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Técnicas de inspeção e

montagem de rolos e cavaletes

VALER - EDUCAÇÃO VALE


COLABORADORES:

> Rafael Dias Pereira


> Paulo Sérgio Godoy

Outubro de 2011
mensagem Valer

Caro Empregado,

Você está participando da ação de desenvolvimento Técnicas de


inspeção e montagem de rolos e cavaletes de sua Trilha Técnica.

A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com


profissionais técnicos da sua área com o objetivo de desenvolver as
competências essenciais para o melhor desempenho de sua função e
o aperfeiçoamento da condução de suas atividades diárias.

Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o


seu desenvolvimento profissional e reforçam os valores saúde e
segurança, que são indispensáveis para sua atuação em
conformidade com os padrões de excelência exigidos pela Vale.

Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale.

Vamos Trilhar!
INTRODUÇÃO 7

MÓDULO I: CONCEITOS BÁSICOS 8

MÓDULO II: TIPOS DE ROLETES 18

Os diversos tipos de roletes 19

MÓDULO III: FORMA CONSTRUTIVA DOS ROLETES 48

MÓDULO IV: DIMENSIONAMENTO DOS ROLOS 100

Entendendo o dimensionamento dos rolos 101

MÓDULO V: DISPOSIÇÃO DOS ROLETES AO LONGO DO


TRANSPORTADOR DE CORREIA 116

Disposição dos roletes 117

MÓDULO VI: MONTAGEM DE ROLETES 152

Conhecendo o processo de montagem de roletes 163


MÓDULO VII: INSPEÇÃO SENSITIVA DE ROLETES 152

Introdução 167
Ferramentas necessárias 173
Itens de verificação da inspeção sensitiva 177
Mão de obra necessária 167
Duração e frequência da inspeção sensitiva 173

MÓDULO VIII: INSPEÇÃO PREDITIVA EM ROLETES 152

Introdução 167
Critérios adotados neste tipo de inspeção 173
Mão de obra necessária 177
Duração e frequência da inspeção preditiva 173

MÓDULO IX: ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE ROLETES 152

Armazenagem de roletes 167


Armazenagem de cavaletes 173
Transporte de roletes 177

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 166


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Introdução
Introdução

NESTE CURSO, VOCÊ CONHECERÁ alguns conceitos e fundamentos indispensáveis à adequada


utilização dos roletes e à correta manutenção de transportadores de correia, para que estes tenham
um grande resultado operacional e alta confiabilidade.

Para ter uma visão panorâmica do conteúdo dessa apostila, veja o esquema a seguir.

Ao terminar o curso, você deverá ser capaz de:

>> compreender o sistema de transporte por correias de materiais a granel;


>> conhecer as bases teóricas para o desenvolvimento das atividades de inspeção e manutenção
do sistema de transporte;

>> utilizar técnicas de inspeção em roletes;


>> descrever o processo de armazenagem de rolos e cavaletes.
Módulo I
CONCEITOS BÁSICOS

Nesse módulo você conhecerá alguns conceitos importantes relativos ao sistema de transporte por
correias.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>situar a importância dos sistemas de transporte por correias de materiais a granel;


>>compreender o conceito de rolete.
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Conceitos básicos
Conceitos Básicos

TRANSPORTADORES DE CORREIA

As correias transportadoras constituem o meio mais difundido para o transporte de grandes


quantidades de materiais a granel.

Os sistemas em operação hoje atingem capacidades de até 40.000 t/h, cobrindo distâncias de até
50km. Os dados levantados em 1991 revelam que o dispêndio energético em transporte de materiais
compromete 40% da energia utilizada em processos minerais, somando dezenas de milhões de kWh
gastos.

A magnitude dos investimentos em sistemas de transporte por correias representa significativa


parcela do capital aplicado na indústria de mineração e os custos de operação chegam a totalizar
16% do custo global.

CUSTOS DO SISTEMA DE TRANSPORTE POR CORREIAS

O crescente aumento de preços da energia a colocam como o item de maior peso, correspondendo
a 35% do custo total de operação. O segundo elemento mais importante do custo operacional é:
manutenção e reposição do material rodante.

Várias soluções estão sendo buscadas para manter os dispêndios de capital controlados. Melhorias
de layout, velocidades maiores e novos tipos de correias com resistência e dureza aumentadas são
algumas das medidas empregadas para otimizar os desempenhos, porém, muito pouco se fez para
melhorar o item responsável por predominante parcela dos custos, ou seja o rolo transportador. O
seu projeto foi mantido praticamente inalterado nos últimos 50 anos.

