Você está na página 1de 39

FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: Dança Criativa: Uma possibilidade de expressão rítmica na escola


Autora: Gislaine de Souza Faria
Disciplina/Área: Educação Física
Escola de Implementação do Colégio Estadual Tiradentes – Ensino
Projeto Fundamental e Médio
Município da Escola: São José dos Pinhais
Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Sul
Professor Orientador: Carlos Eduardo da Costa Schneider
Instituição de Ensino Superior: Universidade Tecnológica Federal do Paraná –
UTFPR - Campus Curitiba
Relação Interdisciplinar: Arte e Língua Portuguesa
Resumo: A dança é produto da manifestação cultural da
humanidade, expressa significados, mexe com
nossos sentimentos e emoções. Buscando
superar os obstáculos que enfrentamos ao
trabalhar com dança no contexto escolar, este
caderno pedagógico vem propor uma reflexão
sobre a importância de se considerar o corpo
como sujeito e apresenta estratégias para
enriquecer as ações pedagógicas com dança na
escola. Através da dança criativa pretendemos
contribuir para a formação da consciência
corporal, incentivar a criatividade, ampliar as
relações sociais, respeitar os limites e
reconhecer as possibilidades do próprio corpo e
dos colegas.
Palavras-chave: Dança; Dança Criativa; Corpo.
Formato do Material Didático: Caderno Pedagógico
Público: Alunos do 3º ano do Ensino Médio noturno
GISLAINE DE SOUZA FARIA

SÃO JOSÉ DOS PINHAIS

2016
APRESENTAÇÃO

Esta Produção Didático-pedagógica foi elaborada com o intuito de buscar


alternativas que auxiliem na solução do problema relacionado ao processo de ensino
e aprendizagem com o conteúdo dança, diagnosticado durante a prática docente e
levantado no Projeto de Intervenção Pedagógica com a seguinte questão: Como o
trabalho com dança criativa pode contribuir para tornar as aulas mais atrativas,
propiciar o desenvolvimento da criatividade e estimular a formação da consciência
corporal?
Articulando a teoria e a prática, esperamos contribuir no aprimoramento da
prática pedagógica. Para isto, optamos pelo formato de um caderno pedagógico.
A disciplina de Educação Física tem como objeto de estudo a cultura
corporal, sendo assim, não podemos ignorar que a dança sempre se faz presente na
produção cultural construída historicamente pela humanidade. Sborquia e Gallardo
(2006, p. 23), confirmam que “em todo o processo histórico o ser humano criou
diversas manifestações, dentre as quais a dança”. Quando ofertamos a dança na
escola oportunizamos processos de aprendizagens que propiciam, além dos
benefícios individuais, interações sociais que contribuem positivamente na formação
dos educandos.
O referido trabalho constitui-se numa produção planejada e direcionada aos
professores para trabalhar as questões rítmicas com alunos do terceiro ano do
Ensino Médio, podendo ser adaptado para outras turmas, e dessa forma valorizar o
trabalho com dança no contexto escolar.
Este caderno pedagógico está dividido em cinco unidades que apresentam
objetivos, fundamentação teórica, momentos de reflexão, troca de ideias com os
professores, sugestões de atividades e possibilidades de trabalho interdisciplinar
conforme especificidade de cada unidade. As figuras utilizadas neste caderno
pedagógico são de domínio público, ou seja, CCO Public Domain.
A Unidade 1 indica a realização de um questionário diagnóstico para coletar
informações sobre os conhecimentos e vivências prévias dos alunos em relação à
dança.
A Unidade 2 refere-se às questões relacionadas à expressividade e
possibilidades rítmicas do corpo. O objetivo é estimular o reconhecimento do corpo
como sujeito, as ações e intenções que por ele são apresentadas e representadas
no cotidiano.
A Unidade 3 propõe uma análise da presença da dança nas diversas
manifestações culturais em diferentes épocas e regiões do mundo. O intuito é
despertar uma crítica reflexiva sobre os contextos identificados nas pesquisas e que
são representados nas diferentes formas de dançar.
A Unidade 4 fornece subsídios para o professor trabalhar os elementos
estruturais da dança estudados por Laban (1978) de forma simples, com indicações
de vivências que levem os alunos a se apropriarem dos conceitos destes elementos
e utilizá-los de forma consciente e criativa na montagem de coreografias. Nesta
unidade propomos a organização de um festival de dança com as produções
coreográficas dos alunos.
A Unidade 5 preconiza um momento de avaliação das atividades
desenvolvidas, através da reaplicação do questionário da unidade 1 e uma roda de
conversa para exposição dos apontamentos feitos pelo grupo durante o processo.
Diferentes recursos didáticos serão utilizados no desenvolvimento das
unidades como textos de fundamentação, vídeos, trabalhos de pesquisa, atividades
com diferentes formações de grupos, utilização de materiais alternativos além do
incentivo constante do uso de recursos tecnológicos.
A avaliação será formativa respeitando as experiências e sistematizações
individuais. Será considerado o comprometimento e o envolvimento nas atividades e
a autoavaliação deverá ocorrer durante e ao final do processo. Para auxiliar a
autoavaliação utilizaremos uma caderneta que chamaremos de Diário das
Sensações. Neste diário os alunos irão se expressar por palavras, frases, desenhos
ou textos sobre os conhecimentos que forem construindo, conforme preferência de
cada um. É importante também que o professor sempre registre suas observações.
As Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná apresentam a dança como
um dos conteúdos estruturantes da Educação Física. Uma das indicações deste
documento é “que a dança pode ser realizada por qualquer pessoa
independentemente dos seus limites. A dança é uma forma de libertação do ser e
promove a expressão de movimentos” (PARANÁ, 2008, p. 70-71). Através da dança
criativa pretendemos levar os alunos a refletirem sobre o seu fazer corporal e como
isto se reflete em suas atitudes como cidadãos.
Ao trabalhar dança na escola abrimos um leque de possibilidades para
contribuir na formação integral dos estudantes, pois a dança propicia um melhor
entendimento do próprio corpo. Muito mais do que adquirir habilidades motoras, um
trabalho consciente com dança no contexto escolar favorece a criatividade e a
interação social.
Dançar com qualidade na escola, fugindo das dinâmicas meramente
espetaculares, ainda é um desafio que requer muita dedicação, estudo e superação.
Segundo Marques (2011, p. 20) “dançar na escola não é somente preciso, é também
possível”. Porém, sabemos que na maioria das vezes, nossa formação acadêmica
não nos deu respaldo para trabalhar este conteúdo na escola. Em seus estudos,
Marques (2012, p. 24) constatou que “na grande maioria dos casos, professores não
sabem exatamente o que, como ou até mesmo porque ensinar dança na escola”. Na
verdade, muitos ainda pensam que para trabalhar dança é preciso dominar técnicas,
ser um exímio bailarino.
Quando se tem essa visão tecnicista, a dança acaba sendo aplicada de forma
mecânica, com a execução de passos prontos sem a possibilidade de criação. Para
Gualda e Sadalla (2008, p. 211), nesta visão “o corpo é visto como objeto e a
execução dos movimentos está vinculada a uma perfeição técnica e estética”.
Perde-se a oportunidade de promover a expressividade e a redescoberta do
movimento através da dança.
Conhecer os elementos estruturais da dança é de suma importância, é o que
também propomos nesta Produção Didático-pedagógica. Porém, este conhecimento
é necessário para que se compreenda que não existe um padrão de corpo para
dançar, que a diversidade enriquece o potencial expressivo dos corpos e que a
dança deve considerar o contexto social onde será aplicada. “A dança, dentro do
contexto social, é de grande importância como auxiliar na valorização de um
pensamento crítico transformador, articulando a linguagem corporal com a verbal”
(TRADA et al, 2009, p. 313).
As aulas de dança não devem ser pautadas apenas em construções e
apresentações coreográficas, este deve ser o resultado de um processo de muita
ação e reflexão. O aluno deve protagonizar a construção dos conhecimentos a partir
das aulas de dança, sua participação nas vivências rítmicas é tão importante quanto
sua participação nas discussões que a dança oportuniza.

