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Gláuks v. 10 n.

2 (2010) 189-200

Infância e Memorialismo Poético em


Carlos Drummond de Andrade
Childhood and Poetic Memorialism in
Carlos Drummond de Andrade

Thereza da Conceição Apparecida Domingues*


Cíntia Cordovil de Souza**

RESUMO: No texto que se segue, pretende-se comentar alguns


aspectos sobre o poema “Infância”, de Carlos Drummond de
Andrade, dando enfoque especial ao memorialismo, um dos
temas de sua poesia. Através da memória pessoal, notadamente
a memória da infância, o poeta gauche tenta recapturar o tempo
pretérito para que possa recompor a si mesmo por meio de sua
criação poética.

PALAVRAS-CHAVE: lírica moderna; memória; infância;


imaginação; Carlos Drummond de Andrade.

E steno artigo aborda a influência da memória, presente


poema “Infância”, de Carlos Drummond de
Andrade, além do papel do memorialismo poético do autor
como elemento reconstrutor do passado. Analisa como ocorre a

*
Doutora em Ciências da Literatura. Professora do Programa de Pós-Graduação e
Mestrado e Letras do Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF).
**
Mestranda em Letras no Programa de Mestrado do Centro de Ensino Superior de
Juiz de Fora (CES/JF).
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recuperação dos temas do passado e da infância na poética do


autor mineiro.
Pode-se associar a imaginação infantil ao processo da
criação literária, apresentando ambas uma intensa fantasia. O
elemento onírico aparece em boa parte dos poemas de Carlos
Drummond de Andrade, pois se confunde com o próprio
elemento poético:
Sentimental

Ponho-me a escrever teu nome


com letras de macarrão
No prato, a sopa esfria, cheia de escamas
e debruçados na mesa todos contemplam
esse romântico trabalho.

Desgraçadamente falta uma letra,


uma letra somente
para acabar teu nome!

— Está sonhando? Olhe que a sopa esfria!

Eu estava sonhando...
E há em todas as consciências um cartaz amarelo:
“Neste país é proibido sonhar.’’
(DRUMMOND, 2009, p. 22)

As brincadeiras infantis também podem ser associadas ao


comportamento do poeta, pois este cria um mundo próprio e o
reorganiza, joga com as palavras, como as crianças.
Segundo Walter Benjamin (2009, p. 85), em artigo que
reflete sobre velhos brinquedos e o ato de brincar,
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não se trata de uma regressão maciça à vida infantil quando o


adulto se vê tomado por um tal ímpeto de brincar. Não há
dúvida que brincar significa sempre libertação. Rodeadas por
um mundo de gigantes, as crianças criam para si, brincando, o
pequeno mundo próprio; mas o adulto, que se vê acossado por
uma realidade ameaçadora, sem perspectivas de solução,
liberta-se dos horrores do real mediante a sua reprodução
miniaturizada.

A partir de um conhecimento mais profundo da obra


poética de Drummond, principalmente no que se refere à
temática sobre a infância no poema estudado, espera-se ampliar
horizontes acerca dessa fase da vida, uma vez que a literatura, ao
mesmo tempo em que causa deleite, concorre para o
autoconhecimento e formação dos seres humanos.
O poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade,
nascido em 31 de outubro de 1902, na cidade de Itabira do Mato
Dentro (MG), famosa por seu minério de ferro, foi o nono filho
de uma família de fazendeiros em decadência. Sua poesia ocupa
posição de destaque no cenário da produção poética brasileira há
décadas.
Gauche, desajustado, sob seu ponto de vista melancólico
e cético, aborda, de forma contraditória, temas como: a
passagem do tempo, vida e morte, o amor, terra natal, memória
familiar. Este último, tão presente em seus poemas, chega a ser
considerado por alguns críticos como responsável por um novo
gênero poético no Brasil – o memorialismo poético:
Duas linhas se desenham nítidas nos seus seis livros mais recentes:
uma que reconquista o tempo de Minas, [...] outra que prolonga os
temas universais. Duas linhas que retomam e confirmam a
dialética em que se formou a sua personalidade literária: um olhar
modernista para dentro de si mesmo e para a sua terra e família,
[...] e, ao mesmo tempo, um olhar filosófico sobre os
acontecimentos, os amigos e sobre o amor e a morte. O certo,
porém, é que essas duas linhas às vezes se misturam, soprando
aquele “vento mineiro” sobre os temas da humanidade.
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Em relação à primeira linha, referimo-nos a um memorialismo


poético que, embora matéria comum à poesia, adquire
características especiais na obra de Drummond, a ponto de se
poder falar em um novo gênero literário, tal a constância e a
coerência estilística com que o poeta tem tratado de suas
reminiscências [...].
(TELES, 1996. p. 317)

