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PAIXÃO DE CRISTO DE PIRACABA 2023

Dramaturgo Denilson Oliveira

Direção: Dagoberto Feliz e Marcella Vicentini

Narradora 1 – Meu povo e minha pova, sejam todos bem... vindos...


Narradora 2 (interrompendo) – Pova? pova não existe, eu avisei que tem que
falar certinho, nós ensaiamos.
Narradora 1 – Calma!!! Eu tô nervosa. Eu nunca contei pra uma multidão tão
grande.
Narradora 3 – Meninas deixa comigo. Senhoras e senhores, se aconcheguem
em seus lugares porque vamos contar a história mais linda que existe...
Narradora 2 – Há 2023 anos atrás existiu um homem, que teve uma vida que vai
surpreender a todos...
Narradora 1 – Eu acho que não vai não, porque eles já sabem...
Narradora 2 – Sabem o que?
Narradora 1 – Todos eles conhecem essa história, é a história mais conhecida do
mundo.
Narradora 3 – Eu garanto que mesmo assim todos vão se comover com a
trajetória desse homem...
Narradora 1 – Mas mesmo sabendo que ele morre não final
Narradora 3 – Morre, mas ressuscita.
Narradora 2 – Para de dar spoiler.
Narradora 1 – Que spoiler? eles já sabem isso também.
Narradora 3 – Parem vocês duas, estão estragando tudo.
Narradora 2 – Deixa eu explicar como vai ser. Vai ter um grupo que vai ficar ali,
narrando o espetáculo, tipo uma radionovela...
Narradora 1 – Radionovela? que coisa mais antiga.
Narradora 3 – E outro grupo vai ficar lá, interpretando a narração.
Narradora 1 – Ahhhhh por favor!!! agora é vocês que estão estragando a
surpresa.
Narradora 2 – A peça vai ser diferentona, se não der essa explicação eles vão
ficar perdidos.
Narradora 3 – Chega dessa ladainha. Vamos iniciar nosso espetáculo?

QUERO COMEÇAR, MAS NÃO SEI POR ONDE


ONDE SERÁ QUE O COMEÇO SE ESCONDE?
QUERO COMEÇAR MAS NÃO SEI POR ONDE
ONDE SERÁ QUE O COMEÇO SE ESCONDE?

Narradora 2 - SERÁ QUE O MUNDO COMEÇOU EM JANEIRO?


SERÁ QUE O AMOR COMEÇOU COM UM BEIJO?
SERÁ QUE A NOITE COMEÇA NO DIA?
SERÁ QUE A TRISTEZA É O FIM DA ALEGRIA?

Narradora 1 - SERÁ QUE O MAR TERMINA NA AREIA?


OU ALI É O COMEÇO DE UMA VIDA INTEIRA?
TÁ AÍ O MISTÉRIO QUE CHEGOU ATÉ MIM
SERÁ QUE O MUNDO TEM COMEÇO, MEIO E FIM?

Narradora 3 - SERÁ QUE O UNIVERSO UM DIA COMEÇOU?


ESSE DIA ESPECIAL QUEM SERÁ QUE INVENTOU?
SERÁ QUE DEUS UM DIA NASCEU?
SERÁ QUE O CHORO DELE FOI IGUAL AO MEU?

PRÓLOGO
Boa noite senhoras e senhores, Meu nome é ___________, este que encorpa a
minha voz atende pelo nome de ____________. Nessa noite nos coube a difícil e
honrosa tarefa de interpretar Jesus Cristo. Mas, antes, eu lhes peço que perdoem
as almas humildes que ousaram trazer à tona nesse palco improvisado, um tema
de tamanha imensidão. Será que esse parque pode se transformar nos vastos
campos da antiga Judéia? Caberá, sob essas estrelas, a Jerusalém de Heródes e
Pilatos? (Pausa breve). Essa porção de caipiras calçando sandálias poderá se
converter em milhares de judeus antigos? Perdão respeitável público, pois esses
pobres rapazes vestidos de soldados, aqui tem que valer por legiões de romanos.
Permitam a essa trupe folclórica contar com a sua imaginação: Suponham que
esses palcos possam ser com verdade, o Palácio de Herodes, A Pequena
Manjedoura Sagrada, o Templo dos Sacerdotes... E que essa bonita colina, se
converta em Gólgota, que quer dizer Monte da Caveira, o lugar onde crucificavam
os indesejados. O lugar onde me crucificaram junto dos homens comuns.

Narradora 1 – Apresentamos a vocês as vozes dessa noite!!!


Narradora 3 – E esse é o elenco dos personagens!!!
Narradora 2 – E o povo de Jerusalém!!!
(O elenco inteiro canta o refrão. Continua só com palmas. A música vai
acontecendo enquanto se abre uma clareira com o anjo e Maria)

CENA 1 - ANUNCIAÇÃO (ANJO E MARIA)

Anjo - Alegre-se, cheia de graça! O Senhor é convosco! Não tenhas medo, Maria,
porque tu recebeste a graça do Senhor. Eis que tu ficarás grávida e terás um filho e
irás chamá-lo de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo! O
menino, reinará para sempre e seu reino não terá fim
(Fecha-se a clareira)

CENA 2 – NASCIMENTO / JESUS ADOLESCENTE


(Fecha-se a clareira e desaparecem Jesus menino e Maria,
aparecendo Jesus adolescente)

Narradora 2 – Jesus são e salvo terá uma infância normal para sua época,
Narradora 3 – Com sua família de voltará a Nazaré, ele estudará com os
sacerdotes da sinagoga como qualquer outro menino judeu e aprenderá a profissão
de seu pai, carpinteiro.
Narradora 1 – Certo dia aos 12 anos Jesus se perderá de sua pobre mãe...
Nesse dia Maria logo o encontrará dando lições aos doutores da lei, que ficarão
surpresos com a sabedoria do menino... mas antes...

