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Carlos Drummond de Andrade

- um dos maiores poetas brasileiros do século XX. (também cronista e contista)


- nasceu em 1902 em Itabira e morreu no Rio de Janeiro em 1987
- era filho dos proprietários rurais
- Desde pequeno Carlos demonstrou grande interesse pelas palavras e pela literatura.
- Precisou deixar para trás sua cidade natal ao partir para estudar

- fez faculdade de Farmácia em Belo Horizonte, foi redator do Diário de Minas e do


Minas Gerais, além de atuar como chefe de gabinete do ministro da Educação e
Saúde Pública Gustavo Capanema, foi um dos fundadores do periódico modernista
«A Revista »
- Foi o poeta que melhor representou o espírito da Segunda Geração Modernista, que
durou de 1930 a 1945, com uma poesia de questionamento em torno da existência
humana.

Caracteristicas estilísticas e temáticas da sua poesia:

 Versos livres
 simplicidade de expressão lírica
 inventividade lexical
 Crítica sociopolítica
 Temática do cotidiano
 Universalismo
 Traços regionalistas
 Conflito existencial
 encontro entre uma individualidade e o mundo
 impasse (dificuldade insolúvel)
 monotonia
 falta de perspectiva da humanidade
 reflexão e sensibilidade
 elementos de amor, de filosofia, de religião
 saudade da infância

- Um de seus poemas mais conhecidos é “No meio do caminho”. Ele foi publicado na
Revista de Antropofagia de São Paulo em 1928. Na época, foi considerado um dos
maiores escândalos literários do Brasil. Diziam que aquilo não era poesia e sim uma
provocação pela repetição do poema, como também pelo uso de "tinha uma pedra" em
lugar de "havia uma pedra"
- o grande pomo da discórdia (jabuka razdora) entre os mais tradicionalistas e os
defensores da novidade da estética modernista.

 consultor de literatura do Instituto Moreira Salles, Eucanaã Ferraz disse que: " “os
insultos ao poema transformaram o próprio texto em obstáculo ao escritor, como a
pedra criada pelos seus versos."
 Em 1967, para marcar os 40 anos do poema, Drummond reuniu todas as paródias,
os ataques, as contendas, mas também os elógios publicados sobre ele no livro Uma
Pedra no Meio do Caminho — Biografia de um Poema
 poema sobre o que seria um acontecimento simples e banal, mas que ao ser dada a
devida importância, simboliza de muitas formas os problemas mundanos
enfrentados pelo homem em sua vida.
 Ao se repetir no poema e própria constatação de que no meio do caminho tinha uma
pedra, o autor busca relembrar a todo o tempo o fato de que o caminho, o dia, a
vida, possui pedras ou seja obstáculos que vão ser encontradas, que vão nos fazer
recalcular a rota, que vão nos fazer parar, talvez tropeçar, o que é inevitável- agora
olhando para trás pode finalmente dar-se conta dos problemas superados que o
fizeram seguir o caminho.

- Em 1930, Drummond publicou seu primeiro livro intitulado Alguma Poesia, no qual retrata
a vida cotidiana, as paisagens, as lembranças, com certo pessimismo, deixando transparecer
sua ironia e humor.

- Também fazem parte do livro os poemas: Poema de sete faces No Meio do Caminho,
Cidadezinha Qualquer, Toada de amor e Quadrilha

Poema de sete faces

- O poema é dividido em sete estrofes: cada estrofe apresenta uma dos sete faces do eu
lírico(também, sete faces da poesia de Drummond) – (por exemplo, eu lírico é singular,
controverso, introvertido, sério, silencioso e de poucos amigos, há uma barreira entre o seu
mundo interior e exterior- o seu desespero por causa disso)

-cada estrofe particular tanto em relação à forma, quanto ao sentido- temos versos intimistas,
versos quase em prosa, metrificados, com e sem rima, melancólicos, lúdicos, em tom de
prece (u molitvenom tonu), etc

- na última estrofe temos a justificação: o álcool e a lua estimularam-lhe a confissão e


turvaram-lhe a lucidez.- o poema é singular por causa disso

Cidadezinha qualquer

- a forma vagarosa que caracteriza a rotina de uma cidade do interior


- a frase final-desabafo sobre o passar do tempo em uma cidade qualquer, ou seja, em uma
cidade do interior onde tudo é lento e quase nada é relevante.

Toada do amor

- podemos identificar elementos universais, como o amor e o infinito (no caso, a reflexão), ao
lado de elementos particulares, como os termos regionais “trem” (metafóra- amor que nos
perdemos um trem, mas logo depois chega outro)e “pito” (repreensão-opomena)

- Além disso, ao dizer que “no teu pito está o infinito”, o eu lírico associa o ato cotidiano de
fumar a um momento de reflexão, em um tempo em que as pessoas paravam para fumar e,
consequentemente, pensar na existência.

- o sentido de seus poemas ultrapassa as fronteiras

Quadrilha

- as dificuldades e os desencontros do sentimento amoroso

- Com humor e também com alguma tristeza, o poema reflete sobre a dificuldade de
encontrar um relacionamento feliz

- O título do poema parece ser uma referência à dança tradicional nas festas juninas
brasileiras. Metaforizado pela quadrilha, o amor surge como uma dança onde os pares
estão trocados e os sentimentos não são correspondidos.

- Em 1934, Carlos Drummond lançou seu segundo livro Brejo das Almas, quando o poeta
abandona o descritivismo e acentua o humor e a ironia nos seus versos, como no poema
Política Literária dedicado a Manuel Bandeira

- O poema apresenta um diálogo entre o poeta municipal, estadual onde eles discutem quem é
o melhor poeta. Enquanto isso, o poeta federal, que é considerado o mais importante e
influente, está ocupado com outras coisas, como tirar ouro do nariz .Sugere-se que, ao tirar
“ouro do nariz”, esse “poeta federal” mostra a inutilidade das atitudes dos poetas que estão à
margem do circuito do prestígio literário e que tentam iludidamente suplantar este.

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