Busca, nas suas memórias, inspiração para escrever,


lembrando-se de sua infância na tentativa de resgatar um tempo
perdido. Sua criação poética apresenta uma diversidade de
poemas que aludem ao mundo infantil, às raízes itabiranas, à
tradição familiar, resgatando personagens, ambientes e cenas da
infância. Sua memória possibilita a reconstrução de seu passado.
E, torturado pelo passado, assombrado com o futuro, tenta se
salvar através da poesia, sendo esta uma forma de mediação
entre o poeta e seu mundo.
O poeta reconstrói liricamente seu tempo de meninice,
quando morava no campo e ficava em companhia dos livros sob
a sombra das mangueiras, enquanto observava solitariamente o
cotidiano de sua vida familiar.
Em artigo que reflete sobre a visão do livro infantil,
Walter Benjamin (2009, p. 69), detendo-se em observações
sobre o ser criança, afirma que:
não são as coisas que saltam das páginas em direção à criança
que as vai imaginando – a própria criança penetra nas coisas
durante o contemplar, como nuvem que se impregna do
esplendor colorido desse mundo pictórico.

Para o filósofo e crítico,


Nesse mundo permeável, adornado de cores, em que a cada
passo as coisas mudam de lugar, a criança é recebida como
participante. Fantasiada com todas as cores que capta lendo e
contemplando, a criança se vê em meio a uma mascarada e
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participa dela. Lendo – pois se encontraram as palavras


apropriadas a esse baile de máscaras, palavras que revolteiam
confusamente no meio da brincadeira como sonoros flocos de
neve.
(BENJAMIM, 2009. p. 70)

No poema “Infância” (2009, p. 10), Drummond deixa


marcas evidentes da lírica contemporânea. Sua poesia fala
intencionalmente de maneira enigmática e obscura: para ela, o
sentido da palavra está nas suas nuances (metáforas...). Nunca
está nela própria, mas em suas sombras. Esta obscuridade na
maneira de expressar fascina o leitor, na mesma medida em que
o desconcerta, o que causa inquietude. Desta forma, a linguagem
tem o efeito dissonante de atrair e, ao mesmo tempo, perturbar.
A memória, como tentativa de resgatar um tempo
passado, também é característica marcante na lírica moderna e
está presente no lirismo de Drummond, que é considerado por
muitos um poeta de memória
Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido


contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas,


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muito mais que lindas,


essas ficarão.’’

(2009, p. 310)

No que se refere à “Infância” (2009, p. 10), uma


nostalgia envolve o poema: o poeta lembra como forma de
recuperar o perdido, como que para dizer que não o perdeu. O
poeta se recorda de maneira positiva de sua infância: há
inexperiência de sofrimento, o “eu” lírico deleita-se
ingenuamente com o cotidiano; porém, sua emoção é contida,
equilibrada. A figura do pai, nesta obra, embora distante, é
abordada com um caráter positivo pelo poeta. O pai é um
homem admirado, visto como um herói: “Lá longe meu pai
campeava / No mato sem fim da fazenda” (p. 10).
É interessante ressaltar, ainda, a questão da tradição e da
moral familiar, tão presentes na obra drummondiana. A obra
possui um fundo cultural, e o universo é o rural brasileiro.
Podemos estabelecer uma comparação do poema “Infância”
(2009, p. 10) com o poema “Família” (2009, p. 34), que se passa
nesse mesmo universo, havendo uma tradição cultural evidente.
O cotidiano do brasileiro está na obra de Drummond.A obra é
toda individual; a experiência é do poeta, enquanto integrante de
uma tradicional família mineira. Entretanto, o poeta é um
homem individual que se torna universal: parte do particular
para chegar ao universal.
O poema lírico contemporâneo é dotado de pluralidade
de formas e sentidos, não é algo pronto e acabado. Não há
preocupação com a forma, mas sim com o ritmo, a sonoridade,
etc. O insólito, o diferente, o estranho, são as tônicas da
linguagem do poeta moderno. O homem é múltiplo, é
fragmentado. O mundo está em mobilidade, e por isso a palavra
é múltipla, é flexível, é móvel, e não, estática.
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Drummond faz uso de palavras comuns, usuais,