CENA 3 - DECRETO DE HERODES


(Música e queda dos atores)

Narradora 3 – Herodes ouviu profetas pregando sobre um menino nascido em


Belém que será o rei dos judeus.
Narradora 1 - Teve pesadelos onde era destronando pelo rei menino.
Narradora 2 - Tomado pelo medo e pelo ódio, mandou uma tropa de soldados
para executar todos os menininhos de Belém.

CENA 4 – REMORSO DE JOSÉ


(Jose e Maria caminham com o bebe e o anjo aparece puxando o burrinho)

José – Eu poderia ter salvo aqueles meninos, evitado toda aquela dor, como vou
viver com esse remorso?
Maria – Evitado como?
José – Passei por Belém correndo para cá, poderia ter avisado aquelas pessoas.
Maria – Estava no desespero de salvar seu filho, é natural que a ânsia tenha lhe
cegado a razão.
José – Só pensei em mim, não pensei na dor daquelas mães... Haveria tempo, os
pais daquelas crianças talvez tivessem tido tempo de fugir para o deserto.
Maria – Talvez. Mas não pensou, Deus vai perdoar.
José – Vou ter pesadelos com aquelas mães segurando suas crianças mortas.

CENA 5 – JOÃO BATISTA E BATISMO

João Batista – Há muitos séculos que Deus não fala ao seu povo porque a
religião está corrompida! É preciso se arrepender e o arrependimento é a mudança
completa de atitude, de mente e de coração. É isso que deve acontecer ao emergir
das águas, um homem novo deve surgir, pleno de esperança...
(Soldados a cavalo passam) (Povo que caiu no Decreto de Heródes se levanta
permanecendo ao redor de João Batista)
João Batista – Raça de víboras! O machado já está posto à raiz das árvores,
pois aquela que não produzir fruto excelente há de ser cortada e lançada ao fogo!
Eu da minha parte batizo-vos com água, por causa do vosso arrependimento, mas
o que vem depois de mim, este vos batizará com espírito santo e com fogo.
Jesus – João Batista, vim de longe para ser batizado por ti.
João Batista – Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
Jesus – É apropriado e justo que me batizes, o senhor é o único verdadeiro
profeta do nosso tempo. Deus fala através de ti, não há outro para me batizar.
João Batista – Se é da vontade de Deus me conceder a honra de batizar seu
filho, que assim seja.
Jesus – Feita a aliança é preciso que eu me retire para o deserto.

CENA 6 – TENTAÇÃO

Jesus – Senhor, preciso que me ilumine, observo seus sinais, mas estou perdido.
Me aponte uma direção, me dê mais pistas do seu propósito...
Satanás – (Entra pela arquibancada) O filho de Deus está perdido. Presumo que
também esteja faminto, por que não transforma essas pedras em pães?
Jesus – Está escrito que nem só de pão deve viver o homem, mas de toda a
palavra de Deus.
Satanás – Se tu realmente és o filho de Deus, então te lança no precipício, está
escrito que Deus dará aos seus anjos o encargo de te carregar com as mãos para
que nunca batas contra uma pedra...
Jesus – Também está escrito que não devemos por Deus à prova.
Satanás – Observe. São os maiores reinos do mundo, tudo isso te darei, poderás
governar todos, ser a maior das autoridades. Basta que se ajoelhe e me faça um
ato de adoração.
Jesus – Por que eu adoraria o inimigo?
Satanás – Inimigo por quê?
Jesus – Está escrito que você é a fonte de todo o mal.
Satanás – Não se iluda rapaz, tudo depende do ponto vista. Veja só, o teu Deus
te oferece sinais vagos, permite que vivas na miséria e no fim ainda vai permitir a
sua morte prematura e cruel. A troco de quê?
Jesus – De salvar a humanidade e receber honra e glória para sempre.
Satanás (ri) – A honra é a sobra do poder e depois da sua morte a humanidade
vai continuar sofrendo. E a glória virá quando?
Jesus – Presumo que depois da minha morte.
Satanás – Olhe mais uma vez. Estou te oferecendo agora o poder e a glória, para
que desfrute e goze em vida. Vai abrir mão da riqueza e do prazer por uma paixão
sem propósito? Vai trocar o certo pelo duvidoso?
Jesus – Não tenho dúvida! Não pense que vai me confundir com seus
argumentos, vai-te embora Satanás!
Satanás (partindo) – Se mudar de ideia basta me chamar em pensamento.

