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escravos buscam regularizar suas Dodge corrobora acusação de dono


da JBS contra ex-ministro Cid Gomes
terras no RS Indulto concedido por Temer foi
audacioso, dizem especialistas
Raízes invisíveis 3 de 9
Tucanos se unem para lançar Doria
Eduardo Anizelli/Folhapress
ao governo de São Paulo

especiais

PLACAR DA DENÚNCIA

Veja como cada deputado votou em


relação à 2ª denúncia contra Temer

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ANA LUIZA ALBUQUERQUE para Assistir
ENVIADA ESPECIAL A CAPIVARI DO SUL (RS) Antes de Morrer -
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"Eu falei para a minha filha que você não iria me


reconhecer... Porque esperaria uma mulher negra, Microsoft
né?", diz Maria Joaquina da Conceição, 75. LifeChat L...

à vista
De pele e olhos claros e cabelos vermelhos, "Quina", R$ 206,25

como é chamada entre os familiares, carrega a TEK DISTRIBUIDOR

negritude na genética e nas memórias.

Descendente de escravos, Joaquina levou a


reportagem ao quilombo Costa da Lagoa, no município de Capivari do Sul, 80
DESDE 2014
km de Porto Alegre (RS). O território possui certificação da Fundação
Cultural Palmares desde 2006 e abriu processo de regularização fundiária no Saiba mais sobre a Lava Jato, maior
Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em 2011. investigação sobre corrupção no país

O quilombo ainda não conseguiu a titulação, último passo do processo, mas o


Relatório Técnico de Identificação e Delimitação da terra já foi publicado.
Nele, a pesquisa de antropólogos do Incra atesta que a identidade étnica do
local não é apenas rememorada, mas "vivenciada e preservada nas relações de
compadrio, parentesco e reciprocidade".

O relógio marcava 14h e o sol forte anunciava a proximidade do verão. Idosos, Lava Jato completa três anos com
adultos e crianças se abrigavam na sombra das centenárias figueiras para frentes dentro e fora do Brasil
contar a história da comunidade.

Cerca de 15 famílias mantêm relações com o Costa da Lagoa. Nem todas siga a folha
moram ali –a vida no quilombo não é sustentável e, por isso, a maioria dos
quilombolas busca emprego no cultivo do arroz. RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Ainda assim, estão sempre reunidos. Descendentes de três famílias que Digite seu email... enviar
acabaram casando entre si (os Conceição, os Bernardes e os Oliveira) dividem
origem e práticas.

Os quilombolas relatam que a decisão de regularizar o território no Incra


tomou corpo quando alguns lotes de terra começaram a ser vendidos para
pessoas de fora.

Dizem que a terra quilombola não pode ser vendida e que é preciso preservar EM PODER Compare preços:
o espaço de seus tataravós.
+ LIDAS + COMENTADAS + ENVIADAS ÚLTIMAS

Segundo a pesquisa do Incra, a chegada dos negros no quilombo remonta há, 'Não sei se é o momento de unificar a
pelo menos, 140 anos. 1 esquerda, não', diz Marcelo Freixo

Uma das hipóteses é de que a ocupação tenha se dado a partir da herança de Governo decide não publicar novo
um senhor de terras, que deixou a região para a escrava Delfina Boeira da 2 decreto até STF julgar indulto
Conceição, liberta no batismo.
Ministro diz que indulto é 'ação
Sobrinha-neta de Delfina, ou "Dedê", Joaquina conta que a origem da terra
3 humanitária' e que reação é 'natural'
nunca foi objeto de discussão entre os habitantes e que as raízes só foram
descobertas com a abertura do processo no Incra. "Na nossa cabeça, era nosso
Indultos são contestados e exemplos de
e pronto. Os mais velhos morreram, vieram os filhos, os netos É a nossa
4 abusos em vários países; saiba mais
terra", diz.
CMA Series 4
Juiz do RS proíbe acampamento, mas
COTIDIANO QUILOMBOLA
5 garante ato pró-Lula perto de tribunal

Era na lagoa que dá nome ao quilombo que, no início do século passado, as


mulheres lavavam roupas para garantir o sustento. PUBLICIDADE
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na bolsa!

