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PRÓLOGO
Boa noite senhoras e senhores, Meu nome é ___________, este que encorpa a
minha voz atende pelo nome de ____________. Nessa noite nos coube a difícil e
honrosa tarefa de interpretar Jesus Cristo. Mas, antes, eu lhes peço que perdoem
as almas humildes que ousaram trazer à tona nesse palco improvisado, um tema
de tamanha imensidão. Será que esse parque pode se transformar nos vastos
campos da antiga Judéia? Caberá, sob essas estrelas, a Jerusalém de Heródes e
Pilatos? (Pausa breve). Essa porção de caipiras calçando sandálias poderá se
converter em milhares de judeus antigos? Perdão respeitável público, pois esses
pobres rapazes vestidos de soldados, aqui tem que valer por legiões de romanos.
Permitam a essa trupe folclórica contar com a sua imaginação: Suponham que
esses palcos possam ser com verdade, o Palácio de Herodes, A Pequena
Manjedoura Sagrada, o Templo dos Sacerdotes... E que essa bonita colina, se
converta em Gólgota, que quer dizer Monte da Caveira, o lugar onde crucificavam
os indesejados. O lugar onde me crucificaram junto dos homens comuns.
Anjo - Alegre-se, cheia de graça! O Senhor é convosco! Não tenhas medo, Maria,
porque tu recebeste a graça do Senhor. Eis que tu ficarás grávida e terás um filho e
irás chamá-lo de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo! O
menino, reinará para sempre e seu reino não terá fim
(Fecha-se a clareira)
Narradora 2 – Jesus são e salvo terá uma infância normal para sua época,
Narradora 3 – Com sua família de voltará a Nazaré, ele estudará com os
sacerdotes da sinagoga como qualquer outro menino judeu e aprenderá a profissão
de seu pai, carpinteiro.
Narradora 1 – Certo dia aos 12 anos Jesus se perderá de sua pobre mãe...
Nesse dia Maria logo o encontrará dando lições aos doutores da lei, que ficarão
surpresos com a sabedoria do menino... mas antes...
José – Eu poderia ter salvo aqueles meninos, evitado toda aquela dor, como vou
viver com esse remorso?
Maria – Evitado como?
José – Passei por Belém correndo para cá, poderia ter avisado aquelas pessoas.
Maria – Estava no desespero de salvar seu filho, é natural que a ânsia tenha lhe
cegado a razão.
José – Só pensei em mim, não pensei na dor daquelas mães... Haveria tempo, os
pais daquelas crianças talvez tivessem tido tempo de fugir para o deserto.
Maria – Talvez. Mas não pensou, Deus vai perdoar.
José – Vou ter pesadelos com aquelas mães segurando suas crianças mortas.
João Batista – Há muitos séculos que Deus não fala ao seu povo porque a
religião está corrompida! É preciso se arrepender e o arrependimento é a mudança
completa de atitude, de mente e de coração. É isso que deve acontecer ao emergir
das águas, um homem novo deve surgir, pleno de esperança...
(Soldados a cavalo passam) (Povo que caiu no Decreto de Heródes se levanta
permanecendo ao redor de João Batista)
João Batista – Raça de víboras! O machado já está posto à raiz das árvores,
pois aquela que não produzir fruto excelente há de ser cortada e lançada ao fogo!
Eu da minha parte batizo-vos com água, por causa do vosso arrependimento, mas
o que vem depois de mim, este vos batizará com espírito santo e com fogo.
Jesus – João Batista, vim de longe para ser batizado por ti.
João Batista – Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus – É apropriado e justo que me batizes, o senhor é o único verdadeiro
profeta do nosso tempo. Deus fala através de ti, não há outro para me batizar.
João Batista – Se é da vontade de Deus me conceder a honra de batizar seu
filho, que assim seja.
Jesus – Feita a aliança é preciso que eu me retire para o deserto.
CENA 6 – TENTAÇÃO
Jesus – Senhor, preciso que me ilumine, observo seus sinais, mas estou perdido.
Me aponte uma direção, me dê mais pistas do seu propósito...
Satanás – (Entra pela arquibancada) O filho de Deus está perdido. Presumo que
também esteja faminto, por que não transforma essas pedras em pães?
Jesus – Está escrito que nem só de pão deve viver o homem, mas de toda a
palavra de Deus.
Satanás – Se tu realmente és o filho de Deus, então te lança no precipício, está
escrito que Deus dará aos seus anjos o encargo de te carregar com as mãos para
que nunca batas contra uma pedra...
