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Fundação Centro de Análise Pesquisa e

Desenvolvimento Tecnológico

Antônio Bonieck
Bruno Cristian
Bruno Nascimento
Janse Correa
Marcos Khalil
Renan Gomes

Carbonitretação

Manaus
2020
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Antônio Bonieck- 194661


Bruno Cristian- 173552
Bruno Nascimento- 194535
Janse Correa- 184320
Marcos Khalil- 184248
Renan Gomes - 194591

Carbonitretação

Trabalho apresentado como requisito parcial para aprovação


na disciplina de Tratamentos Térmicos e Superfícies da
Faculdade Fucapi.
Prof. Ewerton Menezes.

Manaus
2020
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SUMÁRIO

1. Introdução __________________________________________________________4

2. Carbonitrtetação______________________________________________________5

2.1 Os constituintes da atmosfera carbonitretante são: ___________________________7

2.2 Procedimento________________________________________________________7

2.3 Aplicações__________________________________________________________8

3. Carbonitretação a Plasma_______________________________________________9

3.1 Vantagens___________________________________________________________9

4. Conclusão__________________________________________________________11

5. Bibliografia_________________________________________________________12
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1. INTRODUÇÃO
Tratamentos termoquímicos são aplicados de forma intensa na indústria metalúrgica
para que peças e componentes mecânicos adquiram propriedades adequadas e
possam, assim, executar plenamente suas tarefas e suplantar exigências e
demandas à que são submetidas quando estão em serviço. Os tratamentos
termoquímicos são também conhecidos como tratamentos de endurecimento (que é
sua principal finalidade).
A modificação da composição química se dá por difusão termoquímica de elementos
na superfície do aço como: carbono, nitrogênio e boro, entre outros. Pode ser usado
também pra adquirir propriedades como resistência à fadiga, à corrosão e à
oxidação em altas temperaturas.
A carbonitretação promove o enriquecimento superficial simultâneo com carbono e
nitrogênio, sendo uma forma modificada de cementação e nitretação, já que consiste
na introdução de amônia na atmosfera da peça. O processo pode ser realizado em
fornos de banhos de sal ou de atmosfera controlada (a gás). A superfície da camada
carbonitretada adquire dureza e resistência ao desgaste.
Este processo é usado, geralmente, em peças de pequeno porte, como
componentes de máquina de escrever, carburadores, relógios e aparelhos
eletrodomésticos.
O efetivo controle de um processo será sempre proporcional ao grau de
conhecimento que se tem sobre ele: quanto mais conhecido for, melhor será o
controle. O conhecimento de um processo tem muitos aspectos a serem
considerados; mas, sem dúvida, a compreensão dos seus fundamentos
termoquímicos tem um papel de grande relevância neste conhecimento.
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2. CARBONITRETAÇÃO

Este tratamento consiste no aquecimento do aço a uma temperatura elevada,


geralmente acima da temperatura de transformação, em uma atmosfera gasosa que
pode fornecer carbono e nitrogênio, simultaneamente, que são absorvidos pela
superfície do metal. Praticamente, a carbonitretação gasosa é um processo de
cementação gasosa modificado. A modificação consiste na introdução de amônia na
atmosfera do forno, que já contém gases cementantes. O nitrogênio nascente,
oriundo da dissociação da amônia, difunde no aço, juntamente com o carbono, em
temperaturas entre 760 e 900° C.
Após o processo de carbonitretação, são feitos têmpera e revenimento, objetivando
obter peças com uma camada superficial dura e de alta resistência ao desgaste,
com espessura entre 0,07 e 0,8 mm.
Por empregar menores temperaturas que a cementação gasosa e, normalmente,
menores tempos, a espessura da camada produzida é menor.

A utilização de menores temperaturas e meio de têmpera menos severo (utiliza-se


normalmente óleo ou gás), provoca menores níveis de distorção, implicando em
menor retrabalho para endireitamento de peças tratadas e melhor qualidade em
termos dimensionais.
Comparada com outros processos termoquímicos, particularmente com a
cementação, a carbonitretação fornece uma camada superficial de menor
espessura, porém com maior resistência à fadiga e ao impacto; sua resistência ao
amolecimento pelo calor também é maior, tanto no processo de revenimento como
em serviços a temperaturas superiores à ambiente.

