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Amais completa mensagem_ sobre VEGETARIANISMO Ditada pelo espirito de RAMATIS * Psicogratia de HERCILIO MAES O VEGETARIANISMO DE RAMATIS Pergunta: — Irm&o Ramatis; de- sejavamos esclarecimentos mais &m- plos sébre a alimentacdo vegetaria- Da, & qual tem despertado sérias controvérsias. Muitos afirmam que 9 vegetarianismo 6 apenas tradic¢ao religiosa! Que podeis nos dizer a respeito? Ramatis: — A preferéncia pela alimentag&o vegetariana, no Oriente, baseia-se no conhecimento de que A medida que a alma progride, a lei de correspondéncia vibratéria espi- ritual, exige, também, que o vestud- rio de carne se Ihe harmonize ao Progresse j4 alcancado. Mesmo nos reinos inferiores, a nutrigdo varia conforme A delicadeza e a sensibili- dade das espécies; enquanto o ver- me se alimenta no sub-s6lo, o beija- flér, que 6 poética figura alada, sus- tenta-se com o néctar das fl6res. Os iniciados indis sabem que os despdjos sangrentos da alimentagéio carnivora fazem recrudescer 0 a- tavismo das paixdes animais. Em- bora os principios superiores da alma devam sempre sobrepujar as injungdes da matéria, séo raras as criaturea que se libertam da opres- so vigorosa das tendéncias heredi- tarias da Pergunta: — Mas a alimentacéio carnivora, ‘principalmente no Ociden- te, j4 6 um h&bito profundamente eatratificado ne psiquismo humano! crémos que nés estamos organica~ mente condicionados a ingest&io de carne; sentimo-nos debilitados ante a sua mais reduzida falta! Ramatis: — J& tendes provas ir- recuséveis de que podeis viver e go- Zar Otima sadde sem recorrerdes & alimentacéo carnivora , visto que, Para provar’o vos#e equfvoco, bas- teria considerar a existéncia, em vosso mundo de animais corpyjen- tos e robustés come o elefante, o boi, o camelc, o cavalo e muitos ‘outros, bastante corpulentos e ro- bustos, de um vigér extraordin4rio, e que, entretanto, s&o rigorosamen- te vegetarianos. Quanto ao condicio- namento organico, pelo hdbito de comerdes carne, deveis compreender que o orgulho, a vaidade, a hipocri- sia ou @ crueldade, também sao es- tigmas que se forjaram s.rav4s jos séculos, mas tereis que eliminélos ¢>finitivamente do vosso psiquismo! © fumo € o aso imodcrado do alcool também sv ¢ :traficam na vossa me- méria etérica; no er.‘anto, nem por isgo os justificais como ornamento As vossas almas invigilantes! a Reco* nhecemos que através dos miénios j& percorridos no crescimento de nossas consciéncias individuais, fos- tes estigmatizados com 0 ‘vitalismo etérico” da nutric&o carnivora. Mas importa reconhecerdes que j4 ul- trapassais os prazos espirituais de- marcados para a continuidade su- portavel dessa alimentacio .mérbida e cruél! Na técnica evolutiva side- ral, 0 estado “psico-fisico” do ho- mem atual exige urgente aprimo- ramento ho género de alimentacio; deve corregponder, também, as pro- prias transformacdes progressistas que j4 ocorreram nu esfera da cién- cia, da filosofia, da arte, da moral e da religiio! © vosso modo de nutrigéo ¢ um desyio psiquico, uma perversio do gosto e do olfato; aproximai-vos consideravelmente do rude selvagem, nessa atitude de sugar tutane de 6ssos e de ingerir visceras na feigio de saborosas iguarias. Estamos cer- tos do que a Direg&o Sideral est empreendendo todos os seus esfér- cos, a fim de que o terricola se afas- te, pouco a pouco, da repugnante preferéncia zoofdgica! Pergunta: — Devemos considerar- nos em débito perante Deus, devido & nossa alimentacdo carnivora, quan- do apenas atendemos aos sagrados imperativos naturais da propria vi- da? fBot r Ramatis; — Enibora os antropéfa- gos também atendam aos “sagzados imperativos naturais da vida”, nem porisso endossais os seus cruéntos festins de carne humana, nem vos regozijais com as suas imundicies A guisa de alimentacdo e como a nutrigdo canibalesca vos causa es- panto e horror, também a vossa m6rbida alimentagao de visceras e virtualhas sangrentas, ao mélho pi- cante, impressiona desfavoravelmen- te as humanidades dos mundos su- periores! Essas coletividades se ar- ‘ripiam em face das descrigées dos vossos matadouros, charqueadas, a- gougues e frigorificos enodoados com © sangue do animal e a visio paté- tica de seus caddveres esquarteja- dos! Mas a antropofagia dos selvagens 6 inocente e honestissima, em rela- gio ao exato do seu entendi- mento espiritual; éles devoram o seu prisioneiro de guerra, na cAndida ilusao de herdar-lhe as qualidades intrépidas e o seu vigor sanguindrio! No entanto, os civilizados, para a- tenderem as mesas lautas e fervi- Thantes de 6rgéos animais, supere- excitam-se nos caldos epicuristicos e nos requintes culinérios, fazendo da necessidade do sustento uma ar- te enfermica de prazer! O selvicola oferece o tacape ao seu prisioneiro, para que se defenda antes de moé-lo de pancadas; depois rompe-the as entranhas e devora-o famélico, ex- clusivamente sob o imperativo de saciar a fome, as pressas, cruamen- te, distante dos cdlculos prazentei- ros! O civilizado exige os retalhos ca- davéricos servidos na forma de suculentos cozidos ou assados ao forno lento; -alega-a necessidade de proteinas, mas atraigoa-se pelo uso reguntado do vinagre, da cehola e da pimenta;. deseulpa-se pelo con- dicionamento biol6égico dos séculos de nutrigéo carpivora, mas susten- ta a ldgubre .indtistria das visceras e das glandulas enlatadas, paranin- fa a arte dos cardapios fanebres e promove condecoragées para os mes- tres da culindria animal! Qualquer pretexto entre pobres e ricos, cultos e ignorantes, cientistas ou fildsofos, serve para aumentar o massacre or- ganizado e as pitorescas festividades de carne carbonizada! Os frigorificos modernos, que exaltam e enaltecem a vossa civili- zagao, repletos de aparelhamentos eletrénicos e de precis&o cientifica, oferecem os mais admirdveis espe- taculos de eficiéncia na mé6rbida in- dastria da morte! Notdveis espe- cialistas e afamados nutridlogos es- tudam o mudo de produzir 0 melhor presunto ou a mais deliciosa sal- chicha & base de sangue coagulado! Os capatazes endurecidos na li- de, dio o toque amistoso e fazem © convite traigoeiro para o animal ingressar na fila da morte; maga- réfes habilidosos e curtidos no ser- vigo, conservam a sua fama pela ra- pidez com que esfolam o animal ain- da quente nas convulsées da agonia; veterindrios competentes, examinani minuciosamente a constituigéo or- gAnica da vitima, para que o ilustre civilizado nao sofra as consequén- cias patogénicas do assado ou do cozido das visceras! Turistas, aprendizes e estudantes, quando visitam os colossais e moder- nos edificados para a matanga em massa, onde os novos sansdos gui- Thotinam incessantemente o servidor amigo pasmam-se com os extraor- dinérios recursos da ciéncia moder- na; aqui, os guindastes sob genial operagdo mecanica erguem-se man- chados de rubro e despejam sinis- tras porcgdes de- visceras e rebota- thos palpitantes; ali, aperfeigoados cutelos, movidos por -eficaz apare- Ihamento elétrico,-‘métam com im- Placdvel exatidio matematica; acold, fervedouros, + prensas, esfoladeiras, batedeiras e tgituradeiras, executam fanebres sinfonias capazes de arri- piar os velhos caciques que apenas comiam para matar a fome! Em ar- tisticos canais e regos construidos com os azuleijos da exigéncia fiscal, jorra, continuamente, o sangue rd- tilo e generoso do animal sacrifica- do para a glutonice humana! Mas o éxito da técnica frigorifica ainda melhor se comprova, de st- bito, quando elevadores espacosos erguem-se, implacaveis, sobrecarre- gados de suinos e os depositam, do- cemente, sébre o limiar de bojudos canos de aluminio, inclinados, na feigéo de montanha russa. Rapidos, og suinos sio empurrados, em fila, pelo interior dos canudos polidos ¢ deslisam velozmente, em grotéscas e divertidas oscilacdes, para mergu- tharem, inesperadamente, nos tan- ques de 4gua fervente, a fim de atender a feliz disposicéo da técnica moderna, que assim favorece a pro- dug&éo do melhor presunto da moda! Quantos suinos ainda precisarao deslizar pela tétrica montanha russa do génio humano, a fim de que pos- sais saborear o delicioso naco de presunto para o lanche do dia? Pergunta: — XEsses métodos efi- cientes e de rapidissima execugéo na matanca animal nos frigorfficos mo- dernos, evitam os prolongados so- frimentos que eram comuns no tipo de cérte antigo! Qual 6 a vossa opiniaio? Ramatis: — Opinamos que o senso estético do espirito evoluido, sempre hé de preferir a cabana pobre e que abriga o animal,-antes do matadou- ro de mérrhore que mata sob a exi- géncia da indistria fanebre! As re- gides celestiais ‘sio paisagers teci- dag de fléreS, luzes' 6 cOres, onde se casam a brisa suave dos pensamen- tos generosog,e os sentimentos a- mordveis de ‘sua humanidade cris- tificada! “regides também sero alcancadas, um dla, mesmo por aquéles que constreem os tétri- cos frigorificos e os matadouros em moldes modernos de equipo avanga- do; mas éles nao se livrardo do re- tornarem & Terra muitas vézes pa- ya cumprirem, em si mesmos, 0 res- gate das torturas e das perturba- qées infringidas ao ciclo evolutivo dos animais! Os mé'todos eficientes da matanga cientifica, mesmo que diminuam o sofrimento do animal, ndo eximem o homem da destruigao antecipada de um conjunto vivo e que também evolui, como é © anj- mal criado pelo Senhor da Vida! 6 Deus tem o direito de extingui-lo, excepto quando ha perigo para a integridade biolégica mais avanca- da do homem! Pergunta; — Surpreendem-nos as vossas asserqes algo vivas; nfio con- ceptuamos, ainda, essa severa im- propriedade na alimentacdo carni- vora! Ramatis: — O anjo completista é © resultado de suprema delicadeza espiritual; a sua didfana tessitura e o seu cAntico inefavel aos coragdes humanos, nfo sio produtos dos flui. dos agressivos e enfermicos dos “pa- tés” de figados hipertrofiados, da famigerada “dobradinha ao mélho” ou do repasto albuminico do ‘tou- cinho enfumagado”! A substancia astral que exuda a.carne do animal, que 6 um sér