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COLÉGIO TABLEAU

Técnico em Segurança do Trabalho


Turma Q1 – Módulo IlI

PRISCILA EVELAINE DE FARIA SOUZA


BRUNO LUIS MOLITERNO
LUCIANO ANDRÉ SALOMÉ SILVINO

OS RISCOS E O DESCUMPRIMENTO NORMATIVO DOS


LÍQUIDOS E COMBUSTÍVEIS INFLAMÁVEIS

São José dos Campos – SP


2016
PRISCILA EVELAINE DE FARIA SOUZA
BRUNO LUIS MOLITERNO
LUCIANO ANDRÉ SALOMÉ SILVINO

OS RISCOS E O DESCUMPRIMENTO NORMATIVO DOS


LÍQUIDOS E COMBUSTÍVEIS INFLAMÁVEIS

Trabalho apresentado à disciplina de


Projeto Multidisciplinar do Colégio
Tableau de Ensino para conclusão do
Módulo IlI do curso Técnico em
Segurança do Trabalho.

Orientadores: Profa. Carolina Fernandes


Felgueiras Leonardo e Prof.º André Luis
Silva.

São José dos Campos – SP


2016
AGRADECIMENTOS

Ao Colégio Tableau aos professores do Curso Técnico, pelos ensinamentos


transmitidos,que contribuíram para o nosso crescimento,desenvolvimento e
formação.
À professora Carolina Fernandes Felgueiras Leonardo pela orientação deste
trabalho pela atenção e dedicação.
Aos colegas de curso, pela ajuda na realização dos trabalhos em classe e
atividades extras.
RESUMO
LISTA DE SIGLAS
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Volume de líquidos combustíveis e inflamáveis.................................................9


Figura 2: Capacidade de armazenagem...........................................................................10
Figura 3: Volume de armazenamento................................................................................13
Figura 4: Volume de armazenamento, Exigências mínimas...........................................14
Figura 5: EPI nos postos de combustíveis........................................................................16
LISTA DE TABELAS
LISTA DE GRAFICOS
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................1

2.OBJETIVO............................................................................................................................3

2.1 Objetivo Geral........................................................................................................3

3. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................................4

3.1 Administração aplicada........................................................................................4

3.2 Sistemas de riscos..............................................................................................14

3.3 Análise de riscos e condições de trabalho............................................................20

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................23

7. REFERÊNCIAS................................................................................................................24
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1 INTRODUÇÃO

Neste trabalho vamos apresentar informações e dados no estudo de caso,


referentes ao descumprimento as normas regulamentadoras e mostrando os
danos ao meio ambiente e a segurança do trabalhador.
Sobre as instalações para extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem ser
projetadas considerando os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente que
impactem sobre a integridade física dos trabalhadores previstos nas Normas
Regulamentadoras, normas técnicas nacionais e, na ausência ou omissão destas,
nas normas internacionais, convenções e acordos coletivos, bem como nas demais
regulamentações pertinentes em vigor.

Os líquidos inflamáveis fazem parte de vários processos industriais, onde nem


sempre é possível sua substituição por produtos não inflamáveis. Assim, a indústria
moderna teve de se adaptar ao trabalho sob condições de risco, ou até mesmo
perigo, administrando esta questão no seu dia a dia.
Várias medidas de proteção devem ser implementadas para se evitar o
princípio de incêndio. O controle dos produtos ou materiais que podem dar início a
um acidente é algo de grande importância. Porém, o cuidado deve ser maior,
primeiramente, na prevenção de liberação de concentração de vapores que podem,
potencialmente, dar início a um incêndio. Os inflamáveis, quando em caso de
incêndio, geram fogo intenso, o qual se alastra com rapidez, podendo se tornar
incontrolável. Entretanto, se os inflamáveis forem utilizados de forma racional,
manuseados e estocados em ambiente seguro, muitos incêndios envolvendo
líquidos inflamáveis poderiam ser evitados, reduzindo-se assim, perdas de vidas, de
patrimônio e de negócios, além de danos ao Meio Ambiente ( VENDRAME – 2015).

A definição de líquido inflamável e a de líquido combustível dependem do


aspecto legal em questão. Sob o ponto de vista legal da periculosidade, vale
somente a definição dada pela NR 20. O ponto de fulgor (PF) é a referência
principal para se caracterizar um determinado líquido como inflamável ou
combustível.
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Existem três definições distintas previstas na NR 20, Norma ABNT NBR


7505 e a Resolução ANTT no 420/04 da Agência Nacional de Transportes
Terrestres. A aplicação de cada uma das definições vai depender do objetivo.

