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Os conselhos financeiros da Deco Proteste 3 de março 2020 – No 1124

Epidemia nas bolsas

N
a semana passada, a bolsa mundial, como pode ver na análise da
BOLSA AMERICANA americana, medida pelo índice página 2. Esta crise irá afetar os resulta-
(índice S&P 500) S&P 500 caiu 11,5 % enquanto, dos das empresas em 2020. E convém
3400
na Europa , o Stoxx Europe per- ter presente que as estimativas ainda
3200
deu 12,3 %. Por cá, o PSI-20, caiu 11,5 %, têm por base um cenário de crise de
3000
colocando no vermelho a sua evolução curta duração e que o mercado vai in-
2800
PROTESTE INVESTE – Boletim Semanal – Ano 25 – Diretora e Editora das publicações: Cláudia Maia – DECO PROTESTE, Editores, Lda – Av. Eng.° Arantes e Oliveira n.° 13, 1.° B, 1900-221 Lisboa – € 9,50

2600
desde o início deste ano, em -8,6 %. tegrando progressivamente as novas
2400
O que se passou? O cenário de base dos perspetivas nas suas estimativas.
2200
mercados era de que a crise do corona-
2000
vírus seria sobretudo limitada à China e Após a forte queda das cotações, os
1800
de curta duração. Porém, esse cenário mercados já atingiram o ponto baixo
2015 2016 2017 2018 2019
deixou de ser válido a partir do mo- que deixa antever ganhos em perspeti-
Desde o seu mais recente máximo histórico, fixado a 19 de feve- mento em que os casos de infeções se va? É muito difícil dar resposta concreta
reiro, o S&P 500 já corrigiu 12,8 % em poucos dias. Não ceda ao multiplicaram na Itália e se estenderam neste momento. Contudo, será preciso
pânico mas seja prudente nos seus investimentos. a outras regiões na Europa. esperar para se assistir, no mínimo, à
estabilização do número de doentes
TAXAS DE JURO ALEMÃS Podemos traçar um primeiro cenário infetados, primeiro indicador de que o
(em %, prazo 7-10 anos) com a prudência necessária. Do pon- pico da crise esteja a ser ultrapassado.
1.0 to de vista económico, uma recessão Neste momento, é tempo para se prote-
de curta duração é provável de ocor- ger enquanto se estima o potencial de
0.5 rer na zona euro em 2020. Com efeito, crescimento dos lucros das empresas
com a informação agora disponível, para os próximos anos. Os investidores
0.0 estimamos um crescimento negativo deverão investir para o longo prazo mas
de -0,4 %. A Alemanha irá registar uma sem negligenciar o curto prazo. É mais
-0.5 queda do PIB de 0,8 %, enquanto a Itália avisado não se precipitar a investir in-
deverá recuar 1,5 %. Se a crise sanitária discriminadamente em todos os títulos
-1.0
2015 2016 2017 2018 2019 não assumir uma grande amplitude, a que tiveram fortes quedas, mesmo os
zona euro irá recuperar em 2021. Por- que aparentemente parecem baratos.
As obrigações alemãs beneficiaram por ser um ativo de refúgio tanto, é de prever um abrandamento Seja seletivo, veja os nossos conselhos
pois os investidores saíram dos mercados de ações e deram pre- maior do que o esperado da economia sobre as ações em que deve investir.
ferência aos ativos seguros, levando as taxas a cair mais.

2 Análise 5 Bolsas 6 Ações

Crise do coronavírus.
O que fazer?
Trambolhão
nos mercados
Axa, BCP,
Bouygues,
Não perca
no site
acionistas Deutsche Telekom,
Diageo, EDP,
4 Economia Jerónimo Martins,
Covid-19 arrasa as Nestlé, Peugeot,
PostNL, Rio Tinto, Conheça as variações dos principais
bolsas e arrasta as índices bolsistas e moedas
taxas para mínimos Zurique Insurance,
Consulte em:
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p. 12 – 3.ª série
 Análise
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Crise do coronavírus
A crise de saúde na China não resistiu ao teste das últimas semanas e já
se perdeu a esperança de um impacto económico limitado. A epidemia do
coronavírus irá penalizar o crescimento mundial. Veja o que deve fazer.
Paragem na China com efeitos colaterais
Um mês após o fim da licença coletiva para celebrar o ano
novo chinês, a atividade económica do país continua a
desacelerar. Apenas um terço dos trabalhadores voltou à
província de origem da epidemia e 760 milhões de pessoas
têm restrições no seu trajeto diário. A paralisia económica
da segunda maior economia do globo fez as vendas de
carros caírem 92 % na primeira quinzena de fevereiro.
A situação já preocupa seriamente o Governo.
Numa teleconferência com 170 000 responsáveis chineses,
Xi Jinping ordenou que as autoridades locais das regiões
menos afetadas reativassem a atividade económica o mais
rapidamente possível. O presidente chinês insistiu que é
preciso travar uma dupla batalha: lutar contra o coronavírus
e fazer o país voltar ao trabalho. Está em jogo o futuro
de milhões de pequenas empresas, à beira do abismo
financeiro, e dos respetivos trabalhadores.
O impacto económico da crise está a espalhar-se cada vez
mais para fora da China. Indiretamente, há segmentos
inteiros da economia global penalizados pela paralisia
chinesa. Por um lado, reduz-se a procura desse mercado
gigantesco, por outro, as cadeias de produção em todo
o mundo são penalizadas porque dependem de algo
produzido na China, que agora não está a ser entregue.
Quanto mais uma empresa/país depender da procura ou de
componentes chineses, mais rápido e maior será o impacto.
A 4 de fevereiro, a Hyundai suspendeu toda a produção
na Coreia e demitiu 25 000 trabalhadores devido à falta de
cablagem eletrónica vinda da China. As fábricas japonesas
também foram afetadas. Na Europa, como os produtos
vindos de barco demoram quatro semanas a chegar, as
empresas tiveram mais tempo para se adaptar mas já se nota
a escassez de certos componentes.
Pesadelo está a tornar-se realidade
A disseminação da epidemia em todo o mundo frustrou as
últimas esperanças de um impacto económico limitado, o que
explica a forte correção das bolsas quando Itália foi atingida.
Antes da crise em Itália, num cenário otimista em que a epidemia
se restringisse sobretudo à China e a atividade económica
normalizasse a partir do segundo trimestre, o Fundo Monetário
Internacional retirou 0,1 % à sua previsão de crescimento do PIB
mundial. Mas, à luz dos últimos desenvolvimentos, a correção
será maior. Estimamos que o crescimento global possa cair
quase para metade, para 1,5 % face à previsão anterior de 2,8 %.
O crescimento chinês do primeiro trimestre será o mais
fraco desde o início dos anos 90. A Coreia do Sul também
terá um enfraquecimento adicional da sua economia, já
penalizada em 2019 pela guerra comercial. Após a contração
do PIB no quarto trimestre, o Japão e a Itália não escaparão
à recessão no início do ano e, se a crise se mantiver no
segundo trimestre, esta atingirá mais países.
2 Proteste Investe  •  3 de março 2020
CRESCIMENTO DO PIB NA CHINA
(variação homóloga)
8%
7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2015 2016 2017 2018 2019
Com um crescimento esperado de 2,5 %, o dinamismo económico chinês sofrerá um níti-
do abrandamento em 2020 face ao histórico dos anos anteriores.
Bolsas assustadas
Algumas bolsas tinham fixado máximos há poucos dias,
mesmo com a incerteza sobre o impacto do vírus na economia.
As bolsas americanas caíram 12,6 % na semana passada e as
europeias desceram 12 % mas a queda deve ser relativizada dada
a subida anterior dos índices. A situação permanecerá difícil a
curto prazo e as bolsas continuarão voláteis. Para as empresas,
esta crise tem um duplo impacto. O mais óbvio é o risco de
redução do consumo privado em detrimento do aumento da
poupança, que é uma reação clássica em situações de ansiedade.
O outro são os distúrbios causados nas linhas de produção das
empresas que não podem ser realocadas para outros países,
como é o caso da eletrónica. O impacto é tão forte que a Apple
(-13,7 %) cortou as previsões para o trimestre em curso porque
as vendas do iPhone na China (17 % do total) estão a cair devido
ao fecho de pontos de venda e porque as suas fábricas estão a
trabalhar abaixo da capacidade. A Adidas (-12,1 %) também
está a ser afetada, com a sua atividade na China (cerca de 25 %
das receitas) a cair 85 % desde o final de janeiro face há um
ano atrás. Como o país também é responsável por cerca de
20 % da sua capacidade produtiva, há receios em relação ao
fornecimento de mercados como a América do Norte.
Os setores mais afetados
•  O setor do turismo (-16,6 % na semana passada) é o
primeiro a sofrer, com os destinos mais populares entre
os chineses a serem muito afetados. Realce para a queda
das companhias aéreas - IAG (-26,2 %), Easyjet (-26,2 %)
e Ryanair (-19,9 %) -, cadeias de hotéis, como a Accor
(-15,1 %) e operadores turísticos, com a TUI (-29,4 %).
O que parecia ser uma crise confinada à Ásia está a atingir a
Europa. Fique afastado.

