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Paixão de Cristo – Paróquia Nossa Senhora Aparecida

“Não poupou a seu próprio Filho, mas entregou-o por nós todos” (Rm 8, 32)

No salão, o padre explica para o público como ocorrerá o teatro e na sequência inicia-se a
procissão em direção a Igreja, onde ocorrerá o decorrer da peça.

CENA 1: ADORAÇÃO A CRUZ

Saída em procissão em direção da Igreja com velas – a procissão vai a frente com um grupo de
homens carregando a imagem do Cristo morto.

Músicas da Procissão: Adoração a Cruz / Eu confio em nosso Senhor / Prova de Amor.

Ao chegar na Igreja, Cristo já estará crucificado, com a Virgem Maria aos seus pés. Chegando
ao presbitério, os integrantes se dispersarão, permanecendo apenas a família que irá iniciar um
diálogo a respeito do mistério da Paixão.

CAROL: Mamãe, o que aconteceu com Jesus?

NEUSA: Meninas venham aqui, vou contar para vocês...

(Incluir + textos)

Após explicar brevemente para as filhas, as luzes se apagam e inicia a música Canção a Beata
Elena Guerra – Josi Michalischen.

CENA 2: PROFECIA DE SIMEÃO, FUGA PARA O EGITO E PERCA NO TEMPLO

Maria e José entram com Jesus no colo em direção aos sacerdotes para apresentar o pequeno
Jesus.

SIMEÃO: Agora, Senhor, deixai o vosso servo ir em paz, segundo a vossa palavra. Porque os
meus olhos viram a vossa salvação que preparastes diante de todos os povos, como luz para
iluminar as nações, e para a glória de vosso povo de Israel.

Enquanto Simeão fala, José e Maria acompanham atentos sua fala. Simeão retorna o olhar para
Maria e diz:

SIMEÃO: Eis que este menino está destinado a ser uma causa de queda e de soerguimento
para muitos homens em Israel, e a ser um sinal que provocará contradições, a fim de serem
revelados os pensamentos de muitos corações. E uma espada transpas-sa-rá a tua alma.

PENSAMENTO DE MARIA: Seria verdade tudo aquilo? Será que não fui vítima de uma
alucinação? Meu Senhor, eu me abandono em ti. Faça-se em mim segundo a tua vontade.

Apagam-se as luzes enquanto prepara-se o cenário para a casa de Jesus.

José e Maria retornam para o centro com o pequeno Jesus no colo, surge uma voz masculina:

VOZ MASCULINA: José, levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até
que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para o matar.

Enquanto José se apronta para fugirem, Maria nina o menino em seu colo enquanto ecoa seu
pensamento.

PENSAMENTO DE MARIA: Por que Herodes procura por meu menino? Que mal lhe fez, para
que o rei queira acabar com ele? Para o Egito? Por que não para a Samaria, a Síria ou o Líbano,
onde Herodes não é rei? Como vamos ganhar a vida? Que língua vamos ter de falar? Em que
tempo haveremos de rezar? Até quando teremos de ficar?
Ah, Senhor meu, me abandono em silêncio em tuas mãos. Faze de mim o que queres, estou
disposta a tudo, aceito tudo. Lutarei com unhas e dentes para defender a vida do menino e minha
própria vida, mas durante a luta e depois, entrego em tuas mãos a sorte de minha vida.

José e Maria partem para o Egito, ao saírem, entoa-se um trecho da música “Virgem das Dores
– Banda Arkanjos”.

Apagam-se as luzes, Jesus retorna em cena já criança e José lhe ensina seu oficio de carpinteiro.

PENSAMENTO DE MARIA:

Apagam-se as luzes, enquanto começa o barulho da multidão. Ao acender as luzes, Maria está
procurando Jesus, enquanto ela procura o menino, entoa-se seu pensamento.

PENSAMENTO DE MARIA: Meu filho, onde estarás? Afastou-se de minha vida, mas não de
meu coração. Renuncio até minha própria vida para o tê-lo em meus braços novamente. Por
piedade! Senhor, uni-me estreitamente convosco e não permitais que ainda venha separar-me
de Vós novamente.

