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São Carlos
2011
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,
PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.
Aos meus pais, meus eternos professores e amigos. Devo a felicidade de hoje a eles.
E também a todos os irmãos, que de forma ou de outra, passaram por mim deixando suas
marcas nesta vida que agora ruma ao próximo degrau.
Sumário
Resumo .......................................................................................................................................... 11
Abstract .......................................................................................................................................... 12
1. Introdução................................................................................................................................ 13
2. Objetivo ................................................................................................................................... 17
3. Materiais e Métodos ................................................................................................................ 18
3.1. Óptica .................................................................................................................................. 19
3.1.1. Iluminação ........................................................................................................................ 19
3.1.2. Detecção do Sinal............................................................................................................. 27
3.1.3. OPT101 ............................................................................................................................ 28
3.1.4. Fotodiodos ........................................................................................................................ 29
3.1.5. Amplificadores para fotodiodos ......................................................................................... 31
3.1.6. BPW21R........................................................................................................................... 33
3.1.7. Transmitância ................................................................................................................... 33
3.1.8. Espectrofotômetria............................................................................................................ 34
3.1.9. Cálculo da Transmitância luminosa .................................................................................. 35
3.1.10. PADRÃO-OURO ........................................................................................................... 37
3.2. Eletrônica ............................................................................................................................. 37
3.2.1. Alimentação ...................................................................................................................... 37
3.2.2. Amplificadores .................................................................................................................. 38
3.2.3. Duplo Feixe ...................................................................................................................... 39
3.2.4. Microcontrolador ............................................................................................................... 41
3.2.5. Potenciômetro Digital (DIGPOT) ....................................................................................... 44
3.2.6. Display de LCD................................................................................................................. 45
3.2.7. Controle do display ........................................................................................................... 46
3.2.8. Conversão A/D ................................................................................................................. 48
3.2.9. Processamento Digital do Sinal ........................................................................................ 49
3.2.10. Interrupção .................................................................................................................... 49
3.3. Programação........................................................................................................................ 50
3.4. Mecânica.............................................................................................................................. 52
3.4.1. Caixa e feixes ................................................................................................................... 52
3.4.2. Placas............................................................................................................................... 54
4. Resultados............................................................................................................................... 58
4.1. Repetibilidade ...................................................................................................................... 58
4.2. Testes de Aferição ............................................................................................................... 59
5. Discussão ................................................................................................................................ 63
6. Conclusão................................................................................................................................ 66
7. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 67
8. Anexos .................................................................................................................................... 68
8.1. ANEXO A ............................................................................................................................. 68
8.2. ANEXO B ............................................................................................................................. 69
8.3. ANEXO C ............................................................................................................................. 70
9. APÊNDICE .............................................................................................................................. 72
Publicações .................................................................................................................................... 80
CBO 2010 (Congresso Brasileiro de Oftalmologia) ......................................................................... 80
18° SIICUSP ( Simpósio Internacional de Iniciação Científica) ....................................................... 80
XXII CBEB (Congresso Brasileiro de Engenharia Biomédica) ........................................................ 80
V SIIM (Simpósio de Instrumentação e Imagens Médicas) ............................................................. 80
Display de Verificação de Proteção Ultravioleta em Óculos de Sol ................................................. 81
Lista de Figuras
FIGURA 1 EXEMPLOS DE DANOS OCULARES DEVIDO A RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA: (A) HIPEREMIA E; (B) CATARATA
[HTTP://WWW.MALTHUS.COM.BR/MG_IMAGEM_ZOOM.ASP?ID=803,
HTTP://WWW.CLINICADEOLHOSNACOES.COM.BR/CATARATA.PHP, ACESSADO EM 11/09/2010] ............................. 13
FIGURA 2 REAÇÃO PUPILAR A: A) POUCA LUZ E B) LUZ ABUNDANTE................................................................................ 16
FIGURA 3 DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA .................................................................................................................. 18
FIGURA 4 REPRESENTAÇÃO DE CONEXÕES DO SISTEMA .................................................................................................. 19
FIGURA 5 PADRÃO ILUMINANTE D65 (ESPECTRO) ............................................................................................................ 20
FIGURA 6 HLX64250 E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO.......................................................................................... 21
FIGURA 7 64440 E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ................................................................................................. 21
FIGURA 8 COOL BLUE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ...................................................................................... 22
FIGURA 9 EAGLEYE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .......................................................................................... 22
FIGURA 10 LED BRANCO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................... 23
FIGURA 11 LED AMARELO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................. 23
FIGURA 12 LED VERMELHO E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO ................................................................................ 24
FIGURA 13 LED VERDE E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO....................................................................................... 24
FIGURA 14 LED VIOLETA E RESPECTIVO ESPECTRO DE EMISSÃO .................................................................................... 25
FIGURA 15 ESPECTRO DE DIVERSOS LEDS ...................................................................................................................... 25
FIGURA 16 COMPOSIÇÃO DE LEDS UTILIZADA .................................................................................................................. 26
FIGURA 17 SOMA DE LEDS (FIGURA17) EM CONJUNTO COM SENSOR, COMPARADO À FUNÇÃO PONDERAÇÃO ............. 26
FIGURA 18 FUNÇÃO SENSIBILIDADE VISUAL DO OLHO HUMANO ........................................................................................ 27
FIGURA 19 CURVAS FOTÓPICA E ESCOTÓPICA [CIE] ....................................................................................................... 28
FIGURA 20 OPT101 E RESPECTIVA CURVA DE RESPOSTA [FOLHA DE DADOS:
HTTP://FOCUS.TI.COM/DOCS/PROD/FOLDERS/PRINT/OPT101.HTML] ...................................................................................... 29
FIGURA 21 ESQUEMA INTERNO DO OPT101..................................................................................................................... 29
FIGURA 22 MODELO DO FOTODIODO ................................................................................................................................. 30
FIGURA 23 DIFERENÇAS ENTRE OS MODOS FOTOCONDUTIVO E FOTOVOLTAICO[GRAEME, 1995].................................. 31
FIGURA 24 CONFIGURAÇÃO BÁSICA DO AMPLIFICADOR DE TRANSIMPEDÂNCIA [FIGURA RETIRADA A.R.Z.NASCIMENTO,
REVISTA CIENTÍFICA PERIÓDICA – TELECOMUNICAÇÕES, 1999]. ............................................................................ 31
FIGURA 25 REDE TEE PARA REDUÇÃO DOS RESISTORES.................................................................................................. 32
FIGURA 26 (A) SENSOR BPW21R E; (B) ESPECTRO DE RESPOSTA DO SENSOR [FOLHA DE DADOS DO COMPONENTE:
HTTP://WWW.VISHAY.COM/PHOTO-DETECTORS/LIST/PRODUCT-81519/] ................................................................................ 33
FIGURA 27 TRANSMITÂNCIA EM UM FILTRO ....................................................................................................................... 34
FIGURA 28 (A) ESPECTROFOTÔMETROS USB2000 (B) E HR4000CG-UV-NIR............................................................. 35
FIGURA 29 ESPECTROFOTÔMETRO CARY 5000 (VARIAN) .............................................................................................. 35
FIGURA 30 EXEMPLO DA DEFINIÇÃO DA TRANSMITÂNCIA LUMINOSA DE UM FILTRO ALEATÓRIO ...................................... 36
FIGURA 31 EXEMPLO ÓPTICO DO SISTEMA PROPOSTO ..................................................................................................... 36
FIGURA 32 (A) FONTE DE TENSÃO; (B) ENCAPSULAMENTO TO-220 DOS REGULADORES DE TENSÃO ............................ 37
FIGURA 33 AMPLIFICADOR DE TRANSIMPEDÂNCIA UTILIZADO ........................................................................................... 38
FIGURA 34 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA ANTES DA CALIBRAÇÃO .................................................................................. 39
FIGURA 35 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA CALIBRADO COM A LENTE POSICIONADA ....................................................... 40
FIGURA 36 REPRESENTAÇÃO DO SISTEMA CONSIDERANDO OSCILAÇÕES DA FONTE DE LUZ........................................... 41
FIGURA 37 LÂMPADA KEELER USADA PARA TESTES INICIAIS.......................................................................................... 42
FIGURA 38 DIAGRAMA DE BLOCOS DO SISTEMA PARA OS PRIMEIROS TESTES ................................................................. 42
FIGURA 39: DIAGRAMA DE BLOCOS DO PRIMEIRO CIRCUITO DESENVOLVIDO ................................................................... 43
FIGURA 40 (A) PINAGEM E; (B) FOTO ILUSTRATIVA DO PIC16F877A ............................................................................... 44
FIGURA 41 (A) EXEMPLO DO ESQUEMÁTICO DE CONTROLE DA FAMÍLIA MCP4XXXX E; (B) ILUSTRAÇÃO DO
COMPONENTE ............................................................................................................................................................. 45
FIGURA 42 ESQUEMA GERAL PARA UTILIZAÇÃO DO DISPLAY LCD.................................................................................... 46
FIGURA 43 APRESENTAÇÃO NÚMERO UM DO DISPLAY ...................................................................................................... 46
FIGURA 44 APRESENTAÇÃO NÚMERO DOIS DO DISPLAY ................................................................................................... 47
FIGURA 45 APRESENTAÇÃO NÚMERO (A)TRÊS E (B) QUATRO DO DISPLAY ....................................................................... 47
FIGURA 46 APRESENTAÇÃO NÚMERO CINCO DO DISPLAY ................................................................................................. 47
FIGURA 47 APRESENTAÇÃO NÚMERO SEIS DO DISPLAY .................................................................................................... 48
FIGURA 48 FLUXOGRAMA DO PROGRAMA DO SISTEMA ..................................................................................................... 51
FIGURA 49 FOTO DO PROTÓTIPO REALIZANDO UMA MEDIDA DE CATEGORIA DE LENTE DE ÓCULOS DE PROTEÇÃO SOLAR.
