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Projeto de Máquinas:

Transportadores de correia

Faculdades Integradas Pitágoras – Montes Claros


Disciplina: Projeto de Máquinas
Prof.: Igor de Villefort Maia
Fonte: Correias transportadoras: guia básico/Eletrobrás [et al.]. Brasília: IEL/NC, 2009.
Transportadores de correia

Bibliografia:
Correias Transportadoras: Guia
básico, 2009.
Autores: Eletrobrás [et al.].
Transportadores de correia
Importante parte dos recursos industriais, são empregados na
logística de materiais, ou seja, no transporte e armazenamento de
matéria prima, produtos intermediários e produtos finais.

A correia transportadora é um equipamento utilizado para


transporte de material à granel, pallets ou cargas unitárias. Podem
ser planas ou abauladas.

Correia plana Correia abaulada


Transportadores de correia
Podem ser utilizadas nos mais variados terrenos, o que se mostra
imprescindível em processos como o de mineração. Podem ser em
aclive, declive ou na horizontal. Podem ser montadas em túneis, em
uso externo ou interno aos prédios. Podem ser enclausuradas para
evitar a poluição do ar.

Correias para empilhamento à céu aberto.


Transportadores de correia

Carregador de navios. Retomadora

Transportador de Correia em túnel. Empilhadeira


Correia transportadora ou transportador de
correia?

Correia transportadora Transportador de correia

Correia transportadora Transportador de correia


Componentes
Roletes de carga

Roletes de retorno

Tambor ou polia
Componentes
Cavalete de carga completo - Vista frontal:
Roletes laterais

Suporte

Rolete central

Cavalete de carga completo - Vista lateral:


Componentes

Correia
transportadora

Longarina
Componentes
Dispositivo de carregamento ou
Chute de carregamento Dispositivo de descarga
ou chute de descarga

Tambor
de retorno

Tambor de
desvio
Tambor de
encosto ou de
abraçamento Tambor de
descarga
Tambor de
esticamento
Componentes
Os tambores podem ser revestidos, se necessário. O objetivo do
revestimento é:

Aumentar o
atrito entre o
tambor e a correia.
Proteger o corpo
do tambor de
abrasão causada
por material entre a
correia e o tambor.
Evitar a falta de
atrito causado pela
presença de água,
auxiliando o seu
escoamento.
Fonte: http://www.apequipamentos.com.br/p1.htm

Fonte: Manual de Transportadores de correias/ Fábrica de aço paulista S.A., pág. 2.54.
Componentes
Os tipos de revestimento mais comuns são:
Liso de borracha.
Ranhurado de borracha, com desenhos em “V” para auxiliar trabalho em
contato com a água.
Diamante de borracha, com desenhos em losango para auxiliar trabalho
em contato com a água no caso de transportadores reversíveis.
Cerâmico, para máximo coeficiente de atrito.

Fonte: adaptado de NBR 6172/1995.

Fonte: Manual de Transportadores de correias/ Fábrica de aço paulista S.A., pág. 2.54.
Componentes
Exemplo de revestimentos, neste caso do fornecedor Metso:

Fonte: http://www.metso.com.br/servicos/pecas-de-reposicao-e-desgaste-para-transportadores/
Componentes
Componentes
Componentes

Roletes auto-alinhadores Roletes auto-alinhadores

Roletes em catenária, à
direita, sem a correia.
Correias de cabo de aço
Correias de lona

Cobertura do lado do transportador

Lona têxtil

Cobertura em contato com roletes

As correias de lona podem possuir diversas camadas de lonas, a fim


de aumentar sua resistência à tração.
Emendas de correia

Normalmente as correias são unidas através de vulcanização à quente ou à


frio. Os cabos de aço devem ser descobertos e unidos de forma trançada
utilizando-se um cimento de ligação.

No caso de lonas, cada camada de


lona de uma ponta deve ser exposta
e vulcanizada com a camada de lona
correspondente da outra ponta.
Emendas de correia
Existe um sistema alternativo em que se usa a chamada emenda mecânica.
Neste caso duas peças metálicas são grampeadas em cada ponta e um pino
metálico une as duas parte.

São resistentes e
práticas, mas
podem causar
danos aos roletes
e tambores.
Desalinhamento

O que acontece se os tambores não ficam perfeitamente alinhados?

A correia se desloca para o lado com menor tensão, ou seja, no caso


anterior se desloca para cima.
Desalinhamento

O carregamento do material é um dos principais fatores de falhas


nos transportadores devido ao desalinhamento e consequente dano
à correia ou à estrutura do transportador. A correia tende a se
nivelar de acordo com o centro de gravidade do conjunto.
Desalinhamento
A

Corte AA
A
O que acontece se os roletes não ficam perfeitamente alinhados?
A

A Corte AA

A correia se desloca na direção contrária a do primeiro rolete que encosta na


correia em cada cavalete, ou seja, no caso anterior se desloca para baixo. Este
fenômeno é o de menor influência nas três fontes de desalinhamento.
Mesas de impacto

São usadas em casos de carregamento sob impacto severo, em


casos em que o desgaste é muito grande mesmo com rolos de
impacto.
Descarregamento

Desviadores de correia

Chute telescópico
Descarregamento

Tripper
Descarregamento

Tripper
Equipamentos de segurança
Chave de emergência: São chaves elétrica
normalmente fechadas, ligada a um cabo de aço
ligado instalado ao longo do transportador. Em caso
de anormalidades, qualquer pessoa pode puxar o
cabo de aço e desligar o transportador.
Equipamentos de segurança
Detector de baixa velocidade: É um sensor indutivo instalado no tambor de
retorno, a fim de detectar alterações da velocidade do mesmo, como por
exemplo uma patinação da correia.