•  O setor dos bens de luxo também deverá ser muito
afetado pelo agravamento da crise na China, que tem
sido o seu principal motor de crescimento. Sem excluir
dificuldades maiores, prevemos, a nível setorial, uma queda
da atividade e dos lucros superior a 10 %. Estamos a rever
as previsões de lucros para 2020 e 2021 da LVMH (-8,3 %) e
L’Oréal (-9,4 %). O setor está caro, venda.
•  Os receios de recessão pesam nas empresas mais sensíveis
aos ciclos económicos, como as de metais não ferrosos
(-11,9 %) e as petrolíferas (-14,6 %). A OPEP baixou em
19 % o crescimento da procura de petróleo. Mas, para o
longo prazo, mantemos o conselho de compra da Chevron
(-15,4 %), Repsol (-15,3 %) e Galp (-13,5 %).
•  Ao invés, o ouro beneficia do seu estatuto de ativo refúgio,
pelo que pode ter lugar em carteiras mais defensivas.
Pode investir no ETF SPDR Gold Shares.
•  O impacto da crise no setor automóvel (-10,9 %) sente-
se até agora principalmente na China, onde as vendas
de automóveis de passageiros caíram muito em janeiro e
fevereiro. Os especialistas preveem uma queda de 5 % das
vendas mundiais em 2020, quando a previsão anterior
à epidemia era de -2 %. Esta queda pesará nos lucros da
Daimler (-11,9 %), cuja divisão automóvel vendeu quase
700 000 veículos na China (29 % do total) em 2019. E a
China é um elo importante na cadeia produtiva do setor.
•  Nas tecnológicas, o impacto variará muito consoante o
subsetor e a empresa. Nos gigantes da Internet, como as
chinesas Alibaba (-3,3 %), Tencent (-5,9 %) e Baidu (-8,7 %) e as
americanas Alphabet (-10,8 %), Amazon (-11,2 %) e Facebook
(-9,5 %), a crise deve ter um impacto limitado e gerível, ligado
à desaceleração da economia global. Os mais afetados são os
fabricantes de semicondutores e equipamentos eletrónicos
(smartphones e computadores). A Apple foi a primeira a soar
o alarme há alguns dias atrás. Mas, por enquanto, não vemos
razão para mudar os nossos conselhos sobre os títulos do setor.
Setor farmacêutico também em queda
Por bizarro que pareça, o setor farmacêutico (-10,1 %)
não está a beneficiar com o Covid-19. As ações estão a ser
penalizadas como em outras indústrias porque ainda não
há tratamento para curar este vírus que pertence à família
dos coronavírus. Os únicos tratamentos disponíveis são
para aliviar os sintomas da doença e limitar os problemas
respiratórios. Mesmo o Tamiflu, o famoso antiviral da
Roche (-10,6 %; manter) usado para a gripe, não é eficaz.
Também não há vacina disponível. Certos laboratórios,
como a Sanofi (-10,1 %; comprar) ou a GlaxoSmithKline
(-8,3 %; vender), estão envolvidos no seu desenvolvimento
mas levará meses até que esteja disponível, pelo que não se
prevê benefícios para as farmacêuticas no imediato.
A crise até pode ter um efeito negativo no setor em 2020
porque a China tornou-se um mercado essencial para o setor.
O grupo mais exposto é a AstraZeneca (-12,2 %; vender),
que fez 21 % das vendas de 2019 na China (+35 % face a
2018). A Sanofi e a Novartis (-14 %; comprar) também estão
presentes no país, mas menos. Outro problema gerado pelo
coronavírus é o fornecimento de princípios ativos, substâncias
químicas ou biológicas essenciais no fabrico de medicamentos.
Atualmente, 60 % da produção mundial (em volume) dos
ingredientes ativos dos medicamentos são fabricados na
China e na Índia. E até 75 a 80 % destinam-se aos EUA, o
maior mercado farmacêutico do mundo. O fecho das fábricas
Análise
deco.proteste.pt/investe
chinesas poderá levar à escassez de ingredientes ativos e,
por consequência, de medicamentos. Contudo, há fatores
muito positivos para o setor a longo prazo. O Covid-19 não
reduzirá o número de doentes com cancro e diabetes nem
inverterá o envelhecimento da população e o aumento de
doenças crónicas. A necessidade de tratamentos inovadores
manter-se-á nas próximas décadas. Como tal, continuamos
positivos para o setor. Compre o ETF SPDR World Health
Care C (Código Isin: IE00BYTRRB94) se quiser capitalizar a
tendência de longo prazo do setor. Além disso, mantemos o
conselho de compra para a Sanofi e a Novartis.
Conselho de compra especulativo
Se é amante do risco e numa perspetiva especulativa, pode
comprar Gilead (-1,7 %; Código ISIN: US3755581036),
que lançou testes na China para saber se o seu antiviral
Remdesivir, em fase final de desenvolvimento, pode ser
eficaz contra o coronavírus. Os resultados são esperados
para 27 de abril. Se forem favoráveis, as vendas da Gilead
teriam um grande impulso. Mas, além do risco de resultados
clínicos desfavoráveis, há também o risco de proteção da
patente porque, neste contexto de crise, será difícil para a
Gilead não partilhar esse lucro potencial.
GILEAD
(em dólares americanos)
120
110
100
90
80
70
60
2015 2016 2017 2018 2019
Desde os máximos de 2015, o mercado tem questionado a capacidade do grupo de voltar
à rota do crescimento e a cotação caiu quase para metade. O preço da ação é razoável.
O que fazer aos seus investimentos?
Após uma década de expansão, a economia global está no
final do ciclo. Com o coronavírus, haverá uma queda do PIB
mundial? Certo é que o crescimento de 2020 será menor do
que o previsto antes da epidemia.
Devemos mudar a estratégia de investimento? Nesta fase,
pensamos que não porque as nossas carteiras são cautelosas
e estão adaptadas à situação. Na carteira equilibrada, temos
uma exposição de 45 % a obrigações em moedas sólidas
como o dólar, o euro, o iene e as coroas sueca e norueguesa,
que, geralmente, são ativos cujo valor sobe com a queda das
taxas de juro resultante da crise.
Em termos de ações, não aconselhamos investir na China.
À primeira vista, das ações das nossas carteiras, as japonesas
são as mais expostas à crise. Mas, como o iene é um porto
seguro, a bolsa de Tóquio é pouco volátil e a valorização da
moeda amortece a correção da bolsa. Na carteira equilibrada,
também investimos nos países emergentes mas só o México e
a Indonésia nos parecem mercados atrativos numa perspetiva
de diversificação (5 % em cada).Por fim, as nossas carteiras
são construídas para o longo prazo, pelo menos 10 anos, que
é tempo suficiente para superar uma possível quebra dos
mercados bolsistas.
Proteste Investe  •  3 de março 2020 3
 Economia
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COVID-19 arrasa as bolsas
Depois de terem praticamente ignorado a epidemia de
Covid-19 durante algum tempo, os investidores mudaram
o seu ângulo de análise e refugiaram-se nas obrigações.
A epidemia já alastra na China desde o início do ano, mas
foi apenas após a explosão do número de casos na Itália, a
20 de fevereiro e a sua propagação a outras zonas da Europa
que os investidores se revelaram realmente preocupados com
a ameaça que pode representar para a saúde pública, para
os resultados das empresas e para a economia mundial no
seu conjunto. Os investidores mostraram maior preferência
pelos valores de refúgio, tendo privilegiado os mercados
de obrigações em detrimento dos ativos de risco. Assim, as
principais bolsas mundiais sofreram uma correção acentuada
na semana passada, caindo mais de 10 % (ver figura na
pág. 5). Assim, o índice americano S&P 500 caiu 11,5 %
enquanto o Stoxx Europe 50 perdeu 12,3 %. Por cá, o PSI-20
recuou 11,5 %. Tanto na Europa como nos Estados Unidos ou
na Ásia, os mercados acionistas foram impactados pelo facto
de que atualmente a epidemia está em todos os continentes
e terá um impacto negativo significativo no crescimento da
economia mundial. Nós revimos em baixa o conjunto das
nossas previsões de crescimento. Com a Itália e a Alemanha
a hibernarem, o cenário de uma recessão na zona euro no
primeiro semestre de 2020 parece-nos agora provável e o
mais certo é que não seja um caso isolado mas que certos
países asiáticos sigam o mesmo caminho. Em todo o lado o
crescimento será enfraquecido.
E arrasta as taxas para mínimos
Atividade económica estagnada significa também menor
procura de um grande número de matérias-primas, a
começar pelo petróleo. Após ter atingido picos acima dos
70 dólares, em janeiro, quando se temia um conflito armado
entre o Irão e os Estados Unidos, o preço do petróleo
escorregou e está agora nos 50 dólares o barril. Com petróleo
barato, podemos também esperar inflação reduzida e
que atingiu esta semana níveis mínimos nunca antes vistos,
em torno de 1,7 %.Quanto à taxa a 12 meses, negoceia em
redor de 1 %. Em condições normais, esta taxa de curto
prazo dá um indicação das expectativas dos investidores
sobre as taxas diretoras. Estando abaixo destas últimas, isso
deixa claramente antever um próximo corte.
As taxas europeias não ficaram à parte. Tendo iniciado o
ano de 2020 em níveis apenas ligeiramente positivos, as
taxas francesas a 10 anos recuaram para -0,3 %, enquanto a
taxa alemã a 10 anos ronda os -0,6 %, o seu nível mais baixo
desde outubro.
Ativo de refúgio de excelência, as taxas nipónicas a 10 anos
continuam negativas, em -0,15 %, enquanto os seus
equivalentes da Suíça estão perto de -0,9 %.
Embora as taxas americanas agora estejam extremamente
baixas, ainda são mais elevadas do que as oferecidas pela
maioria dos países europeus. Portanto, continuamos a
incorporar as obrigações dos Estados Unidos nas nossas
carteiras, graças a esse rendimento mais generoso, mas
também para alargar a diversificação dos portfolios.
Assim, a dívida soberana dos EUA está incluída na nossa
carteira Base (Equilibrada), representando 15 % do total.
Mais arriscada, a dívida high-yield ou de alto rendimento
dos EUA está presente em todas as nossas carteiras, mas em
doses reduzidas, representando apenas 5 %. Quanto à dívida
corporate ou das empresas dos EUA, incluímos apenas na
carteira agressiva e com um limite de até 5 %.
CURVA DE RENDIMENTOS DA DÍVIDA AMERICANA
(em %)
1.8
1.6
1.4
RY