................................................................................................................................................................................... 53
FIGURA 50 FOTO DAS VARIADAS PARTES DO PROTÓTIPO: (A) PROTÓTIPO; (B)TAMPA COM DISPLAY; (C)SENSOR NA
PARTE EXTERNA ; (D)ESPUMAS PARA ISOLAÇÃO ÓTICA: EVITA RISCOS NA LENTE TESTADA.................................... 53
FIGURA 51 SUPORTE PARA LÂMPADA E CABOS DOS SENSORES PARA A CAIXA ................................................................ 54
FIGURA 52 EQUIPAMENTO DA LPKF PARA CONFECÇÃO DE PCB .................................................................................... 54
FIGURA 53 LAYOUT PRODUZIDO NO KICAD DA PLACA CONTROLADORA DO PROTÓTIPO ................................................ 55
FIGURA 54 VISUALIZAÇÃO DA PLACA EM 3D NO KICAD ................................................................................................... 55
FIGURA 56 PLACA DESENVOLVIDA NO LABORATÓRIO........................................................................................................ 56
FIGURA 57 PLACA DESENVOLVIDA PARA ARRANJO DE 6 LEDS ........................................................................................ 56
FIGURA 58 PLACA COM ARRANJO DE 6 LEDS ................................................................................................................... 57
FIGURA 59 GRÁFICO DE CORRELAÇÃO DA MEDIDA DO PROTÓTIPO COM O ESPECTROFOTÔMETRO ................................ 62
FIGURA 60 CURVA DE PONDERAÇÃO (VERMELHO) E ESPECTRO DE LEDS DESCALIBRADO (AZUL) ................................ 63
FIGURA 61 FILTRO DE ÓCULOS VERDE EM COMPARAÇÃO COM OS ESPECTROS DE EMISSÃO .......................................... 64
FIGURA 62 FILTRO DE ÓCULOS AMARELO EM COMPARAÇÃO COM OS ESPECTROS DE EMISSÃO ..................................... 64
Lista de Tabelas
TABELA 1 EFEITO DA RADIAÇÃO SOLAR SOBRE O OLHO HUMANO. ONDE UV: ULTRAVIOLETA E IV: INFRAVERMELHO
[HTTP://SATELITE.CPTEC.INPE.BR/UV/R-UV_E_OLHO.HTML, ACESSADO EM 11/09/2010]. .................................. 14
TABELA 2 VALORES DE TRANSMITÂNCIAS PARA FILTROS SOLARES UV DE USO EM ÓCULOS – DADOS RETIRADOS DA
NORMA NBR15111 ................................................................................................................................................... 15
TABELA 3 REPETIBILIDADE COMPARANDO TRÊS MEDIDAS DIFERENTES DA TRANSMITÂNCIA DA LUZ NOS ÓCULOS COM
A LÂMPADA HLX64250 - OSRAM 6V ..................................................................................................................... 59
TABELA 4 REPETIBILIDADE COMPARANDO DUAS MEDIDAS DIFERENTES DA TRANSMITÂNCIA DA LUZ NOS ÓCULOS COM
A LÂMPADA -64440 - OSRAM 12V.......................................................................................................................... 59
TABELA 5 DIFERENÇA ENTRE MÉDIA ARITMÉTICA E COM A PONDERAÇÃO W(Λ) ............................................................. 61
TABELA 6 DIFERENÇA ENTRE MEDIDA NO PROTÓTIPO E APROXIMAÇÃO DO PADRÃO-OURO .......................................... 61
Resumo
The measurements of the transmittance of ultraviolet and infrared radiation through sunglasses are
standard requirements for certification of these lenses. According to Brazilian Standard NBR15111,
the electromagnetic spectrum relative to UVA, UVB and UVC (100 – 400nm) and infrared (700-
1400nm) must be protected, by filters, according with the lens category. The categories are in a
scale of 0 to 4, according to the amount of visible light transmitted through the sunglasses. An opto-
electronic set up was assembled in this work, using light sources (set of LEDs), which cover the
electromagnetic spectrum in the range of 380nm - 780nm; two identical sensors for visible light; one
for signal reference and another for measuring the visible light transmission through the lens of the
sunglasses; and an electronic circuit to control the signal, providing results and user interface. The
prototype had an accuracy of 0.1% for transmission; resolution of 0.1% and correlation factor of r 2 =
0.9982 compared to CARY 5000 - Varian spectrophotometer. The system was implemented in a
display which measures the UV protection in sunglasses and available for the community at the
Department of Electrical Engineering (EESC-USP), to provide measurements of the category of
such sunglasses.
Keywords: sunglasses category, visible radiation, visible light transmission, glass lenses.
1. Introdução
É visto que radiações eletromagnéticas com freqüências nas faixas da luz ultravioleta (100
nm – 400 nm), Visível (400 nm – 700 nm) e Infravermelho (700 nm – 1400 nm) podem causar
danos oculares sérios, sendo que cada componente do olho absorve uma quantidade específica de
cada radiação [Maila, H.,1991].
O meio ocular absorve uma quantidade cada vez maior da energia radiante incidente sobre
a córnea conforme aumentam os comprimentos de onda do infravermelho próximo. Para
comprimentos de onda acima de 1400 nm, as moléculas de água absorvem bastante a radiação e,
portanto, a córnea e o humor aquoso absorvem toda a radiação incidente. Para comprimentos de
onda além de 2500 nm, a córnea é efetivamente o único meio absorvente [Scott, J.A, 1988].
Para a radiação infravermelha, é comprovado o processo ativo de catarata em pessoas
submetidas aos raios infravermelhos [Tsutomu, O., 1994; Lydahl E., 1984].
Não somente para o infravermelho, mas também para o ultravioleta (UVA: 315nm – 400nm,
UVB: 280nm – 315nm, UVC: 100nm – 280nm) existem evidências que associam esta radiação com
patologias que afetam os olhos. Os sinais e sintomas mais comuns, determinados por uma
exposição aguda, são hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante), lacrimejamento
intenso, prurido (coceira), fotofobia, edema conjuntival e palpebral e dificuldade de adaptação ao
escuro. [Oliveira, P.R.; Oliveira, A.C.; Oliveira, F.C., 2001]. Ainda, há estudos que evidenciam que a
exposição da córnea à irradiação ultravioleta induz alterações patológicas em sua estrutura.
