SEXTA-FEIRA SANTA: AMOR PÚBLICO

Leitura: Mateus 27

1. Esse foi o dia mais sombrio da história da humanidade, embora a maioria das
pessoas nem tenham ideia disso.
2. Nenhum acontecimento foi mais trágico e nenhum evento irá se igualar a ele.
3. Nenhum sofrimento foi tão injusto quanto este, já que nenhum ser humano foi
tão justo e santo quanto Cristo.

UM POUCO DA HISTÓRIA...
1. O dia judaico amanhece com a noite ( 18:00 - 06:00). E Jesus está no Jardim do
Getsêmani clamando ao Pai em lágrimas.
 Ele sabe o que está por vir.
 Seus discípulos apenas dormem.
 E um dos seus O trai com um beijo.

2. Jesus é levado para a casa de Anás, um ex-sumo sacerdote, que o questiona

sobre seu ensino.
 Anás é frustrado com seus questionários e empurra Jesus a Caifás, o
atual sumo sacerdote.

3. Na casa de Caifás, o julgamento começa rapidamente. O conselho precisa dá

um veredito condenatório.
 Caifás o interroga se Ele é realmente o filho de Deus.
 Jesus confirma que sim!
 Em um teatro religioso, Caifás rasga as suas vestes e declara a Cristo
como culpado (Mt 26.65).
 Ao amanhecer:
 Judas se enforca;
 Pedro se agita pela dor de sua falha (negar seu salvador);
 E Cristo está com o rosto coberto de sangue dos murros na
casa de Caifás e de saliva dos membros do conselho.
 A condenação do conselho era a morte de Jesus, mas como eles não
tinham poder para executar, recorrem ao governador da época,
Pilatos.

4. Pilatos não vê com bons olhos a situação:

 O conselho chega muito cedo pela manhã para o julgamento.
 Começa um jogo de disputa entre Pilatos e o Sinédrio.
 Pilatos tentando de eximir desse julgamento, manda que Herodes
Antipas (governador da Galiléia e poderia julgar Jesus, já que Ele era um galileu ),
julgue o caso, mas Antipas devolve Jesus a Pilatos ( governador da Judeia,
região onde fica a cidade de Jerusalém) - Lucas 23.
 Pilatos tenta outra movimentação. Ele oferece a libertação de Jesus
como um prisioneiro perdoado pela Páscoa ( costume da época).
  Mas o Sinédrio se movimenta e articula junto com o povo a
soltura de Barrabás, um perigoso ladrão, ao invés de Cristo.
 Pilatos tenta novamente outra ação, açoitar Jesus severamente e
depois libertá-lo.
 Mas o Sinédrio novamente se movimenta e pede a crucificação
de Jesus junto ao povo.
 Pilatos tenta junto ao Sinédrio convencê-los de libertar a Jesus.
 Mas o Sinédrio dá a sua cartada final: “Se soltas a este, não és
amigo de César! Todo aquele que se faz rei é contra César!” (Jo
19.12).
 Pilatos se sente encurralado e obrigado a atender a solicitação
de crucificação.

5. Jesus agora é brutalmente espancado e humilhado pelos guardas romanos

(cusparadas, coroa de espinhos e chicotadas).
 Anda por alguns minutos com a cruz nas costas, mas depois é
“ajudado” por Simão Cirineu.
 Em seguida, Ele chega no Gólgota (lugar de Sua crucificação).
 Uma placa acima de sua cabeça, tenta zomba-Lo: O REI DOS
JUDEUS.
 Ele é crucificado ao lado de dois ladrões. E ao redor dele estão
pessoas curiosas e escarnecedoras - “salvou os outros e não salva a
si mesmo? Salve-se, se de fato você é o Cristo.” (Mt 27.38-44)
 Por volta das três horas da tarde chega o momento mais agonizante
para Jesus: a ira do Pai O atinge e Ele brada: “Deus meu, Deus meu,
por que me desamparaste” (Mt 27.46).
 Nesse momento Ele se tornou maldição em nosso lugar ( Gl 3.13) e
carregou todo o nosso pecado (2Co 5.21).
 Por isso que Cristo é perfeito:
 Nenhum amor se compara ao dEle – Jo 15.13 (dar a vida pelos
seus amigos);
 Ninguém foi tão humilde quanto Ele – Fl 2.7-8 (se esvaziar e viver
na forma humana);
 Ninguém nunca foi tão obediente ao Pai quanto Ele – Hb 5.8
(obediente até a morte).
 Suas palavras finais: “Está consumado!” - Jo 19.30.