ainda inferior, pene- tra nas auras dos séres humanos e thes adensa a transparéncia; subju- ga-os as energias agressivas que entaéo tolhem os altos véos do es- pirito. Qué vos adiantaria velarmos sob doce ilusdo as nossas consideracées “algo vivas’; quando sempre tereis que conhecer a realidade do vosso equivoco, nésse assunto, e, talvez, mais tarde ainda ireis deplorar a demora? Expomo-vos, o que deve ser meditado e avaliado com urgén- cia, porque os tempos séo chegados e néo h& subvers#o no mecanismo sideral! E’ mister que compreendais com toda brevidade, que o veiculo perispiritual 6 poderoso {m&, que atrai e agrega as emanagdes de- letérias do mundo inferior, reduzin- do a liberdade da alma e situando-a implacavelmente sob condigses de- pressivas! Cumpre-vos pesquizar o que & mais adequado ao vosso con- junto “psico-fisico”, porque o pro- blema é especificamente particular. E’ Jesus quem nos adeverte inteli- gentemente; “Procurai a Verdade e @ Verdade vos Salvara!” Enquanto os ligubres veiculos manchados de sangue percorrem as vossas ruas citadinas, para despejar © seu contefido sangrento nos gé- lidos agougues e atender as filas ir- ritadas, muitas reencarnagées ainda sero precisas para a vossa huma- nidade, a fim de que se cumpra a terapéutica désse deslise psiquico, predominando, entdo, as cirréses hep&ticas, tilceras, nefrites, artritis- mos, colites ténias, amebas, helmin- tos e uremia! Pergunta: — Por qué considerais que 0 homem se inferioriza ao selva- gem, na ingestéo da carne, se éle usa de processos mais eficientes e no tem por esc6po a@ tortura ou a vinganga contra o animal? Nao concordais que o homem s6 atende a um imperativo industrial? Ramatis: — O selvagem é decidido e feroz, mas apenas instinto, serve- se da carne sob a absoluta necessi- dade de nutrig&o e sem transformé- ja em motivos para outras libera- des epicuristicas. Enquanto isso, os velhos apetites do homem_pri- mitivo revivem, outra vez, ainda mais exigentes, sob as Juzes da mo- derna eletricidade, nos luxuosds ho- teis e restaurantes dos finos ambien- tes sociais dos civilizedos! Criaturas ruidésas, alacres'e apregoando ge- nial intelecto, cercam festivas mesas e devoram as gorduras animais re- gadas pelos corrosivos elegantes, enquanto afinada orquestra mistura punhados de sons aos odéres da carne carbonizada ou do cozido fu- megante! As poéticas e sugestivas mentiras expostas nos cardApios fi- dalgos, nfo livraram a responsabili- dade do homem na teimésa inges- tio das visceras do irmfo inferior! Mormente os floreios culinarios e a minuta de iguarias “sui-generis’, que atenuam 0 aspecto repugnante das vitualhas animais, essa falsa ilus&o nfo consegue esconder a rea- lidade exata do desregramento hu- mano; aqui, a “dobradinha a moda da casa” apenas disfarca o repul- sivo ensopado de estémago de boi; ali, cs “mitidos & milaneza” sdo re- talhos de vesiculas traindo o sabér amargo da bilis animal; acol4, “rins no espeto” escondem a lembranca dos 6rgaos excretores da albumina e da uréia, que se estagnam sob o cutélo mortifero! Embora lou- vando o esférco do mestre culind- rio, 0 “mocot6 & eufopéia” no pas- sa de viscoso mingau do éleo In- brificante do boi abatido; os “frios & americana” ndo vo além de vi- tualha sangrenta e a “feijoada com- pleta” 6 apenas um nauseante char- co de detritos cozidos, em que a sacrificada f6lha de couve sobre- nada na imundicie do chourigo de- negrido, entre pés, orelhas, peliculas e retalhos arrepiantes do pérco, que se mistura & uréia da banha gordu- résa! EB’ profundamente desculpavel que o bugre ainda incorra em semelhan- te contradicgéo nutritiva do seu pala- dar, olfato e estesia psiquica, ante 0 primitivisme de sua consciéncia espiritual, mas nfo se justifica essa ignorancia no civilizado que j4 con- trola ragiocinios admiraveis no cam- po da ciéncia, da arte e da religido! Enquanto o banquete pantagruélico de um César romano marca a de- cadéncia de unm civilizacio, a fi- gura de Ghandi .sustentado a leite de cabra 6 sempre uma esperancga para o mundo! Pergunta: — Porventura deveria- mos violar 0 nosso organismo, que 6 estruturado milenarmente sob a ali- mentacgio da carne? Certos de que a natureza néo dd saltos e nao fa- ria uma adaptagio stbita ao ve- getarianismo, consideramos que se- ria perigosa qualquer mudanga re- pentina! O nosso processo de nu- trigfo carnivora é um automdtismo blolégico, que existe hA alguns sé- culos para qualquer adaptacdo ines- perada! Quais as vossas considera- Gdes a éssc respeito? Ramatis: — Nao sugerimos a vio- léncia organica para aquéles que ainda nao suportariam essa modi- fieagio drdstica; para ésses acon- selhamos gradativas adaptagées da carne do suino para o boi, do boi para a ave e da ave para o peixe ou mariscos! Apés um_ exercicio disciplinado da vontade-de um de- sejo ardente de eliminar a ingest&éo dos despojos sangrentos, temos cer- teza de que o organismo estaré apto para se ajustar ao novo método nu- tritivo. Mas é claro que tudo esta em comegar, e, desde que nao se faca ésse esforco inicial a alimen- tagéo mérbida h& de predominar es- cravizando o espirito ao condiciona- mento biolégico do pretérito! Mas 6 inutil tecérdes subterfigios para justificardes a vossa alimentagio primitiva e j4 inadequada a nova indole espiritual; .h& que vos mo- vimentardes mentalmente para que vos prepareis para um novo padrdo nutritivo. Essa tigca nio deve ser na feigdéo de umaé:simples substitui- ¢g&o de combustivel préprio de um vefculo mec&nico; a vossa alma ne- cessita participar do exercicio e principalmente - modificar o desejo de carne! Entretanto, muitas almas decidi- das, senhoras do sett comando men- tal sObre 0 corpo -fisico, j4 no li- miar da consciéncia espiritual, tém rompido ésse automatismo bioldégi- co que alegais, eliminando a carne de sua nutricéo, do mesmo modo como outros extinguem o vicio de fumar sob um so impulso de vonta- de!... Também estais condicio- nados ao vicio da intriga, da raiva, da c6lera, ciume, crueldade, menti- ra e luxiria; no entanto, muitos de v6s efetuais a libertagio repentina- mente e preferem sofrer as perturba- des da mudanga sibita do que «3 efeitos do vicio permanente! Reconhecendo a debilidade da al- ma humana para uma decisio he- réica e a necessidade de um pre- paro psiquico para abandonar a car- ne, estamos procurando despertar a repulsa no mecanismo do vosso a- petite e paladar, a fim de que sub- jetivamente vos prepareis para a futura libertagaéo da zoofagia! Eis o motivo porque efetuamos relatos ertis e desagradaveis nésse assunto, despertando-vos a vigilancia mental para um desejo mais puro e chi- coteando a inércia de vossa sensibi- lidade ainda hipnotizada a idéia de assados e cozidos deliciosos! Assim que desfizerdes o véu ilusério désse desejo mérbido, terminareis focali- zando a realidade brutal que vos si- tua em plano inferior aos selvagens, pois além de os imitardes em suas repulsivas alimentagées sois dotados de um raciocinio superior! Pergunta: —- Em vista das vossas consideracées, sabemos que a desis- téncia brutal da alimentacdo carn{_ vora, ha de trazer-nos consequéncias funestas! Nao 6 assim? Ramatis: — Nao contestamos o caso de individuos que retornam a- pressadamente ao velho “hdbito car- nivoro, apés tentarem o vegetaria- nismo, alegando a“anemia insoltivel devido a insufidiente assimilagéo de proteinas. Mas*isso “acontece para aquéles que estio habituados a su- pernutric&o de carne, que sem o de- 6 vido preparo psiquico, abandonaram © costume carnivoro mas nao ‘“ma- taram o desejo mental”. Enquanto ésse desejo attia vigoroso na mente, a substituicéo nado passa de méra convengao exterior; lembra o fuman- te inveterado que abandona o ci- garro e se aflige com o medo de ver os outros fumarem! Quando os Mestres Espirituais querem vos demonstrar que a rea- lidade da vida superior péde exigir ‘ ‘ugées draconianas, promovem re- cursos sugestivos que podem vos servir de 6timas ilagdes construti- vas. Embora reclamais que o aban- donc sbito da carne péde provocar connequéncias mesmo funestas, pela inoperancia do mecanismo assimila- dor das proteinas do animal, quan- tas vézes a tilcera prestes a rom- per-se no estémago, obriga a sua vitima ao regime absoluto de caldos e sucos de vegetais e frutas, du- rantes meses e até alguns anos? A gestante sob o perigo de eclamp- sia ou o excesso de uréia pede a diéta vegetariana; o canceroso in- testinal sobrevive meses debaixo da proteina provinda da sintese de la- boratério; a hepatite avancada re- quer alimentacdo distante de albu- mina e das visceras! A licdo 6 de profunda ldgica, pois se, o doente sob terrivel exaustdo vital, consegue sobreviver meses e anos apés 6 abandono stibito da carne, que se di- ré daquéle que além de sdo, ainda pode substituir a caréncia protesni- ca nos sucedaneos dos vegetais « frutas? Pergunta: — Porventura o irmao considera que a alimentagdo carni- vora possa trazer prejuizos fisicos, quando a criatura j4 est4 condicio- nada hé milénios ntssa forma nu- tritiva? ual, a ‘culpa do homem em ser carnfvoro, se desde a sua in- fancia espiritual, éle teve que assim proceder, a fim de sobreviver no meio do mundo fisico? Ramatis: -— Repetimo-vos; nem tédas as cousas que serviram para sustentar o homem nos primérdios da sua origem no plano fisico, sdo convenientes, hoje ou no futuro, quando a criatura humana ja atinge situagdes mais delicadas e cultua concepgdes mais altas! Antigamen- te os ladrées tinham as suas méos amputadas e aos perjuros eram ar- rancadas as linguas; entretanto, se vos apegais tanto aos costumes tra- dicionais, por qué atualmente néo cultuais essas disposigées brutais e impiedosas, entre os malidescentes modernos? Os antigos homens das cavernas comiam barbaramente os retalhos de carne impregnada com os detritos do chéo lamacento! Por qué, modernamente, usais pratos, ta- theres e cuidados da limpeza do alimento? Naturalmente alegais que vosso senso estético também mudou hoje! Mas embora apregoais a pos- se