A partir de 1997 os rolos de retorno e impacto começaram a sofrer modificações, substituindo os


anéis de borracha por borracha vulcanizada diretamente no tubo.
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O transportador de correia tem a mesma configuração básica quanto ao arranjo dos rolos desde os
tempos de sua invenção sem grandes alterações. Isto significa que há normalmente 03 rolos por
suporte, e os 02 rolos laterais são inclinados, num ângulo variável entre 01 e 45º.

O QUE SÃO ROLETES

Rolete é um conjunto de rolos cilíndricos, com um eixo, rolamentos, vedação e suportes de


sustentação (cavaletes). Os rolos são capazes de efetuar livre rotação em torno do seu eixo, e são
usados para suportar e / ou guiar a correia transportadora.

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Conceitos básicos
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Módulo II
TIPOS DE ROLETES

Nesse módulo você conhecerá os diferentes tipos de roletes, e saberá qual a sua localização e para
que servem.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>> conhecer os diversos tipos de roletes;


>> saber identificar a função dos diferentes tipos de roletes.

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Os diversos tipos de roletes


Os diversos tipos de
roletes
A correia transportadora é apoiada por diversos tipos de roletes:

ROLETES DE CARGA

Rolete sobre o qual se apoia o lado de carregamento da correia transportadora (Figura 2.1).

FIGURA 2.1 - CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE UM ROLETE DE CARGA


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ROLETES DE RETORNO

Rolete sobre o qual se apoia o lado de retorno da correia transportadora (Figura 2.2).

FIGURA 2.2 - CONFIGURAÇÃO TÍPICA DE UM ROLETE DE RETORNO

ROLETES DE IMPACTO

Rolete dotado de rolos com material elástico, localizados na região de carregamento do


transportador, com a finalidade de absorver o choque resultante do impacto do material sobre a
correia (Figura 2.3).

FIGURA 2.3 - ROLO DE IMPACTO

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Os diversos tipos de roletes


ROLETE AUTOALINHADOR

Conjunto de rolos cujo suporte é dotado de mecanismo giratório, com a finalidade de controlar o
deslocamento lateral da correia através do contato da mesma com os rolos guias. São montados
tanto no lado de carregamento quanto no lado de retorno da correia (Figura 2.4).

FIGURA 2.4 - CONFIGURAÇÃO DE UM ROLETE AUTOALINHANTE

ROLETE HELICOIDAL

Rolos em forma helicoidal destinados a promover o desprendimento do material aderido à correia


(Figura 2.5).

FIGURA 2.5 - ROLO HELICOIDAL

ROLETES DE ANÉIS

Rolete de retorno onde o(s) rolo (s) é constituído de anéis de borracha espaçados, de modo a evitar o
acúmulo de material no rolete e promover o desprendimento do material aderido à correia.
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ROLETES DE TRANSIÇÃO

Rolete dotado de rolos laterais fixos ou ajustáveis, a fim de acompanhar a mudança da concavidade
da correia normalmente nas proximidades dos tambores de descarga e retorno (Figura 2.6).

FIGURA 2.6 - ROLETES DE TRANSIÇÃO

ROLETE EM CATENÁRIA

Conjunto de rolos suspensos, dotados de interligações articuladas, de modo a permitir livre


conformação dos mesmos, auxiliando a centralização automática da correia transportadora. Pode ser
utilizado tanto no lado de carregamento quanto no lado de retorno da correia (Figura 2.7).

FIGURA 2.7 – ROLETE EM CATENÁRIA

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Os diversos tipos de roletes


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Módulo III
FORMA CONSTRUTIVA DOS
ROLETES

Nesse módulo você saberá como são constituídos os roletes e os cavaletes.

Ao final desse módulo você será capaz de:


>> conhecer a composição dos roletes;
>> conhecer a composição dos cavaletes.

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Formas construtivas dos roletes


Forma construtiva dos
roletes

ROLOS

Os rolos são compostos por corpo cilíndrico, eixo trefilado, caixa do rolamento, rolamento e conjunto
de vedação. Veja na Figura 3.1 os itens que compõem um rolo.

FIGURA 3.1 – DESENHO DOS ITENS DE UM ROLO


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CAVALETES

Os cavaletes são compostos por perfis metálicos dobrados, soldados ou parafusados a chapas
cortadas (Figura 3.2).

