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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

3ºANO 6º SEMESTRE 3º GRUPO

Tema:

Protecção contra Descargas Eléctricas

Discentes: Docente:
IAVANO, Abudo António Engo. Narciso Nota / Msc /
IBRAIMO, Amurildine Abubakar
JOÃO, Chiutano José João
JONASSE, Salupeto Tomás
JULAI, Rosário Fediasse
MACAMO, Jéssica Artur

Songo, Setembro de 2019


grINSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE SONGO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

3ºANO 6º SEMESTRE 3º GRUPO

Tema:

Protecção contra Descargas Eléctricas

Discentes: Docente:
IAVANO, Abudo António Engo. Narciso Nota / Msc /
IBRAIMO, Amurildine Abubakar
JOÃO, Chiutano José João
JONASSE, Salupeto Tomás
JULAI, Rosário Fediasse
MACAMO, Jéssica Artur

Trabalho elaborado pelos


estudantes do 3o grupo, da cadeira
de Instalações Eléctricas I do curso
de Engenharia Eléctrica, do
Instituto Superior Politécnico de
Songo para fins de avaliação.

Songo, Setembro de 2019


Resumo
Um SPDA visa oferecer um ponto de captação, um percurso seguro e um sistema de
escoamento das descargas eléctricas de origem atmosférica de forma a evitar ou
reduzir os seus efeitos perigosos. Basicamente existem duas filosofias de proteção
contra descargas atmosféricas, cada uma utiliza uma técnica diferente de proteção,
nomeadamente: A filosofia de Captores Tipo Franklin e a filosofia da Gaiola de
Faraday. Portanto Estes sistemas, são constituídos por três componentes: os
captores do Raio; os cabos de descida; e o sistema de aterramento.

Mesmo com a instalação de um SPDA, há sempre a possibilidade de falha desse


sistema.
Abstract

An SPDA aims to provide a pickup point, a safe path and a lightning discharge system
to prevent or reduce its hazardous effects. Basically there are two lightning protection
philosophies, each using a different protection technique, namely: The Franklin Type
Pickup philosophy and the Faraday Cage philosophy. Therefore These systems are
made up of three components: the lightning pickups; the descent cables; and the
grounding system.

Even with the installation of an SPDA, there is always the possibility of system failure.
Índice
I. Lista de Símbolos e Abreviaturas .........................................................................1
II. Lista de figuras .....................................................................................................2
III. Lista de tabelas ....................................................................................................3
1. Introdução ............................................................................................................4
1.1. Objectivos.......................................................................................................4
1.1.1. Objectivo geral .........................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos .............................................................................4
1.1.3. Metodologia de Investigação ...................................................................5
2. Proteção Contra Descargas Eléctricas .................................................................6
2.1. Conceitos básicos .........................................................................................6
3. Sistema de Protecção contra descargas Atmosféricas ........................................7
3.1. Generalidades ................................................................................................7
3.2. Constituição de SPDA ....................................................................................7
3.2.1 Tipos de captores ....................................................................................8
3.3 Níveis de Protecção ..................................................................................... 12
3.3.1 Método de avaliação e selecção do nível de proteção .......................... 13
3.4 Instalações de para raios em estruturas normais ......................................... 13
3.4.1 Conexão de Medição ............................................................................. 17
4. Dispositivos de Proteção contra Surtos – DPS ..................................................... 18
4.1. Selecção dos DPS ....................................................................................... 19
4.2 Exemplos de DPS e Utilização ........................................................................ 20
4.3 Instalação dos DPS ......................................................................................... 21
4.4 Condutores de conexão do DPS .................................................................. 26
5. Sugestão para a Prevenção contra as Descargas Atmosféricas ....................... 26
6. Conclusão .......................................................................................................... 27
7. Referências Bibliográficas .................................................................................. 28
I. Lista de Símbolos e Abreviaturas

SPDA – Sistema de proteccao contra descargas atmosfericas;


𝑁𝑖 - Indice ceráunico;
R- Índice de risco;

N- Raios incidentes;

𝑁𝑑𝑎 - Densidade de descargas atmosféricas que atingem a terra;

𝑁𝑝𝑟 - Frequência média anual;

𝑃0 - Probabilidade ponderada;

Ae − Área de exposição equivalente ;

BEP- barramentos de equipotencializão;

DPS- Dispositivos de Protecção contra Surtos .