 Segundo a NR 20, líquidos combustíveis e inflamáveis são definidos


como:
1. Líquido inflamável: todo produto que possua ponto de fulgor inferior a
70ºC e pressão de vapor absoluta que não exceda a 2,8 kgf/cm², a
37,7ºC;

2. Líquido combustível: todo produto que possua ponto de fulgor igual ou


superior a 70 ºC e inferior a 93,3ºC.
 A norma ABNT NBR 7505, por exemplo, considera como líquido
inflamável todo aquele que possuir ponto de fulgor inferior a 37,8ºC e
pressão de vapor absoluta igual ou inferior a 2,8 kgf/cm².
 O Decreto no 96.044 e a Resolução ANTT no 420/04, que
regulamentam o transporte de produtos perigosos, definem como
líquido inflamável toda substância com ponto de fulgor acima de
60,5ºC (teste em vaso fechado) ou 65,5ºC (teste em vaso aberto).

Líquidos inflamáveis e combustíveis devem ser acondicionados em


embalagens de boa qualidade, construídas e fechadas de forma
a evitar que, por falta de estanqueidade, venham a permitir
qualquer vazamento provocado por variações de temperatura,
umidade ou pressão (resultantes de variações climáticas ou
geográficas), em condições normais de transporte.
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2.OBJETIVO

2.1 Objetivo Geral


Mostrar os riscos da atividade e os danos que podem ser causados pelo
descumprimento, das normas referentes aos líquidos e combustíveis inflamáveis.

2.2 Objetivo Específico

Este trabalho tem como objetivo específico:


1. Visa orientar e informar os trabalhadores da empresa, quais são os
riscos que irá encontrar no ambiente de trabalho.

2. Analisar a execução de suas atividades, para que o mesmo possa ter


conhecimento para realizar procedimentos correto para sua proteção e cumprir as
normas .
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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Administração aplicada


Os líquidos inflamáveis e combustíveis são os protagonistas da NR-20 a qual
estabelece os requisitos mínimos para gestão da segurança e saúde provenientes
das atividades de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação destes agentes.
A principal referência para caracterizar um líquido como inflamável e
combustível é o ponto de fulgor (PF). Segundo a NR-20 eles são definidos desta
forma:
Líquido Inflamável: Todo produto que possua ponto de fulgor inferior a 70ºC e
pressão de vapor absoluta que não exceda a 2,8 kgf/cm2, a 37,7ºC.
Líquido Combustível: Todo produto que possua um ponto de fulgor igual ou
superior a 70ºC e inferior a 93,3ºC.
Já a norma ABNT NBR 7505 , a qual se refere a armazenagem de líquidos
inflamáveis e combustíveis, considera como inflamável aquele que possuir ponto de
fulgor inferior a 37,8ºC e pressão de vapor absoluta igual ou inferior a 2,8 kgf/cm2.
Além disso, a norma regulamentadora nº 20 estabelece as diretrizes da não
aplicação da NR-20, como em plataformas e instalações de apoio, empregadas com
a finalidade de exploração e produção do petróleo e gás do subsolo marinho,
conforme definido no Anexo II da NR-30 e nas edificações residenciais unifamiliares.
Visando a completa segurança e proteção da integridade física dos
trabalhadores, as empresas realizam a capacitação dos mesmos.
3.1.2 Capacitação dos Trabalhadores na NR-20
Primeiramente, toda capacitação prevista na NR-20 deve ser realizada a
cargo e custo do empregador e durante o expediente normal da empresa.
Critérios para Capacitação
a) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e NÃO mantêm
contato direto com o processo ou processamento:
 Instalação classe I – Curso de Integração (4 horas);
 Instalação classe II – Curso de Integração (4 horas);
 Instalação classe III – Curso de Integração (4 horas);
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Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e adentram


na área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis, mas não mantêm contato direto
com o processo ou processamento, devem realizar o curso de Integração.
b) Capacitação para os trabalhadores que adentram na área e mantêm
contato direto com o processo ou processamento:
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III, adentram na
área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto com o
processo ou processamento, realizando atividades específicas, pontuais e de curta
duração, devem realizar curso básico minimo de 08 Horas.
Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II e III, adentram na
área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência, manuseio e
manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis e mantêm contato direto com o
processo ou processamento, atividades de operação, atendimento a emergências,
realizando atividades de manutenção e inspeção, devem realizar curso intermediário
e terão que participar de cursos de reciclagem de dois em dois anos.
c) Atualização:
 Curso Básico – Trienal (4 horas);
 Curso Intermediário – Bienal (4 horas);
 Curso Avançados I e II – Anual (4 horas).