CENA 7 – HERODES/SALOMÉ
(Entrando em carruagem. Descem e iniciam o diálogo enquanto sobem ao Palácio)

Herodíades – Herodes, o rei da Galiléia, bêbado na frente dos convidados em


sua festa de aniversário!
Herodes – Cala-te! Caso contrário irás fazer companhia a João Batista na
masmorra!
Herodíades – Herodes, o grande rei, permite que um profeta vestido com pelos
de carneiro e que se alimenta de gafanhotos, escarneça de nós.
Herodes – João Batista é um profeta muito bom!
Herodíades – Tu tens medo dele!
Herodes – Salomé, venha cá! Ao contrário de tua mãe, tu cresces em formosura a
cada dia!
Herodíades – Tu gostas dela e ela é apenas uma criança!
Herodes – Tu estás doente de ciúmes! (Para Salomé) Dance para mim!
Salomé – Não quero dançar!
Herodes – Dance! E eu te darei o que quiser!
Salomé – Qualquer coisa?
Herodes – Sim, qualquer coisa, até metade do meu reino! (Para os convidados)
Salomé, a flor do meu reino, dançará para nós!
(Dança Salomé).
Herodes – Magnífico! Que queres pela dança? (Salomé caminha até
Herodíades).
Salomé – O que devo pedir, minha mãe?
Herodíades – Peça a cabeça do Batista!
Salomé – Quero numa bandeja de prata....
Herodes – O que tu queres numa bandeja de prata? Ouro?
Salomé – A cabeça do Batista!
Herodes – Tu enlouqueceste? Salomé, ouça: eu tenho rubis, brilhantes, jóias que
são uma maravilha para os olhos de qualquer mulher! São todas tuas, é só pedires!
Salomé – Eu quero a cabeça do Batista, ou todos os teus convidados saberão que
tua palavra não vale nada!
Herodes – Tragam a cabeça do profeta.

CENA 8 - ESCOLHA DOS 12 APÓSTOLOS

Narradora 1 – Jesus começou a juntar seus discípulos, homens comuns da


redondeza que se afeiçoaram às suas palavras…
Narradora 2 – E eles se juntaram a ele...
Narradora 3 – Numa bonita praia da Galiléia convidou os pescadores Tiago...
Filipe... André... João... Pedro.... Bartolomeu.. que sentisse o seu coração e o
seguisse também... Tomé... para superar todas as dúvidas que o afligem... junte-
se... Matheus... abandone tua posição junto aos Romanos... serás um apóstolo
valoroso.. Tiago menor...pequeno fiel... Tadeu... abandone a tua lavoura e se junte à
nossa peregrinação... Simão... seu propósito é ser discípulo.... Judas... ouça o
chamado... não temas... sem ti o propósito de Deus não pode se confirmar...

CENA 9 – BODAS DE CANÁ


(Um festejo matrimonial se forma e inicia a festa. Jesus e seus discípulos
adentram a festa, Jesus avista sua mãe. Se abraçam)

Maria – Que saudades, como você está meu filho?


Jesus – Estou bem. Cadê o pai?
Maria – Está doente, sua irmã ficou em casa para cuidar dele. (tempo)... Acabou-
se o vinho e a noiva está a chorar de vergonha por desapontar os convidados que
certamente irão embora quando perceberem.
Jesus – Mãe, que tenho eu com isso? Que espera que eu faça?
Maria – Correm boatos de que andas a fazer milagres por onde passa.
Jesus – Tens fé que Deus opera milagres através do teu filho?
Jesus – O que tem naquelas talhas?
Maria – Água.
Jesus – Vinho.
Maria – Água eu mesmo as enchi, as de vinho já se acabaram.
Jesus – Vai até uma delas e observa, depois sirva um copo ao convidado mais
ilustre.

CENA 10 – ADÚLTERA
(As narradoras brigam para ver quem fará a cena da adúltera)
Narradora 1 – Já falei que hoje não vou fazer.
Narradora 3 – Como assim não quer fazer? Que atriz sem compromisso é você?
Narradora 2 – A mimizenta já quer abandonar o grupo???
Narradora 1 – Já falei que meu pé tá doendo… como que vou fazer a cena?
(Gritos do povo)
Jesus – Parem! Que fazeis povo insano?
Adultera (á Jesus) – Perdão Senhor, perdão! Sei que pequei, eis me aqui
arrependida, peço que me perdoes!
Jesus – Atire a primeira pedra, aquele que dentre vós estiver sem pecado!
(Oferece pedras ao povo, todos vão se retirando um a um até que ficam
apenas, Jesus, a mulher e os discípulos).
Jesus – Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou?
Adultera – Ninguém Senhor!
Jesus – Nem eu te condeno. Vai e não peques mais.
Narradora 1 – (adultera voltando a ser narradora): E ai que acharam?
Narradora 2 – Vocês viram a carinha dele... que lindo
Narradora 3 – Agora é a cena da samaritana

CENA 11 – SAMARITANA E JESUS MORALISTA

Jesus – Mulher, me deixe beber um pouco de sua água.


Samaritana – Como sendo um judeu, se atreve a pedir da minha água? Não
sabe que os Judeus não dirigem a palavra aos samaritanos? Não terá a minha
água.
Jesus – Como pode recusar, tendo o cântaro cheio?
Samaritana – Nego com razão, e se insistir, derramo toda a água na terra.
Jesus – Se conheceste o dom de Deus e este que te pede de beber, tu é quem
me pediria. E eu te daria a água da vida, porque quem dela beber, jamais terá
sede!
Samaritana – Não duvido. Mas por essa água que vivo (mostrando o cântaro) e
por ela alguém espera.
Jesus – Não é teu marido que espera.
Samaritana – Não. Não tenho marido.
Jesus – O que disse é verdade, porque cinco homens já teve. E este que agora
tem, também não é teu marido.
Samaritana – Dou o meu amor a quem quero! A vida são só dois dias!
Jesus – A morte são muitos mais. Arrependa-se, só assim poderá entrar no reino
dos céus.
(Troca de Jesus. Ator Paulo por Ator Dal)
Samaritana – Meu Deus! Que é isto? Que luz divina ilumina minha mente,
mostrando meus erros?! Vejo a luz em teus olhos.... Senhor, quem és tu?
Jesus – Eu sou Jesus!
Samaritana – Céus! Compreendo tudo! As profecias são certas. Em ti vejo o
salvador! Perdão, senhor.
Jesus – Levante, está perdoada!
Samaritana – Prometo não deixar de seguir a luz Divina!

