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TECNOLOGIA EM RADIOLOGIA

EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA

Material didático compilado e adaptado de


outras fontes por PAULO ROBERTO PREVEDELLO
com o objetivo único de orientar o estudo dos
alunos do 1º período na disciplina de
Epidemiologia e Saúde Pública

CURITIBA
2018
SUMÁRIO
1. EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................................................................... 3
1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS ................................................................................................................................................. 3
1.2 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................................................... 5
1.3 OBJETIVOS PRINCIPAIS DA EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................ 5
1.4 UTILIDADES MAIS CITADAS DA EPIDEMIOLOGIA ..................................................................................................... 6
1.5 ÁREA DE ATUAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................... 7
1.6 EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA ............................................................................................................................. 7
2 SAÚDE ...................................................................................................................................................................................... 8
2.1 FATORES DETERMINANTES EM SAÚDE ..................................................................................................................... 9
3 DOENÇA ................................................................................................................................................................................... 9
3.1 ETIOLOGIA OU CAUSALIDADES DAS DOENÇAS ..................................................................................................... 10
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO ..................................................................................................................... 11
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................... 12

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1. EPIDEMIOLOGIA

Entender a epidemiologia é de um imenso valor para todos aqueles que se dedicam a


ajudar o ser humano atuando na área da saúde. Como tal o conhecimento da epidemiologia tem
aberto um extraordinário caminho que permite enormes avanços para a humanidade. Seu grande
objetivo tem sido e sempre será combater as enfermidades e hoje incorpora aos seus misteres
a busca pela saúde. (RESTREPO, 2010)

1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS

Termo de origem grega formado da junção dos seguintes termos:

EPI = Sobre

DEMIO = Povo

LOGIA = Estudo

A epidemiologia originou-se das observações de Hipócrates feitas há mais de 2000 anos


de que fatores ambientais influenciam a ocorrência de doenças. Entretanto, foi somente no
século XIX que a distribuição das doenças em grupos humanos específicos passou a ser medida
em larga escala.

Figura 1: Hipócrates (460 A.C. – 370 A.C.) considerado o pai da medicina


Fonte: http://joanvalentinefoundation.org/who-was-hippocrates/ Acesso em 15 Fev 18

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O primeiro registro do emprego dessa expressão na área da Saúde Coletiva data de 1802,
na Espanha, no sentido de estudar epidemias locais.
Isso determinou não somente o início formal da epidemiologia como também as suas mais
espetaculares descobertas.
Os achados de John Snow, de que o risco de contrair cólera em Londres estava
relacionado ao consumo de água proveniente de uma determinada companhia, proporcionaram
uma das mais espetaculares conquistas da epidemiologia.
John Snow identificou o local de moradia de cada pessoa que morreu por cólera em
Londres entre 1848-49 e 1853-54 e notou uma evidente associação entre a origem da água
utilizada para beber e as mortes ocorridas. A partir disso, Snow comparou o número de óbitos
por cólera em áreas abastecidas por diferentes companhias e verificou que a taxa de mortes foi
mais alta entre as pessoas que consumiam água fornecida pela companhia Southwark.
Baseado nessa sua investigação, Snow construiu a teoria sobre a transmissão das
doenças infecciosas em geral e sugeriu que a cólera era disseminada através da água
contaminada.
Dessa forma, foi capaz de propor melhorias no suprimento de água, mesmo antes da
descoberta do micro-organismo causador da cólera. (BONITA, 2010)

Figura 2: fotografia do médico inglês John Snow (1813 York – 1858 Londres)
Fonte: (RESTREPO, 2010)

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À medida que o conhecimento sobre as doenças infectocontagiosas evoluiu durante o
século 19, o conhecimento epidemiológico avançou na perspectiva de identificar os mecanismos
de transmissão das doenças e de controle de epidemias.
A aplicação do raciocínio epidemiológico no estabelecimento dos fatores determinantes
de outras doenças e agravos foi somente iniciada no século 20.

