Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1- Jorge de Lima, Cecília Meireles, Murilo Mendes e Vinícius de Moraes são quatro poetas
inseridos, didaticamente, no segundo momento do Modernismo Brasileiro.
Leia o fragmento do poema Místico, de Vinícius de Moraes. Identifique e comente 3
características que unem os poetas citados e identifiquem o momento de que são
representantes. Considere a temática e forma. Desenvolva sua resposta.
Resposta: De fato, de acordo com todas as fontes que eu consultei, ambos os poetas se
destacaram como representantes da 2a fase do modernismo, que de acordo com o
pesquisado, teve início nos anos de 1930, se estendendo por toda a era Vargas (até 1945).
A crítica especializada tem como consenso, que a poesia neste período histórico
estudado, é caracterizada por assuntos contemporâneos (daquela época, claro), temática
sociopolítica e conflito existencial. No campo estrutural, os versos livres se mesclam e
“dançam “ com os regulares e brancos. São poetas dessa geração:
“Erico Verissimo
Graciliano Ramos (1892-1953)
Jorge Amado (1912-2001)
José Lins do Rego (1901-1957)
Rachel de Queiroz (1910-2003)"
fonte: https://www.carlosdrummond.com.br/conteudos/visualizar/Drummond-e-Vinicius-
entre-o-comedimento-e-a-cambalhota
No correlato a obra de ambos, temos que “ Nada mais paradoxal que a comparação
temática da obra dos dois. Um louva o amor e a felicidade e a vida, mesmo quando
triste, o ouro duro, de ferro, com bom humor, mas sempre comedido.
Outro dia revirando recortes velhos de jornal encontrei a manchete: Jogo de
Espelhos , sobre o relançamento de obras de Vinicius e a inclusão de um poema
inédito dedicado a Drummond.
O cenógrafo, Pedro Drummond, neto do poeta, afirma o abalo do avô diante da morte
de Vinicius.”Hoje os filhos do Vinicius ainda são amigos da gente , ainda que nos
vejamos pouco. Mas , sempre que a gente se encontra , sinto a continuidade do afeto
que havia entre os dois”.
O certo de tudo isso é que onde poderia haver uma competição, havia mesmo era
uma grande admiração de parte a parte como nota-se em trechos de entrevistas e
crônicas de ambos, transpostos abaixo:
“Depois de uns chopes, a máscara do poeta esgarça-se num riso silenciosos, que lhe
vem de passagem casta e longínqua na alma, e sua cabeça baixa se levanta, suas
mãos mortas reencarnam, e ele tamborila na mesa uma alegria rápida e
extraordinária”.
“único poeta brasileiro que ousou viver sob o signo da paixão…eu queria ter sido
Vinicius de Moraes”…
Ainda pertinente à apresentação irônica do autor destacamos o verso “disse: Vai Carlos!
ser gauche na vida”, exaltando a palavra gauche. Aplicada ao ser humano, tendo como
significado aquele que sente às avessas, torto, que não consegue estabelecer uma
comunicação com a realidade. Relação ironia do poeta, mais uma vez aqui apresentada.
Tal ironia, hoje nos parece simples, mas na época, da forma que o autor praticava, tornou-
se única e para a todo o sempre.