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Aula 01

Regimento Interno p/ Senado Federal - 2016 - (com videoaulas)

Professores: Fabrício Rêgo, Victor Dalton


Regimento Interno do Senado Federal 2016
Professor Victor Dalton/Prof. Fabrício Rêgo Aula 01

AULA 01 – Senadores
APRESENTAÇÃO DO TEMA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DO TEMA ........................................................................ 1
SUMÁRIO ............................................................................................... 1
DOS SENADORES - CONSTITUIÇÃO .......................................................... 1
POSSE DOS SENADORES ......................................................................... 4
DO EXERCÍCIO DO MANDATO ..................................................................15
DA REMUNERAÇÃO DO SENADOR ............................................................ 16
DO USO DA PALAVRA .............................................................................19
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES ................................................................ 33
DAS HOMENAGENS EM CASO DE FALECIMENTO ........................................34
DAS VAGAS ........................................................................................... 35
SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES................................................................ 47
DAS AUSÊNCIAS E DA LICENÇA ............................................................... 49
MAIS QUESTÕES COMENTADAS ............................................................... 55
LISTA DE QUESTÕES DA AULA – SEM COMENTÁRIOS .................................58
REGIMENTO GRIFADO ............................................................................64
MAPAS MENTAIS DA AULA ......................................................................80

Olá, alunos do Estratégia Concursos, tudo bem? Sejam muito bem


vindos ao nosso curso de Regimento Interno do Senado Federal!!!
Daremos continuidade ao nosso estudo da matéria seguindo a ordem do
RISF. Nesta aula estudaremos o Título II - Dos Senadores.
Caso ainda não esteja com sua cópia do regimento, faça o download
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aqui: www25.senado.leg.br/web/atividade/regimento-interno#/

DOS SENADORES - CONSTITUIÇÃO

Como de praxe, iniciemos estudando o tratamento constitucional dado


aos senadores.
Em primeiro lugar, para ser eleito, o candidato a senador deverá
preencher alguns requisitos, senão vejamos:

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Art. 14 (...)
§ 3º São condições de elegibilidade, na forma da lei:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-
Presidente da República e Senador;

Entre os requisitos, portanto, vemos o destaque diferencial para a idade


mínima de 35 anos, mesma exigida para Presidente e Vice. Ademais, o
domicílio eleitoral, ou seja, onde o cidadão esteja inscrito na Justiça Eleitoral,
deverá ser compatível com o estado para o qual o candidato pleiteie ser
senador.
As demais peculiaridades, como já vistas na Aula 00, é que o senador
será eleito para um mandato de 8 anos seguidos, e não apenas 4 como os
demais cargos eletivos, bem como serão, no total, 81 senadores, eleitos numa
razão de 1/3 e 2/3 a cada eleição, compondo um total de 3 senadores por
estado. Além disso, são eleitos através do sistema majoritário de votação.
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Uma curiosidade: o primeiro Presidente do Senado Federal foi o baiano


José Egídio Álvares de Almeida, mais conhecido como Marquês de Santo
Amaro, com seu mandato de presidente entre 1826 e 1827. Seu mandato, não
obstante, era do Estado do Rio de Janeiro.
Ué, professor, como pode alguém ser senador de um determinado
estado sendo natural de outro estado? Perfeito, ótima pergunta! Observe no
texto constitucional que ela exige domicílio eleitoral na circunscrição para a
qual se quer exercer o mandato, não que a naturalidade seja da mesma
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circunscrição. Como exemplo bem conhecido, temos o ex-senador José Sarney,


o qual é nascido no Maranhão mas foi senador pelo Estado do Amapá, sendo
este último seu domicílio eleitoral.
Outra questão: o cargo de senador é privativo de brasileiro nato? Não,
não é privativo, salvo o cargo de Presidente do Senado. Dessa forma, um
brasileiro naturalizado poderá exercer o cargo de senador, independente da
nacionalidade, bastando ter concluído o procedimento de naturalização.

Art. 12 (...)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa

Pessoal, quantas vezes um senador poderá ser reeleito? Não há


limitação na CF/88, motivo pelo qual muitos fazem do Senado uma verdadeira
carreira pública, ao pé da letra.
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1. (FCC - Técnico Judiciário - Administrativa - 2012) Nos termos


da Constituição Federal, são condições de elegibilidade para Senador, quanto à
idade e à nacionalidade, respectivamente, ter, no mínimo,

a) trinta e cinco anos e ser brasileiro nato.


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b) trinta anos e ser brasileiro nato.


c) dezoito anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.
d) trinta anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.
e) trinta e cinco anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.

Resposta: Letra E, conforme previsão da CF/88 art. 14, §3º, VI, a, c/c
art. 12, §3º.

2. (CESPE - Ministério da Ciência e Tecnologia - Técnico - 2012)


A CF não impõe nenhuma limitação ao número de reeleições possíveis para os
cargos de deputado federal e de senador da República. ( )

Resposta: Correto. A CF/88 é silente quanto ao número de reeleições de


deputados federais e senadores.

3. (CESPE - TJDFT - Técnico Judiciário - Área Judiciária - 2013)


Cidadão brasileiro que tiver trinta anos de idade poderá ser candidato a
senador, desde que possua pleno exercício dos direitos políticos, alistamento
eleitoral, filiação partidária e domicílio eleitoral no estado pelo qual pretenda
concorrer. ( )

Resposta: Errado. A idade mínima para concorrer ao cargo de Senador


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é de 35 anos.
POSSE DOS SENADORES

Passemos agora à análise detalhada do que prevê o RISF. Vejamos


inicialmente o que nos diz a letra seca para posterior aprofundamento.

CAPÍTULO I
DA POSSE
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Art. 4º A posse, ato público por meio do qual o


Senador se investe no mandato, realizar-se-á
perante o Senado, durante reunião preparatória,
sessão deliberativa ou não deliberativa, precedida da
apresentação à Mesa do diploma expedido pela Justiça
Eleitoral, o qual será publicado no Diário do Senado
Federal.
§ 1º A apresentação do diploma poderá ser feita pelo
diplomado, pessoalmente, por ofício ao Primeiro-
Secretário, por intermédio do seu Partido ou de
qualquer Senador.
§ 2º Presente o diplomado, o Presidente designará três
Senadores para recebê-lo, introduzi-lo no plenário e
conduzi-lo até a Mesa, onde, estando todos de pé,
prestará o seguinte compromisso: “Prometo guardar a
Constituição Federal e as leis do País, desempenhar fiel
e lealmente o mandato de Senador que o povo me
conferiu e sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil”.
§ 3º Quando forem diversos os Senadores a prestar o
compromisso a que se refere o § 2º, somente um o
pronunciará e os demais, ao serem chamados, dirão:
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“Assim o prometo”.
§ 4º Durante o recesso, a posse realizar-se-á
perante o Presidente, em solenidade pública em seu
gabinete, observada a exigência da apresentação do
diploma e da prestação do compromisso, devendo o
fato ser noticiado no Diário do Senado Federal.
§ 5º O Senador deverá tomar posse dentro de
noventa dias, contados da instalação da sessão
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legislativa, ou, se eleito durante esta, contados da


diplomação, podendo o prazo ser prorrogado, por
motivo justificado, a requerimento do interessado, por
mais trinta dias.
§ 6º Findo o prazo de noventa dias, se o Senador não
tomar posse nem requerer sua prorrogação,
considerar-se-á como tendo renunciado ao mandato,
convocando-se o primeiro Suplente.

A posse é o ato pelo qual o então candidato eleito será investido no


seu mandato de senador e passará, a partir daí, a exercer efetivamente o
cargo. Trata-se de um ato público realizado no próprio senado perante a Mesa
e os demais membros do órgão.
Quando se realiza a posse? Já vimos que é a partir do dia 1º de
fevereiro após a eleição, no início da nova legislatura, mais precisamente na
reunião preparatória. Já vimos na aula anterior que ocorrem diversas reuniões
preparatórios no início da legislatura e antes da abertura da 1ª sessão
legislativa ordinária, não é verdade? A reunião de posse dos novos senadores
será sempre a primeira das preparatórias.
Caro aluno: caso ainda não tenha se familiarizado com as
nomenclaturas, volte à aula anterior e reveja alguns conceitos a título de
revisão, é muito importante. Sempre que tiver alguma dúvida sobre o que já
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foi estudado, se confundindo, ou algo do tipo, retorne à aula ou nos consulte


no fórum de dúvidas do site, ok? Mas é importante não "passar por cima" da
dúvida.
Qual o requisito para a posse do senador? Sim, claro, ele deve ter sido
eleito, obrigado pela pronta resposta!!! (Rs!). Mas e aí, após eleito e divulgado
nos jornais, estará ele pronto para tomar posse? Ainda não! O candidato
eleito senador deverá ser diplomado junto à Justiça Eleitoral, pelo
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que nada mais é do que o documento
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daquele importante Tribunal certificando que o candidato Fulano de Tal foi


eleito para o cargo de senador.
Vejamos, a título de curiosidade, o conceito ditado pelo Código Eleitoral
Brasileiro:

Art. 215. Os candidatos eleitos, assim como os


suplentes, receberão diploma assinado pelo Presidente
do Tribunal Superior, do Tribunal Regional ou da Junta
Eleitoral, conforme o caso.
Parágrafo único. Do diploma deverá constar o nome do
candidato, a indicação da legenda sob a qual concorreu,
o cargo para o qual foi eleito ou a sua classificação
como suplente, e, facultativamente, outros dados a
critério do Juiz ou do Tribunal.

Continuando, o candidato eleito apresentará à Mesa, antes da posse, o


diploma, o qual será publicado no Diário do Senado Federal (DSF). Tal
apresentação poderá ser feita pelo próprio diplomado, diretamente por
ofício ao Primeiro-Secretário da Mesa, ou através do seu partido. Também
poderá entregar o diploma qualquer outro senador. Então, observe não se
tratar de um ato personalíssimo, no qual apenas o próprio realizará a entrega.
Pessoal, uma questão importante: o senador poderá tomar posse por
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procuração? NÃO! A posse é ato personalíssimo do candidato eleito. Apenas no


caso de apresentar o diploma à Mesa que poderá ser feito por terceira pessoa.
Já na reunião preparatória, o Presidente designará 3 senadores para
receber o diplomado, introduzi-lo no plenário e conduzi-lo até a Mesa. Estando
todos de pé, o diplomado lerá, da tribuna, o Termo de Compromisso. Os
demais senadores eleitos repetirão apenas "Assim o prometo", sem a
necessidade de repetir todo o compromisso.

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Quer ver, na prática, como funciona essa solenidade? Assista ao vídeo


abaixo, com link do YouTube, onde se é possível verificar boa parte do que já
tratamos aqui, de acordo com a última cerimônia de posse de novos senadores
ocorrida em 2015. Vale a pena:
https://www.youtube.com/watch?v=Zd5CD8B11f0

Pessoal, poderá haver posse de senadores durante o recesso? Sim,


vocês já leram que o RISF traz essa possibilidade. No entanto, pergunto na
prática, como seria isso? A resposta está na Constituição. Siga o raciocínio.
Inicialmente, lembrem-se que a CF/88 já informou que a posse dos
senadores eleitos ocorrerá antes da 1ª SLO, a partir de 1º de fevereiro. Antes
disso, os senadores da legislatura anterior, já em exercício, estarão em
recesso, ok? Poderá ser antecipada a posse em algum caso e haver a
solenidade no recesso? Não, né?! A regra da CF/88 já foi exposta, de modo
que não pode ser excepcionada.
Então não tem validade o que está no RISF? Tem validade. Pense
comigo: caso ocorra vaga no cargo de senador no curso do mandato, haverá
mais dois suplentes para ocupá-la. Mas na eventualidade de esses dois
suplentes não ocuparem o cargo por algum motivo, ou, de forma genérica, de
surgir a vaga de senador e não haver mais suplente para preenchê-lo, e
agora? A CF/88 nos responde:
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Art. 56 (...)
§ 2º Ocorrendo vaga e não havendo suplente, far-se-á
eleição para preenchê-la se faltarem mais de quinze
meses para o término do mandato.

Então, vagando o cargo de senador e não havendo suplente para


preenchê-lo e se faltar mais de 15 meses para o término do mandato, haverá
nova eleição para tal cargo, uma eleição extraordinária. Assim, nesse caso,
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vislumbramos uma hipótese de plena aplicação do §4º do artigo que estamos


estudando no RISF. E o que ele diz?

§ 4º Durante o recesso, a posse realizar-se-á perante o


Presidente, em solenidade pública em seu gabinete,
observada a exigência da apresentação do diploma e da
prestação do compromisso, devendo o fato ser
noticiado no Diário do Senado Federal.