Maria e José interagem com a plateia, perguntando sobre Jesus e após alguns minutos, Jesus
entra em cena despedindo-se de alguns sacerdotes quando Maria o encontra.

MARIA: Meu filho, o que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de
aflição.

JESUS: Por que me procurava? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?

Os três se despedem das demais pessoas e saem de cena pelo corredor central, entoa-se
novamente um trecho da música “Virgem das Dores – Banda Arkanjos”.

Apagam-se as luzes para a mudança de cena.

CENA 3: ENTRADA EM JERUSALÉM

PENSAMENTO DE MARIA: explicando sobre a vida pública de Jesus e o coração apreensivo


de Maria.

Enquanto Jesus entra pelo corredor central com um grupo de pessoas, entoa-se a música
“Mantos e Palmas”.

Ao chegarem no centro e os personagens se dispersão, apagam se as luzes e entra Maria em


cena se mostrando inquieta, enquanto sua voz ecoa contando os próximos fatos até o
julgamento.

PENSAMENTO DE MARIA: Eu sabia que a hora havia chegado, eu sentia em mim. Eu e meu
filho, tão intimamente ligado um com o outro, meu menino, meu eu tão amado menino, mas como
em muitas vezes, voltei meu olhar para o altíssimo.

Maria ajoelha-se.

PENSAMENTO DE MARIA: Meu Senhor, Meu Deus! O meu filho, aquele que esteve aqui dentro
do meu ventre, que eu cuide e dei todo meu amor está passando por momentos terríveis, estão
insultando e maltratando meu Jesus.

Sinto a angústia que ele vivenciou no horto, seu amigo o entregou nas mãos daqueles soltados,
um amigo que tantas vezes compartilhou de momentos conosco. Senhor, um amigo que ele
confiava, mas que agora o traíste. E agora ele está naquele cárcere, preso como um bandido
qualquer.

Ah, meu Senhor, meu coração de mãe está atado e só me resta confiar no seu plano, cuida do
meu Jesus, sinto que ele está terrivelmente esgotado, com toda clareza sei que ele me chama,
não quero que ele se sinta sozinho, ele precisa de mim.
Maria levanta-se e vai ao encontro dos outros discípulos, junta-se as mulheres e parte ao
encontro do Filho.

, muda o cenário para o palácio de Pilatos. Jesus está posicionado na lateral com dois soldados
e ao outro lado o sumo sacerdote. Maria, João e Maria Madalena entram pelo corredor central e
se posicionam próximos ao cenário.

Toca uma marcha e um soldado vai a frente dizendo:

SOLDADO: O governador, Pôncio Pilatos, representante de César em Roma.

CAIFAS: Pilatos, eis ai Jesus de Nazaré, para tu julgares. És a tua missão!

Pilatos se aproxima de Jesus.

PILATOS: És tu o Rei dos Judeus?

JESUS: Dizeis isto de ti mesmo ou foram outros que te disseram de mim?

PILATOS: Por acaso sou judeu, para me interessar por tais misérias? Teu povo e seus
sacerdotes entregaram-te a mim, o que fizeste?

JESUS: O meu reino não é deste mundo, se o meu reino fosse deste mundo, eu teria servidores,
que combateriam por mim, para não me deixar cair nas mãos dos judeus, mas o meu reino não
é deste mundo.

PILATOS: Então tu és rei?

JESUS: Eu nasci e vim a este mundo para dar testemunho da verdade e todo que é da verdade,
atende à minha voz.

Voltando-se para os sacerdotes, Pilatos diz:

PILATOS: Não encontro nele culpa alguma dos crimes que o acusais.

CAIFAS: Isso é um absurdo!

PILATOS: Nada a contra ele que lhe faça merecer a morte.

ANÁS: Mas isso é uma irresponsabilidade!

PILATOS: Vou, portanto, dar-lhe a liberdade.

CAIFAS: Vais pôr em liberdade o criminoso que aqui o trazemos?

ANÁS: Um homem submetido ao nosso conselho e considerado réu de morte.

Entra em cena a esposa de Pilatos.

