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#1 Til Death
Bella Jewel
Prólogo
KATIA
Me deixe te contar uma história. Esta é uma
daquelas histórias que vai te fazer sentir um ódio
tão intenso que queimará a sua alma. Isto pode até
te fazer me odiar. Afinal de contas, me casei com
ele.
Com Marcus.
Eu o amo de uma maneira tóxica. Sei disso porque por mais que
meu coração grite que isto não é correto, não posso ficar longe. Marcus
é intenso, rude, ele não é meigo e gentil, mas quando está
profundamente dentro de mim, o vejo. Vejo tudo o que ele se recusa a
me deixar ver. E isto é incrível. Foi assim que ele entrou sob minha pele
e ficou lá.
Dizem que seu corpo lhe diz quando alguma coisa se torna
perigosa - uma voz na consciência. Estavam certos. Eu senti isso; senti
a mudança e soube no momento em que entrei no mundo de Marcus
que ele tomaria minha alma e, provavelmente, iria esmagá-la. Me
apaixonei por um homem que a maioria das mulheres não se
apaixonariam, porque ele cheira a coração partido. Ele não é um cara
de corações e flores, não vai te abraçar ou te chamar por nomes meigos,
ou fazer você sentir como se fosse a única razão pela qual ele respira.
Mas, veja bem, isto é o que é. Amor. Profundo, uma ligação que
não me deixa ir.
MARCUS
Meus dedos tamborilam contra a mesa escura
de pinheiro, olho fixamente para a calvície de um
advogado de cara azeda que está cantarolando,
enquanto lê cuidadosamente o testamento do meu
avô. Um testamento que fui convocado a ouvir. O velho bastardo me
odiava, mas claramente decidiu que eu era bom o bastante para ser
incluído em sua vontade preciosa, uma vontade que a família queria
dizimar. Todos queriam uma parte.
— Muito bem. Seu avô declarou que gostaria que seus negócios
fossem passados para você. Com o falecimento de seu pai, você foi o
único que restou na linhagem direta de sua família e, portanto, o único
que ele desejaria que desse prosseguimento aos seus negócios.
Bem, o velho foi bom para alguma coisa depois de tudo. Não que o
pensamento de que não seria promovido tenha me ocorrido, eu estava
envolvido nisso há muito tempo. Meu meio-irmão não teria sentido para
o velho, mas eu tinha.
— Casado, senhor.
O que disse?
Porra.
Aquele filho da puta doentio. Ele sabia, com certeza sabia que era
a única coisa que iria me desafiar. Ele teve uma mente doentia
enquanto estava vivo e parece que continua, mesmo após a morte. Está
me testando, me empurrando para o limite, como sempre fez. Ou vou
embora perdendo tudo pelo que já trabalhei nos últimos dez anos, ou
vou lutar e segurar tudo o que têm sido meu esse tempo todo. O negócio
é a minha vida e o maldito sabia disso.
KATIA
Clique, clique, clique.
— Garota!
— Não.
— Estou bem.
— Katia, eu juro, cada vez que te vejo você está mais linda!
Ela zomba.
— O quê?
Ela ri.
Faço um grunhido.
— O que uma garota como você, que se parece com você, faz com
um banco de palmadas?
— Não comece!
— Retire o que disse. — sibilo. — Ele é real para mim, assim como
Jack e Teddy.
Eu arfo.
Ela ri de mim.
Ela me encara.
Minha mãe é uma mulher bonita e, esse fato em sua vida não me
surpreende, reuniu muita atenção masculina. Ela tem cabelo loiro,
também, sua pele é suficientemente boa e seus olhos são verdes como
os meus. Ela é uma mulher pequena, magra e também herdei sua
estrutura. Eu não tenho pernas longas, daí a abundância de sapatos de
salto alto. Tenho sido chamada de duende toda a minha vida.
— Deus, como você faz seu cabelo ficar tão brilhante, espesso e
com esses sexy cachos soltos? — Candy pergunta, colocando os dedos
por seu cabelo e puxando com raiva.
— Marcus?
Jesus.
— Desculpe, senhor.
Senhor?
Urgh.
Levo um minuto para perceber que ele voltou sua atenção para
mim.
Candy guincha ao meu lado. Me viro para ela e seus olhos estão
arregalados. Me inclino para perto, enganchando meu braço em torno
dela.
— Me diga que posso foder com seu chefe e tudo vai ficar bem?
— Você é inteligente.
Eu bufo.
— Eu não iria tão longe dizendo que sou inteligente. Faço bem o
meu trabalho, mas inteligente…
— Outra bebida?
Concordo.
Ele acena com uma mão e um garçom para o que está fazendo e
vem. Marcus nos pede outras bebidas, seu olhar escuro não me deixa
uma única vez.
Isto é.
Sexo.
— Porra. — murmura.
Oh, cara.
Nossa.
KATIA
— Oh Deus, Marcus. — inspiro me arqueando.
Ele solta o meu quadril e em seguida, seus dedos estão lá. Ali
mesmo. Ele os introduz em minha carne úmida e grito com a explosão
violenta de prazer rasgando através de meu corpo, me sacudindo e
cegando enquanto ele me segura. Ele lambe até que o último tremor
deixe o meu corpo. Então, ele está de pé com seu pau empurrando seus
jeans e olhando fixamente para mim. Seus lindos olhos negros
vislumbram o relógio e ele murmura:
— Porra.
— Sim.
Seus olhos passeiam por mim, até a minha boceta exposta e sua
mandíbula aperta.
— Não posso.
Merda.
Sim, chefe.
— E Katia?
— Sim?
Nossa.
— Olá? — Pergunto.
— Oi. — diz uma animada voz feminina. — Estamos aqui para ver
Marcus.
Corro para fora até a porta da frente e na hora que chego lá, elas
já estacionaram. Abro a porta para ver três garotas lindas de pé na
entrada. Uau. Já vi mulheres bonitas antes, mas essas três são o que se
há de melhor no departamento visual. Uma se parece com a
Pocahontas, sem brincadeira, e as outras duas são tão deslumbrantes
quanto modelos. Não posso evitar de saltitar. Adoro conhecer novas
pessoas. Especialmente os amigos de Marcus.
— Avisarei a Marcus.
— Obrigada.
— Sim?
Certo.
— Estarei lá em breve.
Estou curiosa sobre essas garotas. Quer dizer, seus homens são
motoqueiros. Isso deve ser escandalosamente quente. Eu vi Mack uma
vez e ele estava fumando. Aposto que os homens delas parecem daquele
jeito. Deus, não posso evitar de perguntar — isto é uma daquelas coisas
do tipo eu-preciso-saber.
Santana ri.
— Garota de um motoqueiro?
— Katia.
— Sem problemas.
Santana sorri.
— Candy, eu estou…
Hã?
Ai.
Dou de ombros.
— Eu não sou.