Os trabalhadores que laboram em instalações classes I, II ou III e não


adentram na área ou local de extração, produção, armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis devem receber
informações sobre os perigos, riscos e sobre procedimentos para situações de
emergências.

Deve ser realizado, de imediato, curso de atualização para os trabalhadores


envolvidos no processo ou processamento, onde:

a) Ocorrer modificação significativa;


b) Ocorrer morte de trabalhador;
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c) Ocorrerem ferimentos em decorrência de explosão e/ou queimaduras de 2º


ou 3º grau, que implicaram em necessidade de internação hospitalar;
d) O histórico de acidentes e/ou incidentes assim o exigir (INBEP- 2016).

Buscando o bom andamento das normas e regulamentos, existem punições e


penalidades pertinentes ao descumprimento normativo da NR-20.
Com a NR-20 (PORTARIA N.º 308 DE 29 DE FEVEREIRO DE 2012) a
segurança no trabalho se aprimora, contando agora com documentações, além de
medidas preventivas, controle de saúde, procedimentos claros e muito treinamento.
A nova NR -20 exige ainda que as instalações dos postos – novas e antigas – se
adequem aos padrões solicitados pela norma. A fiscalização dos auditores do
Ministério do Trabalho e Emprego tende a ser rotineira e intensiva, e contará com o
apoio integral do Sindicato dos Empregados dos Postos de Serviço.
Os fiscais tem autorização para notificar, multar e até interromper o
funcionamento dos postos.
As multas serão aplicadas em conformidade com a PORTARIA N.º 319 DE 15
DE MAIO DE 2012 , Anexo I-A e Anexo II da Norma Regulamentadora n.º 28
(Fiscalização e Penalidades), aprovado pela Portaria SSST n.º 06, de 14 de agosto
de 1995. Alertamos que estas multas serão gradativas e associadas ao número de
funcionários dos postos de serviço e a quantidadede itens da NR-20 não atendidos.
Existem ao todo, dez itens de maior impacto na NR-20 que devem ser
seguidos:
Prontuário da Instalação, Análise de Riscos, Projeto da Instalação,
Procedimentos Operacionais Seguros, Manutenção e Inspeção das Instalações,
Inspeção de Segurança e Saúde, Plano de Prevenção e Controle de Vazamento,
Derramamento, Incêndio e Explosão, Controle de Fontes de Ignições, Plano de
Resposta a Emergências, Capacitação de Empregados e Contratados.
Para cada requisito da norma, haverá uma multa especifica que somadas
poderão ultrapassar 250 mil reais.
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3.1.3 Armazenamento fracionado em áreas abertas


O armazenamento externo de líquidos em recipientes, em recipientes
intermediários para granéis (IBC) e em tanques portáteis deve ser feito de acordo
com as prescrições a seguir.
As distâncias constantes da Tabela B-2 podem ser reduzidas em até 50%
caso exista um sistema de chuveiros automáticos de água ou espuma, em conjunto
com um sistema de drenagem para local distante, de forma a não constituir riscos
para outras instalações ou para terceiros.
Os pisos dos locais de armazenagem devem ser de material incombustível e
impermeável, em concreto preferencialmente, em desnível de 0,15 m em relação ao
piso do local, considerando uma faixa lateral de 1,5 m ao redor do local de
armazenamento, para conter o líquido em caso de vazamento, evitando que atinja
outras áreas de armazenagem ou edifícios. A área de armazenagem deve ser livre
de vegetação e de outros materiais combustíveis.
Outras formas de contenção podem ser aceitas, desde que comprovada sua
eficiência.
No caso em que produtos de duas ou mais classes sejam armazenados numa
única quadra, a capacidade máxima em litros deve ser a menor de duas ou mais
capacidades admitidas separadamente.
Nenhuma quadra de recipientes intermediários para granéis ou tanques
portáteis deve estar a mais de 60 m de uma via de acesso com largura de 6 m, para
permitir a aproximação de equipamentos de combate a incêndio, sob quaisquer
condições de tempo. Quando a quantidade total armazenada não exceder 50% da
capacidade máxima por quadra estabelecida na Tabela B-2, as distâncias aos
limites da propriedade podem ser reduzidas em até 50%, contudo não podem ser
inferiores a 4,5 m.
Admite-se o armazenamento de no máximo 5.000 L de líquido, dentro de
recipientes fechados, recipientes intermediários para granéis (IBC) e tanques
portáteis, próximo a prédios sob a mesma administração, desde que:
 A parede da edificação adjacente tenha um tempo mínimo de resistência ao
fogo de 2h;
 Não haja aberturas para áreas, no nível ou acima do nível, do local de
armazenamento num raio de 3 m horizontalmente;
 Não haja aberturas diretamente acima do local de armazenamento;
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 Não haja aberturas para áreas abaixo do nível do local de armazenamento,