6. Uma ironia surge com sua morte. Quem se apresenta para reivindicar ser
corpo não é ninguém da família, nem seus discípulos, mas dois membros do
Sinédrio: José de Arimateia (Mt 27.57-60) e Nicodemos (Jo 19.38-40).

OS AGENTES DA HISTÓRIA...
1. Temos vários personagens que planejaram o mal contra Jesus nessa
história:

2. A NAÇÃO JUDAICA:
 O próprio povo de Deus entregou seu salvador para o império
opressor.
  Todo judeu aguardava pelo seu libertador, mas quando Ele chegou,
eles não O reconheceram e O rejeitaram – Jo 1.11.

3. JUDAS ISCARIOTES:
 O amor de Judas ao dinheiro fez dele a primeira peça nessa
engrenagem da morte de Cristo.
 Jesus já vinha prevendo isso. No início o traidor não tinha nome, até
que surge um de dentro do Seu círculo íntimo.
 Toda a ação de Judas foi profetizada no AT:
 Seria um amigo próximo - Sl 41.9;
 Seria por 30 moedas de prata – Zc 11.12-13.

4. LÍDERES RELIGOSOS:
 Jesus já havia anunciado sobre isso – Mt 20.18-19.
 No dia em que o Messias escolhido por Deus foi injustamente
executado, os principais mandante eram os oficiais formais do povo
escolhido de Deus.

5. PILATOS:
 Este teve sua culpa em tudo isso, mesmo tentando limpar as mãos do
caso, mas não conseguiu se livrar do problema.
 Ele com autoridade local, poderia ter posto um fim naquele que caso
que ele mesmo julgava como pequeno.
 Não encontrar culpa em Jesus, se tornou a culpa de Pilatos, porque
ele não O absorveu. No final, ele acabou se unindo a iniquidade dos
líderes religiosos.

6. NÓS:
 Lendo a Bíblia descobrimos que não são apenas Judas, Pilatos, os
líderes religiosos e o povo os envolvidos.
 Descobrimos o nosso próprio mal também nisso tudo. Nós entregamos
Cristo também para a crucificação:
 Cristo morreu por nossos pecados – 1Co 15.3;
 Ele foi entregue por causa das nossas transgressões - Rm
4.25;
 Ele se entregou por nossos pecados – Gl 1.4;
 Ele carregou em Seu corpo, sobre o madeiro, os nossos
pecados – 1Pe 2.24.

7. DEUS TORNOU TUDO ISSO EM BEM:

 Deus estava agindo. Ele estava executando o seu maior bem por meio
do nosso maior mal.
 Por detrás de todos esses agentes, a mão de Deus estava em
ação, não se fazendo culpado pelo mal, mas sempre agindo
para o nosso bem final.
 Pedro pregou com essa convicção:
 Jesus foi entregue pelo determinado desígnio ( intuito, finalidade) e
presciência de Deus – At 2.23.
 E os primeiros cristãos oraram também com esta convicção:
  Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel,
fizeram tudo o que a tua mão e o teu propósito
predeterminaram – At 4.27-28.
 A frase de José do Egito nunca soou tão bem quanto naquele dia:
 Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o
tornou em bem – Gn 50.20.
 Satanás e o homem pecador planejaram o mal para essa sexta-feira,
mas o nosso bondoso Deus a tornou para o bem, e por isso nós a
chamamos de sexta-feira santa.

APLICAÇÃO

1. A morte de Cristo não foi um acidente. A cruz existiu por causa do plano
divino e do ato voluntario de Cristo em nosso favor.

2. A morte de Cristo é a mensagem central da Bíblia:

 Nós não somos salvos por nossas obras, elas são más.
 Nós não temos mérito algum em nossa salvação, é tudo graça, é um
favor divino por nós.
 Não é por meio das atividades espirituais que encontramos salvação
(orar, ler a bíblia, santificar, evangelizar, servir aos irmãos ), mas somente por
Cristo.

3. A morte de Cristo abriu um novo e vivo caminho para Deus. Ele pagou todas
as nossas dívidas. Agora nos achamos perdoados em Cristo e com liberdade
de entrar na sala do trono e adorarmos ao nosso Deus.

4. Somos salvos pela graça mediante a fé na morte de Jesus na cruz.

 Somos salvos da justa ira de Deus contra os nossos pecados, por
causa da morte de Cristo na cruz.
 A morte de Cristo na cruz nos salvou para:
 termos paz com Deus;
 sermos santos;
 e nos reunirmos com o povo de Deus.

5. Portanto, não abuse da cruz, mas adore ao Senhor aos pés dela.