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ENSINO DA CONCEPÇÃO ESTRUTURAL A PARTIR DO BALANCEAMENTO DE

VÃOS EM VIGAS

RESUMO

Cargas provenientes de lajes são usualmente transmitidas a vigas que formam estruturas reticuladas
de edificações. Nas vigas, a posição dos apoios que as suportam (pilares, tirantes ou mesmo outras
vigas) influencia expressivamente os esforços internos atuantes, os deslocamentos verticais máximos
(flechas) e, portanto, as dimensões requeridas para que suas seções transversais possam,
respectivamente, resistir-lhes e limitá-los. Em outras palavras, a quantidade de material estrutural
empregado em vigas pode ser otimizada em função da proporção entre os vãos delimitados por seus
apoios. Partindo-se da premissa de que o arquiteto é o agente responsável pela concepção estrutural,
necessita-se sensibilizá-lo quanto ao impacto que essa simples definição de posicionamento de apoios
das vigas acarreta. No entanto, e principalmente no caso de vigas hiperestáticas, nas quais os
procedimentos para determinação de esforços internos são relativamente complexos e morosos,
torna-se necessário, sem que se perca de vista o comportamento estrutural, estabelecer
procedimentos metodológicos ágeis para o balanceamento de vãos durante a concepção estrutural. O
objetivo desse trabalho é apresentar a estratégia didática que vem sendo adotada para o ensino desse
balanceamento, bem como o estudo teórico que a originou. Em síntese, esse estudo parte da teoria
da resistência dos materiais, de onde se obtêm expressões matemáticas que fornecem reações de
apoio e esforços internos solicitantes em vigas com até cinco apoios articulados, carregamento
descensional uniformemente distribuído e produto de rigidez constante ao longo de seu comprimento.
O emprego de conceitos estatísticos e métodos numéricos para resolução de equações não lineares
possibilitou a determinação de relações entre vãos de vigas que levam à menor dispersão possível dos
momentos fletores máximos atuantes. Os resultados obtidos foram generalizados e condensados num
método para concepção de estruturas que tem se mostrado pedagogicamente apropriado por
proporcionar agilidade à atividade de projeto e rigor estrutural, sem, no entanto, despender recursos
matemáticos sofisticados. A estratégia parte da determinação geométrica dos pontos de inflexão em
cada trecho da viga, supondo-os afastados dos apoios em torno de 15% do vão correspondente.
Estabelecida essa premissa, determinam-se as posições dos apoios que levam as distâncias entre esses
pontos de inflexão à condição de igualdade, ou seja, define-se, numa primeira aproximação, o
posicionamento de apoios em vigas que conduz à uniformização dos máximos esforços de flexão
atuantes e, portanto, às mínimas dimensões requeridas para as seções transversais das peças.
Palavras-chave: ensino de estruturas; concepção estrutural; balanceamento de vãos em vigas;
uniformização de momentos fletores.

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