Você está na página 1de 13

Marxismo e ciência.

O “materialismo histórico-dialético”

Por Diego Cesar Sestito


“Não há estrada real para a ciência e só têm possibilidade de
chegar aos seus cumes luminosos aqueles que não temem
fatigar-se a escalar as suas veredas escarpadas.”

Karl Marx, Prefácio d´O Capital.


De onde partir para se fazer ciência?

● Ontologia x Epistemologia
● Realismo x Anti-realismo
Epistemologia (ou Gnosiologia)

● Kant e a contra-revolução copernicana


● O ponto de partida do conhecimento é o sujeito.
Ontologia

● O ponto de partida para se conhecer um objeto é o próprio objeto.


● As diferenças entre a ontologia grega/medieval e ontologia marxiana.
“O conhecimento da realidade, o modo e a possibilidade de
conhecer a realidade dependem, afinal, de uma concepção da
realidade, explícita ou implícita. A questão: como se pode
conhecer a realidade? é sempre precedida por uma questão
mais fundamental: que é a realidade?”

Karel Kosik. Dialética do Concreto.


A falácia epistêmica

● Responder uma pergunta ontológica com uma resposta epistêmica.


● Ou seja, responder uma pergunta sobre a realidade com o que nós
poderíamos ou não conhecer sobre a realidade.
Anti-Realismo

● A ciência deve se preocupar com modelos.


● A realidade em si é inacessível para nosso aparato cognitivo-senciente.
Realismo

● A ciência descobre características e processos reais.


● Cada descoberta é uma descrição de uma parte da realidade.
“In a world without men there would be no experiences and few, if any, constant
conjunctions of events, i.e. had they been experienced, Humean ‘causal laws’. For
both experiences and invariances (constant conjunctions of events) depend, in
general, upon human activity. But causal laws do not. Thus in a world without
men the causal laws that science has now as a matter of fact discovered would
continue to prevail, though there would be few sequences of events and no
experiences with which they were in correspondence. Thus, we can begin to see
how the empiricist ontology in fact depends upon a concealed anthropocentricity.

Roy Bhaskar. A Realist Theory of Science.


A Tese 11 e a atividade prática como critério
da verdade.
● O homem não é sujeito passivo da realidade, mas além de experimentá-la
pelos sentidos e processa-la pela razão, também a modifica pelo trabalho.
● Como sujeito ativo o homem é capaz de verificar suas teorias pela prática.
● A prática humana se dá pelo seu constante intercâmbio com a natureza: O
Trabalho.
“É precisamente pelo fato de elaborar o mundo objetivo que o homem se
afirma realmente como ser genérico. Esta produção é sua vida genérica
ativa. Graças a ela a natureza aparece como sua obra e sua realidade. O
objeto do trabalho é, por isso, a objetivação da vida genérica do homem,
pois este se desdobra não só intelectualmente, como na consciência, mas
ativa e realmente e se contempla a si próprio num mundo por ele criado. ”

Karl Marx. Manuscritos econômicos-filosóficos.


Bibliografia
● Marx, Karl. Manuscritos econômicos-filosóficos
● Marx, Karl. A ideologia alemã
● Marx, Karl. Miséria da filosofia
● Marx, Karl. O Capital
● Lukács, György. Para uma ontologia do ser social.
● Chasin, José. Superação do liberalismo
● Chasin, José. Marx estatuto ontológico e resolução metodológica.
● Tonet, Ivo. Método científico: uma abordagem ontológica.
● Kosik, Karel. Dialética do concreto.
● Bhaskar, Roy. A Realist theory of science
● Bhaskar, Roy. Critical Realism : Essential Readings
● Bhaskar, Roy. The Possibility of Naturalism: A Philosophical Critique of
the Contemporary Human Sciences

Você também pode gostar