désse senso mais nobre e o me- lhor entendimento da vida, conti- nuais carnivoros, 0 que 6 mais pré- prio do selvagem portador de uma consciéncia primitiva! O homem acostumou-se na ingestdo de visceras sangrentas, a fim de sobreviver a0 meio rude e agressivo da matéria, mas a sua alma também era com- pativel com a rudeza daquela vida inhospita! Atualmente possui um espirito dotado de nogées superiores e principios higiénicos, estéticos e morais da vida civilizada, que tam- bém exigem a mesma harmonia quanto & sua nutric§p! Apés a sua vitéria sébre ‘o desconférto das ca- vernas enlameadas e a maior dis- tancia da ferocidade animal, nado se justifica a continuidade na devéra dos despojos sangrentos, que melhor identificam a hiena, 0 ldbo, a rapo- sa. Além de brutal é detest4vel para aquéles que tentam a sublimagio pa- ra os mundos etéreos, é continuo fo- co de infecc&o a tessitura magnética e & fisiologia delicada do perispirito! Pergunta: . Nao discordamos das vossas consideragdes, mas queremos vos dizer que os animais destinados ao corte provém de bom pasto e séo limpos de substancia patogeni- ca! Essa carne nio ha de preju- dicar 0 corpo humano, nao é ver- dade? Ramatis: — Copiais, na realidade, © interésse mérbido do bugre antro- péfogo, quando excedia-se em zélo e atengdo para com seu prato pre- dileto, ainda vivo, na figura do pri- sioneiro no regime da engérda! O civilizado substitui modernamente o antigo prisioneiro do selvagem pelo porco, boi, carneiro ou coelho, ex- tremando-se em cuidadoso trato e carinho nutritivo, para que se torne o melhor petisco na terrina fume- gante ou no espéto epicur{ stico! A profilaxia de altima hora tam- bém nao extingue a enfermidade que pode ter predominado no ani- mal e cujo “‘morbo” nfo deixa ves- tigios acessiveis & instrumentacdo cientifica! Apesar dos maiores cuidados higiénicos, sér-vos-4 dificil avaliar téda etiologia patogénica na formagao do animal! Este nado ra- ciocina e no consegue transmitir- vos suas sensacées doentias situa- das nos orgaéos afetados! O vete- rinério criterioso, enfrenta exausti- vas dificuldades para conseguir a si- tuagio patogénica exata do animal, enquanto que o sér humano pode expor com riqueza de detalhes as suas perturbagées e auxiliar muitis- simo 0 diagnéstico médico! E, apesar dg tais favorecimentos provindos do Homem ‘que fala, mui- tas vézes a medicina se equivale ou ignora a verdadeira causa dos males explicados; nao’ é raro o individuo se tratar de moléstias banais e su- cumbir, com surpréza. de tiltima ho- ra, sob o guante de ipcurdvel infil- tracéo cancerésa!"'Um simples exa- me de urina requerido pelo médico para avaliar um surto febril, pode assinalar um diabético ou uma tu- berculése renal; um hemograma pa- ra contréle das cétas sanguineas as vézes aponta a implacavel leucemia! A patologia abdominal digestiva re- quer sublimes esforgos do mais aba- lisado facultativo, pois nao é di- ficil confundir a Wlcera gastco-duo- denal, de inicio, com a colite ulce- r6sa ou o surto da ameba histolitica; intimeras vézes os pacientes subme- tem-se @ apendicectomia e a cura definitiva se faz com a ablagdo da vesicula quase rompida pela litia+ deformante! Desde que no sér humano é difi- cilimo precisar com seguranca a ori- gem dos seus padecimentos ao sim- ples exame clinico, requerendo-se a multiplicidade de exames laborato- riais e chapas radiograficas, mais complexo ainda se torna identificar 0 morbo no animal, quando ainda nao se faz a sintomatologia exterior! Muitas vézes o porco é abatido no momento em que se processa a viruléncia dos bacilos de Hansen ou a desova amebiana, cujo fato s6 po- deria ser assinalado pelo Veterinario apés rigorosa autdépsia e eficiente exame de laboratério! Nésse caso, a matanca de suinos exigira, pelo menos, um veterindério para cada animal! Os miasmas, bacilos, germens fa- mélicos e coletividades ferézes, que germinam no caldo de cultura dos chiqueiros, ingressam em vossa deli- cada organizacéo fisica e arreme- tem, silenciosos, delibitando-vos as energias vitais, Os diagnésticos pos- teriores que s&o formulados pelos méditos, nunca poderéo precisar a verdadeira origem patogénica das visceras, virulentas do porco, em fa- ce da distancia ae tempo em que fazem a@ sua éctosdo! Pergunta: — Qué dizéis dos novos recursos preventivos’ rs matadou- ros modernos, em que se aplica anti bidticos para-evitar-se a deteriora- cdo prematura da carne? Essa pro- vidéncia nao terminaria extinguindo qualquer perigo na ingestéo de car- nes? Ramatis: — Trata-se apenas de um novo requinte cientifico, que ape- Tas revela o estado deploravel da mente humana atual! O homem nao se conforma com os efeitos daninhos de sua alimentagéo pervertida e procura, a todo custo, fugir A sua tremenda responsabilidade espiritual! Em breve, um novo panorama en- farmo se fara objetivo entre os in- sacidveis carnivoros, pois além do efeito deletério da carne, que se in- toxica cada vez mais no ambiente bestial do vosso século, encontrar- vos-eis as voltas com o preciosismo técnico das alergias inespecificas, produzidas pelas reagées dos anti- bidticos nos préprios animais pre- parados para o corte! Espanta-nos a contradicéo huma- na que estabelece propositadamente estados enfermos nos animais que devora, para depois tentar a pro- filaxia do anti-bidtico!... Pergunta: — Quais os exemplos dessa contradicio? Ramatis: —- A vossa Medicina considera que 0 homem gordo, obe- so, hipertenso € um candidato & an- xina e & comoc&o cerebral; trata-se de um hiper-albuminoide passivel de disfus30 cardio-hepato-renal! A te- rapéutica é 0 rigoroso regime de ali- mentag&o hidro-salina e a diéta re- dutora de péso; aconselha-se alimen- tagdo livre de gorduras e. predomi- nancia vegetal! Sita-se o perigo da nefrite, o distirbio das gordu- ras ¢ a esteatése hepdtica! Somos de parecer, que se os velhos pagés antropéfagos pudéssem compreender a natureza mérbida do obéso e a sua provavel disfung&e renal ou he- patica, dé modo algum éles permiti- riam que suas tribus devorassem os prisioneiros com extessiva gordura! Isto poderia causar enfermidades in- glorias, quando, na realidade, busca- vam @ satide e a coragem! Mas o homem do século XX devo- ra os suinos obesos, hipertrofiados na regime de engérda albuminica, para conseguir a prodigalidade da banha e do toucinho; primeiro os en- ferma em imundo chiqueiro, onde as larvas, bacilos e microorganismos préprios dos charcos, fermentam as substancias que alimentam os oxiu- ros, as lombrigas, as ténias, as ame- bas célis ou histoliticas! O infeliz animal submetido @ nutrigéo putre- bata das lavagens e dos detritos, renova-se em suas proprias deje- qdes e exala a piér cota de odor nauseante possivel; 6 a figura tris- te do transformador vivo de imun- dicies para a gordura enferma, que se destina aos prazeres dos palada- res deformados! Exausto, obéso e letargico, 0 por- co tomba ao sélo com as banhas fartas e fica submerso na lama nauseante; 6 massa viva de uréia gelatinésa, que depois 6 erguida sob cordoames para o sacrificio do matadouro! Que adianta, pois o con- vencional beneplacito do veterindrio, autorizando o corte no sofisma de sanidade animal? Enquanto isso a vossa humanida- de aprisiona-se no circulo vicioso de um Karma implacavel e que vos submete & purgacées dolorosas na roda das reincarnacées! Preocupai- vos com a profilaxia preventiva e rigorosa nos matadouros e chiquei- ros zelando para que tenhais a de- sejada satide, embora devorais des- pojos doentfos; na relaidade, sois devorados pelas cirréses, colites, ul- ceras, Solitdérias, sincopes de hiper- proteinizagio e enfartos cardiacos: cobri-vos de eczemas, urticdrias, pén- figo, chagas; sofreis a ictericia, ne- frite, artritismos, gétas, enxaquecas e infecgdes desconhecidas; cada vez mais enriqueceis os quadros da pa- togenia médica, situando-vos como casos brilhantes na esfera das sin- dromes alérgicas! Lamentamos a infeliz angustia ignorancia, quando os atestados aca- démicos de um mundo subvertido ndo conseguem esclarecer a huma- nidade da sua estultice e insania mental, a ponto de criar a enfer- midade no animal, para depois a profilaxia de seguranca! Pergunta: — Podereis nos dizer se a sistematica aversio a carne de porco, que muitos a consideram real- mente doentia e repugnante, devido o tipo de engérda, redunda em be- neficio & saiide humana? Ramatis: —- Embora essa aver- so de alguns seja um passo a favor da prépria satide “astro-fisica”, nem por isso se eliminam outros pro- cessos carnivoros e que teimosamen- te provam o epicurismo mérbido do homem em sua alimentacéo desre- grada! Os cuidados técnicos e as exigéncias cientificas prosseguem noutros setores, onde se procura o bem exclusivo do homem e o mé- ximo sacrificio do animal! Aqui, mérbidos industriais criam milhées de gansos sob regime especifico, de- senvolvendo-Ihes 0 figado de tal mo- do, que as aves se arrastam pelo s6lo em mac4bros movimentos clau- dicantes, a fim de que a industria da conserva de “paté” obtenha subs- tancia mais rica para o enlatamento moderno; ali peritos humildes ba- tem apressadamente o sangue do boi, para transformd-lo em tétricos chouricos de substancia animal coa- gulada; acol4, n&o perdeis, siquér, os orgdos excretéres do animal, em- bora o saibais depdsitos de veneno e detritos repugnantes; escovai-os e os submetels & agua fervente ¢ os transformais em quitutes para a mesa festiva! A panela terricola absorve desde o miolo do animal até os sulcos carcomidos de suas patas cansadas! E nao satisfeltos em sua gula car- nivora, alguns escolhem o domingo mais belo, sob um suave céu azul, com os reflexos dos raios dourados do S61 e impregnados da brisa do perfume selvético das flores, para entdo praticarem a caca destruid6- va &s aves inofensivas, completando, mérbidamente, a carnificina da se- mana! Bandos de avesitas de pe- nas ensanguentadas se transformam em novos pitéus epicuristicos, a fim de que o cagador de aves obtenha alguns momentos libricos na