políticas monetárias expansionistas. Portanto, em face 1.2

desta conjuntura, não foi surpreendente que os investidores
se refugiassem nas obrigações. Por isso, um pouco por 1.0
todo o lado, os rendimentos oferecidos nos mercados
obrigacionistas estão a descer, mas a “palma de ouro” vai 0.8
para o mercado de obrigações dos Estados Unidos, onde a 0 5 10 15 20 25 30
inclinação da curva de rendimentos diminuiu bastante, isto Life (Years)
é, a curva achatou-se. A dívida americana beneficiou do seu A aposta na qualidade e a expectativa de uma descida das taxas de juro diretoras da Fed
estatuto de valor de refúgio e os investidores começaram a levaram à descida das taxas de juro de mercado e ao achatamento da curva de rendimen-
tos da dívida americana. As taxas estão agora em níveis muito baixos.
apostar num corte das taxas diretoras dos EUA, na próxima
reunião de política monetária da Fed. RESUMO DA SEMANA
Essa decisão não seria surpreendente. Ao contrário de Mercados acionistas (melhores/piores)
muitos outros, Jerome Powell e a Reserva Federal têm China -5,7 % África do Sul -16,4 %
uma considerável margem de manobra, dado que a taxa Japão -7,5 % Polónia -16,2 %
diretora principal está no intervalo entre 1,5 % a 1,75 % Mercados Emergentes -8,4 % Rússia -15,9 %
(contra 0 % no Banco Central Europeu, por exemplo). Mercados obrigacionistas (melhores/piores)
Além disso, no passado, a Fed já aplicou o princípio da Japão +3,2 % EUA High Yield -3,9 %
prudência para justificar cortes nas taxas. Portanto, diante Estados Unidos (EUA) +1,4 % Austrália -3,1 %
da incerteza sobre o impacto da epidemia nas cadeias de Suécia +0,5 % Euro High Yield -2,9 %
aprovisionamento, nas empresas e na atividade económica Outros indicadores
em geral, não seria surpresa ver o Fed agir. Isso explica o Dólar EUA -1,2 % Petróleo -13,2 %
achatamento da curva de rendimentos da dívida americana Libra esterlina -2,6 % Ouro -1,2 %
(yield curve; ver figura). Em torno de 1,2 %, a taxa americana Iene japonês +2,3 % Cobre -3,4 %
a 10 anos - a referência em todo o mundo - está em Evolução de índices de referência para os principais mercados desenvolvidos e
mínimos absolutos. O mesmo se passa com a taxa a 30 anos, emergentes entre 21/02 e 28/02, em euros.

4 Proteste Investe  •  3 de março 2020

 Bolsas
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Enorme trambolhão
As bolsas mundiais viveram a sua pior semana desde a crise financeira de
2008, depois do coronavírus se ter alastrado para outras regiões do globo,
nomeadamente, Itália. As quedas bolsistas foram superiores a 10 % e
transversais a todos os mercados geográficos e setores de atividade.
Lisboa não foi exceção as taxas a 10 anos estejam nos 1,18 %, contra 1,9 % no início
Numa conjuntura semanal muito negativa para as bolsas, do ano e 1,6 % a 15 de fevereiro.
a praça lisboeta não foi exceção e perdeu 11,5 %, recuando
BOLSAS MUNDIAIS
para valores de meados de agosto do ano passado. (índice MSCI World)
Todas as ações fecharam em queda, com a Mota-Engil 2600
(-18 %) a liderar as perdas e a Cofina (-0,4 %) a ser a menos
2400
penalizada, numa altura em que decorre a subscrição do seu
aumento de capital ao preço de 0,45 euros por ação. 2200
Face à conjuntura bolsista adversa, a EDP Renováveis
(-6,7 %) aguentou bem, até tendo em conta os novos 2000
máximos históricos que fixou recentemente. Já a EDP
(-13,5 %; texto na pág. 6) teve uma queda maior na semana 1800

mas face à recente alta da cotação, alterámos o conselho.

1600
BOLSAS NA SEMANA PASSADA
(variação em %) 1400
0% 2015 2016 2017 2018 2019

-2 %
Depois de terem fixado um novo máximo histórico em meados de fevereiro, as bolsas
mundiais sofreram uma queda abrupta na semana passada devido à disseminação do
-4 % coronavírus para além das fronteiras chinesas.
-6 % Todos os setores em queda
-8 % Nenhum setor passou incólume ao alastramento do
coronavírus mas houve alguns títulos mais penalizados:
-10 %
-9,6 % •  Banca europeia (-13 %) devido aos receios de queda
-12 %
-11,5 % -11,5 % -11,5 % -11,1 % das taxas de juro dos bancos centrais e aumento dos
-11,9 % -11,8 %
-14 %
-12,4 % incumprimentos de crédito.
•  Metais não-ferrosos (-11,9 %) e petróleo (-14,6 %) por
DAX 30
(Frankfurt)

CAC 40
(Paris)

IBEX 35
(Madrid)

PSI-20
(Lisboa)

SMI
(Zurique)

S&P 500
(Nova Iorque)

FTSE 100
(Londres)

Nikkei 225
(Tóquio)

força da deterioração da economia mundial originar uma

diminuição da procura de matérias-primas.
•  Automóvel (-10,9 %) devido à queda das vendas
O alargamento do coronavírus para fora do território chinês, nomeadamente para Itália, de veículos na China e à interrupção das cadeias de
originou uma forte correção em todas as principais bolsas mundiais, que registaram a aprovisionamento.
maior queda semanal desde a crise financeira de 2008.
•  Semicondutores (-10,6 %) e turismo (-16,6 %) em virtude
Coronavírus infeta gravemente as bolsas da maior sensibilidade à conjuntura económica.
Na semana passada, as bolsas registaram uma queda muito Nota final para a AB Inbev (-23,3 %), que anunciou que as
acentuada, com os investidores a afastarem-se claramente dificuldades na China levarão a uma queda de 10 % do lucro
dos ativos com risco. Na Europa, o Stoxx Europe 50 caiu operacional no primeiro trimestre deste ano. Ao invés, a
12,3 %, ao passo que, nos Estados Unidos, o S&P 500 desceu Engie (-7,9 %) registou uma queda menor do que a média, já
11,5 % e o índice tecnológico Nasdaq perdeu 10,5 %. que os resultados de 2019 não dececionaram.
A disseminação do coronavírus para fora da China afetará
negativamente o crescimento económico mundial e os A SEMANA EM NÚMEROS
resultados das empresas. Em alguns casos, estes últimos já BOLSAS
Lisboa -11,5 % Nasdaq -10,5 %
estão a ser revistos em baixa, afetando as cotações. Foram os
Frankfurt -12,4 % Nova Iorque -11,5 %
casos da Diageo (-10,8 %; ver pág. 8) e Danone (-10,3 %). Londres -11,1 % Paris -11,9 %
A PROTESTE INVESTE também reduziu as previsões de Madrid -11,8 % Tóquio -9,6 %
crescimento para todas as principais economias. A cautela é Milão -11,3 % Zurique -11,5 %
ainda mais necessária, pois o impacto da crise da saúde nos AÇÕES NACIONAIS
Cofina -0,4 % Mota-Engil -18,0 %
lucros das empresas ainda é desconhecido.
EDP Renováveis -6,7 % Altri -15,2 %
Os investidores estão a virar-se para a maior segurança Novabase -7,2 % CTT -14,6 %
relativa do mercado obrigacionista, mas também aí os Jerónimo Martins -7,5 % Sonae Indústria -14,5 %
rendimentos estão em queda. As mais atrativas são, sem Semapa -7,7 % BCP -14,4 %
dúvida, as dos Estados Unidos, embora, também neste caso, Variação das cotações entre 21/02 e 28/02, em moeda local

