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seguintes afirmações:
c) Este tipo de organização curricular justifica-se, ainda, pela sua conveniência operacional - com tradição
firmada - facilitando a sua concretização prática, designadamente em termos de horários lectivos,
composição de turmas e do sistema tradicional de formação de professor por disciplinas. (RIBEIRO,
2012).
A selecção e organização dos conteúdos curriculares constituem a tarefa mais importante, determinando
a especificação dos objectivos de ensino, que, dependendo embora da natureza da disciplina, são, regra
geral, predominantemente de tipo cognitivo. Os conteúdos de ensino são seleccionados e estruturados
por especialistas das disciplinas e propostos aos alunos, em conformidade com um âmbito e sequência
previamente estabelecidos (RIBEIRO, idem).
No tocante a factores de execução curricular, refira-se que os planos e programas de ensino se dirigem,
sobretudo, a um grupo inteiro de alunos (classe/turma), sendo a individualização do ensino conseguida
não nos objectivos, conteúdos e avaliação - que são comuns - mas através de diferenças «limitadas» no
tempo de aprendizagem, nas estratégias, actividades ou materiais de ensino de que seja possível dispor
para atender a ritmos diferentes de progresso no domínio das aprendizagens propostas.
O tempo de ensino é dividido em blocos para cada disciplina, cuja gestão pelo professor e utilização pelo
aluno devem ser maximizadas, dentro dos limites disponibilizados.
As limitações deste tipo curricular - pelo menos, na sua forma mais pura - têm que ver, em síntese, com
os seguintes aspectos maiores:
a) É discutível que a organização lógica das disciplinas represente a melhor estrutura para a
aprendizagem dos conteúdos curriculares, tendo presente que o processo de aprendizagem de uma
matéria pelos alunos não segue, necessariamente, a lógica de transmissão de um saber já previamente
completo e estruturado segundo critérios exclusivos do especialista dessa matéria;
c) Pode evidenciar um conflito difícil de sanar entre a formação geral do aluno e a acção especializada -
concebendo o aluno como «miniatura» do especialista de uma disciplina e formando-o num estilo de
pensar específico desse domínio - designadamente no contexto de uma educação básica alargada;
e) Levanta a questão de saber como integrar num currículo já bastante «congestionado» novas
disciplinas ou áreas disciplinares que, por força das transformações sociais, culturais e tecnológicas, se
vão afirmando também com potencial formativo e estatuto académico-científico, para não falar já de
actividades ou experiências práticas de desenvolvimento pessoal e social dificilmente «enquadráveis» na
organização rígida de disciplinas curriculares (RIBEIRO, 2012).
Esta estrutura curricular apresenta, entre outras, as seguintes características que exprimem, aliás, as
perspectivas dos que a propõem:
a) Representa uma ruptura clara com o currículo estruturado por disciplinas quer se trate de disciplinas
isoladas, correlacionadas e fundidas ou de áreas disciplinares alargadas, eliminando as divisões entre
elas e aproximando-se dos problemas actuais e relevantes, do ponto de vista sociocultural ou outro;
c) Procuram-se ligações ou «pontes» entre várias áreas do saber, preenchem-se «intervalos» entre elas e
comparam-se perspectivas ou metodologias de análise diferentes sobre um mesmo campo de estudo;