num raio de 15 m horizontalmente.
As disposições acima são dispensadas quando o prédio em questão se limita
a um pavimento ou quando é construído com materiais incombustíveis ou
resistentes ao fogo por no mínimo 120 min ou quando é destinado ao
armazenamento de líquidos de mesma natureza.
A quantidade de líquidos armazenados, próximo a edificações protegidas,
pode ser ultrapassada, desde que a quantidade máxima por quadra não exceda
5.000 L e cada quadra seja separada por um espaço vazio mínimo de 3 m ao longo
da parede em comum.
Deve ser considerado armazenamento externo o armazenamento de
recipientes ao ar livre protegido contra intempéries por uma cobertura ou um teto,
ambos sem fechamentos laterais, desde que permita a dissipação do calor ou
dispersão de gases inflamáveis e não restrinja o acesso e o controle no combate a
incêndios.
Áreas de armazenamento abertas que contenham líquidos combustíveis e
inflamáveis acondicionados, classes I, II e III-A, com volume de estoque superior a
20 m³, devem ser protegidos por linhas de espuma, de forma que toda área a ser
protegida seja atendida por pelo menos duas linhas, em posições opostas, com
comprimento máximo de 60 m.
Áreas de armazenamento externo contendo líquidos classe III-B estão
isentas de proteção de espuma, desde que não estejam acondicionados juntamente
com produtos de outras classes.
Caso haja armazenamento contendo diferentes classes de produtos, a
proteção deve ser feita levando-se em conta a classe de maior risco.
Os hidrantes devem possuir diâmetro nominal de saída de 65 mm, dotados de
válvulas e de conexões de engate rápido tipo Storz , e estar afastados no mínimo
15m da área a ser protegida.
Os equipamentos formadores de espuma adotados devem ser avaliados em
função do desempenho apresentado pelos fabricantes, conforme suas
especificações técnicas e as vazões de água e espuma previstas no projeto, sendo
que tal desempenho (especificações de pressão e vazão) deve ser levado em conta
nos cálculos hidráulicos para dimensionamento dos sistemas.
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As linhas de espuma a serem calculadas devem ser as mais desfavoráveis


em relação ao abastecimento de água.
O número de linhas de espuma, a vazão mínima, o tempo mínimo de
aplicação e a reserva de incêndio mínima devem atender ao previsto na Tabela 15.
Tabela 15 – Linhas de espuma para armazenamento fracionado em áreas
abertas:

Figura 1: Volume de líquidos combustíveis e inflamáveis

Fonte: IT-25 2011.

3.1.4 Sistema de proteção por resfriamento


O resfriamento pode ser realizado por meio de:
 Linha manual com esguicho regulável;
 Canhão monitor manual ou automático.
Áreas de armazenamento abertas que contenham líquidos combustíveis ou
inflamáveis acondicionados, classes I, II e III-A, com volume superior a 20 m³ devem
ser protegidos por linhas de resfriamento com esguichos reguláveis, de forma que
qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um esguicho,
considerando o comprimento máximo da mangueira de 60 m.
Áreas de armazenamento externo contendo líquidos classe III-B estão isentos
de proteção por resfriamento, desde que não estejam acondicionados juntamente
com produtos de outras classes.
Os hidrantes devem possuir diâmetro nominal de saída de 65 mm, dotados de
válvulas e de conexões de engate rápido tipo Storz , e estar afastados no mínimo 15
m da área a ser protegida.
10

Caso haja armazenamento contendo diferentes classes de produto, a


proteção deve ser feita levando-se em conta a classe de maior risco.
Podem ser utilizados mangueiras e esguichos de 38 mm, desde que seja
atendida a Tabela 16.
O número de linhas de resfriamento, a vazão mínima, a pressão mínima no
esguicho, o tempo mínimo de aplicação e a reserva de incêndio mínima devem
atender ao previsto na Tabela 16.
Tabela 16 – Linhas de resfriamento para armazenamento fracionado em
áreas abertas

Figura 2: Capacidade de armazenagem

Fonte: IT-25 2011.