1
II. Lista de figuras

Figura 1:Sistema de proteção contra descargas atmosféricas. ...................................8


Figura 2:Pára-raios Franklin com a respectiva relação de materiais. ..........................9
Figura 3:Proteção por duas hastes de franklin ............................................................9
Figura 4:Sistema de proteção contra descargas atmosféricas do tipo de Gaiola de
Faraday. .................................................................................................................... 11
Figura 5:Área equivalente de atracção das descargas atmosféricas ....................... 14
Figura 6. DPS UNIC. Figura 7 .Vários tipos de DPS.: ......... 18
Figura 8:Esquema de conexão dos DPS no ponto de entrada da linha de energia ou
no quadro de distribuição principal da edificação (figura 13 da NBR 5410:2004). .... 22
Figura 9:A figura mostra alguns detalhes com relação ao item b. ............................. 23
Figura 10:Esquema de aterramento TN-S: o condutor neutro e o condutor de
proteção são separados ao longo de toda a instalação após a origem. .................... 24
Figura 11:Esquema de aterramento TT: Possui um ponto de alimentação
diretamente aterrado, estado os equipamentos da instalação. Cortesia: Pial-Legrand.
.................................................................................................................................. 24
Figura 12:Esquema de aterramento TN-C: As funções de neutro e de condutor de
proteção são combinadas em um único condutor ao longo de toda a instalação.
Cortesia: Pial-Legrand. .............................................................................................. 25
Figura 13:Esquema de aterramento TN-C-S: As funções de neutro e de condutor de
proteção são combinadas em um único condutor em uma parte da instalação.
Cortesia: Pial-Legrand. .............................................................................................. 25

2
III. Lista de tabelas

Tabela 1:Tabela 1. fator Q ......................................................................................... 10


Tabela 2:A,B,C,D,E,F,- factores de ponderação tabela 2.......................................... 15
Tabela 3:factores de ponderação .............................................................................. 17
Tabela 4:Suportabilidade a impulso exigível dos equipamentos da instalação ........ 19
Tabela 5:Tensão de impulso suportável em função da tensão nominal. ................... 19
Tabela 6:Coordenação dos DPS ............................................................................... 20
Tabela 7:Valor mínimo de tensão operação continua (VC) exigível do DPS, em
função do esquema de aterramento. ......................................................................... 21

3
1. Introdução
As descargas atmosféricas são uma grande preocupação para a sociedade, para
reduzir os riscos e perigos de danos nas instalações quando a ocorrencia de
descargas atmosféricas usa-se um sistema de proteção contra descargas
atmosféricas. Este sistema neutraliza, pelo poder de atração das pontas, o
crescimento do gradiente de potencial elétrico entre o solo e as nuvens, através do
permanente escoamento de cargas elétricas do meio ambiente para a terra.
oferecendo à descarga elétrica que for cair em suas proximidades um caminho
preferencial, reduzindo os riscos de sua incidência sobre as estruturas.
O presente trabalho fala sobre o sistema de proteção contra descargas
atmosféricas, Ao longo do seu desenvolvimento, serão apresentados alguns pontos
ligados a este tais como:conceitos básicos sobre a descarga atmosferica,sua
constituição,diferentes Tipos de captores usados na proteção contra descargas
atmosféricas, Níveis de Protecção, Método de avaliação e selecção do nível de
proteção, Dispositivos de Protecção contra Surtos – DPS.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo geral
 Debruçar em torno do tema: Proteção contra descargas atmosféricas
1.1.2. Objectivos específicos
 Apresentar os conceitos básicos;
 Falar da sua constituição do sistema de Proteção contra descargas
atmosféricas ;
 Abordar sobre diferentes Tipos de captores usados na proteção
contra descargas atmosféricas;
 Falar sobre os Método de avaliação e selecção do nível de proteção;
 Apresentar os Dispositivos de Protecção contra Surtos – DPS;
.