“O protagonismo destaca-se como atuação positiva de adolescentes e


jovens, por meio de uma participação democrática e construtiva no currículo
e da relação dinâmica entre formação, conhecimento, diálogo, iniciativa,
responsabilidade, liberdade, compromisso e criatividade, que contribui para
assegurar seus direitos, expressão e o exercício da cidadania” (PARANÁ,
2014, p.8).

A dança auxilia positivamente na percepção de nós mesmos, nas relações


com os outros e com o meio. Para Marques (2012, p. 28), “o corpo que dança e o
corpo na dança tornam-se fonte de conhecimento sistematizado e potencialmente
transformador”.
A dança criativa possibilita um compartilhamento de novas descobertas.
Quando o aluno é desafiado a dançar, incentivado a criar e recriar diferentes formas
de manifestações da linguagem corporal, ele tem a possibilidade de ampliar seus
saberes, melhorar suas relações sociais, respeitar as diferenças, entender seus
limites, procurar superá-los e por fim, saber valorizar suas potencialidades.
Então, vamos dançar!!!

Figura 1 - Dança

Fonte: https://pixabay.com/pt/humano-grupo-dan%C3%A7a-p%C3%A9-posando-32239/
UNIDADE 1: EXPLORANDO O AMBIENTE

OBJETIVOS

*Diagnosticar os saberes dos alunos sobre dança;

*Favorecer a participação dos alunos através da indicação de músicas para serem


utilizadas nas aulas.

Duração: 2 aulas

Para iniciar vamos propor aos alunos que respondam um questionário para
diagnosticar seus conhecimentos sobre dança. Este mesmo questionário deverá ser
reaplicado ao final dos trabalhos deste caderno pedagógico, para podermos
comparar os resultados posteriormente.

QUESTIONÁRIO

1) Quando ouve a palavra dança, o que vem de imediato em seu


pensamento? Defina em uma palavra:

2) Você costuma dançar? Onde?

3) Que estilo de dança você conhece?

4) Você já dançou na escola? Em que situação?

5) Quais são as suas dificuldades em relação à dança?

6) Você considera a dança uma atividade escolar importante? Justifique:


INTERAÇÃO

Fonte: https://pixabay.com/pt/menino-crian%C3%A7as-desenho-feminino-1298788/

Pedir para que os alunos contribuam indicando músicas e ritmos para serem
utilizados durante as aulas. Eles deverão pesquisar e apresentar o material
conforme o professor solicitar (dispositivos móveis, e-mail, nome da música
para que o professor se encarregue do download...). Lembrá-los que as
músicas devem ser convenientes para uso no ambiente escolar.

DIÁRIO DAS SENSAÇÕES

Este diário servirá para que o aluno registre o que mais lhe chamou atenção
durante as atividades. Suas dúvidas, o que mais gostou ou não gostou, uma
dica, como se sentiu durante a aula ou atividade etc. Cada aluno irá fazer os
registros da maneira que preferir, seja por meio de desenhos, frases, textos
ou palavras. Os registros podem ser por aula ou semanal, o importante é que
o diário seja preenchido para que ao final do processo as informações
auxiliem na autoavaliação.

Professor: O diário pode ser


confeccionado com folhas sulfite ou
numa caderneta simples, conforme as
possibilidades de cada escola.

Fonte: https://pixabay.com/pt/coruja-p%C3%A1ssaro-%C3%B3culos-sentado-151554/
UNIDADE 2: MEU CORPO, MEU RÍTMO

OBJETIVOS
* Reconhecer e valorizar o próprio corpo como sujeito;
* Explorar o potencial rítmico do corpo;
* Refletir sobre os benefícios da dança e suas possibilidades dentro e fora do
ambiente escolar.
Duração: 12 a 14 aulas

“Meu corpo não é meu corpo,

é ilusão de outro ser.

Sabe a arte de esconder-me

e é de tal modo sagaz

que a mim de mim ele oculta”.