Jesus – Também está escrito que não devemos por Deus à prova.
Satanás – Observe. São os maiores reinos do mundo, tudo isso te darei, poderás
governar todos, ser a maior das autoridades. Basta que se ajoelhe e me faça um
ato de adoração.
Jesus – Por que eu adoraria o inimigo?
Satanás – Inimigo por quê?
Jesus – Está escrito que você é a fonte de todo o mal.
Satanás – Não se iluda rapaz, tudo depende do ponto vista. Veja só, o teu Deus
te oferece sinais vagos, permite que vivas na miséria e no fim ainda vai permitir a
sua morte prematura e cruel. A troco de quê?
Jesus – De salvar a humanidade e receber honra e glória para sempre.
Satanás (ri) – A honra é a sobra do poder e depois da sua morte a humanidade
vai continuar sofrendo. E a glória virá quando?
Jesus – Presumo que depois da minha morte.
Satanás – Olhe mais uma vez. Estou te oferecendo agora o poder e a glória, para
que desfrute e goze em vida. Vai abrir mão da riqueza e do prazer por uma paixão
sem propósito? Vai trocar o certo pelo duvidoso?
Jesus – Não tenho dúvida! Não pense que vai me confundir com seus
argumentos, vai-te embora Satanás!
Satanás (partindo) – Se mudar de ideia basta me chamar em pensamento.
CENA 7 – HERODES/SALOMÉ
(Entrando em carruagem. Descem e iniciam o diálogo enquanto sobem ao Palácio)
CENA 10 – ADÚLTERA
(As narradoras brigam para ver quem fará a cena da adúltera)
Narradora 1 – Já falei que hoje não vou fazer.
Narradora 3 – Como assim não quer fazer? Que atriz sem compromisso é você?
Narradora 2 – A mimizenta já quer abandonar o grupo???
Narradora 1 – Já falei que meu pé tá doendo… como que vou fazer a cena?
(Gritos do povo)
Jesus – Parem! Que fazeis povo insano?
Adultera (á Jesus) – Perdão Senhor, perdão! Sei que pequei, eis me aqui
arrependida, peço que me perdoes!
Jesus – Atire a primeira pedra, aquele que dentre vós estiver sem pecado!
(Oferece pedras ao povo, todos vão se retirando um a um até que ficam
apenas, Jesus, a mulher e os discípulos).
Jesus – Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?
Adultera – Ninguém Senhor!
Jesus – Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.
Narradora 1 – (adultera voltando a ser narradora): E ai que acharam?
Narradora 2 – Vocês viram a carinha dele... que lindo
Narradora 3 – Agora é a cena da samaritana
Madalena (Entra correndo) – Senhor! Senhor! ... Senhor... sei quem és... e pela
fé convertida, pecadora arrependida venho lançar-me a teus pés... pérolas que em
fios me enleiam, joias que tanto me adornam, se belo o corpo me tornam, muito a
aminha alma desfeiam. O vil pecado m’as deu... confesso-o com mágoa intensa...
são a triste recompensa de quem seu corpo vendeu minha alma horror tinha ao
crime... mas... O demônio tentou-a.... à pecadora perdoa e os seus pecados
redime....
CENA 13 – LÁZARO
Madalena – Jesus, acabei de saber que meu irmão Lázaro está muito doente, há
dias que não tem forças para levantar da cama.
Jesus – Deus me revelou a necessidade de visitar o povoado de Betânia. Não é lá
que sua família vive?
Madalena – Sim. Mas certamente não serei recebida em casa, minha família se
envergonha de mim.
Jesus – Seremos recebidos, Deus abrirá todas as portas para nós. (Marta
chegando) A paz de Deus senhora. Viemos visitar Lázaro.
Marta – Chegaram tarde, meu irmão já foi sepultado (Madalena começa a
chorar).
Jesus – Sou Jesus de Nazaré.
Marta – Tu és Jesus? O que faz milagres, o filho de Deus?
Jesus – Deus tem operado através de mim.
Marta – Se quiserem podem participar das orações.
Jesus – Deus tem seus propósitos, nunca é tarde para que opere seus milagres.
Marta, tens fé que eu sou o filho de Deus? Que o Pai opera milagres através de
mim?
Marta (breve silencio) – Eu creio, creio que tu és o messias, o filho de Deus que
veio ao mundo, creio no milagre.
Jesus – Vamos ao sepulcro.
Todos acompanham Marta. Param diante da sepultura. Jesus se afasta e se põe a
orar.