conhecidas do cotidiano, mas quando estas palavras voltam-se
ao público, aparecem com uma gama de possibilidades. As
palavras passam por um projeto de reencantamento, ou seja: o
poeta utiliza-se delas, que já estão desgastadas pelo uso
cotidiano, e as eleva, as renova, pois a elas podem ser atribuídas
novas significações: o “eu” leitor é que põe os significados de
acordo com sua sensibilidade. Isso ocorre nas seguintes
expressões: “comprida história que não acaba mais”, “Lá
longe”, “no mato sem fim da fazenda”. Nelas, observa-se como
aos olhos infantis as distâncias e espaços parecem maiores.
A palavra, enquanto movimento, representa a
modernidade. Hoje, ler um texto é manipular as possibilidades
de interpretação. Para um sentido explícito existem vários outros
sentidos implícitos.
Como exemplo: tomando a palavra longe, que se
encontra no poema, estando no plural como substantivo,
significa mais que distante: acrescenta algo de sentimental e de
saudoso: “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu - a
ninar nos longes da senzala - e nunca se esqueceu [...]”.
No verso “Café preto que nem a preta velha”, a
expressão “que nem” é tida como eixo da comparação entre
“café preto” e “preta velha”, através da imitação de sua
linguagem coloquial, e a impressão que se tem é de carinho em
torno desta preta, que rompe a solidão do menino com o
chamado para o café.
A poesia moderna pede novos parâmetros de
compreensão: nosso modo de compreender o mundo tem que ser
outro. Há necessidade de sermos líricos diante de novas
experiências. A intenção primeira do poeta não é ser
compreendido, e sim seduzir, encantar, atrair o leitor. Este
poema propõe mudança no modo de percepção do mundo: a
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força da expressão do sentimento continua, mas mudam as


formas de se expressar esse sentimento. Em outras palavras, a
plasticidade é norma. A essência do poeta moderno é ser um
operador da língua. E assim o faz Carlos Drummond de
Andrade.
Através de suas memórias, o memorialista busca resgatar
o passado perdido, tentando re-significá-lo, revivê-lo através da
escrita. Por isso, tem um caráter catártico, de libertação, uma
vez que possibilita ao memorialista um reencontro consigo
mesmo. Desta forma, aquilo que estava morto tem a
possibilidade de reviver.
Portanto, o resgate do universo infantil na obra
drummondiana parece representar uma oportunidade de
mergulho do gauche em suas origens da terra natal, sentindo-se
amparado do descontentamento do mundo adulto.
Segundo Armindo Trevisan (2000, p. 263), o objetivo da
poesia é produzir prazer a partir de uma experiência recordada.
“Recordar”: trazer ao coração. É uma re-experiência através da
memória e da imaginação, de algo que se experimentou, de um
deleite íntimo. Não possui a intensidade do prazer vivido, mas a
profundidade e a ressonância do prazer recordado, trazido de
volta ao coração.
O trabalho incessante da memória jamais abandonou a
pauta drummondiana. Sérgio Alcides (2002, p. 40), investigando
o que seria o “princípio gerador” da poética de Drummond,
assinala que a melhor poesia drummondiana é aquela que se
funda no princípio da corrosão1 não só pelo tratamento
preferencial de temas residuais, restos e fragmentos da
experiência coletiva ou da memória familiar, mas, sobretudo
porque a corrosão religa o indivíduo ao mundo, por ser um

1
Corrosão: Termo empregado por Luís Costa Lima para caracterizar o princípio
gerador da poética drummondiana. (1995, p. 129-196)
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efeito da própria história em movimento. Como se pode