— Certo, veremos…
Ele se inclina para trás e olha fixamente para mim, seu olhar é
ardente. Ele abre a boca para falar, mas uma bela voz feminina soa.
— Marcus?
— O quê?
— E eu não sou?
— Candy!
— Você está certa quanto a isso. Ele olha como se fosse cuspir
nela.
MARCUS
Ela é perfeita.
Eu expiro.
KATIA
Sua casa.
Uau.
Novamente, uau.
Preciosa. Deus.
O calor de sua boca está tão perto que roça a minha pele, mas ele
não me beija. Abro os olhos e os seus estão presos nos meus, seus
lábios apenas a centímetros dos meus. Por que ele não está me
beijando? Isso é uma tortura, uma pura tortura. Em vez disso, ele
desliza sua língua para fora e toca meu lábio inferior. Nossa. Essa é a
mais coisa sexy que alguém já fez comigo. Choramingo e ele, finalmente,
fecha a distância entre nós.
Este homem não faz as coisas pela metade. Ele está devorando
cada centímetro de mim antes mesmo de minhas roupas deixarem meu
corpo. Sem rapidinhas frustrantes, obrigada Senhora, aqui não, Marcus
é ganancioso e eu gosto disso. Minhas costas pressionam ainda mais o
sofá enquanto continua torturando o mamilo. Meus quadris empurram,
mas ele continua me segurando firme, assegurando-se que minha
bunda permaneça pressionada sobre as almofadas luxuosas. Fecho os
meus olhos, deixando minha respiração sair longa e irregular quando,
finalmente, chega a bainha do meu vestido, subindo-o centímetro por
centímetro.
Merda, não, desejo que ele vá mais devagar assim isto não terá de
acabar.
— Marcus. — suspiro.
— Não fale, Katia. — diz com a voz grave e rouca. — A não ser que
eu mande.
Opa. Ok.
— Mas…
Eu engulo.
Droga.
Seus olhos faíscam e ele mostra seus dentes. Deus, este homem é
perigosamente sexy.
Oh meu Deus.
Ele puxa minha calcinha com força e antes que eu perceba, ela
desaparece. Logo depois suas mãos estão pressionando meus joelhos e
empurrando minhas pernas, abrindo-as. Oh Deus. Ele faz um som
gutural, antes de murmurar:
A maneira como ele diz isto, sua voz tem uma rouquidão grave,
como um pequeno estrondo, mas deliciosa. Ele abaixa sua boca entre
as minhas pernas e respira sobre mim, sopro após sopro de ar, roçando
contra minha boceta exposta.
Ele deve sentir isso, porque juro que posso senti-lo sorrir contra
minha boceta quando finalmente fecha a boca sobre meu clitóris. Ele
suga-o para dentro de sua boca com um maldito vácuo, puxando-o e
soltando, chupando violentamente. Arqueio debaixo dele, cravando
minhas unhas na carne macia das minhas palmas quando suspiro seu
nome. Ele me devora como se eu fosse sua última refeição e estivesse
prestes a entrar no corredor da morte.
— Falando.
Eu não respondo. Não faço isso porque sei que ele está me
testando. Ele quer que o responda, que seja insolente, mas me deixe te
dizer… Não vou perder o próximo orgasmo que Marcus Tandem está
oferecendo. Inferno que não. Com um grunhido satisfeito, Marcus
lentamente se despe. Ele tira primeiro a gravata e depois a camisa
branca. Suspiro quando dou uma boa olhada nas tatuagens em seu
tórax bronzeado e bem definido.
Ele é de matar.
Seus olhos castanhos prendem os meus e posso ver que ele está
falando sério. Deus, eu nunca fiz nada como isso na frente de um
homem antes. Eu quero, entretanto. Afinal, nunca vou ver Marcus
novamente; o que vai doer? Tomando uma respiração profunda e firme,
abaixo lentamente minha mão até chegar a minha carne exposta. Eu
molho meu dedo dentro, achando meu clitóris inchado e começo a
massageá-lo.
— Olhe para os seus mamilos. — ele rosna. — Tão duros. Você vai
gozar?
— Sim. — eu arfo.
— Pensando em mim?
— Deus, sim.
Jesus, a maneira como ele diz meu nome. A forma como rola para
fora sua língua. Isto faz meu gemido obstruir minha garganta e meus
olhos rolarem para trás, quando meu orgasmo se aproxima.
— Olhe para meu pau quando você gozar. — exige e meus olhos
se concentram novamente nele.
Ele não diz nada; não precisa. Faz tudo sem dizer uma maldita
palavra. Além disso, não é o tipo de homem que sussurra palavras
doces em seu ouvido. Sei disso mesmo após algumas horas. Minha boca
se abre num grito quando ele inclina seus quadris e encontra o local.
Ele silva e eu grito, depois meu corpo está explodindo debaixo dele.
Seus dedos apertam meu quadril enquanto empurra através do meu
núcleo estreito, suas estocadas reduzem à medida que me penetra.
— Limpe-se.
Certo.
Limpe-se.
País sortudo.
Não terminamos?
— Ah…
— Na cama. Agora.
— Tenho certeza de que você tem uma lista para as suas… suas…
— Sessenta e sete.
— O quê? — arfo.
Oh. Merda.
— Não.
MARCUS
— Marcus. — Yasmin protesta quando envolvo
meus dedos ao redor de seu braço e a arrasto para
dentro do estacionamento. — Por favor.
— Sim.
— Você a ama?
— Não.
— O quê?
— Você vai.
— Marcus…
Sacudo-a um pouco.
— Porra. Acabou.
— Marcus!
Ela é a única mulher que fodi mais de uma vez. Não sei dizer o
por quê, não sei mesmo. Ela era boa na cama e era fácil. Agora ela é a
porra de uma maluca.
— Mar…
— Saia.
— Sim?
Eu sorrio.
— Mack.
— Sem problemas.
— Ouvi dizer que você está tendo problemas com Lucas.
Eu bufo.
— Não.
— Está desaparecido.
— Merda.
Mack ri.
— Sim.
— Sempre, irmão.
— Aguarde isso.
Entro no escritório.
— Até, Mack.
— Até, companheiro.
Eu desligo.
KATIA
Eu olho fixamente para Marcus tomando banho. A água quente
está escorrendo pelo corpo sarado. Humm! Lambo meus lábios e deixo
meus olhos viajarem por seus ombros largos e bronzeados, descendo
por suas magníficas costas musculosas, terminando em sua bunda
firme e suas pernas fortes e grossas. Meu marido está quente.
Fodidamente quente. Mega quente. Incrível.
— Do quê? — eu respiro.
— Se você está aí não apenas para olhar, então entre aqui e faça
bom uso dessa boca bonita.
Oh, nossa.
Oh, sim.
Ele desliza seu pau para dentro de mim, e quero dizer desliza.