Proteste Investe  •  3 de março 2020 5

Ações
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BCP
Resultados aquém do esperado
Banca
Bolsa de Lisboa • 0,16 EUR
Dividendo líquido: 0,01 EUR (3,3 %)
Risco: 
Os lucros anuais ficaram um pouco
abaixo das nossas estimativas
devido ao desempenho abaixo
do esperado no quarto trimestre.
Apesar da queda da cotação não
alteramos o conselho.
Manter
O BCP obteve lucros por ação de
0,020 euros em 2019, um valor aquém
do que esperávamos (0,024  euros) de-
vido ao fraco desempenho no quar-
to  trimestre. Com efeito, do 3º para o
4º  trimestre, os lucros caíram 68,5 %
para 0,001 euros por ação, embora isso
se explique sobretudo por custos não
recorrentes que afetaram os lucros do
4º trimestre e que levaram a uma forte
redução da contribuição da atividade
na Polónia. Foi o caso da provisão re-
gistada no último trimestre para cobrir
o risco dos créditos concedidos pelo
Bank Millennium (detido a 50,1 % pelo
BCP) na Polónia, em francos suíços,
em 2008 e também o aumento dos cus-
tos de integração do banco polaco Euro
Bank, adquirido em maio de 2019.
Além disso, a margem financeira do
grupo caiu 4,2 % do 3º para o 4º trimes-
tre, devido às menores taxas de juro que
o banco cobra nos créditos concedidos.
Ao invés, as comissões aumentaram
4,2 % nesse período. Muito positivo foi
o BCP ter continuado a reduzir o crédi-
to mal parado, com o rácio NPL☞ a bai-
xar para 4,1 % (era 6,1 % há um ano).
Em face dos resultados, reduzimos a
previsão de lucros por ação, de 0,031
para 0,028  euros em 2020 e de 0,036
para 0,033  euros em 2021. A conjun-
tura permanece desfavorável ao setor
bancário. Por isso, apesar do recuo da
cotação, não alteramos o conselho.
1.4
1.2
1.0
0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
2015 2016 2017 2018 2019
Os resultados ficaram um pouco abaixo das
expectativas. A conjuntura é desfavorável ao setor
e a cotação do BCP foi penalizada pelos créditos
em francos suíços concedidos na Polónia em 2008.
6 Proteste Investe  •  3 de março 2020
EDP
Mudança de conselho
Eletricidade - Energia
Bolsa Lisboa • 4,22 EUR
Dividendo líquido: 0,14 EUR (3,2 %)
Risco: 
Os resultados de 2019 ficaram
abaixo do previsto mas devido a
fatores não recorrentes. Apesar da
estratégia e perspetivas positivas,
após a forte subida da cotação, o
título passou a estar correto.
Manter
Os lucros anuais caíram 1 %, para os
0,14 euros por ação. Um valor inferior ao
que prevíamos mas isso deveu-se a impa-
ridades não recorrentes relativas às cen-
trais a carvão na Península Ibérica. Sem
os fatores não recorrentes, o lucro subiu
7 % e superou um pouco as nossas pre-
visões. Realce para o bom desempenho
operacional, com o EBITDA☞ a crescer
12 %. A conjuntura setorial desafiante em
Portugal e os fracos níveis de hidraulici-
dade foram mais do que compensados
pelo forte desempenho da EDP Renová-
veis e da EDP Brasil. O resultado finan-
ceiro piorou 19 % e a dívida líquida subiu
3 % mas a venda de 6 centrais hídricas em
Portugal permitirá reduzir a dívida já este
ano. A EDP confirmou o dividendo de
0,19 euros, igual ao dos últimos três anos
(rendimento de 4,5 %).
Além da aposta em energias renová-
veis, a EDP prossegue a internaciona-
lização para compensar o declínio de
resultados em Portugal. Brasil e EUA
continuarão a ser mercados prioritá-
rios, mas a posição de 21,5 % da China
Three Gorges na EDP pode inibir cres-
cimento nos EUA. Mantemos as esti-
mativas de lucros por ação de 0,21 eu-
ros em 2020 e 0,22 euros em 2021. Mas,
face à subida da cotação no último ano
(+31 % contra -8 % da bolsa nacional e
+21 % do setor europeu das utilities), a
ação já está correta, pelo não compre
mais. Limite-se a manter.
5.0
4.5
4.0
3.5
3.0
2.5
2015 2016 2017 2018 2019
Apesar da queda da semana passada, a EDP subiu
25,4 % nos últimos 6 meses. Dado que os resultados
não trouxeram boas surpresas, o título já está
correto. Não compre mais mas pode manter.
JERÓNIMO MARTINS
Lucros ligeiramente acima
Distribuição
Bolsa de Lisboa • 15,91 EUR
Dividendo líquido: 0,25 EUR (1,6 %)
Risco: 
O grupo comunicou os resultados
do ano 2019. Um balanço positivo,
com o resultado líquido por ação
a atingir os 0,69 euros. Revemos
ligeiramente em alta as nossas
estimativas para 2020.
Manter
O comunicado do grupo transpareceu
um bom desempenho a vários níveis.
Em 2019, o resultado liquido cresceu
7,9 % para os 0,69  euros por ação. As
vendas, em base comparável (like-for-
-like), cresceram 5,3 %, o EBITDA☞ e
o EBIT aumentaram 8,9 e 8,6 % res-
petivamente. As vendas a cresceram
transversalmente em todo o grupo
e o fluxo de caixa☞ aumentou para
494  milhões de  euros (+266 %), ainda
que influenciado pela redução de 30 %
do investimento operacional. A me-
lhoria deste indicador, e com base em
declarações feitas pelo administrador
do grupo, deverá ser canalizada para
uma nova internacionalização do gru-
po para a Roménia, por via da marca
polaca Biedronka.
Para 2020, ao nível do parque de lo-
jas e nas geografias onde já está pre-
sente, o plano é de um incremento de
100 lojas Biedronka, 50 lojas Hebe, 10
Pingo Doce, 1 Recheio e 130 Ara. Em
linha com a política de um pay-out☞
de 50 %, a administração vai propor
na próxima assembleia geral um divi-
dendo de 0,345 euros brutos por ação.
Face aos resultados apresentados man-
temos o nosso conselho, mas revemos
ligeiramente em alta as estimativas de
lucro por ação para o ano de 2020 para
0,73  euros (anteriormente 0,69). Para
2021 a nossa estimativa no lucro por
ação é de 0,76 euros.
18
17
16
15
14
13
12
11
10
2015 2016 2017 2018 2019
No dia seguinte à publicação dos resultados, a
reação do mercado foi positiva mas o título não
ficou alheio à queda das bolsas devido ao vírus.
Esta semana desvalorizou 7,5 %.