1.2 DEFINIÇÃO

É possível conceituar epidemiologia como a ciência que estuda o processo saúde-doença


na sociedade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde
e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle
ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, à
administração e à avaliação das ações de saúde.
A Associação Internacional de Epidemiologia (IEA), em seu Guia de Métodos de Ensino
(ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD, 1973), define epidemiologia como:
O estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das doenças nas
coletividades humanas.
Enquanto a clínica dedica-se ao estudo da doença no indivíduo, analisando caso a caso,
a epidemiologia debruça-se sobre os problemas de saúde em grupos de pessoas, às vezes
grupos pequenos, na maioria das vezes envolvendo populações numerosas.
É importante considerar que os agravos em saúde não ocorrem ao acaso: sua distribuição
desigual é produto da ação de fatores que também se distribuem desigualmente na população.
Assim, o conhecimento dos fatores determinantes das doenças permite a aplicação de
medidas preventivas e curativas alvo específicas, cientificamente identificadas.

1.3 OBJETIVOS PRINCIPAIS DA EPIDEMIOLOGIA

1. Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações


humanas.
2. Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações
de prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades.
3. Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades.

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1.4 UTILIDADES MAIS CITADAS DA EPIDEMIOLOGIA

Entre as utilidades mais citadas da epidemiologia, estão:


✓ analisar a situação de saúde;
✓ identificar perfis e fatores de risco;
✓ proceder à avaliação epidemiológica de serviços;
✓ entender a causalidade dos agravos à saúde;
✓ descrever o espectro clínico das doenças e sua história natural;
✓ avaliar o quanto os serviços de saúde respondem aos problemas e às
necessidades das populações;
✓ testar a eficácia, a efetividade e o impacto de estratégias de Intervenção, bem
como a qualidade, acesso e disponibilidade dos serviços de saúde para controlar,
prevenir e tratar os agravos de saúde na comunidade;
✓ identificar fatores de risco de uma doença e grupos de indivíduos que apresentam
maior risco de serem atingidos por determinado agravo;
✓ definir os modos de transmissão;
✓ identificar e explicar os padrões de distribuição geográfica das doenças;
✓ estabelecer os métodos e estratégias de controle dos agravos à saúde;
✓ estabelecer medidas preventivas;
✓ auxiliar o planejamento e desenvolvimento dos serviços de saúde;
✓ gerar dados para a administração e avaliação de serviços de saúde;
✓ estabelecer critérios para a Vigilância em Saúde. (BORGES, 2010)

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1.5 ÁREA DE ATUAÇÃO DA EPIDEMIOLOGIA

O alvo de um estudo epidemiológico é sempre uma população humana, que pode ser
definida em termos geográficos ou outro qualquer. Por exemplo, um grupo específico de
pacientes hospitalizados ou trabalhadores de uma indústria pode constituir uma unidade de
estudo.
Em geral, a população utilizada em um estudo epidemiológico é aquela localizada em uma
determinada área ou país em um certo momento do tempo. (BONITA, 2010).

Figura 3: Taxa de mortalidade infantil a nível mundial


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Epidemiologia. Acesso em 16 Fev 18

1.6 EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE PÚBLICA

Em termos gerais, saúde pública refere-se a ações coletivas visando melhorar a saúde
das populações. A epidemiologia, uma das ferramentas para melhorar a saúde pública, é
utilizada de várias formas. Os primeiros estudos epidemiológicos tinham por objetivos investigar
a causa (etiologia) das doenças transmissíveis. Tais estudos continuam sendo essenciais porque
possibilitam a identificação de métodos preventivos. Nesse sentido, a epidemiologia é uma
ciência médica básica que tem por objetivo melhorar a saúde das populações, especialmente
dos menos favorecidos.

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Em tratando-se de saúde pública a epidemiologia atua em quatro áreas:

DESCRIÇÃO: Conhecer e estudar a distribuição dos problemas e agravos de saúde das


populações cobertas pelas equipes das Unidades Básicas de Saúde.

CAUSALIDADE: Investigar as causas desses problemas nas comunidades. Fatores


nutricionais, comportamentais, sociais, psíquicos, condições de moradia, saneamento básico
etc.

PREVISÃO: Apontar quem é mais propenso a adquirir e morrer desses problemas.


Auxiliando a desenvolver ações voltadas a populações específicas, por exemplo: crianças,
gestantes, mulheres, idosos, trabalhadores rurais etc.

AVALIAÇÃO: Auxiliar na avaliação de medidas implementadas para decisão de


manutenção ou correção, por exemplo: efetividade de campanhas de imunização, avaliação
periódica do controle de doenças endêmicas, efeito de intervenções comunitárias etc.