Lento. Sexy. Perfeito. Eu choramingo seu nome e ele inclina meus
quadris, uma mão se fecha ao redor da minha bunda, a outra em meu
cabelo, e ele me fode profundamente. Meus lábios encontram seu
pescoço e chupo a água de sua pele. Ela corre sobre seu corpo como
uma fonte, fazendo-o parecer muito melhor. Seus dedos apertam minha
bunda enquanto ele estoca e quero isso, tudo isso, e muito mais.
— Marcus. — exalo.
Esta é a única palavra que ele diz durante o sexo. Não baby, ou
querida, ou benzinho. Apenas porra.
— Oh Deus.
Meu corpo sacode e gozo, forte e rápido. Eu grito seu nome e ele
começa a meter mais forte. Minhas bochechas ruborizam de vergonha
por causa da rapidez com que gozei, mas não consigo pensar muito
sobre isso, porque Marcus solta um gemido profundo de sua garganta e
ele goza também. Seu corpo treme quando goza e é fodidamente bonito.
— Ah, não.
MARCUS
Ela tem gosto de mel. Doce e sensual.
— Ah, Marcus.
Maldito Walter.
Ele ri.
— E?
— Como é maravilhoso que aceite que você perdeu os negócios da
família tão facilmente.
Eu bufo.
Antes de fechar meus olhos, me admiro do quão fácil isso vai ser.
Katia parece ser do tipo que eu poderia convencer muito rápido. Ela não
é do tipo de garota foda-e-largue.
KATIA
— Duas semanas. — gemo, tomando outro gole de
vinho tinto.
— Vagin…
Pestanejo.
Engulo.
Marcus - Eu não imaginei que fossem, mas vão ter que servir.
— Porra.
Ele bufa.
— Não.
Oh cara.
Suspiro.
Ele fica em silêncio, como sempre faz quando digo isso. E ele
responde do mesmo modo que respondeu desde o início. Ele nunca
disse isso de volta. Acho que ele não sabe como, então por enquanto,
não o forço.
MARCUS
Minha mão acaricia meu pau e minha testa pressiona a parede do
chuveiro. Porra, sinto falta da buceta de minha esposa. A mulher me
deixa louco, sempre feliz e animada, enxergando o melhor nas pessoas,
mas ela tem um corpo delicioso. Ela também adora quando estou
dentro de seu corpo. Eu amo o jeito que arranha minhas costas,
deslizando todo seu corpo sobre o meu. Suave. Vale o anel que coloquei
em seu dedo.
Eu não sinto falta dela, de forma alguma. Tão cruel quanto isto
seja, é bom ter tempo para mim mesmo. Contudo, estarei contente de
voltar para casa e me enterrar profundamente dentro dela.
KATIA
— Você não pode estar falando sério! —
choramingo baixinho no telefone para Candy.
— Posso ajudá-la?
Porra.
Droga.
Eu fujo.
— Katia, pare.
Maldição.
— Levante-se, Katia.
— Belo escritório.
Eu encolho.
Foi engraçado na época. Agora, Deus, agora parece que lhe paguei
para me foder. Me viro, olhando-o com um sorriso encabulado.
— Ok.
Eu mordo meus lábios e olho para sua gravata. Azul escuro hoje.
Quente.
— Jantar…
— Eu irei buscá-la.
— Sério? — eu chio.
KATIA
— Ele já está de volta? — grito, pulando para cima e
para baixo, de um lado para o outro.
— Oh!
Ele geme, deixando cair sua bolsa no chão e nos gira voltando.
Ele nos empurra de volta para dentro do carro e arranca sua boca da
minha.
— Chupe.
Tão exigente.
— Fique de quatro.
— Leve-nos de volta.
Eu franzo a testa.
— John disse que não foi trabalhar nos últimos dois dias. Você
está doente?
Meus olhos ardem. Ele esteve fora por duas semanas e essas são
as boas-vindas que recebo. O carro estaciona e olho fixamente para ele.
Eu sei que ele pode ver a dor no meu rosto, mas, como de costume, não
mostra qualquer reação.
— Eu senti sua falta. — sussurro. — E isso é tudo que você tem a
me dizer?
Ele estuda o meu rosto bem na hora que a porta abre. Ele se
inclina para frente, fecha os dedos ao redor do meu queixo e me beija
rapidamente. Em seguida, vai embora.
Ai.
Capítulo Dez
ANTES
MARCUS
— Resolva isto, Ulio. — murmuro,
tamborilando os dedos contra a mesa de pinho.
Ele murmura algo baixinho e eu sorrio, mesmo que não possa ver
porque está do outro lado do telefone. Eu me inclino para trás na
cadeira, cruzando as pernas. Estes homens - porra, você pensaria que
eu estava pedindo para cortar as próprias pernas fora e arrastar seu
rabo inútil por um deserto escaldante.
Ulio bufa.
— Desgraçado.
KATIA
— Eu estou horrível! — grito.
— É bom aproveitar a vida, Kat. Você não tem que viver a vida
somente trabalhando e cuidando de sua mãe. Saia; desfrute de Marcus,
porque ele está aqui para ser apreciado. Ele gosta de você, pelo que
soube, nunca gritou para que uma mulher voltasse. Vá em frente.
Olho para ela e sei que no fundo está certa. Um sorriso lento se
espalha por todo meu rosto.
Isto não é o que ela queria, mas é isto que tem e não posso deixá-
la sozinha.
Ela estende a mão para mim, mas isso leva mais tempo do que
deveria, então estendo a minha e seguro sua mão.
Não vou dizer a minha mãe que vou sair com um jogador e que
dormimos juntos na primeira noite em que nos conhecemos.
Eu rio com seu otimismo assim que Ellie chega. Ela é uma
pequena mulher mexicana muito engraçada, mas severa. Ela não deixa
que mamãe exagere, mas, ao mesmo tempo, as duas têm um
relacionamento incrível e fizeram uma amizade duradoura.
Ela está vestida com um vestido floral leve. Seu cabelo é curto,
tocando seus ombros e seus olhos castanhos são livres de estresse e
alegres. Ela sempre está feliz. Eu a amo por isso. Mamãe a ama por
isso.
Droga.
Sujo desgraçado.
Oh. Uau.
— Oh, obrigada.
KATIA
Bato na porta várias vezes, meus dedos estão
trêmulos. Fecho meus olhos tentando me recompor.
Eu estou magoada; Marcus ficou fora por duas
semanas e então, chegou em casa e simplesmente
me descartou. Será que ele sente a menor falta de mim? Houve algum
momento em que pensou em mim e desejou estar em casa, em meus
braços?
Meu coração dói — dói porque algo no fundo de meu peito está
me alertando, me dizendo que não estou vendo alguma coisa. Não
consigo compreender. Marcus poderia ter qualquer mulher que quisesse
com o estalar de seus dedos, isso não é um exagero, então por que me
escolheu e depois casou comigo, se ele não se importa?
