Você está na página 1de 3

EPISTEMOLOGIA DA ADMINISTRAÇÃO E METÁFORAS ORGANIZACIONAIS

Por Thomas G. Battesini Teixeira

Entendo que a epistemologia, para alguns autores e estudiosos, como área científica e
multidisciplinar e campo de pesquisa das ciências da administração, com suas raízes na
filosofia, e tem sido reforçado de forma extensiva. Ela pode ser tratada como um saber
interdisciplinar, centrada através análises rigorosas do racionalismo, e centrada, no estudos de
ciências físicas e também como um tópico inserido na filosofia da ciência.
Mas os estudos da epistemologia na administração, já começam a tomar forma a
partir dos anos 70, com algumas publicações de Gareth Morgan e Gilson Burrel, no livro
“Sociological Paradigms and Organizational Analysis”, o qual já promovia alguns debates
sobre o tema e fundamentos a produção científica na área da administração. Nos anos
seguintes novas propostas deram fundamentações maiores aos estudos através de disciplinas
organizacionais, mas que não haviam sido ainda capazes de desenvolver o suficiente para
desenvolver-se nas ambições atuais, mas já demonstrava que esse campo disciplinar possuía
um grande nível sofisticado de si mesma, através de bases epistemológicas.
No contexto que tange a epistemologia ela pode ser tratada como um campo
cientifico no âmbito da sociologia que pode buscar, identificar e analisar o campo profissional
dos cientistas com outros campos profissionais de demais áreas. Através dessa análise sobre o
campo de estudo da epistemologia, pode estudar cada disciplina de forma mais detalhada,
mostrando que pode organizar os estudos e desenvolver a análise de disciplinas individuais.
Essa capacidade interdisciplinar permite uma evolução dentro de estudos na
administração. A partir de diversas publicações o desenvolvimento da epistemologia na
administração passa a ser de suma importância para elevação na qualificação do ensino da
mesma. A partir disso, a produção de estudos científicos e livros que discutem a importância
de empregar o conceito e tratar o desenvolvimento da área na ciência administrativa, que
torna professores, profissionais e pesquisadores e demais personagens desse meio assumem a
posição de protagonistas fundamentais na expansão e na difusão da ciência da epistemologia.
A partir daí, grandes estudos fundamentam, através de múltiplos recortes, opções
epistemológicas e metodológicas, os projetos de produção de conhecimento nos quais foram
trabalhados e que determinaram importantes resultados dentro de um objeto global dentro de
um cenário macro para os estudos da área. Surge então a necessidade da área de ensino da
administração, para que o potencial de contribuição da epistemologia na teoria administrativa
seja muito mais amplo, mas ainda se trata de uma disciplina jovem, e que é preciso prudência,
mas que já indica uma grande importância para o avanço da ciência administrativa.
Outro campo de estudos importante para entender um pouco mais as ciências
administrativas, são as metáforas organizacionais, aplicadas, o qual tem como obra principal o
livro A Imagem das Organizações, de Gareth Morgan, de 1996, que mostra que existe uma
limitação na visão com relação à organização, e define sete metáforas que são representadas
por paradigmas imprescindíveis, o qual fazem parte de ações importantes e que pertencem ao
um sistema social, no qual visualiza novas ideias para a teoria das organizações e nos fazem
compreender situações importantes que não era reconhecidas nos estudos administrativos. A
partir disso Morgan descreve essas abordagens através destas metáforas. E elas veem as
organizações como: máquinas, organismos, cérebros, culturas, sistemas políticos, prisões
psíquicas, fluxo de transformação e instrumento de dominação.
Através destes aspectos simbólicos, entendi que são mostrado um conjunto de
hábitos, costumes e linguagens que refletem a imagem e no modo que a empresa quer ser
reconhecida no mercado. O autor preocupa-se em afirmar que as principais metáforas para
entendermos melhor os processos organizacionais, abrir mão de várias dessas metáforas para
interpretar os diferentes aspectos dentro da realidade organizacional. Devemos ler e
interpretar as situações para organizar ou administrar dentro de um processo intuitivo, seja por
intuição ou através da própria experiência sobre essas situações.
Dentro das metáforas, resumidamente, o conceito de máquina, a organização é de
uma estrutura estática e fechada, na de organismo, o conceito é de a organização ser
semelhante a algo vivo, que está sempre em constante mutação, adaptando-se ao meio que
está inserido. O conceito de cérebro, a organização passa a ter um sistema de processamento
de informações capaz de aprender e de absorver estímulos. Já a metáfora de cultura, as
crenças e as ideias delineiam o caráter da organização. Sistemas Políticos, é uma metáfora
organizacional baseada em interesses, o que muitas vezes se torna algo desagregador e com
divergências nos propósitos básicas, seja em uma carreira profissional ou numa empresa, mas
unidos dentro de um objetivo. Outra metáfora, a prisão pisíquica, muitas pessoas se tornam
prisioneiras de ideias, pressupostos falsos, crenças preestabelecidas, entre outras regras que
forma um ponto de vista muito estreita do mundo, gerando uma resistência inconsciente a
mudanças da organização. Fluxo de transformação, revela que indivíduos e organização
compõem essa metáfora, têm a possibilidade de escolher a auto imagem que guiará o futuro
dela. A última das metáforas, a de instrumento de dominação, é revelado que até mesmo as
formas e instituições mais racionais e democráticas, podem resultar em modelo de dominação,
onde uma maior rentabilidade pode significar maior esforço dos funcionários, sem que haja
um processo compensatório, o que pode ser algo catastrófico na visão do mesmo. Dentro
dessas inconstâncias, que aparentemente essas metáforas significam, é um grande desafio na
visão de Morgan
A partir disso uma nova forma de visualizar soluções futuras para resolver estes
pontos, e volto a colocar que um estudo aprofundado na epistemologia como ciência
interdisciplinar, agregando novos valores nos estudos administrativos, auxiliando nas
inovações e mudanças necessárias na organização, conhecendo melhor os fluxos e
transformações nas atividades realizadas nas empresas e instituições. Seria necessário que as
mesmas instituições de ensino, dentro das suas grades curriculares, inserirem a epistemologia
para poder agregar uma nova visão nos estudos, pesquisa e extensão, e tornar cada vez mais
integrada ao ensino superior desde cedo, hoje aplicada em poucas universidade no Brasil,
tornando-a cada vez mais de suma importância como ferramenta capaz de criar novas
perspectivas de inovação e avanço das ciências administrativas.

Você também pode gostar