1- Atmosfera para carbonitretação

A atmosfera utilizada para carbonitretação é produzida adicionando-se 2 a 10 % de


amônia na atmosfera padrão para cementação gasosa.

Os fatores principais que determinam a quantidade de amônia na atmosfera são:

velocidade de circulação da atmosfera: quanto maior a velocidade de circulação da


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atmosfera no forno, menor é a porcentagem de amônia requerida.

tempo de ciclo no forno: o teor de nitrogênio absorvido pelo aço aumenta com o
tempo do ciclo; assim, para uma determinada espessura de camada desejada, ciclos
mais longos exigem menores porcentagens de amônia da atmosfera.

temperatura do forno: aumentando a temperatura de carbonitretação, diminui a


quantidade de nitrogênio absorvido pelo aço; para compensar o efeito do aumento
da temperatura é necessário aumentar a porcentagem de amônia da atmosfera.

tipo de aço: a fim de evitar excesso de austenita retida (gR) na superfície das peças
carbonitretadas, deve-se diminuir a porcentagem de amônia da atmosfera utilizada
para tratar aços ligados, principalmente àqueles contendo Ni e/ou Mn.

2- Efeitos da temperatura e tempo de carbonitretação, circulação de atmosfera e


arranjo da carga sobre a homogeneidade da camada.

Como previsto pelas leis de difusão, aumentando a temperatura e/ou tempo de


carbonitretação, aumenta a profundidade da camada obtida.

Para se obter uma camada carbonitretada uniforme em toda a superfície da peça, é


importante

que, tanto a temperatura como a atmosfera, sejam homogêneas no forno, durante


todo o ciclo. No caso de forno câmara (batch), é necessário um ventilador para
conseguir uma circulação forçada de ar.

3- Composições da camada

A distribuição de C e N ao longo da espessura da camada depende da:

composição da atmosfera
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temperatura e tempo de carbonitretação

composição do aço

2.1 Os constituintes da atmosfera carbonitretante são:

● Gás endotérmico, produzido pela decomposição (em gerador endotérmico) de


gás natural ou hidrocarboneto, e que é essencialmente uma mistura de N², H² e CO,
com porções de metano, oxigênio, vapor de água e CO².
● Gás natural, propano ou butano.
● Amônia anitra (99% de pureza no mínimo).
Pode-se afirmar que, na prática, o teor de amônia utilizado é de 2-12% em uma
atmosfera carburante.

2.2 Procedimento
É um processo realizado em aços baixo carbono, onde ocorre um enriquecimento na
superfície tanto em carbono como em nitrogênio. Nesse caso a reação é dada por:

2NaCN +O2 → 2NaNCO


4NaNCO → Na2CO3 + CO + 2N
O principal objetivo da carbonitretação é conferir ao aço uma camada dura e
resistente ao desgaste. A espessura desta camada pode variar de 0,07 - 0,7 mm.
Uma vantagem importante é que uma camada carbonitretada possui uma melhor 14
temperabilidade do que uma camada cementada, de modo que, fazendo-se uma
carbonitretação e uma têmpera subsequente, pode-se obter uma camada dura e
resistente ao atrito, de custo mais baixo, dentro da espessura solicitada, usando-se
aço ao carbono ou aço baixa liga. A resistência ao amolecimento de uma camada
carbonitretada é bem maior do que a da cementada.
As temperaturas utilizadas no processo variam de 705ºC à 900ºC. As temperaturas
mais baixas, como 705ºC, apresentam risco de explosão e geram camadas
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superficiais ricas em nitrogênio e frágeis, com núcleo de baixa dureza, o que torna o
processo nestas temperaturas inconveniente para a maior parte das aplicações.
Os aços mais comumente carbonitretados são aqueles onde há dificuldade para se
obter dureza via cementação e têmpera – ou seja, aços com baixo teor de carbono.
Aços sinterizados também podem ser carbonitretados.
A peça carbonitretada apresenta, após o processo, uma superfície dura e resistente
ao desgaste aliada a um núcleo mole e dúctil. Tensões compressivas residuais são
obtidas n superfície após a têmpera, que combinadas com a alta dureza alcançada
resultam em elevada resistência à fadiga.
Os aços normalmente utilizados na carbonitretação são os das séries: 10XX, 11XX,
12XX, 13XX, 14XX, 15XX, 41XX, 51XX, 61XX, e 86XX, com teores de carbono na
faixa de 0,25%.