CLAUDIA: Pilatos, meu bem, não se envolva com esse homem justo pois essa noite em sonho
sofri muito por conta dele.

PILATOS: Estás certo de que ele não é louco.

CAIFAS: Zomba de nós, publicamente, Pilatos.

ANÁS: Este homem é réu de morte!

Neste momento todo o povo da cena faz barulho e grita que ele deve morrer enquanto os
sacerdotes o agitam.

Pilatos tenta acalmar o povo.

PILATOS: Em ocasião da Páscoa, eu sempre dou a liberdade a um prisioneiro. Em nossa prisão


encontra-se Barrábas. A quem quereis que eu liberte?
O povo grita em coro: Solte Barrábas, solte Barrábas.

PILATOS: Jesus ou o assassino Barrábas?

O povo grita em coro novamente: Solte Barrábas, solte Barrábas.

PILATOS: Mas o que quereis que eu faça ao Rei dos Judeus?

ANÁS: A morte!

O povo grita em coro: Crucifica-o, crucifica-o.

PILATOS: Vou castiga-lo e dar-lhe a liberdade!

Dirigindo-se para os soldados, Pilatos diz:

PILATOS: Soldados, acoite-o.

Pilatos se retira e os soldados carregam Jesus para açoita-lo. Após isso, o povo continua a gritar
para crucifica-lo. Os soldados trazem Jesus novamente, Pilatos também retorna e diz:

PILATOS: Eis que apresento vos Jesus de Nazaré, eis o homem.

ANÁS: Crucifica-o, crucifica-o.

O povo volta a gritar junto: crucifica-o, crucifica-o.

Pilatos anda pensativo de um lado para o outro.

PILATOS: Tomai-o e crucificai-o, vós.

CAIFAS: Pilatos, sabeis que o direito de morte nos foi tirado.

ANÁS: Nós temos uma lei e segundo está lei ele deve morrer.

O povo volta a gritar junto: crucifica-o, crucifica-o.

CAIFAS: Ele deve morrer pois se diz filho de Deus.

Pilatos volta o olhar para Jesus e diz:

PILATOS: De onde és tu? Quem és tu?

Levantam graves acusações contra ti, pedem que eu te condene e nada dizes.

Jesus não fala nada e Pilatos retorna a dizer:

PILATOS: Não sabes que eu tenho o poder para te crucificar ou te salvar?

JESUS: Poder algum teria sobre mim se do alto não te fosse dado. Por isso, maior pecado tem
quem me entregou a ti.

PILATOS: Trazei Barrábas.

O povo grita: viva Barrábas, viva.

Pilatos olha para o povo e diz:

PILATOS: Eis que cumpro minha palavra, Barrábas é livre.

O povo grita novamente: viva Barrábas e crucifica Jesus.

Pilatos olha para um de seus servos e diz:

PILATOS: Traga-me uma bacia com água!

Enquanto Pilatos lava suas mãos ele diz:


PILATOS: Eu não sou responsável pelo sangue deste homem, este é um problema de vocês.

O povo grita novamente: crucifique-o, crucifique-o.

Voltado para os soldados, Pilatos diz:

PILATOS: Crucifiquem-no!

Os soldados levam Jesus para trás e batem nele, enquanto o povo continua gritando. Todos se
retiram de cena, ficando apenas Maria, sofrendo com a dor do Filho, neste momento seu
pensamento torna a expressar sua dor silenciosa.

PENSAMENTO DE MARIA: Eu sabia que a hora havia chegado, eu sentia em mim. Eu e meu
filho, tão intimamente ligado um com o outro, meu menino, meu eu tão amado menino, mas como
em muitas vezes, voltei meu olhar para o altíssimo.

Meu Senhor, Meu Deus! O meu filho, aquele que esteve aqui dentro do meu ventre, que eu cuide
e dei todo meu amor está passando por momentos terríveis, estão insultando e maltratando meu
Jesus.

Sinto a angústia que ele vivenciou no horto, seu amigo o entregou nas mãos daqueles soltados,
um amigo que tantas vezes compartilhou de momentos conosco. Senhor, um amigo que ele
confiava, mas que agora o traíste.