Não apresenta maiores dificuldades, não é? Senão pelo fato de trazer a


possibilidade de haver posse de senador eleito e que, eventualmente,
poderá tomar posse durante o recesso. Nessa hipótese de eleição
extemporânea, o senador terá 90 dias para tomar posse a contar do dia de
sua diplomação, podendo o prazo ser prorrogado por mais 30 dias, por motivo
justificado.
Como regral geral, nos ensina o RISF que o senador eleito nas
eleições gerais deve tomar posse em 90 dias após a instalação da sessão
legislativa, ou seja, contado do dia 2 de fevereiro. Também nesse caso o
senador poderá pedir à Mesa mais 30 dias para tomar posse, desde que haja
motivo justificado.
Em todo caso, o requerimento de prorrogação deverá ser apreciado pelo
SF e votado sobre sua procedência ou não. Em não sendo votado e já esgotado
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o prazo, considera-se como concedida a prorrogação.

Art. 6º Nos casos dos arts. 4º, § 5º, e 5º, § 1º,


havendo requerimento e findo o prazo sem ter sido
votado, considerar-se-á como concedida a prorrogação.

Esse prazo estendido pelo RISF se deve ao fato de determinados


diplomandos possuírem alguma incompatibilidade com o exercício do mandato
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e precisarem eventualmente de utilizar desse tempo para resolver tudo e


tomar posse. Ora, como assim, professor?
A CF/88 traz alguns impedimentos aos parlamentares e apresenta dois
marcos temporais: diplomação e posse. Então, os deputados e senadores não
poderão, após a diplomação ou a posse, listar algum dos itens trazidos pela
CF/88, os quais foram considerados pelo constituinte como algo incompatível
com o exercício do mandato público para o qual foram eleitos. Vejamos quais
são eles:

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de
serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis
"ad nutum", nas entidades constantes da alínea
anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de
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empresa que goze de favor decorrente de contrato


com pessoa jurídica de direito público, ou nela
exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
"ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer
das entidades a que se refere o inciso I, "a";

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d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato


público eletivo.

Pois bem, a título de esclarecimento, portanto, o candidato a senador


eleito pode acabar "se enrolando" na burocracia para se desvincular de alguma
dessas exigências e, com isso, vir a necessitar de mais prazo para tomar
posse, o que assegura o RISF.
E se passar o prazo e o senador não se apresentar para tomar posse e
nem pedir prorrogação de prazo? Nesse caso considera-se como tendo
renunciado ao mandato e o primeiro suplente será convocado pra assumir.
Amigos, e quando será convocado um suplente de senador? O RISF nos
responde isso, vamos ver?

Art. 45. Dar-se-á a convocação de Suplente nos casos


de vaga, de afastamento do exercício do mandato para
investidura nos cargos referidos no art. 39, II, ou de
licença por prazo superior a cento e vinte dias (Const.,
art. 56, § 1º1).

São diversos casos em que o suplente poderá ser convocado. Neste


momento é importante termos uma ideia geral sobre as possibilidades apenas
para continuarmos no assunto "Posse", sendo que o detalhamento do art. 45
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será feito um pouco mais adiante.


Vejamos o que dispõe o RISF sobre a posse do suplente:

Art. 5º O primeiro Suplente, convocado para a


substituição de Senador licenciado, terá o prazo de

1
Art. 56 (...) § 1º O suplente será convocado nos casos de vaga, de investidura em funções previstas neste
artigo ou de licença superior a cento e vinte dias.

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trinta dias IMPRORROGÁVEIS para prestar o


compromisso, e, nos casos de vaga ou de
afastamento nos termos do art. 39, II, de sessenta
dias, que poderá ser prorrogado, por motivo
justificado, a requerimento do interessado, por mais
trinta dias.
§ 1º Se, dentro dos prazos estabelecidos neste artigo, o
Suplente não tomar posse e nem requerer sua
prorrogação, considerar-se-á como tendo renunciado
ao mandato, convocando-se o segundo Suplente, que
terá, em qualquer hipótese, trinta dias para prestar o
compromisso.
§ 2º O Suplente, por ocasião da primeira convocação,
deverá prestar o compromisso na forma do art. 4º e,
nas seguintes, o Presidente comunicará à Casa a sua
volta ao exercício do mandato.

O primeiro ponto que nos chama a atenção é que o primeiro suplente


possui prazo reduzido para tomar posse ("prestar o compromisso"), prazo de
30 dias, via de regra, improrrogáveis. Esse prazo é para o suplente que
virá substituir senador licenciado por mais de 120 dias.
Caso seja vaga de senador (renúncia, falecimento ou perda do
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mandato) ou os casos do art. 39, II 2, do RISF, o prazo do suplente será um


pouco mais, de 60 dias, prorrogáveis por mais 30.
Caso o primeiro suplente não tome posse, será convocado o segundo
suplente que terá, em qualquer caso, 30 dias para tomar posse.

2
Art. 39. O Senador deverá comunicar ao Presidente sempre que: (...)
II - assumir cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou de chefe de missão diplomática temporária (Const., art. 56, I).

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Continuando:

Art. 7º Por ocasião da posse, o Senador ou Suplente


convocado comunicará à Mesa, por escrito, o nome
parlamentar com que deverá figurar nas publicações e
registros da Casa e a sua filiação partidária, observando
o disposto no art. 78, parágrafo único3.
§ 1º Do nome parlamentar não constarão mais de
duas palavras, não computadas nesse número as
preposições.
§ 2º A alteração do nome parlamentar ou da filiação
partidária deverá ser comunicada, por escrito, à Mesa,
vigorando a partir da publicação no Diário do Senado
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Federal.

De acordo com esse dispositivo, cada senador poderá ter um nome


parlamentar diverso ou não do seu nome de batismo. Isso porque, claro,

3
Art. 78. Os membros das comissões serão designados pelo Presidente, por indicação escrita dos
respectivos líderes, assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional das representações partidárias ou
dos blocos parlamentares com atuação no Senado Federal (Const., art. 58, § 1º).
Parágrafo único. Para fins de proporcionalidade, as representações partidárias são fixadas pelos seus
quantitativos à data da diplomação, salvo nos casos de posterior criação, fusão ou incorporação de partidos.

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muitos políticos são conhecidos por nomes que muitas vezes não coincidem
com o seu próprio nome, sendo este o objetivo do art. 7º visto acima.

Art. 10. O Senador ou Suplente, por ocasião da posse,


inscreverá, em livro específico, de próprio punho, seu
nome, o nome parlamentar, a respectiva rubrica,
filiação partidária, idade, estado civil e outras
declarações que julgue conveniente fazer.
Art. 11. Com base nos dados referidos no art. 10, o
Primeiro-Secretário expedirá as respectivas carteiras de
identidade.

4 - (FGV – Senado Federal – Advogado – 2008) Em relação à


posse, analise as afirmativas a seguir:
I. A posse do Senador se faz em ato público no qual é investido no
mandato, devendo a respectiva reunião ser precedida da apresentação à Mesa
do diploma expedido pela Justiça Eleitoral.
II. Se o Senado estiver em recesso, a posse do Senador realizar-se-á
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perante a respectiva Mesa, podendo o empossado apresentar seu diploma no


início da próxima sessão legislativa.
III. O Senador deverá tomar posse dentro de noventa dias, contados da
data de sua eleição, mas, a pedido do interessado e por motivo justificado, o
prazo pode ser prorrogado por mais sessenta dias.
Assinale:
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
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(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

Resposta: Letra A. Assertiva I: art. 4º do RISF. II: art 4º, §4º, do RISF.
Independente da época, a apresentação do diploma deve sempre preceder a
posse do senador. III: o prazo só pode ser prorrogado por mais 30 dias, art.
4º, §5º.

DO EXERCÍCIO DO MANDATO

Uma vez empossados, os senadores já poderão exercer suas funções


constitucionais e regimentais. Estão entre os deveres do senador empossado:

Art. 8º O Senador deve apresentar-se no edifício do


Senado à hora regimental, para tomar parte nas
sessões do Plenário, bem como à hora de reunião da
comissão de que seja membro, cabendo-lhe:
I - oferecer proposições, discutir, votar e ser votado;
II - solicitar, de acordo com o disposto no art. 216,
informações às autoridades sobre fatos relativos ao
serviço público ou úteis à elaboração legislativa;
III - usar da palavra, observadas as disposições deste
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Regimento.

Além dos deveres acima elencados, os senadores possuem também as


seguintes prerrogativas, no exercício de suas atribuições:

Art. 9º É facultado ao Senador, uma vez empossado:


I - examinar quaisquer documentos existentes no
Arquivo;
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II - requisitar da autoridade competente, por


intermédio da Mesa ou diretamente, providências para
garantia das suas imunidades e informações para sua
defesa;
III - frequentar a Biblioteca e utilizar os seus livros e
publicações, podendo requisitá-los para consulta, fora
das dependências do Senado, desde que não se trate
de obras raras, assim classificadas pela Comissão
Diretora;
IV - frequentar o edifício do Senado e as respectivas
dependências, só ou acompanhado, vedado ao
acompanhante o ingresso no plenário, durante as
sessões, e nos locais privativos dos Senadores;
V - utilizar-se dos diversos serviços do Senado, desde
que para fins relacionados com as suas funções;
VI - receber em sua residência o Diário do Senado
Federal, o do Congresso Nacional e o Diário Oficial da
União.
Parágrafo único. O Senador substituído pelo Suplente
continuará com os direitos previstos neste artigo.

DA REMUNERAÇÃO DO SENADOR 24736187204

Art. 12. A remuneração do Senador é devida:


I - a partir do início da legislatura, ao diplomado antes
da instalação da primeira sessão legislativa ordinária;
II - a partir da expedição do diploma, ao diplomado
posteriormente à instalação;
III - a partir da posse, ao Suplente em exercício.

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Parágrafo único. Na hipótese do art. 39, II, o Senador


poderá optar pela remuneração do mandato (Const.,
art. 56, § 3º4).

Vemos, portanto, que o art. 12 trata do marco temporal a partir de


quando será devida a remuneração do senador. Vamos esquematizar:

1. Regra geral: A partir de 1º de fevereiro (início da legislatura) para


os senadores que já tenham sido diplomados;
2. Para o senador diplomado posteriormente, a partir da
diplomação;
3. Ao suplente em exercício, a partir da posse.

Se o senador for
diplomado DURANTE a
SLO, ele receberá sua
remuneração da data
da diplomação, não da
posse.
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4
Art. 56. Não perderá o mandato o Deputado ou Senador:
I - investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito
Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
(...)
§ 3º Na hipótese do inciso I, o Deputado ou Senador poderá optar pela remuneração do mandato.

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Art. 13. Será considerado ausente o Senador cujo


nome não conste da lista de comparecimento,
salvo se em licença, ou em representação a serviço da
Casa ou, ainda, em missão política ou cultural de
interesse parlamentar, previamente aprovada pela
Mesa, obedecido o disposto no art. 40.
§ 1º O painel do plenário será acionado nas sessões
deliberativas.
§ 2º Considerar-se-á ainda ausente o Senador que,
embora conste da lista de presença das sessões
deliberativas, deixar de comparecer às votações, salvo
se em obstrução declarada por líder partidário ou de
bloco parlamentar.

Sobre este ponto, vamos, desde já, esclarecer o que é obstrução. Para
tanto, utilizaremos o Glossário do site do Senado Federal, senão vejamos:

Obstrução: Recurso usado para evitar a


votação de determinada matéria. É anunciada pelo líder
do partido ou do bloco, fazendo com que os
parlamentares liderados se retirem do Plenário. Apenas
o líder do partido ou do bloco em obstrução permanece
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em Plenário.

O que o RISF nos traz, neste momento, é que não será considerado
ausente o senador que, já constante da lista de presença, não compareça às
votações quando o líder partidário ou o bloco parlamentar declarar obstrução.
Trata-se de uma estratégia utilizada pelos parlamentares com diversas
finalidades práticas, levando em conta os interesses do partido ou bloco
parlamentar para que determinada matéria não seja apreciada.
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DO USO DA PALAVRA

Pessoal, muita atenção agora nos próximos itens. O „uso da palavra‟ é


um tópico que contém muitas informações relevantes, vez que disciplina em
quais situações o parlamentar poderá se manifestar oralmente, algo de imensa
importância na sua atividade legislativa.
Como vocês já devem ter visto, é um dispositivo cheio de regrinhas e,
portanto, de importância para o nosso estudo. Faremos agora uma primeira
leitura do artigo 14, esclarecendo algum ou outro termo e, na sequência, vocês
verão as regras expostas no mapa mental para melhor visualização e
memorização.
Não obstante, sugiro que marquem esse artigo e sempre o retomem na
sua letra seca, intercalando com o estudo dos mapas mentais, a fim de
construir uma memória mais sólida.