— Querida.
— Mamãe. — sussurro.
— Querida, talvez haja mais do que isto. Talvez algo ruim tenha
acontecido? Talvez ele esteja estressado.
Sorrio, porque sei que ela está certa. Eu me inclino para a frente e
a abraço novamente.
— Ok, mãe.
Meu peito fica apreensivo. Quero acreditar que minha mãe está
certa, quero me esforçar e lutar por esse homem que amo tanto, mas
quando ele fala comigo nesse tom, com essa voz, é muito difícil
acreditar que há qualquer esperança.
— Bem.
Ele se vira e olha fixamente para mim, Deus, ele parece cansado.
Ele balança a cabeça na direção do spaghetti, ainda sentado, misturado
com molho na panela.
— Sim.
— Como…? — incito-o.
Ele nega com a cabeça, levantando-se. Ele anda até o outro lado,
deixando a tigela na pia. Então, caminha na minha direção. Sua mão
avança, segurando minha nuca então ele me puxa para perto e roça os
lábios nos meus. Meu coração dói e sei o quão frágil me deixa a partir
desse único toque.
KATIA
— Oh meu Deus. — gemo, fechando os olhos e
lambendo meus dedos — sim, lambendo-os.
Deus.
Humm.
Forço meus olhos para longe de seu rosto, seus lábios, apenas
dele em geral porque quase machuca olhá-lo. Ele é impressionante.
— Não. — sussurro.
Ele me estuda, depois murmura:
— Isso te machuca.
Dou de ombros e olho para a minha comida. Sua mão vem por
cima da mesa e segura meu queixo, levantando-o.
— Katia.
Jesus.
Ele dá de ombros.
— É a vida, Katia.
— Não. Meu pai se casou com a mãe dele muito tempo depois que
a minha morreu. Eu nunca gostei dele e ele nunca gostou de mim. Não
lamento. Ele é egoísta, mimado e nunca vai crescer na vida sozinho.
— Você o administra?
— Sim.
— Venha aqui.
— O quê?
— Venha aqui.
Oh Deus.
— Eu conheço o bastante.
— Para saber que quero você na minha cama mais do que uma
vez.
Jesus.
— Marcus, pare.
— Katia.
— Minha mãe quer que eu tenha uma vida. Eu não posso ter uma
vida.
— Katia.
Ele desiste de tentar dizer o meu nome e me gira tão rápido que
quase perco o equilíbrio. Seu braço envolve minha cintura e me aperta,
minha frente sendo esmagada contra seu peito. Em seguida, abaixa a
cabeça e me beija. Meus olhos se fecham, minhas pernas permanecem
penduradas, e eu retribuo o beijo. Retribuo o beijo porque eu quero,
porque eu preciso, mas acima de tudo, porque ele não está me
permitindo fazer outra coisa e eu aceito isso.
Ele pega seu pau da minha mão, o conduz entre nós, e faz
exatamente isso. Ele afunda dentro de mim, profundo e duro, fazendo
com que meu corpo estremeça de prazer. Meus mamilos endurecem
quase dolorosamente e eu arqueio contra ele. Seus dedos agarram meus
quadris, ele me aperta com tanta força que sei que vou encontrar
hematomas de manhã. Ele me fode com força, batendo meu pequeno
corpo contra o metal do carro.
— Marcus. — eu grito.
— Porra. — grunhe.
Absolutamente nada.
Capítulo Treze
AGORA
MARCUS
Seu rosto se torna um azulado feio quando
aperto meus dedos em torno de sua garganta.
Tenho-o contra a parede, com as pernas
penduradas, seus dedos agarram meu pulso
tentando tirá-lo à força. Eu me aproximo, expondo os dentes perto de
seu rosto.
— Eu… Eu…
Eu o solto. Posso dizer por sua expressão que ele está dizendo a
verdade. Porra. Outro beco sem saída. Lucas está me evitando e sei o
porquê. Ele está bagunçando meus negócios, metendo o nariz em meus
clientes e no meio de coisas onde não deveria estar. Ele não me quer
seguindo seus passos, mas para o azar dele, eu já estou.
KATIA
— Oh meu Deus, você está linda. — grito, abraçando Santana.
Eu aperto-a.
Ela ri novamente.
— Não, querido.
Ele beija o pescoço dela e meus olhos deslizam por cima deles até
Marcus, que está rindo com Maddox. Ele nem sequer está olhando para
mim. Não acho que tenha se virado em minha direção uma única vez.
Meu coração dói, provavelmente induzido pelo álcool. Eu gostaria de
poder afastar esta sensação de vazio, mas não posso; Eu o amo tanto,
quero que ele faça essas coisas comigo.
Coisas normais.
Quero que ele me chame de baby, apenas uma vez. Quero que
fique na minha cama. Quero que me pergunte quantas bebidas tomei.
Quero que ele olhe ferozmente para os homens que se aproximam, como
Maddox tem feito com Santana pela última hora.
— Você viu, Jaylah; viu com seus próprios olhos. Ele não se
importou.
— Eu...
KATIA
— Faça o que eu pedi! — Robert urra.
— Você pergunta por que tem que trabalhar tanto. Se você fizesse
o seu trabalho direito, não estragaria tudo, portanto, não teria que fazer
a mesma coisa novamente.
Medíocre.
Marcus.
— Não.
Eu pestanejo.
— Você o conhece.
Marcus ri amargamente.
— Conheço, está tudo bem. Me deixe ter uma palavra com ele.
— Marcus.
— Com um salário-mínimo.
— Marcus.
MARCUS
— É bom ver você, Robert. — murmuro, entrando no escritório do
chefe idiota de Katia.
Ele se lembrou agora; Eu sei que se lembra porque seu rosto fica
pálido e ele gagueja:
— Katia?
— Eu não…
— Espero que você não diga que isto não é da minha conta. — Eu
dou um passo me aproximando e ele tropeça para trás. — Porque
Robert, destruirei você.
Eu gargalho alto.
Ele está tão vermelho, que é quase roxo. Eu o liberto e ele cai no
chão numa pilha.
— E então?
KATIA
Estou brincando com meus dedos, juntando-os, quando Marcus
sai. Ele caminha com passos largos, o rosto cuidadosamente sem
expressão. Eu pulo, correndo na direção dele.
— Esclareci as coisas.
Seu olhos demonstram algo, mas ele não faz qualquer tentativa
para se explicar.
— Marcus?
Ele se aproxima.
— Marcus.
— Até, Katia.
Argh!
Capítulo Quinze
AGORA
KATIA
Eu escuto o carro parando e as luzes
iluminam meu quarto. Ele está em casa. Eu giro
para o lado, encolhendo numa bola. Meu coração
dói; dói porque ele não me defendeu. Ele não tentou
intimidar o homem com que eu estava dançando. Ele não demonstrou
nada. Absolutamente nada. Desejo não amá-lo tanto. Desejo que isso
não doesse. Desejo por um segundo ter coragem para ficar zangada com
ele.