E agora ele está naquele cárcere, preso como um bandido qualquer.

Ah, meu Senhor, meu coração de mãe está atado e só me resta confiar no seu plano, cuida do
meu Jesus, sinto que ele está terrivelmente esgotado, com toda clareza sei que ele me chama,
não quero que ele se sinta sozinho, ele precisa de mim.

CENA 5: VIA DOLOROSA

Ainda com as luzes apagadas, ecoam-se os gritos de sofrimento de Jesus. Ao acender as luzes,
Jesus vem entrando pelo corredor central com sua Cruz e Maria vai de encontro a dEle.

Maria faz um carinho em sua face, enquanto uma voz feminina diz:

PENSAMENTO DE MARIA: E então nossos olhos se encontraram! Meu filho procurava em meus
olhos o que precisa encontrar, fé. Fé e esperança. Foi tão rápido que não pudemos nos dizer
nada, somente olhar-nos, foi o suficiente, eu vi sua dor e ele a minha.

Ele viu minha fé, bebeu dela, se saciou com ela. Enquanto eu estava consciente de que se
apoiava em mim e suportei o peso de todo um Deus que precisava da ajuda de um ser-humano,
ainda que também este Deus seja um homem e esse ser-humano seja sua mãe.

Achei que o peso iria me esmagar, mas eu mesma me agarrei a outro Deus, ao mesmo e único
Deus, Aquele a quem chamamos de Pai. Enquanto um me apoiava, eu apoiava o outro, como
se trata-se de uma estranha ponte, como se através de mim a divindade se coloca-se em contato
consigo mesma.

Os soldados afastam Maria de Jesus e continuam a açoita-lo enquanto ele segue com sua Cruz,
seguido pelo cortejo do sumo sacerdotes enquanto os soldados zombam dele.

Um soldado se dirige a Simão Cirineu e o recruta para carregar a Cruz.

SOLDADO: Venha homem o ajude.

SIMÃO CIRINEU: Eu não fiz nada, o que é que eu fiz? Eu não conheço este homem.

Mesmo contrariado, Simão ajuda Jesus e seguem o caminho.


Dentre o povo que acompanhavam Jesus, apareceu uma mulher chamada verônica, e ela se
aproximou e enxugou o rosto de Jesus.

VERÔNICA: Vejam estão matando a única e derradeira luz. O filho de Deus.

Novamente sentindo o peso de nossos pecados, Jesus cai pela segunda vez.

Uma grande multidão o acompanhava e umas mulheres que batiam no peito e faziam
lamentações, disseram aos soldados:

MULHERES: Condenem a mim, e não a esse homem que é inocente.

JESUS: Filhas de Jerusalém não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e por vossos
filhos, porque a de vir quem que se dirá: felizes aqueles que não tem filhos.

Já não suportando mais o peso, mais uma vez Jesus cai por terra.

Chegando ao lugar chamado Calvário, Jesus é despojado de suas vestes e crucificado. Junto
com ele crucificaram dois ladrões, um de cada lado e puseram na cruz sobre a cabeça de Jesus
um letreiro que dizia: Jesus de Nazaré, o rei dos judeus.

Depois de terem crucificado Jesus, os soldados pegaram suas roupas e as dividiram em quatro
partes, uma para cada soldado, quando chegou a vez da túnica, eles decidiram tirar a sorte para
ver com quem ficava a túnica.

SOLDADO 1: Ele confiou em Deus, se Deus o ama que o livre agora.

JESUS: Meu pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.

LADRÃO RUIM: Se tu és Cristo, salva-te a ti mesmo e a nós.

LADRÃO BOM: Cala-te, nós recebemos o castigo que merecemos. Mas este homem, nenhum
mal fez. Senhor, lembre-te de mim, quando estiveres em teu reino.

JESUS: Em verdade, em verdade te digo, hoje mesmo estarás comigo no paraíso.

Ao levantar a cabeça, Jesus se depara com sua Mãe, Maria, junto de João, seu discípulo amado.

JESUS: Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí sua mãe.