Art. 14. O Senador poderá fazer uso da palavra:


I - nos cento e vinte minutos que antecedem a Ordem
do Dia, por dez minutos, nas sessões deliberativas,
e por vinte minutos, nas sessões não deliberativas;

II - se líder, uma vez por sessão:


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a) por cinco minutos, em qualquer fase da sessão,


exceto durante a Ordem do Dia, para comunicação
urgente de interesse partidário; ou
b) por vinte minutos, após a Ordem do Dia, com
preferência sobre os oradores inscritos;

III - na discussão de qualquer proposição (art. 273),


uma só vez, por dez minutos;
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IV - na discussão da proposição em regime de


urgência (art. 336), uma só vez, por dez minutos,
limitada a palavra a cinco Senadores a favor e cinco
contra;
V - na discussão da redação final (art. 321), uma só
vez, por cinco minutos, o relator e um Senador de
cada partido;
VI - no encaminhamento de votação (art. 308 e
parágrafo único do art. 310), uma só vez, por cinco
minutos;
VII - no encaminhamento de votação de
proposição em regime de urgência (art. 336), uma
só vez, por cinco minutos, o relator da comissão de
mérito e os líderes de partido ou bloco parlamentar ou
Senadores por eles designados;
VIII - para explicação pessoal, em qualquer fase da
sessão, por cinco minutos, se nominalmente citado
na ocasião, para esclarecimento de ato ou fato que lhe
tenha sido atribuído em discurso ou aparte, não sendo
a palavra dada, com essa finalidade, a mais de dois
oradores na mesma sessão;
IX - para comunicação inadiável, manifestação de
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aplauso ou semelhante, homenagem de pesar, uma só


vez, por cinco minutos;

X - em qualquer fase da sessão, por cinco minutos:


a) pela ordem, para indagação sobre andamento dos
trabalhos, reclamação quanto à observância do
Regimento, indicação de falha ou equívoco em relação

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à matéria da Ordem do Dia, vedado, porém, abordar


assunto já resolvido pela Presidência;
b) para suscitar questão de ordem, nos termos do
art. 403;
c) para contraditar questão de ordem, limitada a
palavra a um só Senador;

Aqui, pausa para esclarecermos alguns termos muito comuns no dia-a-


dia do Senado e citados acima. Novamente nos valemos do glossário próprio
do SF:
Pela ordem: instrumento regimental utilizado
pelo senador com o objetivo de solicitar informações
sobre o andamento dos trabalhos da sessão, fazer
reclamação quanto à observância do regimento e
apontar falha ou equívoco em relação à proposição da
pauta. É diferente da chamada questão de ordem (ver
verbete).

Aqui é o famoso “Pela ordem, senhor Presidente!” que tanto ouvimos


nas sessões do SF. Portanto, o senador pode utilizar-se dessa ferramenta em
qualquer momento da sessão, por 5 minutos, para: 1 – solicitar informações
sobre os trabalhos da sessão; 2 – reclamar sobre a obediência ao regimento; e
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3 – apontar falha ou equívoco em relação à proposição da pauta.

Questão de ordem: É utilizada pelo senador


para suscitar, em qualquer fase da sessão, dúvida a
respeito de interpretação ou aplicação do regimento em
caso concreto, relacionada com a matéria tratada na
ocasião. A questão é decidida pelo presidente da
sessão, com recurso ao Plenário. No caso de recurso, a
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Presidência pode solicitar audiência da Comissão de


Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), quando se
tratar de interpretação de texto constitucional, cabendo
ao Plenário a deliberação final sobre o assunto.

Já a questão de ordem está estritamente ligada à aplicação ou


interpretação do regimento interno. Trata-se de instrumento disciplinado
em capítulo próprio do regimento e, por isso, suas peculiaridades serão
estudadas à frente. Agora só é importante frisar que o senador pode utilizar, a
qualquer momento, de 5 minutos para levantar uma questão de ordem, bem
como outros senadores podem utilizar do mesmo prazo para contraditar,
apresentar argumentos contrários à questão levantada.

XI - após a Ordem do Dia, pelo prazo de vinte minutos,


para as considerações que entender (art. 176);

XII - para apartear, por dois minutos, obedecidas as


seguintes normas:
a) o aparte dependerá de permissão do orador,
subordinando-se, em tudo que lhe for aplicável, às
disposições referentes aos debates;
b) não serão permitidos apartes:
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1 - ao Presidente;
2 - a parecer oral;
3 - a encaminhamento de votação, salvo nos casos de
requerimento de homenagem de pesar ou de voto de
aplauso ou semelhante;
4 - a explicação pessoal;
5 - a questão de ordem;
6 - a contradita a questão de ordem;
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7 - a uso da palavra por cinco minutos;


c) a recusa de permissão para apartear será sempre
compreendida em caráter geral, ainda que proferida em
relação a um só Senador;
d) o aparte proferido sem permissão do orador não
será publicado;
e) ao apartear, o Senador conservar-se-á sentado e
falará ao microfone;

Outro termo muito usual no senado: aparte. Apesar de ter o nome


sugestivo, vamos ao Glossário para não restar dúvidas: É a permissão para
falar dada por um orador a outro parlamentar pelo tempo máximo de dois
minutos. Muito simples, né? Conceito simples, mas aplicação cheia de
regrinhas. Na prática ocorre quando algum parlamentar está com a palavra e,
enquanto isso, outro senador solicita autorização para se manifestar, apartear.
Como vimos, o aparte deve ter relação com a matéria discutida e
não pode ser utilizado com outros fins, para os quais o regimento prevê outros
instrumentos. É o que dispõe a alínea b.

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XIII - para interpelar Ministro de Estado, por cinco


minutos, e para a réplica, por dois minutos (art. 398,
X).
XIV - por delegação de sua liderança partidária,
por cinco minutos, observado o disposto na alínea a
do inciso II e do § 3º deste artigo.

§ 1º É vedado ao orador tratar de assunto estranho


à finalidade do dispositivo em que se baseia para a
concessão da palavra.
§ 2º (Revogado).
§ 3º O líder que acumular lideranças de partido e de
bloco parlamentar poderá usar da palavra com base no
inciso II uma única vez numa mesma sessão.
§ 4º Os vice-líderes, na ordem em que forem indicados,
poderão usar da palavra com base no inciso II do caput
se o líder lhes ceder a palavra, estiver ausente ou
impedido nos termos do art. 13.
§ 5º O uso da palavra, por delegação de liderança,
poderá ocorrer uma única vez em uma mesma sessão e
não poderá ser exercido na mesma fase da sessão
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utilizada pelo líder para falar nos termos do inciso II do


caput.
§ 6º O Senador que fizer uso da palavra por delegação
de liderança, ou para comunicação inadiável não
poderá, na mesma sessão, solicitar a palavra como
orador inscrito.

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§ 7º Aplica-se o disposto no § 1º do art. 17 aos


Senadores que fizerem uso da palavra com base no que
dispõem os incisos I, IX, XI e XIV.
§ 8º Aos membros de representação partidária com
menos de um décimo da composição do Senado será
permitido o uso da palavra, nos termos dos incisos I, II
e XIV, uma única vez em cada sessão.

Como é o controle dos prazos de uso da palavra? É realizado pelo


Presidente e poderá ser prorrogado por 1 ou 2 minutos para conclusão do
pronunciamento. Passado o tempo sem que o senador conclua, o RISF
determina que o som do microfone seja cortado. Ademais, não é permitido ao
senador utilizar o tempo destinado a outro senador. Em resumo: acabou e
pronto.

Art. 15. Os prazos previstos no art. 14 só poderão


ser prorrogados, pelo Presidente, por um ou dois
minutos, para permitir o encerramento do
pronunciamento, após o que o som do orador será
cortado, não sendo lícito ao Senador utilizar-se do
tempo destinado a outro, em acréscimo ao de que
disponha. 24736187204

Art. 16. A palavra será dada na ordem em que for


pedida, salvo inscrição.
Art. 17. Haverá, sobre a mesa, no plenário, livro
especial no qual se inscreverão os Senadores que
quiserem usar da palavra, nas diversas fases da
sessão, devendo ser rigorosamente observada a ordem
de inscrição.

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§ 1º O Senador só poderá usar da palavra mais de duas


vezes por semana se não houver outro orador inscrito
que pretenda ocupar a tribuna.
§ 2º A inscrição será para cada sessão, podendo ser
aceita com antecedência não superior a duas sessões
deliberativas ordinárias ou não deliberativas.

A regra geral para uso da palavra pelo senador é duas vezes por
semana, no caso de inscrição para pronunciamentos mais longos, só podendo
se pronunciar mais vezes caso não haja outro orador inscrito que pretenda
ocupar a tribuna. Tal regra não se aplica, por óbvio, às manifestações
incidentais, tais como aparte e questão de ordem, pois surgem durante os
debates e não dependem de inscrição prévia.

Art. 18. O Senador, no uso da palavra, poderá ser


interrompido:

I - pelo Presidente:
a) para leitura e votação de requerimento de urgência,
no caso do art. 336, I, e deliberação sobre a matéria
correspondente;
b) para votação não realizada no momento oportuno,
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por falta de número (arts. 304 e 305);


c) para comunicação importante;
d) para recepção de visitante (art. 199);
e) para votação de requerimento de prorrogação da
sessão;
f) para suspender a sessão, em caso de tumulto no
recinto ou ocorrência grave no edifício do Senado;
g) para adverti-lo quanto à observância do Regimento;
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h) para prestar esclarecimentos que interessem à boa


ordem dos trabalhos;

II - por outro Senador:


a) com o seu consentimento, para aparteá-lo;
b) independentemente de seu consentimento, para
formular à Presidência reclamação quanto à
observância do Regimento.
Parágrafo único. O tempo de interrupção previsto neste
artigo será descontado em favor do orador, salvo
quanto ao disposto no inciso II, a.

Frisem que o artigo acima permite a interrupção do orador que está


com a palavra, não obstante, o tempo de interrupção lhe será devolvido
para uso após a interrupção. A regra só não vale caso a interrupção estiver
sendo realizada por autorização do orador para ser aparteado por outro
senador. Isso porque o aparte, como visto, só ocorre com autorização do
orador, logo, ele consente em dar aquele tempo ao senador que queira fazê-lo.

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Art. 19. Ao Senador é vedado:


I - usar de expressões descorteses ou insultuosas;
II - falar sobre resultado de deliberação definitiva do
Plenário, salvo em explicação pessoal.

O que ocorre se o senador, no uso da palavra, usar expressões


descorteses ou insultuosas? Conferimos:

Art. 22. Em caso de infração do art. 19, I, proceder-se-


á da seguinte maneira:
I - o Presidente advertirá o Senador, usando da
expressão “Atenção!”;
II - se essa observação não for suficiente, o Presidente
dirá “Senador F..., atenção!”;
III - não bastando o aviso nominal, o Presidente
retirar-lhe-á a palavra;
IV - insistindo o Senador em desatender às
advertências, o Presidente determinará sua saída do
recinto, o que deverá ser feito imediatamente;
V - em caso de recusa, o Presidente suspenderá a
sessão, que não será reaberta até que seja obedecida
sua determinação. 24736187204

Vemos, então, uma gradação de ações com o fito de impedir o senador


de continuar proferindo as palavras desrespeitosas. Sabemos que, no calor das
discussões em pleno parlamento, não é incomum essas medidas serem
utilizadas. Vamos repisar as ações do Presidente no caso, lembrando que a
seguinte só será utilizada caso não tenha efetividade a anterior:

1º Advertência: "Atenção!"
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2º "Senador Fulano, atenção!"


3º Retira a palavra do senador
4º Determina a saída do recinto
5º Suspende a sessão até a saída do senador

Art. 23. Constituirá desacato ao Senado:


I - reincidir na desobediência à medida disciplinar
prevista no art. 22, IV;
II - agressão, por atos ou palavras, praticada por
Senador contra a Mesa ou contra outro Senador, nas
dependências da Casa.

Observe bem uma coisa: o desacato não é ao Presidente, mas sim


à instituição Senado, a qual ele representa. Logo mais abaixo estudaremos
as medidas disciplinares, quando iremos nos aprofundar no tema.
Agora o importante é saber que caso o senador seja reincidente em
recusar-se a atender as advertências do Presidente (quarta medida tomada
pelo Presidente), estará desacatando o Senado Federal.
Veja: o senador tem que ter desobedecido uma vez as advertências,
mesmo após a retirada da palavra e determinação de sua saída do recinto e,
na segunda vez que isso vier a ocorrer e chegar a esse ponto (de ser obrigado
a sair do recinto), estará desacatando. 24736187204

Continuamos:

Art. 20. Não será lícito ler da tribuna ou incluir em


discurso, aparte, declaração de voto ou em qualquer
outra manifestação pública, documento de natureza
sigilosa.
Art. 21. O Senador, ao fazer uso da palavra, manter-
se-á de pé, salvo licença para se conservar sentado,
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por motivo de saúde, e dirigir-se-á ao Presidente ou a


este e aos Senadores, não lhe sendo lícito permanecer
de costas para a Mesa.