(Carlos Drummond de Andrade)

REFLEXÃO:

 O que sei de meu corpo?

 O que posso com meu corpo?

 O que é que me compõe?

Após aguçar diferentes pensamentos com as questões acima, vamos realizar


a leitura e análise reflexiva do texto a seguir:
O CORPO QUE TENHO OU O CORPO QUE SOU?

Somos um corpo. Corpo que expressa o que sente, o que pensa, que vive.
Pelo corpo nos comunicamos e interpretamos o que os outros querem nos
comunicar. Nossa cultura sempre utilizou o corpo para representar suas diversas
manifestações. Através do corpo são transmitidas intenções de valores morais,
políticos, sociais ou religiosos incutidos nestas representações.
Aprendemos nas aulas de história que o corpo no berço da civilização
ocidental, antiga cultura greco-romana, era valorizado. Esculturas representavam os
deuses em sua força, beleza, harmonia e equilíbrio. A representação do corpo nu
era natural. Já com a Idade Média, o corpo passou a ser tratado como
representação do pecado. Segundo o cristianismo, para salvar a alma o corpo
precisava ser purificado através de orações, jejuns e sacrifícios. Com a expansão
europeia, esta ideia se difundiu por todos os continentes e até hoje vivemos
resquícios do corpo estar atrelado ao pecado.
Na contemporaneidade a globalização e a tecnologia estão nos permitindo
observar e vivenciar diferentes representações do corpo. A liberdade de expressão
do corpo que hoje nos é permitida, ora nos orgulha, ora nos deixa chocados.
Reconhecer o corpo como sujeito requer compreender que todas as nossas
experiências perceptivas se dão através do corpo. Merleau-Ponty (1994), afirma que
a percepção origina a experiência, a qual é sentida e vivida pelo corpo, pelo qual o
ser humano se justifica em sua existência. Nesta mesma linha de pensamento,
Freire (2010, p. 123) enfatiza que “quem faz é o próprio corpo, quem pensa é
também o corpo. As produções físicas ou intelectuais são, portanto, produções
corporais. Produções essas que se dão nas interações do indivíduo com o mundo”.
Superando a visão dualista do corpo, é hora de tratarmos o corpo como
sujeito na escola. O corpo é a nossa representação física, psíquica, emocional e
social, não há separação.
Figura 2 – Homem Vitruviano

Fonte: https://pixabay.com/pt/homem-vitruviano-anatomia-ci%C3%AAncia-151866/
“Pela linguagem do corpo, você diz muitas coisas aos outros.

E eles têm muitas coisas a dizer para você.

Também nosso corpo é antes de tudo

um centro de informações para nós mesmos”.

(Weil e Tompakow)

HORA DA PESQUISA
Pedir para que os alunos pesquisem imagens que usem o corpo como forma de
representação em diversos momentos históricos. Para isto, podem utilizar
livros, jornais, revistas e internet. Promover um debate para analisar e refletir
sobre as intenções transmitidas pelas imagens dos corpos pesquisados. Na
sequência, reunir o material e propor a construção de um mural ou vídeo,
conforme escolha dos alunos e disponibilidade de recursos.

INTERAÇÃO

Com os alunos dispostos em círculo, sentados em colchonetes ou mesmo em


cadeiras, o professor fazendo uso de um esqueleto articulável, vai apontando
para as partes iniciando pelos ossos dos dedos dos pés até chegar à cabeça,
estimulando os alunos a relembrarem a nomenclatura, estrutura e função de
cada parte do corpo. Ao mesmo tempo pedir para que cada aluno vá tocando,
alongando e massageando, sentindo e percebendo que cada “pedacinho” do
nosso corpo tem sua importância.

Professor: Caso não tenha o esqueleto


articulável, pode-se usar uma figura em
cartaz.
DURANTE A ATIVIDADE PROPOR AS SEGUINTES REFLEXÕES

 Você é feliz com seu corpo?

 Você costuma olhar e perceber seu corpo? Em que momento?

 O que você mais gosta e o que menos gosta em seu corpo? Por quê?

Para aprofundar assuntos que envolvem questões corpóreas, vamos assistir


com os alunos ao vídeo “Café Filosófico – O que pode o corpo”. Pedir que realizem
apontamentos individuais, para na sequência, realizar uma roda de conversa sobre o
assunto. Deixar que os alunos expressem suas opiniões e lancem questões uns
para os outros. Neste momento é importante que o professor apenas faça
mediações necessárias, sem julgamentos, para que os alunos sintam-se a vontade
para participar, claro, de forma organizada.

Professor: Lembrando que sempre é


recomendado assistir o vídeo com
antecedência.

HORA DO VÍDEO
Fonte: https://pixabay.com/pt/v%C3%ADdeo-c%C3%A2mera-%C3%ADcone-filme-m%C3%ADdia-303122/

Sinopse: O vídeo apresenta uma conversa/reflexão entre Dani Lima (bailarina e


coreógrafa) e Viviane Mosé (filósofa e poeta) sobre as questões que circundam as
representações e percepções do corpo no mundo. As autoras confrontam também
questões estéticas e de valorização da vida.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=oE3aoW2xp4w Acesso em 27 set 2016.

“Me interessa essa potência da dança de revelar o humano”. (Dani Lima)


“Possibilitar ou impedir o movimento da criança e do adolescente na escola;

oferecer ou não oportunidades de exploração e criação com o corpo;

despertar ou reprimir o interesse pela dança no espaço escolar, servir ou

não de modelo... de uma forma ou de outra, estamos educando corpos. Nós

somos nosso corpo. Toda educação é educação do corpo. A ausência de uma

atividade corporal também é uma forma de educação: a educação para o

não-movimento – educação para a repressão. Em ambas as situações, a

educação do corpo está acontecendo. O que diferencia uma atitude da outra

é o tipo de indivíduo que estaremos formando”. (Márcia Strazzacappa)

INTERAÇÃO

Dispostos em duas fileiras frente a frente, um aluno inicia a atividade se


locomovendo com uma bola (manuseando como preferir) em direção a um
aluno da outra fileira completando em voz alta as frases: EU SOU O (A)....;
MEU CORPO...Fica no lugar do colega escolhido o qual dará sequência até
que todos participem.