tritu- ragéo de carne tenra do pdssazo canoro da natureza! Quantas vézes a propria natureza se vinga dessa indignidade humana contra os seus enfeites vivos? Algumas vézes 0 proprio cagador tomba agonizante, sob a sua arma em disparo ines- perado ou ferido pelo companheiro distraido; doutra feita, a sérpe, a bactéria infetante ou o inseto ve- nenoso vingam a cagada ingléria! Que importa, pois, que muitos se- jam avéssos a carne do suino, quan- do prosseguem requintando-se nou- tros repastos carnivoros e igualmen- te incoerentes ao sentimento espi- ritual, que j4 devia ser predominan- te no cidad&o terrdqueo? Pergunta: ~- Desde que os ani- mais séo de facil proliferagao, in- conscientes, e comumente de vida prematura, trata-se de um crime tao severo o costume nutritivo’ que nasceu com 0 préprio homem? Cré- mos que se Deus planejou a vida désse modo, cumpre a Ele modifica- la e n&o.ao homem, que é apenas a criatura e portanto ignora a Reali- dade Césmica!... Cumpria ao Pai, em Sua Augusta Inteligéncia orien- tar 0 seu fitho para um outro, co- méco de vida distanciado da carne, nao € assim? Ramatis: — A culpa principia a se manifestar assim que também se firma a consciéncia capaz de ava- lid-la, distinguirido 0 que é justo ou injusto, certo ou errado! Deus nao 10 pune as criaturas porque seguem diretrizes que Ihes parecem certas; nem existe instituicdes punitivas par2 0 homem que discrepa da Lei da Harmonia e da Beleza Césmica! E’ a propria criatura que sofre as consequéncias dos seus deslizes, por- quanto afastando-se dos prinelpios ascencionais e desviando-se da subi- da angélica, deve ser retificada mes- mo através dos recursos dolorosos! J& vos recordémos alhures; o sel- vagem que devora o seu irmao para sémente matar a fome ou herdar- The as qualidades belicosas, € sem- pre um espirito sem malicia peran- te a Lei Suprema do Alto! A sua consciéncia nao pode extrair ilacées morais daquilo que ainda ndo pode distinguir se € equivoco ou de sen- tido superior ou inferior da alimen- tagio carnivora! Mas o homem que sabe implorar piedade e chama a Deus em suas doéres; que sofre acer- bamente ante a desgraca dos seus pupilos ou simpatias; que compreen- de o aconchégo da familia e a caricia da velhinha que o embalou desde o bérco; que derrama lagrimas com- pungidas diante da tragédia do pré- ximo e se comove na encenagdo da novela melodramatica; que j4 é por- tador de uma sensibilidade psiquica superior para o amor e para a be- leza, para a luz e para a alegria; que censura e se horroriza da guer- ra, teme a morte a dér e a des- graca; que distingue o criminoso do santo, 0, ignorante do sdbio, o velho do menino, a satide da enfermidade, o veneno do refrésco, a igreja do prostibulo, o bem do mal; ésse ho- mem também ha de compreender o seu equivoco na matanca dos pas- saros e o barbatismo na multiplica- cio incessante de matadouros, char- queados, frigorificos e agougues san- grentos! E perante a Lei Suprema nao pode eximir-se da consciéncia do seu érro e sera um delinquente, se ainda persiste no vicio daquilo que sua alma ja Ihe aponta como condenavel a um Ideal Superior! © selvagem devora a carne san- grenta sob a idéia inciente de que ‘Tupa quer vé-lo valente e forte; mas © cidaddo, que além de matar, reta- thar e cozer as visceras do irmao menor, serve-se ainda de sua inte- ligéncia para melhorar o mélho e acertar o condimento ao paladar s4- dico, revela-se em perturbagdio pe- rante aos propésitos elevados da Vida! Espera o galinaceo perder a faculdade de pér 08 ovos que apa- nha avaramente, para entao torcer- The 0 pescogo; separa o boi e o novi- Tho para o choque traumatizante da nuca; exercita-se habilmente para dilacerar a garganta do porco ou do carneiro, a fim de néo perder o sangue rttilo; embebeda o pera pa- ra amaciar-lhe a carne e perversa- mente ferve os crustdéceos e maris- cos ao vivo; empanturra o suino com sal prédigo, para obter o melhor chourigo de sangue coagulado! Mui- tas vézes, enquanto o cabrito domés- tico lambe-Ihe as m&os num gesto de carinho, enterra a faca traigoei- ra nas entranhas do animal estu- Ppificado, apenas porque 6 véspera de Natal —- o dia do Meigo Jesus!... A vaca chora e lambe 0 local on- de matam o seu bezerro; o cordei- ro geme e se torna lacrimoso as vésperas de morrer; mas 0 homem insaciavel e mérbido, a tudo esque- ce na sua tremenda escravidio ao cemitério do estémago! Ainda pou- pa o c&o, o gato e o cavalo, porque a carne déstes animais n&o 6 sabo- rosa para o homem; porquanto nao lhe importa a ventura do animal, mas apenas os proventos requinta- dos que éle pode oferecer! Pergunta: — A ciéncia médica é vnanime em cdmprovar que existe um vigoroso condicionamento biolé~ gico e mesmo psiquico, que nos obri- ga & alimentacao carnivora; o nosso sistema endécrino produz sucos e horménios especificamente apropria- dos para a digestao da carne, & sim- ples idéia de a ingerirmos! Essa sin- cronia e 0 metabolismo fisiolégico, demonstra-nos que somos fundamen. talmente necessitados de carne! Em compensagao, muitos séres se. tor- nam enfermigos na ingestéo de ve- getais e frutas, situando-se nos qua- dros patolégicos da alergia! Nao 6 isso motivo para justificar que o nosso organismo foi propositadamen- te criado para a alimentacdo car- nivora? Ramatis: O cigarro também n&o foi criado para ser fumado fa- naticamente pelo homem; éste é que imitando estultice dos bugres desco- bertos por Colombo, terminou se escravizando ao uso imoderado do fumo! Assim que pensais no ci- garro, o vosso sistema endécrino também produz anti-toxinas, que devem neutralizar a nicotina e pro- teger-vos para que possais inundar os pulmédes com a fumaca fétida! Confundis os defesas da natureza com o condicionamento biolégico e atribuis & uma necessidade impera- tiva aquilo que 6 produto da negli- géncia espiritual! O descuido ante a falta de vigia 4 mente que coman- da o psiquismo, aumenta progres- sivamente o uso do cigarro; cria- se o circulo vicioso pelo desejo in- cessantemente renovado e surge o carrasco implacavel de uma segunda natureza perniciésa e exigente! Comumente abris a carteira e le- vais 0 cigarro aos ldbios, comple- tamente desapercebidos désse auto- matismo desencadeado pelo vicio; é uma agéo completamente ignorada da consciéncia em vigilia e habil- mente dirigida pela “otra” entida_ de situada no vosgo subjetivismo! Ent4éo j4 nfo fumais, mas sois fu- mados pelo instinto indisciplinado! E’ Obvio que no vicio da carne efetuais o mesmo mecanismo in- consciente; sois dirigidos pelo desejo de comer yituéIhas animais e natu- i ralmente o sistema endécrino aten- de-vos o comando mental, produ- zindo sucos e horménios eletivos digestéo carnivora! A invigilancia espiritual finge ignorar o mau ha- bito que j4 ultrapassa a linha da consciéncia normal e a alma tenta 0 sofisma do condicionamento biolé- gico! Naturalmente nao ignorais que es- sas providéncias endocrinicas se fa- zem em qualquer circunstancia da imaginacéo nutritiva; o inda hahi- tuado @ ingestio de frutas sazona- das e legumes sadios, também fa- brica os horménios e os sucos diges- tivos & simples idéia de alimentagdo a que esté acostumado. A diferenca. entretanto, € que éle sé precisa de horménios destinados & nutrigdo pu- ramente vegetal, enquanto vés os produzis para a cobertura digestiva dos despdjos sangrentos da alimen- tagio carnivora! Alegais que muitos se tornam enfermigos na ingestéo de vegetais e frutas; nem pomos divida ao fato, pois 0 mau h4bito progressivo da alimentacéo carnivora, distanciou- vos de tal modo da natureza dos vegetais e frutas deliciosas, que o vosso metabolismo j4 nao os pode assimilar & contento e cria os fe- nomenos pitorescos da alergia! Des- de que vos coloqueis sob vigilancia mental no contréle désse desejo mér- bido e contrario A futura delicadeza do espirito, em breve vefificais que também se afrouxam os lacos opressivos do “pseudo condiciona- mento btolégico” para a nutrigéo da carne! Pergunta: —- Quais os cxemplos que melhor nos poderiam assinalar ésse pseudo condicionamento bioldgi- co que anotais? Ramatis: —- ‘A prova de que ha in- vigilancia mental em vez de condi- cionamento biolégico na alimentagao carnivora, comprovais pela contra- dig&o do vosso olfato e paladar das mesmas circunstancias, E’ evidente 12 que sentis nduseas e repugnancia diante dos cadaveres de animais vi- timas de um incéndio ou de uma explosdo, onde as visceras carboni- zadas exalam o odér fétido da carne queimada; entretanto, momentos de- pois, diante de uma pitoresca chur- rascaria, a mesma repugnancia an- terior se transforma em excitado apetite, apenas porque a carne do animal é queimada a fogo e regada por ativos condimentos! OQ mesmo sentimento que vos contrai a vesi- cula biliar e repugna na presenga do cadaver vitimado pelo fogo, tam- bém costuma produzir sucos e hor- ménios no fendmeno do apetite, des- de que ésses despojos cadavéricos se- jam assados sob um mélho de vina- gre e cebolas! Indubitavelmente sois vitimas de uma_censuravel ilusio mental, que vos faz supér prazer e necessidade nutritiva, naquilo que paradoxal- mente também vos provoca nojo e vepulsa, quando observados em sua verdadeira natureza! A fumaca gor- durésa e desagradavel que se exaia do cadaver do porco carbonizado no incéndio do chiqueiro, é a mesma que ondula sdbre as grades tétricas da churrasearia, onde as visceras suinicas vertem a sua albumina res- pingada pelos temperos da sabedo- ria humana! Na realidade, os re- talhos de carne recortados dos des- pojos cadavéricos da vitéla vitima do fogo acidental, podem ser tao macios e gostosos, quanto ao filé mignon da fritura no fogo oficial do restaurante luxuoso, e que € ser- vido em rico prato de porcelana e ao som de festiva orquestra! B’ evidente que no se trata de condicionamentos de espécie alguma essa infantil disposigao mental, em que a imaginac&o ora se torna cor- reta lobrigando a realidade da carne queimada, ora se ilude fragorosa- mente na miragem de'suculento pe- tisco sébre