BOUYGUES
Dividendo extraordinário
Industrial e serviços diversos
Bolsa de Paris • 35,48 EUR
Dividendo bruto: 1,70 EUR (4,8 %)
Risco: 
A Bouygues está pouco exposta à
China e publicou bons resultados
relativos a 2019. Poderia ser
uma boa oportunidade de
investimento mas o 5G vai pesar
sobre os lucros.
Manter
A Bouygues cumpriu os objetivos es-
tabelecidos para 2019, com um cres-
cimento orgânico de 4,6 % do volume
de negócios (VN) e uma melhoria de
0,3 % na margem operacional, para
4,4 %. O recuo de 10,7 % do lucro por
ação não é preocupante, pois o lucro
de 2018 tinha sido inflacionado pela
presença de mais-valias. Na Cons-
trução, a atividade de obras públicas
exibiu um bom crescimento de 4,7 %.
Já as Telecomunicações (móvel e fibra
ótica) confirmaram o bom momento,
com o VN a crescer 12,3 % e a margem
operacional a progredir 0,4  % para
8,9 %. Contudo, é inevitável que os in-
vestimentos necessários para as redes
5G aumentem e o crescimento do VN
abrande, o que convida à prudência
nas previsões de lucro por ação para
2020 e 2021, que estão em 3 e 3,2  eu-
ros, respetivamente. Mas a situação
financeira é saudável: pouco exposta
à China, a empresa tem conseguido
gerar liquidez e reduzir o endivida-
mento. O que lhe permite distribuir
este ano um dividendo extraordinário
de 0,9 euros por ação (2,6 euros no to-
tal). Caso a venda de 5 % da Alstom
à Bombardier seja aprovada, o encaixe
poderá ser distribuído aos acionistas
ou ser investido na atividade de cons-
trução a nível internacional, onde goza
de boa reputação, nomeadamente a ní-
vel de eficiência ambiental.
50
45
40
35
30
25
2015 2016 2017 2018 2019
A cotação não está a conseguir passar a barreira
dos 40 euros. Mas, depois dos bons resultados
de a 2019, a empresa vai pagar um bónus aos
acionistas, sob a forma de dividendo. Mantenha.
DEUTSCHE TELEKOM
Resultados record em 2019
Telecomunicações
Bolsa de Frankfurt • 14,78 EUR
Dividendo bruto: 0,60 EUR (4,1 %)
Risco: 
A empresa publicou resultados
anuais convincentes, e a cotação
beneficiou de uma decisão
favorável à fusão entre a T Mobile
US e a Sprint. Mas está um pouco
cara demais para comprar.
Manter
Sem surpresa, o grupo registou em
2019 lucros record de 0,82  euros por
ação (+8 % em base comparável). Este
desempenho sólido, por comparação
com as suas concorrentes europeias,
deve-se sobretudo à sua filial america-
na T-Mobile US (50 % do volume de
negócios), cujo resultado operacional
progrediu 10 %, contra +2 % na Ale-
manha e +5 % noutros países euro-
peus.
A direção prevê que a fusão da T-
-Mobile, a número 3 nos EUA, com a
número 4 do mercado, a Sprint, seja
definitivamente aprovada no próximo
mês de abril, após uma decisão judi-
cial favorável recente.
Esta fusão abre ao grupo novas pers-
petivas naquele que é o seu mercado
mais dinâmico, até porque as contra-
partidas exigidas foram menos gravo-
sas que o que receávamos (e as siner-
gias esperadas da fusão mantêm-se).
Neste contexto o dividendo, que foi
revisto em baixa (-14 %) para 0,6  eu-
ros para 2019, nomeadamente devido
aos pesados investimentos necessários
para o 5G, parece-nos sustentável e é
até um atrativo do título.
Para 2020, a empresa espera um au-
mento de 3 % no resultado operacional
(+7 % em 2019). Mantemos as nossas
previsões de lucro por ação em 1 euro
para 2020 e 1,12 euros para 2021.
18
17
16
15
14
13
12
2015 2016 2017 2018 2019
Nos últimos 5 anos, a cotação evoluiu num
intervalo relativamente estreito. A grande fusão
que se prepara nos Estados Unidos não deve ser
suficiente para alterar esta situação, a nosso ver.
Ações
deco.proteste.pt/investe
NESTLÉ
Melhoria nos Estados Unidos
Alimentação
Bolsa de Zurique • 98,85 CHF
Dividendo bruto: 2,70 CHF (2,7 %)
Risco: 
A Nestlé não desiludiu em
2019, tanto no crescimento
como na rentabilidade. Mas
a administração mostra-se
cautelosa para o futuro. Não se
precipite, limite-se a manter.
Manter
A Nestlé exibiu um desempenho sa-
tisfatório em 2019, marcado por um
crescimento orgânico de 3,5 % (o me-
lhor dos últimos 4  anos) e uma mar-
gem operacional corrente de 17,6 %
(era de 17 % há um ano). É interes-
sante comparar com a divisão alimen-
tar da Unilever, que só conseguiu um
crescimento de 1,5 % em 2019. E, feito
notável, a Nestlé conseguiu restabe-
lecer o crescimento no seu principal
mercado, a América do Norte (+4,1 %,
o melhor dos últimos 10 anos), graças
sobretudo à alimentação animal (+7 %
a nível mundial).
É de destacar o crescimento nos países
desenvolvidos de 2,6 % (contra +1,6 %
em 2018), enquanto os países emergen-
tes estabilizaram. A vigiar: a subida dos
preços foi fraca (+0,6 %), sinal que a con-
corrência continua feroz. Devido à crise
de saúde na China (8 % das receitas), o
crescimento deverá ficar abaixo dos 4 %
inicialmente previstos para 2020.
No total, o lucro por ação cresceu 28 %
para 4,3 francos suíços, com a ajuda de
uma mais-valia (venda do negócio de
cuidados com a pele). Financeiramente
o grupo continua bem gerido: a dívida
está sob controlo, com a liquidez gera-
da a permitir o aumento do dividendo
para 2,7 francos (+10,2 %) e continuar
a compra de ações próprias Esperamos
lucros por ação de 4,25 e 4,5 francos
para 2020 e 2021, respetivamente.
120
110
100
90
80
70
60
2015 2016 2017 2018 2019
A valorização da cotação da Nestlé em 2019 já
desconta, em grande parte, o progresso dos
esforços da empresa. Está assim corretamente
avaliada, mantenha.
Proteste Investe  •  3 de março 2020 7