Professor: Nesta atividade podemos perceber


como os alunos encaram o próprio corpo e suas
reações ao ouvirem os colegas.

Pedir para que os alunos criem quatro poses para fotos em pequenos grupos,
evidenciando em cada pose umas das partes do corpo: cabeça, membros
superiores, tronco e membros inferiores. Após decidirem sobre suas poses,
pedir para que escolham diferentes locais da escola para fazer o registro com
uso de celulares ou câmeras fotográficas.
TRABALHO INTERDISCIPLINAR
Trocar ideias com nossos colegas sobre possibilidades de trabalho conjunto
pode propiciar um aprendizado mais eficiente. Vamos tentar?
Língua Portuguesa – Realizar estudos sobre textos que falem sobre o
corpo, produção de poemas, poesias e textos com o tema.
Arte – Realizar representações do corpo em desenhos, pinturas,
esculturas etc...

Propor uma pequena mostra com o tema CORPO para o colegiado,


com as fotografias da atividade anterior (impressas, reveladas ou
slides) e com os materiais produzidos nas aulas das disciplinas de
Português e Arte. A mostra pode ser organizada em uma sala ou em
espaços alternativos da escola. As visitas podem acontecer com
turmas convidadas e acompanhadas por professores ou nos intervalos.
Se for do interesse dos alunos, a visita pode ser aberta para a
comunidade.

MATERIAL COMPLEMENTAR

Revelações do corpo: estesia, conhecimento - PICOSQUE, Gisa; MARTINS,


Mirian Celeste. Revelações do corpo: estesia, conhecimento. In: MARTINS,
Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação cultural para professores
andarilhos na cultura. 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2012. p.33-39.

Corpo Sujeito - Renata Toledo Russo e Maria Helena Cirne de Toledo.


Disponível em: https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-
BR&q=corpo+sujeito+ponto+de+vista+Renata+toledo+russo&btnG=&lr= Acesso
29 set 2016.

Pink Floyd - Another Brick in The Wall. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=cRsU0XMpb0M Acesso 29 set 2016.
A MAGIA DO RITMO

Podemos perceber o funcionamento do nosso corpo através do ritmo. Nossas


batidas do coração, circulação sanguínea, contrações musculares, respiração e
outras ações internas acontecem de forma cadenciada. Podemos também
acompanhar e criar diferentes ritmos com palmas, estalos de dedos, batidas de pés,
balanços de quadril, tocando instrumentos, batendo objetos etc. O ritmo é vida,
nosso corpo reage instintivamente a diferentes ritmos. É possível perceber a
presença do ritmo em tudo, mas é através da musica principalmente, que nossa
atenção é atraída mais facilmente. Quem nunca se percebeu batucando, batendo os
pés ou se remexendo ao ouvir uma música? Desde nossa formação uterina somos
tomados pelo ritmo, que é uma qualidade física fundamental para o desenvolvimento
do ser humano.
A palavra ritmo é de origem grega rhythmos, e indica movimento regulado
com tempos fortes e fracos, algo que flui, que apresenta cadência. Na dança o ritmo
está entrelaçado ao tempo, elemento de estruturação fundamental para montagens
coreográficas.
Portanto, para se desenvolver um bom trabalho com dança na escola, é
importante que se trabalhe a expressão e a percepção rítmica individual, o respeito à
expressão e à percepção rítmica do outro, promovendo a socialização com
diferentes formações de grupos.

INTERAÇÃO

Seguindo o ritmo da música, os alunos deverão se movimentar pela sala,


divididos em três fileiras e seguir a movimentação realizada pelo primeiro
integrante. Ao sinal do professor, o último da fileira vai para a posição de
primeiro e muda a movimentação a ser realizada. Segue a atividade até que
todos passem pela liderança da fileira.
Professor: É interessante mudar várias
vezes de música nas atividades para
despertar a criatividade nos movimentos.

Espalhados pelo espaço, os alunos devem movimentar-se espontaneamente


adequando seus movimentos aos ritmos das músicas tocadas. Ao sinal do
professor, devem:

 Cumprimentar os colegas com diferentes partes do corpo (costas, mãos,


cotovelos, joelhos...);

 Parar na frente de um colega e fazer estátua (animais, objetos...);

 Movimentar-se em diferentes direções (esquerda, frente, direita, diagonal...);

 Movimentar-se realizando diferentes ações (correr, saltar, girar, empurrar,


girar, abaixar...).

Barbatuques

Barbatuques é um grupo musical de origem brasileira (1995) que utiliza


percussões corporais (sapateados, estalos de dedos, palmas, assovios, efeitos de
voz...) para produzir seu som. O resultado é impressionante. O grupo considera que
o corpo é o nosso primeiro instrumento musical. Que tal conhecermos algumas de
suas produções?
HORA DO VÍDEO

1) MEU INSTRUMENTO – PERCUSSÃO CORPORAL – BARBATUQUES.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=i-EPUPpUJNo Acesso
02 out 2016.

2) BAIANÁ – BARBATUQUES / CORPO DO SOM. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=KHyzrYBACcg Acesso 02 out 2016.

3) BARBATUQUES – BAIÃO DESTEMPERADO. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=nB7KbTlkpRw Acesso 02 out 2016.

4) CARCARÁ – BARBATUQUES / CORPO DO SOM. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=9GuvFw9f_XQ Acesso 02 out 2016.

5) PEIXINHOS DO MAR – BARBATUQUES / TUM PÁ. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=xV1KB1iQsWM Acesso 02 out 2016.