— Katia?
Deus.
— Abra a porta.
Vai embora.
Eu bufo.
— Por quê?
— Sim, havia.
Mais silêncio.
— Katia.
— Foda-se, idiota. Ele estava me tocando. — Minha voz se ergue.
— Ele estava com as mãos num corpo que é seu e você não se
importou.
Eu hesito.
— O quê?
— Odiei isso, mas sabia o que você estava fazendo. Eu sabia que
você estava tentando me irritar porque estava chateada.
— Saia.
— Não.
— Marcus.
— Talvez devesse ter lutado por mim. Talvez seja melhor para
todos se eu for embora!
— Não.
A palavra sai áspera, mas tão real, tão cheia de profundidade, que
minha boca se fecha. Sua boca encontra meu pescoço e ele me beija
suavemente. Deus o amaldiçoe. Maldito. Seus dedos sobem por meus
lados, sua boca se move ao longo do meu corpo e sei que ele está
levando a melhor sobre mim. Ele está ganhando. Está me derrotando.
Está me fazendo perdoá-lo com cada toque.
— Diga, Katia.
— Katia. — adverte.
Ele rosna, um som baixo e mortal, mas não vou desistir. Não vou
dizer o que está tentando me forçar a dizer. Não esta noite. Mesmo que
eu sinta isto, em cada centímetro do meu corpo, ele não destruíra essa
barreira.
— Não.
— Sim.
KATIA
— Katia! — minha mãe chora baixo ao
telefone.
— Sim, alguma coisa, com certeza, aconteceu. Katia, não sei por
que você fez isso por mim. Eu sei que você não pode fazer isso, querida.
Hein?
— Mãe, você vai ter que repetir tudo novamente. Eu não sei sobre
o que está falando?
— A cadeira de rodas.
A cadeira de rodas?
A nova?
Que nova?
— Não, mãe.
— Ela… Ela diz… Espero que isso torne sua vida mais fácil. M.
Oh meu Deus, Marcus.
— Marcus. — eu inspiro.
— Eu pensei que vocês dois não fossem algo tão sério, Kat?
— Então…
Eu disse que trabalhava duro e não podia pagar por isso. Ele deu
a ela. Te disse que meu chefe era um idiota. Ele consertou isto. Marcus
está tentando me provar que vale o meu tempo e eu estou começando a
acreditar nisto.
— Mãe…
Meu coração dói, sei que não posso argumentar e tirar isso dela.
Também sei que de alguma forma Marcus planejou isso, então estou em
dívida com ele. Parte de mim quer dever a ele; a outra parte está com
medo. Isso, porém — isso faz meu coração palpitar. Hoje foi, com
certeza, um dos melhores dias da minha vida. Quando retornei ao
trabalho meu chefe pediu desculpas, aumentou meu salário e reduziu
minha carga horária.
— Eu tenho que ir, mãe, mas vou ajudá-la a montar, assim que
estiver em casa.
— Marcus está? — pergunto, inclinando o quadril contra a mesa
da recepção.
— Candy está?
— Ele me disse para vir aqui. Se você não gosta, pode discutir
isso com ele. Vou ver Candy.
Com isso, passo direto por ela e subo para o escritório de Candy.
Ela está sentada em sua mesa ao telefone, mas quando entro ela
termina a ligação e salta, andando com pressa e jogando os braços ao
meu redor.
— Por quê?
— Sim.
— Por quê?
— Eu não sei.
— Marcus é um jogador.
Eu rio baixinho.
Ele geme baixo e puxa minha saia para cima, arrancando seus
lábios dos meus. Ele enterra a cabeça no meu pescoço, beijando
enquanto seus dedos deslizam subindo pelas minhas coxas, fazendo
pequenos arrepios aparecerem em todos os lugares que toca.
— Deus, sim.
— De nada.
— Marcus. — eu sussurro.
— Sim.
— Sim. — grunhe.
Eu sorrio timidamente.
Ele me estuda.
— Eu sei.
— Ok.
KATIA
Bang, bang, bang.
— Perdão? — digo.
Meu pai.
— Eu…
Eu não posso acreditar que é ele. Será que ele sabe sobre mim?
Será que ele sabe que tem uma filha? Quero fazer minha voz sair, mas
isso não acontece. Ela desapareceu. Estou vazia. Não consigo falar. As
emoções se reviram dentro do meu corpo, tantas perguntas vêm à
minha mente, mas a única coisa que consigo é aumentar a curiosidade
sobre o homem a minha frente.
Eu sou fil…
— Eu…
Eu pestanejo.
— Espere!
Eu continuo caminhando.
É uma mentira, nem sei por que eu disse isso, mas estou em
pânico de repente. Meu pai está na minha frente. Meu pai. Como diabos
supostamente eu deveria entender ou lidar com isso? Seus olhos
demonstram as mesmas palavras e eu engulo o nó que está se
formando na minha garganta.
Ah Merda.
— Me responda, garota.
— É Sandra, não é?
— Eu não sabia.
Oh Deus. Oh Deus.
— O quê?
Ele não sabia? Ele tinha que saber. Como poderia não saber?
Oh Deus.
O quê?
Oh Deus.
Matar.
MARCUS
Katia fica mole em meus braços. Merda. Lentamente a coloco no
chão e ela escorrega sem sequer vacilar. Eu levanto o olhar para o pai
dela — Porra, seu pai. — e o olho ferozmente.
Ele está olhando fixamente para Katia. Seu rosto está sem
expressão, mas há uma emoção em seus olhos. Uma emoção profunda.
Ele não sabia sobre ela. — Porra. Lentamente, ele levanta os olhos até
mim.
— Sandra Bennett.
— Porra. Porra.
Eu bufo.
— Com todo o respeito, Pierre, você não sabia que ela era sua
filha até cinco minutos atrás. Você não sabe porra nenhuma.
Seus olhos se movem rapidamente para ela e depois para mim.
Ele enfia a arma em sua calça, olha para Katia mais uma vez e
rosna.
— É uma promessa.
— Chefe?
— O quê? — ele rosna. — Por que diabos aquele filho da puta foi a
sua casa?
Eu exalo alto.
Silêncio.
— Você me ouviu.
— E ela está envolvida nisso?
Porra.
Capítulo Dezoito
ANTES
MARCUS
— Feche os olhos, Katia.
Eu zombo.
Eu nos levo a uma praia deserta, onde pago uma boa quantia
para ter uma mesa arrumada. Um homem segurando uma garrafa de
vinho está esperando ao lado da mesa iluminada com velas e aceno
para ele quando saio do carro. Ando para o lado em que Katia está e
abro a porta. Olho para ela e quero que meu coração sinta algum tipo
de remorso. Mas não há nenhum. Estou fazendo o que tenho que fazer
e ela apenas está se beneficiando com isso.