CENA 12 – MADALENA ARREPENDIDA

Madalena (Entra correndo) – Senhor! Senhor! ... Senhor... sei quem és... e pela
fé convertida, pecadora arrependida venho lançar-me a teus pés... pérolas que em
fios me enleiam, joias que tanto me adornam, se belo o corpo me tornam, muito a
aminha alma desfeiam. O vil pecado m’as deu... confesso-o com mágoa intensa...
são a triste recompensa de quem seu corpo vendeu minha alma horror tinha ao
crime... mas... O demônio tentou-a.... à pecadora perdoa e os seus pecados
redime....

CENA 13 – LÁZARO

Madalena – Jesus, acabei de saber que meu irmão Lázaro está muito doente, há
dias que não tem forças para levantar da cama.
Jesus – Deus me revelou a necessidade de visitar o povoado de Betânia. Não é lá
que sua família vive?
Madalena – Sim. Mas certamente não serei recebida em casa, minha família se
envergonha de mim.
Jesus – Seremos recebidos, Deus abrirá todas as portas para nós. (Marta
chegando) A paz de Deus senhora. Viemos visitar Lázaro.
Marta – Chegaram tarde, meu irmão já foi sepultado (Madalena começa a
chorar).
Jesus – Sou Jesus de Nazaré.
Marta – Tu és Jesus? O que faz milagres, o filho de Deus?
Jesus – Deus tem operado através de mim.
Marta – Se quiserem podem participar das orações.
Jesus – Deus tem seus propósitos, nunca é tarde para que opere seus milagres.
Marta, tens fé que eu sou o filho de Deus? Que o Pai opera milagres através de
mim?
Marta (breve silencio) – Eu creio, creio que tu és o messias, o filho de Deus que
veio ao mundo, creio no milagre.
Jesus – Vamos ao sepulcro.
Todos acompanham Marta. Param diante da sepultura. Jesus se afasta e se põe a
orar.
Jesus – Tirem a pedra da sepultura.
Marta – Jesus, já faz quatro dias, está em decomposição, certamente cheirando
mal.
Jesus – Homens que tiverem fé me ajudem com a pedra.
(Os discípulos se põe a ajudar Jesus a mover a pedra. Abrem completamente o
sepulcro, observam seu interior. Jesus põe a mão sobre os olhos)
Jesus – Senhor Deus meu pai, queremos glorificá-lo.
(Lázaro feito por uma Narradora sai da sepultura, todos ficam chocados. As
outras 2 narradoras ajudam Lázaro a sair do tumulo)
Marta – Milagre! Obrigado Senhor!
(Marta e Maria correm para abraçá-lo, em seguida os três abraçam Jesus,
beijam suas mãos)
Jesus – Todos aqui presentes viram a manifestação do poder de Deus através do
seu filho. Homens incrédulos, vos digo, quem não está do meu lado é contra mim, e
quem comigo não ajunta espalha. Mas todo aquele que ouve as minhas palavras e
as pratica será como aquele que constrói sua casa sobre a rocha, resistente aos
fortes ventos, as chuvas e tempestades, mas aqueles que ouvem e não praticam,
constroem suas casas sobre a areia movediça. Vim justamente para despertar a fé
dos incrédulos. Todos que tiverem fé e praticarem os ensinamentos serão
levantados do sepulcro no dia do juízo final e levados para a glória de Deus. (As
narradoras levam Jesus para fora de cena)

CENA 14 – ENTRADA EM JERUSALÉM


(Jesus Ator Paulo entra carregado pelo povo em Jerusalém e começa a ser levado
para o local da Santa Ceia. Enquanto isso ocorre Judas se destaca do povo, olha a
cena e vai se encaminhando ao Sinédrio). (Música com todo o elenco)