4
1.1.3. Metodologia de Investigação

A elaboração do presente trabalho foi baseada em pesquisas científico-didácticas com


base em manuais, artigos electrónicos, materiais digitais . As fontes foram todas
devidamente referidas na bibliografia.

5
2. Proteção Contra Descargas Eléctricas
2.1. Conceitos básicos

A NBR 5419:2001 estabelece as seguintes definições para partes que compõem um


sistema de protecção contra Descargas Atmosféricas:

a) Descargas atmosféricas: descargas eléctricas de origem atmosféricas entre


uma nuvem e a terra ou entre nuvens, considerando em um ou mais impulsos
de vários quiloamperes.
b) Raio: um dos impulsos eléctricos de uma descarga atmosférica para terra.
c) Pára-raios: conjunto de captores, descida, conexões e eléctrodo de
aterramento.
d) Condutor metálico: segmento de fio, cabo ou fita capaz de transmitir corrente
eléctrica.
e) Captor: ponta ou condutor metálico que, por sua situação elevada, facilita as
descargas eléctricas atmosféricas.
f) Descida: condutor metálico que estabelece ligação entre o captor e o eléctrodo
de aterramento. Devem ser instalados, no mínimo, dois condutores de descida,
situados em lados opostos da chaminé. Os condutores de descritas devem ser
interligados por anéis, sendo o primeiro situado preferencialmente no solo ou
no máximo a 3.5 m da base da cheminé, e outros a intervalos de cerca de 20
m a partir do primeiro anel.
g) Conexão de medição: instalada de modo a facilitar os ensaios e medições
eléctricas dos componentes de SPDA.
h) Hastes: suportes de captor de ponta.
i) Eléctrodo de aterramento: elemento ou conjunto de elementos que
asseguram o contacto eléctrico com o solo e dispersa a corrente de descarga
atmosférica na terra.
j) Conjunto de eléctrodos de aterramento: dois ou mais eléctrodos de
aterramento interligados permanentemente formando uma unidade.
k) Resistência de terra: resistência ôhmica existente entre o eléctrodo de
aterramento e a própria terra.
l) Instalações metálicas: elementos metálicos situados no volume a proteger,
que pode constituir um trajecto da corrente de descarga atmosférica, tais como:

6
estruturas, tubulações, escadas, trilhos de elevadores, ductos de ventilação e
ar-condicionado e armaduras de aço interligadas.
m) Interacção: acção conjunta e reciproca de dois captores.
n) Indice ceráunico - Ni Índice ceráunico é, por definição, o número de dias de
trovoada, em determinado lugar, por ano.
o) Isoceráunicas - são linhas (curvas) que ligam pontos (localidades) que têm o
mesmo índice ceráunico.
p) Densidade de raios - Nda é a quantidade de raios que caem por ano em 1
Km2 de área.

3. Sistema de Protecção contra descargas Atmosféricas


3.1. Generalidades
Uma edificação é considerada segura contra descargas atmosféricas a partir do
momento em que todo o procedimento de “Instalação de protecção for projectado e
construído de tal maneira que os componentes da estrutura, as pessoas, os
equipamentos e instalações, que estejam permanentemente ou temporariamente em
seu interior, fiquem efectivamente protegidos contra os raios e seus efeitos pelo maior
espaço de tempo possível”.
Na realidade, é praticamente impossível conseguir proporcionar uma eficiência de
100% na protecção contra descargas atmosféricas, tendo em vista que é um
fenómeno não conhecido perfeitamente. O melhor a fazer é seguir, no mínimo, as
prescrições estabelecidas pela norma.

3.2. Constituição de SPDA


O sistema de protecção contra descargas atmosféricas é constituído pelos seguintes
elementos:
 Captores (pára-raios, terminais, etc.);
 Condutores de interligação ou descida;
 Sistema de aterramento (haste, cabos, etc.).

O SPDA apresenta-se sempres numa configuração série, como mostra a figura a


seguir:

7
Figura 1:Sistema de proteção contra descargas atmosféricas.

É a zona espacial protegida pelo pára-raio. Se o raio cair nesta zona, ele preferirá o
caminho através do pára-raio.