Jesus – Tirem a pedra da sepultura.
Marta – Jesus, já faz quatro dias, está em decomposição, certamente cheirando
mal.
Jesus – Homens que tiverem fé me ajudem com a pedra.
(Os discípulos se põe a ajudar Jesus a mover a pedra. Abrem completamente o
sepulcro, observam seu interior. Jesus põe a mão sobre os olhos)
Jesus – Senhor Deus meu pai, queremos glorificá-lo.
(Lázaro feito por uma Narradora sai da sepultura, todos ficam chocados. As
outras 2 narradoras ajudam Lázaro a sair do tumulo)
Marta – Milagre! Obrigado Senhor!
(Marta e Maria correm para abraçá-lo, em seguida os três abraçam Jesus,
beijam suas mãos)
Jesus – Todos aqui presentes viram a manifestação do poder de Deus através do
seu filho. Homens incrédulos, vos digo, quem não está do meu lado é contra mim, e
quem comigo não ajunta espalha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e
as pratica será como aquele que constrói sua casa sobre a rocha, resistente aos
fortes ventos, as chuvas e tempestades, mas aqueles que ouvem e não praticam,
constroem suas casas sobre a areia movediça. Vim justamente para despertar a fé
dos incrédulos. Todos que tiverem fé e praticarem os ensinamentos serão
levantados do sepulcro no dia do juízo final e levados para a glória de Deus. (As
narradoras levam Jesus para fora de cena)
Caifás – Acho que já nos vimos antes. Você não é Judas, um dos discípulos de
Jesus?
Judas – Sim, eu sou um deles. E também sei muito bem quem são os senhores.
Sacerdote – Somos amigos!
Judas – Não de Jesus.
Caifás – Do povo, e podemos ser seus amigos também.
Judas – Se não são amigos de Jesus, como podem ser meus amigos?
Caifás – E Jesus é realmente seu amigo?
Judas – Não ouviram as palavras dele ainda agora? Não viram toda a esperança
que deu a essas pessoas?
Sacerdote – Esperança, quando vem acompanhada só por palavras, é vazia,
mas quando vem com ações, pode ser muito poderosa.
Judas – Jesus é poderoso. Não viram como ele alimentou essa multidão?
Caifás – Somos um país faminto. Se ele tem tanto poder, por que não alimenta a
todos? Somos um povo dominado. Se ele tem tanto poder, por que não nos liberta?
Judas – O momento vai chegar!
Caifás – Se ele continuar apenas com palavras, reunindo mais e mais pessoas,
vai atrair a atenção de Roma.
Judas – Talvez. Mas não há nada que eu possa fazer.
Sacerdote – Sim, há! Pode nos dizer onde encontrá-lo longe da multidão.
Caifás – Pela informação podemos te dar trinta moedas de prata.
Judas – Não quero seu dinheiro!
Sacerdote – Poderá dar as moedas para a caridade! você também terá o poder
de alimentar uma multidão ou poderá comprar armas. Vai saber como usá-lo bem,
temos certeza....... Onde? Só nos diga onde!
Judas (pausa breve) – No Jardim de Getsêmane. Quinta-feira, apenas com seus
discípulos.
CENA 20 – PILATOS
Pilatos – Por que motivo me traz esse homem? Por que não o levou a Herodes?
Caifás- A pedido de Herodes aqui o trago, para que o julgue e o condene!
Pilatos – Eu condená-lo? Por quê? Por qual crime?
Caifás - Porque prega falsa doutrina, insulta nossas leis, profere heresias. Se diz
filho de Deus. Se proclama rei da Judéia!
Pilatos – Basta! (para Jesus) Tu és o rei dos Judeus?
Jesus – Podes me olhar nos olhos? Ou vê pelo que os outros te disseram de
mim?
Pilatos – Por acaso serei eu um Judeu? Foi teu próprio povo e os sumos
Sacerdotes que te trouxeram até mim. Então, o que dizes?
Jesus – Meu reino não é deste mundo! Se meu reino fosse deste mundo meus
súditos evitariam que eu fosse preso.
Pilatos – Então, tu és rei?
Jesus – Para isto nasci, para isto vim ao mundo! Para dar testemunho da verdade
e conduzir ao reino dos céus. Todo aquele que ama a verdade escuta a minha voz!
Pilatos – E o que é a verdade? (Dirigindo-se a Caifás) Não encontro nele culpa
nenhuma!
Caifás – Como pode o governador defender este criminoso?