— É. Venha.
— Surpresa.
KATIA
Oh. Meu. Deus.
— Marcus? — inspiro.
Oh Deus.
— Aceito o quê?
— Casar comigo.
— Sim.
Capítulo Dezenove
AGORA
KATIA
Meu coração dói.
Ele está mentindo para mim. Eu posso ver isso. Posso sentir isso.
— Basta, Katia.
— Ah, Vá se foder!
— Basta. — adverte.
— Sim.
Oh. Merda.
Foda-se ele.
Foda-se tudo.
— Querida. — diz Dusty, encostado na parede de tijolos ao meu
lado. — Isso vai abalar!
Sei que isso irá chateá-la, que eu não tenha ido diretamente para
ela, mas precisava de alguém que me permitisse apenas desabafar e
deixasse meu cabelo para baixo. Por isso, Dusty é incrível. No momento
em que cheguei e disse o que aconteceu, ele me arrumou e me levou
para sair. Nós bebemos doses, dançamos e agora estamos bêbados
contra uma parede de tijolos, acendendo um baseado. Sim, eu vou
fumar. Não, eu não me importo.
— Ohhh.
— Eu também.
— Ollláaaaaaa.
— Olá, marido.
— E alta, Bendito.
— Me foda.
— Eu gostaria, mas você não está aqui. Você poderia vir aqui e
poderíamos fazer… agora mesmo.
— Inferno.
— Por quê?
Ele sorri de modo malicioso, mas não diz nada. Apenas o coloca
em seus lábios, acende e traga profundamente. Oh nossa, isso é quente.
Ele faz isso mais duas vezes e, em seguida, sopra a fumaça lentamente,
enchendo o carro. Sexy. Porra. Estendo a mão para pegá-lo, mas ele
nega com a cabeça.
— Sim. — choramingo.
Ele ressoa grave no fundo de seu peito, estende a mão entre nós,
empurrando as calças para baixo e liberando seu pau.
Oh. Sim.
Porra.
Santa. Merda.
Meu Deus.
Oh nossa.
Humm.
— Me foda, Marcus.
— Porra.
— Sim — grito.
Ele faz. Ele monta minha bunda, seus dedos ainda fechados ao
redor do meu queixo e sua outra mão em meu quadril, usando-o para
controlar seus impulsos. Dói nos primeiros cinco minutos, em seguida
seu dedo está no meu clitóris e de repente, isso parece bom — não é
maravilhoso, mas é bom.
Ele recua.
KATIA
— Como se sente? — Candy sussurra ao telefone.
Ela suspira.
Eu bufo.
— Não era para ser a nossa noite de núpcias. Nós viemos a Vegas
para trabalhar, uma coisa levou a outra, tomamos muitas bebidas e…
— Katia.
Oh. Sim.
Dou um risinho.
— Vá pegá-lo, tigresa.
MARCUS
Está feito.
Nunca estive tão feliz nos últimos dez anos. Mesmo sendo a
companhia de Katia animada e divertida. Especialmente esta noite,
quando a deitei sobre a cama e a fodi de um modo profundo e com
força, ela gritou meu nome em questão de minutos e depois novamente,
pouco tempo depois. Porra, a maneira como ela reage quando estou
dentro dela é excitante. Certamente, não vai ser monótono tê-la em
minha cama com frequência.
E mesmo que ela não saiba o que significa para mim ou o que não
significa, eu sei que sou a escolha certa para ela.
MARCUS
Deito o corpo dela em cima da cama. Ela está
fora de si — Porra, já estou pronto para me
aproveitar dela depois da maneira como a fodi no
carro. Nunca deixa de me surpreender o quanto ela
é tão linda. A maneira como reage quando estou dentro dela é muito
gostosa. O jeito que perdeu o controle comigo… porra. Katia Tandem é
uma doce, doce mulher.
A ela… e comigo?
— Katia, acorde.
— Katia. — chamo.
Seu corpo sacode e ela parece ofegar por ar? Alguma coisa está
presa na sua garganta? Sua pele está se tornando um tom azul mais
escuro e eu não tenho tempo para pensar. Algo está bloqueando suas
vias respiratórias. Viro-a de costas e seguro seu corpo contra o meu
com mão ao redor de seu peito. Depois coloco meus dedos em sua boca
e deslizo-os em sua garganta. Ela engasga. Em seguida, está vomitando
tudo sobre si mesma e no chão.
— Marcus? — chama.
Não.
Medo.
De perdê-la.
Porra.
KATIA
Minha cabeça lateja quando corro os dedos pelo meu cabelo no
chuveiro pela manhã. Deus, me sinto sem forças. Não me lembro de
muita coisa. Lembro até o ponto onde Marcus me fodeu profundamente
e muito bem no carro — e nossa, foi uma experiência erótica — e depois
tudo ficou branco. Acordei sozinha na minha cama e sem nenhuma
pista de como cheguei lá.
Hein?
Ela dá de ombros.
— Acho que sim. Ele disse esta manhã que tinha que ir
urgentemente.
Meu coração afunda. Por que ele não deixaria um bilhete? Ou
ligaria? Ontem à noite… no carro… pensei que algo havia mudado. Ele
estava diferente comigo. Aconteceu alguma coisa. Algo que não percebi
nele. Eu forço um sorriso e agradeço a Judy, então me apresso para
fora, pegando meu telefone.
MARCUS
Porra.
Eu odeio.
Sou um idiota.
Ela é um contrato.
Quando voltar deste descanso, não tenho escolha, a não ser voltar
ao que era.
Eu preciso.
Capítulo Vinte e Dois
AGORA
KATIA
Já se passaram dois dias.
Eu não compreendo.
MARCUS
Pedaço de merda.
Monstro.
Idiota.
Eu precisava.
KATIA
Ele saiu novamente.
Por dois dias, não veio a minha cama e fez amor comigo.
Eu pestanejo.
Ah Merda.
— Mamãe…
Merda.
Droga.
— Entre, mamãe.
Elas me seguem e conduzo-as para a cozinha, onde começo a
preparar o chá. Enquanto ele está fervendo, me viro para ela.
— Eu percebi isso.
— Não, mamãe. Não pode ser. Ele me diria. Marcus trabalha aqui;
ele sai a negócios e guarda para si mesmo. É isso.
— Bem, ele conhece seu pai de alguma forma, o que significa que
seu pai tem agora acesso à sua vida.
Deus.
Isso é uma mentira. Sei que ele está. Vi isso nos olhos dele.
— Eu não sei.
Isso não responde à minha pergunta, que significa que ela ainda
se importa. Provavelmente sempre se importou. Eu compreendo; afinal
de contas, estou com Marcus, não importa o quão horrível ele pode ser,
porque o amo profundamente.