3.2.1 Tipos de captores


 Haste vertical de Franklin (Pára-raios Franklin);
 Malha de Faraday (Gaiola de Faraday);
 Pára-Raios Radioactivos;

3.2.1.1 Pára-raios Franklin


Baseados no estudo de Franklin, observa-se que a partir do momento em que uma
haste metálica é conectada de forma continua com o solo tem a propriedade de
atrair para si os raios que de outra forma cairiam em suas proximidades.Este
dispositivo (pára-raio) consiste na combinação de 3 elementos básicos:

 Captores de raio ;
 Cabos de descida ;
 Sistema de aterramento.

8
Figura 2: Pára-raios Franklin com a respectiva relação de materiais.

3.2.1.1.1 Proteção por duas hastes de franklin


Duas hastes criam o efeito de um cabo horizontal fictício estendido entre elas,
aumentando a zona protegida.

Figura 3: Proteção por duas hastes de franklin

9
D2 1
∆H = H − Q + ((Q − H)2 + )2 [1]
4

 h = H - ∆H
 H = altura da haste, obtida na tabela
 θ = obtido na tabela
 h = altura do cabo fictício.
 D = distância entre as hastes
 Q = fator dependente do nível de proteção.

Para obter o fator Q dependendo do nível de proteção usa a tabela abaixo (Tabela 1).

Tabela 1: Tabela 1. factor Q

Nível de proteção Factor -Q(m)


I 20
II 30
III 45
IV 60

O efeito do cabo fictício só ocorre se:

1
H ≤ Q e D ≤ 2(2QH − H 2 )2

10
3.2.1.1.2 Pára-Raios Radioactivos

Estudos posteriores confirmaram que a eficiência desse tipo de pára-raios era

semelhante à do tipo de Franklin e, devido à radioactividade ser altamente prejudicial

à saúde das pessoas, principalmente para os profissionais que lidavam com esse

produto, acabaram sendo proibidos no mundo inteiro.

3.2.1.1.3 Gaiola de Faraday


Essa forma de protecção foi inventada no séc. XIX pelo físico Michael Faraday (1791-
1867). Ele descobriu que os corpos encerrados em uma caixa ou gaiola metálica
ficavam protegidos contra descargas externas, funcionando como uma espécie de
blindagem.

Baseado neste princípio, é possível, hoje, aproveitar as ferramentas do concreto


armado dos edifícios, conectando as pequenas hastes na cobertura (fig. 3):

Figura 4: Sistema de proteção contra descargas atmosféricas do tipo de Gaiola de


Faraday.

Onde:

1 →Haste de cobre com diâmetro de 15 mm X 600 mm.

11
2 →Condutores de descidos conectados às hastes de aterramento.

3 →Condutores de cobre nus instalados sobre a cobertura.

Os condutores de interligação ou descida podem ser:

4. Cabos;
5. Fitas;
6. Estruturas prediais (metálicas ou ferragens).

Os sistemas de aterramento mais comuns são:

 Eléctrodo vertical (haste);


 Múltiplos eléctrodos verticais;
 Eléctrodos horizontais (cabos);
 Múltiplos eléctrodos horizontais (sistema radial ou em anel);
 Sistemas combinados de eléctrodos verticais e horizontais (sistema em malha).

3.3 Níveis de Protecção


Mesmo com a instalação de um SPDA, há sempre a possibilidade de falha desse
sistema. A construção protegida, neste caso, pode ser atingida por uma descarga
atmosférica. A partir desta premissa, a Instalação Eléctrica (IE) 1024-I determina
quatro diferentes níveis de protecção com base nos quais devem ser tomadas
decisões de projecto mais ou menos se veras: Neles são:

a) Nível I: é o mais severo quanto à perda de património. Refere-se às


construções protegidas, cuja falha no SPDA pode provocar danos às estruturas
adjacentes, tais como: Industrias petroquímicas, de materiais explosivos, etc.
b) Nível II: refere-se as construções protegidas, cuja falha no SPDA pode
ocasionar a perda dos bens de estimável valor ou provocar pânico aos
presentes, porém sem nenhuma consequência para as construções
adjacentes. Enquadram-se neste nível os museus, teatros, estádios, etc.
c) Nível III: refere-se ``as construções de uso comum, tais como os prédios
residenciais, comerciais e industriais de manufacturados simples.
d) Nível IV: são as construções em que não é rotineira a presença de pessoas.
São feitas de material não inflamável, e o produto armazenado nela é de

12
material não combustível, tais como armazéns de concretos para produtos de
construção.