FIGURA 3.2 – FORMAS CONSTRUTIVAS DE CAVALETES

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Formas construtivas dos roletes


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Módulo IV
DIMENSIONAMENTO DOS ROLOS

Nesse módulo você saberá como são selecionados os rolos em função das diferentes cargas e como
estas são distribuídas sobre os rolos.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>compreender a aplicação de carga nos rolos;


>>dimensionar o peso da carga nos diferentes tipos de correia transportadora;
>>identificar os padrões de concentricidade e alinhamento no eixo dos rolos;
>>conhecer a regulamentação quanto à durabilidade dos rolos;
>>identificar vantagens e desvantagens da variação na velocidade das correias.

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Entendendo o dimensionamento dos rolos


Entendendo o
dimensionamento dos
rolos
Carga aplicada aos rolos

A seleção dos rolos, para cada transportador, é feita em função do material transportado (peso
especifico), velocidade da correia, espaçamento entre cavaletes, peso da correia e capacidade de
carga desejada, considerando um percentual de 70% de sua capacidade.

Os rolos são projetados obedecendo às normas da ABNT/ ou CEMA. Entretanto, especial atenção
deve ser dada aos rolos aplicados em curvas convexas, onde há significativo aumento dos esforços
aplicados, em função do tensionamento da correia nestas regiões.

Em geral, os rolos possuem corpos metálicos para carga, metálicos e revestidos com borracha para
retorno e revestido com borracha para impacto. Porém, para aplicações específicas, o material do
tubo poderá ser de poliuretano ou outros materiais.

Carga em toneladas por hora de cada correia transportadora:

>>Correia transportadora de 84 “... 16.000 a 20.000 Ton/h;


>>Correia transportadora de 72 “... 16.000 a 18.000 Ton/h;
>>Correia transportadora de 60 ” ... 8.000 a 10.000 Ton/h;
>>Correia transportadora de 48 ” ... 3.000 a 6.000 Ton/h;
>>Correia transportadora de 36 ” ... 2.000 a 4.000 Ton/h.
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Veja na Figura 4.1 como a carga total é distribuída sobre os rolos.

FIGURA 4.1 - DISTRIBUIÇÃO DA CARGA SOBRE OS ROLOS

FLECHA MÁXIMA ADMISSÍVEL NO EIXO DOS ROLOS

A flecha admissível no eixo de um rolo é de 9 minutos máximo e os rolamentos deverão ser


montados obedecendo ao padrão mínimo de concentricidade e alinhamento recomendados. O
encosto do rolamento deverá ser diretamente no eixo.

Observando a evolução dos rolos, você pode ver que:

>>originalmente os rolos de retorno e impacto eram feitos com anéis de borracha;


>>a partir de 1997 passaram a ser vulcanizados diretamente no eixo;
>>a partir de 2000 os rolos vêm sendo vulcanizados com uma proteção de anel cerâmico
refratário sobre o local dos rolamentos, para evitar que se incendeiem.

VIDA ÚTIL DO ROLO CONFORME A NORMA ABNT – NBR 6678

A vida de um rolo depende de muitos fatores, como por exemplo: material transportado; espessura
da parede do tubo; eficiência da vedação do rolamento; meio ambiente etc.

Porém, como todos estes fatores não são quantificáveis, a vida do rolamento é utilizada como
indicativo da vida do rolo. Entende-se como vida do rolamento, o número de horas a uma
determinada rotação que 90% dos rolamentos atingem antes que apareçam os primeiros sinais de
fadiga (descascamento) em seus anéis ou corpos rolantes. A vida real da carcaça do rolo pode ser,
portanto, inferior à vida do rolamento.

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Entendendo o dimensionamento dos rolos


É recomendada, normalmente, uma vida de 30.000 horas a 500 rpm, sendo este o valor de referência.
Para aplicações ESPECIAIS, a vida do rolamento deve ser acordada entre usuário e fornecedor.

>>CEMA B = Rolos Eixo 20 mm - Rolamentos 6204;


>>CEMA C = Rolos Eixo 25 mm - Rolamentos 6205/6305;
>>CEMA D = Rolos Eixo 30 mm - Rolamentos 6206/6306;
>>CEMA E = Rolos Eixo 40/45 mm - Rolamentos 6308/6309;
>>CEMA F = Rolos Eixo 50/60 mm - Rolamentos 6310/6312.

