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Tema: Lei penal no tempo (art. 2º, CP)

Princípio “tempus regit actum”: A lei aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.

Regra: a lei não vai retroagir.

Art. 5º, XL, CF: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu.

Exceção: extratividade da lei penal benéfica.

Obs.

Tema: Conflitos na lei penal no tempo

1. Nova lei incriminadora (novatio legis incriminadora): surge uma nova lei criando uma infração penal.
Consequência:
2. Lei penal mais grave (lex gravior ou novatio legis in pejus)
Consequência:
3. Lei penal mais benéfica (lex mitior ou novatio legis in mellius)
Consequência:
Lembre-se: A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL, CF).
4. Abolitio criminis

Código Penal

Art. 2º. Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a
execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único: A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda
que decididos por sentença transitada em julgado.

Obs.

Aprofundando o tema: É possível a combinação de leis penais (lex tertia) em benefício do réu?

Súmula 501, STJ

“É cabível a aplicação retroativa da Lei n. 11.343/2006, desde que o resultado da incidência das suas disposições,
na íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da aplicação da Lei n. 6.368/1976, sendo vedada a com-
binação de leis”.

Questão: Quem aplica a lei penal mais benéfica?

 1ª instância:
 Grau de recurso ou competência originária no Tribunal:

 Condenação transitou em julgado:

Súmula 611, STF

“Transitada em julgado a sentença condenatória, compete ao juízo das execuções a aplicação de lei mais benigna”.

Tema: Lei excepcional ou temporária

 Lei excepcional: criada para vigorar apenas durante alguns períodos anormais.
 Lei temporária: criada para durar um período fixo de tempo.

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Características das leis excepcionais e temporárias:

1. São autorrevogáveis:
2. São ultrativas:

Código Penal

Art. 3º. A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias
que a determinaram aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.

Tema: Tempo do crime e lugar do crime

(arts. 4º e 6º do CP)

 Teoria da atividade:
 Teoria do resultado:
 Teoria mista ou da ubiquidade:

Questão: Em que momento se considera praticado um crime? Qual a teoria adotada?


Importância prática:

Código Penal

Art. 4º. Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do
resultado.

Questão: Qual o lugar de um crime?

Código Penal

Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Teoria adotada:

Tema: Lei penal no espaço

 Territorialidade: é a regra (art. 5º, caput)


 Extraterritorialidade: é exceção (art. 7º)
 Intraterritorialidade: é exceção (art. 5º)

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Tema: Territorialidade

Código Penal

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.

Critério adotado:

Conceito de território

1) Território físico ou propriamente dito (espaço geográfico)


2) Território jurídico ou por extensão
1) Território físico ou propriamente dito (espaço geográfico)
a)
b)
c)

2) Território jurídico ou por extensão:

a) embarcação ou aeronave públicas:


b) embarcação ou aeronave privadas:
-
-
Código Penal

Art. 5º (...)

§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as embarcações e aeronaves
brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro onde quer que se encontrem, be m como as
aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, que se achem, respectivament e,
no espaço aéreo correspondente ou em alto-mar.

Código Penal

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Art. 5º. (...)

§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou embarcações estrangeiras
de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território nacional ou em voo no espaço aéreo corres -
pondente, e estas em porto ou mar territorial do Brasil.

Atenção! Embaixada é extensão do território que representa?

Tema: Extraterritorialidade da lei penal


(art. 7º, CP)

Obs.

Hipóteses de extraterritorialidade

 Incondicionada (art. 7º, inc. I):


 Condicionada (art. 7º, inc. II):
 Hipercondicionada (art. 7º, § 3º):

Extraterritorialidade Incondicionada

Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:

I - os crimes:

contra a vida ou a liberdade do Presidente da República.

b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de


empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público.

Ex.

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço


d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil;

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Questão: O sujeito que, na França, praticou um atentado contra a vida do Presidente da República Federativa do
Brasil, poderá ser julgado e eventualmente condenado em nosso país se foi absolvido no estrangeiro? E se foi
condenado na França?

Código Penal

Art. 7º (...)

§ 1º. Nos casos do inc. I o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estran-
geiro.

Questão: Como se conta o prazo prescricional se o agente está cumprindo pena no estrangeiro?

Código Penal

Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre:
(...)

II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

Questão: A pena cumprida no estrangeiro traz reflexos para o processo que tramitará no Brasil?

Código Penal

Art. 8º - A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou
nela é computada, quando idênticas.

Atenção: É possível que ocorra a hipótese de ser o agente processado, julgado e condenado tanto pela lei brasileira
como pela estrangeira, pois o princípio do “ne bis in idem” não é absoluto.

Conclusão:

Extraterritorialidade Condicionada

Art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro:


(...)

inc. II – os crimes:

a) que por tratado ou convenção o Brasil se obrigou a reprimir.


b) praticado por brasileiro
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados.

Código Penal

Art. 7º (...)

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional;


b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição;
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável.

Extraterritorialidade hipercondicionada

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Art. 7º (...)

§ 3º. A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas
as condições previstas no parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a extradição;


b) houve requisição do Ministro da Justiça.

Tema: Intraterritorialidade

Conceito de intraterritorialidade: A lei penal estrangeira entra no território brasileiro para alcançar fatos praticados
aqui, nos limites do nosso território nacional.

Código Penal

Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime
cometido no território nacional.

Atenção! No entanto, o Estado acreditante pode renunciar à imunidade dos seus agentes diplomáticos. Nesse caso,
ficará o diplomata sujeito à lei do país em que ocorreu o crime (fundamento – art. 32 da Convenção de Viena).

Em resumo:

 Em regra, praticado o crime no território brasileiro ele sofre as consequências da lei brasileira:
 Em casos raros, a lei brasileira alcança fatos delituosos praticados no estrangeiro:
 E em hipóteses ainda mais raras, o Brasil vai deixar de aplicar a lei a crimes ocorridos em seu t erritório, permi-
tindo a entrada da lei estrangeira:

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