A regra é para manifestação de pé, sendo exceção a


manifestação sentado, por motivo de saúde. Não obstante, lembremos
que mais acima o RISF nos trás outra possibilidade de se manifestar sentando,
lembra qual é?

Por motivo de
saúde não é a única
exceção para que o
senador permaneça
sentado ao usar a
palavra. O art. 14,
XII, alínea e, permite
ao senador apartear
sentado.
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5. (FGV – Senado Federal – Técnico Legislativo – Administração


– 2012) Com base no que estipula o Regimento Interno do Senado Federal,

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no caso de Senador usar de expressão insultuosa, o Presidente só poderá


suspender a sessão em caso de o Senador em questão
(A) não ter atendido à advertência verbal do Presidente.
(B) não ter acatado a decisão do Presidente de lhe retirar a palavra,
(C) ter se recusado a sair do recinto após determinação do Presidente.
(D) ter ignorado segunda determinação do Presidente para atender ao
decoro.
(E) ter ignorado a determinação do Presidente de dar continuidade à
sessão condicionalmente ao seu silêncio.
Resposta: Letra C. Art. 22 do RISF.

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DAS MEDIDAS DISCIPLINARES

No capítulo anterior vimos as situações que representam desacato ao


Senado. Agora veremos, entre outros, as medidas que devem ser tomadas
caso se configure o desacato.

Art. 24. Em caso de desacato ao Senado, proceder-


se-á de acordo com as seguintes normas:
I - o Segundo-Secretário, por determinação da
Presidência, lavrará relatório pormenorizado do
ocorrido;
II - cópias autenticadas do relatório serão
encaminhadas aos
comissão para, sobre o fato, se manifestar;
III - na hipótese prevista demais membros da Mesa e
aos líderes que, em reunião convocada pelo Presidente,
deliberarão:
a) pelo arquivamento do relatório;
b) pela constituição de na alínea b do inciso II, a
comissão, de posse do relatório, reunir-se-á, no prazo
de duas horas, a partir de sua constituição, a fim de
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eleger o Presidente, que designará relator para a


matéria;
IV - a comissão poderá ouvir as pessoas envolvidas no
caso e as testemunhas que entender;
V - a comissão terá o prazo de dois dias úteis para
emitir parecer, que será conclusivo, podendo propor
uma das seguintes medidas:
a) censura pública ao Senador;
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b) instauração de processo de perda de mandato


(Const., art. 55, II5);
VI - aprovado pela comissão, o parecer será
encaminhado à Mesa para o procedimento cabível no
caso.

Por fim:

Art. 25. Se algum Senador praticar, dentro do edifício


do Senado, ato incompatível com o decoro parlamentar
ou com a compostura pessoal, a Mesa dele conhecerá e
abrirá inquérito, submetendo o caso ao Plenário, que
sobre ele deliberará, no prazo improrrogável de dez
dias úteis.

DAS HOMENAGENS EM CASO DE FALECIMENTO


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O RISF dispõe sobre as providências no caso de falecimento de Senador


da República:

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Art. 55. Perderá o mandato o Deputado ou Senador: (...)
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;

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Art. 26. Falecendo algum Senador em período de


funcionamento do Senado, o Presidente comunicará o
fato à Casa e proporá seja a sessão do dia dedicada a
reverenciar a memória do extinto, deliberando o
Plenário com qualquer número.
Art. 27. O Senado far-se-á representar, nas cerimônias
fúnebres que se realizarem pelo falecimento de
qualquer dos seus membros, por uma comissão
constituída, no mínimo, de três Senadores,
designados pelo Presidente, de ofício ou mediante
deliberação do Plenário, sem embargo de outras
homenagens aprovadas.
Parágrafo único. Na hipótese de ser a comissão
designada de ofício, o fato será comunicado ao
Plenário, pelo Presidente.

Importante sempre ficar atento aos dispositivos que trazem quoruns,


tipos de deliberação, número mínimo de constituição de determinada
comissão. Os artigos acima são fáceis de entender o que propõe, mas podem
vir cobrando alguns dos itens marcados, motivo pelo qual nunca despreze um
determinado artigo do regimento, por mais simples que seja.
Fique atento aos grifos. 24736187204

DAS VAGAS

Temos agora um importante conjunto de artigos que ditam as normas


sobre a vacância no SF. Em que casos surgem vagas no Senado? São 3 os
casos:

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Art. 28. As vagas, no Senado, verificar-se-ão em


virtude de:
I - falecimento;
II - renúncia;
III - perda de mandato.

Se uma questão de prova trouxer, por exemplo:


"O RISF dispõe que as vagas do Senado verificar-se-ão em
virtude do fim do mandato", é completamente falso, embora, pela lógica,
seja verdadeira. Veja: o RISF trata das formas de abertura de vagas no SF e,
entre elas, não se encontra o fim do mandato. Fique atento com isso pois,
como dito, é uma assertiva verdadeira em termos práticos, mas não está
prevista no RISF.

Art. 29. A comunicação de renúncia à senatória ou à


suplência deve ser dirigida por escrito à Mesa, com
firma reconhecida, e independe da aprovação do
Senado, mas somente tornar-se-á efetiva e irretratável
depois de lida no Período do Expediente e publicada no
Diário do Senado Federal.
Parágrafo único. É lícito ao Senador, ou ao Suplente em
exercício, fazer em plenário, oralmente, a renúncia ao
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mandato, a qual tornar-se-á efetiva e irretratável


depois da sua publicação no Diário do Senado Federal.

Via de regra, o senador ou o suplente devem renunciar ao mandato de


forma escrita em documento com firma reconhecida. O Senado em nada
terá que deliberar sobre o pedido, pois é ato personalíssimo do detentor do
mandato, cabendo apenas a leitura no Expediente e publicação no DSF.

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Caso o senador ou o suplente em exercício decida renunciar em


plenário, de forma oral, será possível.
Uma questão: o senador ou suplente em exercício apresentou por
escrito ou anunciou a renúncia direto na tribuna. Ele pode desistir? Sim, em
ambos os casos a renúncia é retratável até a publicação no DSF,
momento a partir do qual será efetiva e irretratável.
Mais um questionamento: o senador Cicrano está em pleno exercício e
seu primeiro suplente decide que, caso tenha oportunidade, não quer mais
substituir o senador. Nesse caso, poderá o suplente apresentar renúncia? Não!

A renúncia só
pode ser apresentada
pelo suplente em
exercício da suplência.

A renúncia será expressa, como vimos. Mas ela pode vir a ser tácita?
Sim, certamente, inclusive já vimos nesta aula os casos. Abaixo, segue de
forma clara: 24736187204

Art. 30. Considerar-se-á como tendo renunciado (arts.


4º, § 6º, e 5º, § 1º):
I - o Senador que não prestar o compromisso no prazo
estabelecido neste Regimento;
II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para
entrar em exercício no prazo estabelecido neste
Regimento.

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De todo modo, vemos que a renúncia tácita poderá ocorrer em


duas situações: o Senador (1ª) ou o suplente convocado (2ª) que não
entrarem em exercício no prazo estabelecido pelo regimento.
Nesse caso de renúncia tácita, apenas nesse, o Senado poderá deliberar
sobre a renúncia. Vamos ver como é isso?

Art. 31. A ocorrência de vacância, em qualquer


hipótese, será comunicada pelo Presidente ao Plenário.

Parágrafo único. Nos casos do art. 30, até o dia útil que
se seguir à publicação da comunicação de vacância,
qualquer Senador dela poderá interpor recurso para o
Plenário, que deliberará, ouvida a Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania.

Então, qualquer senador poderá interpor recurso para o Plenário quando


o Presidente comunicar a vacância decorrente de renúncia tácita. Com isso,
conclui-se que a renúncia tácita pode ser reversível.
Estudaremos agora um assunto bem delicado, que é a perda do
mandato de senador. Antes, vamos relembrar as proibições que recaem
sobre os deputados e senadores, as quais também ensejarão a perda do
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mandato. Quem nos informa é a CF/88 (entre parêntesis estão nossos


comentários):

Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:


I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de
direito público, autarquia, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária de
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serviço público, salvo quando o contrato obedecer a


cláusulas uniformes; (veja que poderão sim manter
contratos conforme preceituado acima, desde que as
cláusulas sejam uniformes. Então não é uma vedação
absoluta)
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego
remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis "ad
nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
(demissíveis "ad nutum" são, por exemplo, cargos
comissionados ou outros em âmbito privado em que o
vínculo seja precário, podendo ocorrer sua quebra sem
um procedimento específico)
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de
empresa que goze de favor decorrente de contrato com
pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer
função remunerada; (veja que não é uma proibição
absoluta de ser proprietário de empresas, mas sim de
empresas que gozem de favor decorrente de contrato
com pessoa jurídica de direito público)
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis
"ad nutum", nas entidades referidas no inciso I, "a";
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c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer


das entidades a que se refere o inciso I, "a";
("patrocinar" é o mesmo que defender, representar,
função típica de advogado, mas que também pode ser
feita administrativamente por um preposto da
empresa)
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato
público eletivo.
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Frisando: qualquer uma das infrações acima praticada por senadores


(no nosso caso) dão ensejo a perda do mandato, é o que nos diz o art. 55, I da
CF/88.
Abaixo, vamos estudar como está disposto no RISF. Até o §3º trata-se
de cópia do conteúdo do art. 55 da CF/88.

Art. 32. Perde o mandato o Senador (Const., art. 55):


I - que infringir qualquer das proibições constantes do
art. 54 da Constituição;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com
o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer à terça parte das
sessões deliberativas ordinárias do Senado, em cada
sessão legislativa anual, salvo licença ou missão
autorizada;

Traduzindo: existe a sessão legislativa ordinária, a qual, vimos, é anual.


Se o senador deixar de comparecer a 1/3 das sessões deliberativas ordinárias
no período de um ano de trabalho (SLO), perderá o mandato, a não ser que
esteja de licença ou em missão autorizada, quando sua ausência não será
debitada. 24736187204

Art. 32. Perde o mandato o Senador:


(...)
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;

O art. 15 da CF/88 dispõe sobre a perda ou suspensão dos direitos


políticos. É importante lembrarmos, pois na prova pode muito bem vir
expresso um caso de perda ou suspensão e questionar qual a consequência
disso para o mandato do senador.
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Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja


perda ou suspensão só se dará nos casos de:
I - cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado;
II - incapacidade civil absoluta;
III - condenação criminal transitada em julgado,
enquanto durarem seus efeitos;
IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou
prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII;
V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37,
§ 4º.

Vamos pensar juntos: quais os itens mais prováveis de atingir um


senador em exercício? O inciso III e o V, embora pode ocorrer com os demais
itens também.
A improbidade administrativa tem seu processamento regido pela
Lei nº 8.429/92. Trata-se de uma ação civil pública que irá apurar eventuais
ilícitos que atentem contra a moralidade administrativa. Pois bem, uma das
possíveis consequências para a improbidade administrativa é a suspensão de
direitos políticos.
Sobre o inciso III, condenação criminal em sentença irrecorrível, vemos
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que aqui no RISF, inciso VI, já temos essa definição.

Art. 32. Perde o mandato o Senador:


(...)
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;
VI - que sofrer condenação criminal em sentença
definitiva e irrecorrível. (apenas um esclarecimento
rápido: a CF/88 traz a expressão "sentença transitada
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em julgado", que nada mais é do que sentença


irrecorrível.)
§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar o abuso
das prerrogativas asseguradas ao Senador e a
percepção de vantagens indevidas (Const., art. 55, §
1º).
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do
mandato será decidida pelo Senado Federal, por
maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional
(Const., art. 55, § 2º).
§ 3º Nos casos dos incisos III a V, a perda do mandato
será declarada pela Mesa, de ofício ou mediante
provocação de qualquer Senador, ou de partido político
representado no Congresso Nacional, assegurada ampla
defesa (Const., art. 55, § 3º).
§ 4º A representação será encaminhada à Comissão de
Constituição, Justiça e Cidadania, que proferirá seu
parecer em quinze dias úteis, concluindo:
I - nos casos dos incisos I, II e VI, do caput, pela
aceitação da representação para exame ou pelo seu
arquivamento; 24736187204

II - no caso do inciso III, do caput, pela procedência,


ou não, da representação.
§ 5º O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, lido e publicado no Diário do Senado Federal
e em avulso eletrônico, será:

Vamos agora diferenciar os dois "tipos" de procedimentos que foram


tratados de forma diferente pelo RISF.
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Tipo I:

Inc I: infringir proibições A Mesa ou partido A representação será


Inc II: incompatibilidade político representado no encaminhada à
com o decoro CN provocam o SF. Comissão de
parlamentar Após, a perda do Constituição e Justiça
Inc VI: condenação mandato será (CCJ) que, em até 15
criminal por sentença DECIDIDA pelo SF, por dias úteis, proferirá
irrecorrível maioria absoluta. parecer, que será pela
aceitação da
representação ou pelo
arquivamento, após o
que será incluído na
Ordem do Dia.