o que antes era comple- tamente desagradavel! Pergunta: — Podemos pressupor que a Divindade tudo fara para a extinga’o dos matadouros, frigorificos ow agougues da Terra? Ramatis: -— Nem opomos duvida. pois no terceiro milénio nfo mais devem existir institui¢des indus- triais que se mantém & custa da morte de irmAos inferiores; elas de- veréo desaparecer, pouco a pouco, quer por motivos de ordem econémi- ca, epidémica ou acidental, bem co- mo pelo reptdio humano que sentiré a necessidade de uma melhoria nu- tritiva. Sabeis que a abdicacao a carne é um dos principais funda- mentos das doutrinas do Oriente, em que se destacam o Hermetismo, 0 Induismo, 0 Budismo, 0 Yoguis- mo, 0 Esoterismo e a Teosofia, in- clusive milhares de outras seitas que vicejam & sua sombra. A pro- verbial negligéncia do ocidental de- sinteressando-se_ dessa _ abstencao louvavel, que aliés, ainda o favo- receria com um Karma mais suave no futuro, termina envolvendo-o de- moradamente na engrenagem melan- c6lica das enfermidades, impondo-lhe dietas angustiosas, além do que. mantém o necessdrio sustento & Me_ dicina terraquea. Pergunta: — Certos de que a in- “istria oferece trabalho a milhAcc de criaturas, cremos que a sua pa- ralizacdo sibita seria um desastre econémico para o mundo. Uma vez que se multiplicam acougues, char- queados, frigorificos ou inddstrias de carne enlatada é porque a Di- vindade assim o permite, nao €? Ramatis: -- Quando apareceram os primeiros automéveis, os antigos cocheiros e construtores de veiculos também protestaram contra a imi- néncia de terrivel desastre econd- mico, pois temiam pelo fechamento de ferrarias, viaturistas, inclusive quanto aos prejuizos dos criadores de cavalos, arreieiros, artesdes, pin- tores e estofadores. No entanto, a sabedoria da vida transformou tudo isso em oficinas mecfnicas, postos de gasolina, lavadores, eletricistas, artifices de borracha, garagistas, torneiros, petroleiros, fiscais de transito, niqueladores, toldistas, vi- draceiros, pintores e extensa indis- tria de tambores, latas, frascos, en- feites e tecidos edequados para a fabricagéo de automéveis. Em vez de faléncia prevista com angustioso pessimismo, constituiu-se uma das mais poderosas atividades que tem enriquecido os pafses operosos, Do mesmo modo, a paralizacéo da in- dastria fiinebre das visceras san- grentas, além de se tornar inefavel béngdo karmica para a vossa huma- nidade, ha de favorecer a edificagéo do mais rico parque industrial de produtos frugiveros, vegetais e seus derivados, capaz de atender ao pa- ladar mais exigente, e que atualmen- te se encontra deformado pela nu- trigéo cadavérica. A quimica e a botanica seréo chamadas a contri- buir decisivamente para a nova ri- queza, produzindo os mais variados tipos de frutas, que ho de se trans- formar em bocados paradisiacos! A alegacdo de que a Divindade ainda favorece o aumento de agou- gues e dos matadouros é consequen- te da vossa interpretagio falsa dos designios de Deus; reparai como atualmente se tornam mais dificul- tosas as aquisigdes de carne por parte dos pobres, que se véem obri- gados a recorrer a outras fontes de alimentagio. Ignoram, que a me- dida que aumenta a dificuldade pa- ra o homem ingerir carne, apura-se, também, o mecanismo psiquico do desejo carnivoro, que pouco a pou- co se enfraquece pela abstinéncia compulséria, Ante a comprovacio que tendes, de que a carne do ani- mal cansado ou com o seu meta- bolismo acelerado, provoca envene- namento nos seus consumidores, de- vido ao aumento das. toxinas que passam no sangue antes de se dre- narem pelas vias emunctérias, 6 ob- 18 vio que a qualquer momento que in- gerirdes carne, sempre estareis ab- sorvendo um pouco do veneno do animal!... Os médicos estudiosos j4 devem ter notado o recrudescimento dos surtos amebisiacos e das infecgdes inespecificas do célon intestinal, in- clusive as ulceracées e fistulas re- tais, eventos hemorroidérios e au- mento de viscosidade sanguinea, que em parte sio causados pelo uso imoderado da carne de porco. Exn face ao aumento constante dos in- dividuos “hiper-proteinizados”, que povoam o cemitério sob o preciosis- mo médico das “sincopes, enfartos e derrames cerebrais”, em breve, ouvireis 0 grito alarmante da vossa ciéneia: ~~ “evitem a carne de por- cot...” Pergunta: — Além da industria de carne, prépriamente dita, ndéo con- siderais os vultssos prejuizos que decorreriam da extingio dos mata- douros ou charqueadas, ante a ma- téria prima que deveria faltar para 0 fabrico de artefatos de couro e dos seus derivados? Ramatis: —- Raramente conseguis avaliar as divinas mensagens que Deus vos envia, quando vos solicita a modificagéo dos velhos hdbitos perniciosos, mas em troca oferece outros- meios mais valiosos e que atendem a substituicio sugerida. De hé thuito tempo j& proliferam no yosso érbe as industrias abencoadas @o “nylon” e de outros recursos de manufatura plastica, capazes de substituir ‘com éxito a mérbida fabricagdo de artefatos de couro ar- rancado do infeliz animal! No. ter- ceiro milénio néo seréo mais pre- feridos o sapato, o cinto, a bolsa, a carteira ou o traje confeccionados com a matéria prima sangrenta e que estimula a indtstria da morte! Mesmo no tocante aos acessérios de vossa alimentacdo, 0 azeite e a gordura de céco, j4 substituem a repulsiva banha cultivada no chi- 14 queiro e no charco de albumina do porco! Pergunta: — Devomos crér que 0 terricola, no futuro, se tornard ex- clusivamente vegetariano? Ramatis: — Nio tenhais dtivida; ésse € um imperativo indiscutivel a vossa humanidade! O fator eco- némico a base da inddstria da mor- te, no fabrico do presunto enlatado e do “paté” de figado hipertrofiado de ganso ou de galinha, dos cozidos de visceras saturadas da uréia do boi pacifico ou os repulsivos chou- rigog de sangue coagulado e sob in- vélucros dourados, néo constam dos planos siderais para atender a eco- nomia do mundo no terceiro milé- nio! BE quanto as condigdes espiri- tuais € preciso refletir que o “santo carnivoro” ainda néo é entidade no comando das esfcras superiores! Do mesmo modo como hoje vos horrorizais ante a antropofagia dos selvagens, que devoram misculos e trituram tibias dos humanos, seus adversarios, ago esta que, sob 0 Cédigo Penal, seria considerado cri- me abjeto e infamante, no futuro, quando dominarem as Leis Aureas de Protegio as Aves e aos Animais, também serio punidos e encarce- rados os “virtuosos civilizados”, que ainda devoram os seus irm&os me- nores para adquirirem as famosas proteinas! Entéo comer carne de gado sera crime aviltante! Perginta: — Mas j4 existem em nosso mundo algumas sociedades de protecéo aos animais @ as aves, © que, alids, nos parece de bom agouro especialmente ante a com- “provacdio de que se iniciaram movi- mentos de sentido vegetariano! Que nos dizets’g €sse respeito? Ramatis: — Consideramos louv4- veis tais empreendimentos,- mas a maioria ainda s6 se preocupa com a regulamenticio da caca ou apenas quanto aos maus tratos contra os animais de carga e de transportes. As verdadeirrs sociedades de prote- cf&o ao animal e a ave, que realmen- te pretendessem se enquadrar nos canones divinos, teriam que lutar te- nazmente, para que fésse evitada a morte do infeliz sér que ainda é sactificado para atender as exigén- cias das meses enférmas dos civi- lizados! Paradoxalmente, quase to- dos oS vossos contemporaneos que superintendem as sociedades de protec&o aos animais, sio comedores de carne e, portanto, cooperadores para que prossiga a carnificina nos matadouros e as chacinas nas char- queadas, onde o sentido utilitarista desconhece a mansuetude, a pieda- de ou amor! Nao considerais que é ridiculo co- memorardes os aniversdrios das ins- tituigdes terrenas de protecéo aos animais e as aves, sob festiva e su- culenta churrascada de carne de boi sacrificado na véspera, onde os bri- Yhantes oradores hio de proferir discursos sébre a lei de caca eo amor ao cavalo, enquanto o ma- garefe prepara o apetitoso lombo de porco no tempéro da moda? A questdo de se regular a caga para uma época apropriada e longe da procriagéo da ave ou do animal, nao identifica protegéo ou prova de pie- dade; 6 apenas o extremoso cuidado, que se manifesta para no se ex- tinguirem as espécies reservadas a caga e destruidas pela ‘“‘diverséo” prematura!... A piedade e a protegdo aos pas- saros sé as demonstrareis com a absoluta recusa de matd-los em qualquer época de suas vidas. Essa oficializagio de épocas apropriadas para a matanca das aves indefesas € apenas grosseiro subterfigio, mas que n&o vos exime, perante a vida, da responsabilidade de matar. Ape- sar da cadeira elétrica ou dos fu- zilamentos modernos serem consi- derados atos oficiais, por um gru- po de juristas sentenciosos, perante Deus o crime Qficializado 6 muito pior do que o homicidio impelido por um mau sentimento, ou pelo amor ou pela fome, num momento de célera ou mesmo de vinganca incontrolavel. O criminoso, embors vezeiro no crime e na delinquéncia, comumente nao avalia a extensio do seu delito execravel, que quase sem- pre, 6 instigado pelo feroz egoismo da conservagéo animal; mas os compiladores de leis ou psicdlogos que se arvoram em conhecer a alma humana, serdo responsdveis pelo de- lito de matarem por calculo, em- bora aleguem que assim o fazem em defesa das instituigées sociais! Pergunta: — Como poderfamos Io- grar desfazer ésse condicionamento biolégico da alimentacdo carnivora, sem sofrermos a violéncia de uma substituicdo radical? Ramatis: —- Alhures j4 vos temos lembrado que 0 peixe, os mariscos © os crustaccos sAo corpos coletivos componentes de um s6 espirito gru- po, que lhes dirige o instinto ¢ gera-Ihes uma reagéo Unica e igual em toda a espécie, Um peixe fora dégua ou dentro dela, manifesta sempre a mesma reacio igual e exclusiva a todos os demais peixes do mesmo tipo; entre milhdes de peixes iguais, ndo conseguireis dis- tinguir uma Unica reagéo diferente no conjunto. No entanto, intimeras outras espécies animais j4 revelam