Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Marcelo F Aquino - DO Cosmos Ao Homem - Gênese e Destino Da Filosofia PDF
Marcelo F Aquino - DO Cosmos Ao Homem - Gênese e Destino Da Filosofia PDF
Aquino
Do Cosmos a o Homem:
Gênese e D e s t i n o d a F i l o s o f i a
99
do exame levado a catoo p o r J a e g e r f o i o d ef a z e r compreender o
papel decisivo que a poesia t e v e n a f o r m a ç ã o d o espírito helênico.
Graças a e s s e e s t u d o p o d e m o s a f i r m a r c o m segurança q u e o s d o i s
grandes poetas épicos d o s t e m p o s heróicos d a Grécia a n t i g a , Ho-
m e r o e Hesíodo, d e s e m p e n h a r a m o papel d everdadeiros plasma-
dores o u — c o m a s p a l a v r a s d e Platão — d e e d u c a d o r e s d o povo
grego.
1 . M e t . 983 b 2 0 — 9 8 3 b 2 1 .
2. J a e g e r , W . Paidéia — D i e F o r m u n g d e s g r i e c h i s c h e n Menschen,
d e G r u y t e r . B e r l l n 1936; tradução p o r t u g u e s a : Paidéia — A formação d o
H o m e m g r e g o , H e r d e r , São P a u l o .
3. S n e l l , B . " D i e E n t d e c k u n g d e s Geístes. S t u d i e n z u r E n t s t e h u n g
d e s europâischen D e n k e n s b e i d e n G r i e c h e n " . H a m b u r g 1955.
4. DIels-Kranz B . 11.
5. H e i d e g g e r , M . " Q u e é i s t o a F i l o s o f i a ? " , pág. 2 6 , tradução p o r t u -
g u e s a d e E m i l d o S t e i n , D u a s C i d a d e s , São P a u l o 1 9 7 1 .
100
II
6. M e t . ( g a m m a ) 1003 a 2 0 — 1003 a 2 1 .
7. S e m p r e que nos referimos a otermo conceito, temos presente a
p a l a v r a alemã Begriff n a acepção q u e o t e r m o r e c e b e e m H e g e l . Ver
Phénoménologie d e VEsprit, n o t a 3 2 à página 1 9 , T o m e I d a tradução
f r a n c e s a d e H y p p o l i t e , J . A u b i e r , P a r i s 1939.
101
rém, o q u e s ec o l o c a u m problema ou s ea d m i r a , r e c o n h e c e a sua
ignorância ( . . . ) D esorte que, filosofaram para sair da ignorân-
cia, é claro que buscavam o saber e m busca d o conhecimento".»
8. M e t . A , 982 b 12 — 982 b 2 1 .
9. "Die W a h r e Gestalt, I n Weleher d i eWahrheit existiert, k a n n
allein das wissenschaftliche S y s t e m derselben sein. Daran mitzuarbeiten,
dass die Philosophie der F o r m der Wissenschaft n a h e r k o m m e , — d e m
Z i e l e , i h r e n N a m e n d e r L i e b e z u m W i s s e n a b l e g e n z u kõnnen u n d w i r -
kliches Wissen zu sein, — ist es, w a s ich m i r vorgesetz". Hegel, G .W . I .
Phãnomenologíe d e s G e i s t e s , e d . H o f f m e i s t e r 6 pág. 12, q u e é a q u e
citaremos daqui por diante.
10. Hegel diz textualmente " I n d e m die w a h r e Gestalt der Wahrheit
In diese Wissenschaftlichkeit gesetzt wird, — oder w a s dasselbe ist,
indem die Wahrheit behauptet wird, a n d e m Begriffe allein das E l e m e n t
ihrer E x i s t e n z z uh a b e n " . i d e m .
102
Voltemos mais u m a vez a atenção para Aristóteles, esperando
concluir esta etapa d a reflexão, n E m Aristóteles d e E s t a g i r a a
fórmula s e r c o m o s e rvisa definir a ontologia mediante a defini-
ção d o s e u o b j e t o . P o r conseguinte, o passo q u e Aristóteles dá é
o d es ep e r g u n t a r o que é o ser? S u a resposta é: " o s e r s ed i z
e m vários s e n t i d o s , a i n d a q u e e m o r d e m a u m a só c o i s a e a tuna
certa natureza única, e não u n i v o c a m e n t e " , ^ 2 o q u e i m p l i c a para
o filósofo q u e d o s e r não s e dá definição unívoca. Ora, recordan-
do-nos q u e s e r não t e m s i g n i f i c a d o nominal, m a s q u e significa a
composição e a divisão, a afirmação e a negação, e q u e , p o r t a n t o ,
s e m o s termos componentes a proposição " s e r " nada significa,
podemos entender q u e " o s e r s e d i z e m vários s e n t i d o s " , porém
e m relação a u m a única n a t u r e z a . Logo, a relação à única natu-
reza resolve o problema d a equivocidade d a linguagem, conquanto
na pluralidade d e significados e significações seja introduzível
u m a imidade sistemática a mais termos. Podemos examinar o
exemplo q u e Aristóteles n o s proporciona n a Metafísica. Sadio
diz-se d ediferentes coisas: d oanimal, d acomida, d o remédio e
da urina. M a s , além d i s s o , d i z também a d i v e r s a relação destes
termos a u m só q u e é a saúde. O r a — e c o m i s t o concluímos a
reflexão e m t o r n o d af o r m a cosmocêntrica d e p e n s a r — todo o
problema d aontologia aristotélica s e constituirá a p a r t i r d a t e n -
t a t i v a d e d e f i n i r q u a i s são n a r e a l i d a d e o s s i g n i f i c a d o s e o s m o d o s
de significação d os e r .
III
103
Se n a s páginas a n t e r i o r e s falávamos d u m a revolução " e p o c a l " n o
pensar q u e marcou a elevação d a instância pré-crítica a o nível d o
pensar crítico explícito, p o d e m o s agora falar d u m a outra revolu-
ção " e p o c a l " n o pensar, q u e desloca d oobjeto o centro d o s inte-
resses epistemológicos para encontrá-lo n o próprio sujeito q u e
conhece. K a n t m e s m o denominou este s e u procedimento d e
"revolução copemicana".
104
Estas p o d e m cessar, m a s o tempo m e s m o ( c o m o a condição geral
da sua possibilidade) não p o d e ser supresso".^^
105
o Schematismus kantiano apresenta-se c o m o a figura sensível,
diferenciável n o espaço e n o t e m p o , e, contudo, por outro lado,
c o m o a permanência lógico-estrutural que fixa a s variações d o
sensível e m relações c o n s t a n t e s . Desse modo, n o"esquema" en-
contram a sua unidade o devir temporal e a multiplicidade espa-
cial c o m a sformas constantes d e representação d o m u n d o logi-
camente conexas. Através d e t a i s representações alcançamos o s
objetos verdadeiros, enquanto chegamos a conhecê-los cientifica-
mente. E m outras palavras, o "esquematismo" tenta evitar recon-
duzir tudo a oexterior, o uà "coisa-em-si", b e m c o m o reconduzir
tudo a ointerior, isto é, à e s p o n t a n e i d a d e d o pensamento.
I V
19. " D a s w a h r e ist das Ganze. Das Ganze aber ist n u r das d u r c h seine
E n t w i c k l u n g s i c h v o l l e n d e n d e W e s e n " . H e g e l , G . P . W . P h . G . pág. 2 1 .
106