Figura 1 Exemplos de danos oculares devido a radiação ultravioleta: (a) Hiperemia e; (b) Catarata
[http://www.malthus.com.br/mg_imagem_zoom.asp?id=803,
http://www.clinicadeolhosnacoes.com.br/Catarata.php, acessado em 11/09/2010]
13
Tabela 1 Efeito da radiação solar sobre o olho humano. Onde UV: Ultravioleta e IV: Infravermelho
[http://satelite.cptec.inpe.br/uv/R-UV_e_olho.html, acessado em 11/09/2010].
Tecido Local de
Região espectral Tipo de dano
afetado absorção
UVC (< 280nm) Fotoquímico: fotoqueratite e opacidades na
Córnea Epitélio
UVB (280–320nm) córnea
UVB (280–320nm)
Cristalino Núcleo Fotoquímico: Catarata
UVA (320–400nm)
Epitélio
- Térmico: diminuição da visão
Visível (400– pigmentário
Retina - Hemorragia intraocular
750nm) Hemoglobina
- Alterações na percepção de cores
Pigmento macular
Epitélio
Retina - Térmico: diminuição da visão
IVA (780–1400nm) pigmentário
Cristalino - Catarata
Epitélio
IVB (1400–
Córnea Epitélio Opacidades
3000nm)
IVC (3000–
Córnea Epitélio Queimaduras superficiais
10000nm)
Este conceito sobre os malefícios da exposição à radiação ultravioleta está difundido pela
maioria da população, no qual muitos oftalmologistas recomendam fortemente o uso de filtros UV
para lentes. Esta preocupação também está presente em outros níveis, atingindo líderes
governamentais, se traduzindo em projetos de lei que tornaria obrigatória a proteção contra
radiação ultravioleta nos óculos de sol, (ex: PROJETO DE LEI No 5.534, DE 2005) e
representantes de grandes empresas de óculos, tendo como conseqüência a idéia de se vender
lentes de óculos que possuem garantias de proteção contra o UV.
Porém a preocupação atual vem do fato das lentes possuírem ou não a proteção devida,
uma vez que está mencionado pelo fabricante que os óculos possuem a proteção contra a radiação
UV.
Neste contexto, está inserida a NBR15111 que descreve a proteção necessária dos filtros
de luz para óculos de sol. Esta norma estabelece as características físicas (mecânicas, ópticas,
etc.) para óculos de sol e filtros de proteção solar com potência nominal nula, ou seja, que não
sejam lentes para óculos corretivos, mas previstos para uso geral na proteção contra radiações
solares e também para uso social e doméstico, inclusive no trânsito. [ABNT. NBR 15111: 2004]
As lentes solares são divididas em 5 categorias, de 0 – 4, que se referem à porcentagem da
transmitância da luz visível (380nm – 780nm). As categorias estão apresentadas na Tabela 2.
Para cada uma destas categorias existe um limite para transmissão de radiação UVA e
UVB, segundo a norma NBR15111.
14
Tabela 2 Valores de Transmitâncias para Filtros Solares UV de Uso em Óculos – dados retirados da
norma NBR15111
Região Visível Transmitância UV permitida
Categoria Perfil da lente Exigência de do espectro de
redução solar transmitância 280-315nm 315-380nm
luminosa(Tv) (UVB) (UVA)
Uso estético . Não
são óculos de sol,
capacidade muito
0 baixa de redução Pouca >80% - 100% 8%– 10% 80% – 100%
do brilho
solar. Proteção UV
baixa limitada .
Uso estético. Não
são óculos de sol,
capacidade baixa
1 de redução do
Baixa >43% - 80% 4,3% – 8,0% 43% – 80%
brilho
solar. Proteção UV
média-baixa
limitada.
Óculos de sol.
Média capacidade
2 de redução do
Média >18% - 43% 1,8% – 4,3% 18% – 43%
brilho solar.
Proteção UV média
limitada.
Óculos de sol. Alta
capacidade de
3 redução do brilho Alta >8% - 18% 0,8% – 1,8% 4% – 9%
solar. Proteção UV
alta limitada.
Óculos de sol.
Extrema
capacidade de
4 redução do brilho
Muito Alta >3% - 8% 0,3% – 0,8% 1,5% – 4%
solar. Proteção UV
muito alta.
Impróprio para
dirigir.
Assim, para se saber se os óculos de sol estão protegidos contra a radiação ultravioleta, é
necessário previamente saber em que categoria estes óculos se enquadram.
Este teste se torna importante, pois a proteção contra os raios ultravioleta também depende
da contração pupilar humana. A pupila se dilata e se contrai conforme a intensidade luminosa que
atinge o olho, um ótimo recurso quando se expõe os olhos em um dia ensolarado uma vez que a
contração pupilar ajuda no bloqueio contra os raios ultravioleta. O grande problema dos óculos sem
proteção adequada é justamente a inibição deste recurso natural do olho, reduzindo apenas a
intensidade da parte visível do espectro eletromagnético e ocasionando a dilatação da pupila,
enquanto não há a proteção proporcional dos raios ultravioleta.
Por exemplo, um óculos pertencente à categoria 0 – referente aos óculos com alta
transmitância de luz visível – que possua uma transmitância no visível de 80%, necessitam apenas
15
20% de proteção UVA e 92% de proteção UVB, pois neste caso, o olho é também protegido pela
miose (contração da pupila). Já um óculos de categoria 4 – com baixa transmitância de luz visível -
que possua uma transmitância no visível de 3%, necessitam de uma proteção de 99,7% dos raios
UVB e de 98,5% de proteção UVA, pois o olho se encontra em um estado de pupila dilatada
(Figura 2).
A última coluna da Tabela 2 traz os valores permitidos de transmissão de ultravioleta para
cada uma das categorias.
16
2. Objetivo
O objetivo deste trabalho foi desenvolver um sistema para medidas de transmissão de luz
branca em lentes oftálmicas, permitindo assim, analisar a categoria das mesmas, segundo a norma
brasileira NBR15111.
A idéia final é de acoplar este sistema a um sistema de medidas de ultravioleta (UVA e
UVB) para lentes de óculos, que é denominado “Quiosque de auto-atendimento para análise de
proteção de ultravioleta em óculos de sol” e que faz parte de um protótipo do Laboratório de
Instrumentação Oftálmica (LIO), e estaria exposto ao público no Departamento de Engenharia
Elétrica da EESC-USP com o intuito de informar a população sobre o filtro de proteção de seus
óculos.
17
3. Materiais e Métodos
18
Figura 4 Representação de conexões do sistema
A parte ótica consiste em um sistema de iluminação, que foi feito por lâmpadas e LEDs, e a
detecção foi feita primeiramente em duplo feixe, ou seja, a fonte luminosa atinge dois sensores, um
de medida e um para referência, e posteriormente com apenas um feixe, um sensor. O método de
duplo feixe proporciona uma boa estabilidade para as medidas com lâmpadas incandescentes,
evitando que flutuações na intensidade luminosa alterem o valor de referência para as medidas. O
método está detalhado nas próximas seções desta monografia. Tanto o espectro das fontes
luminosas, quanto o espectro de transmitância dos filtros solares foram obtidos utilizando
espectrofotômetros.
3.1.1. Iluminação
O tipo de iluminação utilizado para a sensibilização dos sensores tem um papel fundamental
para a precisão das medidas. O comumente usado padrão iluminante D65, definido pela
C.I.E.(Comissão Internacional de Iluminação), corresponde aproximadamente a um sol do meio-dia
no Oeste Europeu e no Norte Europeu, sendo também chamado de padrão Daylight (luz do dia). O
padrão D65 destina-se a representar a média de „luz do dia‟ e possui uma temperatura de cor
correlacionada de cerca de 6500K. Deve ser utilizado em todos os cálculos colorimétricos que
19
exigem uma iluminação representativa da „luz do dia‟ [ISO 10526:1999/CIE S005/E-1998]. A Figura
5 mostra o espectro de uma fonte de luz do padrão D65.