Sensor indutivo
Equipamentos de segurança
Detector de desalinhamento: São dois sensores de contato colocados um em
cada lado da correia. Caso a correia o empurre, abre o contato e registra o sinal
de alarme.
Equipamentos de segurança
Detector de rasgo: Anteparo sob a correia, que detecta o aumento de seu peso
em virtude de vazamento de material na região mais central da correia.
Equipamentos de segurança
Detector de metais: Detector indutivo que realiza a parada de emergência no
transportador, caso seja atuado.
Equipamentos de segurança
Extrator de sucata: Eletroímã atrai o
material metálico quando passa
sobre a correia e o solta fora da
correia.

Possui a vantagem de não


necessitar atuação
humana para retirar os
materiais metálicos.
Equipamentos de segurança
Raspadores: Chapa pressionada
contra a correia, normalmente
por meio de molas, a fim de
remover todo o produto no chute
de descarga. Podem ser feitas de
diversos materiais: polímeros,
metais, etc.

Alguns fabricantes optam por


utilizar materiais mais macios
que a correia, a fim de
melhorar a vida útil da
mesma, outros optam por
utilizar materiais com elevada
dureza, como carbureto de
tungstênio, que se
corretamente ajustados, não
causam perda de vida útil da
correia.
Equipamentos de segurança
Limpadores: tipos de raspadores que são colocados na parte interna da correia,
a fim de retirar o material que tenha transbordado. Podem ser em “V” ou
transversais.

Caso não sejam utilizados, o material


presente entre a correia de retorno e os
tambores causam o desgaste da correia
e da chapa externa do tambor e seu
consequente colapso, normalmente com
consequências desastrosas, uma vez
que não se faz preventiva ou preditiva
nas chapas dos tambores.
Esticadores
Esticador por parafuso: a fim de manter a tensão na correia, pode-se utilizar o
sistema em que dois parafusos modificam a posição dos mancais do tambor de
retorno, afastando-o ou aproximando-o do tambor de acionamento. É o sistema
mais barato, mas possui precisão menor e demanda manutenção periódica
para verificar a tensão. Entretanto o procedimento para se folgar a correia nos
momentos de sua troca são mais simples, apenas folgando-se os parafusos.
Normalmente utilizado em situações em que não é necessária grande tensão na
correia.
Esticadores
Esticador por gravidade: a fim de
manter a tensão na correia, pode-se
utilizar o sistema em que um
contrapeso adaptado a um tambor de
esticamento mantêm a tensão da
correia.
Tipo mais utilizado, pois é mais barato
que o sistema por motor hidráulico e
mantêm a tensão com maior precisão
do que o sistema por parafuso.
O procedimento para a troca da
correia é um pouco mais complexo do
que o sistema de parafuso, pois é
preciso calçar o contrapeso,
necessitando-se de um guindaste.
Alguns equipamentos são projetados
com guincho fixo, que é utilizado
apenas em momentos de manutenção.
Seleção da correia
No sistema de esticamento vertical
por gravidade, utiliza-se dois
tambores para direcionar a correia ao
tambor de esticamento, que se
movimenta limitado por uma
estrutura guia.
O tambor de esticamento sustenta a
estrutura do contra-peso, que se
movimenta junto com ele.

No sistema de esticamento
horizontal por gravidade, utiliza-se
um carro que se movimenta sobre
trilhos, para modificar a posição do
tambor de esticamento, de acordo
com o carregamento da correia. O
contra-peso é montado em uma
estrutura auxiliar, ligada ao tambor
de esticamento por meio de cabos
de aço.
Esticadores
Esticador por motor hidráulico: a
tensão na correia também pode
ser mantida através de um motor
hidráulico que puxa o tambor de
esticamento por meio de cabos de
aço.

Este método é muito utilizado em


situações em que não se dispõe de
muito espaço, e em casos em que o
comprimento da correia pode ser
aumentado ou diminuído em virtude
do processo produtivo. Quando o
comprimento da correia é modificado, é
preciso regular novamente a tensão da
correia.
Exercício

DESCREVA a função do dispositivo mostrado pela seta, na figura


anterior.

O dispositivo é o detector de desalinhamento da correia e serve para paralisar o


funcionamento do transportador em caso de desalinhamento da correia, evitando assim
danos estruturais na própria correia ou em outros componentes do equipamento.
Exercício

Fonte: http://www.metso.com.br/servicos/pecas-de-
reposicao-e-desgaste-para-transportadores/

DESCREVA a função do revestimento do elemento mostrado acima.

Aumentar o atrito entre o tambor e a correia, proteger o corpo do tambor de abrasão


causada por material entre a correia e o tambor, evitar a falta de atrito causado pela
presença de água auxiliando o seu escoamento.
Exercício

DESCREVA as consequências do defeito de montagem mostrado na


figura anterior.

Caso os tambores sejam montados sem um paralelismo entre os eixos de rotação, a


correia é forçada para o lado menos tenso, causando o seu desalinhamento. O
desalinhamento da correia causa desgaste acentuado nas bordas da correia acelerando
o fim de sua vida útil, danos a estruturas de sustentação do transportador, do prédio
ou de outros equipamentos próximos, desgaste acentuado de roletes, etc.
Exercício

Compare as vantagens entre os dois sistemas de esticamento descritos


nas figuras anteriores.

O sistema de esticamento em parafuso é mais barato e a força do sistema de


esticamento é mais fácil de ser ajustada. Já o sistema por gravidade tem maior precisão
na tensão mantida na correia e não necessita manutenção preventiva para checagem
da tensão, pois a mesma depende diretamente da massa colocada no contrapeso.
Vamos ao projeto!

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