3.3.1 Método de avaliação e selecção do nível de proteção


As prescrições para instalação de pára-raios depende, do tipo e dos riscos a que cada
estrutura está submetida.

3.4 Instalações de para raios em estruturas normais


São assim considerados as edificações que não se enquadram dentro da NBR
5419/01 como estruturas especiais, isto é, são edificações residências, comerciais e
industriais do tipo convencional.

O método de selecção do nível de proteção adequado a uma determinada estrutura


deve levar inicialmente em conta se há ou não exigência de instalação da referida
proteção em função dos riscos inerentes. Para alguns locais é considerado
indispensável a instalação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas
(SPDA), ou seja:

 Locais de grande afluência de pessoas;


 Locais onde se prestam serviços públicos essências, tais como subestação de
potência das concessionárias de energia elétrica, edifícios de estações de
telecomunicações etc;
 Áreas de elevada densidade de descargas atmosféricas;
 Estruturas de valor histórico ou cultural;
 Estruturas isoladas com altura superior a 25m;
 Locais em que seus ocupantes desejam sentir-se seguros, mesmo que o risco
de descarga atmosférica seja desprezível.

A selecção de nível de proteção de um SPDA pode ser feita de acordo com as


seguintes prescrições. Estabelecidas, na norma BS6651( (norma inglesa ) e inserida
na NB 5419/01.

a) Avaliação de risco de exposição

13
A densidade de descargas atmosféricas que atingem a terra 𝑁𝑑𝑎 é o numero de raios
por Km2 por ano que atinge o solo. O seu valor é de:

Km2
Nda = 0,04 × Ni1.25 ( ano ) [2]

𝑁𝑖 − índice ceraunico, ou seja, numero de dias de trovoada por ano.

O valor de 𝑁𝑖 pode ser conhecido através de instituições oficiais ou não que operam
na área do projecto tais como instalações aeronáuticas, serviços de meteorologia,
institutos de pequisa relacionados etc.

b) Área de exposição equivalente

Corresponde a área do plano da estrutura prolongada em todas as direções,


considerando a altura da mesma. Os limites da área de exposição equivalente estão
afastados do perímetro da estrutura por uma distância correspondente a altura da
estrutura no plano considerado. Logo, o valor da área de exposição equivalente é
determinado pela equação 2.

Ae = L × W + 2 × W × H + π × H2 (𝑚2 ) [3]

𝐿 − Comprimento da estrutura, em m;

𝑊 − largura da estrutura, em m;

𝐻 − altura da estrutura, em m.

A figura 5 mostra a área de exposição equivalente de uma estrutura com as definições


geométricas necessárias.

Figura 5: Área equivalente de atracção das descargas atmosféricas

14
c) Frequência média anual previsível de descargas atmosféricas sobre uma
estrutura é dada pela equação (4)

Npr = Nda × Ae × 10−6 (por ano) [4]

d) Frequência admissível de danos

A comunidade técnica internacional reconhece os limites indicados como frequência


admissível de danos.

 Riscos maiores que 10−3 , ou seja, um dano corrido na estrutura para 1000
descargas por ano;
 Riscos menores que 10−5, ou seja, um dano ocorrido na estrutura para 100.000
descargas por ano: valor aceitável.
e) Avaliação geral do risco

Antes de se tomar uma decisão aleatória sobre a necessidade de adoptar determinada


construção de uma proteção adequada contra a incidência de raios, é prudente que
se calcule a probabilidade ponderada que permitira uma decisão sobre a importância
técnica do empreendimento. Esta avaliação é feita aplicando-se os factores de
ponderação dados na equação 5.