20
HLX64250 - OSRAM 6V
21
COOL BLUE OSRAM 12V 60/55W - XENON
22
LED branco
LED amarelo
23
LED vermelho
LED verde
24
LED violeta
25
Figura 16 Composição de LEDs utilizada
Figura 17 Soma de LEDs (figura17) em conjunto com sensor, comparado à função ponderação
26
3.1.2. Detecção do Sinal
Porém, não só a fonte emissora deve se adequar ao exigido pela norma, mas também os
sensores. A ponderação de visibilidade espectral para visão com luz diurna (V ()) também deve
ser considerada pelo objeto receptor da luz transmitida pelo filtro.
Essa função descreve a média da sensibilidade visual do olho humano para diferentes
comprimentos de onda. A função padrão estabelecida pela C.I.E. está apresentada na Figura 18.
Existem duas funções de luminosidade devido à diferença captada pelo olho humano na
alteração de intensidade da luz (Figura 19). Para intensidades de luz do dia-a-dia, a resposta do
olho humano segue a curva Fotópica e para intensidades baixas de luz, a curva Escotópica. Os
dados das duas curvas estão no Anexo C. A curva de sensibilidade do olho utilizada nos cálculos
de transmitância é a curva Fotópica, estabelecida pela C.I.E.
27
Figura 19 Curvas Fotópica e Escotópica [CIE]
3.1.3. OPT101
O sensor OPT101 foi usado nos primeiros testes para a montagem do equipamento. Mesmo
não tendo uma resposta adequada para o tipo de medida, pois o ponto de máxima resposta do
sensor é na região do infravermelho, este sensor foi importante para o avanço do projeto, uma vez
que o foco no momento era o funcionamento da parte digital.
28
Figura 20 OPT101 e respectiva curva de resposta [folha de dados:
http://focus.ti.com/docs/prod/folders/print/opt101.html]
3.1.4. Fotodiodos
29
Quando um fóton com energia suficiente atinge a junção, ele gera pares elétron-lacuna,
levando-os para um estado de condução. O elétron e a lacuna são varridos pelo campo elétrico na
região de depleção da junção, e ao se movimentarem, geram a fotocorrente [Graeme,J.G., 1995].
Este modelo representado por uma fonte de corrente caracteriza-o como um transdutor ativo. A
Figura 22 ilustra um modelo de fotodiodo. A modelagem permite análise do componente em
aplicações em circuitos.
30
Figura 23 Diferenças entre os modos fotocondutivo e fotovoltaico[Graeme, 1995]
31
A tensão de saída e ganho do amplificador são dados pelas expressões (1) e (2),
respectivamente.
(1)
(2)
O resistor único de realimentação, RR, atua como o ganho da fotocorrente e gera com ela a
transformação para uma tensão de saída. O resistor RC reduz o offset gerado pelo
desbalanceamento das correntes de polarização do amplificador operacional, sendo necessário
que RC = RR. Porém, é possível perceber pela equação 1 que para correntes na ordem de µA,
necessitar-se-ia de resistores da ordem de MΩ para se obter uma tensão que fosse adequada para
a realização da medida. Esse é um aspecto desvantajoso, uma vez que o ruído térmico é
proporcional à resistência elétrica do material.
Uma solução eletrônica é a configuração tee de realimentação, mostrado na Figura 25.
, para (3)
A substituição do resistor único, RR, de realimentação por uma rede tee resistiva, melhora o
nível de ruído [Graeme]. Isso acontece porque essa configuração reduz a grandeza dos resistores
utilizados, mantendo a resistência equivalente com o mesmo valor. Com isso, reduz-se o ruído
térmico produzido por resistores de alta resistividade. Reduz também a diferença entre as correntes
de polarização do amplificador operacional, reduzindo os efeitos de offset.
32
3.1.6. BPW21R
Figura 26 (a) Sensor BPW21R e; (b) espectro de resposta do sensor [folha de dados do componente:
http://www.vishay.com/photo-detectors/list/product-81519/]
3.1.7. Transmitância
(4)
33
Ou ainda,
(5)
3.1.8. Espectrofotometria
34
Figura 28 (a) Espectrofotômetros USB2000 (b) e HR4000CG-UV-NIR
(6)
35
() é a transmitância espectral dos filtros de proteção solar (calculada como %T no
espectrofotômetro) e V () é a função da visibilidade espectral para a visão com luz diurna.
A definição apresentada na Equação 6 mostra que a transmitância necessária para se
calcular a categoria das lentes (V) é definida pelo cálculo de três fatores: fonte emissora de luz,
transmitância do filtro (F) e curva de resposta do olho humano, Figura 30.
A relevância do espectro da fonte de luz e da sensibilidade do olho humano são fatores que
podem ser considerados como uma ponderação da transmitância espectral dos filtros solares para
a realização da média. A equação 7, mostra a média ponderada dos filtros, utilizando W (λ) como
função ponderal. [ABNT. NBR15111:2004].
(7)
36
3.1.10. Padrão-ouro
3.2. Eletrônica
3.2.1. Alimentação
Como fonte de alimentação foi utilizada uma fonte linear 12 volts - 300mA, não-regulada,
como mostra a Figura 32a.
Figura 32 (a) Fonte de tensão; (b) Encapsulamento TO-220 dos reguladores de tensão
37
As tensões utilizadas no projeto são de 5 volts, para os circuitos digitais (microcontrolador,
potenciômetro digital e alimentação do display LCD) e 8 volts para o backlight do display de LCD e
para os amplificadores. Escolheu-se 8 volts, pois é fato que os amplificadores operacionais
apresentam uma perda de tensão que não os permite fornecer a tensão máxima de alimentação
em suas saídas. Assim, para que se obter tensões de 5 volts, seria necessário uma tensão maior
de alimentação. Também por esse motivo, foi estabelecida uma tensão máxima na saída dos
amplificadores de 4,5 volts, quando realizados testes com duplo feixe, para que não houvesse
nenhuma incompatibilidade no conversor A/D do microcontrolador, uma vez que este está
alimentado com 5 volts.
Assim, além da fonte, foram utilizados dois estabilizadores de tensão integrados, o LM7805
e o LM7808, Figura 32b. Utilizou-se também um conector Jack para fonte de alimentação e um
botão on/off para ligar e desligar o aparelho.
3.2.2. Amplificadores
Como visto sobre fotodiodos, dependendo da polarização da junção fornecida, muito do seu
funcionamento e desempenho podem mudar. Um circuito amplificador com um amp op consegue
reduzir a não-linearidade produzindo uma tensão fixa de polarização no fotodiodo e também reduzir
as correntes de offset [Graeme, 1995]. Assim, foi construído um circuito amplificador de
transimpedância com baixo ruído e com ajuste fino de offset, utilizando o circuito integrado
CA3140.
Os resistores e capacitores foram escolhidos de forma que se obtivesse uma boa relação
sinal-ruído e que o tempo de resposta do circuito não fosse comprometido. O amplificador montado
está representado na Figura 33.
38
O diodo zener é previsto para proteção do circuito digital que utiliza tensões de 5 volts,
enquanto que o circuito amplificador possui alimentação de 8 volts. Não foi utilizado, pois o
amplificador operacional CA3140 não forneceu tensão superior que o limite sugerido para o
microcontrolador, de 5,3 volts.
O ajuste do ganho é feito pelo resistor R2, podendo assim permitir que os resistores Rc e RfT
sejam casados para a redução do offset. No caso em que o sensor é o de referência, R2 é um
trimpot, resistor variável de 50kΩ, e para o sensor de medição, utilizou-se o potenciômetro digital
de 50kΩ, para ajuste automático. A variação máxima do ganho é calculado pela equação 8.