Em 1941, a lagoa inundou, causando uma grande enchente no território. Em


meio a esse cenário, Quina nascia em uma das casas.

Sua mãe e sua avó atuavam como parteiras. Ela ainda guarda a espiriteira da
avó Serafina, utilizada para esterilizar a tesoura com a qual cortava o cordão
umbilical dos recém-nascidos.

Entre as práticas passadas pelas gerações, estava a oferenda dos bebês para a
lua.

"Dizia-se 'lua, luar, pega essa criança e ajuda a criar'. Também colocava-se
uma roupinha da criança numa árvore cheia de espinhos para a bruxa não
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pegar", conta.

Joaquina relata, ainda, que não havia médicos para atender a comunidade e
que, assim, "era só na base do chá". "Quando o adolescente era muito
magrinho, matavam uma coruja e faziam um caldo. Diziam que tinha muitos
+ livraria
ingredientes que deixavam a criança forte." Descubra o que 2018 reserva para cada
signo
De acordo com ela, dinheiro não existia. Os fazendeiros entregavam como
"Achados & Perdidos da História" traz
pagamento uma ficha que só podia ser trocada em um armazém específico na
perfis de negros escravizados no Brasil
cidade de Palmares. "[As mães] traziam a comida na cabeça e a gente
acompanhava. Eram umas três horas de caminhada." Incremente a ceia de Natal com bolo de
nozes com pera; veja receita
O Costa da Lagoa é apenas um dos 127 territórios quilombolas reconhecidos
pela Fundação Palmares no Rio Grande do Sul. Somente 4, entretanto, já
foram titulados pelo Incra. Outros 92 buscam titulação, por meio de um longo
processo de seis fases.
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Apesar da concepção de que o Sul possui um arranjo cultural distinto do resto Assistir Antes de
do país, em razão da colonização europeia, o Rio Grande do Sul é o sexto Morrer - Vol. 2 (DVD)
Estado do país com mais quilombos reconhecidos. Vários

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Segundo o último censo do IBGE (2010), das 10 cidades com mais praticantes
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da umbanda, 8 estão no Estado. Porto Alegre é o terceiro município do país
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com mais adeptos, quase 41 mil.
O Que os Donos do
"Talvez a explicação para esta discrepância esteja mais na forma pela qual a Poder Não Querem
história do Rio Grande do Sul é interpretada, que se choca com o processo Que Você Saiba

histórico efetivo que aconteceu", afirma José Rivair Macedo, professor de Eduardo Moreira

história da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. De: R$ 24,00


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Segundo o especialista, todas as atividades no Estado contaram com mão de Comprar
obra escrava, principalmente para a atuação nas estâncias [espaço rural
destinado à criação de gado] e nas charqueadas [onde se produz o charque, Os Erros Fatais do
Socialismo
carne típica da região].
F. A. Hayek

O professor afirma que o mito do Sul europeizado tem a ver com os debates De: R$ 39,90

que aconteceram na primeira metade do século 20, como parte de um Por: R$ 30,90
"projeto de branqueamento" da sociedade. Comprar

Segundo ele, faltou vontade dos intelectuais de pensar profundamente a Política para Não Ser
questão. "É um mito que se retroalimenta o tempo inteiro e gera esses Idiota
aparentes contrassensos." Renato Janine Ribeiro, Mario
Sergio Cortella
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Não é apenas no meio rural que se encontram os quilombos. Porto Alegre tem
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quatro comunidades quilombolas, entre elas a do Areal. Localizado em um
dos bairros mais valorizados de Porto Alegre, o território sofreu com Box Western - Os
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A telefonista Fabiane Xavier, 41, secretária da associação comunitária do
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Areal, diz que os moradores eram assediados para que vendessem suas casas.
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A prefeitura, dona do terreno, publicou em 2015 uma lei que reconhece o Por: R$ 29,90
território quilombola do Areal. A titulação é o próximo passo. Comprar

"O título de propriedade é importante porque resgata toda a história dos


nossos antepassados e vai poder proporcionar acesso a várias políticas
públicas", diz Fabiane.