KATIA
Depois que minha mãe sai, aproveito o tempo
para processar o que ela disse. Eu tenho a forte
sensação de que meu pai vai, de fato, aparecer e
tentar conversar. Uma parte de mim quer dizer a ele
para desaparecer, mas a outra parte está curiosa. Afinal de contas, ele
não sabia sobre mim. Não é como se apenas tivesse decidido sair da
minha vida. Além disso e se eu tiver irmãos?
E ela está procurando por problemas. Está escrito por todo seu
rosto.
Tenho certeza que ela já sabe disso, mas decidiu que agir como
uma cadela é mais divertido.
Ela hesita.
— Sabe, ele me disse que nem sequer te ama. Isso me faz querer
saber porque exatamente se casou com você.
Eu vacilo.
Ela sorri.
Se não fosse pelo fato das coisas estarem tão ruins ultimamente,
eu não acreditaria nela. Mas a situação está ruim, por isso meu peito
aperta.
Ela dá um soco meu olho, com força. Quem saberia que ela tinha
essa força dentro dela? Eu tropeço para trás e minha cabeça gira. Eu
estendo a mão, pressionando-a sobre meu olho. Jesus. Acho que vou
desmaiar. Ela me bateu com força. Mesmo estando apertando o nariz e
o sangue escorrendo entre seus dedos.
— Porra.
Eu recuo.
Ele hesita, tanto que é forçado a dar um passo firme para trás.
— Nós dois sabemos que está não é a questão. Você tem estado
ausente por dias algumas vezes, não atende as minhas ligações e não
me diz onde está. O que diabos eu fiz a você?
Seu disfarce severo volta a sua feição e ele vira-se para a cozinha.
— Nada.
Foda-se ele.
Foda-se tudo.
MARCUS
Estou andando de um lado para o outro.
Ou deixá-la lá.
Porra.
KATIA
Pressiono meu rosto no travesseiro encharcado de lágrimas.
Minha cabeça está latejando, meu olho inchado está fechado e meu
coração dói. Já faz uma hora e ele não veio atrás de mim. É claro que
não me seguiu. Aonde foi que errei? Quando foi que me deixei
transformar numa marionete? Ele não me ama. Sou apenas algo
conveniente. Ele provou isso esta noite.
O que eu faço agora?
Deus.
Ele desce beijando o meu corpo. Sua boca se move sobre a minha
carne e suas mãos me acariciam de uma forma que nunca havia
sentido. É tão amoroso. Tão diferente dele. Meu coração dói com a
beleza do que ele está me mostrando e eu quero mais. Muito mais.
Quando sua boca pousa entre as minhas pernas sobre a minha
calcinha, eu gemo o seu nome e arqueio contra ele.
Ele vai um pouco para trás e respira sobre minha boceta. Quente.
Seus dedos se engancham em minha calcinha e a puxam, antes de
colocar a boca de volta entre as minhas pernas e chupar
profundamente. Tão profundo que estou gritando seu nome em questão
de minutos. Com meu corpo tremendo, abro minhas pernas para ele
quando se move sobre mim. Então, ele me penetra profundamente.
— Marcus. — gemo.
MARCUS
A luminária em minha mão atravessa o quarto e
quebra em minha porta. Cerrando os punhos, caio
sobre a cama e pressiono meu rosto nas mãos. Que
porra estou fazendo? Quando diabos mudei de não
dar a mínima para ela para sentindo alguma coisa? Isto não
era para acontecer. Não era, porque eu sou Marcus
Tandem.
KATIA
Eu me sinto incrível.
Marcus Tandem.
Paraíso.
— Eu vejo.
— Sim, preciosa.
MARCUS
Meu pé bate com força na calçada enquanto clareio minha
cabeça. Feliz. Despreocupado. Vivo. É assim que me sinto hoje. Está
sendo um bom dia. Tudo correu perfeitamente. Sem discussões. Sem
tensão. Pela primeira vez em toda a minha vida, eu estou contente. É
um sentimento que ainda estou processando; afinal, nunca senti isso
antes.
Porra.
KATIA
— Argh! — grito, jogando minha bolsa em
cima da cama e batendo o pé, sim, batendo-o.
— Olá marido.
Ele sorri.
— Compre outra.
Ele bufa.
— Katia.
— Vamos lá, Marcus. Não pode entrar aqui assim e esperar que
eu não queira lamber você.
— Vai ficar me tocando, Katia, ou vai fazer a minha vinda até aqui
valer a pena.
E eu faço.
MARCUS
— Apenas encontre, não me importo onde e nem com o valor.
— Isso é sério?
— Vá se foder, Mack.
Porra de amor.
Foda-se isso.
KATIA
K,
Apenas porque.
Certo.
KATIA
— Deus, o dia de hoje parece uma eternidade.
— gemo para Candy quando sentamos na mesa da
recepção, fazendo alguns arquivamentos.
— Nem me fale.
Suspiro.
— Katia, não é?
Estou confusa.
Estico meus braços para a frente e coloco o telefone onde ele não
possa vê-lo.
Ah, claro.
Maluco.
— Eu sei quem você é, Walter. Também sei o que veio fazer aqui e
vou dizer, antes que você comece, que não estou interessada.
É Marcus.
— Boa menina. — Marcus elogia. — Não deixe que ele saiba que
sou eu. Ele é perigoso, Katia. Ele também é louco e vai dizer qualquer
coisa para te deixar com dúvidas. Ele quer esta empresa e está disposto
a fazer tudo que puder para conseguir.
— Obrigada.
— Você é um mentiroso.
Eu vacilo novamente.
Meu pai.
Oh Deus.
— Foi isso que pensei. Seu marido está mexendo com alguma
merda perigosa e ele vai se machucar se não parar. Estou aqui para
fazer um acordo com ele.
— Solte-a, Walter.
— É verdade? — sussurro.
Meu pai.
Capítulo Vinte e Sete
AGORA
KATIA
Meu telefone toca constantemente enquanto
dirijo para o local de trabalho do meu pai. Minha
mente está divagando e sinceramente, não sei o
que pensar. Minha vida parecia ir bem e agora
sinto que ela está fora de controle novamente. Marcus é perigoso?
Ele é um homem ruim? Será que ajuda os homens maus? Será que
está mentindo para mim? É demais.
Muito profissional.
Jesus.
— Hum, sim. Apenas vou ligar para ele. Qual é o seu nome?
— Katia.
Cuspida.
— Katia.
Acho que ele não gostou de ter uma irmã. Tudo bem por mim.
Eu engulo.
— Sempre quis ter uma irmã. Você tem alguma amiga gostosa?
Meus olhos se movem para Ford, que ainda não disse uma
maldita palavra. Ele está olhando ferozmente para mim, parecendo
mortal. Pierre segue o meu olhar e olha para seu filho.
Os olhos de Ford fuzilam seu pai e, numa voz grave e rouca, ele
murmura:
— Vá se foder, vadia.
Oh, nossa.