Veja que nos casos, em que demanda uma dose de investigação,


haverá uma decisão pelo SF.

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Tipo II:

Inc III: ausência em 1/3 A Mesa, de ofício, A representação


das sessões qualquer senador ou será encaminhada à CCJ
deliberativas do ano. partido político que, em até 15 dias
representado no CN úteis, proferirá parecer,
provocam. Após, a perda após o que encaminhará
do mandato será à Mesa para decisão
DECLARADA pela Mesa, aduzindo acerca da
assegurada ampla procedência ou não.
defesa.
Inc IV: perda ou
suspensão dos direitos
políticos
Inc V: quando decretar a
Justiça Eleitoral

Já nos casos expostos acima, Tipo II, em que temos situações que são
objetivamente detectadas, que não necessitam de investigação, haverá uma
declaração pela Mesa, assegurada ampla defesa. Observe também que só no
inciso III haverá análise da representação pela CCJ e concluirá se procede ou
não a representação.
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Acompanhem comigo: o procedimento que segue exposto nos arts. 33 a


35 serão aplicáveis às representações do primeiro quadro, apenas, uma vez
que as do segundo serão declaradas pela Mesa do SF. Isso é corroborado
pelo fato de as primeiras entrarem na Ordem do Dia, enquanto as demais vão
direto pra decisão da Mesa. Confiram abaixo e retomem novamente a fim de
fixar o conteúdo:

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Art. 33. Admitida a representação pelo voto do


Plenário, o Presidente designará comissão composta de
nove membros para instrução da matéria.
§ 1º Recebida e processada, será fornecida cópia da
representação ao acusado, que terá o prazo de quinze
dias úteis, prorrogável por igual período, para
apresentar, à comissão, sua defesa escrita.
§ 2º Apresentada ou não a defesa, a comissão, após
proceder às diligências que entender necessárias,
emitirá parecer, concluindo por projeto de resolução, no
sentido da perda do mandato ou do arquivamento
definitivo do processo.
§ 3º Para falar sobre o parecer, será concedida vista do
processo ao acusado pelo prazo de dez dias úteis.
Art. 34. O acusado poderá assistir, pessoalmente ou
por procurador, a todos os atos e diligências, e
requerer o que julgar conveniente aos interesses da
defesa.
Art. 35. O projeto de resolução, depois de lido no
Período do Expediente, publicado no Diário do Senado
Federal em avulso eletrônico, será incluído em Ordem
do Dia e submetido à votação.
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Resumo do procedimento:
1º O Plenário do SF admite a representação e constitui
comissão com 9 membros
2º A comissão abre prazo para a defesa do senador se
manifestar, 15 dias úteis, que podem ser prorrogados por mais
15

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3º Apresentada ou não a defesa, a comissão irá diligenciar no


que entender necessário para instruir o processo e, no final,
concluirá um projeto de resolução sobre o arquivamento ou
procedência da perda do mandato
4º Após, o acusado terá mais 10 dias úteis para se manifestar
sobre o parecer conclusivo (desculpe a redundância, mas foi
proposital)

6. (FUMARC – AL-MG – Consultor Legislativo – 2014 – alterada)


São hipóteses de perda do mandato de Senador, EXCETO:
(A) perda dos direitos políticos.
(B) investidura em cargo de Secretário de Estado.
(C) procedimento incompatível com o decoro parlamentar.
(D) condenação criminal em sentença transitada em julgado.

Resposta: Letra B. Os casos de perda de mandato estão no art. 32 do


RISF e art. 55 da CF/88. Já o caso em tela, de investidura em cargo de
Secretário de Estado, não perde o mandato, art. 39, II do RISF e art. 56, I da
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CF/88.

7. (FCC – TJ-PE – Juiz – 2013) Perderá o mandato o Deputado ou


Senador, perda essa que será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
assegurada ampla defesa,
(A) que, desde a posse, patrocinar causa em que seja interessada
empresa concessionária de serviço público.
(B) que, desde a posse, tornar-se titular de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.
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(C) cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro


parlamentar.
(D) que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada.
(E) que, desde a expedição do diploma, aceitar ou exercer cargo,
função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad
nutum, em autarquia.

Resposta: Letra D. Os casos de perda de mandato estão no art. 32 do


RISF e art. 55 da CF/88. Veja que o artigo acima misturou as
incompatibilidades do art. 54 da CF/88 com as hipóteses de perda de mandato.

SUSPENSÃO DAS IMUNIDADES

Inicialmente, e também a título de interdisciplinaridade, vamos revisar


rapidamente sobre as imunidades parlamentares. Registro, porém, que pela
extensão do assunto e para não fugir tanto do nosso propósito, nos ateremos
aos aspectos mais simples e informativos sobre as imunidades, ok?
As imunidades parlamentares são de dois tipos: imunidades formais e
imunidades materiais.
Começaremos pelas imunidades materiais na CF/88, as quais se
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relacionam com os atos dos parlamentares:

Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil


e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras
e votos.

Algumas peculiaridades sobre o instituto: independe do lugar onde


sejam proferidas as palavras e opiniões; elas devem ter relação com o
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mandato do parlamentar, mesmo que via meio eletrônico; abarcam apenas os


parlamentares, não atingindo pessoas que participam dos trabalhos
legislativos.
Já a imunidade formal relaciona-se à forma diferencia com que o
parlamentar deverá ser tratado legalmente em virtude do exercício do cargo
público.

Art. 53 (...)
§ 1º Os Deputados e Senadores, desde a expedição do
diploma, serão submetidos a julgamento perante o
Supremo Tribunal Federal.
§ 2º Desde a expedição do diploma, os membros do
Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos
serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus
membros, resolva sobre a prisão.

Assim, a imunidade formal se divide em duas: imunidade em relação


à prisão (decretação e manutenção) e imunidade em relação ao processo.
Voltemos, agora, ao regimento:
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Art. 36. As imunidades dos Senadores subsistirão


durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas
mediante voto de dois terços dos membros da Casa,
nos casos de atos praticados fora do recinto do
Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a
execução da medida (Const., art. 53, § 8º).

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Art. 37. Serão observadas, na decretação da


suspensão das imunidades, as disposições do capítulo
VIII no que forem aplicáveis.

O art. 36 nada mais faz do que replicar o que já fora trazido pela CF/88
no art. 53, §8º. O estado de sítio, grosso modo, é uma medida extrema
tomada em casos de calamidade pública, de forma muito excepcional,
momento em que alguns direitos são relativizados. Está previsto no art. 137 da
CF/88.
No caso, o que a CF e o RISF nos dizem é que mesmo diante desse
estado de excepcionalidade as imunidades parlamentares estarão em vigor. No
entanto, caso os atos sejam praticados fora do recinto parlamentar do CN e
sejam incompatíveis com o estado de sítio, as imunidades podem ser
suspensas mediante voto de 2/3 dos membros do Senado, o que corresponde
a 54 senadores.

DAS AUSÊNCIAS E DA LICENÇA

Art. 38. Considerar-se-á como ausente, para efeito do


disposto no art. 55, III, da Constituição, o Senador
cujo nome não conste das listas de
comparecimento das sessões deliberativas
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ordinárias.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, aplica-se
o disposto no art. 13, não sendo, ainda, considerada a
ausência do Senador nos sessenta dias anteriores às
eleições gerais.
Art. 39. O Senador deverá comunicar ao Presidente
sempre que:
I - ausentar-se do País;
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II - assumir cargo de Ministro de Estado, de


Governador de Território, de Secretário de Estado,
do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de
Capital ou de chefe de missão diplomática temporária
(Const., art. 56, I).
Parágrafo único. Ao comunicar o seu afastamento, no
caso do inciso I, o Senador deverá mencionar o
respectivo prazo.

Quais os cargos que, em assumindo, o senador deverá comunicar ao


Presidente?
Ministro de Estado
Governador de Território
Secretário de Estado, do DF, de Território ou de Prefeitura de
Capital
Chefe de missão diplomática temporária

Alguns esclarecimentos importantes. Os Territórios têm natureza


jurídica de autarquias pertencentes à União, sendo que seus governadores são
indicados, não eleitos.
No caso de Prefeitura de Capital, o senador poderá ser Secretário, o que
não se aplica se for Prefeitura de qualquer outro Município que não das
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Capitais.

Art. 40. A ausência do Senador, quando incumbido


de representação da Casa ou, ainda, no desempenho
de missão no País ou no exterior, deverá ser
autorizada mediante deliberação do Plenário, se
houver ônus para o Senado.
§1º A autorização poderá ser:
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I - solicitada pelo interessado;


II - proposta:
a) pela Presidência, quando de sua autoria a indicação;
b) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional, no caso de missão a realizar-se no
estrangeiro;
c) pela comissão que tiver maior pertinência, no caso
de missão a realizar- se no País;
d) pelo líder do bloco parlamentar ou do partido a que
pertença o interessado.
§ 2º Na solicitação ou na proposta deverá ser
mencionado o prazo de afastamento do Senador.
§ 3º A solicitação ou proposta será lida no Período do
Expediente e votada em seguida à Ordem do Dia da
mesma sessão.
§ 4º No caso do § 1º, I e II, d, será ouvida a Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional ou a que tiver
maior pertinência, sendo o parecer oferecido,
imediatamente, por escrito ou oralmente, podendo o
relator solicitar prazo não excedente a duas horas.
§ 5º Os casos de licença serão decididos pela
Mesa com recurso para o Plenário.
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Art. 41. Nos casos do art. 40, se não for possível, por
falta de número, realizar- se a votação em duas
sessões deliberativas ordinárias consecutivas, ou se o
Senado estiver em recesso, o pedido será despachado
pelo Presidente, retroagindo os efeitos da licença à data
do requerimento.

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Art. 42. O Senador afastado do exercício do mandato


não poderá ser incumbido de representação da Casa,
de comissão, ou de grupo parlamentar.

O artigo abaixo reproduz basicamente os dispositivos do art. 56 da


CF/88. De toda forma, observe que ele nos diz que para o senador não perder
o mandato por conta de ausência a 1/3 das sessões anuais, ele pode se
afastar por motivo de doença bem como solicitar licença para tratar de
interesse particular por prazo não superior a 120 dias por sessão
legislativa, ou seja, basicamente por ano.
Ele pode desistir da licença? Sim, pode, desde que não tenha sido
convocado suplente para sua vaga. Caso tenha sido convocado suplente, o
senador deverá aguardar o fim da licença para retornar.

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Art. 43. Para os efeitos do disposto no art. 55, III, da


Constituição, o Senador poderá:
I - quando, por motivo de doença, se encontre
impossibilitado de comparecer às sessões do Senado,

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requerer licença, instruída com laudo de inspeção de


saúde (Const., art. 56, II);
II - solicitar licença para tratar de interesses
particulares, desde que o afastamento não ultrapasse
cento e vinte dias por sessão legislativa (Const., art.
56, II).
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º É permitido ao Senador desistir a qualquer tempo
de licença que lhe tenha sido concedida, salvo se, em
virtude dela, haja sido convocado Suplente, quando a
desistência somente poderá ocorrer uma vez decorrido
prazo superior a cento e vinte dias.
§ 4º A licença à gestante, a licença ao adotante e a
licença-paternidade, todas remuneradas, equivalem à
licença por motivo de saúde de que trata o art. 56, II,
da Constituição Federal.
§ 5º Será concedida à Senadora gestante licença de
cento e vinte dias, nos termos dos arts. 7o, XVIII, e 39,
§ 3º, ambos da Constituição Federal.
§ 6º A licença à adotante, concedida à Senadora que
adotar ou obtiver guarda judicial de criança, será:
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I - de cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano


de idade;
II - de sessenta dias, se a criança tiver mais de um ano
de idade;
III - de trinta dias, se a criança tiver mais de quatro
anos e até oito anos de idade.

Vamos analisar detidamente esse parágrafo:


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Senadora gestante: 120 dias de licença maternidade;


Senadora adotante ou que obtiver guarda judicial de criança:
1. 120 dias: criança de até 1 ano de idade
2. 60 dias: criança de 1 até 4 anos de idade
3. 30 dias: criança de 4 a 8 anos de idade
4. Sem direito: criança acima de 8 anos de idade

§ 7º Será concedida licença-paternidade ou licença ao


adotante de cinco dias ao Senador, respectivamente,
pelo nascimento ou adoção de filho, nos termos dos
arts. 7º, XIX, e 39, § 3º, e 10, § 1º, este último
constante do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias, todos da Constituição Federal.
Art. 44. Considerar-se-á como licença concedida, para
os efeitos do art. 55, III, da Constituição, o não
comparecimento às sessões do Senador
temporariamente privado da liberdade, em virtude de
processo criminal em curso. (se o senador estiver
preso, considerar-se-á como estando de licença)
Art. 44-A. Considerar-se-á como licença autorizada,
para os fins do disposto no art. 55, III, da Constituição,
e no art. 38, parágrafo único, deste Regimento, a
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ausência às sessões de Senador candidato à


Presidência ou Vice-Presidência da República, no
período compreendido entre o registro da candidatura
no Tribunal Superior Eleitoral e a apuração do
respectivo pleito. (esse período vai de julho até o final
das eleições, quando o senador estará de licença do
cargo)

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§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos candidatos


que concorrerem ao segundo turno.
§ 2º Para os fins do disposto neste artigo o Senador
deverá encaminhar à Mesa certidão comprobatória do
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

MAIS QUESTÕES COMENTADAS

8. O senador deverá comunicar ao Presidente sempre que assumir


cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou de chefe
de missão diplomática temporária ( )

Resposta: Correto. Art. 39, II, do RISF e art. 56, I da CF/88.