Convém observar que diâmetros de rolos maiores são mais adequados a serviços mais pesados,
estando os eixos maiores relacionados com os diâmetros maiores. Os diâmetros maiores apresentam
menor resistência ao rolamento, menor penetração na correia, maior espessura do tubo (rolos de
aço) etc., garantindo de um modo geral uma maior vida útil.

VELOCIDADE DA CORREIA

Deve-se observar que uma variação para mais na velocidade pode permitir a redução na largura da
correia e diminuição da carga nas estruturas, para uma mesma capacidade desejada.

Esta vantagem pode trazer, em contrapartida: maior desgaste da correia; possível degradação do
material transportado; impacto maior sobre os roletes, principalmente quando transportando
materiais pesados; e perda de produto devido ao vento, quando o material é fino e seco. Pode,
portanto,Relembrando
reduzir a vida de alguns componentes do transportador.

É preciso ficar atento à variação da velocidade da correia para evitar


desgastes desnecessários.

Pesquisando

Observando
Módulo V
DISPOSIÇÃO DOS ROLETES AO
LONGO DO TRANSPORTADOR DE
CORREIA

Nesse módulo você saberá como devem ser localizados os diferentes roletes no transportador de
correia.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>identificar a localização dos diversos tipos de roletes ao longo do transportador de correia;


>> conhecer os cuidados necessários à manutenção adequada dos diferentes roletes.
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Disposição dos roletes ao longo do transportador de correia


Disposição dos roletes ao
longo do transportador de
correia
DISPOSIÇÃO DOS ROLETES

Observe na Figura 5.1 como os roletes são localizados em um transportador de correia.

FIGURA 5.1 - ARRANJO BÁSICO DE UM TRANSPORTADOR DE CORREIA

ROLETES DE CARGA E RETORNO

São instalados ao longo de quase a totalidade do transportador. Esses roletes são usados para
suportar e / ou guiar a correia.

ROLETES DE IMPACTO

Ficam localizados na zona de carregamento da correia, onde o contato do material com a superfície
da correia sempre gera um impacto. Este impacto ocorre porque, no plano vertical, a direção do
fluxo de material sendo carregado nunca é exatamente a direção do movimento da correia.
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Grandes impactos tendem a danificar a cobertura da correia e enfraquecer sua carcaça. Materiais
muito finos, mesmo sendo pesados, não causam muitos impactos, podendo gerar deflexão da
correia entre os roletes, a menos que o espaçamento entre os mesmos seja bem reduzido sob o
ponto de carregamento. Tais deflexões podem provocar vazamento sob as guias laterais
ocasionando, neste ponto, grandes derramamentos de material pelas extremidades da correia.

Materiais de granulometria irregular, sobretudo aqueles com partículas mais pesadas, causam
considerável impacto na correia. Quando pontiagudos, podem até cortar sua cobertura e esmagar a
carcaça, enfraquecendo-a.

Para se absorver grande parte dos choques, devem-se utilizar os roletes de impacto, de forma a
proteger a correia. Eles devem ser colocados sob o ponto de carregamento da mesma, de tal forma
que grande parte do material de maior granulometria caia preferencialmente entre roletes, e não
sobre eles (Figura 5.2).

FIGURA 5.2 - DETALHE DOS ROLETES DE IMPACTO MONTADOS

ROLETES DE TRANSIÇÃO

Transição nada mais é do que a mudança de planos da correia, isto é, a passagem do plano ao
acamado e vice-versa.

Na transição a correia é submetida a um desequilíbrio de tensões entre as bordas e o centro. Para


evitar uma tensão excessivamente alta nas bordas, a distância da transição deve ser cuidadosamente
analisada.

É preciso manter uma distância necessária para que a correia passe de sua forma plana para
configuração dos roletes de carga. Esta distância deve ter valores mínimos para se evitar a sobre
tensão das suas bordas. As correias com cabo de aço necessitam de distância de transição
aproximadamente igual a 02 vezes a distância de correias com lonas (Figura 5.3). Assim sendo, ao se
mudar de correia de lona para correia com cabo de aço, estes valores devem ser cuidadosamente
verificados.

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Disposição dos roletes ao longo do transportador de correia


Relembrando

Distâncias de transição insuficiente e roletes de transição com inclinação


inadequada, entre outros inconvenientes, provocam a ruptura
prematura de emendas.