INTERAÇÃO

Desafio Barbatuques: Dividir os alunos em pequenos grupos e pedir que


experimentem tirar sons do corpo, que explorem suas particularidades.
Depois disto, desafiá-los a criar uma pequena apresentação para ser
apreciada pelos colegas.
Stomp

Stomp é o nome de um grupo de percussão originário da Inglaterra (1991)


que utiliza o corpo e objetos comuns (vassouras, bolas, calotas, tampas de lixo...)
para criar suas performances fantásticas. O grupo encanta com seu ritmo e
expressividade. Que tal conhecermos algumas de suas produções?

HORA DO VÍDEO

1) STOMP LIVE – parte 1 – BROOMS. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=tZ7aYQtIldg Acesso 30 set 2016.

2) STOMP – WEST END LIVE 2016 – parte 25/26. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=7qQBeIDJiHs Acesso 30 set 2016.

3) STOMP LIVE – parte 2 – MATCHSTICKS. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=93t6bCnAvk4 Acesso 30 set 2016.

4) STOMP MAKES BASKETBALL MUSIC WITH HARLEM GLOBETROTTERS.


Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-YhQwsw03ykAcesso 30
set 2016.

5) STOMP – SUSPENSION. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=5NcnP8W7n8o Acesso 30 set 2016.
INTERAÇÃO

Desafio Stomp: Pedir com antecedência que os alunos tragam materiais


alternativos e também o professor deverá disponibilizar elementos (bastões,
bolas, latas, chocalhos, garrafas pet, vassouras, rodos, apitos, canos...) para
que os alunos possam explorá-los baseados nos vídeos que assistiram. Após
a experimentação dos materiais, os alunos deverão escolher alguns objetos,
se dividir em grupos e criar uma pequena produção para apresentar aos
colegas.

Professor: Insista na importância de todos estarem focados


na atividade para que os trabalhos tenham bons resultados.
Procure mediar a participação de todos nos grupos. Como a
atividade será “barulhenta” (sem chances de não ser),
procure realizá-la num espaço que não prejudique outras
turmas.

“O corpo é a porta de entrada de todo conhecimento e por isso o

entendimento corpóreo se faz fonte para o conhecimento”.

(Martins e Picosque)
UNIDADE 3: O MUNDO DANÇA E ENCANTA

OBJETIVOS

*Perceber as manifestações presentes nas danças em diferentes contextos


históricos;
*Apreciar manifestações rítmicas em diferentes culturas;
*Valorizar a dança como patrimônio cultural da humanidade;
*Identificar os benefícios da dança.
Duração: 6 a 8 aulas

A PRESENÇA HISTÓRICA DA DANÇA NO MUNDO

O dançar está presente em diversas ocasiões da nossa vida, celebra a alegria


e marca de maneira especial momentos como casamentos, formaturas, rituais
religiosos e outros eventos sociais. Então, por que não dançar na escola?
Através da dança emoções são vividas e transmitidas. Perceber a evolução
histórica da humanidade pela dança é enriquecedor. Desde os primórdios da
humanidade o homem se expressa dançando. Laban, fazendo um paralelo entre a
expressão humana através do movimento e a evolução da dança, afirma que:

O desenvolvimento das primeiras sacudidelas do corpo, característicos da


primeira infância, até o domínio estilizado do movimento, usado pelo
adolescente, pode ser comparado ao desenvolvimento das danças
primitivas até as dos tempos modernos. (LABAN, 1978, p. 210).

Para Nanni (2003, p. 7), em qualquer espaço geográfico ou época, a dança


para todos os povos é a “representação de suas manifestações, de seus ‘estados de
espírito’, permeios de emoções, de expressão e comunicação do ser e de suas
características culturais”. Portanto, conhecer e refletir sobre a história da dança é de
suma importância para o desenvolvimento de um trabalho significativo com dança na
escola. Segundo Marques (2012, p. 202), “o conhecimento da história propõe
referências, patamares, solos concretos para problematizarmos, criticarmos e
construirmos hoje uma dança que trace relações com a cidadania contemporânea”.

HORA DA PESQUISA

Estimular os alunos a investigar sobre a evolução da dança desde as


manifestações primitivas até a dança contemporânea. Para isto, dividir a turma
em equipes e sortear entre eles os seguintes tópicos: 1) Dança primitiva; 2)
Dança no Egito; 3) Dança na Índia; 4) Dança na Grécia; 5) Dança na China; 6)
Dança no Renascimento; 7) O surgimento do balé; 8) Dança Moderna; 9) Dança
pós-moderna e 10) Dança contemporânea.

Para auxiliar na pesquisa, o professor pode reservar uma aula no laboratório de


informática, além de disponibilizar materiais para consulta na biblioteca da escola.

HORA DO VÍDEO

História da dança. Disponível em: https://youtu.be/_UHhhNL7YEY Acesso em 13


out 2016.

INTERAÇÃO

Seminário: O professor deverá organizar as equipes que deverão trazer seus


apontamentos escritos, imagens, vídeos ou slides sobre o tema pesquisado
para ser compartilhado com os colegas. O tempo de apresentação deverá ser
combinado previamente.
REFLEXÃO

Após a realização do seminário, fomentar uma reflexão com os seguintes


questionamentos:

 É possível perceber o contexto social e as relações entre os homens nos


diferentes períodos das danças estudadas?

 O que as danças representavam?

 Quem dançava? Com que intenção?

 Mesmo vivendo em realidades/espaços diferentes, é possível que as


pessoas se compreendam através da dança?

MATERIAL COMPLEMENTAR

História da dança - Rosana van Langendonck. Disponível em:


http://luisaguiar.com.br/ufpb/3periodo/danca/DANCA_HISTORIA.pdf Acesso 03
out 2016.

História da dança – Portal Dia a Dia. Disponível em:


http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=102
Acesso 03 out 2016.

Considerações históricas sobre a dança – TADRA, Débora Sicupira Arzua et al.


Linguagem da dança. In: EDITORA IBPEX (Org.). Por dentro da arte. Curitiba:
Ibpex, 2009. Cap. 4. p. 277-301.