observar no poema “Campo de flores” (2009, p. 330), em que o
poeta enxerga o amor como algo que traz alegrias, mas também
sofrimentos: “Deus me deu um amor no tempo de madureza,/
quando os frutos ou não são colhidos ou sabem a verme.”
Dos lugares afetivos como fonte de significados, toma-se
como ponto de partida a presença de elementos dos lugares
físicos de uma casa. O ambiente do poema em questão revela
partes de uma casa rural, pois se trata de uma fazenda.
Eis que a casa se encontra no centro de um lugarejo
tranquilo, onde a vida não exige muitas preocupações com o
cotidiano. Porém, o menino do poema observa, sente e analisa
tudo que se passa ao seu redor. Ao observar, sentir e analisar, vê
que os lugares da casa têm significados a que lhes atribui:
importância da vida singular, vivida entre a família, porque esta
tem mais valor, é “mais bonita que a história de Robinson
Crusoé” (2009, p. 10).
Os lugares mais evidentes que se podem depreender do
texto são: a varanda, onde talvez a mãe fique cosendo; o quarto,
onde o irmão pequeno dorme no berço; a cozinha, onde se toma
café feito pela preta velha e que é muito gostoso. E, ainda,
notam-se alguns lugares fora da casa, mas que estão próximos,
embora a dimensão de campo em volta da fazenda seja ampla.
Os lugares de uma casa têm valores afetivos. E, visto que
os espaços falam, busca-se conceituar topoanálise para um
entendimento maior do assunto tratado. Topoanálise é o estudo
psicológico sistemático dos lugares físicos da nossa vida íntima.
O leitor atribui os sentidos de acordo com suas sensações.
A topoanálise, então, é a produção textual a partir de
sensações. É o que Drummond faz no poema “Infância” (2009,
p. 10). Uma vez que busca se relembrar de fatos de sua infância,
inclusive do lugar onde morava, supõe-se que tal lugar ainda
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esteja presente em suas lembranças. E, nessas lembranças, o


poema nos faz, também, recordar aquilo que nós somos. Assim
sendo, temos em nossa “casa” (o inconsciente), elementos que
não se desvinculam de nós mesmos, pois ele também é um
repositório de afetividades.
A casa é o nosso canto do mundo. Para Drummond, não
há nada mais significativo, singular e fascinante. Tanto assim
que a retoma em suas memórias, lembrando de sua infância
vivida na fazenda, onde os lugares remetem a uma grande
tranquilidade.
Com relação ao papel da infância neste contexto, Chantal
Castelli (2002, p. 134) ressalta que a casa da infância é, se não o
ponto de partida das memórias de Drummond, o centro de onde
elas se irradiam. A partir do espaço concreto da casa, o poeta
lança o olhar não só para as experiências vividas pelo menino,
como para o mundo onde ele cresceu, indo do mais particular ao
mais geral, para voltar novamente àquele espaço privilegiado da
infância, onde, segundo Ecléa Bosi (1987, p. 357), “tudo é tão
penetrado de afetos [...] que mudar é perder uma parte de si
mesmo; é deixar para trás lembranças que precisam desse
ambiente para reviver” – daí o constante retorno do
memorialista a ele.
“Os verdadeiros paraísos são os paraísos que perdemos
para sempre” (PROUST apud CRISTINA RIBEIRO VILLAÇA,
2007, p. 74). Dessa forma, ao tentar resgatar sua infância, Carlos
Drummond de Andrade busca seu “paraíso perdido”. Esses
paraísos perdidos, dentro de nós, conservam certa forma
eternamente, contanto que pelo menos sua lembrança não seja
perdida.
Affonso Romano de Sant’Anna (2008, p. 217) afirma
que sendo a poesia uma construção sobre ruínas, é aquilo que se
salva no tempo e se estabelece como memória do próprio tempo.
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Poesia é o que resiste à destruição. Para ele, poesia é memória


que reúne, restaura os fragmentos das ruínas, daquilo que estava
perdido no tempo, ordenando um caos e formando um cosmos.
Portanto, tem a capacidade de transformar perda em ganho,
transitório em permanente, enigma em revelação, morte em
vida. Desta forma, o que é perdido se salva. Através de
sensações visuais, olfativas, gustativas, táteis e térmicas, o poeta
re-sente imagens passadas e se recria através da memória.
Porém, a poesia que leva o Ser ao conhecimento da luz não evita
as contradições. Assim, na poesia de Drummond, sonho se
confunde com realidade, pois a fantasia lhe devolve aquilo que o
tempo levou. Drummond, tomando imagens de morte e
destruição, constrói a imagem da permanência além do tempo,
estruturando um cosmos a partir de um caos.

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jul./dez.2007.

ABSTRACT: In the text that follows, we intend to comment


some aspects on the poem “Infância”, by Carlos Drummond de
Andrade, giving special approach to the memorialism, one of the
subjects of its poetry. Through the personal memory, mainly the
childhood’s memory, the gauche poet tries to recapture the past
time so that he can rebuild himself through poetry creation.

KEY WORDS: modern lyric; memory; childhood; imagination;


Carlos Drummond de Andrade.

Data de recebimento: 13/10/2010


Data de aprovação: 24/10/2010

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