deco.proteste.pt/investe
ZURICH INSURANCE
Objetivos de 2019 ultrapassados
Seguradora
Bolsa de Zurique • 370,9 CHF
Dividendo bruto: 20,00 CHF (5,4 %)
Risco: 
Os bons resultados da
reestruturação e as perspetivas
de crescimento permitiram à ação
superar o desempenho do setor.
Não justifica a compra mas pode
manter pelos dividendos.
Manter
A Zurich registou um crescimento do
lucro em 2019 de 13 % para 27,8 fran-
cos suíços, acima das nossas estimati-
vas. No lucro operacional, a subida foi
de 16 %. A seguradora beneficia da su-
bida dos prémios nos seguros não-vi-
da, do controle dos custos e de menor
sinistralidade que a registada em 2018.
Bons números que contratam com os
resultados dececionantes da Aegon
e da Axa. Portanto, a Zurich começa
de boa saúde o seu novo plano trie-
nal (2020-2022), em que confirmou
os objetivos apesar das dúvidas cres-
centes quanto à saúde da economia
mundial. Espera um um rendimento
dos capitais próprios acima de 14 %,
tendo já conseguido 14,2 % em 2019.
Este plano tem como principal motor
o crescimento da atividade, enquanto
o plano 2017-2019 assentava nas redu-
ções de custos. Mas a direção mostra-
-se algo prudente e procura sobretudo
o crescimento orgânico, sem grandes
aquisições.
Esta combinação de crescimento sem
incorrer grandes riscos coloca em evi-
dência o dividendo, o grande atributo
da ação – esperam-se 21 francos relati-
vamente a 2020).
As incertezas sobre a economia em
2020 e 2021 levam-nos a ser pruden-
tes nas nossas estimativas de lucro por
ação, que estão em 30 e 31 francos suí-
ços, respetivamente.
450
400
350
300
250
200
150
2015 2016 2017 2018 2019
Um plano estratégico de crescimento sucede-se
agora a um plano de reestruturação eficazmente
executado, e os investidores aplaudem. Mantenha
a ação em carteira.
8 Proteste Investe  •  3 de março 2020
Breves Variação das cotações entre 21/02 e 28/02, em moeda local
AXA a FCA (vender). A fabricante
francesa registou um lucro
Mas, apesar da pressão so-
bre os preços, a margem
-13,2 % Manter recorde de 3,2 mil milhões operacional atingiu 8,7  %,
Os lucros da Axa foram pena- de euros no ano passado, tendo ficado em 8,2 % no
lizados no segundo semestre um aumento de 13 % em ano anterior.
de 2019 pela deterioração da relação a 2018. Esse desem- Para este ano, o grupo es-
rentabilidade do XL Group, penho, em linha com as pera um lucro operacio-
comprado em 2018, após o nossas estimativas, resulta nal de 110 a 130 milhões
aumento de indemnizações principalmente de uma de euros (contra 135 em
relacionadas com desastres estratégia que favorece a 2019). Um declínio devido
naturais. O grupo está a to- rentabilidade sobre os vo- ao aumento no custo das
mar medidas para minimizar lumes. Os esforços de re- reformas e à maior auste-
o impacto nos resultados fu- dução de custos tornaram ridade da regulamentação
turos. Gestão prudente para possível reduzir o ponto de do trabalho temporário.
2020. Reduzimos as nossas equilíbrio para 1,8 milhão Além disso, como nos últi-
estimativas de lucro por de veículos, enquanto esse mos dois anos, o resultado
ação. Mantenha. limite era de 2,6 milhões de sofrerá com a venda de
unidades em 2013. Numa atividades não estratégicas.
época em que o mercado Levando em consideração
DIAGEO global de automóveis está todos estes elementos, re-
-10,8 % Manter a mostrar novos sinais de duzimos a nossa estimati-
Devido ao coronavírus, a Dia- fraqueza, acreditamos que va de lucro por ação para
geo reduziu os seus objetivos a PSA está bem equipada 0,10 euros em 2020 (com-
para o exercício de 2020. Pre- para enfrentar um novo ar- parado com 0,15 anterior-
vê um impacto negativo de refecimento das vendas. En- mente) e 0,15 euros para
225 a 325 milhões de libras quanto aguardamos o ca- 2021. Mantenha.
esterlinas na sua faturação, samento com o grupo Fiat
Chrysler, confirmamos o
enquanto o seu lucro ope-
racional será reduzido entre nosso conselho. Mantenha. RIO TINTO
140 a 200 milhões de libras -14,2 % Vender
esterlinas. Atualmente, estas
estimativas excluem qual-
POSTNL Com a desaceleração eco-
nómica em curso na China,
quer impacto da epidemia -13,2 % Manter a Rio Tinto está-se a prepa-
em outros mercados que não Como esperado, no 4º tri- rar para um 2020 mais difí-
a Ásia, que representa 20 % mestre de 2019, a margem cil do que no ano anterior.
das suas vendas. Mantenha. operacional do negócio de Não nos resta alternativa
correios sofreu com os cus- senão rever em baixa o ce-
PEUGEOT tos de integração da Sandd
(adquirida em outubro).
nário de queda da procura
e dos preços do minério
-8,5 % Manter Esse declínio foi parcial- de ferro. Não se exponha a
A Peugeot mostra sua boa mente compensado pela esta ação. Venda.
forma antes da fusão com atividade de encomendas.
LEXICO Todo o jargão financeiro explicado em
deco.proteste.pt/investe/lexico
EBITDA: É calculado pela diferença entre os se consideram apenas receitas e despesas
proveitos e os custos operacionais que implicam operacionais.
entradas e saídas de dinheiro. É um indicador
da capacidade da empresa gerar fluxos de Pay-out ratio: percentagem do lucro anual de
caixa oriundos da sua atividade normal. uma empresa que é distribuída aos acionistas
Dividindo pelo volume de negócios, obtemos sob a forma de dividendos. Este valor poderá
a margem EBITDA, um rácio de rentabilidade. ser superior ao lucro do ano a que diz respeito
Quanto maior for, mais rentável é a empresa. o dividendo se a empresa optar por recorrer
às reservas livres (lucros de anos anteriores
Fluxo de Caixa: O cash-flow refere-se, não distribuídos).
geralmente, a todas as receitas monetárias
menos todas as despesas monetárias. Ou seja, Rácio NPL: O rácio de empréstimos non-
os proveitos e os custos que dão origem a performing corresponde ao montante de
entradas/saídas de dinheiro. empréstimos non-performing em relação
Deste modo, o cash-flow corresponde ao ao total de empréstimos, de acordo com os
lucro líquido anual mais as amortizações e parâmetros técnicos implementados pela
provisões (custos contabilizados mas que não Autoridade Bancária Europeia. Este rácio veio
dão origem a saídas de dinheiro). Representa substituir o rácio de crédito em risco enquanto
a capacidade da empresa gerar fundos indicador da qualidade dos ativos, sendo o
para investir sem recorrer a capitais alheios. conceito de empréstimos non-performing mais
Falamos em cash-flow operacional quando abrangente do que o de crédito em risco.
Nesta edição, as análises da Axa, Bouygues, Deutsche Telecom, Diageo, Nestlé, Peugeot,
PostNL, Rio Tinto e Zurich Insurance foram elaboradas pela Euroconsumers. Consulte a nossa
metodologia em: deco.proteste.pt/investe/sobre-proteste-investe
Os nossos conselhos baseiam-se em análises internas e em fontes externas fiáveis. É impossível fazer
previsões totalmente corretas ou garantir o sucesso total dos conselhos apresentados. Todavia, esperamos
que as informações apresentadas neste boletim ajudem os leitores a realizar bons investimentos. Quadro das ações
deco.proteste.pt/investe
Nome Cotação (1) Máx. Min. Bolsa Comentário Risco Conselho
28/02/2020 (2) (3) (4) (5)
Financeiras
Aegon 3.07 EUR 4.73 3.07 Amesterdão quarto trimestre dececionante w comprar
Axa 20.96 EUR 25.50 20.78 Paris cede negócios na Europa de Leste (Polónia) w manter
Bank of America 28.50 USD 35.64 26.25 Nova Iorque queda (esperada) dos lucros no 4.º trimestre w manter
Barclays Bank 148.74 p. 192.46 136.16 Londres melhorar a rentabilidade será difícil em 2020 x manter
BBVA 4.33 EUR 5.60 4.21 Madrid México é o principal trunfo x manter
èBCP 0.16 EUR 0.29 0.16 Lisboa lucro anual cresceu 0,3 %, menos que esperado x manter
BlackRock 463.01 USD 572.48 405.47 Nova Iorque dividendo do 1.º trimestre: 3,63 dólares w manter
BNP Paribas 43.79 EUR 54.18 39.32 Paris mostra-se confiante para 2020 w comprar
Generali 16.26 EUR 19.50 15.68 Milão conclui duas aquisições em Portugal w manter
Gimv 52.10 EUR 59.20 49.40 Bruxelas investe na Applied Micro Electronics (NL) u comprar
ING 8.61 EUR 12.05 8.34 Amesterdão perde o seu CEO a partir de 1 de julho x manter
Mapfre 2.03 EUR 2.73 2.03 Madrid alerta para queda dos lucros w manter
Santander 3.33 EUR 4.62 3.33 Madrid diversificação, o seu principal trunfo x manter
Société Génér. 25.59 EUR 31.94 21.13 Paris insiste no controlo dos custos para 2020 x manter
UBS Group 10.60 CHF 13.72 9.94 Zurique novo diretor geral proveniente do ING v comprar
Zurich Insur. 370.90 CHF 439.90 313.80 Zurique sobe o dividendo (2019) para 20 francos w manter

Bens de consumo
adidas Group 248.60 EUR 315.95 204.00 Frankfurt grande queda das vendas na China em fevereiro v vender
Kimberly-Clark 131.19 USD 146.21 115.18 Nova Iorque previsões para 2020 dececionantes v manter
LVMH 370.85 EUR 439.05 305.80 Paris exposta à crise de saúde na China w vender
Procter&Gamble 113.23 USD 127.14 98.41 Nova Iorque resultados trimestrais indefinidos v vender
Unilever 47.62 EUR 57.56 47.10 Amesterdão crescimento fraco no 4.º trimestre v vender

Alimentação e bebidas
AB InBev 50.73 EUR 92.71 50.73 Bruxelas baixa previsão de resultados do 1.º trimestre w manter
Coca - Cola 53.49 USD 60.13 44.84 Nova Iorque bom crescimento do VN no 4.º trimestre: +7 % v manter
èCorticeira Am. 9.96 EUR 11.72 8.94 Lisboa apresenta resultados anuais a 9 de março w manter
Danone 63.72 EUR 82.00 63.72 Paris objetivo de lucro para 2020 revisto em baixa w vender
Diageo 2765.50 p. 3625.50 2765.50 Londres resultados semestrais dentro do esperado v manter
Kraft Heinz Co 24.77 USD 33.33 24.77 Nasdaq dificuldades em relançar o crescimento x manter
Nestlé 98.85 CHF 113.20 90.80 Zurique crescimento orgânico de 3,5 % em 2019 v manter

Distribuição
Ahold Delhaize 21.18 EUR 24.41 19.50 Amesterdão 4.º trimestre melhor que o previsto w comprar
Carrefour 15.65 EUR 18.02 14.46 Paris regressou aos lucros em 2019 w manter
èJerón. Martins 15.91 EUR 17.22 12.86 Lisboa resultado ligeiramente acima do esperado w manter
Sainsbury 195.75 p. 240.60 177.10 Londres novo CEO a partir de 1 de junho de 2020 w vender
èSonae 0.71 EUR 1.00 0.71 Lisboa vendas preliminares de 2019 a 29 de janeiro w comprar
Walmart 107.68 USD 121.28 96.94 Nova Iorque prevê subida volume negócios +/-3 % em 2020-21 v manter