, (8)
[V/A] (9)
A utilização de duplo feixe como referência da fonte de luz para as medidas pode trazer
dúvidas quanto à grandeza do sinal dos sensores e do ganho, que são diferenciados para cada
feixe. Pode-se mostrar que, se os sinais dos dois amplificadores forem iguais, a referência ainda
mantém a medida exata, sistema representado na Figura 34, onde L representa a fonte de luz, x
representa as fotocorrentes dos sensores, G representa o ganho do amplificador de
transimpedância e y representa a tensão proporcional a quantidade de luz detectada pelos
sensores.
39
Na Figura 34, realiza-se a calibração do sistema de forma automática, na qual se ajusta o
ganho G1 até que os sinais de saída se igualem. Assim, temos o sinal de referência como 100%,
pois , sendo que a transmitância medida ( ) é:
(10)
(11)
(12)
Colocando uma lente com transmitância TV na frente do sensor de amostra, tem-se que a
intensidade da corrente na saída do sensor agora é , , uma vez que a
(13)
40
Figura 36 Representação do sistema considerando oscilações da fonte de luz
(14)
(15)
(16)
(17)
Mostra-se assim que a o sensor de referência funciona para melhorar a precisão do sistema
contra oscilações da fonte de luz.
3.2.4. Microcontrolador
41
Os primeiros testes para adequação do circuito digital para que pudesse fazer a aquisição
das medidas analógicas, foram realizados com a lâmpada incandescente KEELER, Figura 37, e o
sensor OPT101. Com a fonte e os sensores fixos, foi desenvolvida a eletrônica de controle do
sistema.
42
feitos em linguagem de programação C, e desenvolvidos no compilador IAR Embedded
Workbench. A Figura 39 representa os testes realizados com o 8051.
43
Figura 40 (a) Pinagem e; (b) foto ilustrativa do PIC16F877A
O potenciômetro utilizado foi o MCP41050, ilustrado na Figura 41. Este circuito integrado
possui um potenciômetro de 50kΩ, ajustável por uma palavra de comando de 8 bits enviada para
selecionar a posição do potenciômetro. Tem-se assim uma resolução de 195Ω por posição
incrementada.
(18)
44
Figura 41 (a) Exemplo do esquemático de controle da família MCP4xxxx e; (b) ilustração do
componente
Como visto na Figura 41, o MCP41050 possui comunicação com o microcontrolador que é
estabelecida inicialmente com o envio de uma palavra de comando (8 bits) pelo pino SI. A
comunicação é habilitada colocando o pino CS em nível lógico zero, enquanto que o pino SCK
funciona como o clock da comunicação, com o qual os dados disponíveis no pino SI são enviados
na subida do clock. Os terminais A e W são as saídas dos terminais do resistor variável, que são
ligados no amplificador de transimpedância.
Para o controle mais eficiente do „Digipot’, foi criada uma biblioteca com a função de enviar
os comandos necessários para se programar o valor almejado de resistência no potenciômetro,
facilitando a programação e sua utilização.
Para realizar a interface entre o usuário e o microcontrolador foi utilizado um display LCD
(Liquid Crystal Display), o modelo JHD162A (16x2) e o modelo JHD204AO (20x4). O display de
LCD utilizado foi aprimorado de 16x2 para 20x4, material já disponível no LIO.
Este display permite uma maior acessibilidade ao usuário pelo tamanho expandido, com
poucas diferenças de programação e pinagem. A Figura 42 mostra um esquema geral do display.
45
Figura 42 Esquema geral para utilização do display LCD
O sistema não faz a calibração autonomamente após a primeira tela; ele aguarda o usuário,
mostrando no display a mensagem ilustrada na Figura 44:
46
Figura 44 Apresentação número dois do display
O ideal é que seja 100%, do contrário a calibração não foi feita corretamente.
Para a realização da medida, o mostrador apresenta a frase, como ilustrado na Figura 46:
A transmitância e a categoria dos óculos calculada são enfim apresentadas, como ilustrado
na Figura 47:
47
Figura 47 Apresentação número seis do display
A conversão dos sinais analógicos para sinais digitais é muito útil para a realização de
operações, devido à maior facilidade de se utilizar circuitos digitais para realizar o processamento
do sinal.
Neste projeto, o interesse é saber o quanto de luz visível atravessa uma lente de óculos, em
unidades percentuais. Como visto anteriormente, o método utilizado usa dois sensores, com um
dos ganhos sendo ajustado automaticamente até que os dois sinais se igualem.
Para realizar essas medidas de forma rápida e precisa, utilizou-se o conversor analógico-
digital interno do PIC16F877A. No conversor de 10 bits, o sinal do sensor A, de medição, foi
colocado no primeiro canal do conversor e o sinal de sensor B, de referência, colocado como a
tensão positiva de referência do conversor.
O conversor funciona representando a tensão do canal 1 em 10 bits, referenciado à tensão
do feixe de referência. Assim a tensão de referência representa uma palavra digital 1111111111
(3FF em hexadecimal) dentro do PIC, e representa o fundo de escala.
A calibração, que é o ajuste automático do ganho de sensor de medição, é feita fazendo
conversões e analisando a palavra digital encontrada. Enquanto a conversão não for 100%, o PIC
altera o ganho, até que os dois sinais se igualem. Depois da calibração, qualquer conversão
realizada pelo PIC resulta em uma palavra de 10 bits, que corresponde diretamente à transmitância
da lente amostrada. Porém, existe um erro inerente do conversor A/D, de no máximo ½ LSB.
Assim, pode-se calcular a resolução do conversor fazendo:
(19)
Onde r é a menor variação exata em transmitância que se pode obter na medida. Esta
resolução estabelece a limitação para a amostragem da medida no display.
48
3.2.9. Processamento Digital do Sinal
Apesar dos cuidados feitos para a eliminação do ruído na medida, o sinal convertido ainda
apresenta algumas flutuações indesejadas na medida. A filtragem do ruído restante foi feita por
processamento do sinal digital.
O tratamento das medidas foi feito realizando a média de 200 medidas consecutivas do
sinal em regime permanente. Assim, toda variável que necessita do valor da transmitância, o PIC
realiza a soma de 200 medidas, armazena-as em uma variável do tipo float, e divide posteriormente
por 200, como mostra a expressão (20).
(20)
(21)
3.2.10. Interrupção
A dinâmica projetada para o sistema consiste em ligar o aparelho e, assim que estiver
pronto (depois de feita a inicialização), espera-se o comando para a calibração dos feixes. Assim
que a calibração for feita, o sistema aguarda novamente o comando do usuário para que haja
tempo suficiente de se colocar a lente no equipamento para realizar a medição. Esta comunicação
do usuário com o sistema foi feito a partir de um push-bottom, necessário para a comunicação
entre o equipamento e o usuário, para que o sistema realize a calibração e a medição
independente de um tempo fixo.
O botão aciona a rotina de interrupção do PIC, que dependendo da fase do programa,
realiza a calibração do sistema ou realiza a medida de transmitância final.
49
3.3. Programação
Foram feitos dois programas no protótipo: um que analisa a categoria automaticamente, por
meio da comparação da medida de transmissão da luz e apresenta um resultado único no final, que
é a média das 200 medidas; e outro que mostra em tempo real a medida sendo realizada, numa
freqüência de 5Hz. A descrição de cada programa está no Anexo D. A versão final do programa foi
a que apresenta a média final das 200 medidas, num resultado único.
Os programas foram desenvolvidos em linguagem C com auxilio do software MPLAB IDE.
Este software possui muitos recursos como bibliotecas, exemplos e operações, que deixa a
linguagem com um padrão mais elevado e em um ambiente mais poderoso, comparado à
linguagem Assembly. Os kits de programação disponíveis no tornaram a utilização do PIC ainda
mais fácil utilizando a linguagem C.
