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Notas de aula – CM I – 2022 Prof.

Esquerdo

ROTEIRO PARA PROJETO DO TAMBOR / EIXO MOTRIZ DE TRANSPORTADOR DE


CORREIA

ESFORÇOS NOS TAMBORES (TENSÕES NA CORREIA)

1. Tensão Efetiva - TE

TE = 75 . NE (kgf)
V
TE = Tensão efetiva
NE = Potência efetiva (CV)
V = velocidade da correia transportadora (m/s)
L = comprimento do transportador

V
T3 T1

T3 T2

2. Tensão – T1

T1 = (1+ k) .TE (kgf)


Ou (usar T1 de maior valor) T1 = TE + T0 - FR

k = fator de abraçamento da correia no tambor


k = 1,2 (para tambor sem revestimento e arco de contato no tambor de 180º e sistema de
esticamento por parafuso tensor).

T0 = Tensão mínima para garantir a flecha mínima de 1% na correia:

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T0 = 12,5 (Wm + Wb) . a (kgf)

a = distância entre roletes de apoio da correia (1 m)


Wm = peso do material sobre a correia (kgf/m)
Wb = peso da correia (kgf/m) ( ver tabela 1 )

Wm = 0,277 . Q (kgf/m) Q = capacidade do transportador em ton./hora.


V

FR = 0,015 . L . Wb (força absorvida na movimentação do rolo de retorno)

Tabela 1:

Peso da correia (lona + revestimento)


Largura 16” 20” 24” 30” 36” 42” 48”
Bc da correia 400mm 500mm 600mm 760mm 900mm 1100mm 1200mm
Wb = kgf/m 5,2 6,5 7,7 11,9 14,3 17,7 20,2

3. Tensão – T2

T2 = k . TE (kgf)
Ou (usar T2 de maior valor) T2 = T0 - FR

4. Tensão – T3

T3 = k . TE + FR (kgf)
Ou (usar T3 de maior valor) T3 = T0

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5. Forças Atuantes no Tambor Motriz

G
T1 R

T2

R= (T1 + T2 )2 + G2 (kgf)

Onde:

R = resultante da tensão na correia e peso do conjunto do tambor


G = peso do tambor
B = largura do corpo do tambor
C = distância entre os discos laterais
D = diâmetro do tambor
s = espessura do corpo do tambor
t = espessura do disco lateral
Lm = distância entre centro dos mancais
d = diâmetro do eixo na região do cubo
D1 = diâmetro do corpo do cubo
D2 = diâmetro externo do cubo
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Tabela 2:

Lm = (distância entre centro dos mancais)


Largura 16” 20” 24” 30” 36” 42” 48”
Bc da correia 400mm 500mm 600mm 760mm 900mm 1100mm 1200mm
Lm = mm 650 750 850 1000 1200 1500 1600

B = largura da correia + 100mm (até correia de 42”)


B = largura da correia + 150mm (para correia ≥ de 48”)

6. Dimensionamento do eixo do tambor motriz:

Fazer modelo estrutural e dimensionar o eixo pelo critério de Dobrovolski (ver apostila
“Eixos” da disciplina elementos de máquinas I)

A força resultante é transferida pelo tambor ao eixo, pelos discos laterais.

Verificar a condição de rigidez do eixo, que deve satisfazer a seguinte condição:

Flecha ≤ Lm
1500

De resistência dos materiais a deformação é dada:

7. Dimensionamento do corpo do tambor:

Para o tambor resistir os esforços atuantes é necessário calcular a espessura do corpo do


tambor (S), bem como, a espessura do disco lateral (t).

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8. Corpo do Tambor

O corpo do tambor terá uma espessura mínima (S) dada por:

Kc. (3 . T1 . D)
[cm]
S=S=
σa . Bc

Onde:
Kc = 0,0292 (fator do ângulo de abraçamento da correia no tambor para θ = 180º)
Bc = largura doa correia em cm
T1 = Tensão máxima na correia (kgf)
D = diâmetro do tambor (cm)
σa = 600 kgf/cm2 (tensão admissível para corpo em chapa calandrada soldada
externamente em material SAE 1020)

Disco Lateral do Tambor:

MF = Momento fletor no eixo, na seção que coincide com a posição do disco lateral

MD = parcela do MF que passa para o cubo e o disco lateral calculado por;

MD = MF 0 (kgf . cm)
1 + 2 . K1 . J
C . t3

Onde:
K1 = fator que depende da relação entre o diâmetro do cubo com o do tambor D2 /D, o qual,
para este projeto adotamos D2 = 0,5D terá um K1 = 0,081 e L1 = 1,146
J = Momento de inércia do eixo na seção entre os cubos em (cm4)
C = distância entre os discos laterais
t = espessura do disco em (cm), inicialmente adotar t = 2.S.