Saúde e farmacêuticas
Abbott 77.03 USD 91.86 72.88 Nova Iorque vendas continuarão dinâmicas em 2020 w vender
Bayer 65.42 EUR 78.26 52.53 Frankfurt previsões para 2020 desiludem x manter
Eli Lilly 126.13 USD 147.35 106.79 Nova Iorque previsões para 2020 conforme esperávamos w manter
GlaxoSmithKline 1562.20 p. 1846.00 1501.60 Londres prepara abandono dos medicamentos sem receita w vender
Merck 76.56 USD 92.04 73.19 Nova Iorque centra-se nos seus vetores de crescimento w manter
Novartis 81.25 CHF 95.82 77.03 Zurique produtos inovadores impulsionam vendas (2019) w comprar
Pfizer 33.42 USD 44.40 33.42 Nova Iorque perspetivas de 2020 dececionantes w manter
Roche GS 309.70 CHF 351.15 258.05 Zurique prevê crescer em 2020, apesar dos genéricos w manter
Sanofi 83.93 EUR 94.00 72.24 Paris quer ser importante nos “princípios ativos” w comprar
Teva Pharma 11.53 USD 17.08 6.16 Nova Iorque perdas de 2019 menos pesadas que o previsto x manter

Proteste Investe  •  3 de março 2020 9

Quadro das ações Mais dados e indicadores em deco.proteste.pt/investe/acoes
deco.proteste.pt/investe
Nome Cotação (1) Máx. Min. Bolsa Comentário Risco Conselho
28/02/2020 (2) (3) (4) (5)
Energia e serviços públicos
BP 396.15 p. 582.50 396.15 Londres anuncia que pretende crescimento mais verde w manter
Chevron 93.34 USD 126.68 93.34 Nova Iorque depreciação de ativos no 4.º trimestre 2019 v comprar
èEDP 4.22 EUR 4.93 3.15 Lisboa lucro’19: -1 %, devido fatores não recorrentes w manter
EDP Renováveis 12.20 EUR 13.08 8.32 Lisboa lucro 2019 sobe 52 % e supera previsões w manter
Enagas 23.40 EUR 27.08 19.12 Madrid diversificação compensará redução nas tarifas w manter
Endesa 23.23 EUR 26.12 21.79 Madrid setor afetado por possíveis cortes tarifários w manter
Enel 7.58 EUR 8.57 5.30 Milão Endesa: lucro operacional 2019 sobe 5,9 % w manter
Engie 15.03 EUR 16.65 12.45 Paris resultados aumentam em 2019 w comprar
ENI 11.16 EUR 15.94 11.16 Milão nova descoberta no México w manter
Exxon Mobil 51.44 USD 83.38 49.82 Nova Iorque próximos trimestres difíceis: não compre mais w manter
èGalp Energia 12.37 EUR 15.76 12.37 Lisboa lucro 2019 cai 47 %, um pouco abaixo previsto w comprar
Iberdrola 10.32 EUR 11.22 7.00 Madrid diversificação dilui efeito das tarifas w manter
National Grid 982.80 p. 1067.40 778.00 Londres possível endurecimento da regulação no RU w manter
Naturgy 21.03 EUR 26.95 21.03 Madrid resultados de 2019 melhores que o esperado w manter
Ovintiv 11.55 USD 38.10 10.48 Nova Iorque tem de melhorar a rentabilidade x manter
R.Dutch Shell A 19.41 EUR 29.12 19.41 Amesterdão 4.º trimestre 2019 sem grande dinamismo x manter
èREN 2.52 EUR 2.80 2.40 Lisboa lucro 9M cai 5 % mas fica em linha previsto v comprar
Repsol 10.13 EUR 15.02 10.13 Madrid resultados 4.ºT ligeiramente abaixo previsto w comprar
Total 38.38 EUR 52.27 38.38 Paris continua a investir na energia renovável w manter
Veolia Envir. 25.93 EUR 28.90 19.36 Paris forte subida dos resultados em 2019 w manter

Químicas
BASF 53.10 EUR 74.52 53.10 Frankfurt 2020 será muito influenciado pelo Covid-19 w manter
Solvay 82.08 EUR 110.75 82.08 Bruxelas prevê resultado operacional 2020 de -3 % a 0 % w manter

Automóvel
BMW 58.99 EUR 77.86 58.78 Frankfurt visada por um inquérito da SEC w manter
Daimler 37.43 EUR 59.26 37.43 Frankfurt resultados de 2019 afetados pelo “Dieselgate” w manter
FCA 11.24 EUR 14.68 11.05 Milão acordo com o fisco por 730 milhões de euros y vender
Ferrari 141.55 EUR 167.20 114.00 Milão eleva objetivos para 2020 v vender
Michelin 96.24 EUR 118.00 91.72 Paris resiste a um mercado automóvel em queda w manter
Peugeot 17.51 EUR 26.05 17.51 Paris em boa forma antes da fusão com a FCA w manter
Renault 26.50 EUR 63.87 26.50 Paris regista perdas em 2019, prudente para 2020 w manter
Tesla 667.99 USD 917.42 178.97 Nasdaq lança um aumento de capital x vender
Volkswagen VZ 148.32 EUR 185.18 138.00 Frankfurt fecha Dieselgate na Alemanha x manter

Aço, não-ferrosos e minas

ArcelorMittal 12.84 EUR 21.29 11.44 Amesterdão afetada pela crise China (procura, preço…) x manter
Rio Tinto 3608.00 p. 4976.50 3608.00 Londres anuncia dividendo excecional w vender
Schnitzer Steel 16.48 USD 27.38 16.01 Nasdaq publicou prejuízos no 1.º trimestre x manter

Construção e imobiliário
Atenor 57.60 EUR 77.80 57.60 Bruxelas bom dividendo que deve aumentar regularmente w comprar
MDC Holdings 39.34 USD 46.00 27.70 Nova Iorque bons resultados para 2019 x manter
èMota - Engil 1.32 EUR 2.41 1.32 Lisboa contrato de 270 M€ na Colômbia x manter
èSonae Indústria 0.85 EUR 1.51 0.85 Lisboa resultados anuais a 31 de março x manter

As ações portuguesas estão assinaladas com um símbolo P. (1) Cotação de fecho na data indicada, em euros ou em divisa local (EUR = euro; CHF = franco suíço;
p. = pence; SEK = coroa sueca; USD = dólar norte-americano), 1 CHF = 0.9405 EUR, 100 p. = 1.1629 EUR, 1 SEK = 0.0939 EUR, 1 USD = 0.9104 EUR. (2) Cotação de
fecho máxima e mínima nos últimos 365 dias. (3) Principal bolsa em que está cotada. (4) Indicador de risco: quanto maior o valor (varia entre u e y), maior é
o risco associado à ação. Este indicador tem em conta a amplitude das flutuações da cotação da ação (volatilidade), o risco associado à situação financeira da
empresa e o risco ligado ao seu setor de atividade. (5) O conselho resulta das nossas análises que são baseadas nas perspetivas de longo prazo para as empresas.

10 Proteste Investe  •  3 de março 2020

 Quadro das ações
deco.proteste.pt/investe
Nome Cotação (1) Máx. Min. Bolsa Comentário Risco Conselho
28/02/2020 (2) (3) (4) (5)
Industriais e serviços diversos
Agfa - Gevaert 3.99 EUR 4.86 3.21 Bruxelas venda parcial da Healthcare IT em negociação x manter
èAltri 4.86 EUR 7.75 4.86 Lisboa dirigentes compram ações da empresa w manter
Bouygues 35.48 EUR 41.20 31.14 Paris dividendo excecional relativo a 2019 w manter
bpost 7.41 EUR 11.57 7.41 Bruxelas anuncia dividendo intercalar: 0,62 euros/ação w manter
èCTT 2.32 EUR 3.38 1.80 Lisboa forte subida dos lucros 9M, supera previsões w manter
Deutsche Post 27.29 EUR 34.91 26.38 Frankfurt objetivos 2019 e 2020 confirmados v manter
Euronav 8.22 EUR 11.71 6.56 Bruxelas preços dos fretes estabilizam a bom nível x comprar
Exmar 4.69 EUR 6.12 4.69 Bruxelas forte crescimento potencial do lucro em 2020 x manter
General Electr. 10.88 USD 13.16 7.93 Nova Iorque resultados de 2019 equilibrados y manter
Nasdaq 102.55 USD 118.67 83.36 Nasdaq bom 4.º trimestre de 2019 w manter
èNavigator 2.78 EUR 4.45 2.78 Lisboa divulga resultados anuais a 11 de fevereiro w manter
PostNL 1.38 EUR 2.51 1.38 Amesterdão 2019 e 2020 afetados pela compra da Sandd w manter
èSemapa 11.30 EUR 15.58 11.24 Lisboa resultado líquido de 2019 cai 6,4 % w manter
èSonae Capital 0.67 EUR 0.92 0.60 Lisboa comunica resultados anuais a 24 de fevereiro x manter
Waste Connect. 96.49 USD 104.67 83.71 Nova Iorque mostra-se confiante para resto de 2019 e 2020 w manter

