e III estão corretas.
e) somente as questões I e IV estão corretas.

 
36. Uma criança X começa um diálogo com um interlocutor desconhecido, contando sobre um
fato ocorrido perto da casa de sua avó:

Criança X: então ... o gato pulou o muro e ficou na casa da minha avó, aquela cor-de-rosa,
você sabe...
Criança Y: não... não sei... nem sei que casa é essa...
Essa cena revela, segundo os conceitos de Piaget:
 
a) que a criança X é egoísta, demonstrando estar no período sensório-motor.
b) que a criança X está no período sensório-motor, pois ainda não tem um pensamento
sistemático sobre a realidade, preocupando-se mais com suas brincadeiras e jogos infantis.
c) que a criança X é ainda muito egocêntrica, pois supõe que a criança Y sabe o que ela
própria sabe.
d) que a criança X busca socialização, mas não consegue socializar-se verdadeiramente,
devido a seu egocentrismo.
e) que a criança X ainda não estabeleceu uma discriminação entre o eu e o outro, confundindo
a criança Y consigo própria.
 
37. Uma das características da criança de 2 a 6 anos, devido ao seu ________ é a atribuição
de causas humanas aos fenômenos naturais. Esse comportamento é chamado de
____________:
 
I. Egocentrismo.
II. Naturismo.
III. Animismo.
IV. Artificialismo.
V. Simbolismo.
 
a) somente as alternativas II e IV estão corretas.
b) somente as alternativas I e III estão corretas
c) somente as alternativas III e IV estão corretas.
d) somente as alternativas I e II estão corretas
e) somente as alternativas I e IV estão corretas
 
38. Com relação à criança de 2 a 6 anos, do ponto de vista cognitivo, podemos afirmar:
I. Ela está no estágio pré-operatório.
II. Já é capaz de simbolizar, ou seja, representar uma coisa por outra enquanto brinca.
III. Ainda continua bastante egocêntrica, com dificuldade em perceber os desejos e
necessidades do outro.
IV. Ela está no período sensório-motor.
 
a) somente as alternativas I e II estão corretas.
b) somente as alternativas I, II e III estão corretas.
c) somente a alternativa III está correta.
d) somente a alternativa IV está correta.
e) somente as alternativas II e III estão corretas.
 
39. Leia atentamente e responda:
Uma criança X, de seis anos, briga com sua mãe porque acredita que seu irmão recebeu mais
refrigerante do que ela. O copo do irmão é estreito e o seu é largo e mais baixo. No entanto, de
fato, a mãe colocou a mesma quantidade para os dois, pois despejou o conteúdo inteiro de
duas latinhas idênticas de refrigerante em cada um dos copos.
É correto afirmar que, segundo os conceitos de Piaget:
 
a) a criança X ainda pauta o seu raciocínio na percepção imediata, não raciocinando com
lógica.
b) a criança X tem noção de conservação de quantidade.
c) a criança X tem problemas de atenção, pois não é esperado esse tipo de raciocínio para
essa idade.
d) a criança X está no período operacional-lógico.
e) a criança X está no período operatório concreto.

 
d) somente a alternativa III é correta.
 
 
 
 

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