SALVE ESSA CASA NOBRE MORADA


NOVA JORNADA VAMOS COMEÇAR
SALVE ESSA CASA NOBRE MORADA
NOVA JORNADA VAMOS COMEÇAR

NOSSA FESTA VAI PRINCIPIAR


COM RABECAS, BOMBOS E VIOLAS
HOJE AQUI VIEMOS FESTEJAR
RENDER GRAÇAS À VIDA NESSA HORA

CENA 15 – SINÉDRIO 1 - BARGANHA COM JUDAS

Caifás – Acho que já nos vimos antes. Você não é Judas, um dos discípulos de
Jesus?
Judas – Sim, eu sou um deles. E também sei muito bem quem são os senhores.
Sacerdote – Somos amigos!
Judas – Não de Jesus.
Caifás – Do povo, e podemos ser seus amigos também.
Judas – Se não são amigos de Jesus, como podem ser meus amigos?
Caifás – E Jesus é realmente seu amigo?
Judas – Não ouviram as palavras dele ainda agora? Não viram toda a esperança
que deu a essas pessoas?
Sacerdote – Esperança, quando vem acompanhada só por palavras, é vazia,
mas quando vem com ações, pode ser muito poderosa.
Judas – Jesus é poderoso. Não viram como ele alimentou essa multidão?
Caifás – Somos um país faminto. Se ele tem tanto poder, por que não alimenta a
todos? Somos um povo dominado. Se ele tem tanto poder, por que não nos liberta?
Judas – O momento vai chegar!
Caifás – Se ele continuar apenas com palavras, reunindo mais e mais pessoas,
vai atrair a atenção de Roma.
Judas – Talvez. Mas não há nada que eu possa fazer.
Sacerdote – Sim, há! Pode nos dizer onde encontrá-lo longe da multidão.
Caifás – Pela informação podemos te dar trinta moedas de prata.
Judas – Não quero seu dinheiro!
Sacerdote – Poderá dar as moedas para a caridade! você também terá o poder
de alimentar uma multidão ou poderá comprar armas. Vai saber como usá-lo bem,
temos certeza....... Onde? Só nos diga onde!
Judas (pausa breve) – No Jardim de Getsêmane. Quinta-feira, apenas com seus
discípulos.

CENA 16 – SANTA CEIA


(Enquanto a cena anterior acontece discípulos montam a mesa da Santa Ceia)

Matheus – Silêncio! Alguém se aproxima.


João – É o mestre!
Jesus (entrando) – O senhor esteja convosco!
Todos - Ele está no meio de nós!
João– Mestre, tudo está preparado como pediu.
Jesus – Tenho desejado fortemente cear com vocês nesta páscoa, mas antes
preciso cumprir uma obrigação. (Jesus pega uma bacia, coloca água e pega uma
toalha). Pedro, (caminhando até ele). Lavarei teus pés!
Pedro – Tu senhor, lavar-me os pés?
Jesus – Não pode compreender agora o que faço, mas vai de compreender mais
tarde!
Pedro – Não senhor! Posso beijar os seus pés, mas jamais os meus podem ser
tocados por tuas mãos divinas.
Jesus – Se eu não te lavar os teus pés, Pedro, não terás parte comigo.
Pedro –Se é assim, então lave não só os meus pés, mas o corpo todo.
Jesus – O que está limpo não precisa ser lavado. (Jesus lavará mais dois
discípulos).
Jesus – Em verdade vos digo: Um de vocês me trairá!
João – Alguém te trair?
Matheus – Não confia em nós senhor?
Pedro – Como pode duvidar da nossa lealdade?
Matheus – Quem, Mestre? Eu jamais!
Pedro – Se eu for o criminoso, me castigue sem piedade. (Judas entra)
Jesus – O Filho do Homem será entregue segundo as escrituras. Sinto por aquele
que entregar. Melhor seria nunca ter nascido...
Judas – Por acaso serei eu, mestre?
Jesus – Faz o que tem de ser feito. (Judas sai)
Jesus – Compreendam o que faço? Me chamam de mestre e senhor, e dizem
bem, porque eu o sou. Se eu, O Senhor e Mestre, lavei teus pés, também devem
lavar os pés uns dos outros. Em verdade vos digo: O servo não é maior do que o
seu Senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Felizes serão
compreendendo essas coisas, e mais ainda se puderem praticar. (Pausa breve)
Esta é a última vez que partirei o pão com meus irmãos! (Levantando o pão para o
alto) Bendito sejas Tu, o Senhor Deus, Rei do Universo, que fizestes nascer o pão
do seio da terra (partindo o pão), e nos criou o fruto da vinha (despeja vinho nos
copos). Bebam e comam (servindo pão aos apóstolos), este é o meu corpo que
será dado por vós. Este é o cálice do meu sangue (servindo vinha aos apóstolos),
o sangue da nova e eterna aliança, o qual será derramado por muitos, para a
absolvição dos pecados. Façam isso para celebrar a minha memória. Ainda estarei
um pouco convosco. Mas para onde eu vou, não podem ir.
Pedro – E para onde vai, Senhor?
Jesus – Pedro, não me pergunte agora.
Pedro – Por que não posso te seguir? Eu darei a minha vida por ti, Mestre!
Jesus – Dará a tua vida por mim? Em verdade vos digo, antes que o galo cante, já
terá me negado três vezes.
Pedro – Ainda que eu tenha que morrer contigo, não te negarei!
João – Mestre, não sabemos para onde vai, como poderemos saber o caminho?
Jesus – Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém pode ir ao Pai, senão por
mim.
Matheus – Senhor, nos mostre o Pai e isso nos basta.
Jesus – Há tanto tempo me acompanham e não me conhecem ainda, Felipe?
Quem me vê, vê também o Pai. Então como pode dizer, Mostra-nos o Pai? Não
acredita que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? Amem uns aos outros,
como eu os amei. Não os deixarei órfãos, aguardem a minha volta. É chegado o
momento!
Jesus caminha até o horto das oliveiras e se juntam a ele Paulo (Jesus jovem),
Laurinha (Jesus criança) e Adriana (Jesus adolescente) e sentam-se à beira da
muralha do Engenho Central. Demais apóstolos desmontam a santa ceia.

CENA 17 – MONTE DAS OLIVEIRAS

Jesus – Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus.


Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os humildes, porque herdarão a terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão
saciados.
Felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia.
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados Filhos de Deus.
Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos
Céus.
Felizes aqueles que forem insultados e perseguidos, e ouvirem toda espécie de
mal, por minha causa.
Se alegrem porque será grande a vossa recompensa no reino dos céus.
Porque foi assim que perseguiram os profetas que vieram antes de vós.
Narração 2 – Senhor, é verdade que devemos ser bondosos com todos? Até com
nossos inimigos?
Jesus – Amem os seus inimigos e façam o bem aos que vos perseguem. Desejem
o bem aos que os amaldiçoam, e rezem por aqueles que te caluniam. Se alguém
lhe der um tapa no rosto, ofereça também o outro lado, se alguém lhe tirar o manto,
deixe que leve também a túnica.
Narração 3 – Devemos ajudar sem receber nada em troca?
Jesus – Deem aos quem pedem e, se alguém tira o que é seu, não peçam que
devolva. O que desejar que os outros te façam, também deve fazer a eles. Se
amam somente aqueles que te amam, que gratuidade é essa? Até mesmo os
piores pecadores amam aqueles que os amam. Se fazem o bem somente para
aqueles de quem esperam receber, que generosidade é essa?
Até mesmo os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a
mesma quantia.
Narração 1 – Mas como saber que a pessoa é digna de ajuda, Mestre?
Jesus – Não julguem, e não serão julgados, não condenem, e não serão
condenados; perdoem, e serão perdoados. Deem, e também receberão.
Narração 2 – Meu Senhor, como não julgar alguém? Peço que nos ensine.
Jesus – Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?
Nenhum discípulo é maior do que o mestre, e todo discípulo bem formado será
como o seu mestre.
Narração 3– Mestre, a bondade está no coração do homem, a maldade, de onde
vem?
Jesus – Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê bons
frutos; toda árvore é conhecida pelos seus frutos.
Narração 1 – Senhor, nos ensine como falar contigo e com o pai.
Jesus – Quando faltarem as palavras que vem do coração, repitam as palavras
que vou dizer: PAI-NOSSO QUE ESTAIS NOS CÉUS, SANTIFICADO SEJA O
VOSSO NOME, VENHA O TEU REINO, SEJA FEITA A TUA VONTADE, ASSIM NA
TERRA COMO NO CÉU. O PÃO NOSSO DE CADA DIA DAI-NOS HOJE. PERDOA
AS NOSSAS OFENSAS ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS AOS NOSSOS
DEVEDORES. E NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO, MAS LIVRAI-NOS DO
MAL. AMÉM!

CENA 18 - CAPTURA DE JESUS


(Entram Judas e depois os Soldados)

Judas – Salve, mestre!


Jesus – Amigo, para que veio? (Judas se aproxima de Jesus e beija-o).
Jesus – Com um beijo entrega o filho do Homem! (Para os soldados) A quem
buscam? (já sendo carregado) Pai, que está vendo a minha tortura e escuta
minha voz, faltam-me as forças da luta. Se for possível, afasta de mim este cálice
sem que eu beba! (pausa) Que não seja como eu quero, mas como tu queres...Meu
Pai, faça se a tua vontade! Já nada temo. Nem afrontas, nem suplícios, nem
mesmo a morte. (Ergue-se e dirige-se aos apóstolos) Vigiem e orem para não
caírem em tentação! O espírito está pronto, mas a carne é fraca.
(durante esse texto Dal (Jesus adulto) é levado pelos soldados rodeado pelo
povo e durante esse caminho há a troca por Paulo (Jesus jovem) no meio da
multidão). Jesus Jovem vai chegando ao Palácio de Pilatos enquanto a biga de
Pilatos cruza a arena toda em direção ao Palácio)

CENA 19 – SINÉDRIO 2 E JUDAS

Judas – Senhores, por favor me ouçam!


Caifás – (saindo do Sinédrio e cruzando toda a arena do palco) O que quer?
Judas – Errei!!! Eu entreguei para a morte um inocente!
Caifás – E o que nós temos com isso? O erro é somente teu.
Judas – Aqui estão as 30 moedas de prata!
Caifás – Este dinheiro é teu, é a paga pelo teu serviço.
Judas – Estou arrependido, quero desfazer o trato.
Caifás – É tarde! Teu mestre já está condenado.

CENA 20 – PILATOS

Pilatos – Por que motivo me traz esse homem? Por que não o levou a Herodes?
Caifás- A pedido de Herodes aqui o trago, para que o julgue e o condene!
Pilatos – Eu condená-lo? Por quê? Por qual crime?
Caifás - Porque prega falsa doutrina, insulta nossas leis, profere heresias. Se diz
filho de Deus. Se proclama rei da Judéia!
Pilatos – Basta! (para Jesus) Tu és o rei dos Judeus?
Jesus – Podes me olhar nos olhos? Ou vê pelo que os outros te disseram de
mim?
Pilatos – Por acaso serei eu um Judeu? Foi teu próprio povo e os sumos
Sacerdotes que te trouxeram até mim. Então, o que dizes?
Jesus – Meu reino não é deste mundo! Se meu reino fosse deste mundo meus
súditos evitariam que eu fosse preso.
Pilatos – Então, tu és rei?
Jesus – Para isto nasci, para isto vim ao mundo! Para dar testemunho da verdade
e conduzir ao reino dos céus. Todo aquele que ama a verdade escuta a minha voz!
Pilatos – E o que é a verdade? (Dirigindo-se a Caifás) Não encontro nele culpa
nenhuma!
Caifás – Como pode o governador defender este criminoso?
Pilatos – Silêncio! (para Caifás) Por tradição, na Páscoa, sempre dou a liberdade
a um prisioneiro. Mostrem ao povo o assassino Barrabás.
Trazem Barrabás.
Pilatos (dirigindo-se ao povo) – A quem desejam que eu liberte, por ocasião da
Páscoa? A Jesus de Nazaré, ou a Barrabás?
Caifás – Barrabás!!
Povo – Barrabás! Queremos Barrabás!
Pilatos – Então, que devo fazer com Jesus, que se proclama o Messias?
Caifás – O impostor deve ser crucificado!
Povo – Crucifica! Crucifica!
Pilatos – De acordo com o desejo da maioria, Barrabás está livre! Jesus de
Nazaré condenado ao açoite.
MÚSICA (Jesus é açoitado primeiramente pelo soldados e depois pelas
Narradoras com as mãos sujas de sangue)