principios de consciéncia; podem ser domesticados e realizarem ta- refas distintas entre si. O boi, o suino, 0 cao, 0 gato, 0 macaco, o carneiro, o cavalo, o elefante e o camelo, ja revelam certo entendi- mento de consciéncia a parte, em relagdo as vdrias .fungdes a que sio chamados a exercer, Eles requerem, cada vez mais, a vossa atengao e auxilio, pria firmarem um sentido evolutivo em diregdo a outros pla- netas, nos quais as suas racas pode- rao alcancay, melhor desenvolvimen- to, no comando de organismes mais adequados as suas caracteristicas. Quando o seu psiquismo estiver 15 propenso, ou tiver alcangado o cré- dito para o comando de cérebros humanos, entéo as suas constitui- gées “psico-astrais" poderdo retor- nar a0 vosso globo e operarem na linha evolutiva do homem terricola, His os motivos porque Jesus nun- ca sugeriu aos seus discfpulos que praticassem a caga ou a matanga doméstica, mas aconselhou-os a que lancassem as rédegs e pescassem. Qs peixes e os mariscos ainda se distanciam muitissimo da espécie animal, que é dotada dos rudimen- tos de consciéncia; mesmo que néo sejais absolutamente vegetarianos ¢ vos alimentais de peixes, crustd- ceos ou mariscos, j4 revelais gran- de progresso no dominio ao desejo doentio da zoofagia, Nao vos acon- selhamos a desisténcia violenta da carne, se ainda n&o sois dotados da vontade poderosa que vos permita a mudanga radical; podeis eliminar, primeiramente, a carne dos animai em seguida a das aves e depois man- ter-vos com a alimentag&o do peixe e congéneres, até que naturalmente a vossa mente se higienize para a preferéncia exclusiva pelo vegetal e irutas. Mas é preciso que vigieis a vossa mente, a fim de que a modifiqueis, pouco a pouco, para abandonardes a nutricgéo que € vilmente estigma- tizada com a morte do animal ino- cente. Em: breve, 0 desejo mérbido de ingerirdes visceras cadavéricas, podera ser substituido pelo salutar desejo vegetarino, em que trocareis as vitudlhas sangrentas pelos fru- tos suculentos, perfumados e sadios. O primeiro esfOrco para extinguir-- des a nutrig&éo carnivora, deve ser o de compreenderdes a-realidade in- trinseca de que se constitui a carne e, que se ‘disfarga sob a farma de gostosos pitéus. Pergunta: — Qual é uri exemplo mais objetivo que podereis nos dar, a fim de que possamos Vigiar a mente e controlar o instinto para extinguirmos 0 desejo carnivoro? Ramatis: — Primeiramente é ne- cess4rio que nao vos deixeis fascinar completamente pelo aspecto festivo e colorido das massas repletas de visceras fumegantes, nas quais a arte morbida ainda ajusta cnfeites e sugestées pérfidas, que miu.s vos acicatam o desejo inferior. Diante do presunto apetitoso convém que mediteis na realidade finebre que esta A vossa frente; hd que recordar 2 figura do suino metido no charco, na forma de detestdvel monturo de albumina, suarento, baléfo e imun- do, e que depois 6 cozido em Agua fervente, para dar-vos 0 presunto rosado e cheiroso! Ante o churrasco delicioso ndo vos deixeis seduzir pe- la idéia da carne a crepitar sob ape- titoso condimento, mas é preciso que o examineis na sua verdadeira con- digéo de musculatura sangrenta, que durante a vida do animal eli- minou 0 suor acidulado pelos péros, verteu |toxinas e uréia, figuran- do também como a réde microscé- pica que canaliza bacilos de todos os matizes e de todas as consequén- cias patogénicas. Na realidade, o vosso estémago nao foi corporificado para a maca- bra fungéo de cemitério vivo, no qual se liberta a fauna dos gérmes ferozes e famélicos e se desmante- lam as fibras animais! Se nao vos deixardes dominar pelo impulso in- ferior, que perverte a imaginacio e vos ilude na falsidade da nutrigdéo apetitosa, cremos que em breve sen- tir-vos-eis libertos da ingestéo dos despojos animais, da mesma manei- ra como h4 homens, que se libertam mental e fisicamente do vicio de fumar e néo mais sofrem diante dos fumantes. inveterados, BE, se o’de- sejo impuro ainda comanda o vosso psiquismo- negligente e enfraquece a vontadg superior, é mister que, pelo menos, recordats. a comogéio do- lorasa, do animal, quando 6 sacri- ficado sob o cutelo impiedoso do agarefe ou sofre o choque opera- torio da faca perversa em suas en- tranhas inocentes! Pergunta: — Indagaram-nos al- guns confrades se hé acréscimo de responsabilidade para os espiritas gue ainda séo carnivoros. Ramatis: -- Nao podemos, no ca- so mencionado, assinalar-Ihes “acrés- cimo de responsabilidade”, pois a maioria ainda obedece ao proprio condicionamento biolégico do preté- rito, que se consolidou na sua for- mac&éo animal e humana. Eviden- temente siio poucos os espiritas que encaram 0 problema da alimentacéo como um delicado assunto que deve ser digno da atengdéo doutrin4ria. Mas o costume carnivoro nao se coaduna, de maneira alguma, aos principios elevados do Espiritualis- mo, 0 qual além de se fundamentar nos preceitos amorosos de Jesus, fir- ma-se também, nos postulados. ini ciaticos do passado, em que o ali- mento vegetariano era norma indis- cutivel para o discipulo bem inten- cionado. Os espiritas que estiverem seria- mente integrados no sentido reve- lador e libertador da doutrina de Kardec, indubitavelmente hféo de exercer continuos esf6rcos para ex- tinguirem o péssimo costume de in- gerirem visceras dos seus irmfos menores! O seu entendimento su- perior e progressivo, distanciar-lhes- a cada vez mais dos retalhos ca- davéricos! B’ 6bvio, que a questéo de comer carne ou nao é assunto de f6ro in- timo da criatura; bem sabemos que aquélas que nao se dispuzerem a mudar de alimentagio carnivora para a de vegetais, de modo algum concordardo com os nossos enuncia- dos. Muitos saberfio tecer conclu- sdes ardilosas e sugestivas, justi- ficando a nutrigéo barbaresca, en- quanto ao desejo impuro, alegando © preceito natural da vida humana! mas em verdade, aquélas que pro- curam um mais alto nivel de espiri- tualidade, ndo ignoram que a carne € téo prejudicial ao organismo fi- sico, que Ihe absorve as toxinas uréias, como também violenta a tes- situra delicada do veiculo astral, onde se agravam as emocées da alma. Desde que pretendais melhor coeficiente fisico, moral, social, ar- tistico, intelectual ou espiritual, é claro que a abstinéncia da carne é um imperativo indiscutivel para o éxito completo désse ideal superior. As figuras santificadas dos lideres espirituais do vosso mundo, tais co- mo: Buda, Gandhi, Maharshi, Fran- cisco de Assis e outros, destacando- se principalmente o Sublime Jesus, deixaram-vos a tradigéo de uma vi- da distante das vitudlhas sangrentas ou dos pitéus assados no brazeiro das churrascadas tétricas! E’ de senso comum, que 0s povos mais belicosos e instintivos saio exata- mente os maiores devoradores de carne, simbolizando bem as figuras brutais, obésas e antipaticas dos antigos césares yromanos, que vos ferem a retina espiritual cumo fa- mélicos “comedores de carne’! Embora nao se agrave a respon- sabilidade dos espiritas, que ainda preferem os despojos animais, nem porisso se Ihes reduz a culpa de serem tradicionais cooperadores de matadouros e acougues, além do flagrante desmentido aos preceitos de amor e bondade, para com o in- feliz animal sacrificado ao repasto lifgubre. Pergunta: — Entdo sob ésse vosso raciocinio achais incoerente que os espiritas devorem os despojos dos animais? Ramatis: —. Cremos que s6 devem ser considcrados razodveis os pro- testos ou as desculpas dos carnivo- ros que, quando ignoram os postu- lados espiritas, ou vivam & sombra das igrejas conservadoras, que ain- da impregnam as suas festas re- 17 ligiosas com a atmosfera nauseante da churrascaria, Mas a contradi- co sempre serd evidente, quando essa pratica macabra se faz entre os cultores do Espiritismo, que € um despertador de conscléncia e divino fermento que renova todas as posturas inferiores. Pergunta: —- E quais as vossas consideragdes quanto aos mentores da doutrina espirita, que ainda se alimentam de carnes? Em virtude de serem responsdveis pela divul gacdo doutrinaria, deveriam ser ve- getarianos? Ramatis: - Uma das principais incongruéncias dos mentores espiri- tas existe no fato de também pro- moverem iniciativas e festividades fraternas, sob a égide do espiritis- mo, enquanto no braseiro rutilante séo queimados os despojos cadavéri- cos que dao sustento aos matadou- ros. Aquéles que se aprofundam sin- ceramente nos conceitos do amoroso Jesus, e desejam testemunhar 0 inefavel conselho do “Séde mansos de coragéo”, evidentemente contra- dizem-se, quando ainda continuam a ingerir 0 produto da dor e do so- frimento do animal inocente! A indefectivel témbola em beneficio da instituigéo espirita, com a tra- dicional citagio do “saboroso chur- rasco”, muito pouco se distancia da Igreja Catdlica, Protestante ou Ad- ventista, em que os seus fiéis adep- tos se reunem, em térno da vala comum, onde o suino, o cabrito ou © doi -sio assados a flor do solo, como se tivessem emergido dos seus préprios tamulos violados! Pergunta: —- Somos de parecer que os espiritas ainda nao podem ser censuradgs pela alimentacdo car- nivora, pois tal costume, .além de bastante natural é préprio do nosso atual estado evolutivo espiritual. E-nos dificil compreender ,que uma inofensiva e tradicional churrasca- da possa situar-nos cylposamente perante 0 Criador! 