Devido a essa facilidade de programação do PIC, vários softwares foram criados para a
familiarização das funções, bibliotecas e controles que seriam utilizados. O primeiro foi o teste do
display LCD. O programa utiliza todas as linhas do display, apaga o que houvesse na tela e coloca
o cursor em uma posição específica na tela. O segundo faz a conversão A/D de um divisor de
tensão e mostra no display a porcentagem, ao vivo, do sinal comparado à referência. O terceiro fez
o controle do potenciômetro digital, incrementando 1 bit a cada segundo no potenciômetro.
O envio da palavra digital e todo o controle do potenciômetro digital são feitos pelos dos bits
de controle. Criou-se uma rotina de envio, o que reduziu o código fonte e permitiu a detecção de
erros de maneira mais fácil. Foi incluso então uma biblioteca criada especificamente para esse
controle, contendo uma função que tem como entrada o código hexadecimal correspondente ao
valor de resistência desejado, fazendo o ajuste do potenciômetro de forma automática. O programa
final está representado no diagrama da Figura 48.
50
Figura 48 Fluxograma do programa do sistema
51
outra medida e apresenta-se no display a transmitância final (idealmente 100%). Uma mensagem
de “CALIBRANDO...” é exibida no mostrador durante esta fase;
- Após a calibração, aguarda o usuário apertar novamente o push-bottom; tempo para que a
lente seja colocada na frente do sensor de medição;
- Realiza a média de 200 medidas de transmitância e apresenta a transmitância média, em
porcentagem no display de LCD.
- Caso o usuário queira realizar outra medição, basta apertar novamente o botão e o
programa se reinicia.
3.4. Mecânica
A disposição espacial dos sensores e da fonte de luz é de razão crítica, pois há grandes
fontes de interferência externa de luz visível que podem contaminar a medida realizada. A Figura
49 ilustra o protótipo final e a Figura 50 ilustra as diferentes partes que o compõem.
Um dos problemas encontrados nas medições foi a interferência do posicionamento da
lente. Dependendo da angulação e da distância entre a lente e o sensor, variações importantes
podiam ser observadas entre as medidas. A solução foi posicionar a lente o mais próximo possível
do sensor, para que se reduzissem os erros de angulação e espalhamento.
Outro problema era o de se isolar o feixe de luz de medição, ao atravessar a lente, da luz do
ambiente. Este caminho deveria ser acessível para a lente, mas inacessível para a luz externa.
52
Figura 49 Foto do protótipo realizando uma medida de categoria de lente de óculos de proteção solar.
Figura 50 Foto das variadas partes do protótipo: (a) Protótipo; (b)Tampa com display; (c)Sensor na
parte externa ; (d)Espumas para isolação ótica: evita riscos na lente testada.
53
Ainda, os cabos de sinais dos sensores foram escolhidos em pares trançados com malha
de isolação, reduzindo o ruído gerado pelo fato dos cabos terem uma extensão que os torna mais
susceptível a ruídos.
3.4.2. Placas
Outra preocupação foi a de montar o circuito eletrônico em uma placa de circuito impresso.
As vantagens de se usar uma placa específica é obter maior portabilidade do circuito, reduzir a
área ocupada pelo circuito eletrônico e eliminar ruídos provenientes do uso de um protoboard.
A primeira placa testada foi uma simples matriz de contatos, uma placa de contatos que
simula um protoboard, porém com maior portabilidade.
Alternativamente, foi confeccionada uma placa PCB (Printed Circuit Board).
O software utilizado para a criação do PCB foi o KICAD (software gratuito
http://www.lis.inpg.fr/realise_au_lis/kicad). O software, livre, apresenta várias facilidades, sendo
uma delas o curto de tempo de aprendizado para realizar os próprios projetos e manuais
disponíveis em português.
54
Assim, foi desenvolvida uma placa (Figura 53), com face simples, desenvolvida com ajuda
de instrumentos e materiais do Departamento de Engenharia Elétrica – SEL, da USP – São Carlos.
A Figura 52 apresenta a fresadora utilizada para a confecção das placas.
55
A foto da placa montada está apresentada na Figura 55.
Também foram criadas placas para os arranjos de LEDs, que auxiliaram na fixação ótica
dos LEDs e sua disposição, como visto na Figura 56 e Figura 57.
56
Figura 57 Placa com arranjo de 6 LEDs
57
4. Resultados
Foram montados vários circuitos, com diferentes fontes de iluminação, que foram sendo
selecionadas durante o transcorrer do projeto devido à dificuldade de se encontrar a fonte de luz
mais adequada ao padrão exigido. O protótipo final de teste deste trabalho utilizou o conjunto de
LEDs.
O programa utilizado mostra no display a transmitância da média das medidas e a categoria
correspondente.
Como comentado anteriormente, uma das dificuldades importantes deste projeto foi a
escolha da fonte de luz adequada e sua aquisição no mercado nacional. Os testes iniciais foram
realizados com duas lâmpadas, que apresentavam espectros aparentemente adequados ao nosso
sistema, que são: HLX64250 - OSRAM 6V e 64440 - OSRAM 12V.
Para testar o sistema quanto a sua repetibilidade e precisão foram realizadas as medidas
descritas a seguir com ambas as lâmpadas.
4.1. Repetibilidade
58
Tabela 3 Repetibilidade comparando três medidas diferentes da transmitância da luz nos óculos com
a lâmpada HLX64250 - OSRAM 6V
Transmitância
Diferença Diferença
Óculos Transmitância Transmitância Média das
Percentual Percentual
testados Lente Esquerda (%) Lente Direita (%) Medidas(%)
Máxima Máxima
Esquerda Direita
LSIA 22,0 22,1 22,0 0,1 22,7 23,1 23,0 0,4 22,0 22,9
ROSA 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0 100,0 0,0 100,0 100,0
ROXO 23,6 24,0 24,0 0,4 26,0 25,9 26,1 0,2 23,9 26,0
HB 17,7 17,9 17,9 0,2 16,3 16,4 16,6 0,3 17,9 16,4
ATEK 48,2 48,8 47,8 0,6 47,8 48,3 47,5 0,8 48,3 47,9
ADIDAS 50,2 50,2 49,5 0,7 48,6 48,7 48,3 0,4 50,0 48,5
AGUIA 20,6 20,2 19,8 0,8 23,8 23,8 23,4 0,4 20,2 23,7
Tabela 4 Repetibilidade comparando duas medidas diferentes da transmitância da luz nos óculos com
a lâmpada -64440 - OSRAM 12V
Transmitância Diferença Diferença Transmitância Média
Óculos Transmitância das Medidas (%)
Lente Esquerda Percentual Percentual
testados Lente Direita (%)
(%) Máxima Máxima Esquerda Direita
Foram realizados dois testes em cada uma das 22 lentes de óculos de sol (11 óculos) para
posterior comparação: a espectrofotometria e a medida da transmitância no equipamento
desenvolvido.
Um dos aprendizados neste projeto também foi a realização da espectroscopia. Os dados
dos gráficos gerados foram transferidos para o software ORIGIN PRO 7.0 .
59
Foi observado que as medidas realizadas com o espectrofotômetro e o protótipo e utilizando
as diferentes lâmpadas incandescentes, não eram compatíveis, sendo que o protótipo mediu
valores mais altos que o espectrofotômetro.
A suposição foi de que o sensor, por ser composto de Silício, apresentava resposta à
radiação infravermelha, característica não apontada na folha de dados do componente, e como os
óculos possuem menos filtros nessa região do infravermelho próximo o resultado se alterava. Não
é possível afirmar sobre a resposta do sensor nessa região analisando apenas a folha de dados do
componente. Foi feito então um teste iluminando o sensor com um LED infravermelho (800 –
1000nm), faixa do infravermelho não condizente com a norma, e mostrou que o sensor tinha
resposta nessa faixa.
O teste permitiu a conclusão de que a grande diferença entre as medidas devia-se ao
infravermelho emitido pelas lâmpadas, pois o pico de emissão das lâmpadas testadas é próximo ao
infravermelho.