9. A votação não realizada oportunamente por falta de número deverá


aguardar o final do pronunciamento do senador. ( )

Resposta: Errado. Trata-se de um caso de interrupção do uso da


palavra, art. 18, I, b.

10. Caso no curso da legislatura ocorra vaga no cargo de senador,


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faltando oito meses para o fim do seu mandato, e não há mais suplentes na
lista, determina o RISF que será realizada nova eleição. ( )

Resposta: Errado. Caso faltem menos de 15 meses para o fim do


mandato não haverá mais eleições para o cargo de senador vago que não
tenha suplentes. A previsão está na CF/88, art. 56, §2º.

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11. Nas cerimônias fúnebres que se realizarem pelo falecimento de


qualquer dos seus membros, o Senado far-se-á representar por uma comissão
constituída, no mínimo, de três Senadores, designados pelo Presidente, de
ofício ou mediante deliberação do Plenário, sem embargo de outras
homenagens aprovadas. ( )

Resposta: Correto. Art. 27 do RISF.

12. O senador eleito nas eleições gerais deverá tomar posse dentro de
90 dias a contar da diplomação, prorrogado por mais trintas dias mediante
justificativa, sob pena de renúncia ao mandato. ( )

Resposta: Errado. Veja que o prazo de 90 dias é a contar do início da


sessão legislativa, e não da diplomação, para os casos de eleições gerais, regra
geral. O prazo de 90 dias começa a ser contado da diplomação quando o
senador tiver sido eleito durante esta. Art. 4º, §5º do RISF

13. Em relação aos apartes:


a) Não serão permitidos apartes ao Primeiro Vice-Presidente da Mesa
b) Não serão permitidos apartes a encaminhamento de votação de
requerimento de voto de aplauso
c) Não serão permitidos apartes ao encaminhamento de votação de
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proposição em regime de urgência


d) O aparte proferido sem autorização do orador será publicado com
ressalvas
e) A recusa de permissão para apartear terá caráter individual, já
que proferida em face a um só senador

Resposta: Letra C. art. 14, XII do RISF.

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14. O segundo suplente convocado para substituir senador licenciado


terá o prazo de sessenta dias para tomar posse. ( )

Resposta: Errado. O segundo suplente sempre terá prazo de trinta dias,


em qualquer caso. Art. 5º, §1º do RISF.

15. O senador ou suplente em exercício que desejar renunciar ao


mandato, deverá se dirigir por escrito à Mesa, com firma reconhecida, mas
somente tornar-se-á efetiva e irretratável depois de lida no Período do
Expediente, deliberada pelos senadores, e publicada no Diário do Senado
Federal. ( )

Resposta: Errado. Na hipótese de renúncia expressa o Senado não


delibera sobre o pronunciamento, apenas o registra e publica no DSF. Art. 29
do RISF.

16. Na sessão deliberativa ordinária de determinado dia, o líder do


partido, que estava presente, usou a palavra por cinco minutos para realizar
comunicação urgente de interesse do partido. Posteriormente, tendo se
ausentado, o vice-líder do mesmo partido, presente na sessão, solicitou ao
Presidente da Mesa permissão para uso da palavra por vinte minutos após a
Ordem do Dia, o que foi deferido pelo Presidente. Nessa hipótese, agiu certo o
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Presidente da Mesa. ( )

Resposta: Errado. Art. 14, §5º do RISF.

17. A comissão instituída para apurar caso de desacato ao Senado, que


terá o prazo de dez dias para se pronunciar, poderá sugerir a censura pública
ou instauração de perda de mandato contra o senador. ( )

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Resposta: Errado. O prazo da comissão será de dois dias úteis. Art. 24,
V do RISF.

18. Sobre o uso da palavra pelo senadores, marque a assertiva correta:


a) O líder partidário, valendo-se de sua prerrogativa, poderá utilizar
da palavra por duas vezes na sessão, caso também cumule a
função de líder de bloco parlamentar.
b) Na discussão de proposição em regime de urgência, o senador
pode utilizar da palavra por até 20 minutos.
c) O senador que for nominalmente citado na sessão por ato que lhe
tenha sido atribuído por outro parlamentar poderá fazer uso da
palavra por dez minutos para explicação pessoal.
d) Pela ordem, o senador poderá usar a palavra por 5 minutos.

Resposta: Letra D, art. 14, X, a. Item A: será apenas uma vez por
sessão, art. 14, II c/c art. 14, §3º. B: prazo de 10 minutos, art. 14, IV. C:
prazo de 5 minutos, art. 14, VIII.

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LISTA DE QUESTÕES DA AULA – SEM


COMENTÁRIOS

1. (FCC - Técnico Judiciário - Administrativa - 2012) Nos termos


da Constituição Federal, são condições de elegibilidade para Senador, quanto à
idade e à nacionalidade, respectivamente, ter, no mínimo,

a) trinta e cinco anos e ser brasileiro nato.


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b) trinta anos e ser brasileiro nato.


c) dezoito anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.
d) trinta anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.
e) trinta e cinco anos e ser brasileiro nato ou naturalizado.

2. (CESPE - Ministério da Ciência e Tecnologia - Técnico - 2012) A CF


não impõe nenhuma limitação ao número de reeleições
possíveis para os cargos de deputado federal e de senador
da República. ( )

3. (CESPE - TJDFT - Técnico Judiciário - Área Judiciária - 2013) Cidadão


brasileiro que tiver trinta anos de idade poderá ser candidato a senador, desde
que possua pleno exercício dos direitos políticos, alistamento eleitoral, filiação
partidária e domicílio eleitoral no estado pelo qual pretenda concorrer. ( )

4. (FGV – Senado Federal – Advogado – 2008) Em relação à posse,


analise as afirmativas a seguir:
I. A posse do Senador se faz em ato público no qual é investido no
mandato, devendo a respectiva reunião ser precedida da apresentação à Mesa
do diploma expedido pela Justiça Eleitoral.
II. Se o Senado estiver em recesso, a posse do Senador realizar-se-á
perante a respectiva Mesa, podendo o empossado apresentar seu diploma no
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início da próxima sessão legislativa.


III. O Senador deverá tomar posse dentro de noventa dias, contados da
data de sua eleição, mas, a pedido do interessado e por motivo justificado, o
prazo pode ser prorrogado por mais sessenta dias.
Assinale:
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta.
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta.
(C) se apenas a afirmativa III estiver correta.
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(D) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.


(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

5. (FGV – Senado Federal – Técnico Legislativo – Administração – 2012)


Com base no que estipula o Regimento Interno do Senado Federal, no caso de
Senador usar de expressão insultuosa, o Presidente só poderá suspender a
sessão em caso de o Senador em questão
(A) não ter atendido à advertência verbal do Presidente.
(B) não ter acatado a decisão do Presidente de lhe retirar a palavra,
(C) ter se recusado a sair do recinto após determinação do Presidente.
(D) ter ignorado segunda determinação do Presidente para atender ao
decoro.
(E) ter ignorado a determinação do Presidente de dar continuidade à
sessão condicionalmente ao seu silêncio.

6. (FUMARC – AL-MG – Consultor Legislativo – 2014 – alterada) São


hipóteses de perda do mandato de Senador, EXCETO:
(A) perda dos direitos políticos.
(B) investidura em cargo de Secretário de Estado.
(C) procedimento incompatível com o decoro parlamentar.
(D) condenação criminal em sentença transitada em julgado.
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7. (FCC – TJ-PE – Juiz – 2013) Perderá o mandato o Deputado ou


Senador, perda essa que será declarada pela Mesa da Casa respectiva,
assegurada ampla defesa,
(A) que, desde a posse, patrocinar causa em que seja interessada
empresa concessionária de serviço público.
(B) que, desde a posse, tornar-se titular de mais de um cargo ou
mandato público eletivo.

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(C) cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro


parlamentar.
(D) que deixar de comparecer, em cada sessão legislativa, à terça parte
das sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão por
esta autorizada.
(E) que, desde a expedição do diploma, aceitar ou exercer cargo,
função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam demissíveis ad
nutum, em autarquia.

8. O senador deverá comunicar ao Presidente sempre que assumir


cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de Secretário de
Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou de chefe
de missão diplomática temporária ( )

9. A votação não realizada oportunamente por falta de número deverá


aguardar o final do pronunciamento do senador. ( )

10. Caso no curso da legislatura ocorra vaga no cargo de senador,


faltando oito meses para o fim do seu mandato, e não há mais suplentes na
lista, determina o RISF que será realizada nova eleição. ( )

11. Nas cerimônias fúnebres que se realizarem pelo falecimento de


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qualquer dos seus membros, o Senado far-se-á representar por uma


comissão constituída, no mínimo, de três Senadores, designados pelo
Presidente, de ofício ou mediante deliberação do Plenário, sem embargo de
outras homenagens aprovadas. ( )

12. O senador eleito nas eleições gerais deverá tomar posse dentro de
90 dias a contar da diplomação, prorrogado por mais trintas dias mediante
justificativa, sob pena de renúncia ao mandato. ( )
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13. Em relação aos apartes:


f) Não serão permitidos apartes ao Primeiro Vice-Presidente da Mesa
g) Não serão permitidos apartes a encaminhamento de votação de
requerimento de voto de aplauso
h) Não serão permitidos apartes ao encaminhamento de votação
de proposição em regime de urgência
i) O aparte proferido sem autorização do orador será publicado com
ressalvas
j) A recusa de permissão para apartear terá caráter individual, já que
proferida em face a um só senador

14. O segundo suplente convocado para substituir senador licenciado


terá o prazo de sessenta dias para tomar posse. ( )

15. O senador ou suplente em exercício que desejar renunciar ao


mandato, deverá se dirigir por escrito à Mesa, com firma reconhecida, mas
somente tornar-se-á efetiva e irretratável depois de lida no Período do
Expediente, deliberada pelos senadores, e publicada no Diário do Senado
Federal. ( )

16. Na sessão deliberativa ordinária de determinado dia, o líder do


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partido, que estava presente, usou a palavra por cinco minutos para realizar
comunicação urgente de interesse do partido. Posteriormente, tendo se
ausentado, o vice-líder do mesmo partido, presente na sessão, solicitou ao
Presidente da Mesa permissão para uso da palavra por na mesma fase da
sessão, o que foi deferido pelo Presidente. Nessa hipótese, agiu certo o
Presidente da Mesa. ( )

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17. A comissão instituída para apurar caso de desacato ao Senado, que


terá o prazo de dez dias para se pronunciar, poderá sugerir a censura pública
ou instauração de perda de mandato contra o senador. ( )

18. Sobre o uso da palavra pelo senadores, marque a assertiva correta:


e) O líder partidário, valendo-se de sua prerrogativa, poderá utilizar
da palavra por duas vezes na sessão, caso também cumule a
função de líder de bloco parlamentar.
f) Na discussão de proposição em regime de urgência, o senador
pode utilizar da palavra por até 20 minutos.
g) O senador que for nominalmente citado na sessão por ato que lhe
tenha sido atribuído por outro parlamentar poderá fazer uso da
palavra por dez minutos para explicação pessoal.
h) Pela ordem, o senador poderá usar a palavra por 5 minutos.