3.1.5 Armazenamento fracionado de líquidos inflamáveis e combustíveis


em áreas fechadas
Esta seção aplica-se às áreas no interior de edificações, cuja função principal
seja o armazenamento de líquidos combustíveis e inflamáveis. Para tanto, adotam-
se as quantidades máximas por recipientes previstas na Tabela B-1.
Arranjo físico e controle de vazamentos para áreas fechadas
O armazenamento deve ser feito de acordo com os parâmetros das Tabelas
B-1 e B-3 a B-6 da IT25/2011.
Os depósitos devem ser construídos de material não combustível.
Caso o depósito esteja situado a uma distância entre 10 e 15 m de um prédio
ou do limite da propriedade adjacente, na qual posteriormente possa ser feita uma
11

construção, a parede contígua a essa propriedade deve ser incombustível, sem


interrupção, com resistência mínima contra o fogo de 60 min.
Caso o depósito esteja situado a uma distância de 3 a 10 m de um prédio ou
do limite da propriedade adjacente, na qual posteriormente possa ser feita uma
construção, a parede contígua a essa propriedade deve ser sem interrupção, com
resistência mínima contra o fogo de 180 min.
Caso o depósito esteja situado a uma distância entre 0 e 3 m de um prédio ou
do limite da propriedade adjacente, na qual posteriormente possa ser feita uma
construção, a parede contígua deve ser sem interrupção, com resistência mínima
contra o fogo de 240 min.
Para determinação do volume máximo de líquidos combustíveis e inflamáveis
a serem armazenados, deve-se considerar os parâmetros da Tabela B-5 –
Ocupação M-2.
Os líquidos combustíveis e inflamáveis não devem ser armazenados nas
proximidades de saídas, escadas ou áreas normalmente utilizadas para a saída ou
passagem de pessoas.
O armazenamento pode ser feito em estruturas- suporte ou em quadras
constituídas de pilhas de recipientes, sobre estrados, nos parâmetros estabelecidos
nas Tabelas B-3 a B-5.
Quando duas ou mais classes de líquidos são armazenadas numa única
quadra ou estruturas-suporte, a quantidade total e a altura máxima de
armazenamento permitidas em tal quadra ou estrutura-suporte devem ser a menor
das quantidades individuais e alturas máximas de armazenamento para as classes
específicas respectivamente presentes.
Pequenas atividades de manuseio de líquidos de classes I, II ou III, à
temperatura dos líquidos igual ou acima do ponto de fulgor, são permitidas em salas
isoladas ou em edificações adjacentes com até 90 m² de área de piso.
O controle de vazamento deve ser efetivado através de canaletas que
circundam a área de depósito, com profundidade mínima de 0,15 m e largura de no
mínimo 0,20 m, conduzindo o produto extravasado para bacia de contenção exterior
à edificação.
No caso de previsão de sistemas fixos por chuveiros automáticos ou
aspersores para sistemas de espuma ou resfriamento, o volume do armazenamento
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de cada pilha pode ser dobrado desde que a altura não ultrapasse o dobro da
prevista nas tabelas B-3 e B-4, limitando-se a no máximo 9 m.

3.1.6 Sistema de proteção por espuma


Áreas de armazenamento interno que contenham líquidos combustíveis e
inflamáveis acondicionados, classes I, II e III-A, com volume de estoque superior a
20 m³, devem ser protegidos por linhas de espuma, de forma que qualquer ponto da
área a ser protegida seja atendido por pelo menos uma linha, com comprimento
máximo de 45 m.
Áreas de armazenamento interno contendo líquidos classe III-B estão isentos de
proteção por espuma, desde que não estejam acondicionados juntamente com
produtos de outras classes.
Caso haja armazenamento contendo diferentes classes de produtos, a proteção
deve ser feita levando-se em conta a classe de maior risco.
Os hidrantes devem possuir diâmetro nominal de saída de 65 mm, dotados de
válvulas e de conexões de engate rápido.
As linhas de espuma a serem calculadas devem ser as mais desfavoráveis em
relação ao abastecimento de água.
O número de linhas de espuma, a vazão mínima, o tempo mínimo de aplicação e a
reserva de incêndio mínima devem atender ao previsto na Tabela 17.
Sem prejuízo da proteção por linhas manuais, podem ser aceitos sistemas fixos de
combate a incêndio por aspersores/chuveiros automáticos de espuma,
dimensionados conforme NBR 17505/06. Neste caso, a área máxima de
compartimentação previsto na IT 09/11 – Compartimentação horizontal e
compartimentação vertical, pode ser aumentada em 100%.
Tabela 17 – Linhas de espuma para armazenamento fracionado em áreas fechadas
13

Figura 3: Volume de armazenamento

Fonte: IT-25 2011.

