O documento discute a história da educação profissional e tecnológica no Brasil, desde o século XIX até os dias atuais. A educação profissional foi oferecida inicialmente de forma assistencialista e voltada para a formação de mão-de-obra. No século XX, houve tentativas de integrar a educação profissionalizante ao ensino médio. Atualmente, busca-se institucionalizar a educação profissional e tecnológica de forma integral através dos Institutos Federais, embora desafios socioe
Descrição original:
Análise temática sobre Educação Profissional e Tecnológica - EPT.
O documento discute a história da educação profissional e tecnológica no Brasil, desde o século XIX até os dias atuais. A educação profissional foi oferecida inicialmente de forma assistencialista e voltada para a formação de mão-de-obra. No século XX, houve tentativas de integrar a educação profissionalizante ao ensino médio. Atualmente, busca-se institucionalizar a educação profissional e tecnológica de forma integral através dos Institutos Federais, embora desafios socioe
O documento discute a história da educação profissional e tecnológica no Brasil, desde o século XIX até os dias atuais. A educação profissional foi oferecida inicialmente de forma assistencialista e voltada para a formação de mão-de-obra. No século XX, houve tentativas de integrar a educação profissionalizante ao ensino médio. Atualmente, busca-se institucionalizar a educação profissional e tecnológica de forma integral através dos Institutos Federais, embora desafios socioe
Elabore uma síntese sobre o tema estudado na unidade. Duas páginas.
A educação profissional e tecnológica e a educação básica, no Brasil, se
apresentam historicamente de forma dual. A educação propedêutica inicia seu caminho sendo ofertada às elites, e até o século XIX não se tem registros da educação profissional ofertada formalmente no país, somente a partir de 1809, quando o príncipe regente (futuro Dom João VI), promulga o Decreto que cria o Colégio das Fábricas. A partir daí, surgem outras escolas de caráter profissional, como a Escola de Belas Artes (1816), Instituto Comercial no Rio de Janeiro (1861), Casas de Educandos e Artífices em capitais brasileiras (década de 40), porém, com caráter assistencialista, principalmente os Liceus de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro (1858), de Salvador (1872), do Recife (1880), de São Paulo (1882), de Maceió (1884) e de Ouro Preto (1886), que atendiam órfãos e desvalidos. No século XX, o caráter assistencialista dá lugar à formação de mão-de-obra, e em 1906, o ensino profissional passa a ser atribuição do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio. No decorrer do século XX, o Brasil atravessou diferentes fases na educação, devido a fatores como o período da ditadura militar, por exemplo, período em que ocorreu uma reestruturação do ensino e o ensino profissionalizante passou a ser obrigatório juntamente ao 2º grau (atual Ensino Médio). Durante o século XX, várias alterações foram realizadas na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A dualidade no ensino propedêutico e técnico pode ser percebida também na última LDBEN (9394/96), que rege a educação no Brasil até os dias atuais, que por muitas vezes sofreu e sofre modificações, como, por exemplo, através de Decreto 2.208/97, que colocou na Lei as formas concomitantes ou subsequentes do ensino técnico, e com possibilidades de um ensino integrado a partir do Decreto 5.154/04, no governo Lula, onde, a orientação ao MEC, segundo o próprio presidente, era “Fazer da Educação Profissional e Tecnológica uma política central do MEC, iniciando pela revogação da norma legal proibitiva, originária do governo FHC, que vedava a implantação das escolas técnicas federais”. No século XXI, portanto, busca-se a institucionalização da educação profissional e tecnológica, como meio de se chegar a um ensino integral, que forme um indivíduo para uma visão omnilateral e para o trabalho e não para o mercado, pois assim, o sujeito será preparado para as mudanças que ocorrem no mundo do trabalho, segundo Aguiar (2019), respeitando seu potencial humano. A educação integral ainda se apresenta de certa forma, com um caráter utópico, sendo um ideal a ser alcançado dentro dos seguimentos da educação. Para contribuir nessa visão de ensino integrado, criam-se os Institutos Federais, em 2008, buscando, segundo Gaudêncio Frigotto (2019), uma nova institucionalidade, com temporalidades distintas. Percebe-se, porém, que a desigualdade socioeconômico brasileira, que obriga que adolescentes de baixa renda trabalhem antes mesmo de finalizarem os estudos, faz com que a politecnia, a busca pela formação de um sujeito omnilateral, e uma educação integral de qualidade (no sentido de um melhor aproveitamento dos estudos pelo aluno) não se concretize em seu sentido mais amplo. Aí o sentido da utopia, pois a politecnia não encontra uma base material concreta de sustentação na sociedade brasileira e, segundo Moura (2007) “esse tipo de oferta não é amplamente proporcionada à população, pois grande parte das escolas privadas concentram seus esforços em aprovar os estudantes nos vestibulares das universidades públicas [...]” (MOURA, pág. 20), substituindo, assim, uma formação integral por uma nota no vestibular. Estudiosos da área como Frigotto, Ramos, Moura, Ciavatta, entre outros concordam que para se chegar à formação de um Ensino Médio mais próximo do ideal, é preciso compreender a gradatividade dessa oferta de ensino, onde seu principal objetivo é uma educação politécnica, tecnológica, pública, de qualidade, buscando uma formação integral, porém, alguns outros desafios ainda precisam ser superados na sociedade brasileira. REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Institui as diretrizes e
bases da educação nacional. Brasília, DF: 20 de dezembro de 1996.
DANTE, M. Educação básica e educação profissional e tecnológica:
dualidade histórica e perspectivas de integração. Holos, ano 23, v. 2, 2007, p. 430. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/11>. Acesso em 11 de outubro de 2019.
SCHIEDECK, S.; FRANÇA, M. C. C. C. A origem de uma nova
institucionalidade em EPT: narrativas e memórias sobre os Institutos Federais. Disponível em: <http://educapes.capes.gov.br/handle/capes/433129>. Acesso em 11 de outubro de 2019.