18 Ramatis: — E’ tempo de racioci- nardes mais sensatamente no tocan- te ao verdadeiro sentido de es- piritualidade superior, distinguindo, também, com mais clareza, os vicios mais proprios do reino de Mamon e os valores que vos promovem @ ci- dadania para o mundo de Deus! Mormente a contestagdo que efe- tuais quanto 4 nutricéo carnivora, do pretérito, € tempo, oportuno agora, de compreenderdes que ja so- ou a hora do definitivo desperta~ mento natural. Em concomitancia com a préxima verticalizagéo do vosso orbe em seu eixo imaginério, ha também necessidade de vos verti calizardes em espirito libertando- vos, também, da alimentacdo cruel e ignominiosa das visceras animais! Intmeras vézes as vossas costu- meiras contradigdes chegam a se tornar um quase desafio aos bens generosos que provém da magnani- midade do Pai! Pergunta: — Qual seria 0 exempio de algumas dessas contradigées que mencionais ? Ramatis: — Quantas vézes, en- quanto propiciais fraternas homena- gens aos vossos confrades, oferecen- do-lhes ao ar livre, retalhos cadavé- ricos assados, cozidos ou fervidos, pairam sobre as vossas cabecas per- fumados cachos de uvas pendentes das parreiras que ainda. vos dao a sombra amiga para o festim mérbi- do? “Enquanto que a carne queima no braseiro ardente, a’ fumagca fé1 da e viscosa engordura as maciei ras, videiras ou os dourados laran- jais pejados de frutos sazonados, que s&o divinas ofertas que o homem ingrato despreza! . Os pregadores espiritas integra- dos no messianismo de salvar as almas escravizadas & matéria, de- vem cooperar para a sanidade da vida em t6das as suas expresses fisicas ou morais, -Consequentemen- te, nunca devem incentivar proces- sos mérbidos que contrariem o ritmo harmonioso da_ existéncia sadia! Desde que nas festividades espiritas os alcodlicos séo repudiados por se- rem perniciosos e deprimidos, as churrascadas e os banquetes carni- voros que empestam as frutas aben- goadas, também deveriam ser re- pelidos porque afastam-vos das vi- bragées delicadas das almas supe_ riores! Estranhamos que para o éxito da festividade espfrita, o ca- daver do irm&o inferior tenha que ser torrado na fogueira da detestavel e viciosa churrascada do mundo profano! Aqui no Espago, também peram- bulam espiritos desencarnados, ainda téo apegados as saudades dos ban- quetes pantagruélicos e carnivoros, que vivem em continua inguietacio, a qual s6 Se extinguiré com a bén- c&o de um corpo fisico, em que poderéo satisfazer e materializar ésse desejo demasiadamente ativo no psiquismo desgovernado. Ainda nao puderam olvidar a grande decepg&o de terem recitado belos e compun- gidos versiculos evangélicos, em fes- tividades fraternas do Espiritismo, na Terra, enquanto outro confrade servical assava o caddver do irmao inferior destinado ao cemitério da barriga dos convidados! Ao desper- tar, no Além, a alma encontra-se consigo mesma e aflige-se, profun- damente, verificando a realidade de suas contradicées ao confundir o “mundo divino” com o “mundo pro- fano”! Pergunta: — Muitos espiritas ale- gam que a alimentagdo do homem nada tem a ver com o Espiritismo, por isso julgam que as vossas con. sideragdes sio improdutivas e mes- mo censuraveis. Que dizeis? Ramaris: —- .E’ indiscutivel que tédas as filosofias do Oriente, espe- cialmente as que promulgam a li- bertacdo do espfrito do jugo da ma- téria, sempre hao preceituado que a primeira virtude do discipulo deve ser 0 abandotio da nutrigéo carnivo- ra. Como Allan Kardec, ao cot car @ sua doutrina, também se ins- pirou nesses postulados de filosofia espiritualista oriental, apesar de ndo serem conhecidas da generalidade dos homens de entao, surge agora visivel contradicéo entre os espiri- tas que louvam a alimentagfio da carne. A discordancia porém € fla- grante pois, se a fonte louvdvel do Oriente, em que também se inspirou o Espiritismo 6 fundamentalmente vegetariana, € 6bvio que os seus adeptos nfo deveriam ignorar a grande importancia relacionada com a alimentagao dentro dos postulados que admitem. Embora se queira afirmar que a doutrina espirita é firmada exclusi- vamente nas comunidades dos espi- ritos, no vos esquegais de que até mesmo ésses espiritos comunicantes tém a sua formac&o consciencial fir- mada na velha mistica oriental. Todo 0 esférgo moderno de espirf- tualizac&o do mundo, nao pode afas- tar seus métodos ou as suas ini- ciativas abandonando o experimento milendério do Oriente, cuja tradicaio religiosa, dos templos dignos de res- peito, traz por fundamento essen- cial a doutrina vegetariana! Nao estranhamos que essa censura pro- viesse das religides sectaristas e dogmaticas, em cujos templos se mantém a gélida adoracio dos {do- los de pedra e se pregam os postu- lJados infantis de um Deus antro- pomérfico, mas, & sempre contradi- tério que o espirita concorde com a ingestéo cadavérica do seu irmio inferior, quando j4 € portador de uma consciéncia mais desenvolvida e Ampla, sob-a alta pedagogia de amadurecidos valores acumulados em vidas transatas. © provavel que as nossas cogita- gées sobre o vegetarianismo sejam consideradas improdutivas e até im- pertinentes a grande ntmero de espiritas; no entanto, as censuras ao presente tema e os louvores & 19 nutrigdo carnivora, implicam em se considerar que Deus fracassou la- mentavelmente quanto ao modo de nutrir os seus filhos langando mao do recurso execrdvel de criar cabri- tos, coelhos, porcos, bois e carnei- ros, destinados ao sacrificio cruel das mesas humanas! No presente caso, convinha que os animais tam- bém féssem consultados a ésse res- peito, a fim de se conhecer se estdo de acérdo com essa gentil disposi- cao de muitos espiritas, que os de; voram sob festivos cardfpios e re- quintados molhos, que deixariam boquiabertos a muitos. zulus antro- pofagos! E’ estranh4vel, portanto, que ainda se facam censuras sébre as solici- tagdes seguintes, em que temos si- tuado 0 nosso principal enunciado: que nfo coopereis para o aumento de matadouros, charqueados e acou- gues; que ndo propagueis as, efu- sivas churrascadas sangrentas na confraternizacéo espirita; que evi- teis na vossa aura o visco nausean- te e aderente do astral inferior, que se liberta do animal sacrificado; que vos distancieis, 0 mais urgente pos- sivel, dos velhos antepassados caia- pds ou tamoios, que devido a igno- rancia dos postulados espiritas, se entredevoravam em 4gapes repug- nantes! Que, falhando téda nossa solici- tacgdo para que adoteis uma alimen- tagdo compativel com 0 vosso en- tendimento espiritual, pelo menos te- niiais picdade do animal inocente, que € vosso irm4o menor perante Deus! Deste modo, podeis inte- grar-vos com menor demora nos preceitos amorosos de Jesus e chegarcis a compreender a mensagem gencrosa do Criador, que bond5samente veste o sdlo terraqueo de hortaligas, legumes e Arvores pejadas de frutas, na divina e amo- rosa oferta viva para uma nutricio sadia! a Pergunta: — Temos sido contes- “20 tados de que Allan Kardec nao cen- sura a alimentacdo carnivora, nem a considera indigna ou imprépria aos espiritas. Que dizeis? Ramatis: — Referimo-nos as Leis e ndo as condicées humanas, mes- mo quando mencionadas por Con- dutores de Almas! Allan Kardec viu-se compelido a situar os seus sensatos postulados ao espirito psi- colégico da época, evitando o con- flito’ com a mentalidade profana, ainda bastante acanhada na escia- iddo ao dogma religioso, inclusive, também, com as instituigdes res- ponsaveis pela economia, em que a indtistria da carne constituia-se cau- sa fundamental de riqueza. Desde que o vegetarianismo era prati apenas por raros iniciados, que as- sim procuraram aproximar-se das fontes espiritualistas do Oriente, se- ria prematuro e inconsequente, que © nobre codificador firmasse ésse postulado no Espiritismo recém ex- posto ao ptiblico, o que bem poderia trazer o ridiculo para os seus ned- fitos. Naquela época, a simples idéia de abstinéncia da carne, como im- perativo de uma doutrina edificada para a massa comum, seria o fra- casso incontestével dessa doutrina. © espiritismo, em seu inicio, fora encarado mais como revelacéo de preceitos esotéricos, do que mesmo doutrina de ordem morale gisciplina evangélica, cujas virtudes ainda eram consideradas como exclusivi dade da religiéo dogmatiea domi- nante! * No entanto, em sua base, oculta- se a mensagem clarissima para‘ ‘os que tiverem olhos de ver”, na qual Allan Kardec identifica sugestiva e sibilina advetténcia que endereca particularmenté aos setfs adeptos com relagdo ao vegetarianismo. Examinando-lhe a magnifica obra, que constitui a terceira revelacio ng, @mbito do vosso planeta em ‘progressq espiritual, dar-vos-€mos ‘apontamentos que distinguem, per- feitamente, a indole espiritista para a alimentacio vegetariana. Diz © codificador, em nota pessoal de larecimento a resposta da per- gunta n.0 182, do Cap. IV, no tema “Incarnagao nos diferentes mundos”: “A? medida que o espiritc se puri- fica, 0 corpo que o reveste se apro- xima igualmente da natureza espi- ritual. Torna-se-Ihe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosa- mente pela superficie do solo, menos grosseiras se Ihes fazem as necessi- dades fisicas, néo mais sendo preci- so que os séres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem”. Esta Obviamente implicito, nesta nta, que se a destruicgéo entre os séres vivos para se nutrirem € sem- pre um estado de “inferioridade” de “necessidade grosseira”, o fato da criatura nao se nutrir de séres vives corresponde-Ihe a um estado de superioridade espiritual! E mais culposo ¢ inferior se torna tal cos- tume entre os espiritas, porque és- tes ja so portadores de uma cons- ciéneia mais nitida da verdade su- perior do espirito, assim como a adesio ao Espiritismo também im- plica em aumento de responsabili- dade moral! No cap. VI, é feita a pergunta n.0 693: “Serd contrario a lei da na- tureza o aperfeigoamento das racas animais e vegetais pela ciéncia? Seria mais conforme a essa lei dei- xar que as coisas seguissem o seu cyrso normal?” A entidade consul- tada e que firma a doutrina espiri- ta, responde: “Tudo se deve fazer, para chegar A perfeigdo e 0 pro- prio homem 6 ,um‘instrumento de que Deug se ser'We para atingir seus fins, Sendo a perfeigio a meta para que‘ tende “a, natureza, favo- recer essa perfgiggd’é corresponder as vistas de Deéus, “Evidentemen- te, se 0 homem, como intermediério de Deus, “tudo deve fazer para que © proprio animal chegue a perfei- a0, a fim de corresponder ao que Deus preceittia”, indiscutivelmente © ato contrério a tal preceito nao atende aos designos do Criador e n&o favorece ao aperfeigoamento do animal. Em consequéncia, os es- piritas que realmente hio compre- endido essa