3.1.7 Sistema de resfriamento


O resfriamento pode ser realizado por meio de:
 Linha manual com esguicho regulável;
 Sistema fixo de chuveiros automáticos/ aspersores.
Áreas se armazenamento interno que contenham líquidos combustíveis ou
inflamáveis acondicionados, classes I, II e III-A, com volume superior a 20 m³,
devem ser protegidos por linhas manuais de resfriamento com esguichos reguláveis,
de forma que qualquer ponto da área a ser protegida seja alcançado por um
esguicho, considerando o comprimento máximo da mangueira de 30 m.
Áreas de armazenamento interno contendo líquidos de classe III-B estão isentos de
proteção por resfriamento, desde que não estejam acondicionados juntamente com
produtos de outras classes.
Os hidrantes devem possuir diâmetro nominal de saída de 65 mm, dotados de
válvulas e de conexões de engate rápido.
Podem ser utilizados mangueiras e esguichos de 38 mm, desde que seja atendida a
Tabela 18.
O número de linhas de resfriamento, a vazão mínima, a pressão mínima no
esguicho, o tempo mínimo de aplicação e a reserva de incêndio mínima devem
atender ao previsto na Tabela 18.
Sem prejuízo da proteção por linhas manuais, podem ser aceitos sistemas fixos de
combate a incêndio por aspersores/chuveiros automáticos de água, dimensionados
conforme NBR 17505/06. Neste caso, a área máxima de compartimentação previsto
na IT 09/11 pode ser aumentada em 100%.
14

Tabela 18 – Linhas de resfriamento para armazenamento fracionado em áreas


fechadas:

Figura 4: Volume de armazenamento, Exigências mínimas

Fonte: IT-25 2011.

3.2 Sistemas de riscos


O setor corporativo vem experimentando inúmeras transformações ao longo
dos últimos anos, nos deparamos cada vez mais com novas tecnologias e novos
desafios também. Sendo assim, a Gestão de Riscos que pode ser considerado um
grande desafio para algumas empresas, principalmente com a nova revisão da ISO
9001. De acordo com a ISO 9001:2015, o risco pode ser apresentado como o efeito
da incerteza nos objetivos (Positivo ou Negativo). Já a gestão de riscos, de acordo
com a ISO 31000, é a terminologia utilizada para definir um conjunto de ações
estratégicas, como identificação, administração, condução e prevenção dos riscos
ligados a uma determinada atividade.
Esse processo permite que a empresa atue de forma preventiva, erradicando
possíveis perdas, sejam elas humanas ou materiais. A gestão de riscos não se
resume à ação de detectar e controlar os possíveis riscos, mas permite criar um
ambiente de melhorias. De acordo com a norma AS/NZS 4360/2004 (norma
australo-neozelandeza é atualmente a norma mais completa em termos de gestão
de riscos) a gestão de riscos é um processo contínuo que deve ser aplicada nas
seguintes situações:

- Necessidade de implementar controles não previsto inicialmente nos


projetos;
15

- Quando um novo trabalho for planejado;


- Quando forem realizadas mudanças significativas;
- Após a concorrência de incidente com potencial de perda ou dano
significativo;
- Periodicamente, no local de trabalho, envolvendo atividades rotineiras, não
rotineiras, emergenciais e futuras;
- Quando existirem regulamentos técnicos e legais e suas modificações.
A necessidade de implantar a gestão de riscos é latente, para se instituir
então uma mentalidade de riscos na organização. Mas isso não pode ser feito de
maneira empírica e isolada, mas deve ser conduzida de forma sistematizada. Para
que isso aconteça é preciso haver indicadores que permitam monitorar e visualizar a
melhoria contínua (MORAES – 2010).
Se tratando de líquidos e combustíveis inflamáveis podemos utilizar como
nosso maior exemplo, os postos de abastecimento de combustíveis, que trazem
riscos não só a saúde dos humanos mas também ao meio ambiente e as
instalações. A convivência direta com os combustíveis (gasolina, álcool e diesel)
expõe os trabalhadores a agentes cancerígenos. Para prevenir a contaminação, faz-
se necessário que as bombas tenham dispositivos de proteção para evitar a saída
de vapores durante o abastecimento. Além disso, os estabelecimentos devem fazer
avaliações ambientais, com equipamentos aferidos e calibrados, para conhecer o
nível de exposição e os riscos iminentes à saúde do frentista. É necessário ainda
que os proprietários providenciem um Programa de Prevenção a Riscos Ambientais.
Os trabalhadores também devem ser submetidos a exames médicos rigorosos para
identificar quaisquer desvios que possam requerer um controle efetivo.
O maior problema é a presença dos hidrocarbonetos em meio aos
profissionais em postos de combustíveis, uma vez que estudos indicam a correlação
entre o composto químico e os cânceres escrotal e de pele. E uma pesquisa
realizada em seis estados brasileiros, incluindo o Rio de Janeiro, com metade dos
frentistas dessas localidades, revelou altos índices de doenças renais e auditivas,
lesões de pele, dores de cabeça, entre outras.
Entre as recomendações aos proprietários, está que o empregador deve
fornecer Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) como calçado de couro ou
bota, uniforme completo, luva ou creme de proteção para as mãos além de exigir
sua utilização pelos frentistas.
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Figura 5: EPI nos postos de combustíveis