Pesquisando

Observando

FIGURA 5.3 - COMPRIMENTO DE TRANSIÇÃO


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Módulo VI
MONTAGEM DE ROLETES

Nesse módulo você aprenderá sobre o processo de montagem de roletes de forma segura.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>conhecer o processo de montagem de roletes;


>>identificar itens seguros e inseguros na montagem de roletes.

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Conhecendo o processo de montagem de roletes


Conhecendo o processo de
montagem de roletes
A montagem de roletes deve seguir alguns itens. Veja.

>>A montagem de roletes deve ser realizada com os transportadores desenergizados.


>>Os rolos deverão girar macia e livremente a um toque de mão sem arranhar ou fazer ruído.
>>Todos os roletes devem estar alinhados a 90º com a linha de centro dos transportadores. Este
alinhamento pode ser obtido esticando-se um barbante sobre os mesmos ou com auxilio de
instrumentos topográficos.

>>Os cavaletes dos roletes devem ser montados deixando-se os parafusos de fixação no meio do
rasgo de seus suportes. Isto permite uma movimentação posterior no sentido que for
necessário.

>>Os roletes que têm os rolos laterais inclinados de 2º deverão ser montados de tal forma que a
direção do deslocamento da correia coincida com a direção da inclinação dos rolos laterais
(Figura 6.1).

FIGURA 6.1 - ROLETES COM INCLINAÇÃO DE 02 GRAUS

>>Os roletes que não têm os cavaletes laterais inclinados de 2º podem ser montados nesta
inclinação, com o auxílio de pequenos calços (arruelas) do lado de trás de seus suportes.
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Entretanto, a inclinação não pode ser superior à indicada, porque provocará um desgaste
acentuado na cobertura inferior da correia.

>>Os roletes autoalinhadores devem ser montados de 12 a 19 mm acima da linha normal dos
demais roletes para garantir um bom contato com a correia. A maioria dos autoalinhadores
trabalhará melhor quando a correia estiver seca, pois quando úmida, o coeficiente de atrito
entre correia e rolete diminui bastante. Para ambientes úmidos, os roletes autoalinhadores
devem possuir rolos laterais.

>>A posição mais atuante para roletes autoalinhadores se situa de 6 a 15 metros a partir dos
tambores extremos, dependendo da largura da correia. Para transportadores de grande
capacidade e comprimento, espaçamentos de 30 m deverão ser usados. Não se pode usar
autoalinhantes sob as guias de material.

>>Os rolos guias dos roletes autoalinhadores não devem ser colocados antes de se fazer um
trabalho prévio de alinhamento da correia e não devem ser colocados em transportadores
com máquinas móveis na parte da carga.

>>Todos os tipos de rolos guias desgastam a correia quando ficam em contato permanente com
a mesma.

>>Os transportadores reversíveis não deverão possuir roletes superiores inclinados de 2º e os


roletes autoalinhadores deverão ser especiais, diferentes dos descritos anteriormente.

>>Os rolos guias devem ficar com 25 a 30 mm de distância da borda da correia em cada lado,
pois com a distância maior ou menor o conjunto perde a eficiência de alinhar a correia.

>>O conjunto autoalinhante de carga deve ser colocado sempre entre 02 cavaletes e a uma
distância igual ou menor que 0,90 m. Como é um conjunto que está apoiado sobre rolamento,
a uma distância maior ou em uma área de transição ele receberá muito peso e provocará
esforço da correia, o que causará danos ao conjunto. Por isso, quando for preciso colocar um
autoalinhante de carga antes dos chutes perto do retorno da correia, devemos observar a
distância do tambor traseiro até o último cavalete da transição.

>>Rolos de carga com revestimento de borracha devem ser montados apenas nas zonas de
impacto.

>>Para a instalação de rolos de carga, a correia deve estar suspensa de maneira a permitir a
retirada e inserção de um novo rolo. Para suspender a correia, podem ser utilizados
guindastes, dispositivos mecânicos ou hidráulicos de içamento, com travas de segurança
(Figura 6.2).

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Conhecendo o processo de montagem de roletes


FIGURA 6.2 - EXEMPLO DE DISPOSITIVO PARA ELEVAÇÃO DE CORREIA

>>Para a instalação de rolos de impacto, não é possível suspender a correia devido à posição das
guias de material. Todo rolete deve ser retirado, o rolo deve ser trocado e é preciso instalar
Relembrando
todo o rolete novamente.

