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DIREITO ADMINISTRATIVO

Processo Administrativo – Interessados e Competência II


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PROCESSO ADMINISTRATIVO – INTERESSADOS E COMPETÊNCIA II

AÇÃO POPULAR E MANDADO DE SEGURANÇA

• São formas de controle da Administração Pública.


• A ação popular está prevista na Constituição Federal.
• A doutrina classifica a ação popular como remédio colocado à disposição
do cidadão para defesa do patrimônio público:

Art. 5º LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patri-
mônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e do ônus da sucumbência; (imune às custas judiciais)

• Histórico: no cenário jurídico brasileiro, podemos destacar a existência da


ação popular já na Constituição do Império, sendo que, no regime imperial,
temos sua previsão tanto na doutrina como em raros textos legais, mere-
cendo destaque o artigo 157 da Constituição do Império, que assim dispu-
nha:

Art. 157: Por suborno, peita, peculato e concussão haverá contra eles a ação po-
pular, que poderá ser intentada dentro de ano e dia pelo próprio queixoso ou por
qualquer do povo, guardada a ordem do processo estabelecido na lei.

Atenção!
O autor é isento de custas e do ônus da sucumbência, salvo comprovada má-fé.

• Supremo Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ) paci-


ficaram a natureza das custas judiciais como taxas:
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A isenção de que goza a Fazenda Pública, nos termos do art. 39, da Lei de Execu-
ções Fiscais, está adstrita às custas efetivamente estatais, cuja natureza jurídica
é de taxa judiciária, consoante posicionamento do Pretório Excelso (RE 108.845)
(...).
(REsp 1.107.543/SP, julgado em 24.03.2010).

 Obs.: Segunda doutrina majoritária (entendimento adotado pelo STJ), para


comprovar que é um cidadão, a pessoa precisa apenas apresentar o título
de eleitor. Segundo uma corrente minoritária, é necessário apresentar o
título e comprovar a regularidade.

• Legitimidade ativa – cidadão:

Lei n. 4.717/1965
Art. 1º Qualquer cidadão será parte legítima para pleitear a anulação ou a decla-
ração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos
Estados, dos Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente os segura-
dos ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais autônomos, de institui-
ções ou fundações para cuja criação ou custeio o tesouro público haja concorrido
ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de
empresas incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados
e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades subvencionadas
pelos cofres públicos.

• E como se prova a cidadania em juízo? Apresentando o título de eleitor. A


regularidade deve ser contestada pela parte ré.
• Apenas a pessoa física pode ser cidadão: Súmula n. 365/STF: “Pessoa
jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.” “De início, não me
parece que seja inerente ao regime democrático, em geral, e à cidadania, em
particular, a participação política por pessoas jurídicas. É que o exercício da
cidadania, em seu sentido mais estrito, pressupõe três modalidades de atua-
ção cívica: o ius suffragii (i.e., direito de votar), o jus honorum (i.e., direito de
ser votado) e o direito de influir na formação da vontade política através de
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instrumentos de democracia direta, como o plebiscito, o referendo e a inicia-


tiva popular de leis (...). Por suas próprias características, tais modalidades
são inerentes às pessoas naturais, afigurando-se um disparate cogitar a sua
extensão às pessoas jurídicas. Nesse particular, esta Suprema Corte sumu-
lou entendimento segundo o qual as" pessoas jurídicas não têm legitimidade
para propor ação popular" (Enunciado da Súmula 365 do STF), por essas
não ostentarem o status de cidadãs. (...) "Deveras, o exercício de direitos
políticos é incompatível com a essência das pessoas jurídicas.” [ADI 4.650,
rel. min. Luiz Fux, P, j. 17-9-2015, DJE 34 de 24-2-2016.]
• Necessário estar em pleno gozo dos direitos políticos:

Lei n. 4.717/1965
Art. 1º, § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título
eleitoral, ou com documento que a ele corresponda.” (não há a obrigação da de-
monstração da regularidade eleitoral)

• Pode o Ministério Público ajuizar a ação popular? Não. Apenas poderá


atuar em juízo como custos legis.
• E se o autor popular desistir da demanda?

Lei n. 4.717/1965
Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão
publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando
assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público,
dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o pros-
seguimento da ação.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a
aula preparada e ministrada pelo professor Renato Borelli.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela
leitura exclusiva deste material.
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