P0 = A × B × C × D × E × Npr [5]

Tabela 2: A,B,C,D,E,F,- factores de ponderação tabela 2.

Tipo de Material de Localizaç


A B Conteúdo C D Tipografia E
Ocupação Construção ão
Áreas
cirgudadas
por
Construções Sem valor
árvores ou
Habitação 0.3 de cobertura 0.2 patrimonial 0.3 0.4 Planícies 0.3
estruturas
não-metálica ou histórico
de
qualquer
natureza

15
Habitação Construções
Áreas
com de concreto e Sensível a
0.7 0.4 0.8 semi- 1.0 Colinas
antena cobertura não- danos
isoladas
externa metálica
Subestaçõe
Construções s, centrais
Montanhas
Construçõ de matal ou telefonícas,i
Áreas com altura
es 1.0 concreto e 0.8 nstalações 1.0 2.0 1.3
isoladas entre 300
Industriais cobertura de gás,
a 900 m
metálica estações de
rádios e TV
Construçõ
Museus e
es
monumento Montanhas
destinadas
Construções se com altura
a hotéis, 1.2 1.0 1.3 1.7
de alvenaria construções acima de
motéis,
de mesma 900 m
salas
natureza
comerciais
Construçõ
es
destinadas
a Escolas,
Construções
shopping, 1.3 1.4 hospitais e 1.7
de madeira
centers, similares
museus,
centros
esportivos
Construções
Escolas,
de alvenaria
hospitais e
1.7 ou madeira 1.7
similares
com cobertura
metálica

16
Construções
com cobertura
2.0
de pilha e
similares

Tabela 3: factores de ponderação

Probabilidade ponderada Proteção desejada


𝑃0 ≤ 10−10 Estrutura dispensa o SPDA
10−3 ≤ 𝑃0 ≤ 10−3 A instalação do SPDA deve ser feita
somente por conveniência do usuário
𝑃0 ≥ 10−3 Obrigatório o uso do SPDA

3.4.1 Conexão de Medição


A NBR 5419:2001, item 5.1.2.6.1 diz que “cada condutor de descida (com exceição
das descidas naturais ou embutidas) deve ser provido de uma conexão de medição,
instalada próxima do ponto de ligação ao eléctrodo de aterramento. A conexão deve
ser desmontável por meio de ferramenta, para efeito de medições eléctricas, mas deve
permanecer normalmente fechada”. A tabela 1 mostra os espaçamentos médios e os
ângulos de protecção em função dos níveis de protecção.

Tabela 4. – Espaçamento médio dos condutores de descida não naturais conforme


o nível de proteção (Tabela 2 da NBR 5410:2001) Ângulo máximo de proteção para
construção com altura não superior a 20 m.

Nível de Protecção Espaçamento Médio (m) Ângulo de Protecção (oc)


I 10 25
II 15 35
III 20 45
IV 25 55

Tabela 5. – Seção dos mínimos dos materiais do SPDA (Tabela 5 da NBR


5419:2001)

17
Captor e Descidas (para Descidas (para
Eletrodo de
Anéis Estruturas de Estruturas de
Material Aterramento
Intermediários Altura ate 20 Altura superior
(mm^2)
(mm^2) m) (mm^2) a 20 m) (mm^2)
Cobre 35 16 35 50
Alumínio 70 25 70 -
Aço
galvanizado a
quente ou 50 50 50 80
embutido em
concreto

4. Dispositivos de Proteção contra Surtos – DPS


A NBR 5410:2004, item 6.3.5, estabelece as prescrições para uso e localização dos
DPS. É um dispositivo de protecção contra sobretensões transitórias (surtos de
tensões) “anulando as descargas indirectas na rede eléctrica causados por descargas
atmosféricas”

Figura 6. DPS UNIC. Figura 7 .Vários tipos de DPS.

Cortesia: Pial-Legrand. Cortesia: ABB.

A finalidade da utilização dos DPS visa, sobretudo a segurança e a saúde das


pessoas.