Pilatos – Silêncio! (para Caifás) Por tradição, na Páscoa, sempre dou a liberdade
a um prisioneiro. Mostrem ao povo o assassino Barrabás.
Trazem Barrabás.
Pilatos (dirigindo-se ao povo) – A quem desejam que eu liberte, por ocasião da
Páscoa? A Jesus de Nazaré, ou a Barrabás?
Caifás – Barrabás!!
Povo – Barrabás! Queremos Barrabás!
Pilatos – Então, que devo fazer com Jesus, que se proclama o Messias?
Caifás – O impostor deve ser crucificado!
Povo – Crucifica! Crucifica!
Pilatos – De acordo com o desejo da maioria, Barrabás está livre! Jesus de
Nazaré condenado ao açoite.
MÚSICA (Jesus é açoitado primeiramente pelo soldados e depois pelas
Narradoras com as mãos sujas de sangue)
CENA 21 - CONDENAÇÃO
CENA 22 – SENTENÇA
(durante a Sentença Jesus Jovem(Paulo) é levado pelo povo. No meio do
caminho é trocado por Jesus Adulto(Dal) que inicia os Passos do Calvário)
Pilatos – Eu, Pôncio Pilatos, pelo Império Romano, Governador da Judéia inferior
aqui em Jerusalém, condeno a morte Jesus de Nazaré, homem agitador, contrário
aos ritos hebreus e as leis de Tibério César, ordeno que o crucifiquem entre dois
ladrões que serão Dimas e Gestas. Mas ordeno que na cruz um letreiro seja posto,
que assim diga: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. (rumor de protesto). Silêncio!
Rebelde ao Império será declarado todo aquele que se opuser a execução desta
sentença, que firmo em Jerusalém, aos 23 de março do ano 5.233 da criação do
mundo.
Maria – Filho, meu amado filho Jesus! Filho que carreguei no meu ventre, filho que
tanto amo e contigo eu desejo morrer!
Jesus – Acalma a tua dor, minha mãe! Sabe que sou predestinado para tirar o
pecado do mundo com a minha morte. Tem coragem, seja forte!
(Maria é afastada de Jesus pelos Guardas)
Maria – Que a minha dor eu acalme? O Eterno pode transformar o dia em noite,
transformar em gelo o fogo dos vulcões. Ele pode secar os rios, secar os mares,
mas não os olhos de uma mãe que perde um filho!
Jesus – Filhas de Jerusalém, não chorais por mim, chorais antes por vós mesmas
e por vossos filhos. Pois eis que virão dias em que se dirá: felizes as estéreis que
nunca deram a luz e os peitos que nunca amamentaram.
Obs.: (A partir daqui Jesus Adulto(Dal) já tem que se encaminhar para dar toda
a volta para estar no meio da arquibancada para sair para o centro da arena)
Caifás – Eis na cruz o salvador dos homens! Fez tantos milagres, por que agora
não se livra deste sofrimento? Não foste tu que disseste que destruiria o templo e
em três dias o reconstruiria? Se é o Filho de Deus, desce agora da cruz!
Jesus – Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem!
Gestas – Se tu és o Messias, salva-te a ti e a nós também!
Dimas – Nem no suplício tu temes a Deus? Nós estamos recebendo o castigo
pelos nossos crimes, mas este homem é inocente. Jesus, Senhor, lembra-te de
mim, quando entrares em teu reino...
Jesus – Ainda hoje estarás comigo no paraíso. (Maria se aproxima da cruz com
João) Mãe! É chegada a hora. Deixo-te João em meu lugar. Mãe, eis aí o teu
filho.... Filho eis aí a tua mãe.
Maria – Filho! Meu filho! (se afastam)
Jesus – Pai, porque me desamparaste”.
Caifás – Ouviram? Confessou a sua culpa! Se reconhece abandonado por Deus.
Jesus – Tenho sede!
Malcus (com voz de uma Narradora) – E Malcus disse: - Toma! Fel e vinagre! É o
que ofertamos a tão grande rei...
Madalena – Monstros!
Jesus – Tudo está consumado! ... Pai, em tuas mãos, entrego o meu espírito!
(iniciam retirada de Jesus e ladrões das cruzes)
Maria – (Para o público) A esperança e o amor poderiam ter morrido hoje junto
com meu filho, se ele não fosse o príncipe da paz, Jesus Cristo!
CENA 28 – RESSURREIÇÃO
(Madalena corre até o túmulo e vê que está vazio e começa a chorar)