Você está na página 1de 2

CARBOIDRATOS

GLICOCONJUGADOS

Neste capítulo iremos abordar a capacidade dos carboidratos em atuar como


transportadores de informação. Já aviso a todos vocês que esse é um dos
assuntos mais complicados dentro do nosso estudo dos carboidratos, por isso se faz
necessário ter conhecimento aprofundado sobre os polissacarídeos, especialmente
dos glicosaminoglicanos.

Se você tiver com tudo dominado, vamos seguir! Nós preparamos um capitulo
didático e focado em apenas o que um estudante de medicina precisa saber.

Para aturarem como transportadores de informação, os carboidratos em suas


formas de oligossacarídeo e até mesmo polissacarídeo atuam em ligação com
outras moléculas, seja ela uma proteína proteoglicanos e glicoproteínas – ou um
lipídeo – glicolipídeos e lipopolissacarídeos. A esse conjunto formado damos o nome
de glicoconjugado.

Nosso primeiro grupo de estudo são os glicoconjugados formados a partir de


ligações com proteínas, os proteoglicanos e as glicoproteínas. Primeiro, como
vamos diferenciar um do outro? Os proteoglicanos são macromoléculas – no caso,
grandes polissacarídeos – formadas pela ligação de glicosaminoglicanos sulfatados
(como o heparan-sulfato ou o sulfato de condroitina) a proteínas que estão
presentes na membrana celular, intracelular ou na matriz extracelular.

Já as glicoproteínas são moléculas menores, com monômeros mais diversos


formando os polissacarídeos. Encontramos glicoproteínas no glicocálice, matriz
extracelular e sangue, por exemplo.

Abrimos um parêntese aqui: você pode ter visto em algumas fontes que
glicoproteínas e proteoglicanos são a mesma coisa. De uma forma simplista,
podemos dizer que sim, já que ambos são moléculas de carboidratos, sejam
oligossacarídeos ou polissacarídeos, ligados covalentemente a proteínas. Mas
quando observamos as características aqui apresentadas, podemos concluir que
não são moléculas totalmente similares.

Você viu sobre proteoglicanos e glicoproteínas, entendeu suas estruturas e


conseguiu visualizar a diferença entre as moléculas. E agora? O que isso tudo tem
haver com medicina?

Já ouviu falar na antitrombina? Ela é uma glicoproteína produzida no fígado


responsável por desativar diversas enzimas da cascata de coagulação. Entender o
modo que ela age é fundamental para a base farmacológica dentro da propedêutica
clínica. Ao se ligar ao domínio específico do glicosaminoglicano heparan-sulfato,
presente na molécula de um proteoglicano transmembrana, a antitrombina sofre
alteração conformacional, o que permite, por exemplo, a ligação com o Fator Xa,
impedindo então, a coagulação.

Agora com certeza você já deve ter ouvido falar em diversas glicoproteínas! As
imunoglobulinas, como IgE ou IgG são todas glicoproteínas; além desses, os
hormônios do ciclo menstrual – folículo-estimulante (FSH) e o luteinizante (LH) – são
também exemplos de glicoproteínas.

Percebeu o que todas essas moléculas descritas acima têm em comum? Todas são
responsáveis por transmissão de informação! Seja entre células de defesa, seja com
ação parácrina hormonal, por exemplo.

Por fim, para encerrar nosso capítulo, vamos citar superficialmente os


glicoconjugados lipídicos, pois estes apresentam funções e características
específicas que não serão abordadas nesse módulo.

De maneira geral, todos os glicoconjugados lipídicos apresentam cadeias


oligossacarídicas ligadas covalentemente a lipídeos; chamamos todos esses de
glicolipídeos. Quando esse lipídeo é parte da bicamada lipídica da membrana
celular, chamamos de glicoesfingolipídeos. O cérebro e os neurónios são ricos em
glicoesfingolipídeos; já os lipopolissacarídeos são representados pelos lipídeos
que são ligados a polissacarídeos, formando então uma grande molécula.

Você também pode gostar