18
4.1. Selecção dos DPS
Os DPS devem atender a IEC 61643-1 e ser seleccionados com base no mínimo nas
seguintes características:

 Nível de protecção ;
 Máxima tensão de operação continua ;
 Suportabilidade a sobretensões temporárias;
 Corrente nominal de descarga e/ou corrente de impulso;
 Suportabilidade a corrente de curto circuito.

Os componentes da instalação devem ser seleccionados de modo que o valor nominal


de sua tensão de impulso suportável não seja inferior aqueles indicados na tabela 6.

Tabela 4: Suportabilidade a impulso exigível dos equipamentos da instalação

Tabela 5: Tensão de impulso suportável em função da tensão nominal.

19
4.2 Exemplos de DPS e Utilização
a) DPS 20 KA: recomendado como protecção única ou primaria em instalações
situadas em zonas de exposição a raios classificados como AQ1 (desprezível).
Deve ser instalado no circuito eléctrico no qual o equipamento esta conectado,
b) DPS 30 KA: recomendado como protecção única ou primaria em redes de
distribuição de baixa tensão situadas em áreas urbanas e densamente
edificadas, expostas a raios classificadas como indirectas (AQ2). Deve ser
instalado junto com o quadro de distribuição central de rede electrica.
c) DPS 45 KA: recomendado como protecção única ou primaria em redes de
distribuição de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas
edificações, em zonas expostas a raios classificadas com directas (AQ3) e com
históricos frequentes de sobretensão. Deve ser instalado junto com o quadro
de distribuição central de rede electrica.
d) DPS 90 KA: recomendado como protecção única ou primaria em redes de
distribuição de baixa tensão situadas em áreas rurais ou urbanas com poucas
edificações, em zonas expostas a raios classificadas como directas (AQ3) e
com histórico de frequência elevada de sobretensões. Deve ser instalado junto
com o quadro de distribuição central de rede electrica.

Tabela 5: Coordenação dos DPS

20
Tabela 6: Valor mínimo de tensão operação continua (VC) exigível do DPS, em função
do esquema de aterramento.

4.3 Instalação dos DPS


A NBR 5410:2004, item 6.5.3.2.2, determina que: “na instalação dos DPS instalados
junto com o ponto de entrada da linha eléctrica na edificação ou no quadro de
distribuição principal, o mais próximo possível do de entrada, eles serão dispostos no
mínimo como mostra a figura 6.

21
Figura 8 : Esquema de conexão dos DPS no ponto de entrada da linha de energia ou
no quadro de distribuição principal da edificação (figura 13 da NBR 5410:2004).

Nota: a) A ligação ao BEP ou à barra PE depende de onde os DPS serão instalados


e de como o BEP é instalado, na prática. Assim, a ligação será no BEP quando:
 BEP se situar a montante (antes) do quadro de distribuição principal (com
BEP localizado, como deve ser, nas proximidades imediatas do ponto de
entrada da linha na edificação) e os DPS forem instalados então junto com o
BEP, e não no quando; ou
 Os DPS forem instalados no quadro de distribuição principal da edificação e
a barra PE do quadro acumular a função de BEP.
b) A hipótese configura um esquema que entra TN-C e que prossegue instalação
adentro TN-C, ou que entra TN-C em seguida para a TN-S (como requer a regra

22
geral na nota 2 da figura 6). O que neutro de entrada, necessariamente PEN, deve
ser aterrado no BEP, dieta ou indirectamente (ver fig.6). a passagem do esquema
TN-C a TN-S, com separação do condutor PEN de chegada em condutor neutro e
condutor PE, seria no quando de distribuição principal (globalmente, o esquema é
TN-C-S).
c) É possível para essa configuração três possibilidades de aterramento: TT (com
neutro), IT com neutro e linha que entra na edificação já em esquema TN-S.

Figura 9 :A figura mostra alguns detalhes com relação ao item b.

23
Figura 10: Esquema de aterramento TN-S: o condutor neutro e o condutor de
proteção são separados ao longo de toda a instalação após a origem.Cortesia: Pial-
Legrand.

Figura 11: Esquema de aterramento TT: Possui um ponto de alimentação diretamente


aterrado, estado os equipamentos da instalação. Cortesia: Pial-Legrand.

