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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: ECA
Professor: Paulo Henrique
Aula: 21 | Data: 11/12/2015

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO
Autorização para viagem e hospedagem.
Acesso a locais de diversão.

Tópicos faltantes em ECA:

Autorização para viagem e hospedagem


Devemos separar: viagem nacional e viagem internacional - possuem regras diferentes.

Criança: livre ou restrita.


Nacional ou Doméstica, art. 83, ECA
Adolescente: livre.
Viagem

Internacional ou Para Exterior, art. 84, ECA.

1. Viagem Nacional, art. 83.


O ECA trata diferentemente crianças e adolescentes, assim é essencial que se identifique a idade (na
viagem internacional é a mesma regra, seja criança, seja adolescente).

Art. 83, ECA. Nenhuma criança poderá viajar para fora da comarca
onde reside, desacompanhada dos pais ou responsável, sem expressa
autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança, se na
mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região
metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado
documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou
responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
responsável, conceder autorização válida por dois anos.

Na viagem nacional, adolescente viaja dentro do Brasil livremente, ou seja, sozinho sem
acompanhamento ou autorização de quem quer que seja.

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CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
EM SUMA, a viagem nacional para o adolescente é livre: ele pode viajar sem acompanhamento
(sozinho) e sem qualquer autorização.
E se for criança? Também poderá ser livre para locais próximos, ou pode ser sujeita à restrição.
EM SUMA, a viagem nacional da criança será livre em apenas dois casos:
1- Dentro da comarca onde reside.
2- Para comarca contigua, desde que situada na mesma unidade federativa ou região metropolitana.
Assim, a restrição surge quando a viagem é para além da comarca contígua. A restrição consiste em
exigir autorização judicial ou acompanhamento de pessoas definidas pelo ECA. Para dispensar autorização do juiz,
deve ter acompanhamento. Se tiver que viajar sozinha, somente mediante autorização judicial.
Obs.: o juiz pode, a requerimento do interessado, expedir autorização para viagem com prazo de
validade de até 2 anos (art. 83, §2º, ECA).

Rol de acompanhantes que dispensam autorização judicial:


1ª categoria: pais ou responsável legal1.
2ª categoria: parentes – ascendentes (quaisquer) e colateral maior até 3º grau. Não precisa autorização
dos pais, bastando o parentesco (por ser parente, o ECA confia). EM SUMA, para estes parentes basta a
comprovação documental do parentesco, ou seja, não se exige deles a autorização dos pais, pois o ECA confia
naturalmente.
Ex.: irmão de 17a e um de 10a – o adolescente pode viajar livremente, mas não pode ser acompanhante
do irmão que é criança – a criança precisa de autorização judicial, pois o irmão que não é maior equivale a viajar
sozinho para o ECA. Irmão menor, enquanto acompanhante, é nada.
3ª categoria: qualquer pessoa, ainda que não seja parente, pessoa maior de 18 anos e, por não ser
parente, requer autorização dos pais. A autorização seria escrita, simples.
Ex.: viagem de escola.

ATENÇÃO: Hospedagem, art. 82, ECA.


A hospedagem nunca é livre, nem que seja adolescente. Criança = Adolescente para fins de
hospedagem.

Art. 82, ECA. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em


hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se
autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável.

Art. 250, ECA. Hospedar criança ou adolescente desacompanhado


dos pais ou responsável, ou sem autorização escrita desses ou da
autoridade judiciária, em hotel, pensão, motel ou
congênere: (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de multa, a
autoridade judiciária poderá determinar o fechamento do

1
Não é o de fato. Deve ser o guardião – guarda – ou tutor.

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estabelecimento por até 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº
12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30 (trinta)
dias, o estabelecimento será definitivamente fechado e terá sua
licença cassada. (Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

Regra de Hospedagem em Hotel, Motel, Pensão ou Estabelecimento Congênere:


Só pode ser com intervenção dos pais – ou acompanhando, ou autorizando.
Art. 82 + Art. 250 = três hipóteses:
1- Acompanhado dos pais ou responsável, ou
2- Autorização escrita dos pais ou responsável, ou
3- Autorização judicial (os pais não querem acompanhar, nem autorizar. Ex.: a filha é atleta e ganha
bolsa, mas precisa se hospedar. Contudo, os pais consideram esporte bobagem – recusa injustificada.
Ela pode recorrer, em tese, ao juiz).
Ex.: avô só pode acompanhar se for guardião (enquanto responsável legal). Se não for guardião, precisa
de acompanhamento ou autorização dos pais, ou autorização judicial.

2. Viagem Internacional, art. 84, ECA.

Art. 84, ECA. Quando se tratar de viagem ao exterior, a autorização é


dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado expressamente
pelo outro através de documento com firma reconhecida.

Hipóteses:
1ª hipótese -Sempre poderá com autorização judicial.
2ª hipótese -Sem autorização judicial, somente acompanhada de ambos os pais ou responsável legal.
3ª hipótese - Ou acompanhada de um com autorização do outro com firma reconhecida.
Obs.: pelo ECA, para dispensar autorização judicial, somente com o pai intervindo: sejam os dois
acompanhando, seja somente um com autorização do outro com firma reconhecida.
4ª hipótese2 - a resolução 131 do CNJ possibilita a viagem internacional apenas com autorização escrita
de ambos os pais, com firma reconhecida.

Acesso a locais de diversão


Acesso é entrar no local e permanecer nele. Há duas hipóteses:
- O art. 80 estabelece a proibição absoluta (a criança ou adolescente não pode acessar o local nem
mesmo com os pais) de acesso a estabelecimentos que exploram comercialmente bilhar, sinuca e casa de jogos
(onde se realizam apostas). Se o dono permitir, ele responde com multa administrativa.

2
Fizeram isso porque as empresas aéreas sofriam prejuízos financeiros se só fossem possíveis as 3 primeiras hipóteses.

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Art. 80, ECA. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de jogos,
assim entendidas as que realizem apostas, ainda que eventualmente,
cuidarão para que não seja permitida a entrada e a permanência de
crianças e adolescentes no local, afixando aviso para orientação do
público.

- O acesso é permitido, mediante acompanhamento dos pais ou responsável, ou mediante portaria ou


alvará do juiz da vara da infância e juventude, em estádios, bailes, boates, estúdio e ginásios (art. 149, I, ECA).

Art. 149, ECA. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através de


portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
desacompanhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

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