2.3 Aplicações
Dentre os principais exemplos de aplicações para a carbonitretação, podemos
destacar:
● Engrenagens;
● Pinhões;
● Componentes de disco de embreagem;
● Eixos, pinos, travas, etc.
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3. CARBONITRETAÇÃO A PLASMA

É um processo termoquímico de endurecimento superficial que consiste na


introdução simultânea de carbono e nitrogênio na matriz do aço, que utiliza uma
descarga elétrica em gases para a produção de um plasma possibilitando a difusão
de carbono e nitrogênio na superfície da peça a uma temperatura baixa e pressões
controladas (1). Recentes trabalhos têm demonstrado que os tratamentos
superficiais de nitretação, cementação e carbonitretação por plasma em temperatura
relativamente baixa (abaixo de 500ºC) resultam na produção de uma camada
superficial, responsável pelo aumento da dureza e resistência ao desgaste sem
diminuição da resistência à corrosão, que pode inclusive ser aumentada.
O plasma aquece a tela e a radiação a partir da tela fornece o calor que leva as
amostras à temperatura requerida para tratamento. Este plasma contém uma
mistura de íons, elétrons e outras espécies ativas, as quais são levadas a fluir
através da tela a todos os pontos da amostra, inclusive entrar em furos. Com isso os
componentes com formas complexas, de tamanho e geometria diferentes podem ser
tratados, produzindo camadas uniformes. Uma vez que o plasma não é formado
diretamente na superfície do componente, o dano por queima, efeito de borda pode
ser eliminados

3.1 Vantagens
O tratamento de carbonitretação a plasma apresenta algumas vantagens como:
flexibilidade no controle de seus parâmetros; boa reprodutibilidade; capacidade de
tratamento em temperaturas mais baixas; menores tempos de tratamento; economia
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de energia e de gás, dado que o aporte é feito exclusivamente ao material a ser


nitretado; controle na camada e espessura da mesma; possibilidade de tratamento
localizado; eliminação da presença de poros na camada de compostos; não causa
dano ambiental nem utiliza componentes nocivos à saúde não produz misturas
gasosas e explosivas, nem resíduos tóxicos podendo ser instalado em áreas
normais do fluxo produtivo.
O efeito endurecedor do nitrogênio e o efeito benéfico da adição de carbono não
reside somente na maior espessura de camada, mas também na maior uniformidade
da camada. A adição de pequenas quantidades de metano na mistura nitretante
evita a precipitação do nitreto de cromo e estabiliza a austenita expandida fase “S”.
Esta camada, denominada de fase "S" ou austenita e ferrita expandidas, constituem-
se numa fase termodinamicamente metaestável com uma supersaturação de
nitrogênio e carbono que permanecem em solução sólida.
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4. CONCLUSÃO

● Componentes mecânicos precisam adquirir propriedades de resistência


adequadas ao esforço que possam, assim, executar plenamente suas tarefas e
suplantar exigências e demandas à que são submetidas quando estão em serviço.
Carbonitretação gasosa é um processo de cementação gasosa modificado utilizando
amônia no processo entre 760 a 900 graus. Após isso é feito tempera e revenimento
tornando a superfície da peça mais resistentes. Os aços mais comumente
carbonitretados são aqueles onde há dificuldade para se obter dureza via
cementação e têmpera – ou seja, aços com baixo teor de carbono. Aços sinterizados
também podem ser carbonitretados, peça carbonitretada apresenta, após o
processo, uma superfície dura e resistente ao desgaste aliada a um núcleo mole e
dúctil. Tensões compressivas residuais são obtidas n superfície após a têmpera, que
combinadas com a alta dureza alcançada resultam em elevada resistência à fadiga.
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5. BIBLIOGRAFIA

1. SANTOS, Carlos Eduardo Zoldan. Simulação termodinâmica dos processos de


nitretação, nitrocarburação e carbonitretação gasosas. Porto Alegre, 2003.

2. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Os tratamentos


termoquímicos. Bahia.

3. MELO, Mineia. Estudo de tratamento termoquímico de carbonitretação por plasma


em tela ativa com pressões variáveis nos aços inoxidáveis austenítico AISI 316L e
ferrítico AISI 409. São Paulo, 2010.

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