Com o título, os moradores querem revitalizar a fachada secular do casarão


que é símbolo da comunidade.

Junto ao Pelourinho e ao Largo Zumbi dos Palmares, o Areal era um dos


pontos de interesse do projeto "Territórios Negros". Alunos da rede municipal
eram levados de ônibus para percorrer um roteiro que contava a história
negra da cidade.

O programa foi criado em 2008 e suspenso em março deste ano. A prefeitura


de Nelson Marchezan Jr. (PSDB) afirma que a suspensão se deve à situação
financeira do município e à passagem do projeto para a Secretaria de
Educação.
Segundo a secretaria, a retomada da iniciativa é estipulada para março de
2018, com "nova roupagem" e "ferramentas de inovação".

REGRAS PARA DEMARCAÇÃO

Ficou para 2018 o julgamento no STF de uma ADI (Ação Direta de


Inconstitucionalidade) que pode alterar a regularização das terras
quilombolas. A ação foi ajuizada em 2004 pelo PFL (hoje DEM).

A discussão foi interrompida em novembro, por pedido de vista do ministro


Edson Fachin.

A ADI 3.239 alega a inconstitucionalidade do decreto nº 4.887, assinado em


2003 pelo ex-presidente Lula. A ação argumenta que a regulamentação das
terras deve ser definida pelo Legislativo e que não cabe ao poder público
desapropriar áreas privadas.

O texto também questiona o critério de autodeclaração dos quilombos. Em


novembro, o ministro Dias Toffoli votou pela procedência parcial da ADI. Ele
reconheceu a tese do marco temporal, que garante somente a titulação das
terras que já estavam ocupadas por remanescentes de quilombos em 1988,
ano da Constituição. Toffoli ressaltou que também devem ser considerados
quilombolas os territórios que não estivessem ocupados em função de atos
ilícitos de terceiros.

O procurador da República Leandro Mitidieri afirma que o receio é que o


julgamento crie as chamadas "condicionantes".

Ele ressalta que o reconhecimento da tese do marco temporal estabelece a


necessidade de comprovação da expulsão dos povos. "É mais uma dificuldade
num processo extremamente difícil."

Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Nilson Leitão (PSDB) se


diz favorável ao marco temporal e afirma que a situação atual traz
insegurança.

"O que está se discutindo é uma questão jurídica, em relação, inclusive, ao


direito à propriedade", diz. "Muita gente se autodenominou indígena,
quilombola, e de fato não são. Tem muito índio nascendo no Brasil com 40
anos de idade, olhos verdes e cabelo loiro."

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Claudio L. Rocha (13h11) há 5 horas 0 0 Denunciar COMPARTILHAR

Problema do Brasil nem é tanto so corrupção é o cinismo da maioria dos politicos, prometem
uma coisa e eleitos se vendem e fazem inverso. Alguem se lembra de politico prometendo q
lutaria para congelar por 20 anos dinheiro a precaria saude/educação, ou prometendo q iria
acabar com a proteção do trabalho destruindo a clt e criando a terceirização ou lutando para
piorar trabalho escravo. Alguém se lembra de politico prometendo que lutaria para destruir
previdencia. Lembre do Politico local traido
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

Responder

Daniel Cegalla (08h52) há 9 horas 1 1 Denunciar COMPARTILHAR

Nao fossem os imigrantes europeus, q com trabalho e dignidade trouxeram prosperidade ao


pais, o Brasil hj seria uma enorme Guine Bissal...
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

Responder

Paulo Costa (08h52) há 9 horas 1 3 Denunciar COMPARTILHAR

Temos que aturar este discurso de quilombola? Braço do MST nada mais.

O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

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