disposicdo doutrindria de elevado conceito espiritual de modo algum poderéo continuar a transformar o seu estémago num cemitério de irmaos menores, pois éssa mérbida digestéo de modo al- gum aperfeigoa o animal, a0 con- trario, ainda o atrasa mais! Clara é a resposta de n.0 693, quando a entidade conceittia _textualmente: “Tudo o gue embaraga a natureza em sua marcha € contrério a lei geral”. Pergunta: — Temos recebido ale- gages de que devem sobreviver apenas os séres inteligéntes, con- forme se poderia deduzir da obra de Kardec. Seria assim, realmente o que induz o Espiritismo? Ramatis: —. RKecomendamo-vos o Cap. V, “Da Lei da Conservacao”, do Livro dos Espiritos; observem a pergunta n.0 703 e sua resposta: “Com que fim outorgou Deus a to- dos os séres vivos o instinto da conservacéo?"” Responde o espiri- to interpelado: “Porque todos tém que concorrer para cumprimento dos designios da Providéncia. Porisso foi que Deus Ihes deu a necessidade de viver. Acresce, que a vida é necesséria ao aperfeigoamento dos séres. Elés © sentem instintivamente, sem disso se aperceberem”. Excusdmo-nos de amplos detalhes. sébre t6pico mui- tissimo claro, efn que o espirito in- terpelado frisa a gftande yesponsa- bilidade de se Geyer manter. a vida de todos os sérés, Borque “todos téem que concorter’para cumprimen- to dos designios ‘da Providencia”. A “necessidade da vida que deve ser respeitada e protegida” é uma das conclusées logicas e decisivas do es pirito comunicante a pérgunta de “do animal! Kardec, 0 que implica, portanto, em nova censura doutrindria ao exter- minio do animal para as mesas lau- tas dos espiritas! No entanto, a nobre entidade pros- segue, adiante, delineando em con- tornos mais claros e incisivos, a ig- nominia da alimentacdo carnivora, em vez da vegetariana ou frugivera. Quanto a pergunta n.0 704, que di: “Tendo dado ao homem a necessi- dade de viver, Deus Ihe facultou, em todos os tempos, os meios de o conseguir?", responde a entidade: “Certo e, se éle os nao encontra, é que néo os compreende. Nao féra possivel que Deus criasse para o homem a necessidade de viver, sem lhe dar os meios para consegui-los. Essa a razéio porque faz que a terra produza de modo a propor- cionar, o necessdrio aos que a ha- bitam, visto que s6 0 necessério é Util. O supérfluo nunca o 6”. EF’ 6bvio que se o homem continuar a se alimentar dos despojos sangren- tos e néo se servir dos frutos e vegetais que Deus faz a terra pro- duzir, e que a criatura néo queira encontrar, porque nao os compre- ende, cabe entdo ao homem a culpa de ser carnivoro, porque o solo pos- sui tudo o que se faz necessério a uma alimentagéo natural e sadia! No final da resposta A pergunta n.© 705,,0 espirito comunicante é bem claro, quando confirma a sua conclusig anterior: “Em verdade vos digo, imprevidente nao é a na- tyreza, é 0 ,homem, que. n&o sabe regrar o seu viver”, “40 catnivoro quase sempre é um insdciavel; éte devora miolos, rins, figados, estomagos, pulmées, és, mo- cof6, masculos ou a propria lingua O seu apetite 6 in- controlavel e 0 seu paladar defor- mado; consegue usufruir um g6zo epicuristico nos pratos mais detes- taveis de visceras e vitudlhas- to- zidas ou assadas, disfarcando odéres fétidos de carbonizag&éo com ‘0. so” & fisma do tempéro excitante! Os banquetes ¢ as churrascadas, que se justificam nas confraternizagées ¢ comemoragées especiais da existén- cia humana, situam-se completamen- te distantes do “‘séde frugal” do su- blime Jesus, porquanto os seus pa) ticipantes terminam os agapes san- grentos com a barriga dilatada pela carga da carne do infeliz animal! Bsse espetdculo, que hd de ser comprometedor 4 Luz do Espiritis- mo, os espiritos atenciosos a Kardec. situam claramente nas perguntas nos, 713 e 714, do tema “Gozo dos bens terrenos”, na seguinte disposi- cdo: “Tragou, a natureza limites aos goz0s?” —- Resposta n.0 713: “Tragou, para vos indicar o limite do necessério. Mas, pelos vossos excessos, chegais & saciedade @ vos punis a vos mesmos”. — Indagac&o e resposta n.° 714: “Que se deve pensar do homem que procura nos excessos de todo género o requinte dos gozos?” -- Resposta: “Pobre criatura! Mais digna é de lastima do que de inveja, pois bem perto estd da morte!” —- Pergunta: “Per- to da morte fisica, ou da morte mo- ral”? —— “De ambas’’, responde a en- tidade com energia. Allan Kardec, nao satisfeito ainda com a resposta decisiva e insofi mavel do seu nobre mentor, acres- centa a seguinte nota as perguntas acima, de sua propria lavra: “O homem, que procura nos excessos de. ~ todo género o requinte do gézo, co? loca-se abaixo do bruto, pois que: éste sabe deter-se, quando satisfejta ”. a sua necessidade. Abdica da razio que Deus Ihe deu por guia e quaftto + rhaiores forem os seus excesso3,« tanto mais. preponderancia confere- éle a sua natureza-animal gobré, a sua natureza espiritual. As doencas, as enfermidades e, ainda, a morte que resultam do abuso, sio, ao mes- mo tempo, o castigo & transgres- so da lei de Deus”. © genial codificador do Espiri- . carne” tismo estatui, nos dizeres acima, a norma exata a que deve atender © adepto espirita na sua adesio dou- trindria! Indubitavelmente o espi- rita 6 aquéle que melhora a sua conduta num continuo esforgo de aperfeicoamento; deve diligenciar in- cessantemente para que a “sua na- tureza espiritual predomine sdbre a sua natureza animal’, 0 que n&o the sera possivel conseguir nos ex- cesses pantagruélicos, que 0 colocam abaixo do brato! A natureza espiritual, de modo algum se apura ou se revela diante das valas sangrentas dos churrascos repugnantes, nem diante das ter nas fumegantes onde sobrenadam os retaihos da carne sacrificada do irmio menor! Ha de ser, incon- testavelmente, aprimorada A distan- cia dos despojos animais e com os “meios que Deus facultou ao homem e produzidos pela terra!” (resp. 704). Pergunta: —. Allan Kardee men- ciona, no Livro dos Espiritos, a per- gunta 723, a seguinte resposta do espirito comunicante: “Dada a vos- sa constituicéo fisica, a carne ali- menta a carne, do contraério o ho- mem perece”. E encerra essa res- posta conceituando que o “homem tem que se alimentar conforme o reclame a sua organizacdo”. Qué dizcis a ésse respeito? Ramatis: -- O conceito ao pé da letra, de que “a carne alimenta a esta desmentido pelo fato de que o boi, o camelg, o cavalo e © elefante, como espégies vigorosas + e duradouras, sfo avessos A carne, n&@ ge. ressentem da falta das fa. mosa8_pretefnas provindas das vis- ceras ‘animais. Quanto ao de que © homem perece quando nao se ali- menta de carne, Deus mostra a fra- gilidade da afirmagéo, obrigando, por vézes, um ulceroso @ beira do tamulo, a viver ainda alguns lustros sem ingerir carne. Se o enférmo sobrevive evitando a carne, por que h& de perecer quem € séo? Quanto & afirmativa de que “o homem deve alimentar-se conforme reclame a sua organizacéo”, néo ha divida alguma, pois enquanto a organizacao bestial de um Nero pedia fartura de carne fumegante, Jesus se con- tentava com um bolo de mel e um pouco de caldo de cereja! Assim como nao haveria nenhum proveito espiritual para Nero, se éle deixasse de comer carne, de modo algum Ghandi careceria mais do que um copo de leite de cabra, para sua ali- mentagio. Na pergunta 724, do Livro dos Espiritos, Kardec consulta 0 mesmo espirito sébre se ser4 meritério abs- ter-se o homem da alimentacio ani- mal, ou de outra qualquer, por expiag&o, ao que o mentor espiritual respondeu: “Sim, se praticar essa privagéo em beneficio dos outros, evidenciando, portanto, aos espi- ritas, que hé mérito em se deixar de comer carne, pois isto resulta em beneficio do animal, que é um irmao menor. Bste pode, assim continuar a sua evolugéo, estabelecida por Deus, livre da crueldade dos mata- douros, charqueadas e matangas do- mésticas. A alifnentagéo vegetaria- na fica, pois, definitivamente endos- sada pela doutrina espirita, porque da privagéo da carne, por parte do homem, éste se enobrece e o ani- mal se beneficia. No capitulo VI do Livro dos Es- piritos (Da Lei da Destruicdo) eli- mina-se qudiquer divida a ésse respeito, quafdo Allan Kardec in- daga se sObre entre.os homens exis- tiré sempre a necessidade da” des- truigéo, e o egpfrito responde, que essa necessidude se enfraquece a medida que o espirito Sobrepuja a matéria, e que o horror & destruicéo eresce com o desenvolvimento inte- jectual e moral. Ora; se o horror a destruicéo cresce tanto quanto © desenvolvimento intelectual e mo- ral do homem, subentende-se, 10- 23 gicamente, que aquéles que ainda nfo manifestam horror a destruigéo também néo se desenvolveram in- telectual e moralmente; sao retar- datdrios no progresso espiritual, pois como ‘“destruigéo” pode ser tam- bém considerada a que é produzida pelo desejo de comer carne, e que demonstra acentuada predominancia da natureza animal sobre a espiri- tual. No final da resposta @ pergun- ta n.0 734, o espirito, embora afir- me que 0 direito de destruigéo se acha regulado pela necessidade que © homem tem de prover o seu sus- tento e seguranga, faz a ressalva de que o abuso jamais constitui direito! Este conceito final tem relagio mais direta com os espiritas e es- piritualistas em geral, pois consti- tui realmente um abuso, perante © sentido mais puro da vida, o fato de que ante a prodigalidade de fru- tas, legumes e hortaligas, os ho- mens, ja cienteg de tal conceito ain- da teimem em devorar os despojos dos seus servidores inocentes. E os espiritas que houverem compulsado as obras sensatas e progressivas de Allan Kardec tornar-se-Ao muitissi- mos onerados perante a-justica side- ral quando, apés terem recebido ensi- namentos que pedem frugalidade, equilibrio, piedade e pureza, contra- dizem o esfércgo de se libertarem da matéria, prosseguindo no banquéte . mérbido e. visceras assadas ou cu- yidas epicuristicamente para 0 ne- crotério do est6émago! ,O inteligente codificador da dou- * trina espirita —- como que pressen-

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