2 SAÚDE

Segundo o dicionário Aurélio, saúde significa conservação da vida, robustez, vigor, estado
em que se é sadio ou são, disposição do organismo, moral ou mental.
Segundo Almeida Filho (2003), saúde vem do latim “salutis” que origina também, desde
salvar (livrar do perigo, afastar o risco), até saudar (desejar saúde) e são; de “sânus” se originam
sanidade e sanitário.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de
doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Ou seja, o conceito de saúde transcende à ausência de doenças e afecções.
Por outras palavras, a saúde pode ser definida como o nível de eficácia funcional e
metabólica de um organismo a nível micro (celular) e macro (social).

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2.1 FATORES DETERMINANTES EM SAÚDE

São os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos raciais, psicológicos e


comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco
na população.
A Organização Mundial da Saúde adota a definição segundo a qual os fatores
determinantes em saúde são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham.

Quando os fatores determinantes são relacionados ao indivíduo eles são chamados de


micro determinantes e quando relacionados às comunidades ou populações são chamados de
macro determinantes:

MICRODETERMINANTES:
✓ características genéticas e imunológicas;
✓ acesso a serviços de saúde;
✓ escolaridade/educação;
✓ posição na sociedade;
✓ personalidade;
✓ hábitos;
✓ cuidados em terceira idade e outros.

MACRODETERMINANTES:
✓ políticas públicas;
✓ desenvolvimento sustentável;
✓ Produto Nacional Bruto (PNB);
✓ desigualdades de renda;
✓ ambiente social;
✓ iniquidades sociais;
✓ posição hierárquica.

3 DOENÇA

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Os principais dicionaristas da língua portuguesa definem doença como: alteração ou
perturbação na saúde, no equilíbrio dos seres vivos; moléstia.
A palavra doença procede do latim dolentia, de dolens, entis, particípio presente do verbo
doleo, dolere, sentir ou causar dor, afligir-se, amargurar-se. Doença, em latim, era designada por
morbus, donde mórbido, morbidade, morbífico, morbígeno etc.

3.1 ETIOLOGIA OU CAUSALIDADES DAS DOENÇAS

Etiologia vem do grego aitía que significa causa, associado ao já conhecido logos, estudo.
Etiologia é o estudo das causas, por isto usamos o termo agente etiológico para definir o
causador de uma doença ou patologia.
Embora algumas doenças sejam causadas unicamente por fatores genéticos, a maioria
delas resulta da interação destes com fatores ambientais.
A diabetes, por exemplo, apresenta os componentes genéticos e ambientais. Nesse
contexto, o ambiente é definido da forma mais ampla possível para permitir a inclusão de
qualquer fator biológico, químico, físico, psicológico, econômico e cultural, que possa afetar a
saúde.
O comportamento e o estilo de vida são de grande importância nessa conexão, e a
epidemiologia é cada vez mais usada para estudar a influência e a possibilidade de intervenção
preventiva através da promoção da saúde.

Figura 4: paciente com febre amarela


Fonte: http://www.webdiario.com.br/noticia/16300 Acesso em 16 Fev 18

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EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DO CONTEÚDO

1. Qual a primeira referência histórica da epidemiologia?

2. Qual o primeiro registro do emprego da expressão epidemiologia na área da Saúde Coletiva?

3. Descreva a contribuição do médico inglês John Snow à epidemiologia moderna:

4. Como a Associação Internacional de Epidemiologia (IEA) define a epidemiologia?

5. Cite os três principais objetivos da epidemiologia:

6. Qual o alvo de um estudo epidemiológico?

7. Como a epidemiologia auxilia a Saúde Pública?

8. Como a Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde?

9. O que são fatores determinantes de saúde?

10. Diferencie fatores micro determinantes e macro determinantes de saúde:

11. Cite 03 fatores micro determinantes de saúde:

12. Cite 03 fatores macro determinantes de saúde:

13. O que significa etiologia?

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, Naomar. Epidemiologia &. Saúde. 6. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003

BONITA, R. et al. Epidemiologia básica [tradução e revisão científica Juraci A. Cesar]. - 2.ed. -
São Paulo, Santos. 2010

BORGES, Ana Paula Abreu e COIMBRA, Angela Maria Castilho. Envelhecimento e Saúde da
Pessoa Idosa. Rio de Janeiro, RJ. Fundação Osvaldo Cruz. 2010

RESTREPO, Guillermo. Biometria comunitária. Bogotá, Colombia. Fundacion Universitária


Juan N Corpas. 2010

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