É recomendado trocar os rolos de impacto sempre que houver troca


total da correia do transportador, pois isto facilita a realização do serviço.

>>Para encaixar rolos nos cavaletes não se deve utilizar marreta, tubo ou ferramentas metálicas
de impacto. Em caso de dificuldade de encaixe, deve-se utilizar martelos de borracha, de
maneira a evitar danos aos rolamentos dos rolos.

Pesquisando

Observando
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Módulo VII
INSPEÇÃO SENSITIVA DE ROLETES

Nesse módulo você aprenderá como e com que frequência deve ser feita a inspeção sensitiva de
roletes. Além disso, saberá também quem é o profissional habilitado a fazer este tipo de inspeção.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>> conhecer o processo de inspeção de transportadores;


>> identificar as ferramentas necessárias a uma inspeção sensitiva;
>> definir itens de verificação de uma inspeção sensitiva;
>> reconhecer a qualificação do profissional responsável pela inspeção sensitiva;
>> identificar a frequência e a duração da inspeção sensitiva.

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Inspeção sensitiva de roletes


Inspeção sensitiva de
roletes
INTRODUÇÃO

O trabalho de inspecionar os transportadores, seja delegado a uma pessoa ou a um grupo de


pessoas responsáveis pela sua manutenção, deve ser encarado de forma responsável e eficiente,
observando os seus pontos críticos.

Tão importante quanto observar rolos travados, é verificar como foi feita sua localização, a fim de se
determinar as causas dos travamentos. Além disso, é também fundamental que seja feita a correção
Relembrando
dos itens levantados pela inspeção.

Com a imediata correção de falhas, como por exemplo, desquadramento


de roletes e rolos travados, pode-se evitar danos custosos e prematuros.

FERRAMENTAS NECESSÁRIAS

As ferramentas utilizadas em uma inspeção sensitiva são:

>>Trena metálica de 5m;


>>Espátula 80 mm;
>>Paquímetro de 300 mm;
>>Radiômetro;
>>Pincel de 100 mm;
Pesquisando

>>Escova de aço;
Observando
>>Martelo pequeno;

>>Lanterna;
>>Toalha industrial;
>>Marcador industrial.
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ITENS DE VERIFICAÇÃO DA INSPEÇÃO SENSITIVA

Para roletes de carga e retorno:

>>verificar roletes travados. Programar troca dos roletes com anomalias;


>>verificar roletes faltantes. Programar instalação;
>>verificar rolos avariados. Programar troca e se necessário solicitar a corretiva imediata, pois
rolos com grandes avarias podem ocasionar rasgos na correia do transportador (Figura 7.1);

FIGURA 7.1 - ROLOS AVARIADOS COM GRANDE POTENCIAL DE RISCO P/ CORREIA

>>identificar rolos que apresentem vibração anormal e ruídos e realizar medição de temperatura.
Os rolos que apresentarem temperatura até 60º C devem ter troca programada. Para
temperaturas maiores do que 80º C deve-se solicitar resfriamento e troca imediata, pois
podem ocasionar incêndio na correia (Figura 7.2);

FIGURA 7.2 - CORREIA DANIFICADA POR INCÊNDIO

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Inspeção sensitiva de roletes


>>verificar suporte dos rolos (cavaletes) quanto à corrosão / empeno / folga. Programar troca e
se necessário solicitar que a corretiva elimine o risco.

>>verificar se a correia esta tocando os roletes de carga e retorno. Caso não esteja, a correia deve
estar com excesso de tensão (Figura 7.3);

FIGURA 7.3 - CORREIA COM EXCESSO DE TENSÃO NÃO TOCANDO O ROLO DE CARGA CENTRAL

>>verificar suporte dos rolos (cavaletes) quanto ao desgaste no encaixe dos rolos (Figura 7.4).
Programar troca e se necessário solicitar que a corretiva elimine o risco.

FIGURA 7.4 - CAVALETE COM ENCAIXE DANIFICADO, REDUZINDO A VIDA ÚTIL DO ROLO
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Para roletes autoalinhantes:

>>verificar falta de roletes autoalinhantes. Programar a instalação;


>>verificar suporte dos rolos (cavaletes) autoalinhante de carga travados. Programar troca;
>>verificar suporte dos rolos (cavaletes) autoalinhantes com altura fora de padrão em relação
aos cavaletes fixos. Programar ajuste dos cavaletes. Os roletes autoalinhadores devem ser
montados de 12 a 19 mm acima da linha normal dos demais roletes;

>>verificar rolos guias dos autoalinhantes travado / quebrado /faltando (Figura 7.5). Programar
troca e se necessário solicitar que a corretiva elimine o risco.