Fonte:http://www.brasilpostos.com.br/wp-content/uploads/2014/01/Pesquisa-detecta-perdas-
visuais-em-frentistas-de-postos-de-gasolina.jpg?1a41e8

O posto de abastecimento de combustível para as empresas de transporte


representam um processo importante para agilizar a disponibilização dos veículos
como também otimizar o custo operacional. O objetivo do estudo é avaliar os riscos
ao meio ambiente e à saúde e segurança dos trabalhadores em um posto de
combustível aplicando o método Análise Preliminar de Risco (APR).
A análise de riscos é um exercício extremamente importante para o
conhecimento dos potenciais riscos do processo de armazenamento de combustível
e abastecimento de veículos, possibilitando a identificação, planejamento e
implementação de medidas de controle e tomada de decisão. Os resultados
possibilitaram observar os riscos de danos pessoais e materiais graves gerados por
incêndio ou explosão, contaminação do solo por vazamento ou liberação acidental
de combustível. Através desse trabalho pode-se concluir que todos os cenários
identificados possuem ações de controle implementadas o que mostra que o posto
de abastecimento encontra-se bem instalado e o mesmo é seguro, pois não foi
avaliado nenhum risco com classificação não tolerável.
A NR 20 estabelece que as instalações de armazenamento, transferência,
manuseio e manipulação de inflamáveis e líquidos combustíveis sejam projetadas
considerando os aspectos legais e normativos de segurança, saúde e meio
ambiente que impactem sobre a integridade física dos trabalhadores Na ausência de
17

legislação nacional, o projeto poderá basear-se em normas internacionais e


convenções trabalhistas.
Observa-se que os projetos das instalações existentes sejam atualizados com
a utilização de metodologias de análise de riscos para a identificação da
necessidade de adoção de medidas de proteção complementares.

3.2.1 Segurança operacional

Também está definido na NR 20 que seja elaborado procedimento


operacional que contemple aspectos de segurança e saúde no trabalho, em
conformidade com as especificações do projeto e com as recomendações das
análises de riscos, de forma a garantir a segurança do trabalhador nas atividades
realizadas desde a pré-operação das instalações até a operação após situação de
emergência. Tais procedimentos precisam ser divulgados para toda a empresa e
mantidos atualizados.
Nas operações de transferência de inflamáveis, enchimento de recipientes ou
de tanques, é necessário que sejam adotados procedimentos e medidas de controle
operacional e/ou de engenharia para eliminar ou minimizar a emissão de vapores e
gases inflamáveis geradas durante a carga e descarga de tanques fixos e de
veículos transportadores.
Assim como procedimentos para controlar a geração, acúmulo e descarga de
eletricidade estática também precisam ser adotados.
3.2.2 Manutenção e inspeção das instalações

A NR 20 ainda estabelece a obrigatoriedade da documentação de plano de


inspeção e manutenção. O plano deve ser periodicamente revisado e atualizado,
considerando o previsto nas Normas Regulamentadoras e nas normas técnicas
nacionais. Na ausência destas, normas internacionais, manuais de inspeção e
manuais de fabricantes devem ser utilizados.
As recomendações decorrentes das inspeções e manutenções necessitam
ser registradas e implementadas, com a determinação de prazos e de responsáveis
pela execução.
3.2.3 Análise de riscos
18

Conforme NR 20, nas instalações classes I, II e III, é necessário que seja


elaborada análise de riscos das operações, com o uso de metodologia apropriada,
definida em função dos propósitos da análise, das características e complexidade da
instalação.