BARROS, Jussara De. "Dança"; Brasil Escola. Disponível em


http://brasilescola.uol.com.br/artes/danca.htm Acesso 06 out 2016.
OS BENEFÍCIOS DA DANÇA

A dança é uma forma de expressão corporal que possibilita a interiorização e


a exteriorização de valores. Quando usada pedagogicamente na escola, tem o poder
de despertar o autoconhecimento, propiciar a autocrítica, colaborar para a
construção do respeito às diferenças, estimular a criatividade e desenvolver a
consciência corporal.
Segundo Trada et al (2009, p.277), “a dança é capaz de cantar, escrever,
esculpir e pintar utilizando o corpo [...]. É tão singular que acontece uma única vez –
um movimento nunca consegue ser igual ao outro – e está sempre se modificando e
nos transformando”. As experiências vivenciadas com dança no ambiente escolar se
tornam valiosas para os alunos, podendo servir de incentivo para a sua prática fora
do ambiente escolar, em seus momentos de lazer.
Além de possibilitar a vivência da dança na escola, é importante propiciar
momentos de apreciação desta arte, afinal, como colocam Sborquia e Gallardo
(2006, p. 48) “a dança pode ter sentidos diferentes, de acordo com o significado
dado por quem dança e pode ter diferentes sentidos percebidos por quem aprecia
essa manifestação”.

HORA DE SER PLATÉIA

 Que tal apreciarmos uma dança?

Convidar um grupo ou alguém da comunidade para fazer uma apresentação de


dança e dar depoimentos sobre a presença da dança em suas vidas. Caso não
seja possível, o professor poderá apresentar em vídeo um espetáculo de dança
a sua escolha.
INTERAÇÃO

Após a apreciação da dança e dos depoimentos, propor uma roda de


conversa para que os alunos reflitam e respondam:

 O que senti ao assistir a dança?

 A apresentação me transmitiu alguma mensagem?

 Dança é uma prática possível para todos ou só para profissionais?

“Perdido seja para nós aquele dia em que não se dançou nem uma vez! E

falsa seja para nós toda a verdade que não tenha sido acompanhada por uma

risada!”

( Friedrich Nietzsche)
UNIDADE 4: CONHECENDO, IMPROVISANDO E
CRIANDO COM OS ELEMENTOS DA DANÇA

OBJETIVOS

* Vivenciar diferentes dinâmicas para a compreensão dos elementos


estruturais da dança;
* Estimular composições coreográficas com diferentes formações de grupos,
materiais diversificados, instigando o uso de equipamentos e recursos
tecnológicos nas produções;
* Valorizar o potencial criativo dos alunos, criando de um festival de dança no
colégio para ser apresentado para a comunidade.
Duração: 10 a 14 aulas

Figura 3 - Rudolf von Laban

Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Labanotation1.jpg

Laban nasceu na Bratislava Hungria (1879-1958), foi bailarino e coreógrafo.


Desenvolveu estudos relacionando o movimento às necessidades fisiológicas e
psíquicas do homem, suas sensações e emoções. As suas propostas educacionais
influenciaram e continuam influenciando o ensino da dança em todo o mundo. Para
Marques (2011, p. 92), “Laban trouxe para o mundo da educação referenciais
corporais que instrumentalizaram/instrumentalizam um processo de criação menos
espontaneísta e potencialmente mais consciente”.
Através de minuciosas pesquisas, Laban criou uma teoria que permite a
análise e a anotação da dinâmica expressiva do movimento, o sistema effort/shape
(esforço/forma). As bases deste sistema são a corêutica (a forma do movimento,
sua configuração no espaço) e a eukinética (o esforço empenhado no movimento,
sua qualidade).
O estudo e entendimento da corêutica e da eukinética se faz necessário para
que possamos aplicar um trabalho consciente com dança na escola. Tendo a
oportunidade de uma análise mais profunda e reflexiva dos seus movimentos, os
alunos terão mais chances de serem criativos e autônomos nas suas experiências
ao dançar.
FONTE: Adaptado de RENGEL, Lenira P. Dicionário Laban. Campinas, SP: [s.n.], 2001. Disponível
em: http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000223233 Acesso 13 out 2016.

HORA DO VÍDEO

TEORIAS DO MOVIMENTO DE RUDOLF LABAN. Disponível em:


https://www.youtube.com/watch?v=8rJ1uS3F2TQ Acesso 04 out 2016.
Este vídeo trata sobre a trajetória de Rudolf von Laban, apresenta de forma
simples e com exemplos práticos os estudos da Corêutica e da Eukinética. Editado
por Danilo Santana em 2013.

“A dança é o meio de dizer o indizível, da

mesma forma que a característica da poesia é ultrapassar o sentido estrito das

palavras”. (LABAN)
Professor: Para o trabalho com os conceitos dos
elementos estruturantes da dança, que devem ser
analisados e vivenciados pelos alunos, elaboramos
mapas conceituais para facilitar a compreensão e
visualização.

CORÊUTICA

Estudo da organização espacial


dos movimentos

ESPAÇO PESSOAL ESPAÇO GERAL

Esfera dentro da qual acontece o Local onde a dança acontece (em


movimento (no lugar) deslocamento)

KINESFERA

Fonte: arte.seed.pr.gov.br
INTERAÇÃO

Utilizando um elástico amarrado nas pontas (+ ou – 1,5m), cada aluno deve


vivenciar formas geométricas, explorando todos os ângulos da sua kinesfera.

Movimentando-se pela sala ao som de diferentes ritmos, ao sinal do professor


os alunos realizarão as ações corporais apresentadas em pequenos cartazes
(balançar, cair, saltar, girar, andar, rolar, sentar, levantar, bater palmas...)

Com a turma dividida em quatro grupos, pedir para que escolham quatro
ações da atividade anterior e montem uma sequência de movimentos para
apresentar. Algo simples para ser ensaiado em alguns minutos. Utilizar a
mesma música para que todos trabalhem ao mesmo tempo.