Desta forma, decidiu-se substituir a lâmpada branca por um LED branco. Com a introdução
do LED como iluminação, o circuito eletrônico foi totalmente alterado para um circuito com apenas
um sensor (sem a necessidade de um sensor de referência), pois agora não havia mais o problema
de flutuações do sinal de luz emitida.
A maior coerência entre as médias das medidas mostra a boa resposta do protótipo para
esta região do espectro, utilizando o LED Branco. Assim, para se cobrir uma região mais ampla,
com o objetivo de se estender à região de 380nm- 780nm foram adicionados outros LEDs que
completariam a região de interesse. Os testes abaixo foram realizados com o espectro da Figura
15.
A Tabela 5 mostra a diferença entre a transmitância calculada fazendo-se a média
aritmética das transmitâncias em cada comprimento de onda e a transmitância calculada fazendo-
se a média ponderada, utilizando a matriz de ponderação utilizada na norma. Foram observadas
mudanças consideráveis com a maior diferença nos óculos SMP10, onde a média aritmética
espectral é de 26,9% e a transmitância luminosa V calculada com a ponderação é de 7,9%. Estes
valores utilizando a ponderação foram considerados como o padrão-ouro para comparações.
O teste de aferição do equipamento desenvolvido consistiu na comparação das medidas
feitas pelo protótipo com as obtidas com o espectrofotômetro, e está apresentado na Tabela 6. A
maior variação está nos óculos SMP8, com diferença máxima de 3 pontos percentuais. O gráfico
de correlação, apresentado na Figura 58 mostra que a há uma boa exatidão das medidas do
protótipo com a espectrofotometria (r2 = 0,9982).
60
Tabela 5 Diferença entre média aritmética e com a ponderação W(λ)
Espectrofotometria (% media)
Óculos
Testados Esquerda Direita
61
Figura 58 Gráfico de correlação da medida do protótipo com o espectrofotômetro
O teste também foi feito 2 óculos que possuem lentes coloridas, e que resultou em
diferenças muito altas. Estas medidas não foram incluídas na estatística, pois representam erros na
conformidade do espectro emitido.
62
5. Discussão
63
Figura 60 Filtro de óculos verde em comparação com os espectros de emissão
Há também duas situações críticas quando nos referimos à norma: o problema de quando
estamos num limiar entre uma categoria e outra, por exemplo, em medidas em que a transmissão
apresenta os valores em 8%, 18%, 43% ou 80%, pois estes são limiares de alteração de categoria,
e conseqüentemente este problema piora a mudança de análise da proteção ultravioleta na
mudança da categoria 3 para a categoria 4, pois nessa alteração a quantidade de transmitância
64
ultravioleta permitida passa de V para 0,5.V. Nestes casos, o equipamento pode indicar a
categoria errada.
Porém o erro maior acontece nas categorias 3 e 4, pois é no limiar entre as duas que pode-
se indicar erroneamente a proteção adequada ou não. Para exemplificar, tomemos hipoteticamente
um par de óculos em que as lentes são medidas pelo sistema desenvolvido e este apresenta uma
transmitância de 9% (categoria 3), quando na verdade, medidas espectrofotométricas indicam 7%
(categoria 4). Neste caso em particular, o sistema que mede a radiação UVA e UVB que passa pela
lente, indica uma transmissão de 4,5% no UVA. Estes óculos estariam ADEQUADOS PARA USO
para a categoria 3, mas deveriam ser na realidade, INADEQUADOS PARA USO, por pertencerem
à categoria 4. A categoria 4 é a única em que os valores a serem medidos de UVA devem ser 0,5
v.
A norma prevê apenas uma superposição das categorias 0, 1, 2 e 3 da transmitância de
±2% (absoluto), o que fornece uma região de 4 pontos percentuais de transição, porém não
estabelece claramente os valores permitidos de transição para a categoria 4.
Esta situação é a única em que o erro inerente do sistema pode indicar um falso resultado
final. Ou seja, a única situação em que o erro do sistema prejudica a resultado final é a transmissão
em torno de 8%.
65
6. Conclusão
Este trabalho teve como conclusão um protótipo que indica a categoria de uma lente de
óculos com proteção solar, sem grau, realizando medidas de transmitância da luz visível na região
espectral entre 380nm – 780nm.
O protótipo utiliza um conjunto de 4 LEDs que aproxima o espectro necessário na região de
380nm – 780nm.
O sistema possui ruídos, contudo não afetam as medidas realizadas pelo equipamento pelo
que se exige na norma.
O programa de interface com o usuário se mostrou bastante intuitiva e de fácil aprendizado
pelo público. A rotina de calibração funcionou, resultado observado na análise dos sinais,
mostrando que estes se igualavam após a calibração. Os LEDs de sinalização da etapa foram úteis
na resolução de problemas do programa embarcado, na indicação da fase em que o programa
apresentava problemas.
Os resultados das medidas mostraram que a dependência da fonte de luz utilizada para a
medição da transmitância é um ponto crítico, pois para a faixa determinada pela a norma
NBR15111 se torna difícil encontrar uma única fonte de luz que abranja todo o espectro
considerado e ainda não possua componentes significativos também no infravermelho. Também,
para a utilização dos LEDs, observou-se a necessidade de um ajuste de intensidade entre os
LEDs, de modo que o espectro obtido se aproxime da curva de ponderação prevista pela norma.
O cumprimento do objetivo final deste projeto, de agrupá-lo no display de auto-atendimento
para verificação de categoria e proteção UV em óculos de sol, desenvolvido pelo LIO, se mostrou
uma grande realização para o desfecho do trabalho.
O projeto tem importância na área, uma vez que análises espectrais, como o teste de
categoria, são realizadas por equipamentos caros, como espectrofotômetros. Desenvolveu-se,
dessa maneira, uma alternativa para o uso específico em lentes e acessível ao público de maneira
intuitiva e funcional.
66
7. Referências Bibliográficas
ABNT. NBR 15111: 2004. Proteção pessoal dos olhos – Óculos de sol e filtros de proteção contra
raios solares para uso geral.
CIE. Eye sensitivity function V(λ) in the scotopic vision regime, 1951
CIE. Eye sensitivity function V(λ) in the photopic vision regime, 1978
JUDD, D.B.; WYSZECKI, G.; MACADAM, D.L. Spectral Distribution of Typical Daylight as a
Function of Correlated Color Temperature, J. Opt. Soc. Am, 1964; 54, 1031
LYDAHL, E. Infrared radiation and cataract. Acta Ophthalmol Suppl, 1984; 166:1-63.
MAILA, H. Ocular exposure to solar ultraviolet and visible radiation at high latitudes. Scand J Work
Environ Health, 1991;17:398-403
OLIVEIRA, P.R.; OLIVEIRA, A.C.; OLIVEIRA, F.C. A radiação ultravioleta e as lentes fotocrômicas.
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SLINEY, D.H.; FREASIER, B.C. The evaluation of optical radiation hazards; Applied Opt. 1973;
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TSUTOMU, O. Thermal Effect Of Visible Light And Infra-Red Radiation (I.R.-A, I.R.-B And I.R.-C)
On The Eye: A Study Of Infra-Red Cataract Based On A Model , Ann. Occup. Hyg., 1994; Vol. 38,
No. 4, pp. 351-359.