CENA 21 - CONDENAÇÃO

Pilatos – Eis o homem!


Caifás – Crucifica! Crucifica!
Pilatos – Crucifiquem com suas próprias mãos! Eu não encontro nele crime
algum.
Caifás – Pilatos! Nós temos uma lei, e segundo essa lei, ele deve morrer porque
se diz filho de Deus.
Pilatos (para Jesus) Quem és tu? Não me respondes?! Não sabes que tenho o
poder para te crucificar e também para te dar a liberdade?
Jesus – Não teria poder algum sobre mim, se não fosse da vontade de Deus.
Maior pecado tem quem me entregou a ti.
Pilatos – Já recebeu o homem o merecido castigo. Vou, portanto, dar-lhe a
liberdade.
Caifás – Se soltar esse, não serás amigo de César! Pois todo aquele que se diz
rei é contra César!
Pilatos – Como ousa me ameaçar? Que influência imagina ter sobre o imperador?
Se esquece que em minhas veias corre sangue romano e que eu sou a autoridade
maior sobre vós? Sendo ou não Pilatos o Governador, a Judéia continuará
esmagada sob o peso da espada Romana. Ao povo, mais uma vez mostrem Jesus!
(ao povo) Que sentença devo dar a este homem?
Povo – Ao calvário!! Ao calvário!!
Pilatos – Devo crucificar o seu rei? (Segura Jesus pelo braço e suja a mão de
sangue)
Caifás – Não temos outro rei senão César!
Povo – Morte! Morte!! Crucifica!!
Pilatos (Com um gesto silencia o povo. Lava as mãos) – Eu sou inocente do
sangue deste homem. A sentença foi dada por vocês. (Tumulto geral)

CENA 22 – SENTENÇA
(durante a Sentença Jesus Jovem(Paulo) é levado pelo povo. No meio do
caminho é trocado por Jesus Adulto(Dal) que inicia os Passos do Calvário)

Pilatos – Eu, Pôncio Pilatos, pelo Império Romano, Governador da Judéia inferior
aqui em Jerusalém, condeno a morte Jesus de Nazaré, homem agitador, contrário
aos ritos hebreus e as leis de Tibério César, ordeno que o crucifiquem entre dois
ladrões que serão Dimas e Gestas. Mas ordeno que na cruz um letreiro seja posto,
que assim diga: “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. (rumor de protesto). Silêncio!
Rebelde ao Império será declarado todo aquele que se opuser a execução desta
sentença, que firmo em Jerusalém, aos 23 de março do ano 5.233 da criação do
mundo.

CENA 23 – MARIA E JESUS (Primeira Queda)

Maria – Filho, meu amado filho Jesus! Filho que carreguei no meu ventre, filho que
tanto amo e contigo eu desejo morrer!
Jesus – Acalma a tua dor, minha mãe! Sabe que sou predestinado para tirar o
pecado do mundo com a minha morte. Tem coragem, seja forte!
(Maria é afastada de Jesus pelos Guardas)
Maria – Que a minha dor eu acalme? O Eterno pode transformar o dia em noite,
transformar em gelo o fogo dos vulcões. Ele pode secar os rios, secar os mares,
mas não os olhos de uma mãe que perde um filho!

CENA 24 – VERÔNICA (Segunda Queda)


(durante esta cena Jesus Adulto é trocado por Jesus Jovem)
Verônica – Homens cruéis, impiedosos! (tempo para se aproximar de Jesus)
Meu Jesus, amado! Aprendi tanto com os teus ensinamentos e creio na sua
inocência! O teu sofrimento tortura meu coração e eu não posso aliviar seu
sofrimento. (enxuga o rosto do cristo)
Verônica (olha o pano que tem nas mãos) – O rosto de Jesus está estampado
neste pano! Vejam, povo cruel! Olhem quem pretendem matar, o Cristo, o Salvador
do Mundo!
(inicia o Canto da Verônica e será seguida a partir da segunda vez por todas as
mulheres com panos nas mãos. O canto permanecerá até a penúltima frase do
texto de Judas da cena 26)

CENA 25 – ANJO SEGURA A CRUZ PARA JESUS – (Terceira Queda)

Jesus – Filhas de Jerusalém, não chorais por mim, chorais antes por vós mesmas
e por vossos filhos. Pois eis que virão dias em que se dirá: felizes as estéreis que
nunca deram a luz e os peitos que nunca amamentaram.
Obs.: (A partir daqui Jesus Adulto(Dal) já tem que se encaminhar para dar toda
a volta para estar no meio da arquibancada para sair para o centro da arena)