Dividir a turma em três fileiras que devem se movimentar pela sala ao som da
música, quando a musica parar, o primeiro de cada fileira cria uma pose para
os demais imitarem, com apenas um ponto de apoio do corpo no chão, vai
para o final da fila e continua a música. Na próxima vez que a música parar a
pose será de três apoios, depois de cinco, assim como o professor escolher.
Repetir até que todos passem pela posição de primeiro da fileira.

Recortar de revistas e jornais figuras de pessoas em diferentes poses e


espalhar pela sala. Os alunos devem movimentar-se em duplas seguindo o
ritmo da música e ao sinal, a dupla deve parar em frente a uma das figuras e
imitar a pose.

Em duplas, realizar uma sequência de quatro movimentos usando o princípio


de simetria. Lembrar que caso queiram se locomover isto também precisa
acontecer em simetria. Colocar músicas de fundo para a atividade. Repetir a
atividade em trios e quartetos. No final pedir para as equipes apresentarem
suas produções para serem analisadas pelos demais.

Dividir a turma em três equipes e sortear entre eles os níveis baixo, médio e
alto. Cada equipe deverá escolher um tipo de material (bolas, chapéus,
tecidos, bastões, cadeiras, bexigas, arcos...) e criar uma sequência de
movimentos no nível sorteado e com o material escolhido. Após alguns
minutos de ensaio, escolher uma música comum a todos e apresentar suas
produções para os colegas. Lembrando que:

 Nível baixo: os movimentos são executados com maior contato com o


chão, deitado ou sentado.

 Nível médio: os movimentos acontecem de joelhos, de pé com o tronco


abaixado ou de pé com os joelhos flexionados.

 Nível alto: os movimentos acontecem na ponta dos pés, execução de


giros e saltos.

Dispor materiais diversos em forma de circuito pela sala (arcos, bolas,


cadeiras, caixa de papelão, bastões, colchonetes, tecidos...). Dividir os alunos
em grupos para que experimentem movimentar-se com os materiais. Depois
todos irão realizar suas sequências simultaneamente, conforme o ritmo da
música, combinando o tempo de troca para o outro material.

“Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na

busca, não aprendo nem ensino”. (Paulo Freire)


Na Eu kinética, a maneira como as pessoas individualmente utilizam os
fatores é peculiar e faz parte da sua personalidade.

INTERAÇÃO

FLUXO: Dividir a turma em dois grupos, no primeiro momento os alunos


deverão realizar uma sequência de movimentos de fluxo livre ao som da
música Ode To Joy de Beethoven. No segundo momento, pedir para que
criem uma sequência de movimentos de fluxo controlado ao som da música
Don’t Stop The Rock – Freestyle. Ao final, convidar as equipes para
apresentar suas produções.

ESPAÇO: Espalhar 10 cones pela sala e numerá-los de 1 a 10. Escolher 10


alunos para iniciar a atividade, cada um fica ao lado de um cone e deve se
movimentar no ritmo da música. Ao sinal do professor, deverá trocar de cone,
não se esquecendo de acompanhar o ritmo da música, em ordem crescente
dos números afixados nos cones (o aluno do cone 10 vai para o cone 1 e dá
continuidade em ordem crescente). Porém, este deslocamento deve seguir
uma trajetória baseada no desenho mostrado pelo professor, conforme
exemplos nas figuras seguintes.

A B A B

PESO: Para realizar as atividades com peso, utilizaremos músicas calmas.

 Espalhados pela sala com uma bexiga, os alunos deverão lançá-la para
cima e continuar rebatendo com diferentes partes do corpo.
 Em trios, dois alunos frente a frente, o terceiro ao centro com o corpo
enrijecido cai para frente e para trás, sem tirar os pés do lugar. Os colegas
lhe seguram com as mãos espalmadas. Depois de todos passarem pelo
centro, juntar dois trios e realizar a atividade em círculo, o aluno do centro
pode cair também para os lados e diagonais.

TEMPO: Locomover-se pela sala no ritmo da música. Ao sinal e contagem do


professor os alunos devem deitar em oito tempos, em seguida levantar em
oito tempos e continuar se locomovendo. Repetir a tarefa até que todos
consigam realizar ao mesmo tempo, depois propor a mesma atividade em
quatro tempos. Realizar a atividade em duplas e trios de mãos dadas. Será
interessante usar uma música de ritmo lento, uma moderada e outra de ritmo
rápido.

Vamos apreciar algumas apresentações para tentar identificar os elementos


estruturais da dança?

HORA DO VÍDEO

Balé inspirado em Isadora Duncan:


http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6488
Break dança:
http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/video/showVideo.php?video=6489
Grupo Corpo –Triz:
https://www.youtube.com/watch?v=kOHN9Ks93EA
Déborah Colker – Vero:
https://www.youtube.com/watch?v=nuN2YLfcb7Y
Estúdio Corpo - Rio de águas vivas:
https://www.youtube.com/watch?v=gdnjlNAvRT8
Companhia Nós da Dança - Bossa Nossa:
https://www.youtube.com/watch?v=7Dl3lwFGGtc
São Paulo Companhia de Dança:
https://www.youtube.com/watch?v=XiR3LuY8vnI
REFLEXÃO

 O que mais lhe chamou a atenção nos vídeos?

 Foi possível perceber o uso dos elementos da dança?

 Quais elementos conseguiu identificar?

Professor: Caso os alunos não tenham


percebido, enfatize que na maioria das
vezes os elementos se complementam,
acontecem simultaneamente.

ACEITA ESTA DANÇA?