24
Figura 12: Esquema de aterramento TN-C: As funções de neutro e de condutor de
proteção são combinadas em um único condutor ao longo de toda a instalação.
Cortesia: Pial-Legrand.

Figura 13: Esquema de aterramento TN-C-S: As funções de neutro e de condutor de


proteção são combinadas em um único condutor em uma parte da instalação.
Cortesia: Pial-Legrand.

Nota: Numa instalação se existir um quadro secundário, distante mais de dez


metros de QDP (Quadro de Distribuição Principal), recomenda-se que nele também
seja instalado um DPS, o qual deve ser colocado o mais próximo possível dos
equipamentos sob a sua protecção.

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4.4 Condutores de conexão do DPS
Com relação a maneira de conectar os DPS, a NBR 5410:2004, item 6.6.5.2.9,
determina que “o comprimento dos condutores destinados a conectar o DPS deve ser
o mais curto possível, sem curvas ou laços.De preferência, o comprimento total não
deve ser superior a 0.5m.

5. Sugestão para a Prevenção contra as Descargas Atmosféricas


Durante uma tempestade, primeiramente deve-se ,proceder da seguinte forma.

Fora de casa:

 Jamais fique em campo aberto, pastos, campo de futebol, piscinas, lagos,


praias, arvores isoladas, postes e lugares elevados.
 Afaste-se de equipamentos agrícolas (maquinas e tractores), motocicletas e
carroças; se estiver num carro com chapa metálica, fique dentro dele com
janelas fechadas.
 Contacto com cercas de arame, grades, tubos metálicos, linhas telefónicas, de
energia electrica ou estruturas metálicas… nem pensar!

Dentro de casa

 Mantenha-se afastado de fogões, geladeiras, canos, tomas e não use o


telefone.
 Não tomar banho, usar chuveiro ou torneira electrica.
 Evite ligar aparelhos e motores eléctricos, pois eles podem queimar;
 Desligue da tomada os aparelhos electrónicos como som, computador e
televisão. Existem, no comercio especializado, dispositivos para protecção
dos diversos tipos de aparelho.

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6. Conclusão
Terminado o trabalho, algumas ilações puderam ser tiradas pelo grupo.

Um SPDA visa oferecer um ponto de captação, um percurso seguro e um sistema de


escoamento das descargas eléctricas de origem atmosférica de forma a evitar ou
reduzir os seus efeitos perigosos (função preventiva e corretiva).

Os captores tipo Franklin se fundamenta no princípio de que uma descarga piloto


descendente pode ser interceptada por uma descarga ascendente iniciada a partir de
um dos captores instalados na edificação. Estes captores podem ser hastes, cabos
ou elementos naturais. Dessa forma a circulação da corrente de descarga se daria por
meio dos condutores previstos no SPDA, protegendo assim a estrutura em causa.

Faraday descobriu que envolvendo um volume por uma gaiola metálica, este ficava
blindado do efeito de campos eletromagnéticos. Aterrando esta Gaiola observa-se que
qualquer descarga ascendente se dá por uma das partes metálicas da gaiola. A
corrente de descarga circula apenas pela gaiola, protegendo tudo o que está no seu
interior.

Portanto Estes sistemas, são constituídos por três componentes principais: os


captores do Raio; os cabos de descida; e o sistema de aterramento.

Os Níveis de Protecção determinam quais devem ser tomadas decisões de projecto


mais ou menos severas que são : Nível I,Nível II,Nível III e Nível IV.

DPS é um dispositivo de protecção contra sobretensões transitórias (surtos de


tensões) “anulando as descargas indirectas na rede eléctrica causados por descargas
atmosféricas”.

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7. Referências Bibliográficas

[1]. CAVALIN,Geraldo & CERVELIN, Severino.2016 – Instalações Eléctricas


Prediais, 14a edição, Editora Érica Ltda.

[2]. KINDERMANN, Geraldo. Descargas atmosféricas. Sagra - DC Luzzatto Editores.


1992.
[3].FILHO, João Mamede, Instalações eléctricas Industriais. Sétima Edição,
LTC,2004.

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