— Katia, eu sinto muito por isso. Por que você está aqui?
— Voltem ao trabalho.
Com isso, sigo Pierre pelo corredor até os sons das risadas de
Wyatt e Landon diminuírem. Um som que de certo modo gostei.
— Uma história de cada vez. Antes de tudo, estou feliz que você
esteja aqui, Katia.
— Eu não vim aqui por você, Pierre. Vim aqui por respostas.
Ele vacila.
— Perdão?
— Não se faça de bobo pra mim, Pierre. Eu não sou uma garota
estúpida; minha mãe me criou melhor. Sei que você é um homem ruim;
ela também me falou sobre isso. O que quero saber, de modo claro e
direto, é se o meu marido também é um homem ruim
Ele olha fixamente para mim por um longo tempo, então suspira e
murmura.
Oh.
— Sim.
Eu fico de pé.
MARCUS
Onde diabos ela está? Já se passaram seis horas e
não tenho notícias dela. Porra, o que diabos estou
fazendo? Eu estou preso nessa maldita espiral
emocional que não consigo sair. Eu a quero. Não
quero. Não é assim que as coisas deveriam ser. Isto era para
permanecer livre de emoções e sem problemas e, no final dos dois
anos, deveria acabar. Não isso. Não estes sentimentos.
Meu telefone toca, fazendo com que meu corpo hesite. Eu estive
andando de um lado para o outro em meu escritório pelas últimas duas
horas, esperando que ligasse. Ela não ligou. Ao som do meu telefone
tocando, corro até ele, estendendo a mão e pegando-o sem olhar para o
visor.
Ele suspira.
Porra.
— Obrigado. — murmuro.
— Ela ama você, Marcus. Por alguma razão. Por causa disso,
estou saindo do caminho e deixando-a ir. Não me dê um motivo para ter
que caçá-lo.
Há um longo silêncio.
— Marcus?
KATIA
Sem expressão, encaro fixamente a parede branca. Eu não sinto
nada. Absolutamente nada. Todo o meu mundo está desmoronando a
minha volta e não tem ninguém para me sustentar. Dusty está
tentando, mas não o quero. Candy telefonou, mas não atendi. Liguei
para Marcus, e ele me disse que estava a caminho, mas não me sinto
bem. Minha mãe está numa cirurgia, Ellie está histérica e eu estou
sentada aqui sozinha. Dusty saiu há meia hora para tomar um café.
— Baby.
— Sua mãe saiu da sala de cirurgia e está passando bem. Ela teve
alguns ossos quebrados e uma rápida hemorragia interna, mas
remediamos os danos. Ela sofreu um leve traumatismo craniano, mas
estamos esperançosos de que vá ter uma recuperação progressiva. Ela
teve muita sorte.
— Tudo parece bem, Katia. Acho que ela vai se recuperar bem e
isto não vai atrasar o seu progresso.
Minha mãe olha para mim. Seus olhos estão com hematomas
escuros e ela tem uma bandagem em torno de seus cabelos. Há tubos
por toda parte, mas fora isso ela está melhorando.
— Eu sinto muito, bebê. — sussurra com a voz rouca.
— Não a perturbe.
— Sim.
Quando ele me leva para fora, percebo que o que Marcus me deu
esta noite foi um pedaço dele que tenho procurado desde o ano
passado. Ele se abriu. Me mostrou que talvez, apenas talvez, estivesse
errada sobre ele.
Não faço ideia de que no dia seguinte, meu mundo inteiro vai
desmoronar ao meu redor.
E que a Katia que sou, vai morrer.
Como um monstro.
Capítulo Vinte e Nove
AGORA
MARCUS
Porra.
Eu estou fodido.
KATIA
Eu bufo.
Ele ri atrás de mim e percebo que amo este som mais do que
qualquer coisa.
— Eu quero panquecas.
Ele bufa.
— E bacon.
Um sopro.
— Estou tão aliviada por mamãe estar bem. A primeira coisa que
vou fazer é ir vê-la.
— Está?
— Olha, não gosto disto e não estou dizendo que um dia… — digo
pensando quando tivermos filhos. — …concordarei, mas por enquanto,
não está afetando a minha vida.
— Não vai ser para sempre. Estou saindo como combinamos, mas
essa merda leva tempo.
— Sim.
— Merda.
— Sim.
Ele rosna.
— Não, Katia.
— Humm.
KATIA
Me agacho e pego o envelope de papel amarelo
que está do lado de fora da porta do escritório. Viro
e vejo meu nome impresso nele. Olho em volta
confusa. Não há ninguém por perto, então não
tenho ideia de como isso chegou aqui. Dou de ombros, coloco-o debaixo
do braço e caminho para dentro. Candy está na recepção esperando por
mim.
— Ei docinho.
Eu sorrio.
— Eu também, acredite.
— O que é isso?
— São papéis.
É na quarta página que leio algo que muda meu mundo inteiro.
Quando olho fixamente as palavras, todo o meu corpo paralisa. Os
cabelos na parte de trás do meu pescoço se arrepiam com algumas
palavras que chamam minha atenção.
Negócios.
Minha visão embaça e sei que Candy está gritando alguma coisa
para mim, mas não consigo compreender as palavras. A cadeira
embaixo de mim se move quando levanto, entorpecida.
Um contrato.
— Isso é real?
— Katia…
— Vá se foder, Katia.
— Não se atreva. — grito e todo o meu corpo começa a tremer. —
Eu me apaixonei por você, seu bastardo doente. Agora me diga, seu
covarde filho da puta. Tenha bolas e me diga.
— Sim.
Plaft!
Plaft!
Plaft!
Plaft!
— Saia, Katia.
— O quê?
Eu vejo a pura raiva em seus olhos e seu maxilar está tão firme
que sei que ele está cerrando os dentes. Olho fixamente para ele,
realmente olho. Tão belo quanto fodido. Um desperdício de perfeição.
Me levanto, apesar de todo o meu corpo estar tremendo. Ele quer que
eu vá embora. Eu vou.
Há sim.
MARCUS
Lanço meu punho na bancada repetidas vezes, meu corpo inteiro
está quebrando em pedaços quando a vejo sair. O sangue escorre pelos
nós dos meus dedos, mas não é nada comparado com a dor no meu
coração. É uma emoção estranha, algo que eu nunca tinha sentido, mas
que me rasga de um lado ao outro, cortando minha alma em pedaços.
Meu coração parece que vai explodir e a necessidade intensa de
arranhar meu próprio peito só para parar com isso, está me
impulsionando ao limite.
— Eu ouvi o que disse. O que está errado com você? Você não vê
o que acabou de fazer? Que porra poderia possuí-lo a ponto de desistir
de tudo pelo que você já trabalhou?
— Você não vê, não é, Mack? Mesmo quando consigo ver de forma
tão clara agora.
— Ver o quê?
Fim da Parte 1