Este momento causará uma flexão no disco resultando a tensão:

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σ1 = 2 . L1 . M D (kgf/cm2) (flexão no disco)


D . t2

Onde:
D é o diâmetro do tambor.
L1 = fator de rigidez do disco

O disco sofre também compressão pela reação no apoio:

σ2 = P (kgf/cm2) (compressão no disco)


2 . D1 . t
Onde:
D1 = diâmetro do corpo do cubo, considerar: D1 = 1,5 . d
D2 = diâmetro externo do cubo, considerar: D2 = 0,5 D
d = diâmetro do eixo na região dos cubos

σt = tensão total

Para o tambor movido teremos:

σt = σ1 + σ2 ≤ σadm (σadm = 420 kgf/cm2 para aço SAE 1020)

No tambor motriz teremos o acréscimo do efeito de torção provocando cisalhamento no


disco:

τ= D. ( T1 – T2 ) (kgf/cm2)
π . (D2)2 . t

σt = (σ1 + σ2 )2 + 4. τ 2 ≤ σadm (σadm = 420 kgf/cm2 para aço SAE 1020)

Obs. Caso a espessura t adotada não satisfaça os limites das tensões admissíveis, deve-
se ir adotando espessuras maiores e repetindo os calculos de verificação das tensões.

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Usar no mínimo S = 4mm (após usinagem)

Usar no mínimo t = 8mm (após usinagem)

Prever que o corpo do tambor e os discos receberão usinagem para regularização das
superficies (prever sobremetal mínimo de 3mm para essa usinagem)

RECOMENDAÇÕES CONSTRUTIVAS:

1. Espaçamento de roletes e esticamento:

Na parte superior do transportador temos os roletes de carga e roletes de impacto,


na parte inferior temos os roletes de retorno.
Para controle sobre a flecha (deformação) na correia de transporte o espaçamento
dos roletes seguem alguma regras conforme figura abaixo:
Para transportadores curtos ( ≤ 40m ) o esticamento da correia é feito
manualmente por sistema de parafuso tensor montado no mancal do tambor de
retorno (traseiro). O curso de esticamento previsto vária conforme o tipo de correia
aplicado, para o nosso projeto vamos considerar 2% de comprimento do
transportado.

1m 4 x 0,3m n x (máx. 1m) 1m

2% x L n x (máx. 3m) máx. 3m

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2. Estrutura:

Construtivamente vamos usar para compor a estrutura do transportador a seguinte


recomendação:

Estrutura compreende:

a) Mesa de sustentação: Longarinas e colunetas de apoio dos roletes.


b) Base do conjunto do retorno: suporta o tambor de retorno, mancais e dispositivo
tensor.
c) Base de acionamento: suporta o tambor motriz, seus mancais, motor e redutor.
Para transportadores com largura de correia até 36” vamos usar para todos os
elementos estruturais o perfil “U” 6” de12,2 kgf/m padrão americano (ver catálogo
Gerdau ou similar).

Para transportadores com largura de correia até 54” vamos usar para todos os
elementos estruturais o perfil “U” 8” de17,1 kgf/m padrão americano (ver catálogo
Gerdau ou similar).
Sob todos os componentes que tenham superfícies usinadas (mancais, motor,
redutor etc.) que forem conectados à estrutura, a estrutura deverá ter chapa de
espera usinada para regularização da superfície de contato. (prever sobremetal de
3 a 5mm)

Tabela 3:

Espessuras para chapas a serem usinadas x potência do equipamento:


Até 7,5 CV 3/8”
10 até 20 CV 1/2"
25 até 50 CV 3/4"
60 até 100 CV 7/8”

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Bibliografia:
Manual de transportadores contínuos – Allis Mineral Systems – 4ª Edição.

Anexos:
Referência para estrutura, página 9.
Referência para roletes, páginas 10 à 12.
Referência para rolamento e mancal, páginas 13 à 17.

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Dimensionamento de Rolamentos Solicitados Dinamicamente

- DIN ISSO 281 (fadiga do material como causa da falha)

- L (vida nominal)
- C (capacidade dinâmica)
- P (carga dinâmica equivalente) é um fator calculado, ou seja, uma carga radial constante
em tamanho e direção, em rolamentos radiais ou uma carga axial em rolamentos axiais. O
resultado de P é a mesma duração de vida quanto à carga realmente atuante [ Catálogo
WL41 520/3 PB].
- p (expoente de duração da vida), sendo o valor de 3 para rolamentos de esferas e 10/3
para rolamentos de rolos.

Para este projeto proposto o rolamento deverá suportar no mínimo 50.000 horas,
compensar erros de alinhamento e ser montado com bucha de fixação para evitar ao
máximo o escalonamento do eixo e facilitar a sua montagem e manutenção.

Ex: rotação de trabalho = nrd = 38 rpm ; L = 40.000 horas =› 91,2 milhões de rotações
deixo (após dimensionamento) = 80 mm ; P = 23 kN

91,2 = C 3 =› 103,5 kN (mínimo)


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Caixa para rolamentos

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