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O PROBLEMA DO MAL: DOS PRIMORDIOS DA CIVILIZAÇÃO À

CONTEMPORANEIDADE

Aula 1- O mal nos mitos da Antiguidade


- Apresentação dos professores
- Introdução: a condição humana e o sofrimento nas tradições espirituais.
- Notícias da tradição: hinduísmo, taoísmo, as religiões abraâmicas, a religião políade.
- Prometeu, Pandora e o mito das raças em Hesíodo: o estabelecimento da condição humana.
- A expulsão do Éden: mortalidade, trabalho, envelhecimento, as dores do parto. Análise
comparada dos dois mitos: a consciência como dádiva e como fardo.
- Algumas notícias extraviadas: o Zoroastrismo, o Culto de Orfeu.
Aula 2- O mal na filosofia antiga
- O mal cosmológico: a República e o Timeu de Platão. A bondade constitutiva do mundo, e o
elemento de resistência ao Bem.
- O mal na vida humana: a eudaimonía (felicidade) e a eutykhía (boa fortuna) em vários
momentos.
- A sabedoria trágica e o Homem como joguete dos deuses (Édipo tirano, Édipo em
Colono, Medeia, o Livro I das Histórias de Heródoto)
- O Eutidemo de Platão e o sábio que forja a própria fortuna; a Apologia, e a impossibilidade
de que o mal incida sobre os bons.
- Os estoicos e a bondade essencial na pura imanência – a inexistência do mal no cosmos, o mal
humano como ágnoia.
- Os estoicos e a bondade essencial na pura imanência – a inexistência do mal no cosmos, o mal
humano como ágnoia.
AULA 3- Os estertores da Grécia e o mal como privação
- Os elementos trazidos pela revelação Cristã.
- Plotino e o neoplatonismo pagão – as gradações do Bem e a matéria como princípio ontológico
do mal.
- O neoplatonismo cristão e a teologia negativa. Dionísio Pseudo-Areopagita e a inefabilidade
do Bem.
- Agostinho de Hipona – a insubstancialidade do mal. “Toda natureza é boa”; a matéria informe
não é um mal.
- Tomás de Aquino – o De malo e o paradoxo da liberdade humana. A possibilidade da opção
pelo mal é, em si mesma, um bem.
AULA 4- A gnose antiga e o niilismo moderno
- As religiões gnósticas e o mal constitutivo do mundo. A vida como cárcere, a morte como
libertação.
- Correntes, origens e escolas gnósticas da Antiguidade: Síria, Egito, Pérsia. Mazdeísmo e
Maniqueísmo.
- O Nag Hammadi: uma antiga notícia escavada.
- Conexões: Hans Jonas e a relação entro e gnosticismo antigo e o niilismo
moderno/contemporâneo. Hans Jonas e os pressupostos gnósticos da ciência moderna.
- Conexões: Eric Voegelin e os pressupostos gnósticos das utopias políticas totalitárias.
Aula 5- Schopenhauer: o mundo como expressão da vontade
- O conceito de “vontade” a partir dos conceitos de “ideia” e “coisa-em-si”, de Platão e Kant.
- O véu de Maya: a ilusão do princípio de individuação gerada a partir da manifestação da
vontade no espaço e tempo
- O mundo como palco da tragédia do desejo e do sofrimento. Relação com o conceito budista
de “samsara”.
- A metafísica do pessimismo.
- Possibilidades de fuga ao domínio da vontade: estado estético e ascético.
Aula 6- Dostoiévski: o mal sob a máscara do humanitarismo
- A condição trágica do ser humano e a queda no abismo polifônico.
- A utopia da síntese como prefiguração da desgraça.
- O novo Anticristo: de inimigo a “salvador” da humanidade
- O dilema do homem moderno: liberdade x felicidade mundana.
- A experiência do mal como parte do caminho trágico do ser humano.
Aula 7- Jung: o dilema de Jó e a sombra de Deus
- Crítica ao conceito agostiniano do Summum Bonum.
- Sombra Individual e sombra coletiva: o problema da projeção.
- Etapas do Processo de Individuação: o caminho em direção ao centro da psique (Self).
Relações com a experiência mística.
- A necessidade da aceitação do mal para a experiência da totalidade.
- Os Sete Sermões aos Mortos: hermetismo e gnose na obra de Jung.
Aula 8 - Kafka: a mística da desgraça
- Crítica à tradição judaica: o exílio permanente de Deus.
- Utopia negativa: o mundo como paraíso do desencanto e a impossibilidade de redenção.
- O Processo e O Castelo: o mal sob a forma da autoridade e a dissipação do indivíduo frente a
engrenagem monstruosa e cega da burocracia.
- Na Colônia Penal: a máquina como a expressão da instrumentalização e da ausência da
organicidade da vida.
- A Metamorfose: a animalidade como retrato do absurdo da existência.
Aula 9- O melhor e o pior dos mundos
- O princípio da razão suficiente e o princípio do melhor em Leibniz.
- O melhor dos mundos possíveis de Leibniz. Considerações sobre o problema do mal
nos Ensaios da Teodiceia.
- A repercussão do Grande Terremoto de Lisboa em 1755 e a sátira no Cândido de Voltaire.
- O fim da Idade Média como lição sobre a evolução da humanidade face às grandes tragédias.
- As duas Grandes Guerras do Século XX e a capacidade de evolução moral do ser humano.
Aula 10- O Iluminismo, a natureza humana e suas relações com Deus
- O Iluminismo e a natureza humana.
- O Iluminismo e Deus.
- Hume e as refutações das “provas” tradicionais da existência de Deus.
- O Iluminismo como fonte moral. Ideias e instituições que trouxeram progresso à humanidade.
- A fragilidade dos ganhos trazidos pelo Iluminismo e a tragédia da condição humana.
Aula 11- O Holocausto e a crise do Iluminismo
- A concepção de Holocausto como uma “tempestade perfeita” na qual convergiram as mais
diversas formas de injustiça.
- O caráter único do Holocausto.
- Como seres humanos comuns se tornam capazes de cometer atrocidades quase impensáveis.
- Novas considerações sobre a instabilidade das instituições e valores construídos pelo
Iluminismo
- Novos e potentes ataques ao progresso iluminista, cujo impacto é ampliado por um cenário de
apatia e cinismo no Ocidente.
Aula 12- A realidade incontestável do mal e suas articulações com a moral
- Argumentos morais para a existência de Deus.
- A redundância de fontes morais metafísicas: uma analogia com a filosofia da matemática e
com a estética.
- Como assumir a existência do mal como verdade incontestável e absoluta num mundo
totalmente material? Uma perspectiva naturalista sobre como os valores emergem da evolução
biológica.
- Uma alternativa ao naturalismo: a tradição e o sagrado como fontes morais na filosofia de
Roger Scruton.
- Iluminismo e conservadorismo.
Aula 13 - A literatura como lugar da experiência do Mal

- As angústias de Santo Agostinho e a origem do Mal


- Paul Ricoeur e a fenomenologia do Mal
- Emily Brontë: o duplo entre erotismo e morte
- Proust: a contrapartida do Bem para o Mal
- Bernanos: a literatura e o diabólico
Bibliografia
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_____. Os Demônios. São Paulo: 34, 2004.
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