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REGIMENTO GRIFADO

TÍTULO II
DOS SENADORES
CAPÍTULO I
DA POSSE

Art. 4º A posse, ato público por meio do qual o Senador se investe no


mandato, realizar-se-á perante o Senado, durante reunião preparatória,
sessão deliberativa ou não deliberativa, precedida da apresentação à Mesa do
diploma expedido pela Justiça Eleitoral, o qual será publicado no Diário do
Senado Federal.
§ 1º A apresentação do diploma poderá ser feita pelo diplomado,
pessoalmente, por ofício ao Primeiro-Secretário, por intermédio do seu Partido
ou de qualquer Senador.
§ 2º Presente o diplomado, o Presidente designará três Senadores para
recebê-lo, introduzi-lo no plenário e conduzi-lo até a Mesa, onde, estando
todos de pé, prestará o seguinte compromisso: “Prometo guardar a
Constituição Federal e as leis do País, desempenhar fiel e lealmente o mandato
de Senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a
independência do Brasil”.
§ 3º Quando forem diversos os Senadores a prestar o compromisso a que se
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refere o § 2º, somente um o pronunciará e os demais, ao serem chamados,


dirão: “Assim o prometo”.
§ 4º Durante o recesso, a posse realizar-se-á perante o Presidente, em
solenidade pública em seu gabinete, observada a exigência da apresentação do
diploma e da prestação do compromisso, devendo o fato ser noticiado no
Diário do Senado Federal.
§ 5º O Senador deverá tomar posse dentro de noventa dias, contados
da instalação da sessão legislativa, ou, se eleito durante esta, contados da
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diplomação, podendo o prazo ser prorrogado, por motivo justificado, a


requerimento do interessado, por mais trinta dias.
§ 6º Findo o prazo de noventa dias, se o Senador não tomar posse nem
requerer sua prorrogação, considerar-se-á como tendo renunciado ao
mandato, convocando-se o primeiro Suplente.
Art. 5º O primeiro Suplente, convocado para a substituição de Senador
licenciado, terá o prazo de trinta dias IMPRORROGÁVEIS para prestar o
compromisso, e, nos casos de vaga ou de afastamento nos termos do art.
39, II, de sessenta dias, que poderá ser prorrogado, por motivo justificado, a
requerimento do interessado, por mais trinta dias.
§ 1º Se, dentro dos prazos estabelecidos neste artigo, o Suplente não tomar
posse e nem requerer sua prorrogação, considerar-se-á como tendo
renunciado ao mandato, convocando-se o segundo Suplente, que terá, em
qualquer hipótese, trinta dias para prestar o compromisso.
§ 2º O Suplente, por ocasião da primeira convocação, deverá prestar o
compromisso na forma do art. 4º e, nas seguintes, o Presidente comunicará à
Casa a sua volta ao exercício do mandato.
Art. 6º Nos casos dos arts. 4º, § 5º, e 5º, § 1º, havendo requerimento e findo
o prazo sem ter sido votado, considerar-se-á como concedida a prorrogação.
Art. 7º Por ocasião da posse, o Senador ou Suplente convocado comunicará à
Mesa, por escrito, o nome parlamentar com que deverá figurar nas publicações
e registros da Casa e a sua filiação partidária, observando o disposto no art.
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78, parágrafo único.


§ 1º Do nome parlamentar não constarão mais de duas palavras, não
computadas nesse número as preposições.
§ 2º A alteração do nome parlamentar ou da filiação partidária deverá ser
comunicada, por escrito, à Mesa, vigorando a partir da publicação no Diário
do Senado Federal.
CAPÍTULO II
DO EXERCÍCIO
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Art. 8º O Senador deve apresentar-se no edifício do Senado à hora


regimental, para tomar parte nas sessões do Plenário, bem como à hora de
reunião da comissão de que seja membro, cabendo-lhe:
I - oferecer proposições, discutir, votar e ser votado;
II - solicitar, de acordo com o disposto no art. 216, informações às
autoridades sobre fatos relativos ao serviço público ou úteis à elaboração
legislativa;
III - usar da palavra, observadas as disposições deste Regimento.
Art. 9º É facultado ao Senador, uma vez empossado:
I - examinar quaisquer documentos existentes no Arquivo;
II - requisitar da autoridade competente, por intermédio da Mesa ou
diretamente, providências para garantia das suas imunidades e informações
para sua defesa;
III - frequentar a Biblioteca e utilizar os seus livros e publicações, podendo
requisitá-los para consulta, fora das dependências do Senado, desde que não
se trate de obras raras, assim classificadas pela Comissão Diretora;
IV - frequentar o edifício do Senado e as respectivas dependências, só ou
acompanhado, vedado ao acompanhante o ingresso no plenário, durante as
sessões, e nos locais privativos dos Senadores;
V - utilizar-se dos diversos serviços do Senado, desde que para fins
relacionados com as suas funções;
VI - receber em sua residência o Diário do Senado Federal, o do Congresso
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Nacional e o Diário Oficial da União.


Parágrafo único. O Senador substituído pelo Suplente continuará com os
direitos previstos neste artigo.
CAPÍTULO III
DOS ASSENTAMENTOS
Art. 10. O Senador ou Suplente, por ocasião da posse, inscreverá, em livro
específico, de próprio punho, seu nome, o nome parlamentar, a respectiva

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rubrica, filiação partidária, idade, estado civil e outras declarações que julgue
conveniente fazer.
Art. 11. Com base nos dados referidos no art. 10, o Primeiro-Secretário
expedirá as respectivas carteiras de identidade.
CAPÍTULO IV
DA REMUNERAÇÃO
Art. 12. A remuneração do Senador é devida:
I - a partir do início da legislatura, ao diplomado antes da instalação da
primeira sessão legislativa ordinária;
II - a partir da expedição do diploma, ao diplomado posteriormente à
instalação;
III - a partir da posse, ao Suplente em exercício.
Parágrafo único. Na hipótese do art. 39, II, o Senador poderá optar pela
remuneração do mandato (Const., art. 56, § 3º).
Art. 13. Será considerado ausente o Senador cujo nome não conste da lista
de comparecimento, salvo se em licença, ou em representação a serviço da
Casa ou, ainda, em missão política ou cultural de interesse parlamentar,
previamente aprovada pela Mesa, obedecido o disposto no art. 40.
§ 1º O painel do plenário será acionado nas sessões deliberativas.
§ 2º Considerar-se-á ainda ausente o Senador que, embora conste da lista de
presença das sessões deliberativas, deixar de comparecer às votações, salvo
se em obstrução declarada por líder partidário ou de bloco parlamentar.
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CAPÍTULO V
DO USO DA PALAVRA
Art. 14. O Senador poderá fazer uso da palavra:
I - nos cento e vinte minutos que antecedem a Ordem do Dia, por dez
minutos, nas sessões deliberativas, e por vinte minutos, nas sessões não
deliberativas;
II - se líder, uma vez por sessão:

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a) por cinco minutos, em qualquer fase da sessão, exceto durante a Ordem


do Dia, para comunicação urgente de interesse partidário; ou
b) por vinte minutos, após a Ordem do Dia, com preferência sobre os oradores
inscritos;
III - na discussão de qualquer proposição (art. 273), uma só vez, por dez
minutos;
IV - na discussão da proposição em regime de urgência (art. 336), uma só
vez, por dez minutos, limitada a palavra a cinco Senadores a favor e cinco
contra;
V - na discussão da redação final (art. 321), uma só vez, por cinco minutos,
o relator e um Senador de cada partido;
VI - no encaminhamento de votação (art. 308 e parágrafo único do art.
310), uma só vez, por cinco minutos;
VII - no encaminhamento de votação de proposição em regime de
urgência (art. 336), uma só vez, por cinco minutos, o relator da comissão
de mérito e os líderes de partido ou bloco parlamentar ou Senadores por eles
designados;
VIII - para explicação pessoal, em qualquer fase da sessão, por cinco
minutos, se nominalmente citado na ocasião, para esclarecimento de ato
ou fato que lhe tenha sido atribuído em discurso ou aparte, não sendo a
palavra dada, com essa finalidade, a mais de dois oradores na mesma sessão;
IX - para comunicação inadiável, manifestação de aplauso ou semelhante,
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homenagem de pesar, uma só vez, por cinco minutos;


X - em qualquer fase da sessão, por cinco minutos:
a) PELA ORDEM, para indagação sobre andamento dos trabalhos, reclamação
quanto à observância do Regimento, indicação de falha ou equívoco em relação
à matéria da Ordem do Dia, vedado, porém, abordar assunto já resolvido pela
Presidência;
b) para suscitar QUESTÃO DE ORDEM, nos termos do art. 403;
c) para contraditar questão de ordem, limitada a palavra a um só Senador;
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XI - após a Ordem do Dia, pelo prazo de vinte minutos, para as considerações


que entender (art. 176);
XII - para apartear, por dois minutos, obedecidas as seguintes normas:
a) o aparte dependerá de permissão do orador, subordinando-se, em tudo que
lhe for aplicável, às disposições referentes aos debates;
b) não serão permitidos apartes:
1 - ao Presidente;
2 - a parecer oral;
3 - a encaminhamento de votação, salvo nos casos de requerimento de
homenagem de pesar ou de voto de aplauso ou semelhante;
4 - a explicação pessoal;
5 - a questão de ordem;
6 - a contradita a questão de ordem;
7 - a uso da palavra por cinco minutos;
c) a recusa de permissão para apartear será sempre compreendida em caráter
geral, ainda que proferida em relação a um só Senador;
d) o aparte proferido sem permissão do orador não será publicado;
e) ao apartear, o Senador conservar-se-á sentado e falará ao microfone;
XIII - para interpelar Ministro de Estado, por cinco minutos, e para a réplica,
por dois minutos (art. 398, X).
XIV - por delegação de sua liderança partidária, por cinco minutos,
observado o disposto na alínea a do inciso II e do § 3º deste artigo.
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§ 1º É vedado ao orador tratar de assunto estranho à finalidade do


dispositivo em que se baseia para a concessão da palavra.
§ 2º (Revogado).
§ 3º O líder que acumular lideranças de partido e de bloco parlamentar poderá
usar da palavra com base no inciso II uma única vez numa mesma sessão.

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§ 4º Os vice-líderes, na ordem em que forem indicados, poderão usar da


palavra com base no inciso II do caput se o líder lhes ceder a palavra, estiver
ausente ou impedido nos termos do art. 13.
§ 5º O uso da palavra, por delegação de liderança, poderá ocorrer uma única
vez em uma mesma sessão e não poderá ser exercido na mesma fase da
sessão utilizada pelo líder para falar nos termos do inciso II do caput.
§ 6º O Senador que fizer uso da palavra por delegação de liderança, ou para
comunicação inadiável não poderá, na mesma sessão, solicitar a palavra como
orador inscrito.
§ 7º Aplica-se o disposto no § 1º do art. 17 aos Senadores que fizerem uso da
palavra com base no que dispõem os incisos I, IX, XI e XIV.
§ 8º Aos membros de representação partidária com menos de um décimo da
composição do Senado será permitido o uso da palavra, nos termos dos incisos
I, II e XIV, uma única vez em cada sessão.
Art. 15. Os prazos previstos no art. 14 só poderão ser prorrogados, pelo
Presidente, por um ou dois minutos, para permitir o encerramento do
pronunciamento, após o que o som do orador será cortado, não sendo lícito ao
Senador utilizar-se do tempo destinado a outro, em acréscimo ao de que
disponha.
Art. 16. A palavra será dada na ordem em que for pedida, salvo inscrição.
Art. 17. Haverá, sobre a mesa, no plenário, livro especial no qual se
inscreverão os Senadores que quiserem usar da palavra, nas diversas fases da
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sessão, devendo ser rigorosamente observada a ordem de inscrição.