FIGURA 7.5 - ROLETE AUTOALINHANTE DE RETORNO FALTANDO ROLO GUIA

Para roletes de impacto:

>> verificar rolos travados, com desgaste do revestimento ou revestimento solto. Priorizar troca
(Figura 7.6).

FIGURA 7.6 – AUSÊNCIA DOS ANÉIS DE BORRACHA DOS ROLETES

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Inspeção sensitiva de roletes


>>verificar roletes de impacto desnivelados. Programar troca do rolo ou ajuste de altura do
rolete, pois este desnível causará queda de material nesta região;

>>identificar rolos que apresentem vibração anormal e ruídos, e realizar medição de


temperatura. Os rolos que apresentarem temperatura até 60º C devem ter troca programada.
Para temperaturas maiores do que 80º C deve-se solicitar resfriamento e troca imediata, pois
pode ocasionar incêndio na correia;

>>verificar limpeza da mesa de impacto (Figura 7.7). Solicitar limpeza, troca do rolos e ajuste das
guias.

FIGURA 7.7 - REGIÃO DE IMPACTO COM ACUMULO EXCESSIVO DE MATERIAL

>>verificar distância entre os suportes dos rolos (cavaletes) na mesa de impacto. Programar
ajuste das distâncias. Normalmente suportes dos rolos (cavaletes) da mesa de impacto devem
manter uma distância de 300 a 400 mm.

Para roletes de transição:

>>verificar distância do 1º rolo de transição ao centro do tambor, conforme medida indicada


anteriormente (Figura 5.3);

>>verificar se a transição da correia dos cavaletes para o tambor está ocorrendo uniformemente
de forma a evitar a fadiga da correia, ou seja, se o ângulo da correia está decrescendo de
forma uniforme (Figura 7.8);
VALER - EDUCAÇÃO VALE

FIGURA 7.8 - TRANSIÇÃO INADEQUADA COM GRANDE DIFERENÇA DE TENSÃO NA CORREIA

>>verificar roletes travados ou faltantes.

MÃO DE OBRA NECESSÁRIA

Para realizar o tipo de inspeção sensitiva é necessário um inspetor com formação técnica em
mecânica.

DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA INSPEÇÃO SENSITIVA

A duração deste tipo de inspeção varia em função do comprimento do transportador de correia a ser
inspecionado, da largura da correia, da velocidade média de deslocamento do inspetor, da
localização e acessos existentes.

Já a frequência deste tipo inspeção varia em função da criticidade do equipamento e dos processos
operacionais, podendo ser da seguinte maneira:

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Inspeção sensitiva de roletes


VALER - EDUCAÇÃO VALE

Módulo VIII
INSPEÇÃO PREDITIVA DE ROLETES

Nesse módulo você aprenderá como e com que frequência deve ser feita a inspeção preditiva de
roletes. Além disso, saberá também quem é o profissional habilitado a fazer este tipo de inspeção.

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>conhecer a técnica de inspeção termográfica e suas vantagens;


>>identificar os critérios adotados na inspeção preditiva;
>>reconhecer a qualificação do profissional responsável pela inspeção preditiva;
>>identificar a frequência e a duração da inspeção preditiva.

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Inspeção preditiva de roletes


Inspeção preditiva de
roletes
INTRODUÇÃO

Associada à inspeção sensitiva, pode também ser aplicada uma técnica preditiva de verificação em
roletes, principalmente nos rolos com revestimento de borracha (impacto e retorno).

A técnica empregada é a inspeção termográfica, que é uma técnica não destrutiva realizada com a
utilização de sistemas infravermelhos, possibilitando a medição de temperaturas e a formação de
imagens térmicas de um componente, equipamento ou processo.

As vantagens de aplicação desta técnica são:

>> realização de medições sem contato físico com a instalação;


>> verificação do equipamento em pleno funcionamento;
>> inspeção de grandes superfícies em pouco tempo;
>> altaRelembrando
velocidade de resposta em mudanças bruscas de temperatura.