67
8. Anexos
8.1. ANEXO A
68
8.2. ANEXO B
69
8.3. ANEXO C
70
Matriz de fados da Curva Escotópica: [CIE, 1951]
71
9. APÊNDICE
Programas
y[cont]=z;
x=x/2;
}
OUTPUT_HIGH(SCK);
delay_us(33);
OUTPUT_LOW(CS);
OUTPUT_LOW(SI);
delay_us(33);
OUTPUT_LOW(SCK);
delay_us(3);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK); //don't care
OUTPUT_LOW(SI);
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK); //don't care
OUTPUT_LOW(SI); //C1
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK);
OUTPUT_HIGH(SI); //C0
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK);
OUTPUT_LOW(SI);
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK); //don't care
OUTPUT_LOW(SI);
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK); //don't care
OUTPUT_LOW(SI); //P1
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK);
OUTPUT_HIGH(SI); //P0
delay_us(33);
OUTPUT_HIGH(SCK);
OUTPUT_LOW(SCK);
OUTPUT_LOW(SI);
73
Programa para luz branca, com detecção de duplo feixe:
///// MEDIDOR DE TRANSPARÊNCIA v.2.1 /////
/*** Autor: Marcio Makiyama Mello ***/
#include <16F877a.h>
#fuses HS,NOPUT,NOPROTECT,NOBROWNOUT,NOLVP,NOWDT,NOUSBDIV,NOWRTB
#device ADC=10 // conversão de 10 bits
#use delay(clock=12000000) //clock utilizado de 12MHz
#define CS PIN_C7
#define SCK PIN_C6 // Uso do potenciômentro digital
#define SI PIN_D3
#include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\LCD_pl
us.h"
#include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\POTDI
G.h"
float conv;
int i1,i2;
void calibracao(){
int p = 0x01; //inicializa digpot no começo
int j;
float y = 0;
LCD_putc("\fCalibrando...");
potdig(p);
conv=read_adc();
while(conv == 0x3FF){ // Reduz o ganho, caso o sinal esteja saturado
p--;
potdig(p);
delay_ms(10);
conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv
}
do{ //aumenta o ganho até a referência
p++;
potdig(p);
delay_ms(10);
conv=read_adc();
}
while(conv<0x3FE);
delay_ms(1000);
for(j = 0;j < 200;j++){ //Média de 200 amostras
conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv
74
y=y+conv;
}
y =(y/0x3FF)/2; // y/200 * 100 _ divide por 200 amostras e
multiplica por 100 da porcentagem
LCD_putc("\f"); // Limpa display
LCD_gotoxy(2,1);
LCD_putc("Transparencia");
LCD_gotoxy(7,2);
printf(LCD_putc,"%2.1f",y);
delay_ms(1000);
if (y > 98){
OUTPUT_HIGH(LED3);
LCD_putc("\f"); // Limpa display
LCD_gotoxy(3,1);
LCD_putc("Calibrado!");
}
else{
OUTPUT_HIGH(LED1);
LCD_putc("\f"); // Limpa display
LCD_gotoxy(3,1);
LCD_putc("Não Calibrado");
}
delay_ms(1000);
OUTPUT_LOW(LED3);
OUTPUT_LOW(LED1);
}
void resultado(){
int j;
float r = 0;
for (j = 0;j < 200;j++){ //Média de 200 amostras
conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv
r = r+conv;
}
r = (r/0x3FF)/2;
if(r > 100){
LCD_putc("\f");
LCD_putc("Erro de\nreferencia");
OUTPUT_HIGH(LED1);
}
else{
LCD_putc("\f");
LCD_putc("Medida: ");
printf(LCD_putc,"%2.1f%%",r);
if(r > 80) //Seleção automática de categoria
LCD_putc("\nCategoria 0");
else if(r > 43)
LCD_putc("\nCategoria 1");
else if(r > 18)
75
LCD_putc("\nCategoria 2");
else if(r > 8)
LCD_putc("\nCategoria 3");
else
LCD_putc("\nCategoria 4");
OUTPUT_HIGH(LED3);
for (j = 0;j <= 3;j++){
delay_ms(1000);
}
}
}
if (i2 == 2){
i1 = 0;
}
if (i2 == 1) {
i1 = 2;
}
if (i2 == 0){
i1 = 1;
}
delay_ms(500);
enable_interrupts(INT_EXT); //habilita novamente a interrupção
}
void main(){
76
OUTPUT_LOW(LED1);
}
OUTPUT_LOW(LED1);
calibracao();
LCD_putc("\fColoque a lente\ne aperte o botao");
i2 = 1;
while(i1 == 1){ //Espera a amostra
delay_ms(200);
OUTPUT_HIGH(LED2);
delay_ms(200);
OUTPUT_LOW(LED2);
}
OUTPUT_LOW(LED2);
resultado();
i2 = 2;
LCD_putc("\fAperte o botao\npara reiniciar");
while(i1 == 2){ // Reinicia o programa
}
OUTPUT_LOW(LED1);
OUTPUT_LOW(LED3);
}
}
#include <16F877a.h>
#fuses HS,NOPUT,NOPROTECT,NOBROWNOUT,NOLVP,NOWDT,NOUSBDIV,NOWRTB
#device ADC=10 // conversão de 10 bits
#use delay(clock=12000000) //clock utilizado de 12MHz
#define CS PIN_C7
#define SCK PIN_C6 // Uso do potenciômentro digital
#define SI PIN_D3
#include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\LCD_pl
us.h"
#include"D:\Users\Marcio\Documents\Softwares\SalvosMPLAB\transp_aovivocalib\POTDI
G.h"
float conv;
int i1;
77
void calibracao(){ //ROTINA DE CALIBRAÇÃO
int p = 0x7F; //inicializa digpot na metade (25Kohm)
int j;
float y = 0;
LCD_putc("\fCalibrando...");
potdig(p); //rotina para set do digpot
conv=read_adc(); //realiza conversão A/D
while(conv == 0x3FF){ // Reduz o ganho, caso o sinal esteja saturado
p--;
potdig(p);
delay_ms(10); //espera o potenciometro alterar a resistencia
conv = read_adc();
}
do{ //Aumenta o ganho até a referência
p++;
potdig(p);
delay_ms(10);
conv=read_adc(); //Faz a conversão e atribui em x
}
while(conv<0x3FF);
delay_ms(1000);
for(j = 0;j < 200;j++){ //Média de 200 amostras
conv = read_adc(); //Faz a conversão e atribui em conv
y = y+conv;
}
y =(y/0x3FF)/2; // y/200 * 100 _ divide por 200 amostras e multiplica por
100 da porcentagem
LCD_putc("\f"); // Limpa display
LCD_gotoxy(2,1);
LCD_putc("Transparencia");
LCD_gotoxy(7,2);
printf(LCD_putc,"%2.1f",y);
if (conv > 98)
OUTPUT_HIGH(LED2);
else
OUTPUT_HIGH(LED1);
delay_ms(2000);
}
78
void main(){
float x;
int j;
i1 = 0;
delay_ms(500);
LCD_init(); //Inicializa o LCD
delay_ms(50);
LCD_putc("Esperando a\n Lampada");
delay_ms(2000);
LCD_putc("\fAperte o botao\n para calibrar");
while(i1 == 0){ //Espera a calibração
delay_ms(200);
OUTPUT_HIGH(LED1);
delay_ms(200);
OUTPUT_LOW(LED1);
}
while(1){ //loop infinito
x=0;
LCD_putc("\f");
LCD_gotoxy(2,1);
LCD_putc("Transparencia");
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Publicações
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O SIIM tem a proposta original de reunir pesquisadores de diversas modalidades de
atuação nas áreas de Engenharia Biomédica e Física Médica para apresentar uma amostra de
tecnologias, tendências e pesquisas aplicadas em medicina e saúde.
O projeto teve repercussão interessante no campus da USP em São Carlos e foi publicado
em emissoras de TV e jornais.
Publicado na GLOBO:
http://eptv.globo.com/emc/VID,0,1,33667;1,pesquisadores+da+usp+desenvolvem+aparelho
+que+verifica+qualidade+das+lentes+dos+oculos+escuros.aspx
Publicado na RECORD, em 13/04/2011:
http://www.recordribeiraopreto.com.br/novo/sprecord/noticias_videos.asp?id=7526
Publicado na FOLHA DE SÃO PAULO, em 06/04/2011:
http://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/898949-aparelho-confere-protecao-de-oculos-
contra-raios-solares.shtml
Publicado no SITE DA CIDADE DE SÃO CARLOS, em 01/04/2011:
http://www.saocarlosoficial.com.br/noticias/?n=USP:+Display+de+auto-
atendimento+para+verificacao+da+protecao+ultravioleta+de+oculos+de+sol_2ZG3JDN5JZ
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