CENA 26 - ENFORCAMENTO DE JUDAS


(Durante essa cena Judas inicia o processo do sistema de segurança para o
enforcamento e começam a serem montadas as cruzes)

Judas - Consciência infame que a dormir ficas-te, quando a traição eu meditei


covarde, porque é que só agora despertaste, se para o crime afugentar é tarde...
Do fundo abismo já me encontro à beira, lançam-me os homens um olhar que a
terra comigo em guerra eu cuido estar na natureza inteira... Tremem ao ver-me os
animais ferozes, as aves loucas pelos espaços voam... Os ecos meus ouvidos
atordoam... Chamando-me traidor... Da minha sombra até fujo e me espanto e tudo
quanto vejo ou ouço ou toco, é para mim sem vida... Sem encanto... Quantos me
cercam, olham de revés...em furacões bravíssimos, violentos e fúria contra mim
soltam os ventos, o solo queima os meus pés... Num mar de sangue vejo
transmudada a ridente campina a verde alfromba e em toda parte de jesus vejo a
sombra, ante a meus olhos se apresenta irada... Aos céus embalde envio meus
gemidos, o seu perdão obter procuro que a súplica de um vil adeus perjuro nunca
pode chegar aos meus ouvidos... Perdão? Jamais terei que não mereço... Acabe
pois na terra o meu suplício... Corda... Tire-me a vida que aborreço, conduz-me
depressa ao precipício. Fujamos sim. Fujamos deste mundo, que o corpo do traidor
ao fogo eterno. Lusbel... Surge do barato profundo... Vem busca minha alma... Oh...
Rei do inferno...
CENA 27 – CRUFICICAÇÃO

Caifás – Eis na cruz o salvador dos homens! Fez tantos milagres, por que agora
não se livra deste sofrimento? Não foste tu que disseste que destruiria o templo e
em três dias o reconstruiria? Se é o Filho de Deus, desce agora da cruz!
Jesus – Pai, perdoai, eles não sabem o que fazem!
Gestas – Se tu és o Messias, salva-te a ti e a nós também!
Dimas – Nem no suplício tu temes a Deus? Nós estamos recebendo o castigo
pelos nossos crimes, mas este homem é inocente. Jesus, Senhor, lembra-te de
mim, quando entrares em teu reino...
Jesus – Ainda hoje estarás comigo no paraíso. (Maria se aproxima da cruz com
João) Mãe! É chegada a hora. Deixo-te João em meu lugar. Mãe, eis aí o teu
filho.... Filho eis aí a tua mãe.
Maria – Filho! Meu filho! (se afastam)
Jesus – Pai, porque me desamparaste”.
Caifás – Ouviram? Confessou a sua culpa! Se reconhece abandonado por Deus.
Jesus – Tenho sede!
Malcus (com voz de uma Narradora) – E Malcus disse: - Toma! Fel e vinagre! É o
que ofertamos a tão grande rei...
Madalena – Monstros!
Jesus – Tudo está consumado! ... Pai, em tuas mãos, entrego o meu espírito!
(iniciam retirada de Jesus e ladrões das cruzes)
Maria – (Para o público) A esperança e o amor poderiam ter morrido hoje junto
com meu filho, se ele não fosse o príncipe da paz, Jesus Cristo!

CENA 28 – RESSURREIÇÃO
(Madalena corre até o túmulo e vê que está vazio e começa a chorar)

Voz de Jesus – Mulher, por que choras?


Madalena – Porque tiraram o corpo do meu Senhor e não sei onde o puseram.
Se foi tu que o tirou, me diga onde está que eu irei buscá-lo.
Jesus (surgindo no meio da arena) – Madalena.
Madalena – Mestre!
Jesus – Conte aos seus irmãos que os encontrarei na Galileia, depois vou subir
para o Pai e vosso Pai, nosso Deus.
Madalena – Eu vi o Senhor! Eu vi o Senhor! Jesus vive! Ele vive!
Jesus – A paz esteja convosco! Toda autoridade foi dada a mim no céu e sobre a
terra. Batizem a todas as criaturas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e
ensine-as a praticar tudo o que vos ensinei. Eis que estarei convosco todos os dias
até o fim dos tempos.
CENA 29 – FINAL
Jesus(Dal) inicia canção, Jesus (Paulo, quando possível, Laurinha e Adriana) se
juntam a ele e depois todo o elenco.

Ai, andar andei


Ai, como eu andei
E aprendi a nova lei
Alegria em nome da rainha (indicando Marias, jovens e adultas)
E folia em nome de rei
Alegria em nome da rainha
E folia em nome de rei
Ai, mar marujei
Ai, eu naveguei
E aprendi a nova lei
Se é de terra que fique na areia
O mar bravo só respeita rei
Se é de terra que fique na areia
O mar bravo só respeita rei
Ai, voar voei
Ai, como eu voei
E aprendi a nova lei
Alegria em nome das estrelas
E folia em nome de rei
Alegria em nome das estrelas
E folia em nome de rei
Ai, eu partirei
Ai, eu voltarei
Vou confirmar a nova lei
Alegria em nome de Cristo
Porque Cristo foi o Rei dos reis
Alegria em nome de Cristo
Porque Cristo foi o Rei dos reis
Alegria em nome de Cristo
Porque Cristo foi o Rei dos reis
Alegria em nome de Cristo
Porque Cristo foi o Rei dos reis

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