Lazer e media
èCofina 0.45 EUR 0.66 0.37 Lisboa venda os direitos de subscrição de 25/2 a 5/3 x manter
èImpresa 0.19 EUR 0.33 0.18 Lisboa deixa de divulgar contas trimestrais em 2020 x manter
Pearson 557.60 p. 927.00 556.40 Londres perspetivas medíocres para 2020 w manter
Walt Disney 117.65 USD 151.64 107.79 Nova Iorque perdas no streaming vão pesar em 2019-20 w vender

Operadores de telecomunicações
AT & T 35.22 USD 39.63 29.81 Nova Iorque resultado anual dentro do esperado w manter
BT Group 141.62 p. 230.70 139.50 Londres resultado abaixo do esperado no 3.ºT 2019/20 x manter
Deutsche Telek. 14.78 EUR 16.60 14.41 Frankfurt fusão entre T-Mobile e Sprint validada w manter
èNOS 3.57 EUR 6.11 3.57 Lisboa bons resultados 9M, com lucro a subir 10,4 % w comprar
Orange 12.19 EUR 15.01 12.19 Paris resultados de 2019 conforme as expectativas w manter
Telecom Italia 0.50 EUR 0.58 0.44 Milão avança para chegar a rede única x manter
Telefónica 5.36 EUR 7.83 5.36 Madrid lança plano de ação, foco em menos países w comprar
Telefônica Bras 11.93 USD 14.63 10.93 Nova Iorque CEO mostra-se otimista para o 4.º trimestre x comprar
Verizon 54.16 USD 62.07 54.16 Nova Iorque resultado de 2019 superior às expectativas v manter
Vodafone Group 134.36 p. 165.24 123.32 Londres mantém objetivos anuais após bom 3.º trim. w manter

Tecnológicas
Accenture 180.59 USD 215.92 161.69 Nova Iorque resultado do 1.º trimestre 2019/20 convence v manter
Alphabet A 1339.25 USD 1524.87 1038.74 Nasdaq acelera crescimento na nuvem x manter
Apple 273.36 USD 327.20 172.50 Nasdaq lucros recorde no 4.º trimestre de 2019 v manter
Applied Mat. 58.12 USD 67.41 37.57 Nasdaq previsões claramente acima do que esperávamos w comprar
Cisco Systems 39.93 USD 58.05 39.93 Nasdaq previsões dececionantes para este trimestre v manter
Corning 23.86 USD 35.01 23.86 Nova Iorque confirma objetivos (2023), apesar de mau 4.ºT w comprar
Ericsson B 76.68 SEK 96.74 74.84 Estocolmo 4.º trimestre de 2019 um pouco dececionante w manter
Facebook 192.47 USD 223.23 160.47 Nasdaq pressão regulatória, mas resultado sólido w manter
IBM 130.15 USD 156.76 126.99 Nova Iorque novo CEO é especialista na cloud w comprar
Intel 55.52 USD 68.47 43.46 Nasdaq mostra-se otimista para 2020 w comprar
èNovabase 3.08 EUR 3.32 2.03 Lisboa alienação de negócio impulsiona resultados w manter
Sage Group 681.80 p. 820.40 655.00 Londres bom crescimento no 1.º trimestre v manter
Texas Instrum. 114.14 USD 134.25 103.21 Nasdaq 4.º trimestre sem grande surpresa w manter
Xerox 32.20 USD 39.30 27.49 Nova Iorque aumenta a sua oferta sobre a HP w vender

Proteste Investe  •  3 de março 2020 11

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é feita através de uma entrega única, com o líquidos ao ano, mas se o mantiver até ao
mínimo de 150 euros e máximo de 500 mil fim. Se resgatar antes, o rendimento varia
euros. É necessário ser associado do Montepio entre 0 e 0,3 %, consoante o ano de resgate,
e ter menos de 75 anos. A quota associativa como pode ver no quadro. Atendendo a que
é de 2 euros por mês, acrescido da joia de se trata de um produto de médio e longo
admissão de 9 euros. prazo, o rendimento não é interessante.
•  A fiscalidade é semelhante aos seguros de Alguns depósitos a prazo, os Certificados do
capitalização, sendo a principal vantagem Tesouro e de Aforro são alternativas mais
destes planos. Como o prazo máximo é rentáveis, como vamos mostrar de seguida.
de 5 anos e um dia, quem mantiver até ao
fim será tributado a 22,4 %. Se resgatar • Nos depósitos a prazo, a melhor proposta
antecipadamente, a taxa de imposto aplicada para um ano é no Banco Invest, que
sobre o rendimento é de 28 %. proporciona 0,7 % líquidos (Invest Choice
Novos Montantes); se optar por um depósito
Penalização em caso de resgate a três anos no BNI Europa consegue 0,9 %
Pode resgatar o capital em qualquer altura, ou 1 % líquidos com o DP Fevereiro 2020,
mas há uma penalização sobre o rendimento exclusivo para reforços de capital, consoante
acumulado: no primeiro ano, não tem permita ou não mobilização antecipada.
qualquer rendimento; no segundo ano, perde
75 % do rendimento; no terceiro ano, perde • Os Certificados do Tesouro Poupança
50 % do rendimento; no quarto ano, perde Crescimento garantem um mínimo de 0,8 %
40 % do rendimento; se resgatar no quinto ao ano se aplicar a cinco anos. Mas podem
ano não há penalização. render mais, em função do crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.
Garante 0,5 % líquido ao ano Supondo que o PIB cresce às taxas previstas
O rendimento é capitalizado às taxas que pelo Banco de Portugal. Para o prazo de
constam no quadro seguinte. No quinto cinco anos, podem render até 1,2 % líquidos.
ano, apenas tem direito a 0,75 % brutos
quem mantiver ativo o vínculo associativo •  A terceira opção são os Certificados de
no vencimento e não efetuar reembolsos; Aforro: se a taxa base não se alterar, garantem
caso contrário, será de 0,625 % bruto. 0,7 % líquidos ao ano num período de 5 anos;
No vencimento, poderá ainda haver mas se a Euribor subir 0,1 % por trimestre,
distribuição de um rendimento complementar, podem proporcionar até 1,4 %.
SERVIÇO TELEFÓNICO DE INFORMAÇÃO FINANCEIRA
Enquanto assinante da PROTESTE INVESTE poderá consultar o serviço telefónico de informação financeira. A nossa equipa irá
responder às suas dúvidas e questões sobre investimento e outros temas. Horário de atendimento: das 9h às 18h.
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12 Proteste Investe  •  3 de março 2020
Proprietária, editora e redação
DECO PROTESTE, Editores, Lda.,
Av. Eng.º Arantes e Oliveira, n.º 13,
Olaias, 1900-221 Lisboa Editora
registada sob o número 215 705.
NIPC: 502 611 529.
Conselho de gerência
TAEL (%) Vasco Colaço, Filipe Moura e Luís
0
Silveira Rodrigues em representa-
ção da DECO, detentora de 25%
0,1
do capital, e Daniel Stons, Armand
De Wasch, Crescenzo Passaro e Ivo
0,2 Mechels, da Euroconsumers, com
75% do capital.
0,3
Country manager
0,5 e representante legal
António Balhanas
Diretora e editora de publicações
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Responsável estudos
jurídico-económicos
Joaquim Silva
Colaboradores
Analistas financeiros do mercado
nacional: João Sousa: banca, cons-
trução, bens de consumo, papel,
distribuição, serviços informáticos;
Rui Ribeiro: media, telecomunica-
ções, papel, energia. Outros valores
mobiliários e instrumentos finan-
ceiros: António Ribeiro, João Sousa,
Jorge Duarte. Colaboradores: André
Gouveia, Filipe Campos. Na análise
do mercado internacional, a PRO-
TESTE INVESTE cede e recebe
alguns conteúdos de organizações
europeias de consumidores com as
quais definiu metodologias idên-
ticas: Euroconsumers S.A. Avenue
Guillaume 13b, L-1651 Luxem-
bourg; Altroconsumo Edizioni Fi-
nanziarie S.R.L. Via Valassina, 22
– 20159 Milano; Test-Achats S.C.
Rue de Hollande 13, 1060 Bruxelles;
OCU Ediciones S.A. C/Albarracín,
21-28037 Madrid.
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TE INVESTE são independentes e
elaboradas de acordo com uma me-
todologia que poderá consultar em
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As análises nunca são enviadas à
entidade emitente dos instrumen-
tos financeiros objeto de avaliação
e, por isso, não estão sujeitas a al-
terações a pedido destas. A DECO
PROTESTE e os responsáveis pela
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teresses suscetíveis de prejudicar a
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Estatuto editorial
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Políticas e procedimentos
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