A utilização da inspeção preditiva em rolos é importante, pois o aumento


de temperatura reduz a vida útil do rolo. Um rolo danificado e em alta
temperatura pode ocasionar um incêndio na correia.

Pesquisando

FIGURA 8.1 - VIDA ÚTIL DO ROLO (HORAS) EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA

Observando
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CRITÉRIOS ADOTADOS NESTE TIPO DE INSPEÇÃO

A grande maioria dos rolos opera, normalmente, entre 40ºc e 50ºc e os fabricantes garantem a
operação até 70ºc. Rolos operando acima de 70ºc não tem previsibilidade de sua vida útil.

Assim sendo, os critérios adotados para uma inspeção termográfica são:

>>rolos com temperatura entre 40ºc e 50ºc, estado normal;


>>rolos com temperatura entre 60ºc e 70ºc, sinal de alerta; manter observação com redução da
frequência de observação;

>>rolos com temperatura acima 70ºc, solicitar troca do rolo.

FIGURA 8.2 - IMAGEM DE UM ROLO DURANTE INSPEÇÃO TERMOGRÁFICA

MÃO DE OBRA NECESSÁRIA

Para este tipo de inspeção preditiva, é necessário um inspetor com formação técnica em mecânica e
com qualificação em Termografia nível I.

DURAÇÃO E FREQUÊNCIA DA INSPEÇÃO PREDITIVA

Como esta inspeção é feita em associação à inspeção sensitiva, a duração e frequência são as
mesmas indicadas no Módulo 7 apresentado anteriormente.

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Inspeção preditiva de roletes


Módulo IX
ARMAZENAGEM E TRANSPORTE DE
ROLETES

Nesse módulo você aprenderá como armazenar adequadamente os roletes..

Ao final desse módulo você será capaz de:

>>conhecer as formas adequadas de armazenagem dos rolos;


>>conhecer as formas adequadas de armazenagem dos cavaletes;
>>conhecer o procedimento correto para o transporte de roletes.
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Armazenagem e transporte de roletes


Armazenagem e
transporte de roletes

ARMAZENAGEM DE ROLETES

No armazém, os rolos deverão ser acondicionados em caixas madeira ou paletes, afixados por fitas
de aço ou similar, com proteção na região de contato com a mesma.

Caso os rolos estejam fora dos armazéns, devem ser acondicionados empilhados, em forma de
pirâmide, e com calços na base das pilhas de maneira evitar movimentação dos rolos e,
consequentemente, acidentes. Os rolos não devem estar acondicionados apoiados no próprio eixo.

FIGURA 9.1 - DETALHE DOS CALÇOS PARA EVITAR MOVIMENTAÇÃO DOS ROLOS

ARMAZENAGEM DE CAVALETES

No armazém, os cavaletes deverão ser acondicionados em paletes, afixados por fitas de aço ou
similar, com proteção na região de contato com a mesma.

Caso os cavaletes estejam fora dos armazéns, devem ser acondicionados sobre paletes ou dormentes
(Figura 9.2).
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FIGURA 9.2 - EXEMPLO DE CAVELETES ACONDICIONADOS EM CAMPO

TRANSPORTE DE ROLETES

O transporte de roletes do armazém para os postos de trabalho ou área deve ser realizado com a
utilização de caminhão munck.

Os roletes devem estar acondicionados em caixas de madeira. Caso não possuam as caixas, devem
ser transportados em gaiolas metálicas com olhais para içamento (Figura 9.3).

FIGURA 9.3 - EXEMPLO DE GAIOLAS METÁLICAS PARA TRANSPORTE DE ROLOS


Relembrando

Seguindo as indicações e recomendações aqui apresentadas, os roletes


serão utilizados em sua plenitude, os transportadores de correia
possuirão um grande resultado operacional e alta confiabilidade.

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Referência bibliográfica
Referência bibliográfica

1. Conceitos Básicos de Transportadores de Correias e Formação de Inspetores – SENAI/ES – 2010.

2. Acervo técnico GAMNG/VALE/Tubarão/ES.

3. Foundations – Guia prático para um controle mais limpo, seguro e produtivo de pó e material a

granel – 4° edição – 2010.

4. Belt Conveyors for bulk materials - 6° edição – 2009 – CEMA, Conveyor Equipment Manufacturers

Association.

5. Manual de inspeção e manutenção de correias transportadoras e seus periféricos – GAVI – Solução

em transporte e transferência de materiais – 2011.


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