As análises de riscos precisam passar por revisões no prazo recomendado na


própria análise e na renovação da licença de operação, ou caso ocorram
modificações significativas no processo ou processamento, ou por solicitação do
SESMT ou da CIPA, ainda por recomendação decorrente da análise de acidentes ou
incidentes relacionados ao processo ou processamento e quando o histórico de
acidentes e incidentes assim o exigir.
3.2.4 Plano de resposta a emergências da instalação

Na NR 20 está estabelecida a necessidade da elaboração e implementação


de plano de resposta a emergências, o qual contemplará ações específicas a serem
adotadas na ocorrência de vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos
combustíveis, incêndios ou explosões.
Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a
possibilidade de ocorrência de um acidente cujas consequências ultrapassem os
limites da instalação, necessitam ser incorporadas no plano de emergência as ações
que visem à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos de
comunicação e alerta, de isolamento da área atingida e de acionamento das
autoridades públicas.
O plano de resposta a emergências precisa passar por avaliações após a
realização de exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações reais.
3.2.5 Prevenção e controle de vazamentos, derramamentos, incêndios,
explosões e emissões fugitivas

Ainda com relação à NR 20, é necessário que seja elaborado plano


contemplando todos os meios e ações necessárias para minimizar os riscos de
ocorrência de vazamento, derramamento, incêndio e explosão, bem como para
reduzir suas consequências em caso de falha nos sistemas de prevenção e controle.
O plano precisa ser revisado após recomendações das inspeções de
segurança e/ou da análise de riscos, ou quando ocorrerem modificações
19

significativas nas instalações e quando da ocorrência de vazamentos,


derramamentos, incêndios e/ou explosões.
A seguir estão destacados alguns controles importantes para controle de
vazamento, derramamento, incêndio e explosão, citados na NR 20.
Os tanques de armazenagem necessitam de sistemas de contenção de
vazamentos ou derramamentos, dimensionados e construídos de acordo com as
normas técnicas.
Todas as instalações e equipamentos elétricos, equipamentos de
comunicação, ferramentas e equipamentos de controle de descargas atmosféricas
utilizados em áreas classificadas devem estar em conformidade com a NR 10.
Em áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis devem ser
implementadas medidas específicas para controle da geração, acúmulo e descarga
de eletricidade estática. Os trabalhos envolvendo o uso de equipamentos que
possam gerar chamas, calor ou centelhas, nessas áreas, devem ser precedidos de
permissão de trabalho.
Também deve haver sinalização de proibição do uso de fontes de ignição nas
áreas sujeitas à existência de atmosferas inflamáveis.
3.2.6 Plano de resposta a emergências da instalação

Na NR 20 está estabelecida a necessidade da elaboração e implementação


de plano de resposta a emergências, o qual contemplará ações específicas a serem
adotadas na ocorrência de vazamentos ou derramamentos de inflamáveis e líquidos
combustíveis, incêndios ou explosões.
Nos casos em que os resultados das análises de riscos indiquem a
possibilidade de ocorrência de um acidente cujas consequências ultrapassem os
limites da instalação, necessitam ser incorporadas no plano de emergência as ações
que visem à proteção da comunidade circunvizinha, estabelecendo mecanismos de
comunicação e alerta, de isolamento da área atingida e de acionamento das
autoridades públicas.
O plano de resposta a emergências precisa passar por avaliações após a
realização de exercícios simulados e/ou na ocorrência de situações reais.

3.2.7 Prontuário da instalação


20

Toda instalação deve possuir um prontuário, o qual reúne os principais


documentos solicitados na NR 20:
a) projeto da instalação;
b) procedimentos operacionais;
c) plano de inspeção e manutenção;
d) análise de riscos;
e) plano de prevenção e controle de vazamentos, derramamentos,
incêndios e explosões e identificação das fontes de emissões fugitivas;
f) certificados de capacitação dos trabalhadores;
g) análise de acidentes e o plano de resposta a emergências.
O Prontuário da Instalação deve estar disponível às autoridades competentes
e também para consulta aos trabalhadores e seus representantes, exceto nos
aspectos ou partes que envolvam informações comerciais confidenciais.

3.3 Análise de riscos e condições de trabalho


21

4. METODOLOGIA
22

5. DISCUSSÃO E RESULTADO
23

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
24

7. REFERÊNCIAS

ANTONIO CARLOS VENDRAME. Incêndios envolvendo inflamáveis


líquidos, 2015.

INBEP NR-20: redação Inbep, diferença entre líquido inflamável e


combustível. Santa Catarina, 2016.

NBR 7500: identificação para o transporte terrestre, manuseio,


movimentação e armazenamento de produtos. Rio de Janeiro, 2007. 57 p.

NBR 7505: armazenagem de líquidos inflamáveis e combustíveis: parte


1: armazenagem em tanques estacionários. Rio de Janeiro, 2006. 16 p.

NR-28: Fiscalização e Penalidades, Anexo I-A e Anexo II em conformidade


com a PORTARIA N.º 319 DE 15 DE MAIO DE 2012.

MORAES, Giovanni. Sistema de Gestão de Riscos– Princípios e


Diretrizes- ISO 31.000:2009 Ilustrada e Comentada – 1ª Edição, Volume 1, Rio de
Janeiro 2010.
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