Agora que já conhecemos e vivenciamos os elementos estruturais da dança,


chegou a hora de mostrar que somos capazes de produzir dança, e que usando a
criatividade podemos nos superar e encantar.
A improvisação e a composição coreográfica são ações importantíssimas no
trabalho com dança nas escolas. Para Marques (2012, p. 35), “tanto uma como a
outra são formas de fazer-pensar dança [...] são esses dois processos que mais
permitem aos alunos experimentar, sentir, articular e pensar a arte como criadores e
participantes do mundo”.
Coreografar uma dança será um desafio para os alunos, através deste
desafio terão a chance de colocar em prática o que aprenderam durante as aulas. O
respeito às individualidades será o ponto de partida para a realização de um bom
trabalho. “A importância do trabalho em grupo está em valorizar a interação aluno-
aluno e professor-aluno como fonte de desenvolvimento social, pessoal e intelectual”
(BRASIL, p. 40).
INTERAÇÃO

Embasados nos conhecimentos construídos ao longo das unidades, propor


aos alunos que se organizem para criar uma coreografia que será apresentada num
festival de dança elaborado com a ajuda de todos.
Neste momento é muito importante que o professor atue como mediador, são
os alunos que deverão escolher o tema para o festival, as músicas, utilização de
materiais diversificados e alternativos, formas de organização de grupos, uso de
tecnologias no processo de pesquisa, elaboração e na apresentação dos trabalhos.
Cabe ao professor verificar a disponibilidade do espaço e dos recursos
audiovisuais para a realização do festival de dança, bem como organizar o tempo
para o ensaio das equipes.
A participação dos alunos deve ser espontânea, lembrando que para os mais
tímidos sempre haverá uma função na produção do evento onde possam se
encaixar.
É importante promover um ambiente criativo, incentivar, instigar, acreditar nos
nossos alunos... Eles com certeza irão surpreender!

TRABALHO INTERDISCIPLINAR

Língua Portuguesa: Elaboração do folder para divulgação do festival de


dança.

Arte: Auxiliar na construção e montagem do cenário, figurino, maquiagem e


ensaios para o festival de dança.
UNIDADE 5: AVALIANDO O PROCESSO

OBJETIVOS
*Avaliar o processo de ensino e aprendizagem com dança criativa proposto neste
caderno pedagógico;
*Valorizar e agradecer a participação dos alunos no projeto;
*Incentivar a continuidade da prática da dança.
Duração: 2 aulas

A avaliação formativa, escolhida neste caderno pedagógico, “não tem como


objetivo classificar ou selecionar. Fundamenta-se nos processos de aprendizagem,
em seus aspectos cognitivos, afetivos e relacionais; fundamenta-se em
aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se
atualizam o quanto for preciso para que se continue a aprender” (ZACHARIAS,
2008, p.3).

INTERAÇÃO

Reaplicar o questionário da Unidade 1

Realizar uma roda de conversa para que alunos e professor se autoavaliem e


possam expor suas opiniões sobre as atividades realizadas e o festival de
dança. Neste momento, os alunos devem ter em mãos o Diário das
Sensações para que possam compartilhar os apontamentos realizados
durante o projeto.

Professor: Cada realidade exige diferentes


estratégias, nossa intenção foi apontar caminhos
possíveis e aguçar sua criatividade. Esperamos ter
contribuído, parabéns por dançar na escola.

OBRIGADA!
REFERÊNCIAS

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino


Médio. Parte 2, Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: MEC/SEF, 2000.
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/14_24.pdf Acesso em 10 out
2016.

FREIRE, J.B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 1ª ed.
São Paulo: Scipione, 2010.

FRENDA, Perla et al. Arte em interação.1ª ed. São Paulo: IBEP, 2013.

GUALDA, Luciana Rosa; SADALLA, Ana Maria Falcão de Aragão. Formação para o
ensino de dança: pensamento dos professores. Diálogo Educacional, Curitiba, v.
23, n. 8, p.207-220, jan/abr 2008.

LABAN, Rudolf . Domínio do movimento: [ed. Organizada por Lisa Ullmann]; [trad.
Anna Maria Barros De Vecchi e Maria Sílvia Mourão Netto] São Paulo: Summus,
1978.

MARQUES, Isabel A.. Dançando na escola. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

______. Ensino de dança hoje: textos e contextos. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

MERLEAU-PONTY, M. A fenomenologia da percepção. Tradução de Carlos


Alberto Ribeiro de Moura. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

NANNI, D. Dança educação: pré-escola à universidade. 4ª ed. São Paulo: Sprint,


2003.

PARANÁ, Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Educação Física. SEED.


Curitiba, 2008.

______. Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio: Formação


Continuada para os Professores do Ensino Médio do Estado do Paraná. Secretaria
de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de
Educação Básica. – Curitiba: SEED – PR, 2014. Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/pacto_nacional_em/caderno2
_seed.pdf Acesso em 11 out 2016.

PICOSQUE, Gisa; MARTINS, Mirian Celeste. Revelações do corpo: estesia,


conhecimento. In: MARTINS, Mirian Celeste; PICOSQUE, Gisa. Mediação cultural
para professores andarilhos na cultura. 2. ed. São Paulo: Intermeios, 2012. p.33-
39.

RENGEL, Lenira P. Dicionário Laban. Campinas, SP: [s.n.], 2001. Disponível em:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000223233 Acesso 13
out 2016.

SBORQUIA, Sílvia P.; GALLARDO, Jorge S. P. A Dança no Contexto da Educação


Física. Ijuí: Unijuí, 2006.

STRAZZACAPPA, Márcia. A educação e a fábrica de corpos: a dança na escola.


Cadernos Cedes, v. 21, n. 53, p. 69-83, 2001. Disponível em:
https://scholar.google.es/scholar?cluster=5722544325968237162&hl=pt-
BR&as_sdt=0,5 Acesso em 27 set 2016.

TADRA, Débora Sicupira Arzua et al. Linguagem da dança. In: EDITORA IBPEX
(Org.). Por dentro da arte. Curitiba: Ibpex, 2009. Cap. 4. p. 272-339.

WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland. O corpo fala: a linguagem silenciosa da


comunicação não-verbal. 74. Ed. Petrópolis: Vozes, 2015.

ZACHARIAS, Vera L. C. Avaliação Formativa e seus sentidos de melhoria do


processo de ensino e aprendizagem. Salvador – BA. 2008. Disponível em:
http://www.portal.educacao.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-
virtual/espaco-praxis-
pedagogicas/AVALIA%C3%87%C3%83O/avaliacao%20formativa.pdf Acesso em 15
out 2016.

Você também pode gostar