§ 1º O Senador só poderá usar da palavra mais de duas vezes por semana se
não houver outro orador inscrito que pretenda ocupar a tribuna.
§ 2º A inscrição será para cada sessão, podendo ser aceita com antecedência
não superior a duas sessões deliberativas ordinárias ou não deliberativas.
Art. 18. O Senador, no uso da palavra, poderá ser interrompido:

I - pelo Presidente:
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a) para leitura e votação de requerimento de urgência, no caso do art. 336, I,


e deliberação sobre a matéria correspondente;
b) para votação não realizada no momento oportuno, por falta de número
(arts. 304 e 305);
c) para comunicação importante;
d) para recepção de visitante (art. 199);
e) para votação de requerimento de prorrogação da sessão;
f) para suspender a sessão, em caso de tumulto no recinto ou ocorrência grave
no edifício do Senado;
g) para adverti-lo quanto à observância do Regimento;
h) para prestar esclarecimentos que interessem à boa ordem dos trabalhos;
II - por outro Senador:
a) com o seu consentimento, para aparteá-lo;
b) independentemente de seu consentimento, para formular à Presidência
reclamação quanto à observância do Regimento.
Parágrafo único. O tempo de interrupção previsto neste artigo será descontado
em favor do orador, salvo quanto ao disposto no inciso II, a.
Art. 19. Ao Senador é vedado:
I - usar de expressões descorteses ou insultuosas;
II - falar sobre resultado de deliberação definitiva do Plenário, salvo em
explicação pessoal.
Art. 20. Não será lícito ler da tribuna ou incluir em discurso, aparte,
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declaração de voto ou em qualquer outra manifestação pública, documento de


natureza sigilosa.
Art. 21. O Senador, ao fazer uso da palavra, manter-se-á de pé, salvo licença
para se conservar sentado, por motivo de saúde, e dirigir-se-á ao Presidente
ou a este e aos Senadores, não lhe sendo lícito permanecer de costas para a
Mesa.
CAPÍTULO VI
DAS MEDIDAS DISCIPLINARES
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Art. 22. Em caso de infração do art. 19, I, proceder-se-á da seguinte maneira:


I - o Presidente advertirá o Senador, usando da expressão “Atenção!”;
II - se essa observação não for suficiente, o Presidente dirá “Senador F...,
atenção!”;
III - não bastando o aviso nominal, o Presidente retirar-lhe-á a palavra;
IV - insistindo o Senador em desatender às advertências, o Presidente
determinará sua saída do recinto, o que deverá ser feito imediatamente;
V - em caso de recusa, o Presidente suspenderá a sessão, que não será
reaberta até que seja obedecida sua determinação.
Art. 23. Constituirá desacato ao Senado:
I - reincidir na desobediência à medida disciplinar prevista no art. 22, IV;
II - agressão, por atos ou palavras, praticada por Senador contra a Mesa ou
contra outro Senador, nas dependências da Casa.
Art. 24. Em caso de desacato ao Senado, proceder-se-á de acordo com as
seguintes normas:
I - o Segundo-Secretário, por determinação da Presidência, lavrará
relatório pormenorizado do ocorrido;
II - cópias autenticadas do relatório serão encaminhadas aos
comissão para, sobre o fato, se manifestar;
III - na hipótese prevista demais membros da Mesa e aos líderes que, em
reunião convocada pelo Presidente, deliberarão:
a) pelo arquivamento do relatório; 24736187204

b) pela constituição de na alínea b do inciso II, a comissão, de posse do


relatório, reunir-se-á, no prazo de duas horas, a partir de sua constituição, a
fim de eleger o Presidente, que designará relator para a matéria;
IV - a comissão poderá ouvir as pessoas envolvidas no caso e as testemunhas
que entender;
V - a comissão terá o prazo de dois dias úteis para emitir parecer, que será
conclusivo, podendo propor uma das seguintes medidas:
a) censura pública ao Senador;
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b) instauração de processo de perda de mandato (Const., art. 55, II);


VI - aprovado pela comissão, o parecer será encaminhado à Mesa para o
procedimento cabível no caso.
Art. 25. Se algum Senador praticar, dentro do edifício do Senado, ato
incompatível com o decoro parlamentar ou com a compostura pessoal, a Mesa
dele conhecerá e abrirá inquérito, submetendo o caso ao Plenário, que sobre
ele deliberará, no prazo improrrogável de dez dias úteis.
CAPÍTULO VII
DAS HOMENAGENS DEVIDAS EM CASO DE FALECIMENTO
Art. 26. Falecendo algum Senador em período de funcionamento do Senado, o
Presidente comunicará o fato à Casa e proporá seja a sessão do dia dedicada a
reverenciar a memória do extinto, deliberando o Plenário com qualquer
número.
Art. 27. O Senado far-se-á representar, nas cerimônias fúnebres que se
realizarem pelo falecimento de qualquer dos seus membros, por uma
comissão constituída, no mínimo, de três Senadores, designados pelo
Presidente, de ofício ou mediante deliberação do Plenário, sem embargo de
outras homenagens aprovadas.
Parágrafo único. Na hipótese de ser a comissão designada de ofício, o fato será
comunicado ao Plenário, pelo Presidente.
CAPÍTULO VIII
DAS VAGAS 24736187204

Art. 28. As vagas, no Senado, verificar-se-ão em virtude de:


I - falecimento;
II - renúncia;
III - perda de mandato.
Art. 29. A comunicação de renúncia à senatória ou à suplência deve ser
dirigida por escrito à Mesa, com firma reconhecida, e independe da
aprovação do Senado, mas somente tornar-se-á efetiva e irretratável depois
de lida no Período do Expediente e publicada no Diário do Senado Federal.
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Parágrafo único. É lícito ao Senador, ou ao Suplente em exercício, fazer em


plenário, oralmente, a renúncia ao mandato, a qual tornar-se-á efetiva e
irretratável depois da sua publicação no Diário do Senado Federal.
Art. 30. Considerar-se-á como tendo renunciado (arts. 4º, § 6º, e 5º, § 1º):
I - o Senador que não prestar o compromisso no prazo estabelecido neste
Regimento;
II - o Suplente que, convocado, não se apresentar para entrar em exercício no
prazo estabelecido neste Regimento.
Art. 31. A ocorrência de vacância, em qualquer hipótese, será comunicada
pelo Presidente ao Plenário.
Parágrafo único. Nos casos do art. 30, até o dia útil que se seguir à publicação
da comunicação de vacância, qualquer Senador dela poderá interpor recurso
para o Plenário, que deliberará, ouvida a Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania.
Art. 32. Perde o mandato o Senador (Const., art. 55):
I - que infringir qualquer das proibições constantes do art. 54 da Constituição;
II - cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar;
III - que deixar de comparecer à terça parte das sessões deliberativas
ordinárias do Senado, em cada sessão legislativa anual, salvo licença ou
missão autorizada;
IV - que perder ou tiver suspensos os direitos políticos;
V - quando o decretar a Justiça Eleitoral;
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VI - que sofrer condenação criminal em sentença definitiva e irrecorrível.


§ 1º É incompatível com o decoro parlamentar o abuso das prerrogativas
asseguradas ao Senador e a percepção de vantagens indevidas (Const., art.
55, § 1º).
§ 2º Nos casos dos incisos I, II e VI, a perda do mandato será decidida pelo
Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da Mesa ou de
partido político representado no Congresso Nacional (Const., art. 55, § 2º).

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§ 3º Nos casos dos incisos III a V, a perda do mandato será declarada pela
Mesa, de ofício ou mediante provocação de qualquer Senador, ou de partido
político representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa
(Const., art. 55, § 3º).
§ 4º A representação será encaminhada à Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania, que proferirá seu parecer em quinze dias úteis, concluindo:
I - nos casos dos incisos I, II e VI, do caput, pela aceitação da representação
para exame ou pelo seu arquivamento;
II - no caso do inciso III, do caput, pela procedência, ou não, da
representação.
§ 5º O parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, lido e
publicado no Diário do Senado Federal e em avulso eletrônico, será:
Art. 33. Admitida a representação pelo voto do Plenário, o Presidente
designará comissão composta de nove membros para instrução da matéria.
§ 1º Recebida e processada, será fornecida cópia da representação ao
acusado, que terá o prazo de quinze dias úteis, prorrogável por igual
período, para apresentar, à comissão, sua defesa escrita.
§ 2º Apresentada ou não a defesa, a comissão, após proceder às diligências
que entender necessárias, emitirá parecer, concluindo por projeto de
resolução, no sentido da perda do mandato ou do arquivamento definitivo do
processo.
§ 3º Para falar sobre o parecer, será concedida vista do processo ao acusado
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pelo prazo de dez dias úteis.


Art. 34. O acusado poderá assistir, pessoalmente ou por procurador, a todos
os atos e diligências, e requerer o que julgar conveniente aos interesses da
defesa.
Art. 35. O projeto de resolução, depois de lido no Período do Expediente,
publicado no Diário do Senado Federal em avulso eletrônico, será incluído em
Ordem do Dia e submetido à votação.
DAS CAPÍTULO IX
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DA SUSPENSÃO IMUNIDADES
Art. 36. As imunidades dos Senadores subsistirão durante o estado de sítio, só
podendo ser suspensas mediante voto de dois terços dos membros da Casa,
nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam
incompatíveis com a execução da medida (Const., art. 53, § 8º).
Art. 37. Serão observadas, na decretação da suspensão das imunidades, as
disposições do capítulo VIII no que forem aplicáveis.
CAPÍTULO X
DA AUSÊNCIA E DA LICENÇA
Art. 38. Considerar-se-á como ausente, para efeito do disposto no art. 55,
III, da Constituição, o Senador cujo nome não conste das listas de
comparecimento das sessões deliberativas ordinárias.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, aplica-se o disposto no art. 13,
não sendo, ainda, considerada a ausência do Senador nos sessenta dias
anteriores às eleições gerais.
Art. 39. O Senador deverá comunicar ao Presidente sempre que:
I - ausentar-se do País;
II - assumir cargo de Ministro de Estado, de Governador de Território, de
Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de
Capital ou de chefe de missão diplomática temporária (Const., art. 56, I).
Parágrafo único. Ao comunicar o seu afastamento, no caso do inciso I, o
Senador deverá mencionar o respectivo prazo.
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Art. 40. A ausência do Senador, quando incumbido de representação da


Casa ou, ainda, no desempenho de missão no País ou no exterior, deverá ser
autorizada mediante deliberação do Plenário, se houver ônus para o
Senado.
§1º A autorização poderá ser:
I - solicitada pelo interessado;
II - proposta:
a) pela Presidência, quando de sua autoria a indicação;
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b) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, no caso de missão


a realizar-se no estrangeiro;
c) pela comissão que tiver maior pertinência, no caso de missão a realizar- se
no País;
d) pelo líder do bloco parlamentar ou do partido a que pertença o interessado.
§ 2º Na solicitação ou na proposta deverá ser mencionado o prazo de
afastamento do Senador.
§ 3º A solicitação ou proposta será lida no Período do Expediente e votada em
seguida à Ordem do Dia da mesma sessão.
§ 4º No caso do § 1º, I e II, d, será ouvida a Comissão de Relações Exteriores
e Defesa Nacional ou a que tiver maior pertinência, sendo o parecer oferecido,
imediatamente, por escrito ou oralmente, podendo o relator solicitar prazo não
excedente a duas horas.
§ 5º Os casos de licença serão decididos pela Mesa com recurso para o
Plenário.
Art. 41. Nos casos do art. 40, se não for possível, por falta de número,
realizar- se a votação em duas sessões deliberativas ordinárias consecutivas,
ou se o Senado estiver em recesso, o pedido será despachado pelo Presidente,
retroagindo os efeitos da licença à data do requerimento.
Art. 42. O Senador afastado do exercício do mandato não poderá ser
incumbido de representação da Casa, de comissão, ou de grupo parlamentar.
Art. 43. Para os efeitos do disposto no art. 55, III, da Constituição, o Senador
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poderá:
I - quando, por motivo de doença, se encontre impossibilitado de comparecer
às sessões do Senado, requerer licença, instruída com laudo de inspeção de
saúde (Const., art. 56, II);
II - solicitar licença para tratar de interesses particulares, desde que o
afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa (Const.,
art. 56, II).
§ 1º (Revogado).
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§ 2º (Revogado).
§ 3º É permitido ao Senador desistir a qualquer tempo de licença que lhe
tenha sido concedida, salvo se, em virtude dela, haja sido convocado Suplente,
quando a desistência somente poderá ocorrer uma vez decorrido prazo
superior a cento e vinte dias.
§ 4º A licença à gestante, a licença ao adotante e a licença-paternidade, todas
remuneradas, equivalem à licença por motivo de saúde de que trata o art. 56,
II, da Constituição Federal.
§ 5º Será concedida à Senadora gestante licença de cento e vinte dias, nos
termos dos arts. 7o, XVIII, e 39, § 3º, ambos da Constituição Federal.
§ 6º A licença à adotante, concedida à Senadora que adotar ou obtiver guarda
judicial de criança, será:
I - de cento e vinte dias, se a criança tiver até um ano de idade;
II - de sessenta dias, se a criança tiver mais de um ano de idade;
III - de trinta dias, se a criança tiver mais de quatro anos e até oito anos de
idade.
§ 7º Será concedida licença-paternidade ou licença ao adotante de cinco dias
ao Senador, respectivamente, pelo nascimento ou adoção de filho, nos termos
dos arts. 7º, XIX, e 39, § 3º, e 10, § 1º, este último constante do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias, todos da Constituição Federal.
Art. 44. Considerar-se-á como licença concedida, para os efeitos do art. 55,
III, da Constituição, o não comparecimento
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às sessões do Senador
temporariamente privado da liberdade, em virtude de processo criminal em
curso.
Art. 44-A. Considerar-se-á como licença autorizada, para os fins do
disposto no art. 55, III, da Constituição, e no art. 38, parágrafo único, deste
Regimento, a ausência às sessões de Senador candidato à Presidência ou
Vice-Presidência da República, no período compreendido entre o registro da
candidatura no Tribunal Superior Eleitoral e a apuração do respectivo pleito.

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§ 1º O disposto neste artigo aplica-se aos candidatos que concorrerem ao


segundo turno.
§ 2º Para os fins do disposto neste artigo o Senador deverá encaminhar à
Mesa certidão comprobatória do registro de sua candidatura perante a Justiça
Eleitoral.
CAPÍTULO XI
DA CONVOCAÇÃO DE SUPLENTE
Art. 45. Dar-se-á a convocação de Suplente nos casos de vaga, de
afastamento do exercício do mandato para investidura nos cargos referidos no
art. 39, II, ou de licença por prazo superior a cento e vinte dias (Const., art.
56, § 1º).

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