Maria abaixa a cabeça, ao lado de João, enquanto uma voz feminina diz:

PENSAMENTO DE MARIA: Minha obra, meu filho estava a morrer e Deus que o havia dado a
mim, agora o tirava, tirava-o de mim, privando da vida que Ele lhe dera.

Tirava de mim, suplicando-me que admitisse outro, outros, em seu lugar e que eu amasse esses
outros, incluindo os assassinos de meu filho, como ele amava.

Enquanto ele morria, eu também morria. Enquanto ele experimentava a união absoluta com o
Pai, eu perdia tudo. A fim de que a partir deste momento eu não tivesse nada, nada a dizer, do
que um somente Deus, que se sobrepunha inclusive aos legítimos sentimentos de mãe.

Após Maria se levantar e posicionar-se ajoelhada na lateral, Caifas toma o centro dizendo:

CAIFAS: Ó tu que destróis o templo de Deus e reconstrói em apenas três dias, salva-te a ti
mesmo se és filho de Deus, desce da cruz.

ANÁS: Ele que salvou os outros não pode salvar a si mesmo.

CAIFAS: Se és rei de Israel, desce da cruz e nós creremos em ti.

Quando chegou perto do meio dia uma escuridão cobriu toda a terra e as 15h horas da tarde
Jesus bradou com um forte grito:

JESUS: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?


CENTURIÃO: Vejam, ele chama por Eli, vamos ver se Eli vem livrá-lo.

JESUS: Tenho sede.

SOLDADO 2: Vejam, ele está com sede, vamos dar vinagre a ele.

Depois de colocarem vinagre em sua boca, Jesus soltou um outro grito:

JESUS: Tudo está consumado. Meu pai em tuas mãos entrego meu Espírito.

Neste momento apagam-se as luzes e sobe uma fumaça.

CENTURIÃO: Quebrem as pernas dos condenados.

Os soldados se dirigem aos ladrões crucificados para realizar a ação, ao aproximar-se de Jesus,
o soldado diz:

SOLDADO 2: Não, este já está morto. Este homem era mesmo o filho de Deus.

Novamente Maria senta-se próxima a Cruz, quando os soldados colocam Jesus em seu colo.
Maria retira sua coroa de espinhos e contempla Jesus.

PENSAMENTO DE MARIA: Foi assim que o tive novamente em meus braços, estava morto, seu
coração já não batia mais, já não brilhava seus olhos que continuavam terrivelmente abertos.

Se viam as feridas abertas em sua cabeça, por algumas ainda brotavam um pouco de sangue e
todo seu corpo era uma pura chaga. Com os ossos da flagelação marcados vivamente em sua
pele destroçada, sentei-me em uma roxa e apoiei seu torço em minhas pernas, deixando o
restante do seu corpo no chão.

Madalena e as outras mulheres choravam, com uma amargura sem limites. Eu abraçava seu
corpo e beijava docemente seu rosto. Continuava sem poder chorar, fechei seus olhos como
pude, aqueles olhos que eu mesma vi aberto para a vida.

Inicia a música “Diário de Maria – Adriana Arydes”.

Os soldados retiram Jesus do colo de Maria e o levam para sepultá-lo. Maria permanece sentada
em silencio. Apagam-se as luzes.

CENA 6: VIRGEM DAS DORES

Após a saída de Maria, as luzes se acendem aos poucos, enquanto os personagens vêm
entrando ao cenário.

VOZ MASCULINA: O coração de Jesus Cristo era também o coração da Virgem Maria,
transpassado pela dor de mãe e da morte de seu único filho. A vida do filho de Deus totalmente
entregue a vontade do Pai era a mesma a vida da Virgem Mãe, que se entregou inteiramente ao
desígnio do Altíssimo.

Sucumbiu o teu Jesus, transpassado de chagas. Ele o fulgor, a glória, a luz em que divagas,
quantas chagas sofreu, quantas outras te dói, era uma só e a mesma a vida de vós dois.

Maria, trajada como a Virgem das Dores entra pelo corredor central ao som da música Virgem
das Dores – Banda Arkanjos.

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